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Anny Caroline – Clínica Médica

DPOC – Doença pulmonar obstrutiva crônica


 Definição:

É uma limitação do fluxo aéreo das vias aéreas inferiores, não reversível, provocada por uma resposta inflamatória a toxinas
inflamatórias, sendo a principal a fumaça do cigarro.
Cerca de 15% dos tabagistas desenvolvem DPOC. Além disso, atividades laborais específicas, como: exposição nas
indústrias de borracha, plásticos, couro, têxtil, moagem de grãos, produtos alimentícios, etc. E a poluição também é um fator
muito importante para o desenvolvimento dessa doença.
A deficiência de alfa-1-antipripsina é um fator genético importante para o desenvolvimento da doença em pacientes não
tabagistas.

Devo pesquisar deficiência de alfa-1-antitripsina → Enfisema em jovens (  45 anos); Enfisema predominantemente em bases
pulmonar; Enfisema em não tabagistas ou com pequena carga tabágica; História familiar de enfisema ou hepatopatia; Doença
hepática associada inexplicada.

 Quadro clínico:

Tosse é o sintoma mais comum, podendo ser diária ou intermitente.


Dispneia que é o principal sintoma associado a incapacidade, redução de qualidade de vida e pior prognóstico.
Produção excessiva de escarro.
Sintoma menos comum: perda ponderal, que é resultado da dispneia quando o paciente se alimenta, causando redução da
ingesta.
ÍNDICE DE DISPNEIA MODIFICADO DO MRC
0 – Tenho falta de ar ao realizar exercício intenso.
1 – Falta de ar quando apresso o passo ou suco escadas ou ladeira.
2 – Preciso parar algumas vezes quando ando ou ando mais devagar
que outras pessoas da minha idade.
3 – Preciso parar muitas vezes devido a falta de ar quando ando perto
dos 100 metros ou poucos minutos de caminhada no plano.
4 – Sinto falta de ar em repouso e/ou preciso de ajudar para vestir a
roupa ou tomar banho devido a dispneia.

Sinais → Sibilos, hiperinsuflação pulmonar que se manifesta pela atenuação dos sons cardíacos e
pulmonares, aumento do diâmetro anterosposterior do tórax (tórax em barril).
Avanço da doença → Sinais de esforço respiratório (lábios cerrados, uso de musculatura
acessória), respiração paradoxal e cianose.

 Diagnóstico:

Lembrar de sempre suspeitar de DPOC em pacientes tabagistas com presença de


sintomas respiratórios.
É de extrema importância também uma boa anamnese para buscar história de exposição a fumaça de combustão a lenha, poeiras
e fumaça ocupacional.
Avaliação espirométrica: é obrigatória na suspeita de DPOC. Deve ser realizada antes e depois da administração do
broncodilatador, de preferência em fase estável da doença.
Anny Caroline – Clínica Médica
Os parâmetros mais importantes avaliados são a capacidade vital forçada (CVF), o
volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) e a relação entre esses
parâmetros (VEF1/CFV). A limitação permanente ao fluxo aéreo é definida quando
esta relação é  0,70 pós broncodilatador. Essa limitação permanente é
necessária para estabelecer o diagnóstico de DPOC!

Avaliação radiológica: útil para


afastar outras doenças pulmonares,
principalmente neoplasias e avaliar
complicações em exarcebações da
doença.
Solicitar radiografia póstero-anterior e
perfil.

Avaliação gasométrica: inicialmente solicita-se a oxigenação do pulso, se a saturação vier  90% está indicada a gasometria.
Eletro e ecocardiograma são indicados nos casos em que existe suspeita de hipertensão pulmonar e cor pulmonale.
Diagnóstico diferencial → Asma, bronquiectasias, tuberculose e insuficiência cardíaca congestiva.

 Estadiamento:

Baseia-se na espirometria.
Estádio Espirometria VEF¹/CVF pós BD VEF¹
Estádio 1 – Doença leve  70%
Estádio 2 – Doença moderada ≥ 50%
Estádio 3 – Doença grave ≥ 30%
Estádio 4 – Doença muito grave  30%
 Tratamento:

Exacerbação: A infecção respiratória é a principal causa de exacerbação. Nesses casos observa-se a mudança do padrão de
secreção do paciente, de mucoide para purulenta, e o paciente apresenta piora da dispneia.
Agentes etiológicos mais comuns: Haemophilus influenzae, Streptococcus pneumoniae, Moraxella catarrhalis e os vírus
respiratórios.
É recomendado iniciar a terapêutica broncodilatadora inalatória (Salbutamol);
Suporte ventilatório não invasivo, o qual reduz a indicação de intubação. Se o paciente encontra-se sonolento e não
colaborativo, a intubação e a ventilação mecânica devem ser consideradas.

Critérios para internação → Enfermaria: Dispneia em repouso, VEF1  50%, idade maior que 65 anos, baixo peso, ≥ 3
exarcebações ano ano, comorbidades, necessidade de O² domiciliar, falta de condições socioeconômicas, falha do tto
ambulatorial.
UTI: instabilidade hemodinâmica, rebaixamento do nível de consciência, necessidade de ventilação invasiva, distúrbios
gasométricos graves ou que pioram mesmo com o tratamento.
Tratamento DPOC estável: Os broncodilatadores são aa base do tratamento sintomático das doenças pulmonares obstrutivas
e a via de administração preferencial é inalatória.

− B2-agonista: os de longa duração são mais eficazes, como o formoterol e salmeterol.


Anny Caroline – Clínica Médica
Oxigenoterapia: tem se mostrado como principal tto para melhorar a sobrevida dos pacientes hipoxêmicos portadores de DPOC,
com o objetivo de manter a saturação ≥ 90%. As indicações:

− PaO² ≤ 55 mmHg ou saturação ≤ 88% em repouso;

− PsO² entre 56 2 59 mmHg com evidência de cor pulmonale ou policitemia.

É de extrema importância recomendar a vacinação anti-influenza e antipneumocócia em pacientes portadores de DPOC, além

disso, a reabilitação respiratória para melhorar a qualidade de vida e a cessação do tabagismo é essencial para evitar a piora

da doença.

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