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A IMPORTÂNCIA DA REGIÃO METROPOLITANA DO

VALE DO AÇO
A Região Metropolitana do Vale do Aço criada pela Lei Complementar número 51/98 e
formada pelas cidades de Timóteo, Coronel Fabriciano, Ipatinga, e Santana do Paraíso,
ainda tem muito para avançar, pois continua sendo uma proposta que não saiu totalmente
do papel.
Desde a 1ª, e única, Conferência, que aconteceu em 2007 - lá se vão mais de 3 anos -, a
RMVA pouco progrediu em relação a projetos e investimentos que realmente
alavancassem o desenvolvimento econômico das cidades, e social de sua população. As
demandas, entretanto, cresceram muito.
Dos projetos discutidos por ocasião da Conferência, podemos citar na ponta dos dedos o
que realmente foi concretizado: a implantação da telefonia celular em municípios onde
não havia, através do Programa Minas Comunica; a unificação da telefonia fixa entre
municípios circunvizinhos; a implantação do gasoduto que atende, sobretudo, às grandes
empresas e a conclusão da eletrificação rural em localidades ainda não atendidas.
Paramos por aí. E, na verdade, isso é pouco.
A população ainda sofre muitos reveses, principalmente no que se refere ao atendimento
de saúde. O SAMU, por exemplo, se limita ao município de Ipatinga. Se acontece um
acidente na divisa entre Fabriciano e Ipatinga, e a vítima está há apenas alguns metros do
marco ipatinguense, provavelmente não terá o atendimento do SAMU. Sem falar na falta
de um hospital regional, pois os existentes estão com a capacidade limitada para atender
à demanda, não só das principais cidades da RMVA, mas de todo o Colar Metropolitano,
que soma 23 municípios.
É fato que as legislações que tratam das regiões metropolitanas estabelecem a exigência
de haver, em cada uma, uma Assembleia Metropolitana, um Conselho Deliberativo de
Desenvolvimento Metropolitano, uma Agência de Desenvolvimento, um Plano Diretor de
Desenvolvimento Integrado e um Fundo de Desenvolvimento Metropolitano, tornando-se
necessária a adequação através de legislação complementar.
A RMVA já conta com sua lei complementar, a de nº 90, de 12 de janeiro de 2006 que
estabelece como deve ser a sua gestão. Entretanto, a composição política dos municípios
tem dificultado, e muito, a concretização do estabelecido na legislação. No Vale do Aço
observamos a existência de duas Associações Municipais. O que, em tese, poderia ser
um fortalecimento político dos municípios, acaba por enfraquecer politicamente toda a
região.
A disputa político partidária tem se sobreposto aos interesses maiores da população e
impedido o desenvolvimento de projetos e de políticas públicas, que atendam às
necessidades reais de seus habitantes. A implantação de políticas públicas de interesse
comunitário tem, na verdade, passado à margem da RMVA e relegado a região a uma
observação constante do desenvolvimento de outras cidades e regiões, sem usufruir dos
benefícios que poderia ter, se existisse de forma efetiva.
Se a forma de organização da RMVA, em suas bases teóricas, transparece modernidade
e democracia, respeitando a autonomia de todos os municípios participantes, é ainda
tímida na concretização de metas. E hoje, a metropolização clama por sua ampliação, já
que houve expansão espacial do conjunto urbano, através da incorporação de novos
municípios, como Belo Oriente, Mesquita e Ipaba. Dessa forma, o Vale do Aço dos anos
90, quando foi criada a Lei que instituiu a RMVA, corresponde não mais a quatro, mas a
seis ou sete municípios, que, se não têm a contiguidade física, certamente implicam em
auxílio mútuo e complementaridade de atividades sócio-econômicas, configurando um
espaço metropolitano de peso na região e na estrutura urbana do Estado.
Agora, após as eleições de 2010 e com a posse do Governador Antônio Anastasia, um
novo marco começa a despontar, com a criação da Secretaria Extraordinária de Gestão
Metropolitana, que tem como gestor um representante da região, o deputado federal
Alexandre Silveira. Queremos poder contar com o conhecimento que ele tem da região,
da leitura que já fez das necessidades que incluem infraestrutura, atendimento hospitalar,
moradia, preservação ambiental, etc.
O desafio continua grande. Ao longo de mais de 10 anos desde a criação da RMVA, o
crescimento ainda desordenado da região criou novas demandas sobre as velhas que
ainda não tiveram desfecho favorável para a população. Entre os assuntos e temas
recorrentes nas solicitações que nos são apresentadas cotidianamente se destacam
questões como segurança, transporte público, saneamento básico, abastecimento,
turismo, educação superior e saúde.
Que a implantação efetiva da região metropolitana do Vale do Aço é uma necessidade
não existe dúvida pairando sobre isso, pois sua importância para o desenvolvimento
econômico das cidades é um princípio. Mas, mais que isso, é importante garantir que as
políticas públicas cheguem realmente ao cidadão de todos os confins de nosso grande
Colar Metropolitano, permitindo, sobretudo, o desenvolvimento da cidadania para a
população.
Este sim, é o marco que devemos buscar. Possibilitar que cada cidadão e cidadã da
RMVA possa usufruir os benefícios que a política de metropolização implanta, a partir de
uma concepção humanista, competente e participativa de planejamento, voltado para o
crescimento e valorização das potencialidades de nossas cidades e de nossos
concidadãos.

Celinho do Sinttrocel
Deputado Estadual

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