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Na atuação de um profissional comprometido que busque um processo de ensino-

aprendizagem de qualidade é de suma importância a busca de uma prática pedagógica


reflexiva, onde se avalie diariamente suas ações. É necessário que o profissional
docente se atualize sempre, e esteja preparado para trabalhar de forma contextualizada,
em determinado ambiente.

Nesse sentido através da prática, e do pensamento reflexivo e crítico o professor será


capaz de aprofundar o que aprendeu no campo teórico, estando sempre atento e
avaliando constantemente a forma que age de acordo com sua responsabilidade no
processo de ensino-aprendizagem de seus alunos, que ocorre nas práticas educativas,
portanto como diz a autora: a prática é um momento de teoria, onde a prática se faz
teoria, por intermediação dos sujeitos envolvidos, tendo como elemento determinante de
toda prática o processo de transformação. Neste aspecto quando reflete continuamente,
o docente repensa e busca reconstruir suas ações favorecendo para sua melhor atuação,
assim como beneficiando a todos envolvidos no processo.

Nessa perspectiva, uma prática pedagógica reflexiva leva o docente a ser o principal
responsável pelos caminhos que seus alunos irão traçar em busca do conhecimento,
refletindo sempre sobre quais suas finalidades e como alcançar os objetivos almejados.
Quando ocorre a reflexão da prática o professor sai da zona de conforto e este estará
sempre buscando os melhores caminhos em busca da solução de problemas existentes
no processo de ensino aprendizagem, sendo assim este se torna um profissional crítico e
reflexivo levando-o a busca de ações que transforme o meio que ele está inserido. Cabe
ressaltar que a teoria adquirida durante a formação é de suma importância e devem
sempre estar alinhadas a prática, lembrando que estas devem sempre ser analisadas,
pensando se cabem a determinada realidade em que se está trabalhando.

Ultimamente as práticas pedagógicas têm perdido sua originalidade, e é importante


destacar a importância da racionalidade pedagógica, profissionais bem formados, e que
estão sempre em busca de novos conhecimentos, que exerçam profissionalmente suas
funções e atendam a sociedade que lhe pertence. Lembrando que para o alcance de uma
educação de qualidade é necessário o desenvolvimento de uma boa prática em busca da
construção de conhecimento, onde cabe as instituições deverão está sempre atentas com
quais pessoas se atendem, qual meio ela está inserida, lembrando também que a
educação não acontece somente na escola, mas em inúmeros meios dentro da sociedade.
Para alcançar uma educação de qualidade é de suma importância a preocupação com a
prática pedagógica que vem sendo usada, sendo assim a pedagogia necessita de
autonomia para o exercício de sua criticidade, e cabe aos educadores se preocuparem
com a realização de uma prática pedagógica como prática social. Nesse sentido
consegue-se atingir a todas as realidades dos envolvidos no espaço de ensino-
aprendizagem, quando utilizada uma prática ampla, torna-se possível formar cidadãos
críticos e reflexivos que serão capazes de agir de forma consciente na sociedade.

De acordo com a autora a pedagogia marca-se como uma ação social da organização da
educação de uma sociedade e é vista também como uma prática teórica política. Nesse
sentido não adianta oferecer ao educador teorias sobre fatos e normas observadas que
ele professor deva aplicar; mas o fundamental é auxiliar o educador “a perceber as
exigências de cada situação educacional concreta, de tal forma que ele se torne
apto a levá-las a cabo autonomamente”. (SCHMIED-KOWARZIK, 1983, p. 50). O
que se realça é a necessária formação do professor, do pedagogo, para o
pensamento autônomo, crítico, uma vez que, esta posição sobre a reflexão da
responsabilidade do educador, deve ser o cerne da ciência pedagógica e que por
isto, a prática pedagógica não pode se realizar de forma neutra, sem os compromissos
com o sujeito e suas circunstâncias. Considero que toda pedagogia deva transformar-se
em uma pedagogia do oprimido, no sentido de trazer o sujeito ao diálogo, à
reflexão, ao compromisso com a formação.(pg. 166)

Nesse sentido cabe o professor exercer sua criticidade, pois quando o professor está
ciente de seu papel social como educador, sabendo a favor e contra o que está atuando
este está pensando e agindo com autonomia e conscientização da política de sua prática.
Por isso a formação continuada de professores é tão importante, pois impede que o
ensino seja apenas voltado para suas finalidades, como afirma a autora: A educação se
faz em processo, em diálogos, nas múltiplas contradições que são inexoráveis
entre sujeitos e natureza que mutuamente se transformam. Medir apenas resultados
e produtos de aprendizagens, como forma de avaliar o ensino, pode se
configurar e tem se configurado como uma grande falácia! (Pág.166)

É necessário levantarmos algumas questões quando estamos diante de qualquer que seja
o processo de ensino- aprendizagem: O que a se está ensinando? Por quê? para que fim?
Com que objetivo? Qual sentido em estudar isto ou aquilo? Incentivamos nossos
aprendizes a fazer o que com o que aprendem na escola? Todo aprendizado é permeado
por uma visão de mundo e, portanto, por uma escolha política que privilegia um
determinado conjunto de saberes que necessariamente expressa um determinado
conjunto de crenças e valores. Quando a escola democrática, os gestores, os professores,
os alunos e as suas famílias participam ativamente da do projeto político pedagógico da
escola, sendo assim fica possível que todos pensem qual educação está chegando para
os futuros cidadãos, por outro lado quando a gestão é autoritária não perpassa pelas
mãos da comunidade escolar e seguem valores próprios, e muitas vezes sua posição
ideológica é a favor de alguma coisa ou contra alguma coisa, ou seja a favor de alguns
e contra outros. . Nesse aspecto Paulo Freire defende que a educação tem que ser
política e observou que toda e qualquer educação está permeada de valores e que o
discurso da neutralidade esconde uma escolha política a favor da permanência, é um
empenho deliberado para manter um determinado sistema de conhecimento, e por
consequência um determinado sistema social. Sendo assim, a opção pela neutralidade é
uma escolha política. Constatando que toda educação é política, a escola e o professor
têm que ter consciência de que todo observador constrói a sua visão de mundo a partir
de um ponto de vista, por isso a importância da criticidade compreensão de seu papel
social como educador. Pois não cabe aos aprendizes apenas reproduzir aquilo que
aprendeu para passar de ano ou no vestibular, mas sim se perguntar o porquê disso na
sua vida, refletindo, buscando sentido. Sendo assim a função pedagógica é de preparar
organizar e configurar a prática docente.

Na construção da práxis pedagógica que acontece em diferentes âmbitos é de suma


importância a pratica teórica, pois quando se cria determinada teoria, está se configurará
na prática e a partir da reflexão critica se aprimorará cada vez mais, como diz a autora
“É um movimento fundamental de pesquisa da prática; um processo, portanto, inerente
à práxis pedagógica.” (pg.167). A práxis pedagógica acontece de forma contínua, uma
teoria que é prática e uma prática que se faz teoria.

Sendo assim num ambiente de ensino aprendizagem é de suma importância a presença


do pedagogo constantemente, levando o professor a refletir, pensar criticamente, e
melhorar sua prática pedagógica. Diante dos diferentes meios que os alunos vêm,
políticos, culturais, cabe ao pedagogo abrir leques diante das diversidades, levando em
conta a importância da essência de cada um, tanto quanto, o que ensinar e como ensinar.
Cabe também ao pedagogo, apresentar novas tecnologias, traçar novos caminhos para a
educação usando diversas ferramentas de aprendizagem. Sendo assim o papel do
pedagogo não se restringe às condições de aprendizagem dos alunos, mas também de
toda a equipe de funcionários da escola que deve se manter atualizada e capaz de se
interagir com os alunos de modo eficiente, prático e com as atualizações tanto de
linguagem quanto de ambientes propícios à comunicação e desse modo aproveitando
melhor as oportunidades para coordenar e apresentar novas possibilidades de
comportamentos considerados mais éticos, morais e políticos dentro do contexto
escolar, por isso a autora traz sobre a prática teórica, para esclarecer e realçar que a
pedagogia não deve se caracterizar como um campo aberto, cativo e submisso, no qual,
supostamente, teorias se aplicam.

Para tanto, a pedagogia precisa de pedagogos e docentes bem formados, com crítica e
autonomia. Pois, o objetivo da educação não é ensinar “coisas”, é criar nos educandos a
curiosidade, a experiência de pensar, não dando respostas prontas, educar cidadãos
capazes de resistir à estrutura social que retira as possibilidades de humanidade do
processo educativo. Pois a educação exerce grande influência na transformação da
sociedade, quando temos pedagogos bem-preparados sem nenhuma dúvida os frutos
serão colhidos futuramente.

Portanto como disse a autora: “ A pedagogia como prática social precisa constantemente
ser alimentada pela perspectiva do novo, do pressentido, da transgressão, de forma a não
se aprisionar a modelos que engessam e limitam seu necessário poder de profetizar
mudanças, e organizar ações transformadoras, dando espaços para que seja uma
ciência crítico reflexiva, pratico teórica, impregnada de reflexão filosófica, sobre
ideais e valores educativos, confirmando a impossibilidade de uma ciência da
educação neutra ou desinteressada.(pág.172)

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