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Prova 1 – HPE

Gabriel Bernardes Papa

1)Qual a origem do excedente para Marx? Por que pode haver excedente mesmo quando
as mercadorias são trocadas por seu próprio valor? O que, segundo Marx, é necessário
para que o capitalista encontre no mercado uma mercadoria cujo valor de uso é a
capacidade de produzir valor? 
O excedente ocorre quando se tem a relação entre trabalho na produção de um produto e o
trabalhador recebendo um salário por esta produção e este produto é comercializado. Para Marx
ainda, o excedente de valor se dá a partir de quando o trabalhador recebe um valor menor do
que o valor econômico do bem por ele produzido. Mesmo que as mercadorias sejam trocadas no
mercado por seu valor próprio ainda tem o excedente, uma vez que ainda exista o excedente
normal de produção. Desta forma, o dono da produção consegue negociar a mercadoria por seu
valor econômico. Segundo Karl, para que a força de trabalho seja encontrada pelo capitalista, é
necessário que ao menos a sobrevivência desta força seja garantida através do valor de
recompensa.
2) Leia com cuidado a frase seguinte de Marx, criticando alguns economistas de sua época:
“O fato de os meios de produção apresentarem-se como meios para o exercício do trabalho
fez com que os economistas considerassem capital a qualquer instrumento de trabalho”.
Qual a crítica principal que Marx faz à posição desses economistas? Por que, segundo
Marx, o dinheiro como dinheiro é diferente do dinheiro como capital?
O dinheiro como dinheiro pode ser considerado aquele que é destinado para fins materiais, ou
seja, para comprar determinados objetos ou determinados materiais, já quando tratado como o
capital, nos referimos à manutenção de um determinado projeto, ou estabelecimento, visto que
todo negócio necessita de capital inicial e de giro para funcionar economicamente. Porém para
Marx, este pensamento propicia á um mal pagamento dos funcionário e condições de trabalho,
uma vez que tudo visto como meio de produção, portanto o funcionário também, e assim ele
não passará para o dono da empresa, de apenas um objeto também, fomentando também a mais
valia, com a má distribuição de renda.
3) Como eram as condições de trabalho na indústria inglesa na época de Marx? Quais,
segundo Marx, os principais impactos da divisão do trabalho? Quais os principais
impactos da manufatura e da grande indústria sobre o trabalhador e o processo de
produção? 
No século 19, na Inglaterra, nenhum grupo foi tão explorado quanto os trabalhadores, que eram
colocadas para trabalhar antes de saberem ler ou escrever, empregadas na indústria e na
agricultura assim que começaram a usar as mãos e a andar. Ttrabalhavam em fazendas,
moinhos, fábricas, minas de carvão e nas ruas, sacrificavam a educação por trabalhar longas
horas por pouco dinheiro, trabalhando em condições inaceitáveis para empregadores que não
tinham interesse na segurança do trabalho. Marx disse que a divisão do trabalho rouba as forças
vitais do homem, ela coloca os homens contra uns aos outros, criando as diferenças de classes, a
divisão cria diferenças salariais. O produção manufatureira, através da divisão do processo
produtivo, torna o trabalho monótono e por vezes insalubres. O novo modo de se produzir
possibilitou o aumento do volume de produção, além de deixá-lo padronizado, mas em
sacrifício das condições de trabalho do trabalhador, que fazia por longas horas a mesma
atividade.

4) Por que há crises em Marx? O que é a lei geral da acumulação capitalista? Qual a sua
opinião sobre essa lei? Como Marx nos ajuda a entender as crises mais recentes do
capitalismo, como a crise ocorrida em 2008?
O capitalismo é baseado em duas premissas que levam a uma crise permanente. A primeira é
que a competição leva à anarquia na produção. Muitos capitalistas competem entre si, existem
poucas regras e, em última análise, jogam no mercado de manufaturados o excesso de
produtos, levando à superprodução. Quando eles não podem vendê-los, porque seus salários
pagos são aos trabalhadores são baixos, dava-se um subconsumo. Seus lucros então caem,
levando à suspensão do investimento, desemprego e uma série de interrupções. Outra
premissa é que, porque o sistema de produção capitalista não está orientado para necessidades
sociais (satisfazer o consumo básico da população) mas sim atender ao lucro do proprietário,
levando a situações inacreditáveis (por exemplo, em um país com fome queimar uma
produção por os donos da produção não considerar os preços de mercado suficientes). Para
Marx, a Lei Geral da Acumulação capitalista é a lei a qual “uma massa crescente de meios de
produção, graças à produtividade do trabalho social, pode ser colocada em movimento com um
dispêndio progressivamente, decrescente de força humana” (Marx, p.209). Portanto através do
aumento dos meios de produção e da força de trabalho para o aumento da produção e por
consequência o aumento da mais-valia, o que aumenta a capacidade produtiva e por tanto a
maior capacidade de gerar valor. Ao meu ver ela é, na visão pós revolução industrial,
verdadeira, uma vez que, com menos força de trabalho humana podemos produzir mais, devida
as máquinas desenvolvidas para as fábricas. O capitalismo é um meio propicio a desigualdade,
em que o trabalhador produz excepcionalmente mais do que ganha, e ainda, devido ao excesso
de mão de obra disponível, os salários se tornam proporcionalmente menores, o que aumenta
ainda mais o spread entre ganho do empresário e salário pago ao trabalhador, o que é um fator
que propicia a miséria. E isso explica também a crise de 2008, visto que se deu a uma falsa
ilusão de poder de compra da sociedade americana, onde hipotecavam inúmeras vezes suas
casas sem a capacidade de pagar as dívidas, o que eventualmente levou a ruptura do sistema
econômico, o excesso do consumo em uma economia incapaz de absorvê-la.

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