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DIREITO ADMINISTRATIVO

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do artigo 37 da Constituição da República Federativa do Brasil de
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: 1988, que assim dispõe em seu caput: “Art. 37. A administração
PRINCÍPIOS BÁSICOS. pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos prin-
cípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte”.
Bruno Tulim e Silva Princípio da Legalidade:
Advogado Este é o principal conceito para a configuração do regime
jurídico-administrativo, pois se justifica no sentido de que a
Administração Pública - Conceito Administração Pública só poderá ser exercida quando estiver em
A Administração Pública sob o aspecto material, objetivo ou conformidade com a Lei.
funcional representa nada mais do que o conjunto de atividades O administrador não pode agir, nem mesmo deixar de agir,
que costumam ser consideradas próprias da função administrativa, senão de acordo com o que dispõe a lei. Para que a administração
Assim, temos que o conceito adota como referência a atividade possa atuar, não basta à inexistência de proibição legal, é necessária
propriamente dita, o que é de fato realizado, e não quem as realizou. para tanto a existência de determinação ou autorização da atuação
De maneira usual, são apontadas como próprias da administrativa na lei. Os particulares podem fazer tudo o que a
administração pública em sentido material as seguintes atividades: lei não proíba, entretanto a Administração Pública só pode fazer
- Serviço Público: prestações concretas que representem aquilo que a lei autorizar.
utilidades ou comodidades materiais para a população em geral; Importante ainda esclarecer que a administração pública
- Policia Administrativa: são as atividades de restrições ou está obrigada, no exercício de suas atribuições, à observância
condicionamentos impostos ao exercício de atividades privadas não apenas dos dispositivos legais, mas também em respeito aos
em benefício do interesse coletivo; princípios jurídicos como um todo, inclusive aos atos e normas
- Fomento: incentivo a iniciativa privada de utilidade pública; editadas pela própria administração pública.
- Intervenção: é toda a atividade de intervenção do Estado no Princípio da Impessoalidade:
setor privado. Por tal princípio temos que a Administração Pública tem
Administração Pública sob o aspecto formal, subjetivo que manter uma posição de neutralidade em relação aos seus
ou orgânico é o conjunto de órgãos, pessoas jurídicas e agentes administrados, não podendo prejudicar nem mesmo privilegiar
que o nosso ordenamento jurídico identifica como administração quem quer que seja. Dessa forma a Administração pública deve
pública, não importando a atividade que exerça. Assim temos que, servir a todos, sem distinção ou aversões pessoais ou partidárias,
via de regra, esses órgãos, entidades e agentes desempenha função buscando sempre atender ao interesse público.
administrativa. Impede o princípio da impessoalidade que o ato administrativo
Portanto, somente considera-se administração pública, sob seja emanado com o objetivo de atender a interesses pessoais
análise jurídica, a organização administrativa que o ordenamento do agente público ou de terceiros, devendo ter a finalidade
jurídico brasileiro vigente assim o considerar, não importando a exclusivamente ao que dispõe a lei, de maneira eficiente e
atividade que exercer. impessoal.
A administração pública é composta exclusivamente por Ressalta-se ainda que o princípio da impessoalidade tem
órgãos integrantes da administração direta, e, pelas entidades da estreita relação com o também principio constitucional da
administração indireta. isonomia, ou igualdade, sendo dessa forma vedada perseguições
ou benesses pessoais.
Natureza Jurídica da Administração Pública Princípio da Moralidade:
O regime jurídico-administrativo da Administração Pública é Tal princípio vem expresso na Constituição Federal no caput
um regramento de direito público, sendo aplicável aos órgãos e en- do artigo 37, que trata especificamente da moral administrativa,
tidades vinculadas e que compõe a administração pública e ainda à onde se refere à ideia de probidade e boa-fé.
atuação dos agentes administrativos em geral. A partir da Constituição de 1988, a moralidade passou ao
Tem seu embasamento na concepção de existência de poderes status de principio constitucional, dessa maneira pode-se dizer que
especiais passíveis de ser exercidos pela administração pública, um ato imoral é também um ato inconstitucional.
por meio de seus órgãos e entidades, e exteriorizados pode meio de A falta da moral comum impõe, nos atos administrativos a
seus agentes, que por sua vez é controlado ou limitado por impo- presença coercitiva e obrigatória da moral administrativa, que se
sições também especiais à atuação da administração pública, não constitui de um conjunto de regras e normas de conduta impostas
ao administrador da coisa pública.
existentes nas relações de direito privado.
Assim o legislador constituinte utilizando-se dos conceitos da
Moral e dos Costumes uma fonte subsidiária do Direito positivo,
Princípios da Administração Pública
como forma de impor à Administração Pública, por meio de juízo
A Administração Pública é a atividade do Estado exercida
de valor, um comportamento obrigatoriamente ético e moral
pelos seus órgãos encarregados do desempenho das atribuições
no exercício de suas atribuições administrativas, através do
públicas, em outras palavras é o conjunto de órgãos e funções ins-
pressuposto da moralidade.
tituídos e necessários para a obtenção dos objetivos do governo. A noção de moral administrativa não esta vinculada às
A atividade administrativa, em qualquer dos poderes ou esfe- convicções intimas e pessoais do agente público, mas sim a noção
ras, obedece aos princípios da legalidade, impessoalidade, mora- de atuação adequada e ética perante a coletividade, durante a
lidade, publicidade e eficiência, como impõe a norma fundamental gerência da coisa pública.

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Princípio da Publicidade: Os poderes que a Administração possui classificam-se em po-
Por este principio constitucional, temos que a administração der Vinculado, Discricionário, Hierárquico, Disciplinar, Regula-
tem o dever de oferecer transparência de todos os atos que praticar, mentar e de Polícia.
e de todas as informações que estejam armazenadas em seus
bancos de dados referentes aos administrados. Poder Vinculado:
Portanto, se a Administração Pública tem atuação na defesa O poder da Administração Pública ocorre por meio de força
e busca aos interesses coletivos, todas as informações e atos vinculante que lhe é imposta e garantida pela Constituição Federal
praticados devem ser acessíveis aos cidadãos. de 1988, mais precisamente em seu artigo 37, onde há vinculação
Por tal razão, os atos públicos devem ter divulgação oficial dos atos administrativos ao princípio da legalidade, ou seja, à força
como requisito de sua eficácia, salvo as exceções previstas em lei, do enunciado das leis editadas pelo Estado.
onde o sigilo deve ser mantido e preservado. O conhecido Poder Vinculado é aquele de que dispõe a admi-
Princípio da Eficiência: nistração pública para a prática de atos administrativos em que é
Por tal principio temos a imposição exigível à Administração mínima ou então inexistente a possibilidade de atuação do admi-
Pública de manter ou ampliar a qualidade dos serviços que presta nistrador público, em outras palavras é o poder de que ela se utiliza
ou põe a disposição dos administrados, evitando desperdícios e quando esta diante de uma situação em que a lei previamente já
buscando a excelência na prestação dos serviços. vinculou uma única forma de atuação.
Tem o objetivo principal de atingir as metas, buscando boa Dessa maneira, no tocante aos atos vinculados, não é possível
prestação de serviço, da maneira mais simples, mais célere e a administração pública formular considerações de oportunidade e
mais econômica, melhorando o custo-benefício da atividade da conveniência, sendo certo que sua atuação está limitada nos estri-
administração pública. tos conteúdos legais.
O administrador deve procurar a solução que melhor atenda Analisadas as considerações iniciais sobre o Poder Vincula-
aos interesses da coletividade, aproveitando ao máximo os recursos do, é possível então concluir que não se trata especificamente de
públicos, evitando dessa forma desperdícios. uma prerrogativa, assim entendida como poder, mas sim como um
dever da administração em cumprir e vincular-se ao que dispõe a
lei, quando não se verifica liberdade do administrador de escolhas.
PODERES ADMINISTRATIVOS: PODER Assim, temos que o poder vinculado da Administração Públi-
HIERÁRQUICO; PODER DISCIPLINAR; ca obriga ao administrador obedecer ao principio da legalidade,
PODER REGULAMENTAR; PODER DE e dessa forma, somente poderá emanar o ato, desde que esteja de
POLÍCIA. acordo com o que dispõe a lei, não havendo flexibilidade sobre a
execução do ato, tendo em vista que está diretamente vinculado a
lei.

Dos Poderes Administrativos Poder Discricionário


A Administração é dotada de poderes ou prerrogativas instru- Temos pelo Poder Discricionário aquele mediante o qual o
mentais que garantem o efetivo desempenho de suas atribuições administrador tem a liberdade de praticar a ação administrativa,
que lhe são legalmente definidas. escolhendo por parâmetros de conveniência, necessidade,
Os poderes administrativos são o conjunto de prerrogativas oportunidade e conteúdo do ato, mas dentro dos limites impostos
que a Administração Pública possui para alcançar os fins almeja- pela lei.
dos pelo Estado, tais poderes são inerentes à Administração Pú- A conveniência se identifica quando o ato interessa, convém
blica para que esta possa proteger o interesse público. Encerram ou satisfaz ao interesse público. Há oportunidade quando o ato é
prerrogativas de autoridade, as quais, por isso mesmo, só podem praticado no momento adequado à satisfação do interesse público.
ser exercidas nos limites da lei. São juízos subjetivos do agente competente que levam a autoridade
Muito embora a expressão poder pareça apenas uma faculda- a decidir, nos termos da lei, que se incumbe de indicar quando é
de de atuação da Administração Pública, o fato é que os poderes possível essa atuação.
administrativos envolvem não uma mera faculdade de agir, mas O Poder Discricionário tem como base a autorização legal
sim um dever de atuar diante das situações apresentadas ao Poder conferida ao administrador público decida, nos limites da lei, sobre
Público. a conveniência e oportunidade da prática do ato discricionário,
Trata-se, portanto, de um poder-dever, no sentido de que a bem como de escolher seu conteúdo, sendo passível de análise
Administração Pública deve agir, na medida em que os poderes sobre o mérito administrativo.
conferidos ao Estado são irrenunciáveis. Entende-se dessa manei- A discricionariedade atribuída à Administração trata-se
ra a noção de deveres administrativos oriundos da obrigação do efetivamente de uma prerrogativa, um poder conferida pela lei
Poder Público em atuar, utilizando-se dos poderes e prerrogativas à Administração, entretanto, não remete ao livre arbítrio para o
atribuídos mediante lei. exercício de suas atribuições, cabendo, contudo, à Administração
O dever de agir está ligado à própria noção de prerrogativas a análise livre da conveniência e da oportunidade para a prática
públicas garantidas ao Estado, que enseja, por consequência, ou- de qualquer ato, obedecidas as regras vinculativas definidas pelo
tros deveres: dever de eficiência, dever de probidade, dever de direito positivo. A discricionariedade encontra limites na lei,
prestar contas, dever de dar continuidade nos serviços públicos, nos princípios gerais de direito e nos preceitos de moralidade
entre outros. administrativa.

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Poder Hierárquico Poder Regulamentar
O Poder Hierárquico é o poder de que dispõe o Executivo para O Poder Regulamentar é o poder inerente e privativo do Chefe
distribuir e escalonar as funções de seus órgãos e a atuação de seus do Poder Executivo, indelegável a qualquer subordinado, trata-se
agentes, estabelecendo assim a relação de subordinação. do poder atribuído ao chefe do Poder Executivo para editar atos,
Importante esclarecer que hierarquia caracteriza-se pela com o objetivo de dar fiel cumprimento ás leis.
existência de níveis de subordinação entre órgãos e agentes Temos por regulamento como ato normativo, expedido através
públicos, sempre no âmbito de uma mesma pessoa jurídica. Assim, de decreto, com o fim de explicar o modo e a forma de execução
podemos verificar a presença da hierarquia entre órgãos e agentes da lei, ou prover situações não disciplinadas em lei, importante
na esfera interna da Administração Direta do Poder Executivo, destacar que o regulamento não tem a capacidade e a competência
ou então hierarquia entre órgãos e agentes internamente de uma de inovar o direito previsto em lei, não cria obrigações, apenas
fundação pública. explica e detalha o direito, e sobretudo, uniformiza procedimentos
Caracterizam-se pelo poder de comando de agentes necessários para o cumprimento e execução da lei.
administrativos superiores sobre seus subordinados, contendo a
O regulamento, portanto, constitui-se em um conjunto de
prerrogativa de ordenar, fiscalizar, rever, delegar tarefas a seus
normas que orientam a execução de uma determinada matéria.
subordinados.
Diante de tais conceitos podemos concluir que o regulamento
É o poder que dispõe o Executivo para distribuir e organizar
é a explicitação da lei em forma de decreto executivo, não se
as funções de seus agentes e órgãos, estabelecendo relação
de subordinação entre seus servidores, tal subordinação, vale inscrevendo como tal os decretos autônomos, até porque não
destacar, é de caráter interno, somente é aplicável dentro da própria há em nosso ordenamento jurídico o instituto dos regulamentos
Administração Pública. autônomo com força de lei, cuja competência de edição fica sob a
A hierarquia estabelece uma ordem de importância gerando responsabilidade do Chefe do Poder Executivo.
forma às relações de coordenação e de subordinação entre os
agentes públicos, adquirindo assim uma relação de subordinação Poder de Polícia
escalonada objetivando a ordem das atividades administrativas. É sabido que a partir da Constituição Federal e das leis em
Para a preservação do principio hierárquico é indispensável nosso ordenamento jurídico, foi conferido uma série de direitos
mencionar que o descumprimento de ordem de superior hierárquico aos cidadãos, que por sua vez, tem o seu pleno exercício vinculado
constitui-se em ato ilícito, passível de punição administrativa e com o bem estar social.
penal. Assim o servidor público subalterno deve estrita obediência Assim, é por meio do Poder de Polícia que a Administração
às ordens e demais instruções legais de seus superiores. limita o exercício dos direitos individuais e coletivos com o
objetivo de assegurar a ordem pública, estabelecendo assim um
Poder Disciplinar nível aceitável de convivência social, esse poder também pode ser
O Poder Disciplinar é o poder de punir internamente não só as denominado de polícia administrativa.
infrações funcionais dos servidores, sendo indispensável à apuração É o poder deferido ao Estado, necessário ao estabelecimento
regular da falta, mas também as infrações de todas as pessoas das medidas que a ordem, a saúde e a moralidade pública exigem.
sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. O principio norteador da aplicação do Poder de Polícia é a
Decorre da supremacia especial que o Estado exerce sobre predominância do interesse público sobre o interesse privado.
todos aqueles que se vinculam à Administração. O Poder de Polícia resume-se na prerrogativa conferida
O Poder Disciplinar não pode ser confundido ainda com o a Administração Pública para, na forma e nos limites legais,
Poder Hierárquico, porém a ele está vinculado e é correlato. Pelo condiciona ou restringe o uso de bens, exercício de direitos e
descumprimento do poder hierárquico o subalterno pode ser punido a pratica de atividades privadas, com o objetivo de proteger os
administrativa ou judicialmente. É assim a aplicação do poder
interesses gerais da coletividade.
disciplinar, a faculdade do hierarca de punir administrativamente
Assim, é a atividade do Estado que consiste em limitar o
o subalterno, dentro dos limites legais, dessa faculdade de punir
exercício dos direitos individuais em benefício do interesse
verifica-se a existência, mesmo que mínima, da discricionariedade
público.
administrativa, pois há análise de conveniência e oportunidade.
Também não se confunde com o poder punitivo do Estado, que Mesmo sendo considerado como poder discricionário da
é realizado através do Poder Judiciário e é aplicado com finalidade Administração, o Poder de Polícia é controlado e limitado
social, visando à repressão de crimes e contravenções devidamente pelo ordenamento jurídico que regulam a atuação da própria
tipificados nas leis penais. Administração, isto porque o Estado deve sempre perseguir o
O poder disciplinar é exercido como faculdade punitiva interesse público, mas sem que haja ofensa aos direitos individuais
interna da Administração Pública e por isso mesmo só abrange as garantidos por lei.
infrações relacionadas com o serviço público. Dessa forma, podemos concluir que o Poder de Polícia é um
Em se tratando de servidor público, as penalidades poder de vigilância, cujo objetivo maior é o bem-estar social,
disciplinares vêm definidas dos respectivos Estatutos. impedindo que os abusos dos direitos pessoais possam ameaçar os
Cumpre ressaltar que a atuação do Poder Disciplinar direitos e interesses gerais da coletividade.
deve obedecer necessariamente aos princípios informativos Decorre, portanto do Poder de Polícia, a aplicação de sanções
e constitucionais da Administração, entre eles o principio da para fazer cumprir suas determinações, fundamentadas na lei, e
legalidade e o principio da motivação, aos quais se anexa ao assim, diversas são as sanções passiveis de aplicação, previstas
principio da ampla defesa, do contraditório e do devido processo nas mais variadas e esparsas leis administrativas, que podem ser
legal. aplicadas no âmbito da atividade de polícia administrativa.

Didatismo e Conhecimento 3
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Importante esclarecer que o poder de polícia administrativa pelo Estado ou delegados, sob o regime jurídico de direito público,
incide sobre atividades e sobre bens, não diretamente sobre os ou seja, a atividade jurisdicional, atividade de governo, atividade
cidadãos, haja vista que não existem sanções aplicadas decorrentes legislativa, prestação de serviço público, colocados a disposição
do poder de polícia administrativa que impliquem em restrição ao da coletividade.
direito de liberdade das pessoas como detenção e prisão. De outra forma, estudando o conceito de “serviço público”,
Assim, várias são as sanções decorrentes do poder de polícia, mas sob análise mais restritiva, temos que são todas as prestações
tais como: multa administrativa; demolição de construções de utilidade ou comodidades materiais efetuadas diretamente e ex-
irregulares; apreensão de mercadorias com entrada irregular no clusivamente ao povo, seja pela administração pública ou pelos
território nacional; interdição de estabelecimento comerciais que delegatários de serviço público, voltado sempre à satisfação dos
estão em desacordo com a lei; embargos administrativos a obras, interesses coletivos.
entre outras. O objetivo da Administração Pública, no exercício de suas
Por fim, importante mencionar que, via de regra, prescreve atribuições, é de garantir à coletividade a prestação dos serviços
em 05 (cinco) anos as ações punitivas decorrentes do exercício do públicos de maneira tal que possa corresponder aos anseios da co-
poder de polícia. letividade, atingindo diretamente o interesse público, devendo o
Poder Público disciplinar a aplicação dos recursos materiais (orça-
SERVIÇOS PÚBLICOS: CONCEITO E PRINCÍPIOS. mentários), visando a aplicação no desenvolvimento de programas
Conceito: de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, mo-
Inicialmente, devemos elucidar que a Constituição Federal dernização e otimização da prestação dos serviços públicos.
de 1988 não conceitua “serviço público”, e tampouco temos no
ordenamento jurídico pátrio, em leis esparsas, seu significado Princípios informativos dos serviços públicos:
legal. A relevância e a prevalência do interesse coletivo sobre o
Dessa maneira temos que ficou sob os cuidados da doutrina interesse de particulares informam os princípios que orientam a
administrativa elaborar seu significado, entretanto, não existe um disposição e organização do funcionamento dos serviços públicos.
conceito doutrinário consensual de “serviço público”. Importante ressaltar que, a figura principal no serviço público não
Nos ensinamentos do Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello, é seu titular, nem mesmo o prestador dele, as sim o usuário dos
o conceito de serviço público é: “certas atividades (consistentes serviços.
na prestação de utilidade ou comodidade material) destinada a Além dos princípios gerais do Direito Administrativo, tanto
satisfazer a coletividade em geral, são qualificadas como serviços os princípios expressos na Constituição Federal, como também
públicos quando, em dado tempo, o Estado reputa que não con- os implícitos, presentes em toda a atividade administrativa,
vém relegá-las simplesmente a livre iniciativa; ou seja, que não é especificamente na prestação dos serviços públicos, identifica-
socialmente desejável fiquem tão só assujeitadas à fiscalização e se a presença de mais quatros, que norteia e orienta a prestação
controles que exerce sobre a generalidade das atividades priva- dos serviços colocados a disposição da coletividade, quais são:
das.” o Princípio da Continuidade do Serviço Público; Principio da
Celso Antônio Bandeira de Mello ainda complementa seu Mutabilidade do Regime Jurídico e o Princípio da Igualdade
conceito afirmando que: “é toda atividade de oferecimento de uti- dos Usuários do Serviço Público, e ainda o Princípio do
lidade ou comodidade material destinada à satisfação da coleti- Aperfeiçoamento.
vidade em geral, mas fruível singularmente pelos administrados, Princípio da Continuidade do Serviço Público:
que o Estado assume como pertinente a seus deveres e presta por O serviço público deve ser prestado de maneira continua, o
si mesmo ou por quem lhe faça as vezes, sob um regime de Direito que significa dizer que não é passível de interrupção. Isto ocorre
Público – portanto, consagrador de prerrogativas de supremacia justamente pela própria importância de que o serviço público se
e de restrições especiais - , instituído em favor dos interesses defi- reveste diante dos anseios da coletividade.
nidos como públicos no sistema normativo”. É o principio que orienta sobre a impossibilidade de
Segundo o jurista Hely Lopes de Meirelles, serviço público é: paralisação, ou interrupção dos serviços públicos, e o pleno direito
“todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, dos administrados a que não seja suspenso ou interrompido, pois
sob normas e controle estatal, para satisfazer necessidades essen- entende-se que a continuidade dos serviços públicos é essencial a
ciais ou secundárias da coletividade, ou simples conveniência do comunidade, não podendo assim sofrer interrupções.
Estado”. Diante de tal princípio temos o desdobramento de outros de
Para a Profª Maria Sylvia ZanellaDi Prieto, temos o entendi- suma importância para o “serviço público», quais são: qualidade e
mento de serviços públicos sob a ótica de dois elementos, ‘subje- regularidade, assim como com eficiência e oportunidade.
tivo’ e ‘formal’, senão vejamos seu posicionamento: “o elemento Princípio da Mutabilidade do Regime Jurídico:
subjetivo, porque não mais se pode considerar que as pessoas ju- É aquele que reconhece para o Estado o poder de mudar de
rídicas públicas são as únicas que prestam serviços públicos; os forma unilateral as regras que incidem sobre o serviço público,
particulares podem fazê-lo por delegação do poder público, e o tendo como objetivo a adaptação às novas necessidades, visando o
elemento formal, uma vez que nem todo serviço público é prestado equilíbrio na relação contratual econômico-financeira, satisfazendo
sob regime jurídico exclusivamente público”. o interesse geral à máxima eficácia.
Assim, verifica-se que, nas mais variadas concepções jurídi- Em atenção ao Princípio da Mutabilidade do Regime Jurídico
cas acerca do conceito de “serviço público”, podemos facilmente dos Serviços Públicos, temos a lição da Profª. Maria Sylvia Za-
definir os pontos em comum e aceitar, de maneira ampla que ser- nella Di Prieto, que assim leciona: “nem os servidores públicos,
viço público é como o conjunto de todas as atividades exercidas nem os usuários de serviço públicos, nem os contratados pela Ad-

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ministração têm direito adquirido à manutenção de determinado Assim, é delegado ao vencedor da licitação na modalidade
regime jurídico; o estatuto dos funcionários pode ser alterado, de concorrência pública a prestação de serviços públicos, que ge-
os contratos também podem ser alterados ou mesmo reincididos ralmente ocorre no tocante a concessão da execução de serviços
unilateralmente para atender ao interesse público; o aumento das públicos.
tarifas é feito unilateralmente pela Administração, sendo de apli- Importante esclarecer o conceito de Poder Concedente, assim
cação imediata”. entendido como a União, o Estado, o DF ou Município, em cuja
Justamente por vincular-se o regime jurídico dos contratos competência se encontre o serviço público, assim a titularidade
administrativos de concessão e permissão de serviços públicos aos continua sendo sua somente será transferida a execução dos servi-
preceitos de Direito Público, com suas cláusulas exorbitantes, e ços públicos à concessionária.
ainda em presença da necessidade constante da adaptação dos ser- Nos ensinamentos do jurista Hely Lopes Meirelles, temos que
viços públicos ao interesse coletivo, torna-se necessária e razoável “pela concessão, o poder concedente não transfere a propriedade
a possibilidade de alteração, ou mudança do regime de execução alguma ao concessionário, nem se despoja de qualquer direito ou
dos serviços, objetivando adequar aos interesses coletivos.
prerrogativa pública. Delega, apenas, a execução do serviço, nos
Principio da igualdade dos usuários dos serviços públicos:
limites e condições legais ou contratuais, sempre sujeita à regula-
Constituição Federal diz que todos são iguais perante a lei e
mentação e fiscalização do concedente.”
desta forma não podemos ser tratados de forma injusta e desigual,
assim, não se pode restringir o acesso aos benefícios dos serviços Para o Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello, conceituando
públicos para os sujeitos que se encontrarem em igualdade de con- o instituto da concessão de serviço público, ensina que: “é o ins-
dições. tituto através do qual o Estado atribuiu o exercício de um serviço
Diante de tal principio temos o desdobramento de dois aspec- público a alguém que aceita prestá-lo em nome próprio, por sua
tos da Igualdade dos Usuários de Serviços públicos: conta em risco, nas condições fixadas e alteráveis unilateralmente
- A Universalidade que significa dizer que o serviço público pelo Poder Público, mas sob garantia contratual de um equilíbrio
deve ser prestado em benefício de todos os sujeitos que se encon- econômico-financeiro , remunerando-se pela própria exploração
tram em equivalente situação. do serviço, em geral e basicamente mediante tarifas cobradas di-
- A Neutralidade, que significa dizer que é impossível dar retamente dos usuários do serviço”.
qualquer tipo de privilégios que forem incompatíveis com o prin- Neste sentido, verifica-se que a concessão é mecanismo de
cípio da isonomia. Logo são “impossíveis” vantagens individuais delegação de direito público, pois, as suas cláusulas contratuais
fundadas em raça, sexo, credo religioso,time de futebol e etc. são editadas pelo Poder Público, que poderá a qualquer tempo
Princípio do Aperfeiçoamento: modificá-las de forma unilateral, tendo em vista que não há que
Temos o aperfeiçoamento como uma constante evolução da se falar em igualdade entre as partes contratantes em atenção ao
sociedade, dessa forma, e simplesmente por isso, é que no ser- principio da soberania do Estado.
viço público ele se impõe como um direito do cidadão, assim, o Entretanto, está presente, como em todo contrato, a bilatera-
aperfeiçoamento da prestação dos serviços públicos vincula-se à lidade, pois, ao aderir ao contrato de concessão, o concessionário
eficiência dos serviços a serem prestados. integra a relação jurídica contratual, com declaração de vontade
própria, mas aceitando os termos e condições impostas pela Ad-
Titularidade do serviço e titularidade da prestação dos ministração Pública.
serviços: O que ocorre com os contratos de concessão de serviços pú-
Não se pode confundir a titularidade do serviço com a titulari- blicos é que são vinculados ao processo licitatório, assim, as suas
dade da prestação dos serviços públicos, sendo certo que tratam-se cláusulas devem atender obrigatoriamente o que estiver estipula-
de realidades e significados totalmente distintos. do no edital de abertura da licitação. Por se tratar de um contrato
O fato de o Poder Público ser titular de serviços públicos, ou
administrativo, o contrato de concessão tem como objeto o bem
seja, ser o sujeito que detém a responsabilidade de zelar pela sua
público, a utilidade pública e ainda o interesse da coletividade, que
prestação, não significa que deva ser obrigatoriamente prestá-los
se explica facilmente, pelo fato do destinatário da realização do
por si só de maneira exclusiva, sendo que na grande maioria das
vezes, estará a Administração pública obrigada a disciplinar e pro- serviço é justamente o cidadão.
mover a prestação, bem como efetuar a fiscalização sobre a forma Oportuno ainda esclarecer que nas concessões de serviço pú-
que esta sendo executado o serviço público. blico é admitida a subconcessão, desde que prevista em cláusula
Dessa maneira, tanto poderá a administração pública, por especifica no contrato administrativo e no edital da abertura da li-
meios próprios prestar os serviços públicos, como poderá promo- citação, vinculado, entretanto, a autorização do poder concedente,
ver-lhes a prestação conferindo a entidades externas a administra- após a verificação do interesse público.
ção seu cumprimento e execução. É possível também ocorrer o instituto da concessão em obras
Entidades externas podem ser assim entendidas como os par- públicas, através da privatização temporária de uso. Trata-se de
ticulares estranhos aos quadros da administração pública e ainda a um contrato administrativo avençado entre o Poder Público e o
administração indireta. Dessa forma, poderá o Poder Público con- concessionário para a execução de uma obra pública, mediante
ferir autorização, permissão ou concessão de serviços públicos, remuneração posterior a ser paga pela exploração dos serviços ou
como formas de sua execução. então utilidades proporcionadas pela própria execução da obra.
Concessão de serviços públicos: Como dito, a concessão deverá ser formalizada mediante con-
É a delegação de serviços públicos feita pelo poder concedente trato, a título precário, precedido de procedimento licitatório (na
mediante licitação na modalidade concorrência à pessoa que modalidade de concorrência), definindo o objeto, a área, o prazo
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco da concessão, o modo de sua execução, a forma e as condições da
e por prazo determinado. concessão da obra pública, para tanto, a empresa deve demonstrar

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o interesse na contratação com o poder concedente, comprovando - Autorização: poderá ocorrer em três modalidades que são:
sua capacidade para o desempenho das obrigações assumidas da a) autorização de uso – ocorre quando um particular é autori-
obra, por sua conta e risco e por prazo determinado. zado a utilizar bem público de forma especial, exemplo: a autoriza-
Ressalta-se que o contrato de concessão de obra pública, fir- ção de uso de uma rua para realização de uma quermesse.
mado por tempo determinado, não pode ser objeto de prorrogação,  b) autorização de atos privados controlados – em que o
não se situando a prerrogativa discricionária conferida ao Poder particular não pode exercer certas atividades sem autorização do
Público, sendo que sua eventual prorrogação fere o princípio da poder público, são atividades exercidas por particulares mas con-
isonomia entre os licitantes, e participantes do certame licitatório sideradas de interesse público.
de concessão. OBS: autorização é diferente de licença, termos semelhantes.
Permissão: A autorização é ato discricionário, enquanto a licença é vinculado.
É a delegação, a título precário, mediante licitação da Na licença o interessado tem direito de obtê-la, e pode exigi-la,
prestação de serviços públicos feita pelo poder concedente, a desde que preencha certos requisitos, ex. licença para dirigir ve-
pessoa que demonstre capacidade de desempenho por sua conta ículo.
e risco. A permissão de serviço público será formalizada mediante
contrato de adesão, e será contratado sempre em caráter precário,
com prazo determinado. ATO ADMINISTRATIVO: CONCEITO,
Importante ressaltar que no instituto da permissão de servi- REQUISITOS E ATRIBUTOS; ANULAÇÃO,
ços públicos admite-se a presença de pessoa física, além da pessoa REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO;
jurídica, sendo que a legislação que regula a matéria não inclui a DISCRICIONARIEDADE E VINCULAÇÃO.
possibilidade de contratação pela permissão de consórcios.
No instituto da Permissão, a Administração Pública possui a
prerrogativa de estabelecer de forma unilateral os requisitos e con-
dições impostas diante da execução de serviços públicos permiti- Conceito:
dos e confiados ao particular, que durante o procedimento licitató- Atos administrativos são espécies do gênero “ato jurídico”,
ou seja, são manifestações humanas, voluntárias, unilaterais e
rio, comprovou possuir capacidade para seu desempenho.
destinadas diretamente à produção de efeitos no mundo jurídico.
Em virtude do caráter precário das permissões e de seu prazo
De acordo com os ensinamentos do jurista Celso Antônio
determinado, os permissionários não gozam de prerrogativas ga-
Bandeira de Mello, ato administrativo pode ser conceituado como:
rantidas por lei aos concessionários de serviço público, devendo
“declaração do Estado (ou de quem lhe faça às vezes – como,
portanto, seguir as normas e orientações dos Poder Público.
por exemplo, um concessionário de serviço público), no exercício
Autorização de serviços públicos:
de prerrogativas públicas, manifestada mediante providências
Coloca-se ao lado da concessão e da permissão de serviços
jurídicas complementares da lei a título de lhe dar cumprimento, e
públicos, destina-se a serviços muito simples, de alcance limitado,
sujeitas a controle de legitimidade por órgão jurisdicional”.
ou a trabalhos de emergência, e a hipóteses transitórias e especiais, Segundo o conceito formulado por Hely Lopes Meirelles,
podendo ainda ser utilizado para as situações em que o serviço seja temos que: “ato administrativo é toda manifestação unilateral
prestado a usuários específicos e restritos. de vontade da Administração Pública que, agindo nessa
Assim, temos que a autorização de serviços públicos é o ato qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir,
administrativo discricionário por meio do qual é delegada a um modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos
particular, sempre em caráter precário, a prestação de serviços pú- administrados ou a si própria”.
blicos que não exija alto grau de complexidade e especialização Para Maria Sylvia Di Pietro, ato administrativo pode ser
técnica, nem mesmo a comprovação do particular autorizado a definido como: “a declaração do Estado ou de quem o represente,
execução dos serviços, possuir grande aporte de capital financeiro. produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei,
Para a contratação por meio do instituto da autorização de ser- sob regime jurídico de direito público e sujeita a controle pelo
viços públicos, não há licitação, para tanto, os serviços públicos Judiciário”.
autorizados estão sujeitos a modificação ou revogação de sua exe- Dessa forma, temos que é por meio do ato administrativo que a
cução, por meio de ato discricionário da delegação, cuja denomi- função administrativa se concretiza, sendo toda a exteriorização da
nação é termo de autorização. vontade do Estado, executada pelos agentes públicos, objetivando
Isto ocorre em virtude da precariedade que reveste o ato admi- alcançar o interesse coletivo.
nistrativo que autorizou a delegação do serviço ao particular. Cum- Concluindo então, ato administrativo é a manifestação
pre esclarecer que a autorização, mesmo sendo precária não possui ou declaração da Administração Pública, editada pelo Poder
prazo determinado para seu encerramento, e em via de regra, não é Público, através de seus agentes, no exercício concreto da função
passível de indenização por decorrente de sua revogação. administrativa que exerce, ou de quem lhe faça às vezes, sob as
Oportuno ainda ressaltar que a autorização do serviço público regras de direito público, com a finalidade de preservar e alcançar
não pode ser confundido com a autorização decorrente do ato de os interesses da coletividade, passível de controle Jurisdicional.
polícia administrativa outorgada no exercício do poder de polícia
conferido a Administração Pública, como condição para a práti- Requisitos e elementos do ato administrativo:
ca de atividades privadas pelos particulares, o que não se pode A doutrina administrativa é pacifica em apontar cinco
confundir com a transferência, por delegação, da titularidade da requisitos básicos, ou elementos dos atos administrativos:
execução e prestação dos serviços públicos. competência, finalidade, forma, motivo e objeto.

Didatismo e Conhecimento 6
DIREITO ADMINISTRATIVO
Além, naturalmente, dos requisitos gerais de todos os atos figura vício insanável, com a obrigatória anulação do ato. O vício
jurídicos perfeitos, como agente capaz, objeto lícito e forma de finalidade é denominado pela doutrina como desvio de poder,
prescrita ou não proibida em lei. configurando em uma das modalidades do abuso de poder.
Trata-se de requisitos fundamentais para a validade do Forma:
ato administrativo, pois o atos que for editado ou praticado em A forma é o modo de exteriorização do ato administrativo.
desacordo com o que a lei estabeleça para cada requisito, será, via Todo ato administrativo, em principio, deve ser formal, e a forma
de regra, um ato nulo. exigida pela lei quase sempre é escrita, em atendimento inclusive
Competência: ao principio constitucional de publicidade.
A definição de competência é o poder legal conferido ao agente A forma, ou formalidade é o conjunto de exterioridades que
público para o desempenho regular e específico das atribuições de devem ser observadas para a regularidade do ato administrativo,
seu cargo. É a competência a condição primeira de validade do ato assim, temos que todo ato administrativo é formal, pelo que sua
administrativo, onde deve haver uma análise sobre a incidência ou falta resulta, necessariamente, na inexistência do ato administra-
não da capacidade específica e legalmente definida para a prática tivo.
do ato. Existe em dois sentidos, no amplo e no estrito. Em sentido
Importante observar que a noção de competência do agente, na amplo é o procedimento previsto em lei para a prática regular do
esfera do Direito Administrativo, alcança, além do agente, também ato administrativo. Seu sentido estrito refere-se ao conjunto de re-
o órgão do Estado que ele representa, dessa forma, conclui-se que a quisitos formais que devem constar no próprio ato administrativo,
competência é prerrogativa do Estado, exercitada por seus agentes, de acordo com suas formalidades próprias.
respeitada a hierarquia e distribuição constitucional de atribuições. Motivo:
A competência é um elemento, ou requisito, sempre vinculado, O motivo é a causa imediata do ato administrativo, é a si-
ou seja, não há possibilidade de escolha na determinação da tuação fática, ou jurídica, que determina ou possibilita a atuação
competência para a prática de um ato, tendo em vista que tal administrativa, razão pela qual todo ato administrativo deve ser
vinculação decorre de lei. motivado, assim temos que o motivo é elemento integrante do ato.
Para os estudos sobre o requisito da competência do ato O motivo do ato administrativo não se traduz apenas como
um elemente, mas também como um pressuposto objetivo do ato
administrativo, se mostra necessário e oportuno mencionar a
em si, a motivação do ato administrativo tornou-se regra jurídico-
existência das figuras da avocação de competência e a delegação
-administrativa abrigatória.
de competência.
Destaca-se que, de acordo com a teoria dos motivos deter-
Nos casos em que houver avocação ou delegação de
minantes, que consiste em explicitar que a administração pública
competência não se verifica a transferência da titularidade da
está sujeita e passiva de controle administrativo e/ou judicial, dian-
competência, apenas o seu exercício. Importante salientar que o
te do controle de legalidade e legitimidade, relativo a existência e
ato de delegação ou avocação de competência é discricionário e
a pertinência dos motivos, fáticos e legais, que a declarou como
revogável a qualquer momento. causa determinante para a prática do ato.
A avocação é o ato mediante o qual o superior hierárquico traz Dessa maneira, caso seja comprovada a não ocorrência da si-
para si o exercício temporário de certa competência atribuída por tuação declarada como determinante para a prática do ato, ou então
lei a um subordinado, devendo ser medida excepcional e de caráter a inadequação entre a situação ocorrida e o motivo descrito na lei,
precário, sendo que a avocação não será possível quando se tratar o ato será nulo.
de competência exclusiva do subordinado. A Teoria dos Motivos Determinantes aplica-se tanto a atos
A delegação, doutro modo é o ato mediante o qual o superior vinculados quanto a atos discricionários, mesmo aos atos discri-
hierárquico delega para seu subordinado ou a outro órgão, cionários em que , embora não fosse obrigatória, tenha havido
competência que lhe pertence, também tem a característica de ser motivação.
temporário e revogável a qualquer momento, devendo seguir os Objeto:
limites previstos em lei, O objeto é o próprio conteúdo material do ato. O objeto do ato
Quando o agente público ou órgão atua fora, ou além, de administrativo identifica-se com o seu conteúdo, por meio do qual
sua esfera de competência, temos presente então uma das figuras a administração manifesta sua vontade, ou simplesmente atesta si-
de abuso de poder, ou excesso de poder, que, nem sempre esta tuações preexistentes.
fadado a anulação do ato, visto que o vício de competência admite De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, o objeto do
convalidação, salve se tratar de competência em razão da matéria ato administrativo “é aquilo que o ato dispõe, isto é, o que o ato
ou de competência exclusiva. decide, enuncia, certifica, opina ou modifica na ordem jurídica”
Finalidade: Pode-se dizer que o objeto doa ato administrativo é a própria
Ao editar determinado ato administrativo, o Poder Público alteração na esfera jurídica que o ato provoca, é o efeito jurídico
deve perseguir o interesse público. É o objetivo principal que a imediato que o ato editado produz.
Administração Pública pretende alcançar com a prática do ato
administrativo. Atributos do Ato Administrativo:
Dessa maneira a finalidade do ato deve ser sempre o interesse Entende-se por atributos dos atos administrativos as qualida-
da coletividade e a finalidade específica prevista em lei para aquele des ou características dos atos administrativos, uma vez que re-
ato da administração. quisitos dos atos administrativos constituem condições que devem
Sendo requisito de validade do ato, é nulo qualquer ato prati- obrigatoriamente ser observadas para a sua validade, os atributos
cado visando exclusivamente o interesse privado, ou seja, o desa- podem ser entendidos como as características dos atos adminis-
tendimento a qualquer das finalidades do ato administrativo con- trativos.

Didatismo e Conhecimento 7
DIREITO ADMINISTRATIVO
Os atributos dos atos administrativos citados pelos principais O desfazimento do ato administrativo poderá ser resultante
autores são: presunção de legitimidade; imperatividade; autoexe- do reconhecimento de sua ilegitimidade, de vícios em sua forma-
cutoriedade e tipicidade. ção, ou então poderá ser declarada a falta de necessidade de sua
Presunção de Legitimidade: validade.
A presunção de legitimidade, ou legalidade, é a única caracte- Assim, o ato administrativo é considerado extinto quando
rística presente em todos os atos administrativos. ocorrer as principais formas de extinção: Revogação, Anulação e
Assim, uma vez praticado o ato administrativo, ele se presume Cassação.
legítimo e, em princípio, apto para produzir os efeitos que lhe são Revogação:
inerentes, cabendo então ao administrado a prova de eventual vício A revogação é modalidade de extinção de ato administrativo
do ato, caso pretenda ver afastada a sua aplicação, dessa maneira que ocorre por razões de oportunidade e conveniência. A Adminis-
verificamos que o Estado, diante da presunção de legitimidade, tração Pública pode revogar um ato quando entender que, embora
não precisa comprovar a regularidade dos seus atos. se trate de um ato válido, que atenda a todas as prescrições legais,
Dessa maneira, mesmo quando eivado de vícios, o ato admi- não está de acordo com, ou não atende adequadamente ao interesse
nistrativo, até sua futura revogação ou anulação, tem eficácia plena público no caso concreto.
desde o momento de sua edição, produzindo regularmente seus Assim, temos que a revogação é a retirada, do mundo jurídico,
efeitos, podendo inclusive ser executado compulsoriamente. de um ato válido, mas que, por motivos de oportunidade e conve-
Imperatividade: niência (discricionariedade administrativa), tornou-se inoportuno
Pelo atributo da imperatividade do ato administrativo, temos ou inconveniente a sua manutenção.
a possibilidade de a administração pública, de maneira unilateral, Importante esclarecer que a medida de revogação de ato ad-
criar obrigações para os administrados, ou então impor-lhes res- ministrativo é ato exclusivo e privativo da Administração Pública
trições. que praticou o ato revogado. Assim, o Poder Judiciário em hipó-
Importante esclarecer que nem todos os atos administrativos tese alguma poderá revogar um ato administrativo editado pelo
são revestidos de imperatividade, mas, da mesma forma que ocor- Poder Executivo ou Poder Legislativo. Tal imposição decorre do
re relativamente à presunção de legitimidade, os atos acobertados Princípio da Autotutela do Estado em revogar seus próprios atos,
pela imperatividade podem, em princípio, ser imediatamente im- de acordo com sua vontade.
postos aos particulares a partir de sua edição. O ato revogatório não retroage para atingir efeitos passados
Autoexecutoriedade: do ato revogado, apenas impedindo que este continue a surtir efei-
O ato administrativo possui força executória imediatamente a tos, assim, temos que a revogação do ato administrativo opera com
partir de sua edição, isso ocorre porque as decisões administrativas o efeito “ex nunc”, ou seja, os efeitos da revogação não retroagem,
trazem em si a força necessária para a sua auto execução. Os atos passando a gerar seus regulares efeitos a partir do ato revogatório.
autoexecutórios são aqueles que podem ser materialmente imple- Anulação:
mentados pela administração, de maneira direta, inclusive median- Anulação ocorre quando um ato administrativo estiver eivado
te o uso de força, caso seja necessário, sem que a Administração de vícios, relativos a legalidade ou legitimidade. Pode a Adminis-
Pública precise de uma autorização judicial prévia. tração anulá-lo de ofício ou por provocação de terceiro, ou então
A autoexecutoriedade dos atos administrativos fundamenta-se pode o judiciário anulá-lo também, entretanto não pode agir de
na natureza pública da atividade administrativa, em razão desta, oficio, deve aguardar provovação.
atendendo o interesse público, assim, a faculdade de revestimento Seu controle de legitimidade ou legalidade deverá ocorrer em
do ato administrativo pela característica da autoexecução de seus sua forma, nunca em relação ao mérito do ato administrativo.
próprios atos se manifesta principalmente pela supremacia do in- Um vício de legalidade ou legitimidade pode ser sanável ou
teresse coletivo sobre o particular. insanável. Assim, quando se verificar que trata-se de um vício in-
Tipicidade: sanável, a anulação do ato deve ser obrigatória, entretanto, quando
Para a Profª. Maria Sylvia Di Pietro, a tipicidade é: “o atribu- se tratar de um vício sanável, o ato poder ser anulado ou convali-
to pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras de- dado, de acordo com a discricionariedade imposta à Administração
finidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados Pública, que irá efetuar um juizo de oportunidade e conveniência
resultados”. da manutenção dos efeitos do ato administrativo.
Visando a segurança jurídica aos administrados, o atributo da A anulação age retroativamente, ou seja, todos os efeitos pro-
tipicidade garante que o ato administrativo deve corresponder a vocados pelo ato anulado também são nulos, daí surge o denomi-
figuras previamente estabelecidas pelo ordenamento jurídico vi- nado efeito “ex tunc”, que significa dizer justamente que, com a
gente. anulação, os efeitos do ato retroage desde a sua origem.
Cassação:
Extinção dos Atos Administrativos: É a extinção do ato administrativo quando o seu beneficiário
O ato administrativo vigente permanecerá produzindo seus não cumpri fielmente os requisitos que deveria permanecer
efeitos no mundo jurídico até que algo capaz se alterar essa con- cumprindo, como forma de exigência para a manutenção do ato e
dição ocorra. Uma vez publicado e, eivado de ou não, terá plena de seus regulares efeitos jurídicos.
vigência e devera ser cumprido, em atendimento ao atributo da A Cassação pode ser também entendida como forma de san-
presunção de legitimidade, até o momento em que ocorra formal- ção para o particular que não cumpriu as exigências pré estabeleci-
mente a sua extinção. das para a manutenção de um determinado ato.

Didatismo e Conhecimento 8
DIREITO ADMINISTRATIVO
Convalidação de Atos Administrativos: Vinculação:
Temos como regra geral que, os ato administrativos quando Os atos vinculados são os que a Administração Pública pratica
eivados de vícios de legalidade ou legitimidade devem ser anu- sem qualquer margem de liberdade de decisão, tendo em vista que
lados. Entretanto, algumas hipóteses de vicios de legalidade dão a lei previamente determinou a única medida possível de ser ado-
origem a atos administrativos meramente anuláveis, ou seja, atos tada sempre que se configure a situação objetiva descrita em lei.
que, a critério da Adminstração Pública poderão ser anulados ou Dessa maneira, na edição de um ato vinculado a administra-
então convalidados. ção Pública não dispõe de nenhuma margem de decisão, sendo que
Desta forma, convalidar um ato administrativo é corrigi-lo ou o comportamento a ser adotado pelo Administrador está regula-
regularizá-lo, desde que não acarretem lesão os interesse público mentado em lei
nem mesmo prejuízo a terceiro, assim, verificados as condições
acima, os atos que apresentarem defeitos sanáveis, ou passiveis
de correção, poderão ser convalidados pela Própria Administração LEI Nº 6.107/94 (ESTATUTO DOS
Pública. SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DO ESTADO
Temos, portanto, que para a possibilidade de convalidação de DO MARANHÃO)
ato administrativo, é necessário atender as seguintes condições:
- O defeito seja sanável;
- O ato convalidado não poderá acarretar lesão ao interesse
público; Conforme exigido pelo Edital de Abertura do Certame, segue a
- O ato convalidado não poderá acarretar prejuízos a terceiros. íntegra do texto legal da Lei 6.107/94, que dispõe sobre o Estatuto
Por defeitos sanáveis temos aqueles cujos vícios são relativos dos Servidores Públicos Civil do Estado do Maranhão, com suas
à competência quanto à pessoa que editou o ato, desde que não se atualizações posteriores até a Lei nº 9.631, de 19 de junho 2012.
trate de hipótese de competência exclusiva, e ainda quando ocorrer
vício quanto a forma, desde que a lei não considere a forma um ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS
elemento do ato essencial à validade do mesmo. (LEI Nº 6.107, DE 27 DE JULHO DE 1994)
A convalidação pode incidir sobre atos vinculados e atos dis-
cricionários, pois não se trata de controle de mérito, mas sim de
Dispõe sobre o Estatuto dos Servidores Públicos Civis do
legalidade e legitimidade, relativos a vícios do ato administrativo
Estado e dá outras providências.
sanável, cuja análise recai sobre os elementos de competência e
forma, pois, caso a analise fosse feita sobre os elementos de mo-
O GOVERNADOR DO ESTADO DO MARANHÃO. Faço
tivo ou objeto, o controle seria no mérito administrativo do ato.
saber a todos os seus habitantes que a Assembleia Legislativa do
Estado decretou e eu sanciono a seguinte lei:
Discricionariedade:
Os atos discricionários são aqueles que a Administração Pú-
TÍTULO I
blica pode praticar com certa liberdade de escolha e decisão, sem-
pre dentro dos termos e limites legais, quanto ao seu conteúdo, Do regime jurídico do servidor público civil
seu modo de realização, sua oportunidade e conveniência admi- Capítulo Único
nistrativa. Das disposições preliminares
Na edição de um ato discricionário, a legislação outorga ao
agente público certa margem de liberdade de escolha, diante da Art. 1º – Esta lei institui o regime jurídico dos servidores
avaliação de oportunidade e conveniência da pratica do ato. públicos civis do Estado, das autarquias e fundações instituídas
Neste sentido, oportuno esclarecer a expressão “Mérito pelo poder público.
Administrativo”. Mérito do ato administrativo não é considerado Art. 2º – Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por
requisito para a formação do ato, mas tem implicações com esta lei:
o motivo e o objeto do ato, e consequentemente, com as suas I – os servidores do Poder Executivo e de suas autarquias e
condições de validade e eficácia. fundações públicas;
O mérito administrativo consubstancia-se, portanto, na II – os servidores administrativos dos Poderes Legislativo e
valoração dos motivos e na escolha do objeto do ato, feitas pela Judiciário.
Administração incumbida de sua prática quando autorizada a Art. 3º – Servidor público é a pessoa legalmente investida em
decidir sobre a conveniência, oportunidade e justiça do ato a cargo público.
realizar. Art. 4º – Cargo público é o conjunto de atribuições e
O merecimento é aspecto pertinente apenas aos atos responsabilidades cometidas a um servidor, com as características
administrativos praticados no exercício de competência essenciais de criação por lei, denominação própria, número certo
discricionária. Nos atos vinculados não há que se falar em mérito, pagamento pelos cofres públicos e provimento em caráter efetivo
visto que toda a atuação do Executivo se resume no atendimento ou em comissão.
das imposições legais. Quanto ao mérito administrativo a Art. 5º – É vedada a atribuição ao servidor de encargos alheios
Administração decide livremente, e sem possibilidade de correção ou diferentes dos que são inerentes ao cargo que ocupa.
judicial, salvo quando seu proceder caracterizar excesso ou desvio Art. 6º – É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os
de poder. casos previstos em lei.

Didatismo e Conhecimento 9
DIREITO ADMINISTRATIVO
TÍTULO II § 2º – A nomeação para cargos em comissão de direção
Do provimento, vacância, remoção, e assessoramento recairá, preferencialmente, em servidores
redistribuição e substituição ocupantes de cargos efetivos.

Capítulo I Seção III


Do provimento Do concurso público

Seção I Art. 13 – O concurso será de provas ou de provas e títulos,


Disposições gerais realizando-se de acordo com o disposto em lei e regulamento.
Art. 14 – O concurso público terá validade de até 2 (dois)
Art. 7º – A investidura em cargo público imprescinde aprovação anos, a partir da sua homologação, prorrogável, uma vez, por igual
prévia em concurso público, ressalvadas as nomeações para cargos período.
em comissão declarados de livre nomeação e exoneração. § 1º – O prazo de validade do concurso e as condições de sua
Art. 8º – São requisitos básicos para investidura em cargo realização serão fixados em edital, que será publicado no Diário
público: Oficial do Estado e em jornal diário de grande circulação.
I – nacionalidade brasileira; § 2º – Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato
II – gozo dos direitos políticos; aprovado em concurso anterior com prazo de validade não
III – quitação com as obrigações militares e eleitorais; expirado.
IV – nível de escolaridade ou habilitação legal exigida para o Art. 15 – Na realização de concurso público serão
exercício do cargo; obrigatoriamente cumpridas as seguintes etapas:
V – idade mínima de 18 anos; I – no Diário Oficial do Estado de edital de abertura de
VI – aptidão física e mental. inscrição indicando o prazo de sua realização, bem como o número
§ 1º – As atribuições do cargo podem justificar a exigência de de vagas;
outros requisitos estabelecidos em lei. II – no Diário Oficial do Estado e em 2 (dois) jornais de
§ 2º – Às pessoas portadoras de deficiências é assegurado o grande circulação da relação dos candidatos aprovados em ordem
direito de se inscrever em concurso público para provimento de decrescente de classificação;
cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de III – ato de homologação assinado pelos chefes dos respectivos
que são portadoras, na forma do regulamento e em obediência à Poderes.
Lei nº 5.484, de 14 de julho de 1992. Art. 16 – A realização dos concursos para provimento dos
Art. 9º – O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante cargos da administração direta, autárquica e fundacional do Poder
ato da autoridade competente de cada Poder. Executivo competirá à Secretaria de Estado da Administração,
Art. 10 – A investidura em cargo público ocorrerá com a posse. Recursos Humanos e Previdência.
Art. 11- São formas de provimento de cargo público: Parágrafo Único – Excetuam-se do disposto neste artigo os
I – nomeação; concursos aos cargos da carreira de Procurador do Estado, para os
II – promoção; cargos integrantes do Grupo Ocupacional Magistério Superior e
III – revogado (Lei n.º 7.356/98, de 29/12/1998); para outros que a lei dispuser.
IV – revogado (Lei n.º 7.356/98, de 29/12/1998);
V – readaptação; Seção IV
VI – reversão; Da posse e do exercício
VII – aproveitamento;
VIII – reintegração; Art. 17 – A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo
IX – recondução. termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as
responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que
Seção II não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes,
Da nomeação ressalvados os atos de ofício previstos em lei.
§ 1º – posse ocorrerá no prazo de 30 (trinta) dias contados
Art. 12 – A nomeação far-se-á: da do ato de provimento, prorrogável por mais 30 (trinta) dias, a
I – em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de provimento requerimento do interessado.
efetivo; § 2º – Em se tratando de servidor em licença ou afastado por
II – em comissão, para cargos de confiança, de livre qualquer outro motivo legal, o prazo será contado do término do
exoneração; impedimento.
III – em substituição, no afastamento legal ou temporário do § 3º – A posse poderá ocorrer mediante procuração específica.
servidor ocupante de cargo em comissão. § 4º – No ato da posse, o servidor, ainda que ocupante de cargo
§ 1º – A nomeação para cargo de provimento efetivo depende em comissão, apresentará declaração de bens atualizada e valores
de prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou
e títulos, obedecida a ordem de classificação e respeitado o prazo não de outro cargo, emprego ou função pública federal, estadual ou
de sua validade e ocorrerá, sempre, na classe e referência iniciais municipal, inclusive em autarquias, fundações e empresas públicas
do Plano de Carreiras, Cargos e Salários do Estado. e sociedades de economia mista.

Didatismo e Conhecimento 10
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 5º – A autoridade que der posse terá de verificar, sob pena de § 2º – O servidor não aprovado no estágio probatório será
responsabilidade, se foram satisfeitas as exigências estabelecidas exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente
na lei para a investidura no cargo. ocupado, observado o disposto no Art. 33.
§ 6º – Será tornado sem efeito o ato de nomeação, se a posse
não ocorrer no prazo previsto no§ 1º deste artigo. Seção VI
Art. 18 – A posse em cargo público dependerá de prévia Da estabilidade
inspeção médica oficial.
Parágrafo Único – Só poderá ser empossado aquele que for Art. 24 – O servidor habilitado em concurso público e
julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo por
empossado em cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade
junta médica oficial do Estado.
no serviço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício.
Art. 19 – São competentes para dar posse:
I – o chefe do Poder, aos dirigentes de órgãos que lhe são Art. 25 – O servidor estável só perderá o cargo em virtude
diretamente subordinados; de sentença judicial transitada em julgado ou de processo
II – os Secretários de Estado, aos dirigentes de órgãos que lhes administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla
são diretamente subordinados; defesa.
III – os dirigentes das autarquias e fundações, aos seus
servidores; Seção VII
IV – os titulares da Setorial de Administração, nos demais Da promoção
casos.
Art. 20 – Exercício é o efetivo desempenho das atribuições Art. 26 – Promoção é a elevação do servidor de uma para outra
do cargo. classe imediatamente superior, no mesmo cargo, dentro da mesma
§ 1º – É de 30 (trinta) dias o prazo para o servidor entrar em carreira, de acordo com o estabelecido no Plano de Carreiras,
exercício, contados da data da posse. Cargos e Salários do Estado e legislação específica.
§ 2º – Será exonerado o servidor empossado que não entrar em Parágrafo Único – Não poderá ser promovido servidor em
exercício no prazo previsto no parágrafo anterior. estágio probatório, disponibilidade, licença para tratar de interesses
§ 3º – À autoridade competente do órgão ou entidade para particulares ou quando colocado à disposição de órgão ou entidade
onde for designado o servidor compete dar-lhe exercício. não integrantes da administração estadual, salvo por antiguidade.
Art. 21 – O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do
exercício serão registrados no assentamento individual do servidor.
Parágrafo Único – Ao entrar em exercício, o servidor Seção VIII
apresentará ao órgão competente os elementos necessários ao seu Do acesso
assentamento individual.
Art. 22 – O ocupante de cargo de provimento efetivo fica Art. 27 – revogado (Lei n.º 7.356/98, de 29/12/1998).
sujeito a trinta horas semanais de trabalho, salvo quando a lei
estabelecer duração diversa. Seção IX
Parágrafo Único – O exercício de cargo em comissão e de Da transferência
função gratificada implicará obrigatoriedade de 08 (oito) horas
diárias de trabalho. Art. 28 – revogado (Lei n.º 7.356/98, de 29/12/1998).
Parágrafo Único –revogado ( Lei n.º 7.356/98, de 29/12/1998).
Seção V
Do estágio probatório Seção X
Da readaptação
Art. 23 – Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para
cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por Art. 29 – Readaptação é a investidura do servidor estável
período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a
capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo,
limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental
observados os seguintes fatores: (Vide artigo 41 da Constituição
verificada em inspeção médica.
Federal com redação alterada pela Emenda Constitucional 19/98,
que estabelece estabilidade após 03 (três) anos de efetivo exercício § 1º – Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando
aos servidores nomeados para provimento efetivo em virtude de será aposentado.
concurso público). § 2º – A readaptação será efetivada, preferencialmente, em
I – assiduidade; cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida.
II – disciplina; § 3º – A readaptação do servidor independerá de vaga.
III – capacidade de iniciativa;
IV – produtividade; Seção XI
V – responsabilidade. Da reversão
§ 1º – Quatro meses antes de findo o período do estágio
probatório, será submetida à homologação da autoridade Art. 30 – Reversão é o retorno à atividade de servidor
competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada de aposentado por invalidez, quando, por junta médica oficial, forem
acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento, sem prejuízo declarados insubsistentes os motivos da aposentadoria.
da continuidade de apuração dos fatores enumerados nos incisos I § 1º – A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo
a V deste artigo. resultante de sua transformação e dependerá de vaga.

Didatismo e Conhecimento 11
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 2º – Enquanto não houver vaga, o servidor permanecerá em III – não haver completado 70 (setenta) anos de idade;
disponibilidade remunerada. IV – que não ocupe cargo inacumulável comprovado mediante
Art. 31- Não se procederá à reversão se o aposentado já tiver certidão expedida pelo órgão competente.
completado 70 (setenta) anos de idade. § 1º – Se julgado apto, o servidor assumirá o exercício do cargo
no prazo de 30 (trinta) dias contados da do ato de aproveitamento.
Seção XII § 2º – Verificada a incapacidade definitiva, o servidor em
Da reintegração disponibilidade será aposentado.
§ 3º – Havendo mais de um concorrente a ser aproveitado
Art. 32 – A reintegração é a reinvestidura do servidor em uma só vaga, a preferência recairá naquele de maior tempo
estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de disponibilidade e, em caso de empate, no de maior tempo de
de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por serviço público estadual.
decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as Art. 38 – Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada
vantagens. a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo
§ 1º – Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará legal, salvo doença comprovada pela junta médica oficial do
em disponibilidade remunerada, observado o disposto no Art. 33 Estado.
deste Estatuto.
§ 2º– Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante Capítulo II
será reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, ou Da vacância
aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade
remunerada. Art. 39 – A vacância do cargo público decorrerá de:
§ 3º – A decisão administrativa que determinar a reintegração I – exoneração;
só pode ser tomada em processo administrativo no qual a II – demissão;
Procuradoria-Geral do Estado tenha emitido parecer conclusivo III – promoção;
reconhecendo a nulidade da demissão. IV – revogado (Lei n.º 7.356/98, de 29/12/1998);
V – revogado (Lei n.º 7.356/98, de 29/12/1998);
§ 4º – O servidor reintegrado será submetido a inspeção
VI – readaptação;
médica oficial e aposentado se julgado incapaz.
VII – aposentadoria;
VIII – revogado (Lei n.º 7.356/98, de 29/12/1998);
Seção XIII
IX – perda de cargo por decisão judicial;
Da recondução
X – falecimento.
Art. 40 – A vacância dar-se-á na data:
Art. 33 – Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo
I – do ato que a determinar;
anteriormente ocupado. II – do falecimento do servidor.
§ 1º – A recondução somente ocorrerá em decorrência de Art. 41- A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do
inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo, ou no servidor, ou de ofício.
caso de reintegração do anterior ocupante. Parágrafo Único – A exoneração de ofício dar-se-á:
§ 2º – Quando provido o cargo de origem, o servidor será I – quando não satisfeitas às condições do estágio probatório;
aproveitado em outro de atribuições e vencimentos compatíveis, II – quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em
respeitada a escolaridade e habilitação legal exigida. exercício no prazo estabelecido.
§ 3º – No caso de extinção do cargo de origem e não havendo Art. 42 – A exoneração de cargo em comissão dar-se-á:
outro cargo onde possa ser aproveitado, o servidor ficará em I – a juízo da autoridade competente;
disponibilidade remunerada. II – a pedido do servidor.
Art. 34 – Em nenhuma hipótese haverá indenização ao Art. 43 – A demissão dar-se-á como penalidade de acordo com
servidor reconduzido. o previsto no Título IV, Capítulo IV.

Seção XIV Capítulo III


Do aproveitamento e da disponibilidade Da movimentação
Seção I
Art. 35 – Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, Da remoção
o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração
integral inerente ao cargo efetivo. Art. 44 – Remoção é o deslocamento do servidor com o
Art. 36 – O retorno à atividade de servidor em disponibilidade respectivo cargo, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo órgão
far-se-á de ofício, mediante aproveitamento obrigatório em cargo e Poder, com ou sem mudança de sede.
de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente
ocupado. Seção II
Art. 37 – O aproveitamento do servidor que se encontra em Da redistribuição
disponibilidade dependerá dos seguintes requisitos:
I – comprovação de sua capacidade física e mental por junta Art. 45 – Redistribuição é o deslocamento do servidor, com
médica oficial do Estado; o respectivo cargo, para quadro de pessoal de outro órgão ou
II – possuir a qualificação exigida para o provimento do cargo; entidade do mesmo Poder, observado o interesse da administração.

Didatismo e Conhecimento 12
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 1º – A redistribuição dar-se-á exclusivamente para II – a parcela da remuneração diária, proporcional aos atrasos,
ajustamento de quadros de pessoal às necessidades dos serviços, ausências e saídas antecipadas, iguais ou superiores a 60 (sessenta)
inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão minutos;
ou entidade. III – metade da remuneração, na hipótese de conversão da
§ 2º – Nos casos de extinção de órgão ou entidade, os suspensão em multa.
servidores estáveis que não puderem ser redistribuídos, na forma Art. 51- Salvo por imposição legal, ou mandado judicial,
deste artigo, poderão ser colocados em disponibilidade até seu nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento.
aproveitamento na forma do Art. 37. Parágrafo Único – Mediante autorização do servidor, poderá
§ 3º – A redistribuição somente poderá ocorrer no âmbito haver consignação em folha de pagamento a favor de terceiros,
da administração direta, autárquica e fundacional, respeitadas as a critério da administração e com reposição de custos, na forma
lotações das respectivas instituições. definida em regulamento.
§ 4º – Somente após decorrido 1 (um) ano, poderá o servidor Art. 52 – As reposições e indenizações ao Erário serão
ser novamente redistribuído. descontadas em parcelas mensais não excedentes à 5ª (quinta)
§ 5º – O servidor que se encontrar com a sua situação irregular parte da remuneração ou provento, em valores atualizados.
não será redistribuído até que se proceda à sua regularização. Art. 53 – O servidor em débito com o Erário, que for demitido,
exonerado, ou que tiver a sua aposentadoria ou disponibilidade
Capítulo IV cassada, terá o prazo de 60 (sessenta) dias para quitar o débito.
Da substituição Parágrafo Único – A não quitação do débito no prazo previsto
implicará sua inscrição na dívida ativa.
Art. 46 – Os servidores ocupantes de cargo em comissão e Art. 54 – O vencimento, a remuneração e o provento não serão
os investidos em função gratificada terão substitutos indicados objeto de arresto, sequestro ou penhora, salvo em se tratando de
conforme legislação específica ou, no caso de omissão, previamente prestação de alimentos, resultante de decisão judicial.
designados pela autoridade competente.
Parágrafo Único – Quando a substituição for por período Capítulo II
igual ou superior a 30 (trinta) dias, o servidor designado substituto
Das vantagens
terá direito à percepção da diferença entre seus vencimentos e
representação e os do substituído.
Art. 55 – Além do vencimento poderão ser pagas ao servidor
as seguintes vantagens:
TÍTULO III
I – indenizações;
Dos direitos e vantagens
II – gratificações;
III – adicionais.
Capítulo I
Do vencimento, da remuneração e do subsídio § 1º – As indenizações não se incorporam ao vencimento ou
provento para qualquer efeito.
Art. 47 – Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício § 2º – As gratificações e os adicionais incorporam-se ao
de cargo público, com valor fixado em lei. vencimento ou provento, nos casos e condições indicados em lei.
Art. 48 – Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, Art. 56 – As vantagens pecuniárias não serão computadas,
acrescido das vantagens pecuniárias permanentes ou temporária nem acumuladas, para efeito de concessão de qualquer outros
estabelecidas em lei. acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico
§ 1º – O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens fundamento.
de caráter permanente, é irredutível.
§ 2º – É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos Seção I
de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre Das indenizações
servidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter
individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho. Art. 57 – Constituem indenizações ao servidor:
Art. 48-A– Subsídio é a retribuição ao servidor realizada I – ajuda de custo;
em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, II – diárias;
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie III – vale-transporte;
remuneratória. (redação dada pela Lei nº 306, de 27/11/2007). IV – revogado (Lei n.º 7.356/98, de 29/12/1998);
Art. 49 – Nenhum servidor poderá perceber mensalmente, a Parágrafo Único – Os valores das indenizações, assim
título de remuneração, importância superior à soma dos valores como as condições para a sua concessão, serão estabelecidos em
percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer título, regulamento.
pelos membros da Assembleia Legislativa, Secretário de Estado e
Desembargador do Tribunal de Justiça. Subseção I
Parágrafo Único – Excluem-se do teto remuneratório a que se Da ajuda de custo
refere este artigo as vantagens previstas nos incisos III, XII, XIII,
XIV, XV e XVI do Art. 74. Art. 58 – A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas
Art. 50 – O servidor perderá: de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter
I – a remuneração dos dias em que não comparecer ao serviço, exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter
salvo os casos previstos neste Estatuto; permanente.

Didatismo e Conhecimento 13
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 1º – Correm por conta da administração as despesas de Subseção III
transporte do servidor e de sua família, compreendendo passagens, Do vale-transporte
bagagem e bens pessoais.
§ 2º – A família do servidor que vier a falecer na nova sede são Art. 67 – Entende-se como vale-transporte a indenização que
assegurados ajuda de custo e transporte de retorno à localidade de o Estado antecipará aos seus servidores em efetivo exercício para
origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado da data do óbito. a utilização com despesas de deslocamento residência-trabalho e
Art. 59 – A ajuda de custo será arbitrada pelo Secretário de vice-versa, por um ou mais meios de transportes coletivos públicos.
Estado e calculada sobre a remuneração do servidor, não podendo Parágrafo Único – Os recursos provenientes do desconto do
exceder a importância correspondente a 03 (três) meses. vale-transporte, oriundo do servidor, será aplicado para capacitação
Art. 60 – Não será concedida ajuda de custo: do servidor, através do Fundo de Desenvolvimento do Sistema de
I – ao servidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em Pessoal do Estado – FDP, instituído pela Lei Delegada nº 169, de
virtude de mandato eletivo; 05 de junho de 1984.
II – que for colocado à disposição do Governo Federal, de Art. 68 – O servidor custeará o vale-transporte com 6% (seis
outro Estado ou Município; por cento) de seu vencimento-base, cabendo ao Estado cobrir o
III – que for transferido a pedido ou por permuta; excedente entre esse percentual e sua despesa mensal com o
IV – ao servidor estadual casado, quando o cônjuge tiver transporte.
direito a ajuda de custo pela mesma mudança de sede. Art. 68-A. O vale-transporte do Poder Executivo será custeado
Art. 61- Será concedida ajuda de custo àquele que, não sendo pelo servidor e pelo Estado em conformidade com os critérios defi-
servidor efetivo do Estado, for nomeado para cargo em comissão, nidos em regulamento. (Redação dada pela Lei nº 295 10/07/2007)
com mudança de domicílio. Parágrafo Único – Excetua-se do disposto no caput deste artigo
Art. 62 – O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo o servidor remunerado por subsídio, que custeará o vale transporte
que tiver recebido: com base em critérios definidos em regulamento. (Redação dada
I – quando injustificadamente não se apresentar na nova sede pela Lei nº 302 de 25/06/2007)
Art. 69 – Ao servidor beneficiado caberá, mensalmente, uma
no prazo de 30 (trinta) dias;
cota de 40 (quarenta) vales-transportes por expediente de trabalho.
II – no caso de, antes de terminado o desempenho da
Art. 70 – No caso de ser utilizado mais de um transporte no
incumbência que Ihe foi cometida, regressar da nova sede, pedir
trajeto referido no Art. 67, o servidor terá direito a tantas cotas
exoneração ou abandonar o serviço, antes de decorridos 90
de 40 (quarenta) vales-transportes quantos forem os transportes
(noventa) dias de exercício na nova sede, salvo se o regresso for
utilizados.
determinado pela autoridade competente ou por motivo de força
Art. 71 - O benefício do vale-transporte cessará por desistência
maior, devidamente comprovado.
do servidor, a partir de sua comunicação por escrito ao setor
Art. 63 – Compete ao Chefe de Poder arbitrar a ajuda de custo
competente.
que será paga ao servidor designado para serviço ou estudo fora Art. 72 – Decreto governamental disporá sobre normas
do Estado ou do País e às autoridades que lhe são subordinadas. complementares necessárias à operacionalização da indenização
prevista nesta subseção.
Subseção II
Das diárias Subseção IV
Do tíquete-refeição
Art. 64 – O servidor que se deslocar eventualmente e em
objeto de serviço da localidade onde tem exercício para outra Art. 73 – Revogado (Lei n.º 7.356/98, de 29/12/1998).
cidade do território nacional, fará jus a passagens e diárias, para Parágrafo Único – Revogado (Lei n.º 7.356/98, de 29/12/1998).
cumprir as despesas de pousada, alimentação e locomoção urbana.
§ 1º – As diárias, concedidas por dia de afastamento da sede Seção II
do serviço, serão pagas antecipadamente, com base na provável Das gratificações e adicionais
duração do afastamento.
§ 2º – Nos casos em que o deslocamento da sede constituir Art. 74 – Além do vencimento e das vantagens previstas nesta
exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus à diária. lei, serão deferidas aos servidores as seguintes gratificações e
Art. 65 – O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, adicionais:
por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente no I – gratificação pelo exercício de cargo em comissão;
prazo de 5 (cinco) dias. II – gratificação pelo exercício de função de chefia e assistência
Parágrafo Único – Na hipótese de o servidor retornar à sede intermediária;
em prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, restituirá III – gratificação natalina;
as diárias em excesso no prazo previsto no caput. IV – gratificação pela execução de trabalho técnico- científico;
Art. 66 – O total das diárias atribuídas ao servidor não V – gratificação por condições especiais de trabalho;
poderá exceder de 180 (cento e oitenta) por ano, salvo em casos VI – gratificação de natureza técnica
excepcionais e especiais, com prévia e expressa autorização do VII – gratificação de aumento de produtividade;
Chefe do Poder. VIII – gratificação de recuperação tributária;
Parágrafo Único – O servidor não pode, em hipótese alguma, IX – gratificação de risco de vida;
receber diárias provenientes de mais de uma fonte simultaneamente. X – gratificação especial de exercício da função policial;

Didatismo e Conhecimento 14
DIREITO ADMINISTRATIVO
XI – gratificação especial de exercício; I - execução de trabalho de utilidade para o serviço público,
XII – adicional por tempo de serviço; não decorrente das atribuições normais do cargo; (Redação dada
XIII – adicional pelo exercício de atividades insalubres e pela Lei nº 8.795, de 12/05/2008).
perigosas; II - execução de atividades gerenciais e de assessoramento
XIV – adicional pela prestação de serviço extraordinário; que envolvam ações de planejamento, orientação, supervisão,
XV – adicional noturno; coordenação e controle, consultoria e assessoria; (Redação dada
XVI – adicional de férias;
pela Lei nº 8.795, de 12/05/2008).
XVII – outras gratificações ou adicionais previstos em lei.
III - execução de atividades que se destinem à difusão e
Subseção I aplicação de ideias e conhecimentos científicos; (Redação dada
Da gratificação pelo exercício de cargo em comissão pela Lei nº 8.795, de 12/05/2008).
IV - prestação de assistência a outros serviços visando à
Art. 75 – Pelo exercício de cargo em comissão que o servidor aplicação de conhecimentos técnicos ou científicos, quando
tenha exercido ou venha a exercer, é devida uma gratificação de autorizada pelo órgão a que pertence o servidor; (Redação dada
representação em valores fixados em lei. pela Lei nº 8.795, de 12/05/2008).
§ 1º – revogado (Lei n.º 6.524/95, de 21/12/1995); V - participação em comitês, comissões ou grupos de trabalho,
§ 2º – revogado (Lei n.º 6.524/95, de 21/12/1995); observadas, em cada caso, a natureza da atividade e a capacitação
§ 3º – revogado (Lei n.º 6.524/95, de 21/12/1995); técnica exigida para o trabalho. (Redação dada pela Lei nº 8.795,
§ 4º – revogado (Lei n.º 6.524/95, de 21/12/1995); de 12/05/2008).
§ 5º – revogado (Lei n.º 6.524/95, de 21/12/1995); Parágrafo único. A gratificação será atribuída por prazo
§ 6º – revogado (Lei n.º 6.524/95, de 21/12/1995);
determinado e somente a servidor detentor de curso de nível
§ 7º – revogado (Lei n.º 6.524/95, de 21/12/1995);
superior. (Redação dada pela Lei nº 8.795, de 12/05/2008).
Subseção II
Da gratificação pelo exercício de função Subseção V
de chefia e assistência intermediária Da gratificação por condições especiais de trabalho

Art. 76 – Ao servidor efetivo designado para exercer função Art. 83 – A gratificação por condições especiais de trabalho
de direção e assistência intermediária é devida uma gratificação, tem por finalidade:
em valores estabelecidos por lei. I – atender às reais necessidades de aumento de produtividade
nos órgãos e nas entidades estaduais quando a natureza do trabalho
Subseção III assim o exigir;
Da gratificação natalina II – fixar o servidor em determinadas regiões.
§ 1º – Na hipótese do inciso I, fica o servidor obrigado à
Art. 77 – A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um
jornada de trabalho de 40 (quarenta) horas semanais;
doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de
§ 2º – Na hipótese do inciso II, deverá, obrigatoriamente, o
dezembro, por mês de exercício no respectivo ano.
Parágrafo Único – A fração igual ou superior a 15 (quinze) servidor residir no município de sua lotação.
dias será considerada como mês integral. § 3º – O servidor perderá a gratificação quando afastado do
Art. 78 – Ao servidor inativo será paga igual gratificação, em exercício do cargo, ressalvada a hipótese do Art. 170, incisos I, II,
valor equivalente ao respectivo provento de responsabilidade do VII, alíneas “a”, “b”, “d” e “e”.
Estado. Art. 84 – A gratificação a que se refere o artigo anterior será
Parágrafo Único – O disposto neste artigo aplica-se às pensões calculada com base no valor do vencimento do cargo efetivo, até o
de responsabilidade do Estado, com exceção daquelas vinculadas limite de 100% (cem por cento).
ao salário mínimo. §1º – Quando se tratar de professor de educação básica, em
Art. 79 – A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês atividade de regência de sala de aula, fora do turno normal de
de dezembro de cada ano. trabalho a que estiver sujeito, o limite estabelecido no caput deste
Art. 80 – O servidor exonerado perceberá no mês subsequente artigo poderá ser ampliado em até cinquenta por cento. (Redação
ao da sua exoneração a gratificação natalina, proporcionalmente
dada pela lei nº 9.631, de 19 de junho 2012).
aos meses de exercício, calculada sobre a remuneração do mês da
§2º – A concessão da gratificação por condições especiais de
exoneração.
Art. 81- A gratificação natalina não será considerada para trabalho será autorizada pelos Chefes dos Poderes. (Acrescentado
cálculo de qualquer vantagem pecuniária. pela Lei nº. 8.312, de 24/11/2005).
Art. 85 – A gratificação de que trata o Art. 83, incisos I e
Subseção IV II, é inacumulável com o recebimento do adicional por serviço
Da gratificação pela execução de trabalho técnico-científico extraordinário e a remuneração do cargo em comissão.
Parágrafo Único – O servidor poderá receber a gratificação
Art. 82. A gratificação pela elaboração ou execução de trabalho por condição especial de trabalho, quando no exercício de cargo
técnico ou cientifico, útil ao serviço publico, será autorizada pelo em comissão, se optar pelos vencimentos do cargo efetivo.
Governador do Estado ou mediante delegação deste, conforme Art. 86 – Para efeito de cálculo de proventos, a gratificação
disposto em regulamento, e dependerá de um dos seguintes por condições especiais de trabalho incorpora-se ao vencimento
requisitos: (Redação dada pela Lei nº 8.795, de 12/05/2008). após cinco anos consecutivos ou dez interrompidos nesse regime.

Didatismo e Conhecimento 15
DIREITO ADMINISTRATIVO
Parágrafo Único – A incorporação prevista no caput deste Subseção XI
artigo dar-se-á sempre pelo percentual maior que tenha sido Do adicional por tempo de serviço
concedida, desde que lhe corresponda tempo mínimo de um ano
de percepção. Art. 94 – O adicional por tempo de serviço é devido à razão de
5% (cinco por cento) a cada cinco anos de efetivo serviço público
Subseção VI estadual, observado o limite máximo de 35% (trinta e cinco por
cento) incidente exclusivamente sobre o vencimento básico do
Da gratificação de natureza técnica
cargo efetivo.
§1º – O servidor fará jus ao adicional a partir do mês em que
Art. 87 – Aos servidores integrantes do Grupo Ocupacional completar o quinquênio.
Atividades de Nível Superior, pelo efetivo exercício das atribuições § 2º – Os adicionais por tempo de serviço já concedidos ficam
inerentes aos cargos, ainda que à disposição de outro órgão, é transformados em quinquênio.
devida a gratificação de natureza técnica, no percentual de 160% § 3º – Os saldos dos anuênios já incorporados à remuneração
(cento e sessenta por cento) sobre o vencimento. do servidor serão transformados automaticamente em quinquênio
Parágrafo Único – A gratificação prevista no caput deste artigo na data de aquisição da vantagem.
incorpora-se aos proventos da inatividade a qualquer tempo.
Subseção XII
Subseção VII Dos adicionais de insalubridade e de periculosidade
Da gratificação de aumento de produtividade
Art. 95 – Os servidores que habitualmente trabalhem em
Art. 88 – A gratificação de aumento de produtividade será locais insalubres, ou em contato permanente com substâncias
tóxicas, radioativas, inflamáveis ou com eletricidade ou que
atribuída aos servidores integrantes do Grupo Ocupacional
causem danos à saúde, fazem jus ao adicional de insalubridade
Tributação, Arrecadação e Fiscalização e destina-se a incentivar ou de periculosidade. (Redação dada pela Lei n.º 8.591/2007, de
o aumento da arrecadação dos tributos estaduais, conforme 27/04/2007).
determinado em legislação pertinente ou regulamentação § 1º – O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade
específica. e de periculosidade deverá optar por um deles.
Parágrafo Único – Integrará os proventos da inatividade a § 2º – O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade
vantagem de que trata este artigo. cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que deram
causa à sua concessão.
Subseção VIII Art. 95-A. Os servidores remunerados por subsídio, que
Da gratificação de recuperação tributária habitualmente trabalhem em locais insalubres, ou em contato
permanente com substâncias tóxicas, radioativas, inflamáveis
Art. 89 – revogado (Lei nº. 7.583/2000, de29/12/2000). ou com eletricidade ou que causem danos à saúde, fazem jus ao
Art. 90 – revogado (Lei nº. 7.583/2000, de29/12/2000). adicional de insalubridade ou de periculosidade, com base em
critérios definidos em regulamento. (Redação dada pela Lei nº
306, de 27/11/2007).
Subseção IX
Art. 96 – São consideradas atividades ou operações insalubres
Da gratificação de risco de vida aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho,
exponham os servidores à ação de agente nocivo à saúde acima dos
Art. 91- extinto (Lei n.º 8.592/2007, de 27/04/2007). limites de tolerância fixados em razão da natureza, da intensidade
do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.
Subseção X Art. 97 – O adicional de insalubridade classifica-se segundo
Da gratificação especial de exercício os graus máximo, médio e mínimo, com percentuais de 40%
(quarenta por cento), 30% (trinta por cento) e 20% (vinte por
Art. 92 – Aos ocupantes dos cargos efetivos de Agente de cento) do vencimento do servidor.
Polícia, Comissário de Polícia, Escrivão de Polícia e de Perito Art. 97-A – O adicional de insalubridade para o servidor
Criminalístico Auxiliar será devida a gratificação especial de remunerado por subsídio classifica-se segundo os graus máximo,
exercício da função policial, no percentual de 100% (cem por médio e mínimo, de acordo com os valores fixados em lei.
cento), calculada sobre o vencimento, desde que estejam no efetivo (Redação dada pela Lei nº 306, de 27/11/2007).
Art. 98 – São consideradas atividades ou operações periculosas
exercício de função de natureza essencialmente policial.
aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho,
Parágrafo Único – A gratificação prevista neste artigo impliquem contato permanente com inflamáveis e eletricidade em
incorpora-se aos proventos da inatividade a qualquer tempo. condições de risco acentuado.
Art. 93 – Aos servidores integrantes do Grupo Auditoria, pelo Parágrafo Único – O adicional de periculosidade é calculado
efetivo exercício das atribuições inerentes aos respectivos cargos, no percentual de 30% (trinta por cento) sobre o vencimento.
é devida a gratificação especial de exercício no percentual de Art. 98-A - O adicional de periculosidade para o servidor
160% (cento e sessenta por cento) sobre o vencimento. remunerado por subsídio será pago no valor idêntico ao grau
Parágrafo Único – A gratificação prevista neste artigo médio referido no art. 97-A, desta Lei.(Redação dada pela Lei nº
incorpora-se aos proventos da inatividade a qualquer tempo. 306, de 27/11/2007).

Didatismo e Conhecimento 16
DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 99 – A insalubridade e periculosidade serão comprovadas Capítulo III
mediante perícia médica. Das férias
Art. 100 – É vedado à gestante ou lactante o trabalho em
atividades insalubres ou perigosas. Art. 109 – O servidor gozará por ano, obrigatoriamente, 30
Art. 101 – Na concessão dos adicionais de atividades (trinta) dias consecutivos de férias, observada a escala previamente
insalubres e perigosas, serão observadas as situações estabelecidas organizada.
em legislação específica. § 1º – Somente após os doze primeiros meses de efetivo
Art. 102 – Os locais de trabalho e os servidores que operam exercício adquirirá o servidor direito as ferias.
com raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob § 2º – É proibido levar à conta de férias qualquer falta ao
trabalho.
controle permanente, de modo que as doses de radiação ionizantes
Art. 110 – Durante as férias o servidor terá direito a todas as
não ultrapassem o nível máximo previsto na legislação própria.
vantagens do seu cargo.
Parágrafo Único – Os servidores a que se refere este artigo
Art. 111- Só é permitida a acumulação de férias até o máximo
serão submetidos a exames médicos periódicos, de 6 (seis) em 6 de dois anos, no caso de imperiosa necessidade de serviço.
(seis) meses. Parágrafo Único – Ocorrendo a situação prevista neste artigo,
a autoridade administrativa competente deverá, em despacho
Subseção XIII escrito, cancelar as férias do servidor, justificando a razão do
Do adicional por serviço extraordinário procedimento e definindo a nova data da concessão.
Art. 112 – As férias somente poderão ser interrompidas por
Art. 103 – A prestação de serviços extraordinários será motivo de calamidade pública, comoção interna, e convocação
remunerada com o acréscimo de, no mínimo, 50% (cinquenta por para júri, serviço militar ou eleitoral ou por motivo de superior
cento) em relação à hora normal de trabalho. interesse público.
Art. 104 – Somente será permitido serviço extraordinário para Art. 113 – Os membros da família que trabalhem na mesma
atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite repartição têm direito de gozar férias no mesmo período, desde que
máximo de 2 (duas) horas diárias. não importe em prejuízo para o serviço.
Parágrafo Único – Ocorrendo motivo relevante, poderá ser Art. 114 – O pagamento da remuneração das férias será
ampliado o limite do horário previsto neste artigo, desde que haja efetuado no mês antecedente ao gozo das mesmas.
concordância do funcionário e autorização do chefe do poder. § 1º – O servidor exonerado do cargo efetivo ou em comissão
perceberá indenização relativa ao período das férias a que tiver
(Acrescentado pela Lei nº 295 10/07/2007).
direito e ao incompleto, na proporção de 1/12 (um doze avos) por
Art. 105 – Ao servidor em exercício de cargo em comissão
mês de efetivo exercício ou fração igual ou superior a 14 (quatorze)
é vedada a percepção do adicional por serviços extraordinários,
dias.
salvo casos especiais submetidos à consideração do Chefe do § 2º – A indenização será calculada com base na remuneração
Poder. do mês em que for publicado o ato exoneratório.
§ 3º – revogado (Lei n.º 6.524/95, de 21/12/1995);
Subseção XIV § 4º – revogado (Lei n.º 6.524/95, de 21/12/1995).
Do adicional noturno Art. 115 – O servidor que opera direta e permanentemente
com raio X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias
Art. 106 – Adicional por trabalho noturno é o valor pecuniário consecutivos de férias, por semestre de atividade profissional,
devido ao servidor cujo trabalho seja executado entre 22 (vinte proibida em qualquer hipótese a acumulação.
e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte e será Art. 116 – Ao servidor estudante é assegurado o direito de
remunerado com um acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento) fazer coincidir as férias na repartição com as escolares.
sobre o salário-hora diurno. Art. 117 – O servidor cuja situação funcional se altere quando
Parágrafo Único – A hora de trabalho noturno será computada em gozo de férias não será obrigado a apresentar-se antes de
como de 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos. terminá-las.
Art. 107 – Em se tratando de serviço extraordinário, o acréscimo
de que trata o artigo anterior incidirá sobre a remuneração prevista Capítulo IV
no Art. 103 deste Estatuto. Das licenças
Seção I
Das disposições gerais
Subseção XV
Do adicional de férias Art. 118 – Conceder-se-á licença ao servidor:
I – para tratamento de saúde;
Art. 108 – Independentemente de solicitação, será pago ao II – por motivo de acidente em serviço e doença profissional;
servidor, por ocasião das férias, um adicional correspondente a 1/3 III – por motivo de doença em pessoa da família;
(um terço) da remuneração do período das férias. IV – à gestante ou adotante;
Parágrafo Único – As vantagens decorrentes do exercício de V – paternidade;
cargo em comissão ou de função gratificada serão consideradas no VI – para acompanhar cônjuge ou companheiro;
cálculo do adicional de que trata este artigo. VII – para o serviço militar;

Didatismo e Conhecimento 17
DIREITO ADMINISTRATIVO
VIII – como prêmio à assiduidade; Art. 127 – Verificada a cura clínica, deverá o servidor
IX – para tratar de interesses particulares licenciado nos termos do artigo anterior voltar à atividade,
X – para desempenho de mandato classista. ainda que permaneça o tratamento, desde que as funções sejam
§ 1º – As licenças previstas nos incisos I, II e III serão compatíveis com as suas condições orgânicas.
precedidas de exames, pela junta médica oficial do Estado, vedado Art. 128 – Para efeito de concessão de licença de ofício, o
ao beneficiário o exercício de qualquer atividade remunerada servidor é obrigado a submeter-se à inspeção médica determinada
durante o período da licença.
pela autoridade competente para licenciar.
§ 2º – O servidor não poderá permanecer em licença da mesma
§ 1º – No caso de recusa injustificada, sujeitar-se-á à pena
espécie por período superior a 24 (vinte e quatro) meses, salvo nos
casos dos incisos VI, VII e X. prevista no Art. 225, § 3º, considerando-se de ausência ao serviço
Art. 119 – Só será concedida licença a servidor ocupante de os dias que excederem a essa penalidade para fins de processo por
cargo em comissão, não titular de cargo efetivo, nos casos dos abandono de cargo.
incisos I, II, IV e V do artigo anterior. § 2º – Efetuada a inspeção, cessará a suspensão ou ausência.
Art. 120 – O ocupante de cargo em comissão, que seja titular Art. 129 – O servidor não poderá permanecer em licença
de cargo efetivo, terá direito às licenças previstas nos incisos I, II, para tratamento de saúde por mais de 24 (vinte e quatro) meses
III, IV, V e VIII do Art. 118. consecutivos ou intercalados se, entre as licenças, mediar um
Art. 121- São competentes para conceder licença: espaço não superior a 60 (sessenta) dias, ou se a interrupção
I – os Chefes dos Poderes, às autoridades que lhes são decorrer de licença por motivo de gestação.
diretamente subordinadas; § 1º – Decorrido o prazo estabelecido no artigo anterior, o
II – os Secretários de Estado, aos que lhes são diretamente servidor será submetido à inspeção médica.
subordinados; § 2º – Considerado apto, reassumirá o exercício do cargo,
III – os titulares das autarquias e fundações.
sob pena de se apurarem, como faltas injustificadas, os dias de
Art. 122 – A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias
ausência.
do término de outra da mesma espécie será considerada como
prorrogação, desde que o servidor não retorne às suas atividades. § 3º – Se julgado incapacitado definitivamente para o serviço
público ou sem condições de ser readaptado, será aposentado.
Seção II Art. 130 – O servidor licenciado para tratamento de saúde
Da licença para tratamento de saúde não poderá dedicar-se a qualquer atividade remunerada, sob pena
de ter cassada a licença, sem prejuízo de outras providências
Art. 123 – A licença para tratamento de saúde será concedida consideradas cabíveis.
a pedido ou de ofício, com base em perícia médica e duração que
for indicada no respectivo laudo, sem prejuízo da remuneração. Seção III
§ 1º – Quando a licença for de até 15 (quinze) dias, poderá ser Da Iicença por acidente em serviço e doença profissional
deferida com base em atestado médico particular ou de instituição
previdenciária oficial, visado por junta médica oficial do Estado. Art. 131- O servidor acidentado em serviço ou acometido de
§ 2º – Quando superior a 15 (quinze) dias deverá conter laudo doença profissional grave, contagiosa ou incurável, será licenciado
da junta médica oficial do Estado.
com remuneração integral.
§ 3º – Sempre que necessário, a inspeção médica realizar-se-á
Art. 132 – Configura acidente em serviço o dano físico
na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se
encontrar internado. ou mental sofrido pelo servidor, relacionado, mediata ou
§ 4º – Inexistindo médico oficial no local onde o servidor imediatamente, com o exercício do cargo.
esteja prestando serviços, será acolhido o atestado passado por Parágrafo Único – Equipara-se ao acidente em serviço o dano:
médico particular. I – decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo
§ 5º – No caso do parágrafo anterior, o atestado só produzirá servidor no exercício do cargo;
efeito após homologado pela junta médica oficial do Estado. II – sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-
Art. 124 – Findo o prazo da licença, o servidor será submetido versa.
a nova inspeção médica, devendo o laudo concluir pela volta Art. 133 – A concessão da licença depende de inspeção por
ao serviço, pela prorrogação da licença ou, se for o caso, pela junta médica oficial do Estado e terá a duração que for indicada no
aposentadoria. respectivo laudo.
Art. 125 – Terminada a licença, o servidor reassumirá Art. 134 – Consideram-se doenças profissionais as relacionadas
imediatamente o exercício, salvo prorrogação pleiteada antes da no Art. 186 e as especificadas em lei.
conclusão da licença.
Art. 135 – O servidor acidentado em serviço que necessite
Parágrafo Único – Contar-se-á como de prorrogação de
de tratamento especializado, não prestado pelo sistema médico-
licença o período compreendido entre o dia do seu término e o de
conhecimento que tiver o interessado do resultado denegatório do assistencial do Estado, poderá ser tratado em instituição privada,
pedido. por conta dos cofres públicos.
Art. 126 – O servidor será licenciado compulsoriamente Art. 136 – A prova do acidente será feita em processo especial
quando acometido de qualquer doença que impeça a sua locomoção no prazo de 10 (dez) dias, prorrogável quando as circunstâncias o
ou torne o seu estado incompatível com o exercício do cargo. exigirem.

Didatismo e Conhecimento 18
DIREITO ADMINISTRATIVO
Seção IV Seção VII
Da licença por motivo de doença em pessoa da família Da licença por motivo de afastamento
do cônjuge ou companheiro
Art. 137 – Será facultada a licença por motivo de doença
do cônjuge ou companheiro, de ascendente ou descendente do Art. 142 – Será concedida licença ao servidor efetivo para
servidor. acompanhar cônjuge ou companheiro transferido para outro
§ 1º – A licença somente será deferida após comprovação ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de
da doença por inspeção médica e desde que a assistência direta mandato eletivo federal, estadual e municipal.
do servidor se torne indispensável e não puder ser prestada § 1º – Existindo no novo local de residência repartição pública
simultaneamente com o exercício do cargo. estadual da administração direta, autárquica ou fundacional com
§ 2º – A licença de que trata este artigo não poderá exceder atribuições compatíveis com as do cargo do servidor, será este
de 01 (um) ano, e será concedida com os vencimentos e vantagens colocado à disposição sem ônus para o órgão de origem.
percebidos à data de sua concessão até 3 (três) meses, sofrendo, se § 2º – Não ocorrendo a situação prevista no parágrafo anterior,
superior a tal período, os seguintes descontos: terá o servidor direito a licença sem vencimento e vantagens, por
I – de um terço, quando exceder de três até seis meses; prazo indeterminado.
II – de dois terços, quando exceder de seis até doze meses.
Seção VIII
Seção V Da licença para serviço militar
Da licença-gestante ou adotante
Art. 143 – Ao servidor convocado para o serviço militar ou
Art. 138 – A servidora gestante fará jus à licença de cento e outros encargos de segurança nacional, será concedida licença
oitenta dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração. (Redação pelo prazo da convocação.
dada pela Lei nº 8.886, de 07/11/08). § 1º – A licença será concedida à vista de documento oficial
§ 1º – A licença poderá ter início no primeiro dia do 8º (oitavo) que comprove a incorporação.
§ 2º – O servidor poderá optar pelas vantagens do cargo ou
mês de gestação, salvo prescrição médica em contrário.
pelas que resultarem de sua convocação.
§ 2º – No caso de nascimento prematuro, a licença terá início
Art. 144 – O servidor desincorporado terá o prazo não
a partir do dia imediato ao do parto, provado mediante certidão do
excedente a 30 (trinta) dias para reassumir o exercício sem perda
registro de nascimento.
da remuneração.
§ 3º – No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do
evento, a servidora será submetida a exame médico e, se julgada
Seção IX
apta, reassumirá o exercício.
Da Iicença prêmio por assiduidade
§ 4º – No caso de aborto atestado por médico oficial, a
servidora terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado. Art. 145 – Após cada quinquênio ininterrupto de exercício, o
§ 5º Durante a licença, cometerá falta grave a servidora que servidor fará jus a 3 (três) meses de licença, a título de prêmio por
exercer qualquer atividade remunerada ou mantiver a criança em assiduidade, com a remuneração do cargo efetivo.
creche ou organização similar. (Acrescentado pela Lei nº 8.886, § 1º – Para efeito de licença-prêmio, considera-se de exercício
de 07/11/08). o tempo de serviço prestado pelo servidor em cargo ou função
Art. 139 – Revogado. (Lei nº 8.886, de 07/11/08). estadual, qualquer que seja a sua forma de provimento.
Art. 140 – 140. À servidora que adotar ou obtiver guarda ju- § 2º – O ocupante há mais de três anos de cargo em comissão
dicial para fins de adoção de criança até um ano de idade, serão ou função gratificada perceberá durante a licença a quantia que
concedidos cento e oitenta dias de licença remunerada, a partir da percebia à data do afastamento.
data de adoção ou concessão da guarda da criança. (Redação dada Art. 146 – Para fins de licença-prêmio, não se consideram
pela Lei nº 8.886, de 07/11/08) intercepção de exercício os afastamentos enumerados no Art. 170.
§ 1º No caso de adoção ou guarda judicial para fins de adoção Parágrafo Único – No caso do inciso I do referido artigo,
de criança com mais de um ano de idade, o prazo de que trata este somente não se consideram intercepção do exercício as faltas,
artigo será de sessenta dias. (Acrescentado pela Lei nº 8.886, de abonadas ou não, até o limite de 15 (quinze) por ano e 45 (quarenta
07/11/08). e cinco) por quinquênio.
§ 2º A licença à adotante somente será deferida mediante Art. 147 – A requerimento do interessado, a licença-prêmio
apresentação do termo judicial de adoção ou guarda para fins de poderá ser concedida em dois períodos não inferiores a 30 (trinta)
adoção. (Acrescentado pela Lei nº 8.886, de 07/11/08) dias.
Parágrafo Único – Revogado. (Lei nº 8.886, de 07/11/08). Art. 148 – revogado (Lei n.º 6.524/95, de 21/12/1995).
Parágrafo Único – revogado (Lei n.º 6.524/95, de 21/12/1995).
Seção VI Art. 149 – O servidor que estiver acumulando nos termos
Da licença paternidade da Constituição terá direito a licença-prêmio pelos dois cargos,
contando-se, porém, separadamente o tempo de serviço em relação
Art. 141- Pelo nascimento ou adoção de filhos o servidor a cada um deles.
terá direito a licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos, Art. 150 – O servidor deverá aguardar em exercício a
contados a partir do nascimento ou da adoção da criança. concessão da licença-prêmio.

Didatismo e Conhecimento 19
DIREITO ADMINISTRATIVO
Parágrafo Único – O direito à licença-prêmio não está sujeito m) quando convocado pela Justiça Eleitoral para integrar
a caducidade. mesa receptora ou junta apuradora;
II – com prejuízo da remuneração, quando se tratar de
Seção X afastamento para o trato de interesses particulares;
Da licença para tratar de interesses particulares III – com ou sem prejuízo da remuneração:
a) para exercer mandato eletivo;
Art. 151- A critério da Administração, poderá ser concedida b) para exercer cargo em comissão de direção e assessoramento.
ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em § 1º – Os afastamentos previstos nas alíneas “f” “g” “h”, “i”,
estágio probatório, licença para o trato de assuntos particulares “j”, “1” e “m” deverão ser comprovados prévia ou posteriormente,
pelo prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração, mediante documento oficial, conforme o caso.
prorrogável uma única vez por período não superior a esse limite. § 2º – Concedida a autorização, e na dependência de
§ 1º – O servidor deverá aguardar em exercício a concessão comprovação posterior sem que esta tenha sido efetuada no prazo
da licença. de 30 (trinta) dias da data da ocorrência, a autoridade anulará a
§ 2º – O tempo da licença a que se refere este artigo não será autorização, sem prejuízo de outras providências que considerar
considerado para nenhum efeito legal. cabíveis.
§ 3º – A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a § 3º – O servidor, ao se afastar para exercer atividade político-
pedido do servidor. partidária, comunicará ao seu superior nos termos da legislação
§ 4º – revogado (Lei nº. 7.683/2001). vigente.
Art. 154 – As solicitações de afastamento de servidores
Seção XI previstas nas alíneas “b” e “c” do inciso I do Art. 153 deverão
Da licença para o desempenho de mandato classista ser comprovadas com a aceitação da inscrição do candidato ao
curso ou estágio pretendido, com a respectiva carga horária, além
Art. 152 – É assegurado ao servidor o direito a licença sem da prova do credenciamento, quando se tratar de mestrado ou
remuneração para o desempenho de mandato em confederação, doutorado.
federação, associação de classe ou sindicato representativo da Parágrafo Único – No caso de afastamento que permita
categoria. prorrogação do prazo, o pedido, nesse sentido, deverá ser feito até
§ 1º – A licença terá duração igual à do mandato, devendo ser 30 (trinta) dias antes do término da concessão inicial, acompanhado
prorrogado no caso de reeleição, observado o limite de 01 (um) da documentação específica.
servidor por entidade com até 500 (quinhentos) associados, 02 Art. 155 – os servidores afastados para cursos de doutorado
(dois) servidores por entidade com mais de 1.000 (mil) associados e mestrado ficam obrigados a encaminhar ao chefe imediato,
e 03 (três) servidores por entidade com mais de 1.000 associados. semestralmente, relatório das atividades executadas, bem como
§ 2º – A licença terá duração igual à do mandato, devendo ser apresentar relatório geral por ocasião do término do afastamento
prorrogada no caso de reeleição. e que, se for o caso, poderá ser constituído pela tese, dissertação
ou monografia.
Capítulo V Art. 156 – Não poderão exceder de 5% (cinco por cento) do
Dos afastamentos total de servidores lotados no órgão ou na entidade os afastamentos
previstos nas alíneas “b” e “c” do inciso I do Art. 153 desta Lei.
Art. 153 – O servidor poderá se afastar do exercício funcional Art. 157 – O servidor candidato a mandato eletivo ou classista
desde que devidamente autorizado: não poderá ser redistribuído, a qualquer título, a partir do registro
I – sem prejuízo da remuneração: de sua candidatura.
a) quando estudante, como incentivo à sua formação Art. 158 – O afastamento que não dependa de autorização
profissional; formal deverá ser anotado na ficha funcional do servidor, mediante
b) para realizar missão ou estudo em outro ponto do território documentação comprobatória, indicando-se data do início, do
nacional e no exterior; término e sua causa.
c) para participar de curso de doutorado, mestrado,
especialização ou aperfeiçoamento no Estado; Seção I
d) quando mãe de excepcional; Do incentivo à formação profissional do servidor
e) para exercer atividade político-partidária;
f) por até 8 (oito) dias, por motivo de casamento; Art. 159 – Poderá ser autorizado o afastamento de até 2 (duas)
g) por até 8 (oito) dias, em decorrência de falecimento do horas diárias ao servidor que frequente curso regular de 1º e 2º graus
cônjuge ou companheiro, pais, madrastas, padrastos, pais adotivos, ou de ensino superior, quando comprovada a incompatibilidade
filhos, menor sob guarda ou tutela, irmãos; entre o horário escolar e o do órgão ou entidade, sem prejuízo do
h) quando convocado para participar de júri e outros serviços exercício do cargo.
obrigatórios por lei; Parágrafo Único – Para efeito da autorização prevista neste
i) para doação de sangue, por 1 (um) dia; artigo, será exigida a compensação do horário na repartição através
j) por motivo de alistamento eleitoral, até 2 (dois) dias; da antecipação do início ou prorrogação do término do expediente
l) quando requisitado pela Justiça Eleitoral, nos termos de lei diário, conforme considerar mais conveniente ao estudante e aos
específica ; interesses do órgão, respeitada a duração semanal de trabalho.

Didatismo e Conhecimento 20
DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 160 – Será autorizado o afastamento do exercício Seção IV
funcional nos dias em que o servidor tiver que prestar exames Do afastamento de servidora mãe de excepcional
para ingresso em curso regular de ensino ou prestação de concurso
público. Art. 164 – Poderá ser autorizado o afastamento, de até 2
Art. 161- Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse (duas) horas diárias, à servidora mãe de excepcional, desde que
da administração é assegurada, na localidade da nova residência, devidamente comprovada esta condição.
ou na mais próxima, matrícula em instituição de ensino congênere,
em qualquer época, independentemente de vaga. Seção V
Do afastamento para exercer atividade político-partidária
Parágrafo Único – O disposto neste artigo estende-se ao
cônjuge ou companheiro, aos filhos ou enteados do servidor que
Art. 165 – O servidor terá direito ao afastamento, sem
vivam na sua companhia, bem como aos menores sob a sua guarda remuneração, durante o período que mediar entre a sua escolha em
com autorização judicial. convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera
do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.
Seção II § 1º – O servidor candidato a cargo eletivo na localidade
Do afastamento para realizar missão ou estudo em outro ponto onde desempenha suas funções e que exerça cargo em comissão
do território nacional ou no exterior ou cargo do Grupo Ocupacional Tributação, Arrecadação e
Fiscalização, dele será afastado, a partir do dia imediato ao do
Art. 162 – O servidor não poderá ausentar-se do Estado para registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o 15º
estudo ou missão oficial em outro ponto do território nacional ou (décimo quinto) dia seguinte ao do pleito, na forma da legislação
no exterior, sem autorização prévia do Chefe do Poder, concedida pertinente à matéria.
através de ato publicado no Diário Oficial do Estado. § 2º – A partir do registro da candidatura e até o 15º (décimo
§ 1º – Quando o afastamento ocorrer para participação em quinto) dia seguinte ao da eleição, o servidor ficará afastado com
curso, deverá este se relacionar obrigatoriamente com a atividade remuneração como se em efetivo exercício estivesse.
profissional do servidor. Art. 166 – O afastamento de que trata o artigo anterior deverá
§ 2º – A ausência não excederá a 4 (quatro) anos e, finda a ser requerido pelo servidor, instruído com a prova de sua escolha
missão ou estudo, somente decorrido igual período será permitida ou do registro da candidatura, conforme a natureza, remunerada
ou não.
nova ausência.
Art. 167º – A renúncia à candidatura ou o cancelamento do seu
§ 3º – Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo
registro acarretará a extinção do afastamento com a obrigatoriedade
não será concedida exoneração ou licença para tratar de interesse do retorno imediato ao exercício.
particular antes de decorrido período igual ao do afastamento,
ressalvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu Seção VI
afastamento. Do afastamento para exercer mandato eletivo

Seção III Art. 168 – Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-


Do afastamento para participar de curso de doutorado, se as seguintes disposições:
mestrado, especialização ou aperfeiçoamento no Estado. I – tratando-se de mandato federal ou estadual, ficará afastado
do cargo;
Art. 163 – O afastamento do servidor com o objetivo de I – investido no mandato de prefeito, será afastado do cargo,
frequentar curso de doutorado, mestrado, especialização ou sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
aperfeiçoamento no âmbito do Estado somente se efetivará III – investido no mandato de vereador, havendo
quando relacionado com sua atividade profissional e dependerá de compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo,
autorização prévia do Chefe do Poder. sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo e, não havendo
§ 1º – O ato de afastamento a que se refere este artigo deverá, compatibilidade de horário, será aplicada a norma do inciso
obrigatoriamente, ser publicado no Diário Oficial do Estado. anterior.
§ 1º – O tempo de serviço será contado para todos os efeitos,
§ 2º – O período de afastamento para frequentar cursos
exceto para promoção por merecimento ou para avaliação de
de doutorado e mestrado não excederá a 4 (quatro) anos,
desempenho.
incluindo-se as prorrogações; para os cursos de especialização e § 2º – No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá
aperfeiçoamento 2 (dois) anos, incluindo-se o período destinado à para a previdência social como se em exercício estivesse.
elaboração de monografia. § 3º – O servidor investido em mandato eletivo não poderá
§ 3º – Quando os cursos a que refere este artigo ocorrerem ser removido ou redistribuído de ofício para localidade diversa
na cidade de domicílio do servidor, a liberação para afastamento daquela onde exerce o mandato.
ocorrerá somente quando o horário do curso coincidir com o seu
horário de trabalho. Capítulo VI
§ 4º – Não será permitido novo afastamento nem concedida Do tempo de serviço
exoneração antes de decorrido prazo igual ao do afastamento
concedido ao servidor, ressalvada hipótese de ressarcimento da Art. 169 – É contado para todos os efeitos o tempo de serviço
despesa havida. público estadual.

Didatismo e Conhecimento 21
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 1º – A apuração do tempo de serviço será feita em dias, Capítulo VII
que serão convertidos em anos, considerado o ano como de 365 Do direito de petição
(trezentos e sessenta e cinco) dias.
§ 2º – revogado (Lei n.º 7.356/98, de 29/12/1998). Art. 173 – É assegurado ao servidor o direito de requerer aos
Art. 170 – Além das ausências ao serviço previstas no Art. Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimos.
153, são considerados como de efetivo exercício os afastamentos Art. 174 – O requerimento será dirigido à autoridade
em virtude de: competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela
I – faltas abonadas a critério do chefe imediato do servidor, no a que estiver imediatamente subordinado o requerente.
Art. 175 – Cabe pedido de reconsideração à autoridade
máximo de 5 (cinco) dias por mês, desde que não seja ultrapassado
que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não
o limite de 15 (quinze) por ano;
podendo ser renovado.
II – férias; Parágrafo Único – O requerimento e o pedido de reconsideração
III – exercício das atribuições de cargo em comissão, em de que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no
órgãos ou entidades no âmbito estadual; prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de 30 (trinta) dias.
IV – desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou Art. 176 – Caberá recurso:
municipal, exceto para promoção por merecimento ou avaliação I – do indeferimento do pedido de reconsideração;
de desempenho; II – das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.
V – período de trânsito, compreendido como o tempo gasto § 1º – O recurso será dirigido à autoridade imediatamente
pelo servidor que mudar de sede, contado da data do desligamento, superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão e,
no máximo de quinze dias; sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades.
VI – período de suspensão, quando o servidor for reabilitado § 2º – O recurso será encaminhado por intermédio da
em processo de revisão; autoridade a que estiver imediatamente subordinado o requerente.
VII – licença: Art. 177 – O prazo para interposição de pedido de
a) à gestante e à adotante; reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da
b) à paternidade; ciência, pelo interessado, da decisão recorrida.
c) para tratamento de saúde; Art. 178 – O recurso poderá ser recebido com efeito
d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional; suspensivo, a juízo da autoridade competente.
Parágrafo Único – Em caso de provimento de pedido de
e) prêmio por assiduidade;
reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à
f) para desempenho de mandato classista;
data do ato impugnado.
g) participação em competição desportiva nacional ou Art. 179 – O direito de requerer prescreve:
internacional ou convocação para integrar representação desportiva I – em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de
estadual ou nacional, conforme disposto em regulamento; cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem
h) por convocação para o serviço militar; interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho;
i) disponibilidade; II – em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo
j) prisão do servidor quando absolvido por decisão passada quando outro prazo for fixado em lei.
em julgado ou quando dela não resultar processo ou condenação. Parágrafo Único – O prazo de prescrição será contado da
Art. 171- Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e data de do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado,
disponibilidade: quando o ato não for publicado.
I – o tempo de serviço público federal, estadual ou municipal; Art. 180 – O pedido de reconsideração e o recurso, quando
II – licença para tratamento de saúde de pessoa da família do cabíveis, interrompem a prescrição.
servidor, com remuneração; Art. 181- A prescrição é de ordem pública, não podendo ser
III – licença para acompanhar o cônjuge, com remuneração; relevada pela administração.
IV – o afastamento para atividade política, no caso do Art. Art. 182 – Para o exercício do direito de petição, é assegurada
165, § 2º; vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou o
V – desempenho de mandato eletivo anterior ao ingresso no procurador por ele constituído.
Art. 183 – A administração deverá rever seus atos, a qualquer
serviço público estadual;
tempo, quando eivados de ilegalidades.
VI – serviço em atividade privada vinculada à Previdência
Art. 184 – São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos
Social. neste capítulo, salvo motivo de força maior.
§ 1º – É vedada para qualquer fim a contagem cumulativa de
tempo de serviço prestado concomitantemente em mais de um cargo Capítulo VIII
ou função de órgão ou entidades da União, Estado e Município, Dos benefícios
autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e
empresas públicas. Seção I
§ 2º – Em casos de acumulação legal de cargos, o tempo de Da aposentadoria
serviço computado para um deles não pode, em hipótese alguma, (vide Seguridade Social dos Servidores Públicos Estaduais)
ser computado para outro.
§ 3º – vetado. Art. 185 – revogado (Lei Complementar n.º 073, de 04/02/2004);
Art. 172 – revogado (Lei n.º 7.356/98, de 29/12/1998). Art. 186 – revogado (Lei Complementar n.º 073, de 04/02/2004);

Didatismo e Conhecimento 22
DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 187 – revogado (Lei Complementar n.º 073, de 04/02/2004); Art. 206 – revogado (Lei Complementar n.º 073, de 04/02/2004);
Art. 188 – revogado (Lei Complementar n.º 073, de 04/02/2004); Art. 207 – revogado (Lei Complementar n.º 073, de 04/02/2004);
Art. 189 – revogado (Lei Complementar n.º 073, de 04/02/2004); Art. 208– revogado (Lei Complementar n.º 073, de 04/02/2004);
Art. 190 – revogado (Lei Complementar n.º 073, de 04/02/2004);
Art. 191- revogado (Lei n.º 7.356/98, de 29/12/1998). TÍTULO I V
Do regime disciplinar
§ 1º – revogado (Lei n.º 7.356/98, de 29/12/1998).
§ 2º – revogado (Lei n.º 7.356/98, de 29/12/1998). Capítulo I
§ 3º – revogado (Lei n.º 7.356/98, de 29/12/1998). Dos deveres
§ 4º – revogado (Lei n.º 7.356/98, de 29/12/1998).
Art. 209 – São deveres do servidor:
Art. 192 – revogado (Lei n.º 7.356/98, de 29/12/1998). I – exercer com zelo e dedicação as atribuições legais e
Art. 193 – revogado (Lei Complementar n.º 073, de 04/02/2004); regulamentares inerentes ao cargo;
Art. 194 – revogado (Lei Complementar n.º 073, de 04/02/2004); II – ser leal às instituições a que servir;
III – observar as normas legais e regulamentares;
Seção II IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando
Do salário família manifestamente ilegais;
V – atender com presteza:
Art. 195 – Salário-família é o auxílio pecuniário especial a) ao público em geral, prestando as informações requeridas,
concedido pelo Estado ao servidor ativo ou em disponibilidade e ressalvadas as protegidas por sigilo;
ao inativo como contribuição para as despesas de manutenção de b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito
seus dependentes, de acordo com valor fixado em lei. ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;
Art. 196 – Consideram-se dependentes econômicos para c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública Estadual;
efeito de percepção do salário-família: VI – zelar pela economia do material e conservação do
I – o cônjuge ou companheiro(a);
patrimônio público;
II – os filhos, inclusive os enteados e adotivos até 21 (vinte e
VII – guardar sigilo sobre assuntos da repartição;
um) anos de idade ou, se estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou,
VIII – manter conduta compatível com a moralidade
se inválido, de qualquer idade;
administrativa;
III – a mãe e o pai sem economia própria.
IX – ser assíduo e pontual ao serviço;
§ 1º – O servidor que não possuir os dependentes referidos no
inciso II poderá perceber salário-família relativo ao menor que, X – tratar com urbanidade os demais servidores e o público
mediante autorização judicial, viver sob sua guarda e sustento, até em geral;
o limite máximo de duas cotas. XI – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de
§ 2º – Em se tratando de órfão parente até 3º (terceiro) grau, poder;
que mediante autorização judicial viver sob a guarda e sustento XII – residir no local onde exercer o cargo ou, mediante
do servidor, não haverá limite de cotas nem concorrência com os autorização, em localidade vizinha, se não houver inconveniente
dependentes referidos no inciso II. para o serviço;
Art. 197 – Não se configura a dependência econômica quando XIII – manter espírito de cooperação e solidariedade com os
o beneficiário do salário-família perceber rendimento do trabalho companheiros de trabalho;
ou de qualquer outra fonte, inclusive pensão ou proventos da XIV – apresentar-se convenientemente trajado em serviço ou
aposentadoria, em valor igual ou superior ao salário mínimo. com o uniforme que for determinado para cada caso;
Art. 198 – Quando pai e mãe forem servidores públicos XV – sugerir providências tendentes à melhoria dos serviços;
estaduais e viverem em comum, o salário família será pago a um XVI – levar ao conhecimento da autoridade superior as
deles, quando separados, será pago a um e outro de acordo com a irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo que ocupa
distribuição dos dependentes. ou da função que exerça.
Parágrafo Único – Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a Parágrafo Único – A representação de que trata o inciso XI
madrasta e, na falta destes, os representantes legais dos incapazes. será, obrigatoriamente, apreciada pela autoridade superior àquela
Art. 199 – O salário-família não está sujeito a qualquer tributo, contra a qual é formulada, assegurando-se ao representado ampla
nem servirá de base para a contribuição previdenciária. defesa com os meios e recursos a ela inerentes.
Art. 200 – Não será percebido o salário-família nos casos
em que o servidor deixar de receber o respectivo vencimento ou Capítulo II
provento. Das proibições

Seção III Art. 210 – Ao servidor público é proibido:


Da pensão I – ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia
(vide Seguridade Social dos Servidores Públicos Estaduais) autorização do chefe imediato;
II – retirar, modificar ou substituir, sem prévia anuência da
Art. 201 – revogado (Lei Complementar n.º 073, de 04/02/2004); autoridade competente, qualquer documento oficial ou objeto da
Art. 202 – revogado (Lei Complementar n.º 073, de 04/02/2004); repartição;
Art. 203 – revogado (Lei Complementar n.º 073, de 04/02/2004); III – recusar fé a documentos públicos;
Art. 204 – revogado (Lei Complementar n.º 073, de 04/02/2004); IV – opor resistência injustificada ao andamento de documento
Art. 205 – revogado (Lei Complementar n.º 073, de 04/02/2004); e processo ou execução de serviço;

Didatismo e Conhecimento 23
DIREITO ADMINISTRATIVO
V – promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto § 1º – O servidor que ocupa dois cargos em regime de
da repartição; acumulação legal poderá ser investido em cargo em comissão,
VI – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos desde que, com relação a um deles, continue no exercício de suas
previstos em lei, o desempenho de encargo que lhe competir ou a atribuições. (Redação dada pela Lei n.º 8.201, de 21/12/2004).
seu subordinado; § 2º – Ocorrendo a hipótese, o ato de provimento do servidor
VII – coagir ou aliciar subordinados a filiar-se a associação mencionará em qual das duas condições funcionais está sendo
profissional ou sindical, ou a partido político; nomeado, para que, em relação ao outro cargo, seja observado
VIII – referir-se de modo depreciativo às autoridades públicas o disposto neste artigo. (Redação dada pela Lei n.º 8.201, de
ou a atos do poder público, em requerimento, representação, 21/12/2004).
parecer, despacho ou outros expedientes; § 3º – A gratificação pela participação em órgão de deliberação
IX – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de coletiva será fixada por decreto em base percentual calculada sobre
outrem, em detrimento da dignidade da função pública; o valor do símbolo do Cargo em Comissão, e paga por dia de
X – participar de diretoria, gerência ou administração de presença às sessões do órgão colegiado. (Redação dada pela Lei
empresa privada e de sociedade civil prestadora de serviços ao n.º 8.201, de 21/12/2004).
Estado; Art. 214 – Verificada em processo disciplinar que a acumulação
XI – exercer comércio ou participar de sociedade comercial, se deu de boa-fé, o servidor optará por um dos cargos, não ficando
exceto como acionista, cotista ou comanditário; obrigado a restituir o que houver percebido durante o período da
XII – atuar, como procurador ou intermediário, junto acumulação vedada.
a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios Parágrafo Único – Provada a má-fé, além da demissão do
previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau cargo, o servidor restituirá, obrigatoriamente, o que tiver recebido
cível, de cônjuge ou companheiro(a); indevidamente.
XIII – receber propina, comissão, presente ou vantagem de
qualquer espécie, em razão de suas atribuições; Capítulo IV
XIV – aceitar comissão, emprego ou pensão de Estado Das responsabilidades
estrangeiro, salvo se estiver em licença sem remuneração;
XV – praticar usura sob qualquer de suas formas;
Art. 215 – Pelo exercício irregular de suas atribuições o
XVI – proceder de forma desidiosa;
servidor responde civil, penal e administrativamente.
XVII – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em
Art. 216 – A responsabilidade civil decorre de ato omissivo
serviços ou atividades particulares;
ou comissivo, doloso ou culposo, que acarrete prejuízo à Fazenda
XVIII – cometer a outro servidor atribuições estranhas ao
Pública ou a terceiros.
cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;
§ 1º – A indenização de prejuízo dolosamente causado à
XIX – exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis
com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; Fazenda Pública será liquidada mediante prestações descontadas
XX – contratar com o Estado ou suas entidades. em parcelas mensais não excedentes à 5ª (quinta) parte da
XXI - utilizar mão de obra de menores de dezesseis anos remuneração ou provento, em valores atualizados, na falta de
de idade em qualquer tipo de trabalho, inclusive no trabalho outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.
doméstico, assim como de menores de dezoito anos em atividades § 2º – Tratando-se de dano causado a terceiros, o servidor
insalubres, perigosas, penosas ou durante o horário noturno (entre responderá perante a Fazenda Pública, através de ação regressiva.
22 horas de um dia e 5 horas do dia seguinte), conforme arts. 7º, § 3º – A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores
XXXIII, e 227, caput e parágrafos, da Constituição Federal de e contra eles será executada, até o limite do valor do patrimônio
1988. (Redação dada pela Lei n.º 8.816, de 10/06/2008). transferido.
Art. 211- É lícito ao servidor criticar atos do poder público, Art. 217 – A responsabilidade criminal abrange os crimes e
do ponto de vista doutrinário ou da organização do serviço, em contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.
trabalho assinado. Art. 218 – A responsabilidade civil-administrativa resulta de
ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo.
Capítulo III Art. 219 – As sanções civis, penais e administrativas poderão
Da acumulação cumular-se, sendo independentes entre si.
Art. 220 – A responsabilidade civil ou administrativa do
Art. 212 – Ressalvados os casos previstos na Constituição servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a
Federal, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos. existência do fato ou a sua autoria.
§ 1º – A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e
funções em autarquias, empresas públicas, sociedades de economia Capítulo V
mista e fundações públicas mantidas pelo poder público da União, Das penalidades
do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e Municípios.
§ 2º – A acumulação, ainda que lícita, fica condicionada à Art. 221- São penas disciplinares:
comprovação da compatibilidade de horários. I – advertência;
Art. 213 – O servidor não poderá exercer mais de um cargo II – repreensão;
em comissão, nem ser remunerado pela participação em mais de III – suspensão;
dois órgãos de deliberação coletiva. (Redação dada pela Lei n.º IV – demissão;
8.201, de 21/12/2004). V – cassação de aposentadoria ou disponibilidade;

Didatismo e Conhecimento 24
DIREITO ADMINISTRATIVO
VI – destituição do cargo em comissão. XI – corrupção;
Art. 222 – Na aplicação das penalidades serão consideradas XII – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções
a natureza e a gravidade da infração cometida, bem como os públicas;
danos dela decorrentes para o serviço público, as circunstâncias XIII – transgressão do Art. 210, incisos IX a XVII;
agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais. Art. 229 – A demissão ou a destituição do cargo em comissão,
Art. 223 – São faltas administrativas puníveis com pena de nos casos dos incisos I, IV, VIII, X e XI do Art. 228, implica a
advertência por escrito, os casos de violação de proibição constante indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário sem
do Art. 210, incisos I a VIII, e de inobservância de dever funcional prejuízo da ação penal cabível.
previsto em lei, regulamentação ou norma que não justifique Art. 230 – A demissão ou a destituição do cargo em comissão
imposição de penalidade mais grave. por infrigência do Art. 210, incisos IX e XII, incompatibiliza o
Art. 224 – A pena de repreensão será aplicada nos casos de ex-servidor para nova investidura em cargo público estadual pelo
falta de cumprimento dos deveres, violação das proibições ou prazo de 5 (cinco) anos.
reincidência da falta prevista no artigo anterior.
Parágrafo Único – Não poderá retornar ao serviço público
Art. 225 – São faltas administrativas puníveis com pena de
estadual o servidor que for demitido ou destituído do cargo em
suspensão por até 90 (noventa) dias, os casos de reincidência nas
comissão por infringência do Art. 228, incisos I, IV, VIII, X e XI.
faltas punidas com repreensão e violação das demais proibições
Art. 231- São competentes para aplicação das sanções
que não tipifiquem infração sujeita à penalidade de demissão.
§ 1º – A pena de suspensão poderá ser cumulada, se couber, disciplinares:
com a destituição do cargo em comissão. I – os chefes dos Poderes, quando se tratar de demissão e
§ 2º – Por conveniência do serviço, a pena de suspensão cassação de aposentadoria e disponibilidade;
poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por II – o secretário ou autoridade equivalente, nos casos de
cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor suspensão;
obrigado a permanecer em serviço. III – o chefe imediato, quando se tratar de advertência escrita
§ 3º – Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias ou repreensão.
o servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a Parágrafo Único – O ato de imposição da penalidade
inspeção médica determinada pela autoridade competente, cessando mencionará sempre o dispositivo em que se fundar e a causa da
os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação. sanção disciplinar.
§ 4º Aplica-se a pena de suspensão prevista no caput deste Art. 232 – Deverão constar do assentamento individual do
artigo ao servidor público estadual que descumprir a vedação servidor todas as penas que lhe forem impostas.
prevista no art. 210, XXI, desta Lei, sujeitando-se à pena de Art. 233 – A ação disciplinar prescreverá:
demissão em caso de reincidência. (Redação dada pela Lei n.º I – em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com
8.816 de 10/06/2008). demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e
Art. 226 – As penalidades de advertência e suspensão, a destituição do cargo em comissão;
requerimento do servidor, serão canceladas após o decurso de três II – em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
e cinco anos de efetivo exercício, respectivamente, desde que nesse III – em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência e
período não haja o servidor praticado nova infração disciplinar. repreensão.
Parágrafo Único – O cancelamento da punição disciplinar § 1º – O prazo de prescrição começa a fluir da data em que foi
a que se reporta este artigo não surtirá efeitos retroativos nem praticado o ato, ou do seu conhecimento pela administração.
ensejará nenhuma indenização ou reposição pecuniária. § 2º – Os prazos de prescrição previstos na legislação penal
Art. 227 – A autoridade que der posse sem fazer cumprir o aplicam-se às infrações disciplinares capituladas também como
disposto no Art. 17, § 5º, ficará sujeita à pena de suspensão por 30
crime.
(trinta) dias.
§ 3º – A abertura de sindicância ou a instauração de processo
Art. 228 – São faltas administrativas puníveis com a pena de
para a apuração da falta disciplinar interrompe a prescrição, até a
demissão:
decisão final proferida por autoridade competente.
I – crime contra a administração pública;
II – abandono de cargo, configurado pela ausência, intencional § 4º – Interrompido a curso da prescrição, o prazo começará a
do servidor ao serviço por mais de 30 (trinta) dias consecutivos; correr a partir do dia em que cessar a interrupção.
III – apresentar inassiduidade habitual, assim entendida a falta
ao serviço, por 60 (sessenta) dias, interpoladamente, sem causa TITULO V
justificada, no período de doze meses; Do processo administrativo disciplinar
IV – improbidade administrativa;
V – incontinência pública e conduta escandalosa na repartição; Capítulo I
VI – insubordinação grave no serviço; Disposições gerais
VII – ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular,
salvo se em defesa própria ou de outrem; Art. 234 – A autoridade que tiver ciência de irregularidade
VIII – aplicação irregular de dinheiros públicos; no serviço público é obrigada, sob pena de responsabilidade, a
IX – revelação de segredo que tiver conhecimento em razão promover-lhe a apuração imediata, ficando assegurada ao acusado
do cargo; ampla defesa.
X – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio Art. 235 – São competentes para determinar a instauração do
estadual; processo administrativo:

Didatismo e Conhecimento 25
DIREITO ADMINISTRATIVO
I – no Poder Executivo: o Governador do Estado, no caso de Art. 241- A comissão assegurará ao processo o sigilo necessário
apuração de irregularidade praticada por autoridades que lhe são à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da administração e
diretamente subordinadas; exercerá suas atividades com independência e imparcialidade.
II – nos Poderes Legislativo e Judiciário: de acordo com a Parágrafo Único – As reuniões e as audiências das comissões
legislação pertinente e regulamentação específica; terão caráter reservado e serão registradas em atas que deverão
III – os Secretários de Estado e dirigentes das autarquias e detalhar as deliberações adotadas.
fundações em suas áreas funcionais, permitida a delegação de Art. 242 – O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes
competência. fases:
Art. 236 – Como medida preparatória a autoridade poderá I – instauração, com a do ato que constituir a comissão;
determinar a instauração de sindicância para apuração sumária de II – instrução, defesa e relatório;
infração ou infrações funcionais, que será conduzida por servidor III – julgamento.
de nível superior à do sindicato ou sindicados. Art. 243 – O processo disciplinar se inicia no prazo
Art. 237 – Da sindicância poderá resultar: improrrogável de 5 (cinco) dias na Capital e 15 (quinze) dias
I – arquivamento do processo; no interior, contados da data da publicação , no Diário Oficial
II – aplicação da penalidade de advertência, repreensão ou do Estado, do ato designando os membros da comissão e será
suspensão de até 30 (trinta) dias; concluído no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da data da
III – instauração de processo disciplinar. instalação dos trabalhos.
Parágrafo Único – O prazo para conclusão de sindicância não Parágrafo Único – O prazo a que se refere o caput do artigo,
excederá 30 (trinta) dias, salvo justificado motivo, a critério da a juízo da autoridade que determinar a instauração do processo
autoridade, que o prorrogará por igual período. administrativo, poderá ser prorrogado por mais 60 (sessenta) dias.

Capítulo II Seção I
Do afastamento preventivo Do inquérito

Art. 244 – O inquérito administrativo obedecerá ao princípio


Art. 238 – Como medida cautelar e a fim de que o servidor
do contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a
não venha a influir na apuração de irregularidades, a autoridade
utilização dos meios e recursos admitidos em Direito.
instauradora do procedimento disciplinar, quando julgar
Art. 245 – Os autos da sindicância integrarão o processo
necessário, poderá ordenar o seu afastamento do cargo, pelo prazo
disciplinar, como peça informativa da instrução.
de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.
Parágrafo Único – Na hipótese de o relatório da sindicância
Parágrafo Único – O afastamento poderá ser prorrogado por
concluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a
igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não
autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério
concluído o processo.
Público, independentemente da imediata instauração do processo
Art. 239 – O servidor terá direito: disciplinar.
I – à contagem do tempo de serviço relativo ao período em Art. 246 – Na fase do inquérito, a comissão promoverá a
que esteja afastado preventivamente, quando do processo não tomada de depoimentos, acareações, investigações e diligências
houver resultado pena disciplinar ou esta se limitar à advertência cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando
ou repreensão; necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa
II – à contagem do período de afastamento que exceder do elucidação dos fatos.
prazo da suspensão disciplinar aplicada. Art. 247 – É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o
processo pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e
Capítulo III reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular
Do processo disciplinar quesitos, quando se tratar de prova pericial.
§ 1º – O presidente da comissão poderá denegar pedidos
Art. 240 – O processo disciplinar, procedido em instrução considerados impertinentes, meramente protelatórios, ou de
contraditória, será conduzido por comissão especial composta de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos.
três servidores estáveis, designados pela autoridade competente § 2º – Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a
que indicará, dentre eles, o de categoria mais elevada, para comprovação do fato independer de conhecimento especial de
presidente. perito.
§ 1º – Os membros da comissão deverão ser de categoria Art. 248 – As testemunhas serão intimadas a depor mediante
igual, equivalente ou superior à do acusado. mandado expedido pelo presidente da comissão, devendo a 2ª
§ 2º – A comissão será secretariada por um servidor designado (segunda) via, com o ciente do interessado, ser anexada aos autos.
pelo seu presidente. Parágrafo Único – Se a testemunha for servidor público, a
§ 3º – Não poderá participar de comissão de sindicância ou expedição do mandado será imediatamente comunicada ao chefe
de processo administrativo cônjuge, companheiro ou parente do da repartição onde serve, com a indicação do dia e hora marcados
acusado, consanguíneo ou afim, até o terceiro grau. para inquirição.
§ 4º – Os trabalhos, da comissão terão preferência a qualquer Art. 249 – O depoimento será prestado oralmente e reduzido a
outro trabalho, ficando os seus membros dispensados de outros termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito.
encargos durante o curso do processo e do registro do ponto. § 1º – As testemunhas serão inquiridas separadamente.

Didatismo e Conhecimento 26
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 2º – Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se Art. 257 – O processo disciplinar, com o relatório da comissão,
infirmem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes. será remetido à autoridade que determinou a sua instauração, para
Art. 250 – Concluída a inquirição das testemunhas, a julgamento.
comissão promoverá o interrogatório do acusado, observados os
procedimentos previstos nos arts. 248 e 249. Seção II
§ 1º – No caso de mais de um acusado, cada um deles Do julgamento
será ouvido separadamente e, sempre que divergirem em suas
declarações sobre os fatos ou circunstâncias, será promovida Art. 258 – No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento
acareação entre eles. do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão.
§ 2º – O procurador do acusado poderá assistir ao § 1º – Se a penalidade proposta pela comissão exceder a alçada
interrogatório, bem como à inquirição das testemunhas, sendo- da autoridade instauradora do processo, este será encaminhado à
lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe, autoridade competente que decidirá em igual prazo.
porém, reinquiri-las por intermédio do presidente da comissão. § 2º – Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções,
Art. 251- Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do o julgamento caberá à autoridade competente para a imposição da
acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja pena mais grave.
submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe pelo § 3º – Se a penalidade prevista for à demissão, cassação de
menos um médico psiquiatra. aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento final caberá aos
Parágrafo Único – O incidente de sanidade mental será chefes dos Poderes.
processado em auto apartado e apenso ao processo principal, após Art. 259 – As conclusões e recomendações da comissão
a expedição do laudo pericial. merecem fiel acatamento, salvo quando contrárias às provas dos
Art. 252 – Tipificada a infração disciplinar, será formulada autos.
a indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele Parágrafo Único – Na hipótese prevista na parte final deste
imputados e das respectivas provas. artigo, a autoridade julgadora poderá, motivadamente, agravar
§ 1º – O indiciado será citado por mandado expedido pelo a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de
presidente da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de
responsabilidade.
10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição.
Art. 260 – Verificada a existência de vício insanável, a
§ 2º – Havendo 2 (dois) ou mais indiciados, o prazo será
autoridade julgadora declarará a nulidade do processo no todo
comum e de 20 (vinte) dias.
ou em parte e ordenará a constituição de outra comissão, para
§ 3º – O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro,
instauração de novo processo.
para diligências reputadas indispensáveis.
§ 1º – O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade.
§ 4º – No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na
§ 2º – A autoridade julgadora, que der causa à prescrição
cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data declarada,
de que trata o Art. 233,§ 2º, será responsabilizada na forma do
em termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação,
Capítulo IV, Título IV.
com a assinatura de 2 (duas) testemunhas.
Art. 253 – O indiciado que mudar de residência fica obrigado Art. 261- No caso do artigo anterior e no esgotamento do
a comunicar à comissão o lugar onde poderá ser encontrado. prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar,
Art. 254 – Achando-se o indiciado em lugar incerto e não o indiciado, se tiver sido afastado do cargo, retornará ao seu
sabido, será citado por edital, publicado no Diário Oficial do exercício funcional.
Estado e em jornal de grande circulação na localidade do último Art. 262 – Extinta a punibilidade pela prescrição da falta
domicílio conhecido, para apresentar defesa. disciplinar, a autoridade julgadora determinará o registro do fato
Parágrafo Único – Na hipótese deste artigo, o prazo para nos assentamentos do servidor.
defesa será de 15 (quinze) dias a partir da última do edital. Art. 263 – Quando a infração estiver capitulada como crime,
Art. 255 – Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente o processo disciplinar será remetido ao Ministério Público para
citado, não apresentar defesa no prazo legal. instauração da ação penal, ficando trasladado na repartição.
§ 1º – A revelia será declarada por termo nos autos do processo Art. 264 – O servidor que responder a processo disciplinar só
e devolverá o prazo para a defesa. poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente,
§ 2º – Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade,
do processo designará um servidor como defensor dativo, ocupante acaso aplicada.
de cargo de nível igual ou superior ao do indiciado. Parágrafo Único – Ocorrida a exoneração quando não
Art. 256 – Apreciada a defesa, a comissão elaborará satisfeitas as condições do estágio probatório, o ato será convertido
relatório minucioso, onde resumirá as peças principais dos autos em demissão, se for o caso.
e mencionará as provas em que se baseou para formar a sua Art. 265 – Assegurar-se-á transporte e diárias:
convicção. I – ao servidor convocado para prestar depoimento fora da
§ 1º – O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência sede de sua repartição, na condição de testemunha, denunciado ou
ou à responsabilidade do servidor. indiciado;
§ 2º – Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão II – aos membros da comissão de inquérito, quando obrigados
indicará o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem a se deslocarem da sede dos trabalhos para a realização de missão
como as circunstâncias agravantes ou atenuantes. essencial ao esclarecimento dos fatos.

Didatismo e Conhecimento 27
DIREITO ADMINISTRATIVO
Seção III TÍTULO VII
Da revisão do processo Das disposições gerais

Art. 266 – O processo disciplinar poderá ser revisto, a pedido Art. 278 – Poderão ser instituídos no âmbito de cada Poder,
ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias incentivos funcionais aos servidores compreendendo basicamente:
suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a inadequação da I – prêmios pela apresentação de ideias, inventos ou trabalhos
penalidade aplicada. que favoreçam o aumento de produtividade e a redução dos custos
§ 1º – Tratando-se de servidor falecido, ausente ou operacionais;
desaparecido, a revisão poderá ser requerida pelo cônjuge, II – concessão de medalhas, diplomas de honra ao mérito,
condecorações e elogios por serviços prestados à administração
companheiro(a), descendente, ascendente colateral consanguíneo
pública.
até o segundo grau civil.
Art. 279 – O Dia do Servidor Público será comemorado a
§ 2º – No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão
vinte e oito de outubro.
será requerida pelo respectivo curador. Art. 280 – O ingresso de pessoal, sob qualquer modalidade,
Art. 267 – O requerimento de revisão do processo far-se-á em nos quadros dos órgãos e das entidades da administração pública
apenso ao processo original e será dirigido ao Secretário de Estado estadual, efetuado em desacordo com esta Lei, é nulo de pleno
ou autoridade equivalente que, se autorizar a revisão, encaminhará direito, acarretando responsabilidade civil para a autoridade que a
o pedido ao chefe da repartição onde se originou o processo este der causa, sem prejuízo das sanções penais e administrativas
disciplinar. cabíveis.
Parágrafo Único – Na petição inicial, o requerente pedirá dia Art. 281- Os prazos previstos neste Estatuto serão contados
e hora para a produção de provas e inquirição das testemunhas que em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-
arrolar. se o do vencimento, ficando prorrogado para o primeiro dia útil
Art. 268 – Recebida a petição, a autoridade competente seguinte o prazo vencido em dia em que não haja expediente, com
constituirá comissão composta de três servidores estáveis de as exceções previstas nesta Lei.
preferência de categoria igual ou superior à do requerente. Art. 282 – Ao servidor público civil são garantidos o direito à
Art. 269 – A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a livre associação sindical e os seguintes direitos, entre outros, dela
conclusão dos trabalhos. decorrentes:
Art. 270 – Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no a) ser representado judicial e extrajudicialmente pela entidade
que couber, as normas e procedimentos próprios da comissão do associativa, quando expressamente autorizada;
b) da defesa de interesses coletivos ou individuais dos filiados,
processo disciplinar.
em questões administrativas;
Art. 271- O julgamento caberá:
c) de inamovibilidade do dirigente da entidade de classe, da
I – ao chefe do Poder, quando do processo revisto houver organização profissional ou sindical, até 1 (um) ano após o final do
resultado pena de demissão ou cassação de aposentadoria e mandato, salvo se a pedido;
disponibilidade; d) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a
II – ao Secretário de Estado, quando houver resultado pena de que for filiado, o valor das mensalidades e contribuições definidas
suspensão ou de repreensão; em assembleia geral da categoria.
III – aos titulares de autarquias e fundações, quando houver Art. 283 – O direito de greve será exercido nos termos e nos
resultado pena de suspensão ou de repreensão. limites definidos em lei.
Parágrafo Único – O prazo para julgamento será de 20 (vinte) Art. 284 – É vedado colocar servidor à disposição de entidade
dias, contados do recebimento do processo, no curso do qual a de direito privado, estranha ao Sistema Administrativo Estadual,
autoridade julgadora poderá determinar diligências. salvo em caso de convênio, para exercer função considerada de
Art. 272 – Julgada procedente a revisão, tornar-se-á sem efeito relevante interesse social.
a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos, por ela
atingidos, exceto em relação à destituição do cargo em comissão, TÍTULO VIII
que será convertida em exoneração. Das disposições finais
Parágrafo Único – Da revisão do processo não poderá resultar
agravamento da penalidade. Art. 285 – Aos servidores ocupantes de categorias regidas por
lei especial, aplicam-se, subsidiariamente, as disposições deste
Art. 273 – No processo revisional, o ônus da prova cabe ao
Estatuto.
requerente, favorecendo, na dúvida, a manutenção do ato punitivo.
Art. 286 – Continuam em vigor as leis e regulamentos que
disciplinam os institutos previstos nesta Lei, desde que com ela não
TÍTULO VI colidam, até que novas normas sejam expedidas, se necessárias.
Da contratação temporária de excepcional interesse público Art. 287 – O regime jurídico dos servidores admitidos em
serviço de caráter temporário ou para funções de natureza técnica
Art. 274 – revogado (Lei n.º 6.915/97, de 11/04/1997). ou especializada será estabelecido em lei especial.
Art. 275 – revogado (Lei n.º 6.915/97, de 11/04/1997). Art. 288 – Os adicionais por tempo de serviço, já concedidos
Art. 276 – revogado (Lei n.º 6.915/97, de 11/04/1997). aos servidores abrangidos por esta Lei, ficam transformados em
Art. 277 – revogado (Lei n.º 6.915/97, de 11/04/1997). anuênios.

Didatismo e Conhecimento 28
DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 289 – revogado (Lei n.º 7.356/98, de 29/12/1998). Muito embora a lei estabelece a aplicação de penalidades aos
Art. 290 – revogado (Lei n.º 7.356/98, de 29/12/1998). agentes que incorreram em improbidade administrativa, os atos de
Parágrafo Único – revogado (Lei n.º 7.356/98, de 29/12/1998). improbidade não são considerados “crimes” propriamente ditos.
Art. 291- Ficam assegurados ao servidor público civis do Há uma grande diferença entre ato de improbidade administrativa
Estado, os direitos adquiridos até esta data, em função do Art. 163, e crime, pois se sujeitam a juízos dotados de competências distin-
da Lei Delegada nº 36, de 15 de outubro de 1969. tas, cível e criminal, não havendo dessa forma, quanto à improbi-
Art. 292 – Ficam revogadas a Lei nº 5.740, de 05 de julho de dade, a previsão e aplicação de penas restritivas de liberdade.
1993, e respectiva legislação complementar. Entretanto, importante salientar que a responsabilidade pode
Art. 293 – Esta Lei entra em vigor na data de sua, revogadas a ser apurada cumulativamente, ou seja, o agente do ato de improbi-
Lei Delegada nº 36, de 15 de outubro de 1969, e demais disposições dade poderá ser enquadrado e penalizado tanto na lei de Improbi-
em contrário. dade Administrativa, como também criminalmente, respondendo
por suas condutas tipificadas no Código Penal, ai sim, se condena-
do, poderá sofrer penas restritivas de liberdade.
LEI Nº 8.429/1992 ATUALIZADA: DAS A Lei não prevê punições de caráter penal ou criminal, mas
DISPOSIÇÕES GERAIS; DOS ATOS DE sim de natureza civil e política, ou seja, incluem a perda da fun-
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. ção pública, suspensão dos direitos políticos, multas, reparação do
dano e ressarcimento de valores.
Entretanto, para os estudos acerca das sanções aplicáveis aos
agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício
Improbidade Administrativa: de mandato, cargo, emprego ou função da administração pública
A Improbidade Administrativa é caracterizada, genéricamen- direta, indireta ou fundacional, suas hipóteses de improbidade ad-
te, pela violação aos princípios da moralidade, impessoalidade e ministrativa e penalidades, é imprescindível a leitura atenta do que
economicidade e enriquecimento ilícito cometido por agente pú- dispõe a Lei 8.429/1992, que a seguir segue:
blico, em seu conceito mais amplo, no exercício de suas funções
LEI Nº 8.429 DE 2 DE JUNHO DE 1992
administrativas, ou em decorrencia dela, conforme previsto por lei.
A Lei Federal n° 8.429/92 trata dos atos de improbidade praticadas
Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos
por qualquer agente público, bem como estabelece as sanções e
casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo,
dever indenizar e/ou restituir o patrimonio público.
emprego ou função na administração pública direta, indireta ou
As disposições desta lei alcançam todas as pessoas qualifica-
fundacional.
das como agentes públicos, seja na administração direta, indireta
e fundacional, mesmo que transitoriamente, remuneradas ou não.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Con-
Atingem de forma direta ainda as empresas incorporadas ao patri-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
mônio público e as entidades para criação ou custeio onde o erário
público haja concorrido ou concorra com mais de 50% do patrimô- CAPÍTULO I
nio ou da receita anual. Das Disposições Gerais
São abrangidos ainda, na referida lei, aqueles que, mesmo não
sendo agentes públicos, induzam ou concorram para a prática do Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente
ato de improbidade ou dele se beneficiem sob qualquer forma, di- público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou
reta ou indiretamente. Neste sentido, são equiparados a agentes fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
públicos, ficando sujeitos às sanções previstas na Lei de Impro- Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incor-
bidade Administrativa, os responsáveis e funcionários de pessoas porada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou
jurídicas de direito privado que recebam verbas públicas e promo- custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquen-
vam o seu desvio, apropriação, ou uso em desconformidade com ta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na
as finalidades para as quais se deu o repasse. forma desta lei.
As penalidades envolvem ressarcimento do dano, aplicação Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades des-
de multa, perda do que foi obtido ilicitamente, perda da função ta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de
pública, suspensão dos direitos políticos, que podem ser de 3 a 10 entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou
anos, conforme a hipótese e o caso concreto, e ainda proibição de creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação
contratar com o poder público por período definido na lei. ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cin-
A Lei 8429/92 estabelece três espécies de atos de improbida- quenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se,
de: nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a
- os atos que importam enriquecimento ilícito, devidamente contribuição dos cofres públicos.
previsto no artigo 9º; Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei,
- os atos que causam lesão ao patrimônio público, previsto todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem re-
no artigo 10, e; muneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
- os atos que atentam contra os princípios da Administração qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
Pública com previsão legal no artigo 11. emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.

Didatismo e Conhecimento 29
DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação
para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qual- em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade,
quer forma direta ou indireta. peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens
Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta
são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de lei;
legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de manda-
assuntos que lhe são afetos. to, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza
Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à ren-
omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o da do agente público;
integral ressarcimento do dano. VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de con-
Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito perderá o agente sultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que te-
público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao nha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou
seu patrimônio. omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimô- atividade;
nio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade IX - perceber vantagem econômica para intermediar a libera-
administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministé- ção ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;
rio Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado. X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou decla-
deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressar- ração a que esteja obrigado;
cimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens,
enriquecimento ilícito. rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das
Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio entidades mencionadas no art. 1° desta lei;
público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valo-
desta lei até o limite do valor da herança.
res integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas
no art. 1° desta lei.
CAPÍTULO II
Dos Atos de Improbidade Administrativa
Seção II
Seção I
Dos Atos de Improbidade Administrativa
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam
que Causam Prejuízo ao Erário
Enriquecimento Ilícito

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importan- Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que cau-
do enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patri- sa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa,
monial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamen-
emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta to ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no
lei, e notadamente: art. 1º desta lei, e notadamente:
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorpora-
imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indire- ção ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens,
ta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das
quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica
agente público; privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acer-
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa- vo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem
cilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicá-
ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por veis à espécie;
preço superior ao valor de mercado; III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente des-
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para personalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens,
facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o for- rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades
necimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades
de mercado; legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máqui- IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de
nas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de proprieda- bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas
de ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas,
1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empre- por preço inferior ao de mercado;
gados ou terceiros contratados por essas entidades; V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta bem ou serviço por preço superior ao de mercado;
ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, VI - realizar operação financeira sem observância das normas
de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qual- legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidô-
quer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem; nea;

Didatismo e Conhecimento 30
DIREITO ADMINISTRATIVO
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a ob- I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos
servância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quan-
espécie; do houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políti-
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo cos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes
indevidamente; o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autori- Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou credi-
zadas em lei ou regulamento; tícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio pú-
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, per-
blico;
da dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das nor-
concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão
mas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação
irregular; dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enri- civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar
queça ilicitamente; com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natu- de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
reza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades cinco anos;
mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se
público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades. houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o
objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão asso- valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contra-
ciada sem observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela tar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais
Lei nº 11.107, de 2005) ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as for- três anos.
malidades previstas na lei. Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o
juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como o
Seção III
proveito patrimonial obtido pelo agente.
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra
os Princípios da Administração Pública
CAPÍTULO IV
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que aten- Da Declaração de Bens
ta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou
omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, le- Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam con-
galidade, e lealdade às instituições, e notadamente: dicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no ser-
diverso daquele previsto, na regra de competência; viço de pessoal competente.
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofí- § 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes,
cio; dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, quando for o
das atribuições e que deva permanecer em segredo; caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou
IV - negar publicidade aos atos oficiais; companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a de-
V - frustrar a licitude de concurso público; pendência econômica do declarante, excluídos apenas os objetos e
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; utensílios de uso doméstico.
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de ter- § 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data
ceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida polí- em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo,
tica ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou emprego ou função.
serviço.
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço
público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público
CAPÍTULO III
que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo
Das Penas
determinado, ou que a prestar falsa.
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e ad- § 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da
ministrativas previstas na legislação específica, está o responsá- declaração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita
vel pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda
podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com e proventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações,
a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009). para suprir a exigência contida no caput e no § 2° deste artigo.

Didatismo e Conhecimento 31
DIREITO ADMINISTRATIVO
CAPÍTULO V apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação
Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial vigente, inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do
Código de Processo Civil.
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade ad- § 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-
ministrativa competente para que seja instaurada investigação des- -la e ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifesta-
tinada a apurar a prática de ato de improbidade. ção por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justifi-
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e cações, dentro do prazo de quinze dias.
assinada, conterá a qualificação do representante, as informações § 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias,
sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da ine-
conhecimento. xistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, inadequação da via eleita.
em despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades § 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresen-
estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a tar contestação.
representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta § 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo
lei. de instrumento.
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade § 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a
determinará a imediata apuração dos fatos que, em se tratando de inadequação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo
servidores federais, será processada na forma prevista nos arts. 148 sem julgamento do mérito.
§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos
a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando
processos regidos por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1o,
de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos
do Código de Processo Penal.
disciplinares.
Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de repa-
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Minis-
ração de dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente
tério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência
determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso,
de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de im-
em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.
probidade.
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conse- CAPÍTULO VI
lho de Contas poderá, a requerimento, designar representante para Das Disposições Penais
acompanhar o procedimento administrativo.
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbida-
comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria de contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor
do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do da denúncia o sabe inocente.
sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público. Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está
§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou
disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil. à imagem que houver provocado.
§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos
o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença
financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e condenatória.
dos tratados internacionais. Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa com-
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será pro- petente poderá determinar o afastamento do agente público do
posta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remune-
dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar. ração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.
§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
que trata o caput. I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações quanto à pena de ressarcimento; (Redação dada pela Lei nº 12.120,
necessárias à complementação do ressarcimento do patrimônio de 2009).
público. II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle
§ 3o No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Minis- interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
tério Público, aplica-se, no que couber, o disposto no § 3o do art. 6o Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Mi-
da Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965. nistério Público, de ofício, a requerimento de autoridade admi-
§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como nistrativa ou mediante representação formulada de acordo com o
parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nu- disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito
lidade. policial ou procedimento administrativo.
§ 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para
todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma CAPÍTULO VII
causa de pedir ou o mesmo objeto. Da Prescrição
§ 6o A ação será instruída com documentos ou justificação
que contenham indícios suficientes da existência do ato de Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções pre-
improbidade ou com razões fundamentadas da impossibilidade de vistas nesta lei podem ser propostas:

Didatismo e Conhecimento 32
DIREITO ADMINISTRATIVO
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de EXERCÍCIOS
cargo em comissão ou de função de confiança;
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica 01. (FCC - 2011 - TRE-PE - Técnico Judiciário - Área Ad-
para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço ministrativaParte superior do formulário) “Um dos princípios
público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. da Administração Pública exige que a atividade administrativa seja
exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional. A fun-
CAPÍTULO VIII ção administrativa já não se contenta em ser desempenhada apenas
Das Disposições Finais com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço pú-
blico e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e
Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. de seus membros” (Hely Lopes Meirelles. Direito Administrativo
Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de Brasileiro).O conceito refere-se ao princípio da
1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições A) impessoalidade.
B) eficiência.
em contrário.
C) legalidade.
Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da Independência e
D) moralidade.
104° da República.
E) publicidade.
FERNANDO COLLOR
Célio Borja 02. (FCC - 2011 - TRE-PE - Analista Judiciário - Área
Judiciária) Parte superior do formulário
BIBLIOGRAFIA No que concerne às fontes do Direito Administrativo, é correto
afirmar que:
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito A) o costume não é considerado fonte do Direito Adminis-
administrativo descomplicado. 19. Ed. São Paulo: Método, 2011. trativo.
BRAZ, Petrônio; Tratado de direito municipal – volume 1. 3ª B) uma das características da jurisprudência é o seu univer-
ed. Leme/SP: Mundo Jurídico, 2009. salismo, ou seja, enquanto a doutrina tende a nacionalizar-se, a
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 22. jurisprudência tende a universalizar-se.
ed. São Paulo: Atlas. 2009. C) embora não influa na elaboração das leis, a doutrina
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo. 32. ed. exerce papel fundamental apenas nas decisões contenciosas,
São Paulo: Malheiros, 2006. ordenando, assim, o próprio Direito Administrativo.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito D) tanto a Constituição Federal como a lei em sentido estrito
administrativo. 29. Ed. São Paulo: Malheiros, 2012. constituem fontes primárias do Direito Administrativo.
E) tendo em vista a relevância jurídica da jurisprudência,
ela sempre obriga a Administração Pública.
ANOTAÇÕES
03. (IADES - 2011 - PG-DF - Analista Jurídico - Direito e
Legislação) Parte superior do formulário
Prescreve o caput do artigo 37 da Constituição Federal que a
Administração Pública Direta e Indireta de qualquer dos poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
————————————————————————— obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência. A respeito dos princípios da
————————————————————————— Administração Pública, assinale a alternativa incorreta.
————————————————————————— A) O princípio da legalidade significa estar a Administração
Pública, em toda a sua atividade, adstrita aos mandamentos da lei,
————————————————————————— deles não podendo se afastar, sob pena de invalidade do ato. As-
sim, se a lei nada dispuser, não poderá a Administração agir, salvo
————————————————————————— em situações excepcionais. Ainda que se trate de ato discricioná-
rio, há de se observar o referido princípio.
————————————————————————— B) Segundo a doutrina majoritária e decisão hodierna do
————————————————————————— STF, o rol de princípios previstos no artigo 37, caput, do texto
constitucional é taxativo, ou seja, a Administração Pública, em
————————————————————————— razão da legalidade e taxatividade não poderá nortear-se por ou-
tros princípios que não os previamente estabelecidos no referido
————————————————————————— dispositivo.
C) A Constituição Federal de 1988 no artigo 37, § 1º, dis-
————————————————————————— põe sobre a forma de como deve ser feita a publicidade dos atos
————————————————————————— estatais estabelecendo que a publicidade dos atos, programas,
obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
————————————————————————— educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
————————————————————————— pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Didatismo e Conhecimento 33
DIREITO ADMINISTRATIVO
D) O princípio da eficiência foi inserido positivamente na b) autoexecutoriedade, que autoriza a execução de algumas
Constituição Federal via emenda constitucional. medidas coercitivas legalmente previstas diretamente pela Admi-
E) O STF reiteradamente tem proclamado o dever de sub- nistração.
missão da Administração Pública ao princípio da moralidade. c) presunção de legalidade, que permite a inversão do ônus
Como exemplo, cita-se o julgado em que o Pretório Excelso enten- da prova, de modo a caber ao particular a prova dos fatos que aduz
deu pela vedação ao nepotismo na Administração, não se exigindo como verdadeiros.
edição de lei formal a esse respeito, por decorrer diretamente de d) imperatividade, desde que tenha sido praticado por auto-
princípios constitucionais estabelecidos, sobretudo o da moralida-
ridade competente, vez que o desrespeito à competência é o único
de da Administração.
vício passível de ser questionado quando se trata deste atributo.
04. (INSTITUTO CIDADES - 2011 - DPE-AM - Defensor e) presunção de veracidade, que enseja a presunção de con-
Público) Parte superior do formulário formidade do ato com a lei, afastando a possibilidade de dilação
Afirma-se, a respeito do princípio da eficiência da probatória sobre a questão fática.
Administração Pública, que ele foi inserido na atual Constituição
Federal com o intuito de: 08. (TRT 15R - 2011 - TRT - 15ª Região - Juiz do Trabalho)
A) estabelecer um modelo gerencial de Administração São considerados atributos dos atos administrativos os seguintes,
B) fazer prevalecer o modelo burocrático de Administração exceto:
C) valorizar a organização hierárquica. a) finalidade;
D) fazer prevalecer a valorização da rigidez da forma. b) presunção de legitimidade;
E) restringir a participação popular de gestão. c) autoexecutoriedade;
d) imperatividade;
05. (COPEVE-UFAL - 2011 - UFAL - Assistente de
e) tipicidade
Administração) Parte superior do formulário
Acerca dos princípios do Direito Administrativo, assinale a
opção correta. 09. (FCC - 2012 - TCE-AM - Analista de Controle Externo
A) O princípio da eficiência preconiza que a atividade admi- - Auditoria de Obras Públicas) O ato administrativo vinculado
nistrativa deve ser exercida com presteza, qualidade e rendimento a) pode ser objeto de controle judicial, quanto aos aspectos
funcional. de legalidade, conveniência e oportunidade.
B) O princípio da publicidade impõe a presença do nome do b) pode ser revogado pela Administração, por razões de
gestor público nos atos e obras do Poder Público. conveniência e oportunidade, ressalvados os direitos adquiridos e
C) O princípio da autotutela é relacionado ao controle que a assegurada a apreciação judicial.
administração pública exerce sobre seus próprios atos, por meio do c) possui todos os elementos definidos em lei e pode ser
qual ela anula os atos ilegais, inconvenientes e inoportunos. objeto de controle de legalidade pelo Judiciário e pela própria Ad-
D) O princípio da segurança jurídica possibilita, nos proces- ministração.
sos administrativos, a aplicação retroativa por parte da Adminis- d) possui objeto, competência e finalidade definidos em lei,
tração Pública de nova interpretação.
cabendo à Administração a avaliação dos aspectos de conveniên-
E) O princípio da moralidade administrativa é extraído dos
cia e oportunidade para sua edição.
critérios pessoais do administrador público.
e) pode ser objeto de controle pelo Poder Judiciário em
06. (FCC - 2011 - TRE-PE - Técnico Judiciário - Área relação aos elementos definidos em lei, constituindo prerrogativa
Administrativa) Analise o seguinte atributo do ato administrativo: exclusiva da Administração a sua revogação por razões de conve-
O atributo pelo qual o ato administrativo deve niência e oportunidade.
corresponder a figuras definidas previamente pela lei como
aptas a produzir determinados resultados. Para cada finalidade 10. (Analista de Controle Externo Coord. Jurídica TCE/
que a Administração pretende alcançar existe um ato SE – FCC 2011). Com base em entendimento sumulado do
definido em lei. (Maria Sylvia Zanello Di Pietro, Direito Supremo Tribunal Federal a respeito dos atos administrativos, é
Administrativo) correto afirmar que:
Trata-se da (A) a Administração pode revogar seus próprios atos quando
a) Presunção de Legitimidade. eivados de vícios que os tornam ilegais.
b) Tipicidade. (B) a revogação de atos administrativos pela própria
c) Imperatividade.
Administração produz efeitos retroativos à data em que estes
d) Autoexecutoriedade.
e) Presunção de Veracidade. foram emitidos.
(C) atos retirados do mundo jurídico pela Administração,
07. (FCC - 2011 - TCE-SP - Procurador) O ato administrativo por motivo de conveniência e oportunidade, não poderão ser
distingue-se dos atos de direito privado por, dentre outras razões, apreciados judicialmente.
ser dotado de alguns atributos específicos, tais como (D) a revogação de atos administrativos pelo Poder Judiciário
a) autodeterminação, desde que tenha sido praticado por deve ater-se à análise dos aspectos de conveniência e oportunidade
autoridade competente, vez que o desrespeito à competência é o destes.
único vício passível de ser questionado quando se trata deste atri- (E) a revogação de atos administrativos pela própria
buto. Administração enseja o respeito aos direitos adquiridos.

Didatismo e Conhecimento 34
DIREITO ADMINISTRATIVO
11. (FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado) É c) No âmbito do Poder Legislativo, o poder hierárquico ma-
correto afirmar que o poder de polícia, conferindo a possibilidade nifesta-se mediante a distribuição de competências entre a Câmara
de o Estado limitar o exercício da liberdade ou das faculdades de dos Deputados e o Senado Federal.
proprietário, em prol do interesse público, d) O poder disciplinar da administração pública autoriza-
a) gera a possibilidade de cobrança de preço público. -lhe a apurar infrações e a aplicar penalidades aos servidores pú-
b) se instrumentaliza sempre, e apenas, por meio de alvará blicos e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa, assim
de autorização. como aos invasores de terras públicas.
c) para atingir os seus objetivos maiores, afasta a razoabili- e) A aplicação de pena disciplinar tem, para o superior
dade, em prol da predominância do interesse público. hierárquico, o caráter de um poder-dever, uma vez que a condes-
d) deve ser exercido nos limites da lei, gerando a possibili- cendência na punição é considerada crime contra a administração
dade de cobrança de taxa. pública.

15. (CESPE - 2012 - TJ-AL - Auxiliar Judiciário) No


12. (FCC - 2012 - TST - Analista Judiciário - Área
tocante aos poderes da administração e ao uso e abuso do poder,
Administrativa) Exemplifica adequadamente o exercício de
assinale a opção correta.
poder disciplinar por agente da administração a
a) O poder regulamentar da administração pública mani-
a) interdição de restaurante por razão de saúde pública.
festa-se por meio de atos de natureza normativa, instituidores de
b) prisão de criminoso efetuada por policial, mediante o de- direito novo de forma ampla e genérica, com efeitos gerais e abs-
vido mandado judicial. tratos, expedidos em virtude de competência própria dos órgãos
c) aplicação de penalidade administrativa a servidor públi- estatais.
co que descumpre seus deveres funcionais. b) Decorrem do poder de polícia da administração pública
d) aplicação de multa de trânsito. os atos que se destinam à limitação dos interesses individuais em
e) emissão de ordem a ser cumprida pelos agentes subor- favor do interesse público, sendo a autoexecutoriedade a principal
dinados. característica de todas as medidas de polícia.
c) Segundo a doutrina, o abuso de poder, que pode assumir
13. (FCC - 2012 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Juiz do duas formas, comissiva ou omissiva, efetiva-se quando a autorida-
Trabalho - Tipo 1) A respeito dos poderes da Administração, é de competente, ao praticar ou omitir ato administrativo, ultrapassa
correto afirmar que o poder os limites de suas atribuições ou se desvia das finalidades adminis-
a) de polícia constitui atividade da administração pública trativas, circunstâncias em que o ato do agente somente poderá ser
que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, re- revisto pelo Poder Judiciário.
gule a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse d) A prerrogativa de que dispõe a administração pública
público concernente, entre outros, à segurança e à tranquilidade para não só ordenar e coordenar, mas também para corrigir as ati-
pública. vidades de seus órgãos e agentes resulta do poder hierárquico, cujo
b) hierárquico fundamenta a avocação, pela Administração exercício limita-se ao controle de legalidade.
direta, de matérias inseridas na competência das autarquias a ela e) A administração, no exercício do poder disciplinar, apu-
vinculadas. ra infrações e aplica penalidades aos servidores e particulares su-
c) regulamentar autoriza a edição, pelo Chefe do Executi- jeitos à disciplina administrativa, por meio do procedimento legal,
vo, de normas complementares à lei, admitindo-se o regulamento assegurados o contraditório e a ampla defesa.
autônomo para matéria de organização administrativa, incluindo a
criação de órgãos e de cargos públicos. 16. (CESPE - 2012 - TJ-AC - Juiz) À luz da Lei n.º
8.429/1992, que trata da improbidade administrativa, assinale a
d) de polícia é exercido pelo Poder Executivo, por intermé-
opção correta.
dio da autoridade competente, mediante a edição de normas gerais
a) A instauração de processo judicial por ato de improbida-
criando obrigações para toda a coletividade, disciplinadoras de
de obsta a instauração de processo administrativo para apurar fato
atividades individuais, concernentes, entre outros, à segurança, à
de idêntico teor enquanto aquele não for concluído.
higiene, à ordem e aos costumes. b) Constitui ato de improbidade administrativa que causa
e) hierárquico, também denominado disciplinar, corres- lesão ao erário qualquer ação ou omissão que enseje perda patri-
ponde ao poder conferido aos agentes públicos para emitir ordens monial, desvio ou dilapidação dos bens e haveres públicos, mas
a seus subordinados e aplicar as sanções disciplinares não expres- apenas se configurado o dolo do agente.
samente previstas em lei. c) Os atos de improbidade que importem enriquecimento
ilícito, que causem lesão ao erário ou que atentem contra os princí-
14. (CESPE - 2012 - TJ-AL - Analista Judiciário - Área pios da administração pública causam a perda ou a suspensão dos
Judiciária) Assinale a opção correta com relação aos poderes direitos políticos, por período que varia de cinco a dez anos.
hierárquico e disciplinar e suas manifestações. d) Entre as medidas de natureza cautelar que, previstas nes-
a) As delegações administrativas emanam do poder hierár- sa lei, só podem ser decretadas judicialmente incluem-se a indis-
quico, não podendo, por isso, ser recusadas pelo subordinado, que ponibilidade dos bens, o bloqueio de contas bancárias e o afasta-
pode, contudo, subdelegá-las livremente a seu próprio subordina- mento do agente do exercício do cargo, emprego ou função.
do. e) Tanto a perda da função pública quanto a suspensão dos
b) Toda punição disciplinar por delito funcional acarreta direitos políticos pela prática de ato de improbidade só se efetivam
condenação criminal. com o trânsito em julgado da sentença condenatória.

Didatismo e Conhecimento 35
DIREITO ADMINISTRATIVO
17. (CESPE - 2012 - DPE-RO - Defensor Público) Assinale a) até cinco anos após o julgamento das contas do gestor
a opção correta a respeito da improbidade administrativa. pelo órgão de controle externo competente.
a) Comprovado ato de improbidade que cause prejuízo ao b) até cinco anos após o término do exercício de mandato
erário, o agente público acusado do ato poderá ser condenado a de cargo em comissão ou de função de confiança.
pena de suspensão dos direitos políticos pelo prazo de até dez anos. c) até dez anos após o julgamento das contas do gestor pelo
b) Segundo a doutrina majoritária, a probidade administra- órgão de controle externo competente.
tiva tem natureza de direito individual homogêneo. d) até dez anos após o término do exercício de mandato de
c) O sujeito passivo de ato de improbidade administrativa cargo em comissão ou de função de confiança.
restringe-se à pessoa jurídica de direito público atingida pelo ato.
e) até três anos após o julgamento das contas do gestor pelo
d) Pratica ato de improbidade administrativa o agente pú-
órgão de controle externo competente.
blico que adquire, para si ou para outrem, no exercício do cargo ou
função pública, bens cujo valor seja desproporcional à evolução do
respectivo patrimônio ou renda. 20. (TRT 15R - 2011 - TRT - 15ª Região - Juiz do Trabalho)
e) Não restando configurado prejuízo financeiro para o ente A legislação que trata das sanções aplicáveis aos agentes públicos
público e, portanto, ausente a lesão ao patrimônio público, não há nos casos de improbidade administrativa prevê as seguintes
de se falar em eventual ato de improbidade administrativa. penalidades, exceto:
a) perda da função pública;
18. (COPESE - UFT - 2012 - DPE-TO - Analista em b) perda dos direitos políticos;
Gestão Especializado - Ciências Contábeis) Segundo a Lei de c) perda de bens acrescidos ilicitamente ao patrimônio;
Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92), reputa-se agente d) ressarcimento integral do dano, quando houver;
público: e) proibição temporária de contratar com o poder público.
a) Todo aquele que exerce, exclusivamente de forma não
transitória, mandato, cargo, emprego ou função, junto à admi- 21. (Analista de Controle Externo Coord. Jurídica TCE/
nistração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes SE – FCC 2011). A concessão administrativa
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de (A) pressupõe a Administração pública como usuária direta ou
Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de indireta dos serviços prestados.
entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou (B) é expressamente prevista na lei geral de concessão de
concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da
serviços públicos.
receita anual.
(C) veda a contraprestação pecuniária por parte do Estado.
b) Todo aquele que exerce, por eleição, nomeação, de-
signação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou (D) é definida como o contrato celebrado por dois ou mais
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função, exclusivamente re- entes federativos visando à gestão associada de serviços públicos.
munerada, junto à administração direta, indireta ou fundacional de (E) envolve, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários,
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.
dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimô-
nio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário 22. (Analista de Controle Externo Apoio Administrativo
haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do Jurídico TCE/AP – FCC 2012). O Estado concedeu a particular
patrimônio ou da receita anual. exploração de rodovia, mediante procedimento licitatório no qual
c) Todo aquele que exerce, exclusivamente de forma tran- se sagrou vencedor o licitante que ofereceu o maior valor pela
sitória e sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, outorga da concessão, paga em parcelas anuais (ônus de outorga),
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, tendo o Poder Concedente fixado a tarifa (pedágio) no momento
mandato, cargo, emprego ou função, junto à administração dire- da assinatura do contrato e assegurado, contratualmente, o seu
ta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos reajuste anual. No curso da concessão, o Estado decidiu reduzir
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de em- o valor do pedágio, alegando que o mesmo estaria onerando
presa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja demasiadamente os usuários. A conduta do Estado é
criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais (A) legítima, em face do poder de alteração unilateral dos
de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual.
contratos administrativos, desde que limitada ao percentual de
d) Todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou
25% (vinte e cinco por cento) do valor atualizado do contrato.
sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, car- (B) legítima, apenas se comprovar que o fluxo de veículos
go, emprego ou função, junto à administração direta, indireta ou excedeu as projeções de demanda realizadas no momento da
fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do licitação, gerando ganhos injustificados para o concessionário.
Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incor- (C) legítima, desde que restabeleça o equilíbrio econômico
porada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou financeiro do contrato, o que pode ser feito pela redução do ônus
custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquen- de outorga.
ta por cento do patrimônio ou da receita anual. (D) ilegítima, em face da imutabilidade da equação econômico-
financeira e da garantia de rentabilidade assegurada nos contratos
19. (FAURGS - 2012 - TJ-RS - Analista Judiciário) Um de concessão (taxa interna de retorno).
dos prazos prescricionais para a propositura das ações destinadas a (E) legítima, independentemente da recomposição do equilíbrio
levar a efeito as sanções da Lei n.º 8.429/92 (“Lei da Improbidade econômico-financeiro tendo em vista que a concessão pressupõe a
Administrativa”) é o de exploração do serviço por conta e risco do concessionário.

Didatismo e Conhecimento 36
DIREITO ADMINISTRATIVO
23. (FCC - 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Técnico 27. (Escrevente Técnico Judiciário TJ/SP – VUNESP
Judiciário - Área Administrativa) O serviço público não é 2011). Em relação ao procedimento administrativo e ao processo
passível de interrupção ou suspensão afetando o direito de seus judicial previstos na Lei n.º 8.429/92, assinale a alternativa correta.
usuários, pela própria importância que ele se apresenta, devendo (A) O cidadão brasileiro e eleitor não poderá representar
ser colocado à disposição do usuário com qualidade e regularidade, à autoridade policial competente para que seja instaurada
assim como com eficiência e oportunidade. Trata-se do princípio investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
fundamental dos serviços públicos denominado (B) A representação, que poderá ser escrita ou oral, deverá
a) impessoalidade. conter a qualificação do representante, as informações sobre o fato
b) mutabilidade. e sua autoria, sendo desnecessária a apresentação de provas.
c) continuidade. (C) A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta
d) igualdade. pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro
e) universalidade. de trinta dias da efetivação da medida cautelar.
(D) É facultativa a transação, o acordo ou a conciliação nas
24. (FCC - 2011 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista
ações de improbidade administrativa.
Judiciário - Execução de Mandados) No que se refere à
(E) Recebida a petição inicial, o réu será notificado para
autorização de serviço público, é correto afirmar:
apresentar contestação, e, da decisão que receber a petição inicial,
a) Trata-se de ato precário, podendo, portanto, ser revoga-
do a qualquer momento, por motivo de interesse público. não caberá recurso.
b) Trata-se de ato unilateral, sempre vinculado, pelo qual
o Poder Público delega a execução de um serviço público de sua 28. (Escrevente Técnico Judiciário TJ/SP – VUNESP
titularidade, para que o particular o execute predominantemente 2011). Considerando o disposto na Lei n.º 8.429/92, analise as
em seu próprio benefício. seguintes afirmativas.
c) O serviço é executado em nome do autorizatário, por sua I. Agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda,
conta e risco, sem fiscalização do Poder Público. bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio
d) Trata-se de ato unilateral, discricionário, porém não pre- público, constituem atos de improbidade administrativa que
cário, pelo qual o Poder Público delega a execução de um serviço causam prejuízo ao erário.
público, para que o particular o execute predominantemente em II. Deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo
benefício do Poder Público. constitui ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao
e) Trata-se de ato que depende de licitação, pois há viabi- erário.
lidade de competição. III. Praticar ato, visando fim proibido em lei ou regulamento
ou diverso daquele previsto na regra de competência constitui ato
25 (FCC - 2011 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
Judiciário - Execução de Mandados) O Jurista José dos Administração Pública.
Santos Carvalho Filho apresenta o seguinte conceito para um IV. Negar publicidade aos atos oficiais, bem como frustrar
dos princípios dos serviços públicos: Significa de um lado, que a licitude de concurso público, constituem atos de improbidade
os serviços públicos devem ser prestados com a maior amplitude administrativa que atentam contra os princípios da Administração
possível, vale dizer, deve beneficiar o maior número de indivíduos. Pública.
Mas é preciso dar relevo também ao outro sentido, que é o de Está correto apenas o contido nas afirmativas
serem eles prestados, sem discriminação entre os beneficiários, (A) I e II.
quando tenham estes as mesmas condições técnicas e jurídicas (B) I, II e III.
para a fruição. Trata-se do princípio da
(C) I, II e IV.
a) modicidade.
(D) I, III e IV.
b) continuidade.
(E) II, III e IV.
c) eficiência.
d) generalidade.
e) atualidade. 29. (Analista de Controle Externo Coord. Jurídica TCE/
SE – FCC 2011). Em se tratando de improbidade administrativa, a
26. (TJ/MA – 2009 – Oficial de Justiça) Assinale a alternativa Lei no 8.429/92 estabelece que:
correta: (A) para que se configure ato de improbidade administrativa
a) Os proventos dos aposentados poderão, em certas deve haver prejuízo ao erário.
circunstâncias, ultrapassar os vencimentos do mesmo (B) aquele que se enriqueceu ilicitamente sujeita-se às
cargo ou equivalente dos servidores ativos. cominações patrimoniais da Lei no 8.429/92, mas não o seu
b) São consideradas prorrogações as licenças em que, entre sucessor.
uma e outra, não transcorram, pelo menos, três dias úteis, com o (C) as penalidades da Lei aplicam-se aos atos praticados
respectivo comparecimento do funcionário ao serviço. contra o patrimônio de entidade que receba benefício fiscal de
c) Será concedida licença à gestante, sem remuneração, por órgão público, no limite da repercussão sobre a contribuição dos
cento e oitenta dias consecutivos. cofres públicos.
d) Pode o servidor da Justiça emitir críticas depreciativas a (D) a simples celebração de contrato de rateio de consórcio
respeito de Tribunal, desde que seja direcionada a órgão de outra público sem prévia e suficiente dotação orçamentária não constitui
unidade da Federação. ato de improbidade administrativa.

Didatismo e Conhecimento 37
DIREITO ADMINISTRATIVO
(E) a não prestação de contas pelo agente obrigado a fazê-lo
representa uma ilicitude, mas não constitui propriamente ato de ANOTAÇÕES
improbidade administrativa.

30. (CEPERJ - 2012 - PROCON-RJ – Advogado)


Administração Pública organiza-se de forma escalonada. Quando
determinado órgão detém a possibilidade de avocação de processos
administrativos, encontra-se diante do poder: —————————————————————————
a) eficiente
—————————————————————————
b) moralizador
c) hierárquico —————————————————————————
d) razoável
e) regulamentar —————————————————————————
—————————————————————————
GABARITO: —————————————————————————

01 B
—————————————————————————
02 D —————————————————————————
03 B —————————————————————————
04 A
—————————————————————————
05 A
06 B —————————————————————————
07 B —————————————————————————
08 A
—————————————————————————
09 C
—————————————————————————
10 E
11 D —————————————————————————
12 C —————————————————————————
13 A
—————————————————————————
14 E
15 E —————————————————————————
16 E —————————————————————————
17 D
—————————————————————————
18 D
—————————————————————————
19 B
20 B —————————————————————————
21 A —————————————————————————
22 C
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23 C
24 A —————————————————————————
25 D —————————————————————————
26 B —————————————————————————
27 C
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28 D
29 C —————————————————————————
30 C —————————————————————————
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Didatismo e Conhecimento 38

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