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Aprendendo Álgebra com o Cubo

Mágico

Waldeck Schützer
www.dm.ufscar.br/˜waldeck/

V Semana da Matemática da UFU


FAMAT, 25 a 28 de Outubro de 2005
Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.1/34
Resumo

1. Conhecendo melhor o Cubo Mágico


2. Permutações, grupos e as configurações do Cubo
3. Aplicação da Teoria de Grupos ao Cubo

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.2/34


Aula 2

Permutações, grupos e as Configurações do Cubo

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.3/34


Motivação
Na aula anterior, vimos que há algumas
configurações do Cubo que são obviamente
inatingíveis. Será que há outras?

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.4/34


Motivação
Na aula anterior, vimos que há algumas
configurações do Cubo que são obviamente
inatingíveis. Será que há outras?
Quais são? Como demonstrá-las?

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.4/34


Motivação
Na aula anterior, vimos que há algumas
configurações do Cubo que são obviamente
inatingíveis. Será que há outras?
Quais são? Como demonstrá-las?
Sabemos que o número total de configurações é
finito, mas como calcular esse número?

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.4/34


Motivação
Na aula anterior, vimos que há algumas
configurações do Cubo que são obviamente
inatingíveis. Será que há outras?
Quais são? Como demonstrá-las?
Sabemos que o número total de configurações é
finito, mas como calcular esse número?
A resposta a essas questões será surpreendente.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.4/34


Motivação
Na aula anterior, vimos que há algumas
configurações do Cubo que são obviamente
inatingíveis. Será que há outras?
Quais são? Como demonstrá-las?
Sabemos que o número total de configurações é
finito, mas como calcular esse número?
A resposta a essas questões será surpreendente.
Com as noções de permutações e de grupos
podemos respondê-las efetivamente.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.4/34


Motivação
Na aula anterior, vimos que há algumas
configurações do Cubo que são obviamente
inatingíveis. Será que há outras?
Quais são? Como demonstrá-las?
Sabemos que o número total de configurações é
finito, mas como calcular esse número?
A resposta a essas questões será surpreendente.
Com as noções de permutações e de grupos
podemos respondê-las efetivamente.
Outro ganho: método algébrico.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.4/34


Permutações
Uma permutação é um rearranjo de um conjunto de
objetos.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.5/34


Permutações
Uma permutação é um rearranjo de um conjunto de
objetos.
A ênfase está no rearranjo, não os objetos em si.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.5/34


Permutações
Uma permutação é um rearranjo de um conjunto de
objetos.
A ênfase está no rearranjo, não os objetos em si.
Por exemplo, b, a, c é uma permutação do conjunto
{a, b, c}.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.5/34


Permutações
Uma permutação é um rearranjo de um conjunto de
objetos.
A ênfase está no rearranjo, não os objetos em si.
Por exemplo, b, a, c é uma permutação do conjunto
{a, b, c}.
Outro exemplo, 2, 1, 3 é uma permutação do
conjunto {1, 2, 3}.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.5/34


Permutações
Uma permutação é um rearranjo de um conjunto de
objetos.
A ênfase está no rearranjo, não os objetos em si.
Por exemplo, b, a, c é uma permutação do conjunto
{a, b, c}.
Outro exemplo, 2, 1, 3 é uma permutação do
conjunto {1, 2, 3}.
Ambas as permutações são essencialmente iguais,
pois trocam o 1o e o 2o objetos do conjunto.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.5/34


Permutações
Uma permutação é um rearranjo de um conjunto de
objetos.
A ênfase está no rearranjo, não os objetos em si.
Por exemplo, b, a, c é uma permutação do conjunto
{a, b, c}.
Outro exemplo, 2, 1, 3 é uma permutação do
conjunto {1, 2, 3}.
Ambas as permutações são essencialmente iguais,
pois trocam o 1o e o 2o objetos do conjunto.
Então podemos sempre pensar que o conjunto
permutado é {1, 2, . . . , n}.
Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.5/34
Permutações
Podemos pensar em arranjos como um conjunto de
caixas numeradas 1, 2, . . . , n, cada uma contendo
uma única bola.
...
1 2 n

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.5/34


Permutações
Podemos pensar em arranjos como um conjunto de
caixas numeradas 1, 2, . . . , n, cada uma contendo
uma única bola.
...
1 2 n
Permutar é tirar todas as bolas para fora . . .
...

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.5/34


Permutações
Podemos pensar em arranjos como um conjunto de
caixas numeradas 1, 2, . . . , n, cada uma contendo
uma única bola.
...
1 2 n
Permutar é tirar todas as bolas para fora . . .
...
. . . depois recolocá-las na mesma caixa ou em outra
diferente, cada caixa contendo exatamente uma bola.
...
1 2 n
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Permutações
Uma permutação pode ser descrita por uma série de
afirmações como
A bola que estava na caixa 1 foi para a caixa 2
A bola que estava na caixa 2 foi para a caixa 1
..
.
A bola que estava na caixa n foi para a caixa n
...
Antes: 1 2 n

...
Depois: 1 2 n
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Permutações
Uma permutação pode ser descrita pelo seguinte
esquema
 
1 2 ··· n
2 1 ··· n
onde cada coluna representa uma das afirmações
acima.
Essa matriz dá uma descrição precisa da
permutação.
Torna fácil fazer a “composição” de permutações.

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Contando permutações
Suponhamos que as bolas sejam indistinguíveis.
...
1 2 n
...

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.6/34


Contando permutações
Suponhamos que as bolas sejam indistinguíveis.
...
1 2 n
...
No começo, podemos escolher qualquer uma das n
bolas para pôr na caixa 1.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.6/34


Contando permutações
Suponhamos que as bolas sejam indistinguíveis.
...
1 2 n
...
No começo, podemos escolher qualquer uma das n
bolas para pôr na caixa 1.
Depois, qualquer uma das n − 1 bolas restantes para
pôr na caixa 2, etc.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.6/34


Contando permutações
Suponhamos que as bolas sejam indistinguíveis.
...
1 2 n
...
No começo, podemos escolher qualquer uma das n
bolas para pôr na caixa 1.
Depois, qualquer uma das n − 1 bolas restantes para
pôr na caixa 2, etc.
Portanto, o total de permutações é
n · (n − 1) · · · 2 · 1.

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Contando permutações
Suponhamos que as bolas sejam indistinguíveis.
...
1 2 n
...
No começo, podemos escolher qualquer uma das n
bolas para pôr na caixa 1.
Depois, qualquer uma das n − 1 bolas restantes para
pôr na caixa 2, etc.
Portanto, o total de permutações é n · (n − 1) · · · 2 · 1.
Esse número é chamado n-fatorial, também escrito
n!. Temos 0! = 1, 1! = 1, 2! = 2, 3! = 6, 4! = 24,
5! = 120, 6! = 720, 7! = 5040, . . . Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.6/34
Notação de ciclos
Matrizes são convenientes para descrever
permutações.
Mas há uma modo mais simples: a notação de
ciclos.
Um ciclo pode ser pensado como uma série de
transições de estado que acaba por retornar ao
estado inicial.
S1 → S 2 → · · · → S n → S 1

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.7/34


Notação de ciclos
Por exemplo, considere a permutação
 
1 2 3 4
σ=
3 2 4 1
Voltando a pensar nas caixas com bolas, esta
permutação faz o seguinte:
A bola que estava na caixa 1 vai para a caixa 3.
A bola que estava na caixa 3 vai para a caixa 4.
A bola que estava na caixa 4 vai para a caixa 1.
A bola que estava na caixa 2 vai para a caixa 2.
Repare no modo como as bolas das caixas 1,3 e 4
transitam em círculo.
Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.7/34
Notação de ciclos
Notando que a bola na caixa 2 permanece onde está,
podemos representar o trânsito das demais bolas por
σ: 1→3→4→1
significando que a bola da caixa 1 vai para a caixa 3,
a da caixa 3 vai para a caixa 4 e a da caixa 4 vai para
a caixa 1.
Melhor ainda, podemos simplesmente escrever
σ = (1 3 4)
significando a mesma coisa. Esta é a chamada
notação de ciclos de σ.
Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.7/34
Notação de ciclos
Na notação de ciclos, os n elementos entre
parênteses formam um n-ciclo.
Interpretação do ciclo: o primeiro objeto sai da caixa
onde está e vai para caixa seguinte, e assim por
diante, até que o último objeto vai ocupar a primeira
caixa do ciclo.
Os seguintes 3-ciclos são todos iguais:
σ = (1 3 4) = (3 4 1) = (4 1 3)
Há ma vantagem evidente em usar ciclos:
 
1 2 3 4 5 6
ρ= = (1 2)(4 6 5)
2 1 3 6 4 5
Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.7/34
Notação canônica de ciclos
Na notação canônica de ciclos o menor objeto entre
parênteses deve iniciar o ciclo.
ρ = (1 2)(3 5 4) está na forma canônica.
Mas η = (4 3)(2 1 5) não está.
No entanto, girando os elementos do ciclo, podemos
reescrevê-lo na forma canônica: η = (3 4)(1 5 2).

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.8/34


Permutações das facetas do Cubo
Os movimentos R, L, F, B, U, D permutam o
conjunto das facetas.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.9/34


Permutações das facetas do Cubo
Os movimentos R, L, F, B, U, D permutam o
conjunto das facetas.
Por exemplo,
U f 17 Urf 10 U f 20 Urf16
Ul f 9 2 Ul f 15
16 1 5 14 4 8 1
ur ur
Fu F Fu F
Lu

Lu
Ful 6 Ful
F 5
f

f
19
20 8 Fr
→ 7 Fr
Lf

Lf
Fl 3 Fl 2
15 7 rd 13 6 rd
4 d F 3 d F
F F

Ld
Ld

Fld Fld

f
f

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Permutações das facetas do Cubo
Os movimentos R, L, F, B, U, D permutam o
conjunto das facetas.
Por exemplo,
U f 17 Urf 10 U f 20 Urf16
Ul f 9 2 Ul f 15
16 1 5 14 4 8 1
ur ur
Fu F Fu F
Lu

Lu
Ful 6 Ful
F 5
f

f
19
20 8 Fr
→ 7 Fr
Lf

Lf
Fl 3 Fl 2
15 7 rd 13 6 rd
4 d F 3 d F
F F

Ld
Ld

Fld Fld

f
f

F = (F ur F rd F ld F ul)(F r F d F l F u)
(Ruf Drf Ldf U lf )(Rf d Dlf Luf U rf )
(Rf Df Lf U f )
Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.9/34
Permutações das facetas do Cubo
rf 10 rf16
l f 9 Uf 17 U l f 15 Uf 20 U
U 2 U 1
16 1 5 14 4 8
r r
F u Fu F u Fu

Lu

Lu
Fu l Fu l
6
F 5

f
19
20 8 Fr
→ 7 Fr

Lf

Lf
Fl 3 Fl 2
15 7 rd 13 6 rd
4 d F 3 d F
F F

Ld
Ld Fld Fld

f
f

Usando os números {1, 2, . . . 48} ao invés dos


nomes das facetas, temos
F =(1 2 3 4)(5 6 7 8)(9 11 13 15)(10 12 14 16)(17 18 19 20)

As facetas centrais giram em torno de si mesmas,


por isso não aparecem nos ciclos.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.9/34


Decomposição em ciclos
Um fato importante surge quando usamos a notação
de ciclos: toda permutação se decompõe como
“produto” de ciclos disjuntos.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.10/34


Decomposição em ciclos
Um fato importante surge quando usamos a notação
de ciclos: toda permutação se decompõe como
“produto” de ciclos disjuntos.
Por exemplo, a permutação
 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
1 3 6 8 7 2 10 9 4 11 5

consiste de dois 3-ciclos e um 4-ciclo:


(2 3 6)(4 8 9)(5 7 10 11)

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Decomposição em ciclos
Um fato importante surge quando usamos a notação
de ciclos: toda permutação se decompõe como
“produto” de ciclos disjuntos.
Por exemplo, a permutação
 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
1 3 6 8 7 2 10 9 4 11 5

consiste de dois 3-ciclos e um 4-ciclo:


(2 3 6)(4 8 9)(5 7 10 11)
Para ver por que isso é importante, estudemos
aplicações repetidas de um ciclo.
Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.10/34
Repetição de ciclos

I: 1 2 3

(1 2 3): 1 2 3

(1 2 3)2 = (1 3 2): 1 2 3

(1 2 3)3 = I: 1 2 3
Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.11/34
Repetição de ciclos
O que está acontecendo?

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.11/34


Repetição de ciclos
O que está acontecendo?
A cada aplicação de (1 2 3), as bolas avançam para a
caixa seguinte no ciclo.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.11/34


Repetição de ciclos
O que está acontecendo?
A cada aplicação de (1 2 3), as bolas avançam para a
caixa seguinte no ciclo.
Mas há apenas 3 caixas no ciclo. Por isso, após três
aplicações as bolas retornam para onde estavam no
início.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.11/34


Repetição de ciclos
O que está acontecendo?
A cada aplicação de (1 2 3), as bolas avançam para a
caixa seguinte no ciclo.
Mas há apenas 3 caixas no ciclo. Por isso, após três
aplicações as bolas retornam para onde estavam no
início.
Isso não acontece com menos de três aplicações,
portanto a ordem de (1 2 3) é 3.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.11/34


Repetição de ciclos
O que está acontecendo?
A cada aplicação de (1 2 3), as bolas avançam para a
caixa seguinte no ciclo.
Mas há apenas 3 caixas no ciclo. Por isso, após três
aplicações as bolas retornam para onde estavam no
início.
Isso não acontece com menos de três aplicações,
portanto a ordem de (1 2 3) é 3.
Em geral a ordem do n-ciclo (i1 i2 · · · in ) é igual a
n. Para compreender a ordem de uma permutação
qualquer, vamos recordar o conceito de MMC.
Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.11/34
MMC
Considere os conjuntos M (4) = {4, 8, 12, 16, . . .} e
M (6) = {6, 12, 18, . . .} dos múltiplos de 4 e de 6.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.12/34


MMC
Considere os conjuntos M (4) = {4, 8, 12, 16, . . .} e
M (6) = {6, 12, 18, . . .} dos múltiplos de 4 e de 6.
12 é o primeiro número comum entre os dois, i.e, o
menor elemento de
M (4) ∩ M (6) = {12, 24, 36, . . .} = M (12).

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.12/34


MMC
Considere os conjuntos M (4) = {4, 8, 12, 16, . . .} e
M (6) = {6, 12, 18, . . .} dos múltiplos de 4 e de 6.
12 é o primeiro número comum entre os dois, i.e, o
menor elemento de
M (4) ∩ M (6) = {12, 24, 36, . . .} = M (12).
Dizemos que 12 é o Mínimo Múltiplo Comum de 4 e
6, e escrevemos MMC(4,6)=12.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.12/34


MMC
Considere os conjuntos M (4) = {4, 8, 12, 16, . . .} e
M (6) = {6, 12, 18, . . .} dos múltiplos de 4 e de 6.
12 é o primeiro número comum entre os dois, i.e, o
menor elemento de
M (4) ∩ M (6) = {12, 24, 36, . . .} = M (12).
Dizemos que 12 é o Mínimo Múltiplo Comum de 4 e
6, e escrevemos MMC(4,6)=12.
Como 4 = 22 e 6 = 2 · 3, vemos que o MMC é o
produto dos fatores comumns e não-comuns
elevados à maior potência, isto é 12 = 22 3.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.12/34


Repetição de permutações
Agora consideremos σ = (1 2)(3 4 5), que consiste
de um 2-ciclo e um 3-ciclo.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.13/34


Repetição de permutações
Agora consideremos σ = (1 2)(3 4 5), que consiste
de um 2-ciclo e um 3-ciclo.
Observe que esses ciclos não tem elementos em
comum. Por isso a cada aplicação de σ podemos
olhar apenas para {1, 2} ou apenas para {3, 4, 5}.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.13/34


Repetição de permutações
Agora consideremos σ = (1 2)(3 4 5), que consiste
de um 2-ciclo e um 3-ciclo.
Observe que esses ciclos não tem elementos em
comum. Por isso a cada aplicação de σ podemos
olhar apenas para {1, 2} ou apenas para {3, 4, 5}.
Após 2 aplicações, os elementos de {1, 2} voltam à
posição original. Isso ocorre para σ 2 , σ 4 , σ 6 , . . .

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Repetição de permutações
Agora consideremos σ = (1 2)(3 4 5), que consiste
de um 2-ciclo e um 3-ciclo.
Observe que esses ciclos não tem elementos em
comum. Por isso a cada aplicação de σ podemos
olhar apenas para {1, 2} ou apenas para {3, 4, 5}.
Após 2 aplicações, os elementos de {1, 2} voltam à
posição original. Isso ocorre para σ 2 , σ 4 , σ 6 , . . .
Após 3 aplicações, os elementos de {3, 4, 5} voltam
à posição original. Isso ocorre para σ 3 , σ 6 , σ 9 , . . .

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.13/34


Repetição de permutações
Agora consideremos σ = (1 2)(3 4 5), que consiste
de um 2-ciclo e um 3-ciclo.
Observe que esses ciclos não tem elementos em
comum. Por isso a cada aplicação de σ podemos
olhar apenas para {1, 2} ou apenas para {3, 4, 5}.
Após 2 aplicações, os elementos de {1, 2} voltam à
posição original. Isso ocorre para σ 2 , σ 4 , σ 6 , . . .
Após 3 aplicações, os elementos de {3, 4, 5} voltam
à posição original. Isso ocorre para σ 3 , σ 6 , σ 9 , . . .
σ 6 é o primeiro a aparecer em ambas as listas.
Portanto, a ordem de σ é 6.
Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.13/34
Ordem de permutações
Observe que 6 é o MMC de 2 e 3.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.14/34


Ordem de permutações
Observe que 6 é o MMC de 2 e 3.
Se uma permutação consiste de m-ciclos e de
n-ciclos disjuntos então sua ordem é o MMC(m, n).

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.14/34


Ordem de permutações
Observe que 6 é o MMC de 2 e 3.
Se uma permutação consiste de m-ciclos e de
n-ciclos disjuntos então sua ordem é o MMC(m, n).
Se σ consiste de ciclos de tamanhos 2, 3, 6, 7, então
sua ordem é M M C(2, 3, 6, 7) = 42.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.14/34


Ordem de permutações
Observe que 6 é o MMC de 2 e 3.
Se uma permutação consiste de m-ciclos e de
n-ciclos disjuntos então sua ordem é o MMC(m, n).
Se σ consiste de ciclos de tamanhos 2, 3, 6, 7, então
sua ordem é M M C(2, 3, 6, 7) = 42.
Considere σ = (1 2)(3 4 5), que tem ordem 6.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.14/34


Ordem de permutações
Observe que 6 é o MMC de 2 e 3.
Se uma permutação consiste de m-ciclos e de
n-ciclos disjuntos então sua ordem é o MMC(m, n).
Se σ consiste de ciclos de tamanhos 2, 3, 6, 7, então
sua ordem é M M C(2, 3, 6, 7) = 42.
Considere σ = (1 2)(3 4 5), que tem ordem 6.
O que acontece se repetirmos σ três vezes?

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.14/34


Ordem de permutações
Observe que 6 é o MMC de 2 e 3.
Se uma permutação consiste de m-ciclos e de
n-ciclos disjuntos então sua ordem é o MMC(m, n).
Se σ consiste de ciclos de tamanhos 2, 3, 6, 7, então
sua ordem é M M C(2, 3, 6, 7) = 42.
Considere σ = (1 2)(3 4 5), que tem ordem 6.
O que acontece se repetirmos σ três vezes?
O 3-ciclo desaparece, mas não o 2-ciclo, logo
σ 3 = (1 2).

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.14/34


Ordem de permutações
Observe que 6 é o MMC de 2 e 3.
Se uma permutação consiste de m-ciclos e de
n-ciclos disjuntos então sua ordem é o MMC(m, n).
Se σ consiste de ciclos de tamanhos 2, 3, 6, 7, então
sua ordem é M M C(2, 3, 6, 7) = 42.
Considere σ = (1 2)(3 4 5), que tem ordem 6.
O que acontece se repetirmos σ três vezes?
O 3-ciclo desaparece, mas não o 2-ciclo, logo
σ 3 = (1 2).
Embora σ mova 5 elementos, σ 3 move apenas 2.
Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.14/34
Aplicação de ciclos no Cubo
E se os objetos permutados fossem os cubinhos do
cubo?
A macro S = F 2 L2 move exatamente 13 cubinhos,
mas vimos na aula anterior que S 3 move apenas 4:

S: S3 :

Ela troca dois pares de cubinhos.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.15/34


Aplicação de ciclos no Cubo

S: S3 :

Dando nomes aos cubinhos, a macro S faz:


(DF UF )(DL UL)(FL FR BL)(DFL UFR UBL)(DLB ULB DRF )

Após executar a macro S três vezes, os elementos


presentes nos 3-ciclos voltam à sua posição original.
No entanto, os elementos dos 2-ciclos foram
permutados um número ímpar de vezes, por isso
permanecem trocados. Logo,
S 3 = (DF UF )(DL UL).
Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.15/34
De permutações a grupos
O que alcançamos até o momento?
Até agora aprendemos o que são permutações e
como representá-las convenientemente usando a
notação de ciclos.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.16/34


De permutações a grupos
O que alcançamos até o momento?
Até agora aprendemos o que são permutações e
como representá-las convenientemente usando a
notação de ciclos.
Aplicamos essa noção ao Cubo para estudar certas
macros, aprendendo como e por que elas funcionam.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.16/34


De permutações a grupos
O que alcançamos até o momento?
Até agora aprendemos o que são permutações e
como representá-las convenientemente usando a
notação de ciclos.
Aplicamos essa noção ao Cubo para estudar certas
macros, aprendendo como e por que elas funcionam.
Mas isso não é o bastante para respondermos às
questões acima.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.16/34


De permutações a grupos
O que alcançamos até o momento?
Até agora aprendemos o que são permutações e
como representá-las convenientemente usando a
notação de ciclos.
Aplicamos essa noção ao Cubo para estudar certas
macros, aprendendo como e por que elas funcionam.
Mas isso não é o bastante para respondermos às
questões acima.
Precisamos de alguma coisa para captar mais
informações sobre as propriedades do Cubo.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.16/34


De permutações a grupos
O que alcançamos até o momento?
Até agora aprendemos o que são permutações e
como representá-las convenientemente usando a
notação de ciclos.
Aplicamos essa noção ao Cubo para estudar certas
macros, aprendendo como e por que elas funcionam.
Mas isso não é o bastante para respondermos às
questões acima.
Precisamos de alguma coisa para captar mais
informações sobre as propriedades do Cubo.
Precisamos de Grupos.
Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.16/34
O que é um grupo?
Um grupo é um objeto matemático abstrato que
pode ser definido de modo muito elegante com
apenas alguns poucos axiomas.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.17/34


O que é um grupo?
Um grupo é um objeto matemático abstrato que
pode ser definido de modo muito elegante com
apenas alguns poucos axiomas.
A partir desses poucos axiomas, muitos teoremas
interessantes podem ser provados.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.17/34


O que é um grupo?
Um grupo é um objeto matemático abstrato que
pode ser definido de modo muito elegante com
apenas alguns poucos axiomas.
A partir desses poucos axiomas, muitos teoremas
interessantes podem ser provados.
O conjunto de todas as permutações das facetas do
Cubo é um grupo, bem grande e complexo (mas não
é infinito).

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.17/34


O que é um grupo?
Um grupo é um objeto matemático abstrato que
pode ser definido de modo muito elegante com
apenas alguns poucos axiomas.
A partir desses poucos axiomas, muitos teoremas
interessantes podem ser provados.
O conjunto de todas as permutações das facetas do
Cubo é um grupo, bem grande e complexo (mas não
é infinito).
A seguir vamos dar a definição formal de grupo e
estudar alguns exemplos familiares de grupos.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.17/34


O que é um grupo?
Um grupo é um objeto matemático abstrato que
pode ser definido de modo muito elegante com
apenas alguns poucos axiomas.
A partir desses poucos axiomas, muitos teoremas
interessantes podem ser provados.
O conjunto de todas as permutações das facetas do
Cubo é um grupo, bem grande e complexo (mas não
é infinito).
A seguir vamos dar a definição formal de grupo e
estudar alguns exemplos familiares de grupos.
A teoria de grupos é bastante poderosa. Na próxima
aula vamos usá-la usá-la para resolver o Cubo.
Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.17/34
Definição de Grupo
Um grupo é um conjunto G com uma operação binária ∗
possuindo as seguintes propriedades:
A operação ∗ é fechada: se g, h ∈ G então
g ∗ h ∈ G.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.18/34


Definição de Grupo
Um grupo é um conjunto G com uma operação binária ∗
possuindo as seguintes propriedades:
A operação ∗ é fechada: se g, h ∈ G então
g ∗ h ∈ G.
A operação ∗ é associativa: se f, g, h ∈ G então
(f ∗ g) ∗ h = f ∗ (g ∗ h).

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.18/34


Definição de Grupo
Um grupo é um conjunto G com uma operação binária ∗
possuindo as seguintes propriedades:
A operação ∗ é fechada: se g, h ∈ G então
g ∗ h ∈ G.
A operação ∗ é associativa: se f, g, h ∈ G então
(f ∗ g) ∗ h = f ∗ (g ∗ h).
Existe elemento identidade e ∈ G: para todo g ∈ G,
temos g ∗ e = e ∗ g = g.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.18/34


Definição de Grupo
Um grupo é um conjunto G com uma operação binária ∗
possuindo as seguintes propriedades:
A operação ∗ é fechada: se g, h ∈ G então
g ∗ h ∈ G.
A operação ∗ é associativa: se f, g, h ∈ G então
(f ∗ g) ∗ h = f ∗ (g ∗ h).
Existe elemento identidade e ∈ G: para todo g ∈ G,
temos g ∗ e = e ∗ g = g.
Todo elemento tem inverso: se g ∈ G então existe
g −1 ∈ G tal que g ∗ g −1 = g −1 ∗ g = e.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.18/34


Observações
Note que algumas propriedades familiares podem
não estar presentes num grupo.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.19/34


Observações
Note que algumas propriedades familiares podem
não estar presentes num grupo.
Por exemplo, em G pode ser que existam elementos
g e h tais que g ∗ h 6= h ∗ g.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.19/34


Observações
Note que algumas propriedades familiares podem
não estar presentes num grupo.
Por exemplo, em G pode ser que existam elementos
g e h tais que g ∗ h 6= h ∗ g.
Como só há uma operação ∗ em G, por simplicidade
escrevemos apenas gh ao invés de g ∗ h.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.19/34


Observações
Note que algumas propriedades familiares podem
não estar presentes num grupo.
Por exemplo, em G pode ser que existam elementos
g e h tais que g ∗ h 6= h ∗ g.
Como só há uma operação ∗ em G, por simplicidade
escrevemos apenas gh ao invés de g ∗ h.
Assim, definimos também g 2 = g ∗ g = gg,
g 3 = ggg, g 0 = e e g −n = (g n )−1 .

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.19/34


Conseqüências imediatas
O elemento identidade é único: se e0 fosse outra
identidade, então ee0 = e, mas também ee0 = e0 ,
logo e0 = e.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.20/34


Conseqüências imediatas
O elemento identidade é único: se e0 fosse outra
identidade, então ee0 = e, mas também ee0 = e0 ,
logo e0 = e.
O elemento inverso é único: se h fosse outro inverso
de g, então gh = hg = e. Mas gg −1 = e, logo
h = he = h(gg −1 ) = (hg)g −1 = eg −1 = g −1 .

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.20/34


Conseqüências imediatas
O elemento identidade é único: se e0 fosse outra
identidade, então ee0 = e, mas também ee0 = e0 ,
logo e0 = e.
O elemento inverso é único: se h fosse outro inverso
de g, então gh = hg = e. Mas gg −1 = e, logo
h = he = h(gg −1 ) = (hg)g −1 = eg −1 = g −1 .
Portanto, em um grupo G, a equação gx = e tem
única solução x = g −1 .

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.20/34


Conseqüências imediatas
O elemento identidade é único: se e0 fosse outra
identidade, então ee0 = e, mas também ee0 = e0 ,
logo e0 = e.
O elemento inverso é único: se h fosse outro inverso
de g, então gh = hg = e. Mas gg −1 = e, logo
h = he = h(gg −1 ) = (hg)g −1 = eg −1 = g −1 .
Portanto, em um grupo G, a equação gx = e tem
única solução x = g −1 .
De fato, podemos trocar os dois últimos axiomas
pelo seguinte: dados quaisquer g, h ∈ G, existe
solução x ∈ G para a equação gx = h.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.20/34


Exemplos de Grupos
Talvez o exemplo mais conhecido de grupo seja o
conjunto dos inteiros Z com a operação de adição.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.21/34


Exemplos de Grupos
Talvez o exemplo mais conhecido de grupo seja o
conjunto dos inteiros Z com a operação de adição.
Os conjuntos dos racionais Q, reais R e complexos
C com a adição também são grupos.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.21/34


Exemplos de Grupos
Talvez o exemplo mais conhecido de grupo seja o
conjunto dos inteiros Z com a operação de adição.
Os conjuntos dos racionais Q, reais R e complexos
C com a adição também são grupos.
O conjunto dos naturais N com a adição não é
grupo. Apesar de ter identidade (0), nenhum de seus
elementos positivos tem inverso.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.21/34


Exemplos de Grupos
Talvez o exemplo mais conhecido de grupo seja o
conjunto dos inteiros Z com a operação de adição.
Os conjuntos dos racionais Q, reais R e complexos
C com a adição também são grupos.
O conjunto dos naturais N com a adição não é
grupo. Apesar de ter identidade (0), nenhum de seus
elementos positivos tem inverso.
Todos esses grupos são infinitos e comutativos, i.e,
vale a ∗ b = b ∗ a para todo a e b no grupo.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.21/34


Exemplos de Grupos
Talvez o exemplo mais conhecido de grupo seja o
conjunto dos inteiros Z com a operação de adição.
Os conjuntos dos racionais Q, reais R e complexos
C com a adição também são grupos.
O conjunto dos naturais N com a adição não é
grupo. Apesar de ter identidade (0), nenhum de seus
elementos positivos tem inverso.
Todos esses grupos são infinitos e comutativos, i.e,
vale a ∗ b = b ∗ a para todo a e b no grupo.
Um grupo muito importante é o grupo trivial. Ele
consiste apenas do elemento 1, e satisfaz 1 ∗ 1 = 1.
Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.21/34
Aritmética Modular
Considere o conjunto Zn = {0, 1, . . . , n − 1}.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.22/34


Aritmética Modular
Considere o conjunto Zn = {0, 1, . . . , n − 1}.
Defina nesse conjunto a seguinte operação: para
todo a, b ∈ Zn , a ∗ b é o resto da divisão da adição
usual a + b por n.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.22/34


Aritmética Modular
Considere o conjunto Zn = {0, 1, . . . , n − 1}.
Defina nesse conjunto a seguinte operação: para
todo a, b ∈ Zn , a ∗ b é o resto da divisão da adição
usual a + b por n.
Por exemplo, se n = 4, então 2 ∗ 2 = 0, pois
(2+2=4) tem resto 0 quando dividido por 4. Do
mesmo modo, 2 ∗ 3 = 1 e 3 ∗ 3 = 2.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.22/34


Aritmética Modular
Considere o conjunto Zn = {0, 1, . . . , n − 1}.
Defina nesse conjunto a seguinte operação: para
todo a, b ∈ Zn , a ∗ b é o resto da divisão da adição
usual a + b por n.
Por exemplo, se n = 4, então 2 ∗ 2 = 0, pois
(2+2=4) tem resto 0 quando dividido por 4. Do
mesmo modo, 2 ∗ 3 = 1 e 3 ∗ 3 = 2.
Pode ser verificado que Zn com a operação ∗ forma
um grupo comutativo finito. Se não houver
confusão, costuma-se escrever + ao invés de ∗.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.22/34


Aritmética Modular
Agora considere Z∗n = {1, 2, . . . , n − 1}.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.22/34


Aritmética Modular
Agora considere Z∗n = {1, 2, . . . , n − 1}.
Defina a ∗ b como sendo o resto da divisão do
produto usual a · b por n.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.22/34


Aritmética Modular
Agora considere Z∗n = {1, 2, . . . , n − 1}.
Defina a ∗ b como sendo o resto da divisão do
produto usual a · b por n.
Se n = p é um número primo, então isso define um
grupo comutativo finito, mas não se n for composto.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.22/34


Aritmética Modular
Agora considere Z∗n = {1, 2, . . . , n − 1}.
Defina a ∗ b como sendo o resto da divisão do
produto usual a · b por n.
Se n = p é um número primo, então isso define um
grupo comutativo finito, mas não se n for composto.
Por exemplo, se n = 6, então 2 não tem inverso
pois: 2 ∗ 1 = 2, 2 ∗ 2 = 4, 2 ∗ 3 = 0 6∈ Z∗n , 2 ∗ 4 = 2
e 2 ∗ 5 = 4. Ou seja 2 ∗ x = 1 não tem solução nesse
conjunto.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.22/34


Aritmética Modular
Agora considere Z∗n = {1, 2, . . . , n − 1}.
Defina a ∗ b como sendo o resto da divisão do
produto usual a · b por n.
Se n = p é um número primo, então isso define um
grupo comutativo finito, mas não se n for composto.
Por exemplo, se n = 6, então 2 não tem inverso
pois: 2 ∗ 1 = 2, 2 ∗ 2 = 4, 2 ∗ 3 = 0 6∈ Z∗n , 2 ∗ 4 = 2
e 2 ∗ 5 = 4. Ou seja 2 ∗ x = 1 não tem solução nesse
conjunto.
Tanto Zn , quanto Z∗p são grupos cíclicos: seus
elementos são da forma 1, g, g 2 , . . . para algum
g 6= e.
Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.22/34
Um grupo não-comutativo
Todos os grupos vistos acima são comutativos, isto
é, a ∗ b = b ∗ a para todo a, b no grupo.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.23/34


Um grupo não-comutativo
Todos os grupos vistos acima são comutativos, isto
é, a ∗ b = b ∗ a para todo a, b no grupo.
Considere agora o conjunto
  
a b
GL2 (R) = | ad − bc 6= 0 .
c d

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.23/34


Um grupo não-comutativo
Todos os grupos vistos acima são comutativos, isto
é, a ∗ b = b ∗ a para todo a, b no grupo.
Considere agora o conjunto
  
a b
GL2 (R) = | ad − bc 6= 0 .
c d
Esse conjunto forma um grupo com a multiplicação
de matrizes, pois det(AB) = det(A) det(B).

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.23/34


Um grupo não-comutativo
Todos os grupos vistos acima são comutativos, isto
é, a ∗ b = b ∗ a para todo a, b no grupo.
Considere agora o conjunto
  
a b
GL2 (R) = | ad − bc 6= 0 .
c d
Esse conjunto forma um grupo com a multiplicação
de matrizes, pois det(AB) = det(A) det(B).
   
1 0 1 1
No entanto, se A = eB = ,
1 1 0 1
   
1 1 2 1
então AB = mas BA = .
1 2 1 1
Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.23/34
Lembram-se das simetrias?
Uma simetria é um movimento de um objeto
geométrico que o faz parecer sempre o mesmo.
Por exemplo, há quatro simetrias de uma elipse que
a faz parecer sempre a mesma:
(1) Não fazer nada com a elipse.
(r) Girar a elipse 180 graus por seu centro.
(a) Refletir a elipse pelo seu eixo-menor.
(b) Refletir a elipse pelo seu eixo-maior.
a

b r

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.24/34


Lembram-se das simetrias?
O conjunto G = {1, r, a, b} com a operação ∗
definida por fazer o primeiro movimento depois o
segundo, forma um grupo.
Podemos descrever a “tabuada” de ∗:
∗ 1 r a b
1 1 r a b
r r 1 b a
a a b 1 r
b b a r 1

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.24/34


Grupos de Permutações
Certos conjuntos de permutações também formam
grupos. A operação ∗ é simplesmente aplicar a
primeira permutação depois aplicar a segunda.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.25/34


Grupos de Permutações
Certos conjuntos de permutações também formam
grupos. A operação ∗ é simplesmente aplicar a
primeira permutação depois aplicar a segunda.
Isto é, se a é uma permutação e b é outra, então a ∗ b
é aplicar a depois aplicar b. Por simplicidade,
costuma-se escrever apenas ab.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.25/34


Grupos de Permutações
Certos conjuntos de permutações também formam
grupos. A operação ∗ é simplesmente aplicar a
primeira permutação depois aplicar a segunda.
Isto é, se a é uma permutação e b é outra, então a ∗ b
é aplicar a depois aplicar b. Por simplicidade,
costuma-se escrever apenas ab.
O conjunto de todas as permutações das facetas do
Cubo forma um grupo R chamado Grupo de Rubik.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.25/34


Grupos de Permutações
Certos conjuntos de permutações também formam
grupos. A operação ∗ é simplesmente aplicar a
primeira permutação depois aplicar a segunda.
Isto é, se a é uma permutação e b é outra, então a ∗ b
é aplicar a depois aplicar b. Por simplicidade,
costuma-se escrever apenas ab.
O conjunto de todas as permutações das facetas do
Cubo forma um grupo R chamado Grupo de Rubik.
Ele consiste dos movimentos L, R, F, B, U, D e de
todas as macros S, assumindo que duas macros que
produzem o mesmo resultado são vistas como
iguais, por exemplo F e F 5 são o mesmo elemento
do grupo R. Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.25/34
Grupos de Permutações
O número total de elementos do grupo R é
exatamente o número de todas as possíveis
configurações do Cubo.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.25/34


Grupos de Permutações
O número total de elementos do grupo R é
exatamente o número de todas as possíveis
configurações do Cubo.
Isso não significa que R deva conter todas as
permutações das facetas, mas apenas aquelas que
podem ser atingidas por meio dos movimentos
acima.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.25/34


Grupos de Permutações
O número total de elementos do grupo R é
exatamente o número de todas as possíveis
configurações do Cubo.
Isso não significa que R deva conter todas as
permutações das facetas, mas apenas aquelas que
podem ser atingidas por meio dos movimentos
acima.
Achando o tamanho de R responderemos à segunda
pergunta feita no início.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.25/34


Grupos de Permutações
O número total de elementos do grupo R é
exatamente o número de todas as possíveis
configurações do Cubo.
Isso não significa que R deva conter todas as
permutações das facetas, mas apenas aquelas que
podem ser atingidas por meio dos movimentos
acima.
Achando o tamanho de R responderemos à segunda
pergunta feita no início.
Se uma permutação não está em R então a
configuração correspondente é impossível no Cubo.
Isso responde à primeira pergunta.
Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.25/34
Multiplicando Permutações
Suponhamos que o conjunto a ser permutado seja
{1, 2, 3, 4, 5}.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.26/34


Multiplicando Permutações
Suponhamos que o conjunto a ser permutado seja
{1, 2, 3, 4, 5}.
Desejamos fazer σ = (1 2 4)(3 5) seguido de
τ = (1 3 5)(2 4), isto é, obter o produto dessas
permutações.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.26/34


Multiplicando Permutações
Suponhamos que o conjunto a ser permutado seja
{1, 2, 3, 4, 5}.
Desejamos fazer σ = (1 2 4)(3 5) seguido de
τ = (1 3 5)(2 4), isto é, obter o produto dessas
permutações.
Basta seguir, cada elemento do conjunto e ver onde
ele irá parar.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.26/34


Multiplicando Permutações
Suponhamos que o conjunto a ser permutado seja
{1, 2, 3, 4, 5}.
Desejamos fazer σ = (1 2 4)(3 5) seguido de
τ = (1 3 5)(2 4), isto é, obter o produto dessas
permutações.
Basta seguir, cada elemento do conjunto e ver onde
ele irá parar.
Por exemplo, σ leva 1 no 2 e τ leva 2 no 4, logo 1
vai no 4, ou seja σ ∗ τ = (1 4 . . .

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.26/34


Multiplicando Permutações
Suponhamos que o conjunto a ser permutado seja
{1, 2, 3, 4, 5}.
Desejamos fazer σ = (1 2 4)(3 5) seguido de
τ = (1 3 5)(2 4), isto é, obter o produto dessas
permutações.
Basta seguir, cada elemento do conjunto e ver onde
ele irá parar.
Por exemplo, σ leva 1 no 2 e τ leva 2 no 4, logo 1
vai no 4, ou seja σ ∗ τ = (1 4 . . .
Em seguida, σ leva o 4 no 1 e τ leva o 1 no 3, o que
dá σ ∗ τ = (1 4 3 . . .
Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.26/34
Multiplicando Permutações
Depois σ leva 3 no 5 e τ leva 5 no 1, fechando o
ciclo, ou seja, σ ∗ τ = (1 4 3) . . .

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.26/34


Multiplicando Permutações
Depois σ leva 3 no 5 e τ leva 5 no 1, fechando o
ciclo, ou seja, σ ∗ τ = (1 4 3) . . .
Ainda, σ leva 2 no 4 e τ leva 4 no 2, logo o 2 não se
move. Como temos apenas 5 elementos, o 5 também
não se move.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.26/34


Multiplicando Permutações
Depois σ leva 3 no 5 e τ leva 5 no 1, fechando o
ciclo, ou seja, σ ∗ τ = (1 4 3) . . .
Ainda, σ leva 2 no 4 e τ leva 4 no 2, logo o 2 não se
move. Como temos apenas 5 elementos, o 5 também
não se move.
Conclusão: (1 2 4)(3 5) ∗ (1 3 5)(2 4) = (1 4 3).

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.26/34


Multiplicando Permutações
Depois σ leva 3 no 5 e τ leva 5 no 1, fechando o
ciclo, ou seja, σ ∗ τ = (1 4 3) . . .
Ainda, σ leva 2 no 4 e τ leva 4 no 2, logo o 2 não se
move. Como temos apenas 5 elementos, o 5 também
não se move.
Conclusão: (1 2 4)(3 5) ∗ (1 3 5)(2 4) = (1 4 3).
Daqui por diante vamos abandonar a ∗ e escrever
apenas (1 2 4)(3 5)(1 3 5)(2 4) = (1 4 3).

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.26/34


Multiplicando Permutações
Depois σ leva 3 no 5 e τ leva 5 no 1, fechando o
ciclo, ou seja, σ ∗ τ = (1 4 3) . . .
Ainda, σ leva 2 no 4 e τ leva 4 no 2, logo o 2 não se
move. Como temos apenas 5 elementos, o 5 também
não se move.
Conclusão: (1 2 4)(3 5) ∗ (1 3 5)(2 4) = (1 4 3).
Daqui por diante vamos abandonar a ∗ e escrever
apenas (1 2 4)(3 5)(1 3 5)(2 4) = (1 4 3).
É bom lembrar que a ordem faz diferença:
(1 2)(1 3) = (1 2 3) mas (1 3)(1 2) = (1 3 2).

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.26/34


O Grupo Simétrico Sn
O grupo simétrico Sn é o grupo de todas as
permutações do conjunto {1, 2, . . . , n}. Já sabemos
que ele tem n! elementos.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.27/34


O Grupo Simétrico Sn
O grupo simétrico Sn é o grupo de todas as
permutações do conjunto {1, 2, . . . , n}. Já sabemos
que ele tem n! elementos.
Por exemplo, se n = 3, temos
S3 = {1, (1 2), (1 3), (2 3), (1 2 3), (1 3 2)}, que
tem exatamente 3! = 6 elementos.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.27/34


O Grupo Simétrico Sn
O grupo simétrico Sn é o grupo de todas as
permutações do conjunto {1, 2, . . . , n}. Já sabemos
que ele tem n! elementos.
Por exemplo, se n = 3, temos
S3 = {1, (1 2), (1 3), (2 3), (1 2 3), (1 3 2)}, que
tem exatamente 3! = 6 elementos.
Em Sn é curioso notar o seguinte:
(1 2) = (1 2)
(1 2)(1 3) = (1 2 3)
(1 2)(1 3)(1 4) = (1 2 3 4)
(1 2)(1 3)(1 4)(1 5) = (1 2 3 4 5)
e não é difícil ver que esse padrão continua.
Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.27/34
O Grupo Simétrico Sn
Portanto, todo n-ciclo se escreve como produto de
2-ciclos. Mais ainda, se n é par, o número de
2-ciclos é impar e se n é impar o número de dois
ciclos é par.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.27/34


O Grupo Simétrico Sn
Portanto, todo n-ciclo se escreve como produto de
2-ciclos. Mais ainda, se n é par, o número de
2-ciclos é impar e se n é impar o número de dois
ciclos é par.
Como cada permutação pode ser escrita como
produto de ciclos disjuntos, toda permutação se
escreve como produto de 2-ciclos.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.27/34


O Grupo Simétrico Sn
Portanto, todo n-ciclo se escreve como produto de
2-ciclos. Mais ainda, se n é par, o número de
2-ciclos é impar e se n é impar o número de dois
ciclos é par.
Como cada permutação pode ser escrita como
produto de ciclos disjuntos, toda permutação se
escreve como produto de 2-ciclos.
É claro que há infinitas maneiras de se fazer isso,
por exemplo:
(1 2 3) = (1 2)(1 3) = (1 2)(1 3)(1 2)(1 2) = · · ·,
mas pode ser mostrado que o número total de
2-ciclos é sempre par ou sempre impar.
Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.27/34
Permutações Pares e Ímpares
Dizemos que uma permutaçao σ é par se ela se
escreve como produto par de 2-ciclos. Caso
contrário, dizemos que σ é ímpar.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.28/34


Permutações Pares e Ímpares
Dizemos que uma permutaçao σ é par se ela se
escreve como produto par de 2-ciclos. Caso
contrário, dizemos que σ é ímpar.
(1 2 4)(3 5) = (1 2)(1 4)(3 5) é ímpar, mas
(1 4 3) = (1 4)(1 3) é par. É claro que
1 = (1 2)(1 2) é par.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.28/34


Permutações Pares e Ímpares
Dizemos que uma permutaçao σ é par se ela se
escreve como produto par de 2-ciclos. Caso
contrário, dizemos que σ é ímpar.
(1 2 4)(3 5) = (1 2)(1 4)(3 5) é ímpar, mas
(1 4 3) = (1 4)(1 3) é par. É claro que
1 = (1 2)(1 2) é par.
Talvez não seja muito surpreendente que metade dos
elementos de Sn é par e a outra metade é ímpar.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.28/34


Permutações Pares e Ímpares
Dizemos que uma permutaçao σ é par se ela se
escreve como produto par de 2-ciclos. Caso
contrário, dizemos que σ é ímpar.
(1 2 4)(3 5) = (1 2)(1 4)(3 5) é ímpar, mas
(1 4 3) = (1 4)(1 3) é par. É claro que
1 = (1 2)(1 2) é par.
Talvez não seja muito surpreendente que metade dos
elementos de Sn é par e a outra metade é ímpar.
A metade par, An , forma um grupo por si mesma,
chamado grupo alternante. A metade ímpar não é
grupo pois 1 ∈ An . Dizemos que An é um subgrupo
de Sn .
Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.28/34
Paridade no Cubo
Recordemos que o efeito de F nas facetas da face
frontal é exatamente
(F ur F rd F ld F ul)(F r F d F l F u), ou seja, uma
permutação par.

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Paridade no Cubo
Recordemos que o efeito de F nas facetas da face
frontal é exatamente
(F ur F rd F ld F ul)(F r F d F l F u), ou seja, uma
permutação par.
Portanto, não existe nenhuma combinação de
movimentos que consiga trocar apenas um par de
cubinhos, pois isso só pode ser conseguido com uma
permutação impar.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.29/34


Paridade no Cubo
Recordemos que o efeito de F nas facetas da face
frontal é exatamente
(F ur F rd F ld F ul)(F r F d F l F u), ou seja, uma
permutação par.
Portanto, não existe nenhuma combinação de
movimentos que consiga trocar apenas um par de
cubinhos, pois isso só pode ser conseguido com uma
permutação impar.
No entanto, vimos acima que (F 2 L2 )3 troca 2 pares
de cubinhos. Também já vimos na aula anterior que
existem macros para trocar ciclicamente 3 cubinhos
de mesmo tipo. Claramente, essas permutações são
todas pares.
Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.29/34
Paridade e cubinhos de aresta
Observe atentamente a configuração dos cubinhos
de aresta antes e depois do movimento F :
z z

F
x
→ x

y y

Para cada cubinho de aresta, exatamente um par de


flexas (em azul) foi invertido.
Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.30/34
Paridade e cubinhos de aresta
Sempre exatamente um número par de cubinhos é
girado.
z z

F
x
→ x

y y

Portanto não é possível girar um único cubinho de


aresta deixando os demais como estão.
Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.30/34
Paridade dos cubinhos de canto
Sempre a rotação total dos oito cubinhos de canto
deve ser congruente a zero módulo 360◦ .

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.31/34


Paridade dos cubinhos de canto
Sempre a rotação total dos oito cubinhos de canto
deve ser congruente a zero módulo 360◦ .
Para ver isso, marcamos os 4 cubinhos do topo e os
4 cubinhos de baixo e giramos uma face adjacente:

F

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.31/34


Paridade dos cubinhos de canto
Olhando para um canto ao longo de uma reta
passando pelo vértice e pelo centro do cubinho, há 3
possíveis orientações para um cubinho:

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.31/34


Paridade dos cubinhos de canto
Olhando para um canto ao longo de uma reta
passando pelo vértice e pelo centro do cubinho, há 3
possíveis orientações para um cubinho:
A marca está em cima ou em baixo: o cubinho
não sofreu rotação (0◦ ).

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.31/34


Paridade dos cubinhos de canto
Olhando para um canto ao longo de uma reta
passando pelo vértice e pelo centro do cubinho, há 3
possíveis orientações para um cubinho:
A marca está em cima ou em baixo: o cubinho
não sofreu rotação (0◦ ).
A marca está girada 120◦ no sentido horário.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.31/34


Paridade dos cubinhos de canto
Olhando para um canto ao longo de uma reta
passando pelo vértice e pelo centro do cubinho, há 3
possíveis orientações para um cubinho:
A marca está em cima ou em baixo: o cubinho
não sofreu rotação (0◦ ).
A marca está girada 120◦ no sentido horário.
A marca está girada 240◦ no sentido horário.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.31/34


Paridade dos cubinhos de canto
Olhando para um canto ao longo de uma reta
passando pelo vértice e pelo centro do cubinho, há 3
possíveis orientações para um cubinho:
A marca está em cima ou em baixo: o cubinho
não sofreu rotação (0◦ ).
A marca está girada 120◦ no sentido horário.
A marca está girada 240◦ no sentido horário.
Se somarmos todos esses números para os oito
cantos, teremos um múltiplo de 360◦ , ou seja a
rotação total será congruente a zero.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.31/34


Paridade dos cubinhos de canto
Olhando para um canto ao longo de uma reta
passando pelo vértice e pelo centro do cubinho, há 3
possíveis orientações para um cubinho:
A marca está em cima ou em baixo: o cubinho
não sofreu rotação (0◦ ).
A marca está girada 120◦ no sentido horário.
A marca está girada 240◦ no sentido horário.
Se somarmos todos esses números para os oito
cantos, teremos um múltiplo de 360◦ , ou seja a
rotação total será congruente a zero.
De fato, observe que dois cantos foram girados de
120◦ e dois de 240◦ .
Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.31/34
O tamanho do grupo R
Primeiro desconsideremos todas as restrições: há 8
posições possíveis para um cubinho de canto e 12
posições possíveis para um cubinho de aresta, num
total de 8! · 12! rearranjos.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.32/34


O tamanho do grupo R
Primeiro desconsideremos todas as restrições: há 8
posições possíveis para um cubinho de canto e 12
posições possíveis para um cubinho de aresta, num
total de 8! · 12! rearranjos.
Cada cubinho de canto deve estar em uma das 3
possíveis rotações, num total de 38 possibilidades.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.32/34


O tamanho do grupo R
Primeiro desconsideremos todas as restrições: há 8
posições possíveis para um cubinho de canto e 12
posições possíveis para um cubinho de aresta, num
total de 8! · 12! rearranjos.
Cada cubinho de canto deve estar em uma das 3
possíveis rotações, num total de 38 possibilidades.
Cada cubinho de aresta deve estar girado ou não,
num total de 212 possibilidades.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.32/34


O tamanho do grupo R
Primeiro desconsideremos todas as restrições: há 8
posições possíveis para um cubinho de canto e 12
posições possíveis para um cubinho de aresta, num
total de 8! · 12! rearranjos.
Cada cubinho de canto deve estar em uma das 3
possíveis rotações, num total de 38 possibilidades.
Cada cubinho de aresta deve estar girado ou não,
num total de 212 possibilidades.
Até agora isso dá um total de 8! · 12! · 38 · 212
rearranjos.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.32/34


O tamanho do grupo R
Mas apenas 1/3 desses rearranjos terá a orientação
correta dos cantos. Desses apenas 1/2 terá a
orientação das arestas correta e finalmente, destes
apenas 1/2 terá a paridade correta (par).

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.32/34


O tamanho do grupo R
Mas apenas 1/3 desses rearranjos terá a orientação
correta dos cantos. Desses apenas 1/2 terá a
orientação das arestas correta e finalmente, destes
apenas 1/2 terá a paridade correta (par).
Portanto, o tamanho de R é
8! · 12! · 212 · 38
= 43.252.003.274.489.856.000,
3·2·2
ou aproximadamente 4 × 1019 elementos.

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.32/34


19
Quão grande é 4 × 10 ?
Para se ter uma idéia do tamanho de R, estima-se que o
número total de estrelas no universo conhecido seja 10 21 ,
ou seja apenas 25 vezes mais do que o número total de
configurações do cubo.
A Companhia de Brinquedos Ideal afirmava na
caixa do Cubo Mágico original que ele poderia
atingir mais de três bilhões de possíveis
configurações. Isto é o mesmo que o
MacDonald’s orgulhosamente anunciar que eles
já venderam mais de 120 hamburgers.
– J. A. Paulos, Innumeracy

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico – p.33/34


Fim da aula 2

Permutações, grupos e as Configurações do Cubo


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