Você está na página 1de 8

Serpente

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Ir para: navegação, pesquisa
 Nota: Para o animal, veja Serpente (desambiguação).
Este artigo ou secção contém uma lista de fontes ou
uma única fonte no fim do texto, mas estas não são
citadas no corpo do artigo. (desde janeiro de 2009)
Por favor, melhore este artigo introduzindo notas de rodapé citando
as fontes, inserindo-as no corpo do texto quando necessário.
Serpentes

Classificação científica

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Subordem: Serpentes
Distribuição geográfica

Azul: cobras marinhas, preto: cobras


terrestres

Superfamílias e Famílias
 Typhlopoidea
(Scolecophidia)

Anomalepididae
Leptotyphlopidae
Typhlopidae
 Henophidia (Boidea)

Aniliidae
Anomochilidae
Boidae
Bolyeriidae
Cylindrophiidae
Fonedeouvidae
Loxocemidae
Pythonidae
Tropidophiidae
Ungaliophiidae
Uropeltidae
Xenopeltidae

 Xenophidia
(Colubroidea =
Caenophidia)

Acrochordidae
Atractaspididae
Colubridae*
Elapidae*
Hydrophiidae*
Viperidae*
* Venenosas

As serpentes (Serpentes), também chamadas ofídios (Ophidia), ou erroneamente


cobras,[1] são répteis poiquilotérmicos (ou pecilotérmicos) sem patas, pertencentes à
sub-ordem Serpentes, bastante próximos dos lagartos, com os quais partilham a ordem
Squamata.

Há também várias espécies de lagartos sem patas que se assemelham a cobras, sem
estarem relacionados com estas.

A atração pelas serpentes é chamada de ofiofilia, a repulsão é chamada de ofiofobia. O


estudo dos répteis e anfíbios chama-se herpetologia (da palavra grega herpéton que
significa "aquilo que rasteja" - em especial, serpentes).

Índice
[esconder]

 1 Evolução
 2 Alimentação
o 2.1 Tipos de dentição
 3 Pele
 4 Sentidos
 5 Órgãos internos
 6 Locomoção
 7 Reprodução
 8 Classificação
o 8.1 Subordem Serpentes
 8.1.1 Superfamília Typhlopoidea (Scolecophidia)
 8.1.2 Superfamília Henophidia (Boidea)
 8.1.3 Superfamília Xenophidia (Colubroidea = Caenophidia)
 9 Serpentes peçonhentas
o 9.1 Sobrevivência a picadas de serpentes venenosas
 9.1.1 Sinais e sintomas
 9.1.2 Tratamento Pré-Hospitalar
 10 Referências
 11 Ligações externas

[editar] Evolução
As serpentes estão mais profundamente relacionadas a lagartos varanoides, muito
embora não haja uma identificação mais clara sobre qual seria o grupo de varanoide
mais relacionado evolutivamente. Os grupos de lagartos varanoides mais provavelmente
relacionados com serpentes são provavelmente os das famílias Lantanotidae e
Mossassauridae.

[editar] Alimentação
Todas as serpentes são carnívoras, comendo pequenos animais (incluindo lagartos e
outras cobras), aves, ovos ou insetos. Algumas cobras têm peçonha para matar as suas
presas antes de as comerem. Outras matam as suas presas por constrição. As cobras não
mastigam quando comem, elas possuem uma mandíbula flexível, cujas duas partes não
estão rigidamente ligadas. Isso se dá graças ao osso quadrado que funciona como uma
peça de encaixe, que quando necessário desarticula sua mandíbula para se adaptar ao
tamanho de sua presa (ao contrário da crença popular, elas não desarticulam as suas
mandíbulas), assim como numerosas outras articulações do seu crânio, permitindo-lhes
abrir a boca de forma a engolir toda a sua presa, mesmo que ela tenha um diâmetro
maior que a própria cobra.

Serpente da espécie Pantherophis guttatus a engolir um rato.

As cobras ficam entorpecidas, depois de comerem, enquanto decorre o processo da


digestão. A digestão é uma atividade intensa e, especialmente depois do consumo de
grandes presas, a energia metabólica envolvida é tal que na Crotalus durissus, a
cascavel mexicana, a sua temperatura corporal pode atingir 6 graus acima da
temperatura ambiente. Por causa disto, se a cobra for perturbada, depois de
recentemente alimentada, irá provavelmente vomitar a presa para tentar fugir da
ameaça. No entanto, quando não perturbada, o seu processo digestivo é altamente
eficiente, dissolvendo e absorvendo tudo excepto o pelo e as garras, que são expelidos
junto com o excesso de ácido úrico.

Normalmente, as serpentes não costumam atacar seres humanos, mas há relatos


envolvendo serpentes grandes, como pythons. Apesar de serem dóceis, existem algumas
espécies particularmente agressivas, mesmo assim, a maioria não ataca seres humanos, a
menos que sejam assustadas ou molestadas, preferindo evitar este contato.

[editar] Tipos de dentição

Ver artigo principal: Tipos de dentição em serpentes

[editar] Pele
A pele das cobras é coberta por escamas. As escamas do corpo podem ser lisas ou
granulares. As suas pálpebras são escamas transparentes que estão sempre fechadas.
Elas mudam a sua pele periodicamente (em um processo conhecido como ecdise ou
muda). Pensa-se que a finalidade primordial desta é remover os parasitas externos. Esta
renovação periódica tornou a serpente num símbolo de saúde, como por exemplo no
símbolo da medicina (o bastão de Esculápio). Nos Caenophidia, as escamas ventrais e
as fileiras largas de escamas dorsais correspondem às vértebras, permitindo que os
cientistas contem as vértebras sem ser necessária a dissecação.

[editar] Sentidos
Apesar de a visão não ser particularmente notória (geralmente sendo melhor na espécie
arboreal e pior na espécie terrestre), não impede a detecção do movimento. Para além
dos seus olhos, algumas serpentes (crotalíneos - ou cobras-covinhas - e pítons) têm
receptores infravermelhos sensíveis em sulcos profundos chamados de fossetas que lhes
permite sentir o calor emitido pelos corpos. Isto é extremamente útil em lugares com
pouca luminosidade. Como as serpentes não têm orelhas externas, a audição consegue
apenas detectar vibrações, mas este sentido está extremamente bem desenvolvido. A
maioria das serpentes usa a sua língua bifurcada para captar partículas de odor no ar e
enviá-las ao chamado órgão de Jacobson, situado na sua boca, para examiná-las. A
bifurcação na língua dá à serpente algum sentido direccional do cheiro.

[editar] Órgãos internos


O pulmão esquerdo é muito pequeno ou mesmo ausente, uma vez que o corpo em forma
tubular requer que todos os órgãos sejam compridos e estreitos. Para que caibam no
corpo, só um pulmão funciona. Além disso muitos dos órgãos que são pares, como os
rins ou órgãos reprodutivos estão distribuídos ao longo do corpo de modo que um esteja
à frente do outro, sendo um exemplo de excepção da simetria bilateral .
[editar] Locomoção

Jararacuçu-do-brejo se locomovendo na areia da estrada (comprimento 2 metros).

Jararacuçu-do-brejo, sequencia da locomoção.

As cobras usam quatro métodos de locomoção que lhes permitem uma mobilidade
substancial mesmo perante a sua condição de répteis sem pernas.

Todas as serpentes têm a capacidade de ondulação lateral, em que o corpo é ondulado


de lado e as áreas flexionadas propagam-se posteriormente, dando a forma de uma onda
de seno propagando-se posteriormente.

Além disto, as serpentes também são capazes do movimento de concertina, ou


movimento de sanfona. Este método de movimentação pode ser usado para trepar em
árvores ou atravessar pequenos túneis. No caso das árvores, o tronco é agarrado pela
parte posterior do corpo, ao passo que a parte anterior é estendida. A porção anterior
agarra o tronco em seguida e a porção posterior é propelida para a frente. Este ciclo
pode ocorrer em várias secções da cobra simultaneamente (este método originou a
afirmação errônea de que as cobras "andam nas próprias costelas"; na verdade as
costelas não movem para frente e para trás em nenhum dos 4 tipos de movimento). No
caso de túneis, em vez de se agarrar, o corpo comprime-se contra as paredes do túnel
criando a fricção necessária para a locomoção, mas o movimento é bastante semelhante
ao anterior.

Outro método comum de locomoção é locomoção retilínea, em que uma cobra se


mantém recta e se propele como de uma mola se tratasse, usando os músculos da sua
barriga. Este método é usado normalmente por cobras muito grandes e pesadas, como
pítons e víboras.

No entanto, o mais complexo e interessante método de locomoção é o zig-zag, uma


locomoção ondulatória usada para atravessar lama ou areia solta.

Nem todas as serpentes são capazes de usar todos os métodos. A velocidade máxima
conseguida pela maioria das cobras é de 13 km/h, mais lento que um ser humano adulto
a correr, excepto a mamba-negra que pode atingir até 20 km/h.

Nem todas as serpentes vivem em terra; serpentes marítimas vivem em mares tropicais
pouco profundos.

[editar] Reprodução
As serpentes usam um vasto número de modos de reprodução. Todas usam fertilização
interna, conseguida por meio de hemipénis bifurcados, que são armazenados
invertidamente na cauda do macho. A maior parte das serpentes põe ovos e a maior
parte destas abandona-os pouco depois de os pôr; no entanto, algumas autores entendem
que essas espécies são ovovivíparas e retém os ovos dentro dos seus corpos até estes se
encontrarem prestes a eclodir.

Recentemente, foi confirmado que várias espécies de cobras desenvolvem os seus


descendentes completamente dentro de si, nutrindo-os através de uma placenta e um
saco amniótico. A retenção de ovos e os partos ao vivo são normalmente, mas não
exclusivamente, associados a climas frios, sendo que a retenção dos descendentes
dentro da fêmea permite-lhe controlar as suas temperaturas com maior eficácia do que
se estes se encontrassem no exterior.

[editar] Classificação
[editar] Subordem Serpentes

[editar] Superfamília Typhlopoidea (Scolecophidia)

 Família Anomalepididae
 Família Typhlopidae (Cobras cegas)
 Família Leptotyphlopidae /Glauconiidae

[editar] Superfamília Henophidia (Boidea)

 Família Aniliidae /Ilysiidae: falsa-coral brasileira


 Família Anomochilidae
 Família Fonedeouvidae
 Família Boidae: jibóias
 Família Pythonidae: pítons
 Família Bolyeridae:
 Família Cylindrophiidae
 Família Loxocemidae: jibóia mexicana
 Família Tropidophiidae
 Família Ungaliophiidae (boas anãs)
 Família Uropeltidae

[editar] Superfamília Xenophidia (Colubroidea = Caenophidia)

 Família Acrochordidae
 Família Atractaspididae
 Família Colubridae
 Família Elapidae: cobra coral
 Família Hydrophiidae: cobra do mar
 Família Viperidae: víboras

[editar] Serpentes peçonhentas

Cobra em posição de ataque.

Embora apenas um quarto das serpentes sejam peçonhentas - é vulgar chamar


erradamente venenosos aos animais que injetam sua toxina -, muitas das espécies são
letais aos humanos. Estas serpentes letais são geralmente agressivas e sua peçonha pode
matar um adulto saudável, se este não for devidamente tratado no período de algumas
horas.

As cobras venenosas são classificadas em quatro famílias taxonómicas:

 Elapidae - najas, mambas, cobras-coral, cobra-real,etc.


 Viperidae - cascavel, jararaca, surucucu, víbora-cornuda, víbora-de-seoane, etc.
 Colubridae - cobra-rateira, nem todas venenosas.
 Hydrophiidae

Em Portugal, apenas existem espécies de duas destas famílias - Colubridae e Viperidae.


Apenas três espécies merecem referência como perigosas para o Homem: a cobra-
rateira, a víbora-cornuda e a víbora-de-seoane. Os casos de mordeduras fatais
conhecidos são raros e ocorreram principalmente em indivíduos debilitados, idosos,
doentes ou crianças. Existem antídotos específicos para o veneno destas espécies.

[editar] Sobrevivência a picadas de serpentes venenosas

Há pouca razão para temer a morte devido à mordedura de serpentes. Apenas um quarto
das cobras é peçonhenta, e dentre as 7.000 mordidas de cobras registradas na América
por ano, menos de 15 vítimas morrem. No entanto, se você for mordido por uma
serpente, há certos procedimentos a seguir. Primeiramente, distancie-se da cobra
agressora. Segundo, localize um ou dois ferimentos puntiformes em seu corpo. Se o
local da mordida começar a inchar ou doer muito, então você foi envenenado. Se
possível, mantenha o ferimento acima ou no mesmo nível do coração para facilitar a
circulação e rapidamente procure auxílio médico. O veneno em si normalmente não o
matará, mas exacerbar-se enquanto envenenado pode ser fatal. Não amarre o local da
mordida para impedir que o veneno espalhe-se, pois a falta de circulação sanguínea
pode matar o local. Além do mais, o veneno espalha-se por seu sistema circulatório
quase que instantaneamente quando é injetado. Apesar da crença popular, não se pode
sugar o veneno da cobra usando-se a boca.

[editar] Sinais e sintomas

 Marca dos dentes na pele;


 Dor local e inflamação;
 Pulso acelerado e respiração dificultosa;
 Debilidade física;
 Problemas de visão;
 Náuseas e vômitos;
 Hemorragias.

[editar] Tratamento Pré-Hospitalar

1. Mantenha a pessoa calma e deitada, removendo-a do local onde ocorreu a


picada;
2. Lave com água e sabão o local da picada;
3. Retire anéis e outros materiais que atrapalhem a circulação na extremidade
afetada;
4. Mantenha o membro afetado elevado acima ou ao mesmo nível do coração;
5. Transporte imediatamente a pessoa para um hospital.

Não é necessário levar a serpente ou descrevê-la para o médico, ele fará o diagnóstico a
partir do ferimento e dos efeitos no corpo do paciente.

Somente o soro cura intoxicação por picada de serpentes. Há soro especifico para a
maioria das espécies de serpentes;

Você também pode gostar