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REFLEXÕES ACERCA DO ENSINO DE ARTES NA EDUCAÇÃO

INFANTIL

FRANCIELE CRISTIANE MEIRA FIOR1

RESUMO:

A educação é responsável pelo conhecimento e desenvolvimento das pessoas. De


acordo com estudos, existem métodos e metodologias para que o processo de
ensino aprendizagem aconteça. Neste sentindo, a buscar de um método que
atenda e faça a diferença na vida escolar da criança na Educação Infantil é uma
realidade para a nossa sociedade, ou ainda será necessário novos estudos e o
surgimento de um método inovador? Frente a isto, o presente artigo cientifico, tem
a proposta de apresentar o embasamento teórico sobre os estímulos que o Ensino
de Artes oportuniza para o processo de ensino e aprendizagem do aluno de
educação infantil, bem como, Assim, este trabalho tem como objetivo considerar a
importância do professor especialista, bem como, sobre os benefícios de uma
educação com qualidade para o ensino público, visto que muitas escolas não tem o
professor especialista para o atendimento ao aluno. Neste foco, envolver a questão
da formação continuada e qualificação profissional, na busca de parcerias onde o
objetivo maior é o desenvolvimento do aluno.

PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem em Arte. Educação Infantil. Professor


Especialista.

ABSTRACT

Education is responsible for the knowledge and development of people. According


to studies, there are methods and methodologies for the learning teaching process
to take place. In this sense, the search for a method that meets and makes a
difference in the school life of the child in Early Childhood Education is a reality for

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Graduada em Pedagogia (Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”), graduanda no curso de
Direito (Centro Universitário Antônio Eufrásio de Toledo) e Pós- Graduada “Lato-Sensu” em Educação Infantil e
Anos Iniciais do Ensino Fundamental da Unicesumar.
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our society, or will it require further studies and the emergence of an innovative
method? In view of this, the present scientific article has the proposal to present the
theoretical basis on the stimuli that the Teaching of Arts opportunizes for the
teaching and learning process of the student of child education, The importance of
the specialist teacher as well as the benefits of a quality education for public
education, since many schools do not have the specialist teacher for student care.
In this focus, involve the issue of continuing education and professional
qualification, in the search for partnerships where the main objective is the
development of the student.

Keywords: Learning in Art. Child education. Professor Specialist.

1 INTRODUÇÃO

Para o desenvolvimento deste trabalho buscou-se explorar aspectos


teóricos que se relacionam ao tema: “A REFLEXÕES ACERCA DO ENSINO DE
ARTES NA EDUCAÇÃO INFANTIL”, se atentando sobre a importância do
professor que compreende e utiliza das ferramentas lúdicas para o processo de
ensino e aprendizagem de alunos na Educação Infantil.
Compreende-se que o lúdico possui características muito próprias,
sendo importantíssima em todas as áreas do conhecimento humano,
especialmente com relação a problemas diários do cotidiano. Também ocupa um
lugar de destaque na vida escolar dos alunos desde a Educação Infantil, possuindo
uma linguagem própria, que o torna uma ferramenta enriquecedora para todo
desenvolvimento de conteúdos da grade escolar, afinal, o brincar faz parte de todo
contexto diário de qualquer ser humano.
Na educação Infantil, o professor pode ter um rico repertório musical se
bem explorado como parlendas, cantigas de roda, brincadeiras cantadas, canções
populares, etc. Ao se trabalhar com música na Educação Infantil, é importante levar
em conta a idade da criança assim como o nível de desenvolvimento e percepção
musical delas.
A música torna-se eficiente aliada no processo educacional da criança
através de atividades musicais tais como: vivências rítmicas, canto, audições de
peças populares e eruditas, história da música, etc. Desenvolvendo suas

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capacidades motoras, criativas, auditivas e de apreciação, a criança perceberá


infinitas possibilidades de envolvimento com a música, e, qualquer que seja o
estilo, o gênero e a procedência. É pela experiência e pela vivência criativa que ela
se descobre com ser dotado de inúmeras possibilidades de construção de
significados.
Diante disso, justificamos a presente pesquisa, tenho o foco sobre a
importância que o lúdico tem para o desenvolvimento do aluno, lembrando que
além de uma ferramenta de aprendizado, a utilização do lúdico oportuniza e
enriquece o ambiente escolar, favorecendo a dinâmica da aplicação de conteúdos
bem como, o prazer em executá-los.
E é nesse contexto que entra em contato com o mundo cultural da
música, expandindo seu vocabulário, suas interações com o ambiente, com o
próprio corpo fazendo gestos e socializando-se. Compreende-se então, que a
música ajuda no crescimento infantil, pois faz a criança perceber, sentir, pensar,
expressar, atuando no desenvolvimento tanto do cognitivo como do afetivo.

1.1.1 OBJETIVOS

1.1.2 OBJETIVO GERAL

Atribuir significados aos conteúdos escolares, nos dando condições


sobre a qualificação do professor e a formação do aluno nas séries iniciais e
principalmente neste foco, a Educação Infantil.

1.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS


 Compreender sobre os Parâmetros Curriculares e sua importância para o
desenvolvimento do conteúdo no ambiente escolar;
 Externalizar a realidade do ambiente escolar em relação à disciplina de
artes;
 Abordar a importância sobre a formação do professor bem como as práticas
referentes aos seus saberes.

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1.3 JUSTIFICATIVA

A educação no Brasil constitui-se por questões sociais e econômicas


que demarcam sua trajetória pela luta por uma educação igualitária, da tão
objetivada ascensão social, no entanto, ideais centrados por um processo de
divisão social do capitalismo, legitima a ordem social e econômica composta por
uma cultura que ao invés de incluir, exclui, uma vez que a escola fundamenta-se
em parâmetros voltados para uma sociedade de maior poder aquisitivo, ou seja,
presume-se que todos os alunos tenham consigo uma rica “bagagem cultural”.
No entanto, a efetivação de uma educação ideal está longe de acontecer
pois, abrange aspectos que vão além do ofertar vagas, mas sim o de promover um
ensino de qualidade, que desenvolva no educando o saber de forma global, porém,
essas mudanças devem ocorrer dentro e fora da escola, onde todos se sintam
capazes de transformar esse cenário.
Para que isso ocorra, se faz necessário um maior engajamento entre
comunidade, escola, pais, professor e aluno, onde o cerne centra-se na busca de
um objetivo em comum “educação eficaz”, para isso, surge à necessidade da
quebra do paradigma de que o aluno é o culpado pelo insucesso escolar, onde não
se leva em consideração que a escola fora concebida para uma classe favorecida
da sociedade.
Muito importante salientar neste processo sobre a importância do
professor e sua formação, contribuindo de modo efetivo para o atendimento
qualitativo da criança.
Assim, salienta-se a importância dos profissionais envolvidos, onde
cabem a estes buscar permear meios que favoreçam o aprendizado do aluno, onde
haja respeito mútuo, o desenvolver do querer aprender, sempre respeitando a
cultura que se encontra inserido, sua história, seus ideais, seus objetivos; é a luta
pelo processo de humanização através do respeito pela heterogeneidade. 

1.4 PROBLEMA

Muito se fala em qualidade na Educação. Iniciamos este trabalho de


cunho cientifico, pensando em como nós, profissionais da Educação podemos

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colaborar para a qualidade na educação. Um fator que chama a atenção é a


questão da formação continuada, ou seja, sobre a qualificação do professor.
Pensando neste trabalho, em relação a Educação Infantil, sobre o professor
especialista, estar qualificado e especializando para atender os alunos dos anos
iniciais é necessário a cobrança do professor e sua especialização para a
qualidade do atendimento e consequentemente insere sobre a melhoria dos índices
educacionais?

2 A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO DOS CONTEÚDOS SOBRE OS


PARÂMETROS CURRRICULARES NACIONAIS - PCN DE ARTES: LEITURA E
ANÁLISE

Este capítulo tem como objetivo conhecer e analisar apresentar os


Temas Transversais e explicar a sua dimensão dentro do currículo. O compromisso
com a construção da cidadania pede necessariamente uma prática educacional
voltada para a compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades
em relação à vida pessoal, coletiva e ambiental. Nessa perspectiva é que foram
incorporadas como Temas Transversais.

2.1 Ética, da Pluralidade Cultural, do Meio Ambiente, da Saúde e da


Orientação Sexual

Podem-se compreender pela leitura deste documento, os objetivos e


conteúdos dos Temas Transversais devem ser incorporados nas áreas já
existentes e no trabalho educativo da escola. É essa forma de organizar o trabalho
didático que recebeu o nome de transversalidade.
Amplos o bastante para traduzir preocupações da sociedade brasileira
de hoje, os Temas Transversais correspondem a questões importantes, urgentes e
presentes sobre várias formas, na vida cotidiana. O desafio que se apresenta para
as escolas é o de abrir-se para o debate sobre elas.
Este documento visa à compreensão da proposta em sua globalidade,
isto é, a articulação entre os temas, a explicitação transversalidade entre temas e

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áreas curriculares e a amplitude do trabalho com problemáticas sociais pra escola.


Por outro lado, visa também orientar a leitura dos documentos dos Temas.
Neste contexto, são 12 os temas transversais que apresento abaixo:
1. Matemática,
2. Língua Portuguesa;
3. Ética;
4. Meio Ambiente;
5. Ciências Naturais,
6. História,
7. Geografia,
8. Orientação Sexual,
9. Educação para a saúde,
10. Pluralidade cultural,
11. Educação física,
12. Arte.
Neste sentido, analisaremos os PCNs de Artes e suas atribuições para o
contexto de nossa disciplina.

2.1.1 ARTES VISUAIS

A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento


artístico, que caracteriza um modo particular de dar sentido às experiências das
pessoas: por meio dele, o aluno amplia a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a
imaginação. Aprender arte envolve, basicamente, fazer trabalhos artísticos,
apreciar e refletir sobre eles. Envolve, também, conhecer, apreciar e refletir sobre
as formas da natureza e sobre as produções artísticas individuais e coletivas de
distintas culturas e épocas.
O documento de Arte tem o intuito de orientar o professor na sua ação
educativa e na elaboração de seus programas curriculares. Expõe uma
compreensão do significado da arte na educação, explicitando conteúdos, objetivos
e especificidades, tanto no que se refere ao ensino e à aprendizagem, quanto no
que se refere à arte como manifestação humana.

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A primeira parte do documento contém o histórico da área no ensino


fundamental e suas correlações com a produção em arte no campo educacional, foi
elaborada para que o professor possa conhecer a área na sua contextualização
histórica e ter contato com os conceitos relativos à natureza do conhecimento
artístico.
A segunda parte busca circunscrever as artes no ensino fundamental,
destacando quatro linguagens: Artes Visuais, Dança, Música e Teatro. Nela, o
professor encontrará as questões relativas ao ensino e à aprendizagem em Arte
para as séries de primeira a quarta, objetivos, conteúdos, critérios de avaliação,
orientações didáticas e bibliografia.
Ambas as partes estão organizadas de modo a oferecer um material
sistematizado para as ações dos educadores, fornecendo subsídios para que
possam trabalhar com a mesma competência exigida para todas as disciplinas do
projeto curricular. A leitura do documento pode ser feita a partir de qualquer das
linguagens, consonância com o trabalho que estiver sendo desenvolvido.
Entretanto, recomenda-se sua leitura global, a fim de que, no tratamento didático, o
professor possa respeitar a seleção e a seriação das linguagens, e, ao mesmo
tempo, resguardar sua integração às demais áreas e temas transversais que serão
trabalhados.

2.1.2 MÚSICA

A música está potencialmente garantida pela nova legislação. O projeto


de lei que recebeu o número 330/2006 no Senado Federal, e o número 2732/2008
na câmera dos deputados, foi aprovado por unanimidade pelos parlamentares.
No que diz respeito à Lei, o art. 1º O art. 26 da Lei n 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, passa a vigorar acrescido do seguinte: § 6º A música deverá
ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular de que trata
o § 2º deste artigo. Com base nos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN, as
conquistas no decorrer da história, na tentativa de contribuir para as possíveis
mudanças no processo ensino-aprendizagem. Discute a atitude e postura do
professor, partindo do pressuposto de que todo docente pode ministrar a disciplina
sem a necessária formação.

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Portanto temos: o Art. 2º O Ensino de música será ministrado por


professores com formação específica na área; o Art. 3º Os sistemas de ensino
terão 3 (três) anos letivos para se adaptarem às exigências estabelecidas nos arts.
1º e 2º desta Lei (BRASIL Lei 11.769 de 18 de Agosto de 2008, publicado no Diário
Oficial da União em 19/08/2008). A música é um conteúdo obrigatório, mas não
exclusivo, existe a necessidade de professores habilitados na área de música para
atuarem na escola.
Diante disso, os objetivos da escola para as aulas de músicas devem ter
o foco em proporcionar aos alunos uma educação musical envolvendo-os no
contexto atual, valendo-se das experiências trazidas do cotidiano individual, ou
seja, que sejam adaptadas a sua realidade e para tal. Segundo os PCN’s (BRASIL,
1997, p 79) essa relação pode ser realizada “Estabelecendo relações com grupos
musicais da localidade e da região, procurando participar em eventos musicais da
cultura popular, shows, concertos, festivais, apresentações musicais diversas, a
escola pode oferecer possibilidades de desenvolvimento estético e musical por
meio de apreciações artísticas.” O conhecimento musical do professor é essencial
no processo ensino e aprendizagem.
Neste contexto a escola deve observar se os conteudos estão
abrangendo as possibilidades dos alunos de intergrar-se com a música de tal forma
que os levem a compreender e desenvolver suas capacidades, habilidades e
competências em música, envolvendo no aprender ter como metas a percepção ao
seu redor e sobre si mesmo como: sentir, expressar e pensar a realidade sonora
em seu meio. Assim os conteúdos de música estão elencados em três aspectos:
expressão e comunicação em Música (improvisação, composição e interpretação);
apreciação significativa em Música (escuta, envolvimento e compreensão da
linguagem musical) e compreensão da Música como produto cultural e histórico.

2.1.3 TEATRO

O teatro pode ser visto como a representação da arte, nele pode ser
trabalhada habilidades desconhecidas em sala de aula.
Determinados alunos não conseguem concentrar em aulas metódicas, a
partir do momento em que o professor o convida a prestar atenção naquela aula,

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pois a mesma será apresentada novamente em forma teatral, o aluno, se é de seu


interesse, passa a prestar atenção sendo a representação algo cativante para ele.
Com isso o professor consegue trabalhar o seu conteúdo e obter ótimos
resultados. Como sujeito que propaga o conhecimento também cabe a ele explorar
todas as habilidades do sujeito aprendiz. Muitos precisam de um incentivo, o
professor funciona como um elo entre família e escola.
Inúmeros adolescentes deixam a escola na fase dos 12 anos, pois surge
a necessidade de trabalhar para ajudar a família, o teatro se bem desenvolvido
pode fazer do adolescente um profissional apaixonado pela arte.
Neste sentido, o teatro busca desenvolver nos alunos através das
oportunidades de representações, dramatizações e construção de cenas, estar
promovendo que vivenciem fatos e possam desta forma, aprender e adquirir
conhecimentos como fatos históricos e culturais de outros povos e até de outras
épocas, ou estar em meio de estúdios e vivenciar o uso das novas tecnologias para
este meio de aprendizado.

2.1.4 DANÇA

Sabemos atraves de nossa vivencia diária dentro das escola que a


criança em si é toda “MOVIMENTO”; neste sentido, podemos compreender que os
objetodos dos PCNs para a Dança dentro de uma proposta para a educação básica
esta interligada mais diretamente às experiências dos movimentos corporais dos
alunos que a vivência social, possibilitando ao aluno capacidade de construir uma
relação de cooperação, aperfeiçoar a capacidade de discriminação verbal, visual e
cinestésica, situar e compreender as relações entre corpo, dança e sociedade,
buscando organizar, registrar e documentar informações sobre dança em contato
com artistas, fontes documentais relacionando-os a suas próprias experiências
pessoais como criadores, intérpretes e apreciadores de dança.
Segundo MARQUES (1997 p.20): “No Brasil, tenho notado nos últimos
anos a preocupação de nossos educadores e legisladores em pelo menos
mencionar a dança em seus trabalhos e programas”.
O que idealizamos dentro de nosso trabalho é que a dança, assim como
todas as artes não se restrinja ao fato de ser usada apenas nas aulas de Educação

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Física, mas sim, dentro de um projeto de interdisciplinaridade, onde envolva todas


as áreas que por ventura, estejam engajadas no processo de ensino e
aprendizagem de nossos alunos. Sendo assim, compreendemos muito mais nas
palavras de BARRETO (2004, p.56), pois:

...a dança não sendo disciplina do currículo escolar, não pode ser
ministrada nas escolas por licenciados em dança, como um campo de
conhecimento autônomo que tem características, estrutura, conteúdos e
metodologias próprios. Ela somente pode ser trabalhada em função de
outros campos do conhecimento, assumindo um papel de conteúdo de
disciplinas, como a Educação Artística e a Educação Física.

Portanto, cabe a nós professores, estar abrangendo essa proposta


desafiadora de trabalhar, envolvendo o aluno no campo das artes tendo os
mesmos objetivos em sua formação.

2.2 Reflexões acerca dos PCNs de Artes

A instituição escola por muitas vezes se prende a conceitos gastos e que


não emergem mais eficácia só pelo simples fato de que eles existem e fazem parte
de um tradicionalismo imposto no inicio dos tempos.
O trabalho em conjunto é de suma importância, não é o suficiente impor
ao educador que participe de capacitações para melhorar o seu desempenho, a
instituição como parte contribuinte no processo precisa participar também para que
assim, todos, falando a mesma língua, consiga atingir este novo aluno que foge
dos moldes tradicionais.
Planejar o que vai ser trabalhado é muito importante, pois o profissional
ao sentar para pensar sobre como desenvolver um determinado conteúdo, acaba
pensando em utilizar estratégias que deram certo com outras turmas e pode
também acrescentar algo mencionado por aquela turma que enriqueceu o trabalho
proposto.
Neste sentido, atribuímos aos PCN de Artes, sobre a importância do
trabalho diversificado e entrelaçado com todas as disciplinas. Noutra palavras,
estar buscando meios de dinamizar a aula e sair do tradicionalismo, mesmo que
para isso, precisemos adaptar não somente nossos alunos, como todo o grupo de
profissionais do ambiente escolar.
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Pensando nesta variação do desenvolvimento humano é que os


estudiosos devem contribuir, mostrando aos docentes por meio de capacitações
novas maneiras, novas práticas a serem trabalhadas a fim de atingir um grande
número de alunos reduzindo assim o fracasso escolar e tornando a escola cada
vez mais atrativa para o nosso público de discentes.
Portanto, cabe a nós, profissionais da educação, buscar
incessantemente novas metodologias, sendo que, testar a aceitação delas com os
alunos é o principal, extrair de conceitos gastos, ideias brilhantes é o desejado,
sendo possível a ocorrência deste feito desde que procurado pelo profissional
responsável pela propagação do saber.
Toda criança tem o direito de frequentar a escola sendo esta um lugar
acolhedor para ela, lugar onde a cada dia descobrirá coisas desconhecidas. A
maior riqueza do ser humano é o conhecimento adquirido. Em busca desta
aprendizagem que precisa ser concretizada é que a Psicologia do desenvolvimento
traça estratégias de interação, como: entender, aceitar, desenvolver e concluir, que
são palavras marcantes na procura pela obtenção de uma aprendizagem
proveitosa.

3 A REALIDADE EM QUE VIVEMOS SOBRE O ESPAÇO ESCOLAR E A VISÃO


DA SOCIEDADE PARA COM A ESCOLA: SER PROFESSOR DE ARTES

Diante dos fatos revoltantes que estão a nos afetar nesse Brasil de
poucos, todo profissional responsável para com o seu trabalho sente a
necessidade de abordar essa temática.
Observa-se o empalidecer dos ganhos políticos e sociais conseguidos
nos últimos anos, os quais acabam eclipsados pela cilada que caiu a administração
federal devido ao pacto de alianças políticas, pacto justificado pelo “projeto de
governabilidade”, o que na verdade significou abrir mão de foco da justiça e
melhoria social em prol de atendimento aos que sempre foram beneficiados.
Assim, como os que detêm o controle econômico e político do país
fazem uso das grandes mídias para editar e divulgar informações deturpadoras da
realidade, evitando que a grande maioria da sociedade tenha uma leitura mais
aprofundada dos fatos. Cria-se assim, um imaginário social na direção de torná-lo

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circunscrito a reprodução de clichês de críticas, de se restringir a reclamos


genéricos e superficiais. Apenas reforçando posturas conservadoras e
reacionárias, o que acaba por favorecer os que tradicionalmente sempre foram
favorecidos em nossa injusta e desigual sociedade.
O pior é que esses fatos amplos, que envolvem a todo o conjunto social,
reverberam em crises singulares a território mais familiar. A maior dificuldade é
justamente no encontro desses aspectos pessoais com os que se encontram para
além do território de ação imediata. O mundo só acontece enquanto lugar, mas é
um lugar em que todos os fenômenos que identificamos tanto os mais imediatos
quanto os mais distantes, apesar de suas formas e processos distintos, são
agenciados pelo meu corpo, pela minha mente e espírito, de maneira a me
constituir como sou. E este ser que sou está em crise.
A crise por não conseguir orientar com certa desenvoltura em meio a
essa interação tensa de fenômenos que acontecem em diferentes escalas, macros
e micros, molares e moleculares, do corpo social com o corpo individual, de meu
ser com o do meu país. Esses diferentes fenômenos se encontram aqui, em meu
corpo e estão se dobrando sobre o temor de tempos sombrios, doentios e trágicos.
Eis para mim o maior desafio para constituir “nossa” história dentro desta geografia.
A cada acesso que a mídia oportuniza, cria-se uma reviravolta sobre até
que ponto deveu seguir a carreira educativa. Atualmente são tantas cenas de
descaso e até mesmo de violência, truculência, ignorância e bestialidade
perpetrada pelo governo em relação à classe profissional dos trabalhadores de
educação, não se justifica. A essa cena de profunda violência e injustiça, outras
foram sendo resgatadas em minha memória, de meu imaginário fluíram todo um
conjunto de enunciados e corpos que denota um momento preocupante de nosso
Brasil. São pensamentos e ações expressos em imagens que envergonham a
qualquer ser mais sensível e desejoso de um mundo melhor.
Discursos de políticos contra os direitos de homossexuais e da
igualdade de gênero; de gestos e falas preconceituosas de “bons cidadãos” em
relação aos indígenas e afrodescendentes; de pessoas religiosas demonizando os
trabalhadores sem terra ou as famílias sem teto por apenas lutarem por terem
acessos a trabalho e moradia; de pessoas privilegiadas socialmente pedindo a
volta da Ditadura Militar e da repressão aos direitos civis e democráticos; da mãe

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que abandonou o bebê no lixo para poder continuar trabalhando; do padrasto que
matou a enteada por ter seu amor recusado; da labuta no cotidiano da escola, cada
vez mais longe da criatividade por mergulhar numa luta de Sísifo em prol da
disciplina e metas de produtividade; da idade que chega e o corpo que claudica
perante as inseguranças e tragédias que nos afetam etc. etc. etc.
Esse turbilhão de imagens envolveu e levou para outros planos,
desterritorializou completamente. A luta que durante toda a vida de professor onde
se batalha, por um mundo idealizado de justiça e igualdade social passou a derivar.
A ignorância perpetrada pelas ações e falas de políticos e membros
entendidos como corretos da sociedade, todo aquele preconceito e estupidez,
expressados por pessoas que passaram pela escola. Estudaram com professores,
muitos dos quais estavam ali apanhando e sofrendo por gestos e ações de seus
ex-alunos. Aonde erramos?

"A primeira ideia que uma criança precisa ter é a da diferença entre bem e
o mal. E a principal função do educador é cuidar para que ela não
confunda o bem com a passividade e o mal com a
atividade" (MONTESSORI, 1949, p.67).

Lutar pelo bem é lutar pela justiça, isso é lutar e não aceitar
passivamente o que o mal nos impõe. Parece que os educadores falharam nesse
processo de distinção e entendimento de como ser ativo e não ser participe da
violência e ignorância. Não há como combater o ódio com mais ódio. Temos como
muitas vezes afirmou Montessori, “aprender com as crianças”, mas o tempo de
infância...passou.

“O professor que desperta entusiasmo em seus alunos conseguiu algo que


nenhuma soma de métodos sistematizados, por mais corretos que sejam,
pode obter [...]. A meta da vida não é a perfeição, mas o eterno processo
de aperfeiçoamento, amadurecimento, refinamento” (DEWEY, 1979, p. 6).

Quando se opta pelo caminho da docência em artes, se pensa que ser


professor é permitir esse constante aperfeiçoamento do ser. Pensava que pelo
ensino das artes poderia despertar o interesse dos alunos na busca pelo
conhecimento. Mas as dificuldades são tantas. E a própria escola, com toda a sua
burocracia, com todas as disputas internas, com toda a violência presente em seu
interior, com todo o policiamento e controle de corpos e mentes, sejam dos alunos,
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sejam dos professores e funcionários, acabou desembocando na criação desses


monstros do poder e prepotência.
O não se fixar em um único objetivo e a curiosidade em fomentar e criar
um espaço paralelo traduziu em um verdadeiro beija-flor, sem paradas, transitando
pelo cenário artístico apropriando de várias linguagens sem buscar somente beleza
e sim um profundo contentamento que não respeita nem se compromete, está
sempre a fluir e não busca formas constantes, equilibradas e seguras.
Numa espécie de rebeldia velada, sabe-se que precisa de mais
disciplina como forma de focar os processos criativos. Pensei que talvez na
Educação poderia ser mais fácil me disciplinar... Grande equívoco! A disciplina de
fato ocorreu, mas como tolhimento da criatividade, como burocratização para se
restringir a reproduzir formas de pensar e agir padronizadas. A arte aí morre. A arte
estava morrendo em mim, ou melhor, eu, enquanto professora, estava morrendo
como artista.

A recepção que você faz do mundo através de seus sentidos, percepção,


imaginação, intuição, intelecto não é passiva, você não é um mero
receptáculo de informações, influências, conhecimentos. Na verdade você
seleciona o que toca você, por isso faz um recorte da realidade, através do
seu modo de ver o mundo, do seu jeito de viver a vida e de emocionar-se
ou não frente aos fatos de pensar sobre eles, de chorar, rir, amar, sobre,
agir, interpretar, expressar, dessa forma o resultado de qualquer produção
artística que você faça terá inevitavelmente a sua marca, a de sua história,
de sua ótica, fruto do ser único que você é. (MARTINS, PICOSQUE E
GUERRA, 1998, p 80).

A arte é essa força capaz de nos tornar o que somos, é a potência de


um plano de composição em que os monumentos de sensações por nós criados
reverbera em nós mesmos enquanto algo que nos transcende enquanto imanência
de vida. É algo que agencia os afetos e percepções dos fenômenos que nos
envolvem e se desdobra em formas criativas de sensações capaz de nos fazer
pensar sobre nós mesmos, mais que ser uma consciência crítica da sociedade, a
arte é a possibilidade de intuitivamente transformarmos nossa consciência, nosso
mundo, nossos corpos. A arte é a voz do corpo. A Arte produz, se reproduz ou auto
se produz enquanto movimento, cores, formas, texturas, nuances, desejos e
silêncios; a arte é onde se traduz na visão de quem vê o seu Eu no mundo.
Era partindo desse referencial de entendimento que pensava ser
professora de artes na escola. Quando li os Parâmetros Curriculares Nacionais, em
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especial o de Artes, vi em suas propostas e intenções a crença nessa possibilidade


de se efetivar um ensino criativo, crítico e enriquecedor de saberes e vida.

Apenas um ensino criador que favoreça a interação entre a aprendizagem


racional e estética dos alunos, poderá contribuir para o exercício conjunto
complementar da razão e do sonho no qual conhecer é também
maravilhar-se, divertir-se, brincar com o desconhecido, arriscar hipóteses
ousadas, trabalhar duro, esforçar-se alegrar-se com descobertas.
(BRASIL, 2001, p. 35).

Mas quando o profissional adentra o universo escolar, com todas as


cobranças e processos fiscalizadores e avaliativos, com a burocracia a ser
priorizada por relatórios e dados secos e objetivos, as condições de trabalho com
as artes se efetivam num sentido outro daqueles que tanto os PCN’s quanto os
ideais que se desejam.
O professor, enquanto mediador de experimentos e estímulos que
deviam oportunizar o exercício de habilidades criativas e estimulador no aluno a
elaboração de pensamentos críticos e autossuficientes, acabei me vendo acuada
frente aos espaços coletivos onde o ambiente escolar proporciona, pois a função
dada ao professor de arte. Muitas vezes, acaba sendo o único profissional dentro
da escola que deve abordar as questões de criatividade artística, faz com que
acabe trabalhando de forma solitária, desde o ensino infantil até o ensino médio,
tendo apenas uma aula semanal, muitas das quais são suspensas por feriados e
outras atividades que a escola acaba elegendo como prioritárias (colocar em dia
reuniões atrasadas de planejamento e de avaliação, por falta de datas, aplicar
provas substitutivas de outras disciplinas etc.).
Isso tudo expressa o pouco valor que essa disciplina tem no interior dos
objetivos educacionais na escola atual. Mas o pior é ser coordenado, quando não
supervisionado por profissionais que, na maioria das vezes, pouco ou quase nada
conhecem dos processos e formas de se trabalhar a capacidade criativa e artística
dos alunos. Os mecanismos disciplinadores e os fins objetivos de avaliação
quantitativa priorizados pelas metas e processos educacionais acabam não sendo
os mesmos do ritmo e tempo necessários para trabalhar as artes.
Ou seja, a arte visa uma coisa bem diferente daquilo que a escola
almeja. Nesse contexto, a disciplina sobre artes no interior da escola sobre de uma
relação esquizofrênica e acaba implodindo em seus processos de trabalho (tem

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que negar a criatividade para reproduzir informações eleitas como canônicas sobre
como ver o objeto artístico), assim como explodindo em seus objetivos (pois tem
que se restringir, muitas vezes, a passar um conteúdo restrito a historiografia das
artes).
Como trabalhar nessas condições? As respostas geralmente trilham o
caminho da sobrevivência possível, como apontam Ferraz e Fusari (1999).

O trabalho com a arte na escola tem uma amplitude limitada, mas, ainda
assim há possibilidades dessa ação educativa ser quantitativa e
qualitativamente bem feita, para isso, seu professor precisa encontrar
condições de aperfeiçoar-se continuadamente, tanto nos saberes artísticos
e sua história, quando em saberes sobre a organização e o
desenvolvimento do trabalho de educação escolar em Arte. (FERRAZ E
FUSARI, 1999, p.19-20).

Apesar de muitas vezes ansiar por acreditar nessas palavras, tudo vai se
configurando com uma complexidade muito maior. Se dependesse só do professor
de artes acho que o esforço para se melhor qualificar seria garantido, contudo, as
condições e tempo de trabalho na escola são fatores que desestimulam e
inviabilizam qualquer compromisso profissional de qualidade. A referida “amplitude
profissional limitada” acaba sendo, perdoe-me a redundância, sensivelmente
“ampliada”. E o esforço individual é barrado no coletivo da escola, o qual é
arrastado pelas metas quantitativas e prioridades outras, que passam bem longe
de estimular a criatividade e a elaboração de pensamento autônomo.
Um dos principais problemas para a dificuldade de se trabalhar as artes
na escola se encontra na impossibilidade temporal de vivência coletiva do espaço
de criação. Acredito que todo professor queira estar sempre mais tempo com seus
alunos, neste sentido, o tempo é inimigo do professor que busca conhecer seus
alunos, dando lhes oportunidade para criar o gosto pelo criar. Os alunos acabam
sendo arrastados para cumprirem as metas priorizadas pela própria escola de
atenderem as disciplinas que possuem maior carga horária. O trabalho com a
criação acaba se restringindo as quatro paredes da sala de aula, pois os alunos
não devem fazer barulho ou desviarem a atenção das atividades efetivadas nas
demais salas, portanto, não podem sair para fora, nem para o pátio, nem para o
entorno da escola.

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Crescer como profissional significa ir localizando-se no tempo e se


orientando no espaço, ou seja, estabelecer uma geografia em que a múltiplas
histórias se articulem em referenciais que melhor nos capacitem para ler as
circunstâncias em que vivemos, para chegarmos a ser um ser verdadeiramente
capaz de criar e transformar a realidade em conjunto com os nossos semelhantes,
para o alcance de nossos objetivos como profissionais, como educadores, como
cidadãos, como seres humanos, simplesmente humanos.
Lembrando das palavras de Paulo Freire (1983) sobre o que compete ao
educador e de como temos que acreditar num amanhã melhor, ao invés de nos
acomodarmos a rotina da atualidade, de buscarmos exercitar não apenas uma
mentalidade gramaticista e ordenadora, mas que se abra para as sensações e
intuições, que se coloque como pensadora da vida e não que enclausure a esta em
verdades prontas.

“O que importa, na formação docente, não é a repetição mecânica do


gesto, este ou aquele, mas a compreensão do valor dos sentimentos, das
emoções, do desejo, da insegurança a ser superada pela segurança, do
medo que, ao ser “educado”, vai gerando a coragem [...]. Nenhuma
formação docente verdadeira pode fazer-se alheada, de um lado, do
exercício da criticidade que implica a promoção da curiosidade ingênua à
curiosidade epistemológica, e de outro, sem o reconhecimento do valor
das emoções, da sensibilidade, da afetividade, da intuição ou adivinhação”
(FREIRE, 1983, p. 21-35).

Mas a escola hoje não visa a isso. Em nome de disciplinar e controlar


corpos e mentes, a escola acaba combatendo a criatividade, a intuição, as
sensações e emoções, não combatendo o medo, mas pelo contrário, estimulando-
o, para que o medo seja o fator controlador dos alunos, dos educadores, dos
sujeitos sociais. É o medo por ter que sair de sua “zona de conforto”, de seu
território de referenciais, mesmo que o mesmo seja doentio e negador da vida, que
faz que milhões de educadores reproduzam uma prática educacional
estupidificante, desestimulante, não criativa. Formando pessoas para o medo, para
o ódio e para o individualismo competitivo e segregacionista.
A disciplina de arte na escola poderia ser outra, ter outro sentido, mas a
escola teria que buscar fugir da territorialidade em que se encontra. A Arte pode ser
e deve ser trabalhada na escola, mas não necessariamente só pelo professor de
artes, pois cabe a todo Professor\Educador ser o condutor desse processo de
aprendizagem para a autonomia, para a criatividade. Penso que na aula de arte o
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aluno desenvolve outras percepções e pensamentos sobre o mundo, sobre a vida,


tendo as obras artísticas já elaboradas como referenciais, mas principalmente
sendo estimulados a criarem suas próprias obras, seja imagéticas, sonoras,
escritas, dançadas etc. A percepção estética do mundo, por meio da obra de arte,
amplia o repertório visual, sonoro, perceptivo em geral, e contribui para a
construção de um olhar crítico, de um pensar efetivamente propositivo a afirmar a
vida em sua dinâmica e multiplicidade espacial.

4 A IMPORTÂNCIA DO CURRICULO PARA A FUNCIONALIDADE DOS


ESPAÇOS ESCOLARES

Quando falamos de aprendizagem, consideramos que o aprender é


fundamental para a construção de significados e a todas as propostas de
educação. Portanto, envolve todo o âmbito pedagógico, além da compreensão
acerca de que, o ser humano, quando se desenvolve, o aprender que está inserido
em todas as etapas de sua vida. Assim, quando abordamos este tema sobre o
currículo na educação, buscamos a finalidade analisar conceitos que favoreçam a
compreensão sobre o currículo com relação à aprendizagem, dentro do contexto da
instituição escolar.
É preciso que cada professor se esforce em reconhecer a necessidade
da transformação de posturas e valores para que aconteçam as transformações no
processo de ensino e as novas formas de aprendizagem. O respeito ao aluno,
sendo um ser único e com potencialidades e capacidades únicas, e também com
suas limitações e individualidades.
Assim, compreende-se sobre a necessidade do planejamento de acordo
com a grade curricular e também sobre a realidade escolar e o meio do qual o
aluno convive.
Em nossa experiência de vida, compreendemos a necessidade e a
importância de se sentir motivado e impulsionado na realização de qualquer
atividade mesmo que seja para o próprio ganho de conhecimento. Quando este
momento é oportunizado e enriquecido de satisfação pelo aprender, ele se torna
muito mais valorizado e significativo.

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Assim, cabe o professor estar repensando suas praticas e indo além,


rever e discutir algumas formas de mediação docente e práticas pedagógicas que
contribuem para uma alfabetização significativa e que seja capaz de tornar os
alunos usuários competentes da língua escrita, em todas as situações que se
fizerem necessárias. Diante disso, através de nossas experiências, pode-se se
conclui que no trabalho com a língua não se pode desconsiderar as concepções
sobre alfabetização, bem como os caminhos que permitirão que a criança se
aproprie da língua escrita como um instrumento de emancipação humana e social.
Com isso temos o conceito, que o professor deve sempre estar
buscando novas informações e conhecendo um pouco mais as historias dos
métodos na aquisição de um mundo novo, num ponto de vista critico e
esclarecedor na qual vivenciamos experiências inovadoras. Tendo em vista que o
objetivo é analisar as concepções que o professores tem acerca da alfabetização, e
quais os métodos utilizados em sala de aula e assim, demonstrar a importância das
práticas pedagógicas com relação ao planejamento, suas teorias e métodos para
com a educação, sendo esta responsável pelo conhecimento e desenvolvimento
das pessoas, portanto, o professor ter o conhecimento sobre a importância de
buscar formas dentro do processo de ensino e aprendizagem nas séries iniciais,
destacando ser uma das fases mais importantes na vida do ser humano, pois é a
partir dela que o individuo se tornará um grande homem e profissional, de acordo
com os ensinamentos, valores e aprendizagens adquiridos com de seus
professores.
Neste sentido, podemos considerar que a escola e a sua organização
pertence a setores que compõem o próprio sistema de ensino, numa escala de
maior para menor, seriam as secretarias de educação, as escolas e o próprio
ambiente escolar. Mas para que serve o currículo se encontramos em nosso
cotidiano de trabalho, dentro da realidade do ambiente escolar, um aluno que vem
transferido de uma escola para outra, com uma discrepância exorbitante em sua
construção de conhecimentos levando a crer que o currículo ou mesmo a gestão
escolar não está encontrando caminhos para dar funcionalidade aos objetivos
propostos pela escola, sendo que o principal deles é a garantia da formação e do
aprendizado do aluno. Sabendo disso, que o currículo não representa apenas a
contextualização de conteúdos, mas engloba também:

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“questões de poder, tanto nas relações professor/aluno e


administrador/professor, quanto em todas as relações que permeiam o
cotidiano da escola e fora dela, ou seja, envolve relações de classes
sociais (classe dominante/classe dominada) e questões raciais, étnicas e
de gênero, não se restringindo a uma questão de conteúdos”.
(HORNBURG e SILVA, 2007, p.1)

Compreende-se então, que a instituição escolar tem um papel realmente


importante na vida de uma pessoa. É na escola que o indivíduo começa a ter a
noção de uma educação profissional de qualidade e também é por ela que todo
mundo começa a formar a sua própria opinião e assim poder tomar decisões por
contar própria. Por outro lado, é a escola que tem como responsabilidade formar
cidadãos capazes de viver em sociedade e profissionais para o mercado de
trabalho. Sendo assim, a escola trabalha no presente para colher resultados no
futuro, ou seja, fazendo com que seus alunos consigam viver verdadeiramente em
sociedade.
Complementando sobre a funcionalidade do currículo dentro do espaço
escolar, citamos Veiga, que diz:

“Currículo é uma construção social do conhecimento, pressupondo a


sistematização dos meios para que esta construção se efetive; a
transmissão dos conhecimentos historicamente produzidos e as formas de
assimilá-los, portanto, produção, transmissão e assimilação são processos
que compõem uma metodologia de construção coletiva do conhecimento
escolar, ou seja, o currículo propriamente dito.” (VEIGA, 2002, p.7)

Como função social, a escola é um local onde visa à inserção do


cidadão na sociedade, através da inter-relação pessoal e da capacitação para atuar
no grupo que convive. Forma cidadãos críticos e bem informados, em condições de
compreender e atuar no mundo em que vive. O papel da escola passa a ser mais
significativo ainda, uma vez que lida com um saber que, muitas vezes, precisa ser
repensado, reavaliado e reestruturado. Infelizmente, nem sempre ou quase sempre
a escola não tem cumprido o objetivo da educação que desejamos, de cunho
democrático, socializando o saber e os meios para aprendê-lo e transformá-lo, visto
que a sociedade encontra-se repleta de muitos conflitos que refletem de forma
insatisfatória dentro do ambiente escolar. Mas de que forma o atual curriculo está
favorecendo realmente o trabalho do professor, bem como, a aquisição do
conhecimento do aluno?
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No entanto, pode-se destacar sobre a vivência dentro dos espaços


escolares, apesar burocracia dizer, por exemplo, com relação ao ensino
fundamental I, só se repete na terceira e no quinto ano, sendo que na realidade
muitas vezes, os alunos acabam “passando de ano” desde o primeiro ano, por
exemplo, sem ter os requisitos mínimos para seguir a série adiante...
Como ir contra o sistema, onde apenas o professor é o grande culpado
com relação ao não desenvolvimento da aprendizagem do aluno de modo
satisfatório.
Atualmente, considera-se a educação um dos setores mais importantes
para o desenvolvimento de uma nação. É através da produção de conhecimentos
que um país cresce, aumentando sua renda e a qualidade de vida das pessoas.
Embora o Brasil tenha avançado neste campo nas últimas décadas, ainda há muito
para ser feito.
Falando em educação como estrutura socialmente determinada, reflete o
conjunto das contradições que permeiam o contexto social. É no contexto dessas
contradições que se situa a expectativa de que a escola contribua para a formação
de pessoas capazes de analisar criticamente a realidade na qual está inserida e
exercer participação cidadã em seu meio. Considerando alguns aspectos, podemos
elencar alguns itens da Educação Básica no Brasil, como avanços nas ultimas
décadas, entre outros:

 Educação como direito de todos – avanços no discurso;


 Constituição, LDB, Planos Educacionais;
 Deslocamento do foco das políticas para a escola;
 Ampliação da cobertura, em especial no Ensino Obrigatório;
 Tendência de melhoria na eficiência e qualidade do sistema;
 Avanços na gestão e financiamento;
 Maior visibilidade da questão educacional.

Destarte, compreende-se a importância sobre a função e a formação do


currículo, onde se percebe a competência máxima em sua representação, pois
agrupa todas as representações onde constitui a totalidade da escola. Assim, seja,
o trabalho que o currículo exige frente à aprendizagem, do aluno aconteça através
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de um trabalho colaborativo entre os sujeitos que fazem parte do espaço escolar,


para que este se transforme em um espaço importante de avaliação constante,
abrangendo todos os segmentos da organização escolar: atuação dos professores,
equipe diretiva, desempenho do professor e do aluno, envolvendo pais, conteúdos
e recursos.

4.1 O Papel da Escola na Aprendizagem e no Desenvolvimento do aluno

Para pensar em uma educação de qualidade nos dias de hoje, é preciso


que a escola tenha uma gestão democrática voltada aos princípios de uma
educação que valorize e oportunize a conscientização sobre a importância da
família dentro dos vários ambientes da escola.
A importância da integração da família e da escola na proposta
pedagógica vai muito além do que as legislações garantem, ou seja, é preciso o
verdadeiro comprometimento do educador com a aprendizagem do seu aluno.

A escola é o lugar de ensino e difusão do conhecimento, é instrumento


para o acesso das camadas populares ao saber elaborado; é,
simultaneamente, meio educativo de socialização do aluno no mundo
social adulto. (LIBÂNEO, 1987. p. 75)

Neste sentido, o papel da escola está justamente em garantir que as


ações pedagógicas sejam eficazes no sentindo mais amplo da palavra
aprendizagem. A escola é o principal acesso aos conhecimentos dos alunos,
portanto, cabe à escola, fazer com que seus educandos aprendam e estejam aptos
a viverem dentro do sistema que a sociedade lhe oportunizar. É função da escola
formar cidadãos, dar aos alunos os ensinamentos de que eles necessitam para
viver e trabalhar neste mundo de evolução, bem como orientá-los para a vida em
sociedade.
Isso só acontece, se a escola definir como meta, o trabalho crítico com
os conteúdos a serem estudados pelos educandos. Através de um trabalho crítico
e da busca pelo exercício da cidadania, a escola deve mostrar às novas gerações a
importância de cada indivíduo e seu papel na sociedade, enquanto cidadãos
conscientes de seus direitos e deveres. É necessário também, que a escola

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compreenda que seu papel é dar ao aluno condições para se inserir no meio social.
É preciso atentar para a evolução do mundo e orientar o estudante para a vida.
A escola desde a sua criação tem um papel fundamental na sociedade,
sendo que um dos seus principais objetivos é ensinar seus alunos e prepará-lo
para viver como cidadão em seu meio social. Ao longo dos tempos, a escola
brasileira foi agregando diversos “modelos” de ensino, vindos também de diversas
partes do mundo, sendo que, após sua recente construção e reformas chegamos
aos dias de hoje. Para nós que fazemos parte da Instituição de Ensino,
conhecemos a realidade que vivenciamos diariamente em nossas classes e nos
ambientes escolares, ou seja, o declínio da qualidade do ensino de nossos alunos
e o baixo desempenho em suas aprendizagens.
Frente a isso, cabe ao professor inserir em seu contexto de sala de aula,
atitudes para que o aluno desenvolva seu raciocínio, e adquira então
conhecimentos científicos, tento uma visão holística sobre o meio sócio-político que
está inserido e seja capaz de agir e interagir, transformando assim a sua realidade.
Nesta perspectiva, a educação insere e...

... transforma de modo indireto e mediato, isto é, agindo sobre os sujeitos


da prática” (Saviani, 1999). Não basta, porém, atuar intelectualmente,
possibilitando ao aluno a compreensão teórica e concreta da realidade. É,
mister, ainda que em pequena escala, possibilitar ao educando as
condições para que a compreensão teórica se traduza em atos, uma vez
que a prática transformadora é a melhor evidência da compreensão da
teoria. E é nesta perspectiva de educação, retomando a real função da
escola como “porta” de acesso ao conhecimento, com vistas a assegurar à
maioria da população, tanto a cultura formal como o conhecimento
científico, que se apresenta o resultado da pesquisa, cujo objetivo era
demonstrar a visão de alunos e professores sobre o processo de ensino e
aprendizagem. Diante dos pressupostos abordados, os dados obtidos na
pesquisa realizada, são considerados relevantes, pois abordam mudanças
na prática docente, porém, demonstram as dificuldades em se efetivar um
ensino de qualidade, que abranja a totalidade. (GASPARIN, 2005, p. 144)

Enfim, para que a escola faça o seu papel com excelência na vida de
seu aluno, todo o grupo humano de funcionários desta instituição precisa estar
unido em prol dos resultados do desenvolvimento dos alunos. Os professores
primeiramente precisam acreditar que todas as suas ações educativas terão valor e
significado na vida dos seus alunos, refletindo seu planejamento sobre cada ser
pensante que existe dentro de sua sala de aula, lembrando, é claro, das diferenças
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existentes entre eles, respeitando sua individualidade e assim suas dificuldades


com relação ao seu aprendizado. Desde modo, o professor estará sendo leal aos
seus princípios e propiciando aos seus alunos a oportunidade de serem formadores
ativos e participativos na construção de modo significativo de sua própria
aprendizagem.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da realização desta pesquisa e de acordo com nossos estudos,


compreendemos o quanto é fundamental a questão sobre a valorização do
profissional tanto pelos órgãos e secretarias de educação quanto pela própria
classe.
Tão necessário quanto o professor buscar aprimorar seus
conhecimentos e a forma em que irá coloca-los em prática.
As relações que a escola deve manter com o aluno tornam-se prioridade
a partir do momento que a família é colaboradora no processo de ensino e
aprendizagem.
É nesta interação que a escola mantém com a família, que a criança
desenvolve a noção sobre a importância do seu desenvolvimento e concede a sua
aprendizagem valores e significados primordiais para a construção de seus
conhecimentos.
A construção e elaboração deste trabalho tornou-se uma ferramenta
indispensável para que possamos refletir o conhecimento teórico adquirido
referente aos materiais a qual nos foi oportunizado. Para que houvesse a
discussão sobre todo o processo de ensino e aprendizado dos alunos com relação
ao lúdico no contexto escolar, se relacionou em conjunto à teoria exigida aplicadas
com as ferramentas lúdicas.
Diante disso, foi possível compreender a importância que o lúdico
exerce no aprendizado, independente da idade a ser trabalhado, o que nos leva a
estar refletindo sobre a prática docente e sobre o processo do ensino e
aprendizado, buscando respostas para superar as possíveis dificuldades que
poderá encontrar em sua pratica docente, iniciando dessa forma a construção da
sua identidade profissional.

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Buscamos então, através deste trabalho, encontrar repostas sobre o


propósito final a que realmente queremos, ou seja, a intenção de propor o ensino e
a aprendizagem através do lúdico. Sendo assim, quais saberes os docentes
necessita compreender e terem em suas práticas a relação sobre a função do
lúdico como beneficio de propiciar de forma contextualizada o aprendizado do seu
aluno levando ao prazer em buscar seus conhecimentos de forma lúdica, objetiva e
feliz. Desta forma, exploramos as bibliografias de vários autores; sendo que cada
autor tem a sua concepção e diferentes aspectos relacionados ao trabalho lúdico e
o seu enfoque educacional.
Todavia, surgem indagações: como explicar a razão de alguns
professores não utilizar jogos para formar conceitos? Será que os que utilizam
fazem de forma significativa? A importância da música aplicada sob o ponto de
vista lúdico tendo sido alvo de investigação em nossos dias atuais, pois já
passamos e ainda estamos passando por muitas mudanças em relações aos
métodos, embasamentos teóricos e práticas pedagógicas. Todas essas mudanças
fazem com que nos refletimos sobre como ensinar os alunos, principalmente com
relação às dificuldades sobre o processo de ensino e aprendizagem e como a
música pode contribuir no dia a dia de sala de aula para o seu desenvolvimento.
Para o tema escolhido, buscamos também, demonstrar a importância
das práticas pedagógicas, suas teorias e métodos, referenciando o lúdico como
ferramenta para a educação. Sendo está prática educativa responsável pelo
conhecimento e desenvolvimento das pessoas, portanto, para a educação de
crianças que estão iniciando sua aprendizagem na Educação Infantil, pode ser
considerada uma fase importante na vida do ser humano. Assim, é a partir da
participação e inserção ao ambiente escolar que o individuo terá oportunidade de
se tornará um grande homem e profissional, de acordo com os ensinamentos,
valores e aprendizagens adquiridos com de seus professores.

REFERÊNCIAS

BARRETO, D. Dança... Ensino, sentidos e possibilidades na escola. São Paulo:


Autores associados, 2004.

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