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RELATÓRIO DE EXPERIMENTO: EQUIVALENTE DO CALOR E DA

ENERGIA

I. RESUMO DO EXPERIMENTO

O presente experimento consiste em uma análise prática do estudo de calorimetria.


Assim, entendeu-se que o calor é uma das muitas formas em que a energia se apresenta na
natureza, contudo ela não é uma propriedade de um corpo, ao contrário, por exemplo, da
energia cinética. É uma energia que flui entre um sistema e sua vizinhança devido a uma
diferença de temperatura entre elas. Foi então realizado um experimento, com enfoque
conceitual em termo física, no qual foi esquentada uma quantidade definida de água numa
caixa de isopor até determinada temperatura, mediu-se o decaimento da temperatura com o
tempo e posteriormente foi determinada teoricamente a capacidade térmica do sistema e o
calor específico da água, logo após foi adicionada a barra de alumínio para encontrar o seu
calor específico.

II. INTRODUÇÃO

O calor é transferência de energia, logo, a unidade do calor no SI é igual à unidade de


energia (o Joule), assim é possível definir a caloria como sendo 4,1860 J. É sabido que, se
determinado corpo recebe calor, há um aumento da sua temperatura. Essa variação de
temperatura depende de variáveis como a quantidade de calor fornecido, a massa e o calor
específico (uma característica que mede a resistência à variação de temperatura ao realizar
troca de calor). Por exemplo, para elevar 1 kg de água em 1 ºC, é preciso fazer uma
transferência de calor de 4190 J, isso equivale dizer que, a água possui calor específico de
4190 J/Kg.K que é 1cal/g.ºC.

Para conseguir aferir a temperatura é importante haver equilíbrio térmico entre o


aparelho de medida e o objeto, pois se não houver essa estabilização a medida da temperatura
não será real. No que se refere ao tempo ideal para haver equilíbrio, este depende do aparelho
usado, do corpo e também dos valores de temperaturas iniciais dos dois. Assim, é
imprescindível fazer a leitura do termômetro de maneira contínua até atingir o equilíbrio
térmico, onde o estado não sofrerá alteração.
É válido salientar também que, essa leitura deve ser feita em intervalos pequenos para
analisar estabilização térmica entre a água e o termômetro, pois se o calorímetro, utilizado
para medir a variação de temperatura no experimento, não for totalmente isolado, haverá
perda de calor para o meio externo.

Portanto, neste experimento será determinado o equivalente do calor e da energia (A)


que é definido como:

[ ]

[ ]

Será trabalhado o conceito de igualdade entre a energia fornecida pelo aquecedor e a


energia absorvida pela água, onde:

[ ] [ ]

[ ]

Nos quais, P é a potência no aquecedor (W), m é a massa da água (g), t é o tempo (s),
∆T = Tfágua – Tiágua e c será o calor específico da água (cal/g.ºC).

Trabalharemos também com o conceito de calor específico do alumínio. Onde usaremos


a relação de calorimetria:

III. DESCRIÇÃO DO MATERIAL UTILIZADO

Para realização do experimento foi utilizado os seguintes materiais:

1. Caixa de isopor 7 litros;


2. Caixa de alumínio;
3. Aquecedor;
4. Termômetro;
5. Balança;
6. Barra de alumínio;
7. Objetos.

Figura 1 - Materiais e equipamentos utilizados. Link do experimento:


https://drive.google.com/file/d/1XV-WYWucm6eqOxbZi4M2p-GyC3FVQmwV/view?usp=sharing.

IV. TRATAMENTO DE DADOS

Iniciou-se o experimento com a determinação das massas dos materiais, com base nas
pesagens encontradas através do vídeo, correspondentes a massa da água, da barra de
alumínio, da caixa de alumínio vazia e cheia de água, respectivamente. Daí gerou-se a Tabela
1:

Status m(g)
Água 4000
Barra de Alumínio 1809
Caixa Alumínio 455
Caixa Alumínio c/ Água 4455
Tabela 1- Dados obtidos das massas dos materiais.

Após essa etapa, foi instalado o aquecedor e o termômetro dentro do calorímetro (caixa
de isopor mais a caixa de alumínio). Dessa forma, foi possível registrar as variações de
temperatura ao longo do tempo. Foram anotados o tempo inicial e a temperatura inicial da
água, antes de ligar o aquecedor, e a variação da temperatura em intervalos de 1 minuto, até
atingir 70°C. Depois foi registrada essa mesma variação desde o momento do desligamento
do aquecedor até o momento de estabilização térmica. Chegado esse instante, do calorímetro
em equilíbrio, mediu-se a temperatura inicial da barra de alumínio e a variação de temperatura
ao longo do tempo após colocar a barra. Os registros foram feitos até a nova estabilização
térmica, e com os dados coletados montou-se a seguinte tabela:

Status T(°C) t(Min) t(s)


Ligou Aquecedor 25,5 0 0
Aquecedor Ligado 25,5 1 60
Aquecedor Ligado 25,8 2 120
Aquecedor Ligado 26,6 3 180
Aquecedor Ligado 27,6 4 240
Aquecedor Ligado 28,8 5 300
Aquecedor Ligado 30,2 6 360
Aquecedor Ligado 31,7 7 420
Aquecedor Ligado 33,4 8 480
Aquecedor Ligado 35,2 9 540
Aquecedor Ligado 37,2 10 600
Aquecedor Ligado 39,2 11 660
Aquecedor Ligado 41,2 12 720
Aquecedor Ligado 43,4 13 780
Aquecedor Ligado 45,6 14 840
Aquecedor Ligado 47,9 15 900
Aquecedor Ligado 50,1 16 960
Aquecedor Ligado 52,4 17 1020
Aquecedor Ligado 54,6 18 1080
Aquecedor Ligado 56,9 19 1140
Aquecedor Ligado 59,2 20 1200
Aquecedor Ligado 61,6 21 1260
Aquecedor Ligado 63,7 22 1320
Aquecedor Ligado 66 23 1380
Aquecedor Ligado 68,4 24 1440
Desligou o Aquecedor 70 24,43 1465,8
Aquecedor Desligado 70,7 25 1500
Aquecedor Desligado 72,6 26 1560
Aquecedor Desligado 73,7 27 1620
Aquecedor Desligado 74,5 28 1680
Aquecedor Desligado 75 29 1740
Aquecedor Desligado 75,5 30 1800
Aquecedor Desligado 75,8 31 1860
Aquecedor Desligado 76,1 32 1920
Aquecedor Desligado 76,3 33 1980
Aquecedor Desligado 76,4 34 2040
Aquecedor Desligado 76,6 35 2100
Aquecedor Desligado 76,7 36 2160
Aquecedor Desligado 76,8 37 2220
Sistema em Equilíbrio Térmico 76,9 37,3 2238
Sistema em Equilíbrio Térmico 76,9 38 2280
Sistema em Equilíbrio Térmico 76,9 39 2340
Sistema em Equilíbrio Térmico 76,9 40 2400
Sistema em Equilíbrio Térmico 76,9 41 2460
Sistema em Equilíbrio Térmico 76,9 42 2520
Sistema em Equilíbrio Térmico 76,9 43 2580
Adicionou a Barra de Alumínio 72,9 44 2640
Com a barra de Alumínio 62,6 45 2700
Com a barra de Alumínio 63,7 46 2760
Com a barra de Alumínio 64,9 47 2820
Com a barra de Alumínio 65,9 48 2880
Com a barra de Alumínio 66,6 49 2940
Com a barra de Alumínio 67,1 50 3000
Com a barra de Alumínio 67,5 51 3060
Com a barra de Alumínio 67,8 52 3120
Com a barra de Alumínio 68,1 53 3180
Com a barra de Alumínio 68,3 54 3240
Com a barra de Alumínio 68,5 55 3300
Com a barra de Alumínio 68,6 56 3360
Com a barra de Alumínio 68,8 57 3420
Com a barra de Alumínio 68,9 58 3480
Com a barra de Alumínio 69 59 3540
Sistema em Equilíbrio Térmico 69,2 60,21 3612,6
Tabela 2- Dados obtidos das variações de temperatura ao longo do tempo t.

Analisando a Tabela 2, foi possível notar que, ao adicionar a barra de alumínio, a


temperatura da água sofreu uma queda considerável. Traçamos, então, o gráfico de
temperatura versus tempo, para todo o experimento, para entender o que ocorre com a curva
de temperatura ao ligar e desligar o aquecedor, ao atingir o equilíbrio térmico e ao adicionar a
barra de alumínio.
Figura 2 – Gráfico de temperatura versus tempo para todo o experimento.

Observando o gráfico, percebemos que, quando se adicionou a barra, a curva, que


relaciona a temperatura em função do tempo, ficou bem abaixo da curva anterior. Esse
comportamento já era esperado, uma vez que, neste caso a água quente acabou perdendo calor
para poder aquecer o alumínio.

Utilizando as informações obtidas na Tabela 1 e no gráfico, foram identificados os


valores numéricos das seguintes grandezas, para, posteriormente, calcular a constante A e o
calor específico do alumínio:

 Tempo total usado para aquecer a água:

 Variação de temperatura:
 Variação de temperatura sofrida pela barra de alumínio após a sua imersão na
água:

 Variação de temperatura sofrida pela água no calorímetro após a imersão da


barra de alumínio:

| |

Temos então:

Potência P do aquecedor (W) 628


Tempo total t (s) 1465,8
Água (ºC) 51,4
Al (ºC) 43,7
Água+Al (ºC) 3,7
Massa mÁgua (g) 4000
Massa mAl (g) 1809
Calor específico cÁgua (cal/gºC) 1

Tabela 3-Dados para cálculo de A e do calor específico do alumínio.

 Cálculo do equivalente do calor e da energia (A):

Podemos calcular o valor do equivalente do calor e da energia (A) igualando a energia


fornecida pelo aquecedor à energia absorvida pela água, conforme abaixo:
=

∙ [𝐽 ]= ∙ á ∆ [𝐽 ]= ∙ ∙ á ∆ [ ]

Substituindo os valores da Tabela 3 na equação, temos:

Como o melhor valor experimental tabelado de A é 1 = 4,1868 4,19 𝐽 ,


podemos calcular o desvio relativo:

| |

Comparando os dois valores e o desvio, nota-se que há uma discrepância entre o valor
encontrado e o valor real. Isso já era esperado, pois as grandezas (massa, tempo, potência do
aquecedor e temperatura) estão sujeitas a erros experimentais. Além disso, não foi
considerada a perda de calor do calorímetro, ele não é perfeitamente isolado, e também há um
erro sistemático, pois não foi considerada a capacidade calorífica da cuba de alumínio, esta foi
ignorada.

 Cálculo do calor específico do alumínio (CAl):

Podemos calcular o calor específico do alumínio (CAl) igualando, em módulo, o calor


fornecido pelo água ao calor absorvido pela barra, conforme abaixo:

= ∙ ( +á − )

= á ∙ á ( +á − á )
∙ ( +á − )= á ∙ á ( +á − á )

Substituindo os valores da Tabela 3 na equação, temos:

Como o melhor valor experimental tabelado de é 0,22 / °C, podemos calcular o


desvio relativo:

| |

Comparando os dois valores e o desvio, nota-se que há uma discrepância grande entre o
valor encontrado e o valor real. Porém, é satisfatório e esperado, pois isso ocorreu devido às
condições experimentais, o que inclui os erros já citados ao calcular A.

 Correção de erro sistemático do equivalente do calor e da energia (A):

Podemos fazer a correção igualando:

∙ = á ∙ á ( ,á − ,á )+ 𝑥 ∙ ( ,á − ,á ).A

Substituindo os valores da Tabela 1 e 3 na equação, temos:


𝐽

Com o melhor valor experimental tabelado de A 4,19 𝐽 , podemos calcular o


desvio relativo:

| |

Comparando os dois valores e o desvio, nota-se uma diminuição na discrepância entre o


valor encontrado e o valor real. Mesmo com as condições experimentais adversas, é um valor
satisfatório.

 Correção do cálculo do calor específico do alumínio (CAl):

Podemos calcular a correção do calor específico do alumínio (C Al) igualando:

= ∙ ( +á − )

= á ∙ á ( , +á − ,á )+ 𝑥 ∙ ( , +á − ,á )

∙ ( +á − )= á ∙ á ( , +á − ,á )+ 𝑥 ∙ ( , +á − ,á )

Substituindo os valores da Tabela 1 e 3 na equação, temos:

Como o melhor valor experimental tabelado de é 0,22 / °C, podemos calcular o


desvio relativo:
| |

Comparando os dois valores e o desvio, nota-se que a discrepância entre o valor


encontrado e o valor real não mudou significativamente. Porém, mesmo com as condições
experimentais adversas, é um valor satisfatório próximo ao achado anteriormente e ao valor
teórico.
V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 Apresentação Aula – 21/05 – Equivalente do calor e da energia. Instituto de


Física. Disponível em:
< https://ava.ufba.br/mod/resource/view.php?id=733381>. Acesso em:
29/05/2021.

 GOLÇALVES, Fernanda. Equivalente do calor e da energia. [S. l.]: UFBA.


Disponível em: <file:///D:/Downloads/equivalente-do-calor-e-da-
energia_convert_compress.pdf >. Acesso em: 01/06/2021.

 Roteiro de Laboratório – Experimento do Equivalente do calor e da energia.


MoodleUFBA. Disponível em:
<https://ava.ufba.br/mod/resource/view.php?id=733377>. Acesso em:
29/05/2021.

 Vídeo da Atividade – Experimento do Equivalente do calor e da energia.


Instituto de Física. Disponível em: < https://drive.google.com/file/d/1XV-
WYWucm6eqOxbZi4M2p-GyC3FVQmwV/view >. Acesso em: 29/05/2021.

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