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Sumário
Introdução: ............................................................................................................................ 3

1. Mas afinal, o que é currículo? .......................................................................................... 5

1.1 Ampliando a visão de currículo....................................................................... 7

1-2 Conhecendo mais de perto os fatores que influem na elaboração do


currículo .......................................................................................................................... 11

2. O currículo de acordo com os documentos oficiais ....................................................... 15

2-1 O currículo e a constituição .......................................................................... 16

2-2 O currículo na LDB 9394/96 ......................................................................... 17

2-3 O currículo e os PCNs .................................................................................. 19

3. Seleção de conteúdos: vamos definir o que ensinar.? .................................................. 24

4. O que se espera da escola - os objetivos. ..................................................................... 28

4-1 Conversando sobre os diferentes níveis de objetivos ................................. 28

4-2 Classificando os objetivos em gerais e específicos .................................... 33

5. Como ensinar? Os meios e métodos ............................................................................. 37

6. Mãos à obra: vamos planejar o curso! ........................................................................... 45

Referências bibliográficas. ................................................................................................. 54


INTRODUÇÃO:

Se você quer ensinar, o mais importante é


aprender!

Partindo desta mensagem inicial, vamos


trabalhar juntos, para você alcançar o seu objetivo
principal nesse curso: ser um bom professor!
Alguns conhecimentos teóricos são
indispensáveis para o exercício desta função.
Formando conceitos, compreendendo mudanças
trazendo para a prática do dia-a-dia esse
conhecimento, você conseguirá planejar melhor as suas atividades e executá-las
com mais sucesso.
Os estudos sobre currículo vêm sempre buscando respostas para
questões básicas da educação: A educação escolarizada deverá formar o
trabalhador especializado ou proporcionar uma educação geral, acadêmica?
Deverá priorizar as disciplinas humanísticas, as disciplinas científicas ou as
habilidades práticas para a inserção no mercado de trabalho?
Em termos sociais devemos adequar as crianças e jovens à sociedade
existente, aceitando os valores estabelecidos, ou prepará-los para contestá-la e
transformá-la? Qual será a verdadeira prioridade?
Podemos perceber que as respostas para essas questões dependerão
do contexto histórico, político e social da época, variando de sociedade para
sociedade, de acordo com os princípios filosóficos predominantes.

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À medida que você for se inteirando do conteúdo deste material, sua
visão de currículo se ampliará, ficando mais clara a abrangência do mesmo, com
todo o seu significado cultural.
Você estará caminhando para um resultado melhor no
trabalho!

Apresentaremos também alguns exemplos de planos de curso e de


plano de unidade.
É importante que ao final da análise deste material você esteja mais
seguro para responder às perguntas: O que ensinar? Como ensinar? Para que
ensinar?
O professor precisa, portanto, de um estudo mais aprofundado sobre o
assunto, que corresponde à nossa proposta nesse material.

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1. MAS AFINAL, O QUE É CURRÍCULO?

A exigência, cada vez maior, de participação do professor na elaboração


do Projeto Pedagógico da escola exige de nós, profissionais ou futuros
profissionais da Educação uma maior consciência e aprofundamento nos
estudos sobre currículo.

Ao final deste capítulo, você deverá ser capaz de:


Formar seu conceito de currículo, compreendendo o seu significado para a
educação.
Citar os fatores que influem na elaboração do currículo, explicando a
importância de cada um.

Para que a organização do currículo seja eficiente, é essencial que você


entenda exatamente o que ele significa.
Atividade :
Procure, no dicionário ou num glossário para educadores, o significado
da palavra currículo transcreva-a e comente essa definição, para que você possa
aprofundar seu conhecimento.

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O Currículo escolar é comumente conhecido como a relação das
disciplinas que compõem um curso ou relação dos assuntos que constituem uma
disciplina, no que ele coincide com termo programa.

Nas primeiras definições de currículo constata-se que corresponde a um


plano de estudos ou a um programa muito estruturado e organizado, na base de
objetivos, conteúdos e atividades. O currículo fornece o referencial básico para a
sequenciação de objetivos de ensino, incluindo os procedimentos específicos a
serem desenvolvidos. Representa algo planificado e que depois será
implementado na base do cumprimento das intenções previstas.
Os objetivos, que expressam a antecipação dos resultados e os
conteúdos a ensinar, são os elementos fundamentais para a definição do
currículo.
Desta maneira, podemos entender que currículo é sempre um processo
de decisão sobre os objetivos educacionais a serem atingidos, experiências de
aprendizagem a serem realizadas, conteúdos a serem desenvolvidos, métodos
de avaliação a serem utilizados.
É interessante ressaltar que um currículo é organizado de modo a
preparar a construção de conceitos cada vez mais abrangentes.
Assim , por exemplo, nos anos iniciais – do 1º ao 5º ano – o professor
trabalha com o ensino das disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática,
Geografia, História e Ciências, geralmente de forma integrada, permitindo ao
aluno a vivência e construção do conhecimento nesses primeiros anos do Ensino
Fundamental.
Ocorre, porém, que ver o currículo apenas dessa forma, como programa
ou plano não é o mais indicado. Que tal desenvolvermos olhares múltiplos sobre
currículo?

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1.1 Ampliando a visão de currículo

Atualmente o currículo não é visto como apenas um assunto técnico


ligado a procedimentos, métodos e técnicas para aplicação. Não é um elemento
neutro de transmissão de conhecimento, pois está envolvido nas relações de
poder, transmitindo visões específicas, produzindo identidades individuais e
sociais.
Apesar das diversas interpretações e focos diferentes , podemos dizer
que currículo é um projeto cujo processo de construção e desenvolvimento é
interativo, correspondendo a uma interdependência entre as leis,a sociedade e o
trabalho na escola.
Deve ficar claro que é sempre necessário estabelecer as relações do
currículo com a sociedade e seus valores. O currículo precisa, portanto, ser
analisado de acordo com as condições históricas e sociais em que se produzem
as suas diversas realizações e também na relação com o contexto de
implementação, geralmente a escola ou a instituição de formação.
Para você entender melhor e ampliar seu próprio conceito de currículo,
transcrevemos a definição de uma especialista no assunto:
Uma questão importante é a própria compreensão do significado da palavra currículo.
Na verdade, ele não é mais considerado apenas o documento de base no qual se pauta
a Educação durante o ano letivo, mas é visto como um processo completo, que passa
pela sala de aula e pela relação entre todos os envolvidos: professor, aluno, gestor e
família, tendo como resultado a aprendizagem. Há alternativas para diferentes
necessidades, desde aqueles que são superdirecionados até outros que pautam apenas
diretrizes curriculares e preveem espaço para a discussão. (PONCE, 2010, p.44)

Essa autora nos mostra que algumas vezes o currículo é mais “fechado”
sem opção de modificação, e em algumas situações é mais fluído. A autora

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também ressalta a importância da participação de alunos, pais, gestores, pois
todos estão envolvidos no processo de educação.
Currículo mais aberto e flexível/ ou currículo fechado?

Para aprofundar mais ainda nossos estudos sobre esse assunto vamos
acrescentar novo elemento de reflexão. Trata-se da abordagem feita por um
outro autor especialista em estudos sobre currículo.
Para o autor a importância do currículo, a que somos apresentados na
nossa trajetória escolar, influencia a nossa própria identidade, nossa maneira de
ver o mundo e estar no mundo.

Se quisermos recorrer à etimologia da palavra currículo que vem do latim – pista


de corrida - podemos dizer que no curso dessa corrida que é o currículo, acabamos por
nos tornar o que somos. (SILVA, 2001, p.151)

É dele também a reflexão a seguir: “O currículo não é o veículo de algo a


ser transmitido e passivamente absorvido, mas sim o terreno no qual se criará e
produzirá uma cultura”.(SILVA, 2001,p.90).
Podemos sistematizar esses conhecimentos, apresentando um
esquema, com base nas ideias de Silva(2001).
Esse esquema nos mostra que há uma relação do currículo com o local
onde ele é elaborado, com o percurso que cada um percorre ao estudá-lo, ou
seja, a própria vida e ainda procura destacar que ele reflete os interesses
predominantes na ocasião. A relação de poder se refere à interferência do poder,
seja poder político, econômico ou social, na elaboração do currículo.

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Fonte da imagem: http://heloizaportuguesmarques.blogspot.com.br/

Leia o texto A Escola dos Bichos de Rubem Alves e retire do mesmo :


-Uma ideia que demonstre o tipo de currículo da Escola dos Bichos que
combine com a afirmativa apresentada na página 7, na definição de currículo
feita por Ponce (2010).
-Uma ideia relativa ao currículo como formador da nossa identidade de
acordo com o apresentado na página 8 por Silva(2001).
-Uma ideia que reforça o vínculo do currículo com a sociedade e seus
valores
-Uma ideia que aponta possibilidades de alternativas às imposições

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A ESCOLA DOS BICHOS (Rubem Alves,adaptação)
Era uma vez um grupo de animais que decidiu fazer algo de heroico para
resolver os problemas de um "Novo Mundo", de modo que fundaram uma escola.
Adotaram um currículo de atividades que incluía corrida, alpinismo, natação e
vôo. Para tornar mais fácil a administração, todos os animais participaram de todos os
cursos.
O pato era excelente em natação, na verdade melhor do que o professor, e
conseguiu boas notas em vôo, mas não se deu bem em corrida. Como ele era muito
lento na corrida, precisou ficar após as aulas para praticar mais, inclusive abandonando
a natação. E manteve este esquema até que seu pé de pato ficou muito machucado e
ele no máximo conseguia nadar um pouco, dentro da média. Como ele estava dentro da
média, de acordo com o objetivo da escola, ninguém se importou com o problema, fora o
próprio pato.
O coelho começou em primeiro lugar na aula de corrida, mas sofreu um colapso
nervoso por causa das dificuldades com a pata. O esquilo mostrou-se excelente em
alpinismo, mas ficou frustrado com a aula de voo, porque, um professor o obrigava a
começar do chão, sem permitir a decolagem do alto das árvores. Também passou a
sofrer de câimbras por excesso de esforço físico e acabou tirando "C" em alpinismo e
"D" em corrida.
A águia era um aluno problema e teve de ser castigada severamente. Na aula
de alpinismo ela ganhou de todos, mas insistia em atingir o alto com suas próprias
técnicas.
No final do ano, uma cobra que conseguia nadar muito bem e também sabia
correr, praticar alpinismo e até voar um pouquinho tirou a média mais alta e foi
considerada a melhor aluna.
Os cachorros-do-mato fugiram da escola e não pagaram as mensalidades,
porque a direção se recusava a incluir cavar e farejar no currículo. Eles mesmos
ensinaram seus filhos a latir, e mais tarde uniram-se aos porcos e tatus para fundar uma
escola particular.

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1-2 Conhecendo mais de perto os fatores que influem na elaboração do
currículo

Vamos agora detalhar os fatores que influem na elaboração do currículo.


A elaboração do currículo é decorrência de diversos fatores:

Todos esses fatores identificam um lugar, numa determinada época.


O currículo reflete uma cultura, uma época...

Se um país está numa fase de grande desenvolvimento econômico, a


tendência é a de se priorizar conteúdos profissionalizantes, especialmente
voltados para os setores de maior crescimento. Quando há uma pressão externa,
uma preocupação maior com guerras dá-se um destaque ao nacionalismo e, em
casos extremos, ao militarismo.

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Se o problema está ligado ao desmatamento, à poluição, às enchentes,
consideram-se muito importantes os conteúdos ligados à ecologia, ao meio
ambiente.
No Brasil, durante a ditadura militar – de 1964 a 1985 – foram
introduzidas no currículo as disciplinas OSPB (Organização Social e Política do
Brasil) e Educação Moral e Cívica, cujos conteúdos transmitiam a filosofia do
governo, nesse período.
Outro exemplo a ser destacado diz respeito ao pioneirismo no estudo do
currículo nos Estados Unidos. Na explicação para isso destacam-se: a extensão
da educação escolarizada, em níveis cada vez mais elevados, atingindo
segmentos cada vez maiores da população aliada a uma preocupação com a
manutenção de uma identidade nacional, essencial para um país que recebeu
numerosas levas de imigrantes. O intenso processo de industrialização e
urbanização também concorreu para o desenvolvimento desse estudo.
Vamos citar agora outro exemplo marcante ocorrido na Alemanha, no
final do século XX.
Após a reunificação, em 1990, ocorreu uma reestruturação dos currículos
na ex-Alemanha Oriental para atender às mudanças politicas, filosóficas,
econômicas e sociais. Os textos que apresentavam a teoria socialista foram
banidos, toda uma disciplina –Estudos Cívicos – foi cortada do currículo escolar,
como parte de uma revisão no sistema eduacional que passou a priorizar os
valores ocidentais, ou seja, o capitalismo. Os professores mais velhos tiveram
dificuldade de se adaptar à queda das antigas certezas.
Transcrevemos as palavras da professora de História, de uma escola de
Berlim Oriental.

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Ela conta como foi o reinício das aulas, após a reunificação.

Eu disse a eles(aos alunos) que não era mentirosa


e costumava acreditar no que ensinava, mas não é
fácil mudar após 11 anos ensinando de uma
maneira. (Folha de São Paulo, out. de 1990)

Para saber mais

1945 – 1990.
Alemanha Ocidental,
capitalista, em verde.
Alemanha Oriental,
socialista em vermelho

Para terminar esse capítulo há ainda duas abordagens nos estudos do


currículo que merecem ser citadas.

Você já ouviu falar em currículo oculto?

O currículo oculto aparece nas normas e atitudes praticadas na escola.

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Ele é constituído por todos os aspectos do ambiente escolar que, sem
fazer parte do currículo oficial explícito, influem na educação escolar.
"Enxergar o currículo oculto", entendido como o ambiente escolar, a sala
de aula e os tipos de relação que se dão nestes espaços, é tarefa do professor e
de todos na escola, de forma a tornar evidentes os preconceitos generalizados e
trabalhar para que diminuam ou deixem de existir , transformando o ambiente
escolar e o convívio entre todos.
Em parte esse caminho pode ser percorrido quando aceitamos e
aprendemos a trabalhar com as questões multiculturais. No mundo atual a
diversidade de formas culturais convive com a homogeinização. Percebe-se um
pouco mais a expressão cultural dos grupos dominados, mas nota-se um
predomínio das formas culturais divulgadas, principalmente, pelos veículos de
comunicação de massa, ligados a grupos dominantes e de maior poder
econômico. Portanto, a questão cultural continua ligada à questão de poder e há
uma conexão entre currículo e multiculturalismo.

Neste primeiro capítulo procuramos caminhar com você na formação do conceito


amplo e restrito de currículo, propondo que amplie sempre esse estudo, lendo e
pesquisando. Focalizamos os fatores que influem na confecção de um currículo
e também abordamos os conceitos de currículo oculto e multiculturalismo.

Desse modo, constatamos pelos exemplos apresentados, que o currículo


se modifica através do tempo e das circunstâncias e que continua dinâmico,
aberto a novas transformações. No capítulo seguinte serão apresentados os
vínculos entre a legislação no tocante à Educação e as questões curriculares.

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2. O CURRÍCULO DE ACORDO COM OS DOCUMENTOS OFICIAIS

Para se preparar para participar da elaboração de um currículo, ou de


parte dele é importante que você conheça algumas ideias a esse respeito
trazidas nos documentos oficiais .

Ao final deste capítulo você deverá ser capaz de relacionar como os principais
documentos oficiais brasileiros, que tratam da educação, se referem à elaboração do
currículo.

Vamos fazer referência a três documentos, que servem como base para
um bom desenvolvimento da educação brasileira: a Constituição Federal
Brasileira de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB
9394/96) , já trabalhadas .na Disciplina de Legislação, mas dessa vez buscando
referências mais próximas às questões curriculares. Serão também abordados
no nosso estudo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs).

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2-1 O currículo e a Constituição

No que se refere ao currículo escolar, pode-se afirmar que a constituição


apresenta como indicativos : o preparo para o exercício da cidadania e a
qualificação para o mercado de trabalho.
De acordo com a Constituição em seu título VIII , art. 205, em que se trata
da educação, lê-se o seguinte:
“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida
e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
(CFB-1988)

Já o art.206, inciso III, cita que:


“O ensino deve ser ministrado com base em princípios, dentre os quais o
princípio do pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas.”

Sabemos que o cotidiano das crianças varia de acordo com diversos


fatores socioeconômicos e também regionais. Assim a Constituição, ao defender
o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, indica que se trabalhe com a
experiência de vida do alunado.

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2-2 O currículo na LDB 9394/96

Sobre o currículo, no Ensino Fundamental e Médio, vamos agora


transcrever o Art. 26 da LDB 9394/1996, que trata, especificamente, dos
aspectos curriculares.
São cinco artigos que determinam que haja uma parte comum em todo o
país e uma parte a ser elaborada pelos estados , pelos municípios, pelas escolas
para atender às diversidades. Especifica as disciplinas básicas e as que
representam um complemento ao estudo.

Art. 26. Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional
comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma
parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da
economia e da clientela.
§ 1º Os currículos a que se refere o caput devem abranger, obrigatoriamente, o estudo
da língua portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade
social e política, especialmente do Brasil.
§ 2º O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis
da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos.
§ 3º A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente
curricular da Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e as condições da população
escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos.
§ 4º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes
culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena,
africana e europeia.
§ 5º Na parte diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente, a partir da
quinta série, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna, cuja escolha ficará a
cargo da comunidade escolar, dentro das possibilidades da instituição.

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Achamos válido fazer referência à Lei nº 11.274/2006, que regulamenta
o Ensino Fundamental de nove anos. O objetivo é assegurar a toda a criança um
tempo maior de convívio escolar, maiores oportunidades de aprender e, com
isso, uma aprendizagem com mais qualidade.
A lei 11.274/2006 altera a redação de vários artigos(. 29, 30, 32 e 87) da
Lei 9394 /96 ao estabelecer a duração de nove anos para o Ensino
Fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos seis anos.

Ensino Fundamental

Anos Iniciais Anos Finais

1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano 6º ano 7º ano 8º ano 9º ano

De maneira simplificada apresentamos, em seguida, um quadro que


sugere a distribuição das atividades curriculares no Ensino Fundamental de nove
anos bem como a competência de cada nível de ação.

Nível Conteúdos Metodologias

Federal Mínimos curriculares, áreas ou Orientações metodológicas,


disciplinas, objetivos, conteúdos e materiais e textos
carga horária.

Municipal Desenvolvimento de mínimos Orientações metodológicas,


curriculares materiais e textos.

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Unidade escolar Seleção de meios e
ordenação de recursos.
Projeto pedagógico

Professores

Adequar o projeto à turma. Aplicar os recursos e meios.

2-3 O currículo e os PCNs

Os Parâmetros Curriculares Nacionais - os PCNs - são diretrizes


elaboradas pelo Governo Federal que orientam a educação no Brasil e são
separados por disciplina. Além da rede pública, a rede particular de ensino adota
os parâmetros, porém, sem caráter obrigatório.
Para compreender a natureza dos PCNs, é necessário situá-los em
relação a quatro níveis de concretização curricular considerando a estrutura do
sistema educacional brasileiro.
primeiro nível de concretização curricular-PCNs
segundo nível de concretização- propostas curriculares de estados e
municípios.
terceiro nível de concretização - elaboração da proposta curricular de
cada instituição escolar.
quarto nível de concretização curricular é o momento da realização da
programação das atividades de ensino e aprendizagem na sala de aula
Tais níveis não representam etapas sequenciais, mas sim etapas
distintas da elaboração de propostas curriculres que devem buscar uma
autonomia e, ao mesmo tempo uma integração.

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Os PCNs constituem o primeiro nível de concretização
curricular. São uma referência nacional para o Ensino Fundamental,
estabelecendo uma meta educacional.
Apesar de apresentarem uma estrutura curricular completa, os
Parâmetros Curriculares Nacionais são abertos e flexíveis, uma vez que, por sua
natureza, exigem adaptações para a construção do currículo de uma Secretaria
ou mesmo de uma escola. Também não se impõem como uma diretriz
obrigatória, dando margem a adaptações com base nas práticas já existentes.
Os PCNs estão situados historicamente e, portanto, sua validade
depende de estarem em consonância com a realidade social, necessitando de
um processo periódico de avaliação, a ser coordenado pelo MEC.

O segundo nível de concretização se refere às propostas curriculares de


estados e municípios.
Os parâmetros poderão ser utilizados como recurso para adaptações ou
elaborações curriculares realizadas pelas Secretarias de Educação, em um
processo definido pelos responsáveis em cada local.

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O terceiro nível de concretização diz respeito à elaboração da proposta
curricular de cada instituição escolar, inserida no contexto de seu projeto
educativo. É o Projeto Político Pedagógico no qual fica expressa a identidade da
escola e sua elaboração deve ser um processo dinâmico com discussões e
reflexões, com a participação de toda a equipe pedagógica, buscando um
comprometimento de todos.

O quarto nível de concretização curricular é o momento da realização da


programação das atividades de ensino e aprendizagem na sala de aula. O
professor faz então a adequação ao grupo específico de alunos, com o qual está
trabalhando. A programação deve apresentar uma distribuição planejada das
aulas, a distribuição do conteúdo segundo um cronograma de referência,a
definição das orientações didáticas prioritárias, seleção de material a ser
utilizado, planejamento de projetos e sua execução. Apesar da aplicação dessa
etapa ser responsabilidade do professor, é fundamental que seja compartilhada
com toda a equipe da escola.

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Agora é com você .Chegamos ao nível de concretização do currículo.
Atividade:
O Brasil sediou a Copa do Mundo de futebol, em 2014 e o Rio de
Janeiro será a sede das Olimpíadas de 2016.

.
Explique como esses eventos podem influir na programação de
atividades curriculares no ano em curso e nos próximos anos.

Uma parada para conhecer a opinião de um grupo de educadores

A liberdade dada pela LDB e pelos PCNs para a elaboração do currículo


também sofre críticas por parte de alguns educadores. Eles consideram que
essa liberdade, com um leque muito grande de opções de temas a serem
abordados em sala de aula, gera algumas dificuldades. Consideram também que
a sociedade tem dúvidas sobre o que cobrar da escola, em relação à
aprendizagem das crianças e jovens.
Os resultados pouco favoráveis de diversas avaliações realizadas pelos
governos federal, estaduais e municipais dão força a essas críticas. Esses
educadores sugerem que os sistemas construam um documento com o conteúdo

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mínimo mais especificado, não eliminando o trabalho da escola, da comunidade,
dos alunos para elaborar o documento fundamental, o projeto pedagógico.

Neste capítulo trabalhamos os vínculos entre os documentos oficiais e as


normas para a elaboração do currículo.
Ressaltamos aspectos relativos aos PCNs e aos quatro níveis de
concretização curricular considerando a estrutura do sistema educacional
brasileiro.
O Capítulo apresentou também uma avaliação de um grupo de
educadores sobre a aplicação da legislação educacional e seus reflexos.

A seguir vamos tratar da seleção dos conteúdos e fixação dos objetivos


de forma a atender a essas normas legais e às necessidades das comunidades
escolares locais.

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3. SELEÇÃO DE CONTEÚDOS: VAMOS DEFINIR O QUE ENSINAR.?

A seleção dos conteúdos que se vai ensinar é essencial na elaboração


de um bom “Plano de curso”.

Ao final deste capítulo você deverá ser capaz de citar os principais critérios
para a seleção de conteúdos do currículo, compreendendo a necessidade de conhecer a
comunidade local e as características da cleintela a que se destina.

Para alguns teóricos do currículo, a antiga lista de conteúdos das


disciplinas escolares deixou de ser prioridade. As discussões curriculares na
escola não precisam girar apenas em torno do conteúdo. Atualmente a
linearidade das disciplinas escolares deixou de ter tanta importância, pela
interdisciplinaridade e pela contextualização dos conteúdos, especialmente na
Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental.

Meu Deus!
Quanta coisa! O que
vou selecionar para
meu plano?

24
Com base nessa concepção de que as disciplinas não precisam ser
organizadas hierarquicamente no currículo, torna-se necessário refletir e discutir
sobre o que ensinar, para quem ensinar e como ensinar de modo a fazer da
educação básica, uma educação na perspectiva da formação integral do ser
humano.
Quando estamos discutindo o que ensinar, algumas dúvidas surgem
para o professor. Que conteúdo selecionar para a compreensão e o
entendimento de determinado assunto? Qual a relevância social desse
conteúdo? Que conteúdo específico de uma disciplina pode favorecer a
interdisciplinaridade na área de conhecimento?
Nessa tendência atual procura-se eliminar, ou pelo menos minimizar, a
disparidade entre o que se ensina e o que o aluno precisa aprender. Alguns
professores, ainda presos à listagem de conteúdos do índice do livro didático,
sentem dificuldade em mudar sua prática.
É importante lembrar que o aluno se sente mais envolvido no
conhecimento se percebe que aquilo precisa aprender vai servir para ele. A
escola enquanto espaço de ensino-aprendizagem precisa proporcionar meios de
viabilizar a construção de conhecimento científico suficiente para prepará-lo para
o exercício da cidadania, para a vida e para o mundo do trabalho. Na escola
democrática, onde o aluno pode participar, ele precisa entender da mesma
forma como vai ser avaliado e conhecer o projeto pedagógico da escola.
Dessa maneira, o professor não só pode diagnosticar com mais
segurança como está sua turma, como também pode estabelecer uma relação
amigável e de confiança com seus alunos.
O professor, ao escolher os procedimentos metodológicos do ensino e
selecionar os conteúdos da uma disciplina, precisa fundamentar suas escolhas
num contexto bem próximo da realidade vivenciada pelos alunos.
As pesquisas realizadas no campo do currículo têm contribuído
consideravelmente para melhorar as práticas escolares e também nos trazem
25
conhecimentos de alguns indicativos sobre o currículo oculto, aquele que
acontece dentro da sala de aula com a formação de hábitos, atitudes,
transmissão de valores.
É essencial selecionar conteúdos que sejam socialmente relevantes
quanto ao aspecto global, regional e local, que atendam às complexidades do
mundo contemporâneo, às exigências da sociedade e das tecnologias.
Na parte prática da seleção de conteúdos para o currículo, é necessário
definir critérios que podem ser explícitos ou implícitos.
Um currículo bem fundamentado na seleção de conteúdos deve atender
aos seguintes critérios:

Na vida real, essa primeira etapa da definição de conteúdos ocorre


mesmo antes do início das aulas, quando são identificados os grandes temas a
ensinar.
Se o professor vai lecionar para uma turma do mesmo ano escolar que a
que teve no anterior, uma boa estratégia é ver o que deu certo, quais os
objetivos foram alcançados e quais os que não conseguiu atingir.
Depois dessa etapa inicial de avaliação, o próximo passo é colocar as
novas metas no papel.
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Pode parecer simples, mas definir os conteúdos curriculares com base
nas expectativas de aprendizagem para o ano letivo exige pensar numa série de
coisas como por exemplo dominar as didáticas desses conteúdos , conversar
com o professor da turma do ano anterior para conhecer o percurso da turma,
pensar na faixa etária e de interesses do grupo e, também, tentar conhecer os
problemas pelos quais os alunos estejam passando.

Neste capítulo tratamos de aspectos ligados à importância de selecionar


os conteúdos adequadamente, a partir de determinados critérios.
Abordamos os critérios de relevância, antecipação e viabilidade de
seleção dos conteúdos.
Além de destacarmos a necessidade da adequação dos conteúdos à
realidade da clientela,chamamos a atenção para a importância da seleção de
conteúdos que ajudem na interdisciplinaridade.

Em seguida ,no próximo capítulo vamos tratar dos objetivos a serem


atingidos ao elaborarmos um plano de curso.

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4. QUE SE ESPERA DA ESCOLA - OS OBJETIVOS.

Para falarrmos dos objetivos, precisamos lembrar sempre que eles


correspondem ao que pretendemos alcançar no final de uma atividade ou de um
curso.

O objetivo é
acertar o alvo!

Ao final deste capítulo você deverá ser capaz de estabelecer os objetivos para
um Plano de Curso, redigindo-os adequadamente para que possam expressar o que os
alunos serão capazes de conhecer ao terminar o período letivo.

4-1 Conversando sobre os diferentes níveis de objetivos

Os objetivos são instrumentos práticos para orientar o currículo e para


avaliar se ele foi ensinado adequadamente e se o proposto foi assimilado pelo
aluno. Os objetivos serão mais facilmente alcançados se o professor tem clareza
de antemão onde pretende chegar.
Há também que se levar em conta os níveis de concretização desses
objetivos. Como exemplo citamos : é diferente traçar objetivo para a educação
como um todo; outra realidade é traçar objetivos de uma disciplina, outra é traçar
objetivos para um plano de curso, uma unidade ou uma aula

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OBJETIVOS EDUCACIONAIS
O caráter pedagógico da prática educativa está em explicar fins e meios
que orientem tarefas da escola e do professor. Podemos dizer mesmo que não
há prática educativa sem objetivos.
Os objetivos educacionais expressam propósitos definidos, explícitos
quanto ao desenvolvimento das qualidades humanas que todos os indivíduos
precisam adquirir para se capacitarem para as lutas sociais de transformação da
sociedade.
Para a formulação dos objetivos educacionais, três são as referências
básicas:
• Os valores e ideais proclamados na legislação educacional e que
expressam os propósitos das forças políticas dominantes no sistema
social

• Os conteúdos básicos das ciências produzidos e elaborados no decurso


da prática social da humanidade

• As necessidades e expectativas de formação cultural exigidas pela


população majoritária da sociedade, decorrentes das condições concretas
de vida e de trabalho e das lutas pela democratização

Essas três referências estão interligadas e sujeitas a contradições, não


podendo ser tomadas isoladamente, pois, por exemplo, os conteúdos escolares
estão em contradição não somente com as possibilidades reais dos alunos em
assimilá-los, como também com os interesses majoritários da sociedade, na
medida em que podem ser usados para divulgar a ideologia de grupos e classes
minoritárias.
O mesmo se pode dizer em relação aos valores e ideais proclamados na
legislação escolar.

29
Isso significa que a elaboração dos objetivos pressupõe, da parte do
professor:

➢ Uma avaliação crítica das referências que utiliza, em face dos


determinantes sociopolíticos da prática educativa.
➢ Uma avaliação da pertinência dos objetivos e conteúdos
propostos pelo sistema escolar oficial, verificando em que medida atendem às
exigências de democratização política e social.
➢ Uma busca da compatibilidade dos conteúdos com
necessidades, aspirações e expectativas da clientela escolar.

OBEJTIVOS MAIS DIRETAMENTE LIGADOS AO ENSINO

APRENDIZAGEM
Os objetivos direcionam a atividade de aprendizagem, estabelecem
ordem, propósitos e condições para a mesma e fornecem elementos para a
avaliação
As diferenças individuais devem ser levadas em conta e podemos fazer
isso mantendo os objetivos, mas oferecendo possibilidades diversas para todos os
alunos consigam alcançá-los. Em alguns casos, podemos manter apenas parte
dos objetivos para atender às diferenças ou estabelecer objetivos diferenciados
para grupos de alunos. Outra forma apresentar alternativas de atendimento como
atividades de apoio, tutoria, trabalho com material extra de forma a atender a
essas diferenças individuais .

30
Para exemplificar, vamos apresentar alguns dos objetivos de Geografia,
de acordo com orientação da Prefeitura de São Paulo:
Ao final do 5º ano, os alunos deverão ser capazes de:
• Comparar mapas e imagens que caracterizam bairros e cidades.
• Reconhecer representações gráficas de objetos cotidianos na
perspectiva vertical e oblíqua.
• Apontar dados sobre a população em gráficos e mapas temáticos.
• Identificar as diferentes contribuições culturais na formação da
população brasileira.
• Elaborar mapa localizando diferentes tipos de indústria.
• Descrever o processo de urbanização, tendo como referência os
elementos do cotidiano e o modo de vida.

Reparem que há determinados verbos que sinalizam com clareza se o


aluno, efetivamente, atingiu o nível desejado. Verbos como reconhecer, identificar
elaborar, exemplificar, apontar, citar, descrever são muito adequados para
expresssar aprendizagem.
Alguns verbos que também são usados como conhecer, saber,
compreender, apreciar têm sentido muito amplo e dificilmente podem ser
avaliados de modo tão objetivo.
Numa situação mais específica os objetivos podem apresentar três
componentes: o desempenho esperado; a condição para demonstrar o
desempenho e o nível de rendimento esperado.

31
Apresentamos exemplos para cada tipo .::

O aluno deverá ser capaz de:


• Descrever o movimento de rotação da Terra (desempenho
esperado)
• Demonstrar no globo terrestre como ele ocorre.(condição para
demonstrar o desempenho)
• Explicar pelo menos uma de suas consequências (nível de
rendimento esperado, padrões mínimos)

Agora é com você . Descubra o desempenho e o nível de rendimento


esperado nos objetivos a seguir usando como base nos três componentes
1-O desempenho esperado-2-A condição para demonstrar o desempenho- 3-O nível de
rendimento esperado
➢ Citar três contribuições culturais trazidas pelos italianos.( )
➢ Apontar dados sobre a população. .( )
➢ Apontar dados sobre a população em gráficos e mapas
temáticos.( )

Muito Bem!
Você encontrou como numeração: 3- 1- 2 .

32
OBJETIVOS ESPECÍFICOS PARA ALGUMAS DISCIPLINAS
Há necessidade ainda de citarmos a importância de objetivos específicos
de cada disciplina, como por exemplo em Matemática. Nesse caso verbos como
efetuar, contar,medir, pesar, calcular estarão presentes frequentemente.
Vamos citar alguns exemplos de objetivos em Matemática.
As orientações curriculares de Matemática da Prefeitura de São Paulo,
prevêem que, ao fim do 5ºano, os alunos sejam capazes de:
• Efetuar cálculos e usar as regras do sistema de numeração
decimal, comparando e ordenando os números..
• Identificar e representar semelhanças e diferenças entre formas
geométricas.
• Utilizar o sistema métrico fazendo cálculos com precisão
• Resolver problemas com as quatro operações, usando
estratégias pessoais, convencionais e cálculo mental.
• Usar e fazer cálculos com percentagens.

4-2 Classificando os objetivos em gerais e específicos

Para complementar nosso estudo sobre a formulação de objetivos vamos


nos referir à classificação em objetivos.gerais e específicos .
Objetivos Gerais expressam propósitos mais amplos acerca do papel da
escola e do ensino, diante das exigências postas pela realidade social e diante
do desenvolvimento da personalidade dos alunos. Os objetivos gerais, definem,
em grandes linhas, perspectivas da prática educativa na sociedade brasileira,
que serão depois convertidas em objetivos específicos de cada matéria de
ensino, conforme os anos escolares e níveis de idade dos alunos.

33
Os objetivos gerais são explicitados em três níveis de abrangência, do
mais amplo ao mais específico:
• Pelo sistema escolar, que expressa as finalidades educativas de
acordo com ideais e valores dominantes na sociedade;
• Pela escola, que estabelece princípios e diretrizes de orientação do
trabalho escolar com base num plano pedagógico-didático que
represente o consenso do corpo docente em relação à filosofia da
educação e à prática escolar; (Projeto Político Pedagógico)
• Pelo professor, que concretiza no ensino das matérias a sua própria
visão de educação e de sociedade.
Ao considerar os objetivos gerais e suas implicações para o trabalho
docente em sala de aula, o professor deve conhecer os objetivos estabelecidos
no âmbito do sistema escolar oficial, seja no que se refere a valores e ideais
educativos, seja quanto às prescrições de organização curricular e programas
básicos das matérias. Esse conhecimento é necessário, não apenas porque o
trabalho escolar está vinculado às diretrizes nacionais, estaduais e municipais de
ensino, mas também porque precisamos saber que concepções de homem e
sociedade caracterizam os documentos oficiais, uma vez que expressam os
interesses dominantes dos que controlam os órgãos públicos.

Assim se expressou Libâneo sobre esse assunto:


Isto significa que não se trata simplesmente de copiar os objetivos e conteúdos
previstos no programa oficial, mas de reavaliá-los em função de objetivos sociopolíticos
que expressem os interesses do povo, das condições locais da escola, da problemática
social vivida pelos alunos, das peculiaridades socioculturais e individuais dos alunos.
(LIBÂNEO, 1997, p.222)

34
O autor pretende mostrar que os objetivos precisam estar de acordo com
a situação do país, da comunidade, dos alunos e não repetir apenas uma
listagem pré-determinada.
Os objetivos específicos de ensino determinam exigências e resultados
esperados da atividade dos alunos, referentes a conhecimentos, habilidades,
atitudes e convicções, cuja aquisição e desenvolvimento ocorrem no processo de
transmissão / assimilação ativa das matérias de estudo.
Estes devem ser vinculados aos objetivos gerais sem perder de vista a
situação concreta (escola, matéria, alunos) em que serão aplicados. Norteiam,
de forma mais direta, o processo ensino aprendizagem.
Na redação dos objetivos específicos, o professor transformará tópicos
das unidades de ensino em proposições (afirmações), onde se expresse o
resultado esperado, que deve ser atingido por todos os alunos ao final daquela
unidade.
Os resultados podem ser de:
• Conhecimentos (conceitos, fatos, princípios, teorias,
interpretações, ideias organizadas, etc.).
• Habilidades (o que o aluno deve aprender para desenvolver suas
capacidades intelectuais: organizar seu estudo ativo e independente; aplicar
fórmulas em exercícios; observar, coletar e organizar informações sobre
determinado assunto; raciocinar com dados da realidade; formular hipóteses; usar
materiais e instrumentos como.dicionários, mapas, réguas, etc.).
• Atitudes, convicções e valores que se devem desenvolver em
relação à matéria, ao estudo, ao relacionamento humano, à realidade social
(atitude cientifica, consciência crítica, responsabilidade, solidariedade, etc.)

35
Atividade:
Selecione um item dentre os que se seguem e especifique objetivos de
uma aula sobre o assunto escolhido. Ao fazê-lo indique a que ano escolar está
destinado:Caso você busque as informações em algum documento, ele precisará
ser citado no final da resposta.
1. Os seres vivos.
2. Adição e subtração.
3. Estados e regiões do nosso país

Assunto: turma e ano escolar:


Objetivo Geral:
Objetivos específicos(2)

36
5. COMO ENSINAR? OS MEIOS E MÉTODOS.

Você já notou que para planejar sua aula ou para fazer o seu plano de
curso, você precisou conhecer melhor o currículo, selecionar conteúdos e
compreender a importância de estabelecer objetivos bem definidos.
Mas falta responder uma importante questão: Como ensinar? Como
alcançar os objetivos estabelecidos ?
Como ensinar os alunos a resolver problemas de adição e subtração?O
que propor quando para os estudantes têm dificuldade de entender um texto
sobre Ciências? Perguntas como estas são feitas diariamente pelos professores.

,.

Ao final deste capítulo, você deverá ser capaz de citar os meios, os


instrumentos que usará para implementar os objetivos, levando em conta a
adequação ao conteúdo, aos alunos e a viabilidade de execução.

Os métodos correspondem a uma forma, um sistema para efetuar uma


atividade ou um conjunto de procedimentos.

37
Se apresentamos um assunto para os alunos com uma aula expositiva
esse foi o método usado. Se usamos um vídeo para ilustrar uma aula, o vídeo
constitui um meio, um canal para transmitir uma informação.
A escolha do método deve estar de acordo com a escolha do meio.
Na sala de aula, o meio mais importante é o professor. Todos os demais
meios são um apoio à ação do professor e devem servir para enriquecer a
atividade proposta.
As inovações da tecnologia de impressão de meios escritos, o
barateamento de sua produção, a popularização dos meios audiovisuais
permitiram um enorme incremento na divulgação de informações sobre os mais
variados assuntos. Essa situação embora apresente riscos, como o da
manipulação das informações e o de conteúdos falsos, contribuiu muito para a
democratização do saber.
O predomínio do poder de informação dos novos meios sobre os
currículos escolares é evidente em muitos campos. A televisão, os vídeos, a
Internet, são uma fonte de conhecimento mais atrativa e mais eficaz do que
muitos livros escolares e professores que podem apresentar conteúdos sem
importância para o mundo atual.
Torna-se necessário analisar se a escola não deve manter um currículo
fechado dentro de um pequeno âmbito e deve sim partir para uma reformulação
de conteúdos, de fontes de informação, de meios e métodos para realizar suas
atividades.
É evidente que nas classes mais favorecidas da sociedade dos
ambientes urbanos, as inflências vindas de fora da escola são muito maiores e
as possibilidades de acesso às informações é imensa.

38
Apesar disso, a escola continua tendo o principal papel social e cultural,
permenecendo válidas as palavras de Dewey:
A missão da instituição escolar é a de prover um ambiente:
• Simplificado, para que possibilite a compreensão da complexidade
exterior.
• Ordenado progressivamente, para que ajude a compreender o
ambiente exterior mais complexo.
• Compensatório ou liberador das limitações que cada aluno possa ter
pelo grupo social a que pertence.
• Coordenador das influências dispersas que os indivíduos recebem dos
círculos vitais aos quais eles pertencem. (DEWEY,apud SILVA, 2000,p.20)

Reparem que no último ítem há uma referência direta à necessidade da


escola assumir a coordenação dessa enorme gama de informações recebidas
pelo aluno através de diferentes meios.
Vamos fazer em seguida uma abordagem sobre os principais meios
auxiliares do professor . Inicialmente apresentamos um esquema:

39
O livro didático tem despertado
interesse de muitos pesquisadores nas últimas décadas. Depois de ter sido
desconsiderado por estudiosos, educadores e intelectuais de vários setores,
entendido como produção menor enquanto produto cultural, o livro didático
começou a ser analisado sob várias perspectivas, destacando-se os aspectos
educativos e seu papel na configuração da escola contemporânea. Trata-se de
um objeto cultural contraditório que gera intensas polêmicas e críticas de muitos
setores, mas tem sido sempre considerado como um instrumento fundamental no
processo de escolarização.
O livro didático provoca debates também no interior da escola, entre
educadores, alunos e suas famílias, assim como em encontros acadêmicos, em
artigos de jornais, envolvendo autores, editores, autoridades políticas,
intelectuais de diversas procedências. As discussões em torno do livro estão
vinculadas ainda à sua importância econômica para um vasto setor ligado à
produção de livros e também ao papel do Estado como agente de controle e
como consumidor dessa produção. No caso brasileiro, os investimentos
realizados pelas políticas públicas nos últimos anos transformaram o Programa
Nacional de Livro Didático (PNLD) no maior programa de livro didático do
mundo.

40
Podemos constatar que o livro didático assume ou pode assumir
funções diferentes, dependendo das condições, do lugar e do momento em que
é produzido e utilizado nas diferentes situações escolares.
O livro didático enquanto produto cultural, como mercadoria ligada ao
mundo editorial e dentro da lógica de mercado capitalista, é usado como suporte
de conhecimentos e de métodos de ensino das diversas disciplinas e matérias
escolares.
Em muitos casos, como já dissemos a listagem de conteúdos do livro
didático acaba por corresponder ao currículo. Apesar de algumas desvantagens
apresentadas o livro didático pode complementar aulas expositivas, e pode
também, ser usado em trabalhos individuais e de grupos, tornando-se
instrumento de orientação e controle do processo ensino aprendizagem.

Em relação à televisão, temos programas estruturados transmitidos por


uma rede de TV, muitos com mecanismos de acompanhamento, supervisão e
avaliação, para garantir que o material seja usado de forma adequada.
Entretanto, vocês ouvirão muitas opiniões considerando a TV como um
meio pouco adequado, porque exige pouco esforço do aluno para receber a
mensagem. A TV é vista como um entretenimento, mas é vista como mais real e
mais próxima da vida do aluno. Apesar das limitações, há ocasiões em que ela
se apresenta como um recurso ideal. Filmes sobre a natureza, sobre um
determinado país ou sobre a vida de um povo podem trazer informações
41
excelentes e ainda propiciarem um debate ou a elaboração de um relatório após
a projeção.

A contribuição do computador para a eficiência do ensino


também é inegável, embora alguns cuidados tenham que ser tomados.
É importante o uso do computador para o ensino a distância e para a
transmissão de informações administrativas ou pedagógicas, de horários,
eventos, notas para os alunos e para os pais. O computador pode ser usado
ainda para processamento de textos e de dados ou para a elaboração de
material para apresentação de trabalhos do professor ou dos alunos.
No tocante aos computadores destaca-se, evidentemente, o uso da
Internet que permite o acesso a um mundo de informações.
A internet apresenta leitura quase inesgotável de fontes de pesquisa.
Para que se faça bom proveito de tanta riqueza, a classe precisa ter claros os
objetivos da investigação. Em seguida, é importante discutir onde encontrar
informação confiável.
Nesse ponto, seu trabalho é ensinar que, diferentemente do que a
garotada costuma acreditar, fatos históricos não são contados de maneira
neutra. Qualquer relato traz embutido certa dose de opinião do autor. Se isso já é
verdade mesmo para os verbetes enciclopédicos, imagine o risco de um aluno
confiar cegamente, ao pesquisar sobre a Segunda Guerra Mundial, por exemplo,
em um site que defende que o extermínio de judeus não ocorreu.
As tecnologias também permitem que os estudantes produzam e
compartilhem com facilidade registros da história local.Hoje há publicações
42
relatando o quanto já se caminhou na busca da incorporação do uso do
computador em trabalhos escolares, até na Educação Infantil.

Alguns meios são usados mais especificamente em uma disciplina. No


caso da Geografia, podemos citar atividades como elaborar, ler e interpretar a
linguagem dos símbolos gráficos, como fotografias comuns, aéreas ou de
satélite, mapas, tabelas, gráficos e desenhos. Essas formas representam
fenômenos, ajudam na compreensão do espaço e apuram a noção de

localização.

Os mapas podem passar informações diversas, como pontos de


referência, escalas que indicam distâncias, legendas que mostram relevo ou
temperaturas. Já as fotografias apresentam vários planos e registram a memória
coletiva de uma sociedade. Os dois tipos, diferentemente de um texto, têm a
qualidade de adotar convenções universais que são entendidas por diversas
culturas, não importando o idioma.

43
Arcos da Lapa -RJ
Fonte da imagem :pereginacultural.wordpress.com

Além disso, as imagens complementam informações e normalmente


chamam ainda mais atenção do que os textos. Porém, assim como os mapas,
devem ser lidas do mesmo modo como se leem textos para obter informações,
conhecer alguma temática ou fazer comparações.

Neste capítulo estudamos os meios que ajudam no processo ensino-


aprendizagem, mostrando o papel de cada um dos recursos mais usados. Sobre
cada um dos meios citados, foram apresentadas as possibilidades e limitações
de uso.

Depois de apresentarmos a importância de traçar objetivos,selecionar


conteúdos e selecionar meios para facilitar o processo ensino aprendizagem
vamos à elaboração do Plano de curso.

44
6. MÃOS À OBRA: VAMOS PLANEJAR O CURSO!

O ato de planejar faz parte da história do ser humano. Em nosso dia-a-


dia, sempre estamos enfrentando situações que necessitam de planejamento,
mas nem sempre as nossas atividades diárias são previstas em etapas concretas
da ação, uma vez que já pertencem ao contexto de nossa rotina. O planejar na
escola envolve grande complexidade e portanto e preciso ser feito com mais
.consciência.

Preciso de
uma boa ideia!

Ao final deste capítulo, você deverá ser capaz de elaborar um Plano de Curso,
de acordo com os conteúdos, objetivos e meios mais adequados à clientela, mas
levando em conta o plano pedagógico da escola e as diretrizes curriculares nacionais.

As ideias que envolvem o planejamento são amplamente discutidas nos


dias atuais, mas não é fácil planejar .Quem se dedica ao estudo do planejamento
escolar precisa levar em conta que o planejar ocorre para evitar a improvisação,
precisa prever o futuro, estabelecer caminhos que possam nortear mais
apropriadamente a execução da ação educativa, prever o acompanhamento e a
avaliação da própria ação.

45
Os atos de planejar e avaliar devem andar de mãos dadas.
PLANEJAMENTO AVALIAÇÃO

Cuidando do plano de curso

Plano de Curso é a organização de um conjunto de matérias que vão ser


ensinadas e desenvolvidas em uma instituição educacional, durante o período de
duração de um curso. O plano é a "sistematização da proposta geral de trabalho do
professor naquela determinada disciplina ou área de estudo, numa dada realidade".
(VASCONCELLOS, 1995, p.117)

Dessa forma temos a dimensão da abrangência do Plano de Curso que


vai incluir as matérias de um curso, durante um período, geralmente o “ano
letivo” e as atividades que serão desenvolvidas para a sua execução.
Planejando as primeiras aulas
É importante dar uma atenção especial ao planejamento das primeiras
aulas.
Existem estudos que mostram que a boa relação professor/aluno pode
ser decidida nessas aulas. Há pesquisas que vão além e apontam os primeiros
instantes da primeira aula como determinantes do sucesso da atividade docente.
Então, se o professor tem que preparar bem todas as aulas, as primeiras
precisam de mais cuidados ainda. E não é só determinar os conteúdos a serem
46
abordados, os objetivos das primeiras aulas precisam ser bem pensados e a
metodologia precisa ser mais adequada. É importante, sobretudo, tornar-se
disponível para aqueles alunos, acreditando na possibilidade do ensino e da
aprendizagem.

Planejando com flexibilidade


É essencial lembrar que por mais bem fundamentado que seja o
planejamento escolar, o professor precisa ter consciência de que alguns
imprevistos podem surgir ao longo do ano letivo. Deve ser feita uma avaliação
constante do processo de ensino, para o educador replanejar sempre que
necessário. O planejamento deve ser flexível. O planejamento inicial é feito, em
alguns casos sem que o professor conheça seus alunos. Com a interação e com o
conhecimento, o professor vai decidir se mantém ou não o planejamento inicial.
Os assuntos do dia-a-dia trazidos pelos alunos ou pelos meios de
comunicação precisam de tempo para ser debatidos, se possível relacionando-os
com o currículo. É importante manter um equilíbrio entre as atividades essenciais,
que constam do planejamento inicial e as que são inseridas durante o ano letivo.
O professor que não flexibiliza o planejamento corre o risco de não
alcançar os objetivos, uma vez que os alunos são a referência para a elaboração
de um plano, sendo necessário acompanhar o desenvolvimento deles.

Plano de curso como instrumento de trabalho do

professor
Vamos detalhar, em seguida, a elaboração de um Plano de Curso.
Para o professor, o plano de curso é o instrumento de trabalho que lhe
permite tomar decisões sobre conteúdos, estratégias de ensino e avaliação e dá
condições para ele preparar e ministrar as aulas de acordo com um projeto,

47
dentro de uma sequência lógica e didática. Como o professor não deve caminhar
sozinho é preciso verificar que papel deve ter a equipe diretiva nesse contexto.
Quanto à direção da escola essa deve acompanhar o trabalho do
professor sempre atuando de modo a que sejam providenciadas as condições
para que as atividades docentes e discentes se realizem com sucesso.
A elaboração de um Plano de Curso apresenta duas etapas:
Na primeira etapa temos a tomada de decisões e a coleta de
informações e na segunda etapa o registro do plano.
Apresentamos um resumo das recomendações para a 1ª etapa:
A seleção de conteúdos baseia-se em diretrizes nacionais, projeto
pedagógico da escola, experiências anteriores do professor e dos alunos. As
unidades e subunidades devem permitir que o aluno estruture de forma mais
adequada os seus conhecimentos. Os títulos escolhidos para as unidades devem
ser significativos e a duração compatível com o ano letivo.
Quanto aos métodos, devem ser escolhidos para atender os objetivos
estabelecidos e o professor deve estar familiarizado com os mesmos.
O material normalmente inclui livros, filmes, mapas, fotos, enfim materiais
viáveis e que possam constituir fontes de informação.
O esquema que se segue procura resumir os principais passos para a
elaboração de um plano de curso.

48
A segunda etapa do plano de curso é o de registro do plano.
O esquema para registro dos planos de curso variam de instituição para
instituição. O esquema que será utilizado na apostila para apresentar um plano
de curso está baseado em Oliveira e Chadwick(2001). Nesse esquema em lugar
de usar a palavra objetivos ,os autores usam a denominação de produtos.
Embora já tenhamos afirmado que plano de curso precisa se adequar à
realidade e às características dos alunos, ao projeto pedagógico da escola, às
diretrizes curriculares emanadas pelos órgãos ligados ao sistema escolar,
apresentamos uma sugestão para a organização de um Plano de Curso para o
5º ano do Ensino Fundamental, na disciplina Geografia.
Imaginamos estar realizando um trabalho numa turma de 5º ano que vai
estudar a divisão regional do Brasil e as características principais de cada região.
Criamos um plano com a duração para todo o ano letivo

49
CONTEÚDOS PRODUTOS SUBUNIDADES MEIOS/RECURSOS AVALIAÇÃO

Apresentar conceito Amazônia Mapa, apresentação Colorir mapa,


de região, citar as de “data show” com mostrando
Divisão regional do regiões brasileiras, Nordeste fotos características regionalização,
Brasil localizando-as no das regiões. Interpretar textos.
país. Centro-Sul.

Identificar as Extrativismo e Filme sobre o Relatório sobre o


características desmatamento, assunto, filme, destacando os
Amazônia principais da região sistematização do mais importantes
As áreas de Belém e conteúdo. aspectos da
de Manaus. Amazônia.

Identificar e localizar Zona da mata, Mapas, Textos, fotos, Montagem de um


as áreas econômicas Agreste,Sertão e entrevista com mural com mapa e
Nordeste com seus aspectos Meio Norte nordestino que viva ilustrações
mais marcantes fora de sua região.

Citar os destaques Regiões Mapas, textos, fotos Preenchimento de


econômicos da metropolitanas, legendas de mapas,
Sudeste região - mostrando o
Industrialização e a Áreas agrícolas conhecimento das
urbanização- características
identificando as Produção mineral regionais.
diversidades
naturais e
econômicas.

Citar os cultivos Um Brasil diferente, Mapas, fotos, filme, Relatório sobre o


subtropicais, textos. filme, mural
Sul destacar o papel da A região vinícola, a relacionando
imigração. Campanha Gaucha paisagens e
localização no mapa.

Caracterizar a região A presença do Mapas, textos, fotos. Descrever áreas,


central do país, Pantanal. mostrando
Centro-Oeste identificando o diversidades,
Pantanal, a Brasília e o entorno. interpretar textos
importância da sobre o assunto.

50
capital.

51
Apresentamos outra sugestão. Dessa vez buscamos um plano de uma
unidade para você trabalhar estratégias de cálculo com alunos de 1º e 2º anos.
Título: Vamos às compras!
Anos: 1º e 2º. Tempo estimado: 10 aulas.
Conteúdos: Adição e subtração.
Objetivo: Ao final deste projeto o aluno deverá ser capaz de efetuar
adições e subtrações com desembaraço, partindo de situação concreta e
chegando a abstrair da situação de compra e venda.
Material necessário:
Objetos usados como brinquedos, revistas, cédulas que imitem as
verdadeiras, papel, canetas, lápis, etiquetas.
Desenvolvimento:
1ª etapa: Propor à turma organizar um brechó, explicando que é uma loja
que vende objetos usados. Peça que os alunos levem 2 itens para a escola.
Avise os pais que os objetos não serão devolvidos.
2ª etapa: Oriente-os para separar o material em conjuntos: brinquedos,
revistas, etc.; estabeleça com eles preço para os objetos e coloque etiquetas
com esses preços.
3ª etapa: Divida os alunos em vendedores, com cédulas de 1 ou 2 reais
(imitações) e compradores, com cédulas de 5, 10 e 20 reais.
4ª etapa: Inauguração do brechó: cada aluno comprador escolhe dois
objetos e paga. No papel eles farão a adição e a subtração para verificar o troco
5ª etapa: Analise os registros dos alunos, discuta as situações que
surgiram no brechó e proponham outras, já sem as cédulas, nem os objetos.
6ª etapa: Avaliação: Proponha situações hipotéticas com 20 reais. Os
alunos deverão apresentar combinações de objetos com preços que eles
estabelecerão e calcular o troco.
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/matematica/pratica-pedagogica/brecho-escolar-429052.shtml

52
Neste capítulo procuramos orientá-lo para a elaboração de um Plano de
Curso, com algum embasamento teórico e algumas sugestões.
Sempre que necessário, consulte as referências bibliográficas, para saber
mais e aprofundar seus conhecimentos. Boa sorte, colega!

Esperamos que este material possa tê-lo


ajudado e aberto portas para a aquisição de novos
conhecimentos.

53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

ALVES, Rubem. Estórias de bichos e das gentes que moram neles.


São Paulo: Editora Loyola, 1997
ANDRADE, Luiza. O essencial mesmo. Revista Nova Escola. Nº 212.
São Paulo: Editora Abril, 2008.
BRASIL, Constituição Federal. Brasília: 1988
-----------. MEC Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
LDB9394/96.
----------- MEC.. Lei 11274/2006 . Disponível em
portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/ensifund9anobasefinal.pdf Acesso
em jul 2014
GUIMARÃES, Arthur. O Planejamento flexível Nova Escola, edição
especial, jan/2009. São Paulo: Editora Abril,2009.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez Editora, 1997.
NOVA ESCOLA. Brechó escolar. Disponível em
http://revistaescola.abril.com.br/matematica/pratica-pedagogica/brecho-escolar-
429052.shtml.Acesso em jul 2014
-----------. A elaboração de um bom currículo para o Ensino
Fundamental de 9 anos. São Paulo: Editora Abril.Disponível em
revistaescola.abril.com.br/formacao/ajustar-bussola-496533.shtml?page .Acesso
em jul 2014
OLIVEIRA, João Batista Araujo e CHADWICK, Clifton. Aprender e
Ensinar. São Paulo: Global Editora, 2001.
PONCE, Branca Jurema. O planejamento. Revista Nova Escola. São
Paulo: Editora Abril, 2010

54
SILVA, Tomaz Tadeu. Documento de identidade: uma introdução às
teorias de currículo Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2001.
Teorias do currículo, uma introdução crítica. Belo
Horizonte: Autêntica Editora, 2000
VASCONCELLOS, Celso S. Planejamento: Plano de ensino-
aprendizagem e projeto educativo. São Paulo: Libertad, 1995.

55

Você também pode gostar