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Índice

1 - Introdução ...............................................................................................................................5
2 - Bem-Estar Animal .................................................................................................................. 6
3 - Transporte de Animais - Enquadramento das regras de Transporte.................................16
4 - Medicamentos.......................................................................................................................22
5 - Bovinos..........................................................................................................................................27
6 - Ovinos e Caprinos ....................................................................................................................43
7 - Suínos .....................................................................................................................................55
Definições e Abreviaturas ................................................................................................................71
Anexos ............................................................................................................................73
Bibliografia.................................................................................................................................97

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Introdução

1 - Introdução Foi tendo em conta estes pressupostos e


considerando os princípios das boas práticas da
A saúde e bem-estar dos animais tem de ser uma produção animal que nos propusemos realizar um
das principais preocupações do produtor pecuário, manual de apoio à exploração agrícola, constituindo
preocupações essas que deverão estar patentes a saúde e bem-estar animal um dos seus volumes.
desde a concepção à implementação do processo
produtivo da exploração pecuária. Assim, numa primeira parte, são descritas as
normas e regras mínimas comuns a todas as espécies
A forma como tratamos os nossos animais é cada de animais e, numa segunda parte, abordam-se as
vez mais um indicador civilizacional das populações normas técnicas específicas das espécies bovina,
e começa a ser também um critério que pesa na suína, ovina e caprina.
escolha do consumidor.

Há um conjunto de normas e regulamentos, quer


ao nível Nacional quer ao nível da Comunidade
Europeia, que regulam a actividade pecuária no que
concerne à higiene, saúde e bem-estar animal.

Em virtude dos vários escândalos que envolveram


a fileira pecuária (caso das “vacas loucas” ou a “crise
dos nitrofuranos”) foi necessário introduzir outras e
mais apertadas regras.

O não cumprimento destas normas por parte dos


produtores pecuários pode levar à aplicação de
coimas e, por outro lado, conduzir a penalizações nas
ajudas no âmbito da Política Agrícola Comum (PAC).
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Bem-Estar Animal

2 - Bem-estar Animal

É da responsabilidade do proprietário ou do
detentor:

− Assegurar o bem-estar dos animais ao seu


cuidado e garantir que não lhes sejam
causadas dores, lesões ou sofrimentos
desnecessários.

− Garantir a segurança dos mesmos e velar para


que estes não causem danos em pessoas,
bens e/ou outros animais.

2.1.1 - Inspecção

Todos os animais mantidos em explorações


pecuárias cujo bem-estar dependa de cuidados
humanos frequentes devem ser inspeccionados pelo
menos uma vez por dia.

Os mantidos noutros sistemas deverão ser


inspeccionados com a frequência necessária para
evitar qualquer sofrimento desnecessário.

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Bem-Estar Animal

2.1.2 - Liberdade de Movimentos

− A liberdade de movimentos não poderá ser


restringida de forma a causar lesões ou
sofrimentos desnecessários, deve ainda
permitir que os animais se deitem e levantem
e se virem sem qualquer dificuldade;

− Nas situações em que os animais estão


permanentemente ou habitualmente presos ou
amarrados os animais devem possuir o
espaço adequado às suas necessidades
fisiológicas1 e etológicas2 .

2.1.3 - Instalações e alojamento

Os materiais utilizados na construção de


alojamentos, em especial dos compartimentos e
equipamentos com que os animais possam estar em
contacto, não devem ser prejudiciais para os animais
e devem ser passíveis de uma adequada desinfecção
e limpeza.

Os caminhos, passagens e áreas envolventes aos


bebedouros, por onde habitualmente os animais
circulam, devem ser inspeccionados periodicamente Foto: Scrapygraphics

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Bem-Estar Animal

para verificar se estão transitáveis, de forma a indispensável para a saúde e o bem-estar dos
prevenir possíveis danos e/ou acidentes. animais deve ser inspeccionado, pelo menos uma
vez por dia, verificando-se se não existem anomalias
A existência de superfícies escorregadias, ou no seu funcionamento.
abrasivas para as patas dos animais, deve ser
evitada. Deverá existir um local onde seja possível isolar
os animais doentes/lesionados ou com alterações
Os alojamentos devem possuir um isolamento, comportamentais, com camas secas e confortáveis.
aquecimento e ventilação eficaz de forma a assegurar
que a circulação do ar, o teor de poeiras, a Os equipamentos e circuitos eléctricos devem
temperatura, a humidade relativa do ar e as encontrar-se bem instalados e devidamente
concentrações de gases se mantenham dentro dos protegidos, de modo a evitar qualquer choque
limites que não sejam prejudiciais aos animais. eléctrico ou outros danos, nomeadamente o perigo
de incêndio.
Quando os animais forem mantidos em edifícios,
deverá estar disponível iluminação adequada (quer Quando a saúde e o bem-estar dos animais
fixa, quer portátil) para poderem ser inspeccionados depender de sistemas de ventilação artificial:
a qualquer momento.
− Devem ser tomadas providências para que
Animais em edifícios não devem ser mantidos em exista um sistema de recurso alternativo
escuridão permanente e deverão ter um período adequado, que garanta uma renovação do ar
apropriado de descanso da luz artificial, ou seja, adequada;
sempre que a luz natural disponível for insuficiente
para contemplar as necessidades fisiológicas e − Em caso de uma falha do sistema principal
etológicas dos animais deve ser providenciada deve existir um sistema de alarme que advirta
iluminação artificial adequada. de qualquer avaria. Este sistema de alarme
deve ser independente da fonte de energia
Todo o equipamento automático ou mecânico principal e deve ser testado regularmente.
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Bem-Estar Animal

2.1.4 - Alimentação

O equipamento de fornecimento de água e


alimentação deverá ser concebido, construído e
colocado de modo a minimizar os riscos de
contaminação dos alimentos e água.

Os animais devem ter acesso a uma quantidade


de água suficiente e de qualidade adequada, ou
poder satisfazer as suas necessidades de
abeberamento de outra forma.

Todos os animais devem ser alimentados com uma


dieta equilibrada, adequada à idade e à respectiva
espécie.

Todos os animais devem ter acesso à alimentação


em intervalos apropriados às suas necessidades
fisiológicas.

2.1.5 - Processo Reprodutivo

São proibidos todos os processos de reprodução


que causem ou sejam susceptíveis de causar
sofrimento ou lesões aos animais, exceptuando-se
os métodos ou processos passíveis de causar
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Bem-Estar Animal

sofrimento ou ferimentos mínimos ou momentâneos − Devem possuir sistemas de ventilação e


ou de exigir uma intervenção que não cause lesões iluminação satisfatórios;
permanentes.
− Devem possuir um sistema de abastecimento
Os animais só podem ser mantidos em de água potável, adequado e suficiente;
explorações pecuárias se, com base no respectivo
genótipo3 ou fenótipo4, tal não vier a ter efeitos − Os acessórios e equipamentos devem ser
prejudiciais para a saúde ou bem-estar dos mesmos. fáceis de limpar, lavar e desinfectar;

− Deve existir um tanque de leite adequado e


2.1.6 - Salas de Ordenha devidamente separado dos locais de
estabulação;
A exploração leiteira deve possuir um local para a
ordenha, manipulação, arrefecimento e − Os cubículos individuais deverão ter uma
armazenagem do leite, situado e construído de forma dimensão suficiente relativamente à
a evitar qualquer risco de contaminação do leite: corpulência das vacas a ordenhar e para
facilitar a entrada e saída dos animais, com o
mínimo de stress;
− As paredes desses locais devem ser
facilmente laváveis, nomeadamente nos locais − As áreas de entrada e saída da zona de
em que existem maiores possibilidades de se ordenha, onde os animais tenderão a confluir,
sujarem ou serem infectadas, por exemplo: deverão ser suficientemente largas para que
cerâmico, tinta impermeável; os animais se movam facilmente.

− Os pavimentos devem permitir a fácil É essencial que uma máquina de ordenha respeite
drenagem dos líquidos e oferecer boas o conforto das vacas, a optimização do rendimento
condições para a eliminação dos efluentes; de ordenha e a saúde do úbere.
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Transporte de Animais

3 - Transporte de animais – Enquadramento das adicional. Em caso de dúvida, deve ser pedido o
regras de transporte parecer de um veterinário;

Os animais feridos ou que apresentem problemas b) Se forem transportados para fins de um programa
fisiológicos ou patologias não podem ser de investigação por motivo de doença ou ferimento;
considerados aptos a serem transportados,
nomeadamente, se: c) Se forem transportados sob supervisão veterinária
para, ou após, tratamento ou diagnóstico veterinário.
a) Forem incapazes de se deslocar autonomamente No entanto, esse transporte apenas será permitido
sem dor ou de caminhar sem assistência; se não implicar sofrimento desnecessário ou maus
tratos para os animais em questão;
b) Se apresentarem uma ferida aberta grave ou um
prolapso; d) Se se tratar de animais que tenham sido
submetidos a intervenções veterinárias relacionadas
c) Se forem fêmeas prenhes para as quais já tenha com práticas de maneio, como a descorna ou a
decorrido, pelo menos, 90% do período previsto de castração, desde que as feridas estejam
gestação, ou fêmeas que tenham parido na semana completamente cicatrizadas.
anterior;
Sempre que os animais adoeçam ou sejam feridos
d) Se forem mamíferos recém-nascidos cujo umbigo durante o transporte devem ser separados dos
ainda não tenha cicatrizado completamente. restantes e receber um tratamento de primeiros
socorros o mais rapidamente possível. Devem
No entanto, os animais doentes ou feridos podem receber tratamento veterinário adequado e, se
ser considerados aptos a serem transportados se: necessário, ser submetidos a abate ou occisão de
emergência de forma a que não lhes seja infligido
a) Estiverem ligeiramente feridos ou doentes, desde sofrimento desnecessário.
que o seu transporte não provoque sofrimento
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Foto: DRATM

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Transporte de Animais

Não devem ser utilizados sedativos em animais a


serem transportados, excepto se tal for estritamente
necessário para garantir o bem-estar dos animais.

Os sedativos apenas podem ser utilizados sob


controlo veterinário.

As fêmeas em período de amamentação das


espécies bovina, ovina e caprina não acompanhadas
das crias devem ser ordenhadas a intervalos não
superiores a 12 horas.

O uso de instrumentos destinados a administrar


descargas eléctricas deve ser evitado na medida do
possível.

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Transporte de Animais

É proibido: c) Varrascos e garanhões adultos de reprodução;

a) Bater ou pontapear os animais; d) Machos e fêmeas sexualmente maduros;

b) Aplicar pressões em partes especialmente e) Animais com e sem cornos;


sensíveis do corpo dos animais, de uma forma que
lhes provoque dores ou sofrimentos desnecessários; f) Animais hostis entre si;

c) Suspender os animais por meios mecânicos; g) Animais amarrados e desamarrados.

d) Levantar ou arrastar os animais pela cabeça,


orelhas, cornos, patas, cauda ou velo ou manuseá-
-los de forma a provocar-lhes dor ou sofrimento
desnecessários;

e) Utilizar aguilhões ou outros instrumentos


pontiagudos.

Os animais devem ser manuseados e


transportados separadamente nos seguintes
casos:

a) Animais de espécies diferentes;

b) Animais de tamanhos ou idades significativamente


diferentes;
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4 - Medicamentos No caso de medicamentos ou medicamentos
veterinários, cuja utilização seja especial ou tenham
sido administrados directamente pelo médico
Ao agricultor cabe manter actualizado o veterinário ou sob a sua responsabilidade, é a este
Livro de Registo de Medicamentos que cabe a obrigação de preenchimento do livro de
registo.
O detentor de animais deverá possuir um livro de
registo por cada exploração pecuária e por espécie O registo de medicamentos, contendo na sua
animal. composição substâncias com efeitos hormonais e
substâncias beta-agonistas, deve ser efectuado pelo
Depois da utilização de um medicamento, incluindo médico veterinário.
pré-misturas medicamentosas, o detentor deve
preencher, de forma legível, todos os campos do livro
(as condições em que ocorreram a utilização de
medicamentos, a identificação dos animais, os
medicamentos administrados e o intervalo de
segurança).

Os resíduos, as substâncias perigosas, os


produtos químicos e produtos proibidos para consumo
animal devem ser armazenados separadamente de
forma a prevenir qualquer contaminação dos
alimentos para animais, dos produtos vegetais e dos
produtos animais.

Os alimentos medicamentosos devem estar


armazenados e ser manuseados separadamente dos
restantes alimentos.
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Medicamentos

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Medicamentos

Plano de tratamento profiláctico

O livro de registo pode ser substituído por um plano


de tratamento profiláctico, excepto no caso de
medicamentos ou medicamentos veterinários, cuja
utilização seja especial, e medicamentos contendo
na sua composição substâncias com efeitos
hormonais e substâncias beta-agonistas. O plano de
tratamento profilático só é aceite desde que
cumpridas as seguintes especificações:

− Elaborado pelo veterinário que desempenhe


as funções de responsável sanitário ou
responsável clínico pelos animais da
exploração;

− Elaborado por cada exploração pecuária e


por espécie de animal e que inclua todos os
medicamentos utilizados;

− Impresso, numerado sequencialmente pelas


respectivas datas de início e de cessação,
arquivado em bom estado e mantido à
disposição das autoridades oficiais para
controlo e fiscalização, durante 5 anos;

− Afixada uma cópia do plano em vigor, antes


do início e durante a sua aplicação, em local
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adequado e visível na exploração, ficando outra
cópia na posse do detentor dos animais, pelo
período e para o efeito da alínea anterior;

− Em caso de extravio, inutilização ou destruição


do livro, o titular da exploração ou o médico
veterinário devem, no prazo máximo de 5 dias,
informar a DGV, indicando as circunstâncias
em que o facto ocorreu.

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Bovinos

5 - Bovinos

5.1 - Identificação e Registo Animal

O sistema de identificação e registo de bovinos


compreende os seguintes elementos:

– Marcas auriculares

– Passaporte do bovino

– RED - Registo de Existências e Deslocações

– Base de Dados Nacional Informatizada

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Bovinos

5.1.1 - Base de Dados Nacional Informatizada

− Todos os detentores de bovinos têm que ter a


sua exploração registada no SNIRA antes do
início da sua actividade. Caso algum dos
elementos constantes no registo da
exploração se altere, o detentor tem 15 dias,
a contar a partir da data da ocorrência dessa
alteração, para proceder à alteração na Base
de Dados.

− Obrigatoriedade de declarar à base dados


todos os movimentos de e para a sua
exploração. Estas movimentações têm de ser
comunicadas à Base de Dados num prazo de
4 dias ou então assegurando o seu registo no
prazo de 7 dias.

− Obrigatoriedade de declarar todos os


nascimentos e desaparecimentos à Base de
Dados do SNIRA, também num prazo de 4
dias (ou então assegurar o seu registo no
prazo de 7 dias). Nos nascimentos o prazo
começa a contar a partir do dia da aposição
dos brincos, nos desaparecimentos o prazo
começa a contar a partir do dia da ocorrência.
Foto: DRABL

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Bovinos

5.1.2 - Identificação Registado o bovino na Base de Dados, é emitido


o passaporte do bovino que tem de ser entregue ao
Após o nascimento todos os bovinos devem, no produtor no máximo de 14 dias a contar a partir da
prazo máximo de 20 dias a contar a partir da data de data de notificação da ocorrência.
nascimento, ser identificados por uma marca auricular
aplicada em cada orelha.

Com autorização da DGV, o prazo pode estender-


-se até o vitelo ter 6 meses, se for separado da mãe
ou deixar a exploração, desde que se sejam
cumpridas todas as seguintes condições:

a) As vacas aleitantes sejam mantidas em


explorações em regime extensivo ou de ar livre 5;

b) A área na qual os animais são mantidos apresente


deficiências naturais significativas susceptíveis de
reduzir as possibilidades de maneio;

c) Os animais terem reduzido contacto com seres


humanos ou apresentarem comportamentos
agressivos;

d) Poder ser claramente associado à mãe e ao


número que lhe tenha sido atribuído após o
nascimento, aquando da aplicação das marcas
auriculares.
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5.1.3 - Passaportes

Documento emitido recorrendo à Base de Dados


onde consta a identificação do bovino, a informação
sanitária e as intervenções profiláticas a que foram
submetidos relacionados com os planos de
erradicação das doenças.

Sempre que o animal entra numa exploração o


passaporte deve ser actualizado com o registo da
identificação do novo detentor.

5.1.4 - Movimentações de Bovinos

− Só se podem movimentar bovinos que estejam


devidamente identificados e cujo passaporte
se encontre actualizado.

− Os animais movimentados devem ser


acompanhados de uma declaração de
deslocação (modelos 253/DGV), e do
respectivo passaporte. Está previsto que seja
ainda necessário uma Guia de Circulação,
emitida pelo próprio sistema informático que
suporta o SNIRA. No entanto, à data de
publicação do presente manual ainda não se
encontra em vigor.
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Bovinos

− Caso os animais movimentados se destinem


a reprodução, e o movimento se realize quer
para outras explorações quer para centros de
agrupamento, os movimentos só se podem
realizar após serem conhecidos os testes de
pré movimentação, referentes aos programas
de erradicação da Tuberculose e da
Brucelose bovina.

Se a exploração possuir alguma restrição sanitária


(sequestro), os animais só poderão ser
movimentados mediante a emissão de uma guia
sanitária de circulação emitida pela autoridade
competente da área da região.

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Bovinos

5.1.5 - RED – Registo de Existências e


Deslocações

Trata-se de documento, de modelo próprio ou em


suporte informático equivalente, em que são
registadas todas as entradas e saídas de animais
da exploração e ainda todos os nascimentos. A
aquisição dos modelos é realizada na DIV da região.

O RED tem obrigatoriamente de estar


sempre actualizado e os registos
devem ser mantidos, no mínimo,
durante 3 anos.

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Bovinos

5.2 - Abate e Morte na Exploração

− É proibido o abandono de cadáveres na


exploração;

− Os detentores são obrigados a comunicar ao


SIRCA qualquer morte que ocorra na sua
exploração ou durante o transporte, no prazo
máximo de doze horas, a contar a partir da
ocorrência, de forma a que o cadáver seja
recolhido.

Aquando desta publicação esta


comunicação é realizada através do
número de telefone 21 754 12 70

− O abate de bovinos só pode ser realizado nos


estabelecimentos autorizados.

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Bovinos

5.3 - Vitelos – Bem-estar animal

Os vitelos só devem ser amarrados por períodos


inferiores a uma hora na altura em que é administrado
o leite ou leites de substituição e as amarras não
devem provocar ferimentos nos vitelos.

Todos os vitelos com menos de duas semanas


devem dispor de cama.

A área de repouso deve ser confortável, limpa,


convenientemente drenada e não prejudicar os
vitelos.

Todos os vitelos devem ser alimentados, pelo


menos, duas vezes por dia e os vitelos alojados em
grupo que não sejam alimentados ad libitum
(alimento sempre presente) nem por meio de um
sistema automático de alimentação devem ter acesso
aos alimentos ao mesmo tempo.

Todos os vitelos devem receber colostro de vaca


logo que possível a seguir ao nascimento e, em
qualquer caso, nas primeiras 6 horas de vida.

Nenhum vitelo com mais de 8 semanas de idade


pode ser confinado num compartimento individual, a
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Bovinos

menos que um médico veterinário tenha certificado 5.4 -Transporte


que deve ser isolado, quer por razões de saúde ou
de comportamento, quer para efeitos de tratamento. Não podem ser transportados vitelos com menos
de 10 dias de idade excepto se forem transportados
A largura do compartimento individual deve ser a uma distância inferior a 100 km.
pelo menos igual à altura do vitelo, medida com animal
de pé (do chão até ao dorso), devendo o As vacas em período de amamentação não
comprimento ser, pelo menos, igual ao comprimento acompanhadas das crias devem ser ordenhadas a
do corpo do vitelo, medido a partir da ponta do nariz intervalos não superiores a 12 horas.
até à cauda, multiplicado por 1,1.

Os compartimentos individuais devem ter paredes 5.5 - Algumas doenças de Declaração Obrigatória
perfuradas que permitam o contacto visual e táctil dos Bovinos
directo entre os vitelos, excepto o dos destinados ao
isolamento dos animais doentes.
− Brucelose
Para animais criados em grupo, o espaço mínimo
por animal deverá ser o seguinte:
− Tuberculose

Peso Vivo / Vitelo (kg) Área (m2) − Língua Azul (febre catarral ovina)

Até 149 1,5


− Febre Aftosa
De 150 a 219 1,7
A partir de 220 1,8
− BSE
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Ovinos e Caprinos

6 - Ovinos e Caprinos exploração. Estas movimentações têm de ser


comunicadas à base de dados num prazo de
6.1 - Identificação e Registo Animal 4 dias ou então assegurando o seu registo o
prazo de 7 dias (à data de publicação deste
O regime de identificação e registo de ovinos e manual esta obrigação ainda não está a ser a
caprinos é constituído pelos seguintes elementos: aplicada);

− Marca auricular e meios de identificação − Obrigatoriedade de proceder anualmente à


electrónica; declaração de existências, que normalmente
decorre durante o mês de Dezembro do ano
− Documentos de circulação; em causa.

− RED actualizado mantido em cada exploração


ou Centro de agrupamento; 6.1.2 – Identificação

− Passaporte de Rebanho; Após o nascimento todos os ovinos e caprinos


devem ser identificados no prazo de seis meses a
− Base de dados nacional informatizada. contar a partir da data de nascimento.

6.1.1 - Base de Dados Nacional Informatizada Este processo de identificação difere consoante
a finalidade dos animais e também a sua raça. Assim:
− Todos os detentores de ovinos têm que ter a
sua exploração registada no SNIRA antes do Os ovinos e caprinos nascidos após Julho de
início da sua actividade; 2005 têm de possuir:

− Obrigatoriedade de declarar à base dados − Uma marca auricular, aplicada no pavilhão


todos os movimentos de e para a sua auricular esquerdo;
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− Uma marca auricular aplicada no pavilhão − Se os ovinos e caprinos forem destinados ao
auricular direito ou então através da aplicação abate com idade inferior a 12 meses, e que
de um meio de identificação electrónico (a não se destinem à exportação, apenas é
partir de 1 de Janeiro de 2010 a utilização da necessário aplicar uma marca auricular, marca
identificação electrónica como segundo meio essa que apenas tem de ostentar o código
de identificação passa a ser obrigatória); da marca de exploração do nascimento dos
animais.

Se os animais forem criados em regime extensivo


ou ao ar livre o prazo para a identificação estende-
-se para os nove meses após a data de nascimento.

6.1.3 - Movimentações

− Os animais só podem ser movimentados


desde que correctamente identificados;

− Os animais movimentados devem ser sempre


acompanhados de uma Guia de Circulação,
quer o movimento se realize para outra
exploração ou centro de agrupamento, quer
para o matadouro. Se existirem restrições
sanitárias às explorações o movimento é
realizado a coberto de uma Guia Sanitária de
Circulação.
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Ovinos e Caprinos

Se os animais movimentados constituírem a


totalidade do efectivo inscrito no passaporte do
rebanho6, este deve acompanhar o movimento. Se
esta condição não se observar, ou seja, apenas parte
do efectivo é movimentado deverá ser utilizado um
destacável do passaporte de rebanho7 .

6.1.4 - RED e Declaração de Existências

Ao Agricultor cabe garantir a existência na


exploração do RED (actualizado) dos últimos
três anos

Tal como nos bovinos, todas as explorações de


animais da espécie ovina e caprina devem possuir
um registo de existências e deslocações
permanentemente actualizado. Estes registos devem
ser mantidos no mínimo durante 3 anos.

Foto: DRATM

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Foto: Kevin 46

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Ovinos e Caprinos

6.2 - Abate e Morte na Exploração o O produtor procede ao registo da morte do


animal, no RED;
− É proibido o abandono de cadáveres na
exploração; o O baço e o íleo dos ovinos e caprinos não
podem destinar-se ao consumo humano ou
− Os detentores são obrigados a comunicar ao animal;
SIRCA qualquer morte que ocorra na sua
exploração ou durante o transporte, no prazo o É expressamente proibida a comer-
máximo de doze horas, a contar a partir da cialização das carnes obtidas nestas
ocorrência, de forma a que o cadáver seja matanças.
recolhido.

Aquando desta publicação esta


comunicação é realizada através do
número de telefone 256 872 000

− É permitido o abate de ovinos e caprinos fora


dos estabelecimentos aprovados (exemplo:
matança para auto-consumo) desde que
cumpridas as seguintes disposições:

o A matança deve ser realizada nas


condições definidas no Decreto-Lei n.º 28/
96, de 2 de Abril, relativo à protecção dos
animais de abate, quanto à contenção,
atordoamento e sangria dos animais e
demais disposições aplicáveis;
47

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6.3 - Bem-estar Animal (algumas considerações
específicas)

Como já foi referido no ponto 2 deve-se ter especial


atenção na identificação de sinais de doenças dos
animais. Para o caso dos ovinos e caprinos:

Apatia; Isolamento do grupo;

Postura e comportamento Quebra repentina na


anormal; produção de leite;

Falta de apetite; Coxeiras;

Perda rápida da condição Perda excessiva de lã;


física;

Ausência de ruminação.

− A movimentação de ovinos e caprinos deve


ser realizada pelo seu próprio passo, sem
utilização de outros meios excepto o do cão
pastor;

− Não deverá ser exercida pressão, ou bater em


qualquer zona particularmente sensível do
corpo, nem serem suspensos pelo velo;
48

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Ovinos e Caprinos

− Não se deve levantar ou arrastar as ovelhas


pela lã, cauda, orelhas, cornos ou pernas;

− Deve ser efectuada uma escolha adequada


dos diferentes percursos do rebanho ao longo
das pastagens, de modo a evitar possíveis
danos ou acidentes, ou ainda pôr em risco o
seu bem-estar;

− Todas as ovelhas devem ser tosquiadas, pelo


menos, uma vez por ano, por tosquiadores
experientes e com treino adequado;

− Os borregos recém-nascidos ou muito jovens


não devem ser colocados num local com chão
ripado, a menos que tenha uma cobertura
apropriada;

− Os bebedouros devem ser instalados de


maneira a garantir que os borregos pequenos
não possam lá entrar e afogar-se.

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Ovinos e Caprinos

6.3.1 - Alimentação

O equipamento de fornecimento de água e


alimentação deve ser concebido, construído e
colocado de modo a minimizar os riscos de
contaminação dos alimentos e água.

Os ovinos e caprinos devem ter acesso a uma


quantidade de água suficiente e de qualidade
adequada, ou poder satisfazer as suas necessidades
de abeberamento de outra forma.

Todos os ovinos e caprinos devem ser alimentados


com uma dieta equilibrada, adequada à idade e à
respectiva espécie.

Todos os ovinos e caprinos devem ter acesso à


alimentação a intervalos apropriados às suas
necessidades fisiológicas.

O equipamento de alimentação de água deve ser


criado, construído, localizado e mantido de maneira
a que a contaminação de comida e água e os efeitos
nocivos da competição entre os animais sejam
minimizados.

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Ovinos e Caprinos

6.4 - Transporte

Não podem ser transportados cordeiros com


menos de uma semana de idade, excepto se forem
transportados a uma distância inferior a 100 km.

As ovelhas e cabras em período de amamentação


não acompanhadas das crias devem ser ordenhadas
em intervalos não superiores a 12 horas.

6.5 - Algumas doenças de Declaração Obrigatória


dos Ovinos e Caprinos:

− Brucelose

− Tuberculose

− Língua Azul (febre catarral ovina)

− Febre Aftosa

− BSE

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Suínos

7 – Suínos A marcação dos suínos é da responsabilidade do


detentor e este deve remarcá-los sempre que se
7.1 - Identificação e registo animal verifique a perda da marcação ou esta se tornar
ilegível.
Tal como para as espécies ovina e caprina, existe
também uma base de dados para esta espécie. É ainda importante referir que os suínos
Assim, é obrigatório que todos os detentores de reprodutores devem ser identificados de acordo com
suínos estejam registados nessa base de dados. as normas regulamentares previstas no Livro
Genealógico Português de Suínos e no Registo
7.1.1 - Marcação e identificação Zootécnico Português de Suínos respeitantes à
identificação individual da espécie suína.
Os animais de espécie suína devem ser marcados
com a marca ou número de registo da exploração.
Esta marcação deve ser efectuada, por tatuagem no
pavilhão auricular direito, o mais cedo possível, pelo
menos até ao desmame e, em qualquer caso, antes
do suíno sair da exploração de nascimento. Em
complemento desta marcação pode ainda utilizar-se
a aposição de marca no dorso ou anca ou a
identificação electrónica.

Os suínos provenientes de trocas


intracomunitárias ou de países terceiros, quando
introduzidos em explorações nacionais, devem ser
marcados no prazo de quarenta e oito horas após a
sua chegada à exploração de destino através de uma
marca auricular com a inscrição da marca ou número
de registo da exploração.
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Suínos
7.1.2 - Movimentações e Registos

Tal como nas espécies atrás referidas, os


detentores de suínos estão obrigados a declarar à
base dados todos os movimentos de e para a sua
exploração. Estas movimentações têm de ser
comunicadas à base de dados num prazo de 4 dias
ou então assegurando o seu registo o prazo de 7 dias
(este ponto ainda não está em vigor aquando da
publicação deste Manual).

Os animais movimentados devem ser sempre


acompanhados de uma Guia de Circulação, caso a
proveniência dos animais seja de explorações sem
restrições sanitárias. Se existirem restrições
sanitárias o movimento é realizado a coberto de uma
Guia Sanitária de Circulação.

Os detentores de suínos estão também obrigados


a manterem na sua exploração um registo de
existências e deslocações permanentemente
actualizado. Estão ainda obrigados a declarar
periodicamente as alterações aos seus efectivos, e
também proceder à declaração de existências.

Ao Agricultor cabe garantir a existência na exploração


do RED (actualizado) dos últimos três anos

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Suínos

7.2 - Abate e morte na exploração

É permitido o abate de suínos fora dos


estabelecimentos aprovados (exemplo: matança para
auto-consumo) desde que cumpridas as seguintes
disposições:

− A matança deve ser realizada nas condições


definidas no Decreto-Lei n.º 28/96, de 2 de Abril
(consultar legislação - Anexo 1), relativo à
protecção dos animais de abate, quanto à
contenção, atordoamento e sangria dos
animais e demais disposições aplicáveis;

− O produtor procede ao registo da morte do


animal, no RED;

− É expressamente proibida a comercialização


das carnes obtidas nestas matanças.

É proibido o abandono de cadáveres na


exploração. Os detentores de explorações em zonas
consideradas não remotas (consultar edital - Anexo
2), e que não possuam um plano aprovado para o
efeito pela DGV, são obrigados a comunicar ao
SIRCA, para que seja realizada a recolha dos
cadáveres. Foto: DRABL
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Suínos

Condições para recolha dos cadáveres:


Os números de telefone para proceder à
comunicação são os seguintes:
− Devem ser armazenados em contentores
Zona Norte do Rio Tejo – 256 833 036 específicos para o efeito devidamente
identificados com a menção “Categoria 2”;
Zona Sul do Rio Tejo – 243 720 020

− Deve existir um número de contentores


adequado às necessidades da exploração
(tendo em conta a mortalidade diária e a
frequência da recolha);

− A recolha não deve ultrapassar as 48 horas,


salvo nas explorações em que existam
câmaras de refrigeração exclusivas para o
armazenamento dos contentores. Nestes
casos a recolha nunca deve ultrapassar os 7
dias.

Nas explorações em zonas remotas, ou quando


não for possível realizar a recolha pelas autoridades
competentes, deve-se proceder ao enterramento dos
cadáveres, cujas condições devem ser consultadas
no edital em anexo.
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Suínos

7.3 - Bem-estar animal (especificações para a − Os procedimentos destinados à identificação


espécie suína) dos suínos, em conformidade com a legislação
em vigor;
As porcas e marrãs criadas em grupo devem ser
alimentadas através de um sistema que permita que − O despontar uniforme dos comilhos dos
todos os animais recebam uma quantidade de leitões, através de limagem ou corte parcial,
alimentos suficiente, mesmo que estejam presentes efectuados o mais tardar até ao sétimo dia
outros animais que disputem os mesmos alimentos. de vida do qual resulte uma superfície intacta
e lisa;
Para diminuir a fome, bem como para responder
à necessidade de mastigação, todas as porcas e − Se necessário, para evitar lesões a outros
marrãs prenhes e secas devem receber uma animais ou por outros motivos de segurança,
quantidade suficiente de alimentos volumosos ou com pode reduzir-se o comprimento das defesas
elevado teor de fibras, para além de quantidade (dentes) dos varrascos;
suficiente de alimentos com alto teor energético.
− Corte parcial das caudas;
Todos os suínos com idade superior a duas
semanas devem ter acesso permanente a uma − A castração dos machos por meios que não
quantidade suficiente de água fresca. sejam o arrancamento de tecidos;

À excepção dos procedimentos abaixo descritos, − A inserção de argolas nasais, embora apenas
estão proibidos todos os que conduzam à lesão ou à caso os animais sejam mantidos ao ar livre e
perda de uma parte sensitiva do corpo ou à alteração seja observada a legislação nacional.
da estrutura óssea.

− Os procedimentos terapêuticos ou de Na semana que precede a data prevista de


diagnóstico; parição, as porcas e marrãs devem dispor de
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materiais de nidificação em quantidade suficiente, a
menos que sejam tecnicamente inviáveis com o
sistema de chorume utilizado no estabelecimento.

Os leitões não devem ser separados da mãe antes


dos 28 dias de idade, a menos que a não separação
seja prejudicial ao bem-estar ou à saúde da porca
ou dos leitões, podendo, no entanto, os leitões ser
separados até sete dias mais cedo se forem
transferidos para instalações especializadas.

Se os suínos forem mantidos em grupo, devem ser


tomadas medidas para evitar lutas que constituam
um desvio em relação ao comportamento normal.

7.3.1 – Alojamento

Os alojamentos dos suínos devem permitir que


cada animal tenha acesso a uma área de repouso
física e termicamente confortável, adequadamente
drenada e limpa.

Devem permitir ainda que o animal veja os outros


animais e que seja possível que todos os animais se
Foto: DJOtaku deitem simultaneamente.
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Suínos

Quando criados em grupo (alojamentos recém-


-construídos, reconstruídos ou utilizados pela primeira
vez):

− Deve existir uma área mínima livre destinada


a cada leitão desmamado com as seguintes
especificações:

Peso Vivo (kg) Área mínima por animal


(m2)
Menos de 10 0,15

Entre 10 e 20 0,20

Entre 20 e 30 0,30

Entre 30 e 50 0,40

Entre 50 e 85 0,55

Entre 85 e 110 0,65

Mais de 110 1

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Suínos

− Dispor de uma área livre destinada a cada


marrã após cobrição com, pelo menos, 1,64
m2, devendo uma parte desta área, igual a
pelo menos 0,95 m2 por animal, ser constituída
por pavimento sólido contínuo do qual não
mais de 15% seja reservado às aberturas de
drenagem.

− Dispor de uma área livre destinada a cada


porca com, pelo menos, 2,25 m2, para porcas
prenhes, devendo ainda uma parte desta, igual
a pelo menos 1,30 m2 por animal, ser
constituída por pavimento sólido contínuo do
qual não mais de 15% seja reservado às
aberturas de drenagem.

− Quando as marrãs após cobrição e as porcas


forem mantidas em grupos de menos de seis
animais, a área livre estipulada nos dois
pontos anteriores deve ser aumentada em
10%; por outro lado se o grupo for maior que
40, a área livre desobstruída pode ser
diminuída em 10%.

− Nas explorações com mais de 10 porcas, do


fim da 4ª semana após a cobrição até uma
semana antes da data prevista para a parição
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Suínos

as porcas e marrãs devem ser mantidas em


grupo. Sendo que o comprimento dos
lados do parque deve:

Ser superior a 2,8 m;


Ser superior a 2,4 m, se o grupo tiver menos de seis
animais.

− A área disponível de pavimento livre destinada


a cada varrasco deve ser, no mínimo, de 10
m2 e a cela não deve ter quaisquer obstáculos.

− Quando forem utilizados pavimentos de grelha


em betão, estes devem obedecer às seguintes
exigências:

Largura máxima das aberturas:


Para leitões — 11 mm;
Para leitões desmamados — 14 mm;
Para suínos de criação — 18 mm;
Para marrãs após cobrição e para porcas — 20 mm.

Largura mínima das ripas:


Para leitões e leitões desmamados — 50 mm;
Para suínos de criação, marrãs após cobrição e
porcas — 80 mm.

− Se for utilizada uma cela de parto, os leitões


Foto: Thambako the jaguar devem dispor de espaço suficiente para que
possam ser aleitados sem dificuldade.
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Foto: Svadilfari

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Suínos

7.3.2 - Principais doenças de declaração


obrigatória, que afectam os suínos:

Peste suína africana Anthrax - Carbúnculo


Sintomático

Doença de Aujeszky Febre suína clássica

Febre aftosa Raiva

Doença vesiculosa Doença de Teschen


do suíno
Equinococose/Hidatidose,
Estomatite vesicular
Encefalomielites

Tuberculose Brucelose

Mal Rubro Pasteureloses

Salmoneses Triquinoses

Sainas e Tinhas Influenza suína

7.4 – Transporte

Não podem ser transportados suínos com menos


de três semanas, excepto se forem transportados a
Foto: Brent and Marilynn
uma distância inferior a 100 km.
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Definições e Abreviaturas
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Definições e Abreviaturas

Definições 6
Passaporte – documento emitido pela autoridade competente
ou entidade em quem esta delegue funções do qual consta a
1
Necessidades fisiológicas – diz respeito às múltiplas identificação do rebanho a que respeita, a informação sanitária
funcionalidades ligadas às múltiplas funções mecânicas, e as intervenções profilácticas a que os animais foram
físicas e bioquímicas nos seres vivos, ou seja o submetidos relacionadas com os planos de erradicação das
funcionamento do organismo. doenças, datas de efectivação, resultados obtidos e
classificação sanitária do efectivo ou unidade epidemiológica
2
Necessidades etológicas – diz respeito às necessidades de origem.
comportamentais específicas de cada espécie.
7
Destacável do passaporte de rebanho – documento emitido
3
Genótipo – são as informações hereditárias de um organismo pela autoridade competente com jurisdição na área da
contidas em seu genoma. Ou seja, poder-se-á dizer que se exploração de origem, com base nos registos do passaporte
trata do conjunto de características / variáveis que são sanitário de rebanho respectivo, a utilizar em substituição
condicionadas pelos genes. daquele quando a deslocação ou transacção a efectuar
comporte, unicamente, uma parcela do número de animais
4
Fenótipo – são as características observáveis ou caracteres inscritos naquele passaporte.
de um organismo, como por exemplo: morfologia,
desenvolvimento, propriedades bioquímicas ou fisiológicas e
comportamento. O fenótipo resulta da expressão dos genes Abreviaturas
do organismo, da influência de factores ambientais e da possível
interacção entre os dois. SNIRA - Sistema Nacional de Informação e Registo Animal
SIRCA - Sistema de Recolha de Cadáveres de Animais Mortos
5
Exploração extensiva ou de ar livre – regime de exploração na Exploração
agro-pecuária, reconhecida como tal pela autoridade
DGV - Direcção-Geral de Veterinária
competente, em que os animais pastoreiam habitualmente em
liberdade, com reduzido contacto com seres humanos e sem DIV - Divisão de Intervenção de Veterinária
recolhimento regular para alojamento.
RED - Registo de Existências e Deslocações
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73
Anexos
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MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, diploma são as constantes dos anexos A a H, que fazem parte
DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS PESCAS integrante deste diploma.

Decreto-Lei n.o 28/96 Artigo 3.º


de 2 de Abril
A direcção, coordenação e controlo das acções a desenvolver
A existência, nos Estados membros da União Europeia, de para execução deste diploma e respectivos anexos competem
regras distintas no que respeita à protecção dos animais no ao Instituto de Protecção da Produção Agro-Alimentar, de ora
abate e occisão afecta as condições de concorrência e, em diante designado por IPPAA, na qualidade de autoridade
consequentemente, o funcionamento do mercado comum. veterinária sanitária nacional.
Importa assim estabelecer normas mínimas comuns para a
protecção dos animais no abate ou occisão, a fim de assegurar Artigo 4.º
uma evolução racional da produção e facilitar a realização do
mercado comum no que respeita aos animais e aos produtos Compete ao IPPAA e às direcções regionais de agricultura
de origem animal. assegurar a fiscalização do cumprimento das normas
Considerando a necessidade de transpor para a ordem constantes do presente diploma e respectivos anexos, sem
jurídica interna a Directiva n.o 93/119/CE, do Conselho, de 22 prejuízo das competências atribuídas por lei a outras entidades.
de Dezembro, relativa à protecção dos animais no abate e ou
occisão; Artigo 5.º
Ouvidos os órgãos próprios de governo das Regiões
Autónomas dos Açores e da Madeira: 1 —As infracções às normas regulamentares referidas no
Nos termos da alínea a ) do n. o 1 do artigo 201. o da artigo 2.º do presente diploma, sempre que não sejam puníveis
Constituição, o Governo decreta o seguinte: no termos do Decreto-Lei n.o 28/84, de 20 de Janeiro, constituem
contra-ordenações puníveis pelo conselho directivo do IPPAA
Artigo 1.º com coima cujo montante mínimo é de 5000$ e o máximo de
500 000$, de acordo com o previsto no Decreto-Lei n.o 433/82,
O presente diploma transpõe para a ordem jurídica nacional de 27 de Outubro, e respectivas alterações.
a Directiva n.o 93/119/CE, do Conselho, de 22 de Dezembro,
relativa à protecção dos animais no abate e ou occisão. 2 —Constituem contra-ordenações puníveis nos termos do
número anterior:
Artigo 2.º a) O incumprimento das regras previstas no artigo 2.o
para o encaminhamento, estabulação, imobilização,
As normas técnicas de execução regulamentar do presente atordoamento, abate e occisão;
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Anexo 1

b) O não cumprimento das regras previstas no artigo seguintes do número anterior terão a duração máxima de dois
2.o quanto às instalações e equipamentos do anos, contados a partir do trânsito em julgado da decisão
matadouro. condenatória.
3 — Quando seja aplicada a sanção da alínea f) do n.º 1, a
3 — A tentativa e a negligência serão punidas. reabertura do estabelecimento e a emissão ou renovação da
4 — O comportamento negligente será sancionado até licença ou alvará só terão lugar quando se encontrem reunidas
metade do montante máximo da coima prevista. as condições legais e regulamentares para o seu normal
5 — As coimas aplicadas às pessoas colectivas poderão funcionamento.
elevar-se até ao montante máximo de 6 000 000$.
6 — Sem prejuízo dos montantes máximos fixados, a coima Artigo 7.º
deverá, sempre que possível, exceder o benefício económico
que o agente retirou da prática do acto ilícito. 1 — Ao processamento administrativo conducente, nos
termos do artigo 5.o, à aplicação de coimas aplica-se, com as
Artigo 6.º devidas adaptações, toda a tramitação processual prevista no
Decreto-Lei n.o 433/82, de 27 de Outubro, e respectivas
1 — Consoante a gravidade da contra-ordenação e a culpa alterações.
do agente, poderão ser aplicadas, simultaneamente com a 2 — Ainstrução do processo cabe à direcção regional de
coima, as seguintes sanções acessórias: agricultura da área em que foi cometida a infracção, à qual
serão enviados os autos de notícia levantados por outras
a) Apreensão dos animais; entidades.
b) Interdição do exercício da profissão ou actividade; 3 — Finda a instrução, os processos são remetidos ao
c) Privação do direito a subsídio ou benefício outorgado conselho directivo do IPPAA para decisão.
por entidades ou serviços públicos; 4 — A decisão do conselho directivo do IPPAA que aplicar a
d) Privação do direito de participar em feiras ou coima é susceptível de impugnação judicial, nos termos do
mercados; diploma referido no n.o 1.
e) Privação do direito de participação em arrematações
e concursos promovidos por entidades ou serviços Artigo 8.º
públicos, de fornecimento de bens e serviços, licenças
ou alvarás; A afectação do produto das coimas cobradas em aplicação
f) Encerramento do estabelecimento ou cancelamento do artigo 5.o far-se-á da seguinte forma:
de serviços, licenças ou alvarás.
a) 20% para o IPPAA;
2 — As sanções acessórias referidas nas alíneas b) e b) 10% para a entidade que levantou o auto;
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c) 10% para a entidade que instruiu o processo; estabulação, imobilização, atordoamento, abate e occisão de
d) 60% para os cofres do Estado. animais criados e mantidos para a produção de carne ou para
o aproveitamento da pele ou de outros produtos, bem como às
Artigo 9.º occisões para efeitos de luta contra as epizootias.
2 - O presente regulamento não se aplica:
Nas Regiões Autónomas, a execução administrativa do presente
diploma e respectivos anexos cabe aos serviços competentes a) Às experiências técnicas ou científicas relativas às
das administrações regionais, sem prejuízo das competências operações mencionadas no número anterior efectuadas
atribuídas ao IPPAA, na qualidade de autoridade veterinária sob o controlo da autoridade competente;
sanitária nacional. b) Aos animais mortos em manifestações culturais ou
desportivas;
Artigo 10.º c) Aos animais de caça selvagem mortos de acordo
com o artigo 3.° da Directiva n.° 92/45/CEE.
É revogado o Decreto-Lei n.o 201/90, de 19 de Junho.
Artigo 2.º
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 8 de Fevereiro
de 1996. — António Manuel de Oliveira Guterres — Mário Para efeitos do presente regulamento, entende-se por:
Fernando de Campos Pinto—Artur Aurélio Teixeira Rodrigues
Consolado — Fernando Manuel Van-Zeller Gomes da Silva. a) Matadouro: qualquer estabelecimento ou ins talação,
incluindo as instalações destinadas ao
Promulgado em 6 de Março de 1996. encaminhamento ou estabulação dos animais referidos
Publique-se. no n ° 1 do artigo 5.°, utilizados para o abate comercial;
O Presidente da República, MÁRIO SOARES. b) Encaminhamento: a descarga ou condução de
Referendado em 8 de Março de 1996. animais de plataformas de desembarque, locais de
O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres. estabulação ou parques dos matadouros até às celas
ou locais de abate;
ANEXO A c) Estabulação: a manutenção dos animais em
estábulos, parques, lugares cobertos ou campos
CAPÍTULO I utilizados pelos matadouros, a fim de lhes proporcionar,
se for caso disso, os cuidados necessários
Artigo 1.º (abeberamento, alimentação, repouso) antes do abate;
d) Imobilização: a aplicação a um animal de qualquer
1 - O presente regulamento é aplicável ao encaminhamento, processo destinado a limitar os seus movimentos, a
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Anexo 1

fim de facilitar um atordoamento ou occisão eficazes; as aves de capoeira introduzidos para abate em matadouros
e) Atordoamento: qualquer processo que, quando devem ser:
aplicado a um animal, lhe provoque rapidamente um a) Encaminhados e, se necessário, estabulados em
estado de inconsciência, no qual é mantido até ocorrer conformidade com as disposições do anexo B;
a morte; b) Imobilizados em conformidade com as disposições
f) occisão: qualquer processo que provoque a morte de do anexo C;
um animal; c) Atordoados antes do abate ou mortos
g) Abate: morte de um animal por sangria; instantaneamente em conformidade com as
h) Autoridade competente: o Instituto de Protecção da disposições do anexo D;
Produção Agro-Alimentar, adiante designado IPPAA, d) Sangrados em conformidade com as disposições
podendo delegar essas competências nas direcções do anexo E.
regionais de agricultura.
2 - As exigências previstas na alínea c) do número anterior
Artigo 3.° não se aplicam aos animais que são objecto de métodos
especiais de abate requeridos por determinados rituais
Os animais devem ser manuseados de forma a evitar religiosos.
qualquer excitação, dor ou sofrimento durante o 3 - Desde que sejam respeitadas as exigências previstas
encaminhamento, estabulação, imobilização, atordoamento, no artigo 3.° deste regulamento, o IPPAA poderá, de acordo
abate e occisão. com o previsto no artigo 4.° do regulamento aprovado pela
Portaria n.° 971/94, de 29 de Outubro, no n.° 1.° da Portaria n.°
CAPÍTULO II
584/92, de 26 de Junho, e no artigo 7.° da Directiva n.° 71/118/
Requisitos aplicáveis aos matadouros CEE, com a redacção que lhe foi dada pela Directiva n.° 92/
116/CEE, conceder as seguintes derrogações:
Artigo 4.°
a) No que respeita aos bovinos, as disposições
A construção, as instalações e os equipamentos dos previstas na alínea a) do n.° 1;
matadouros, bem como o seu funcionamento, devem ser b) No caso das aves de capoeira, dos coelhos, dos
concebidos e utilizados de forma a evitar aos animais qualquer suínos, dos ovinos e dos caprinos, as disposições
excitação, dor ou sofrimento inúteis. previstas na alínea a) do n ° 1, assim como os
processos de atordoamento e de abate previstos no
Artigo 5.° anexo D.

1 - Os solípedes, os ruminantes, os suínos, os coelhos e 4 - Cabe ao concessionário do matadouro, ao proprietário


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ou ao seu representante requerer a concessão das derrogações presente regulamento.
referidas no número anterior. 2 - O médico veterinário oficial, conforme definido na alínea
p) do artigo 2.° do regulamento aprovado pela Portaria n.° 971/
Artigo 6.º 94, de 29 de Outubro, certificar-se-á da aptidão, capacidade e
conhecimentos profissionais das pessoas encarregadas do
1- Os instrumentos, o material de imobilização, o abate.
equipamento e as instalações de atordoamento ou occisão 3 - Para o cumprimento do disposto no número anterior
devem ser concebidos, construídos, mantidos e utilizados de devem os interessados demonstrar junto da autoridade
modo a provocar o atordoamento ou occisão rápida e eficaz, competente que estão nas condições referidas.
em conformidade com as disposições do presente regulamento. 4 - As autoridades religiosas por conta das quais são
2 - É permitida a utilização de instrumentos mecânicos, efectuados abates segundo certos rituais religiosos actuam
eléctricos ou a anestesia por gás, desde que não tenha sob a responsabilidade do médico veterinário oficial.
repercussões na salubridade da carne e miudezas e que,
quando aplicado a um animal, lhe induza um estado de Artigo 8.º
inconsciência em que este é mantido até ao abate, evitando
qualquer sofrimento desnecessário. Para inspecção e fiscalização dos matadouros a autoridade
3 - A autoridade competente verificará se os instrumentos, competente deve, em qualquer altura, ter livre acesso a todas
o material de imobilização, o equipamento e as instalações de as zonas, a fim de se assegurar da observância das normas
atordoamento e occisão satisfazem os princípios acima deste regulamento, podendo essa inspecção e fiscalização ser
referidos e controlará regularmente se se encontram em bom efectuada aquando de controlos realizados com outros
estado, permitindo satisfazer o objectivo enunciado. objectivos.
4 - No local de abate devem ser mantidos em condições de
utilização o equipamento e os instrumentos sobresselentes CAPÍTULO III
adequados para utilização em caso de emergência, devendo Abate e occisão fora de matadouros
incidir sobre os mesmos a inspecção referida no número anterior.
Artigo 9.º
Artigo 7.º
1- Caso os animais a que se refere o n.° 1 do artigo 5.°
1- Apenas podem proceder ao encaminhamento, à sejam abatidos fora dos matadouros, são aplicáveis as alíneas
estabulação, à imobilização, ao atordoamento, ao abate ou à b), c) e d) do n.° 1 do mesmo artigo.
occisão de animais pessoas que possuam os conhecimentos 2 - O IPPAA pode, todavia, conceder derrogações ao número
e capacidade necessários para efectuar essas operações de anterior no que respeita ao abate ou occisão de aves de
modo humanitário eficaz, de acordo com os requisitos do capoeira, coelhos, suínos, ovinos e caprinos fora do matadouro
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Anexo 1

pelo proprietário e para consumo próprio, desde que sejam CAPÍTULO IV


cumpridas as disposições do artigo 3.° e que os animais das Disposições finais
espécies suína, ovina e caprina tenham sido previamente
atordoados. Artigo 13.º

Artigo 10.º 1- Poderão ser efectuados por representantes da Comissão


Europeia, em colaboração com a autoridade competente,
1 - Caso os animais a que se refere o n.° 1 do artigo 5.° controlos no local para verificar a observância do disposto no
devam ser objecto de abate ou occisão para efeitos de luta presente regulamento.
contra doenças, essas operações serão efectuadas de acordo 2 - Os proprietários de animais ou os responsáveis pelos
com o disposto no anexo F. matadouros deverão prestar toda a colaboração necessária às
2 - Os animais criados para aproveitamento da pele devem inspecções a efectuar no âmbito do presente diploma.
ser mortos em conformidade com o disposto no anexo G.
3 - As aves do dia, tal como definido na alínea c) do artigo ANEXO B
2.° do regulamento anexo à Portaria n ° 231/93, de 27 de Requisitos aplicáveis ao encaminhamento e à
Fevereiro, e os excedentes de embriões nas incubadoras estabulação dos animais nos matadouros
destinados à eliminação devem ser mortos o mais rapidamente
possível, de acordo com o disposto no anexo H. I - Requisitos gerais
1- Todos os matadouros que entraram em funcionamento
Artigo 11.º após 30 de Junho de 1994 devem dispor de equipamento e
instalações adequados à descarga dos animais dos meios de
As disposições dos artigos 9 ° e 10 ° não são aplicáveis aos transporte.
animais que, por razões de emergência, devam ser 2 - Os animais devem ser descarregados o mais rapidamente
imediatamente abatidos. possível após a chegada. Se for inevitável uma demora, os
animais devem ser protegidos contra as condições climáticas
Artigo 12.º adversas e beneficiar de uma ventilação adequada.
3 - Os animais que corram o risco de se ferirem mutuamente
1- Os animais feridos ou doentes devem ser abatidos ou devido à sua espécie, sexo, idade ou origem devem ser mantidos
mortos in loco. e estabulados separadamente.
2 - O transporte dos animais referidos no número anterior, 4 - Os animais devem ser protegidos contra condições
para abate ou occisão, poderá ser autorizado pela autoridade climáticas desfavoráveis. Caso os animais tenham sido
competente, desde que não provoque sofrimentos submetidos a temperaturas e humidade elevadas, deve
suplementares aos animais. assegurar-se que sejam refrescados através de meios adequados.
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5 - As condições e o estado sanitário dos animais devem concebidas de modo a reduzir ao mínimo os riscos de ferimentos
ser inspeccionados diariamente, pelo menos de manhã e à e dispostas de modo a tirar partido da sua natureza gregária.
noite. Os instrumentos destinados a conduzir os animais devem ser
6 - Sem prejuízo do disposto no capítulo VI do anexo I à utilizados apenas para esse fim e unicamente por instantes.
Portaria n.° 971/94, de 29 de Outubro, os animais submetidos Os aparelhos produtores de descargas eléctricas apenas
a sofrimento ou padecimentos à chegada ou durante o transporte podem ser utilizados para os bovinos adultos e suínos que
para o matadouro, bem como os animais não desmamados, recusem mover-se, desde que essas descargas não durem mais
devem ser abatidos imediatamente. Se tal não for possível, de dois segundos, sejam suficientemente espaçadas, bem
esses animais devem ser separados e abatidos rapidamente, como que os animais disponham de espaço suficiente para
no máximo dentro das duas horas seguintes. Os animais avançarem. Essas descargas apenas podem ser aplicadas nos
incapazes de andar não devem ser arrastados para o local de músculos dos membros posteriores.
abate, mas sim mortos no sítio onde se encontram ou, quando 4 - É proibido espancar os animais ou empurrá-los
possível, transportados num carrinho ou plataforma móvel até pressionando partes sensíveis do corpo. É nomeada-mente
ao local de abate de emergência, desde que essa forma de proibido esmagar, torcer ou quebrar a cauda dos animais ou
transporte não acarrete qualquer sofrimento inútil. agarrá-los pelos olhos. São proibidas as pancadas aplicadas
com brutalidade, designadamente os pontapés.
II - Requisitos relativos aos animais não transportados em 5 - Os animais devem ser conduzidos ao local de abate
contentores apenas quando puderem ser imediatamente abatidos. Caso não
1- Sempre que os matadouros possuam equipamento sejam abatidos imediatamente após a chegada, os animais
destinado à descarga dos animais, esse equipamento deve ter devem ser estabulados.
um piso não escorregadio e, se necessário, protecções laterais. 6 - Sem prejuízo das derrogações concedidas ao abrigo do
As pontes, rampas e corredores devem ter paredes laterais, disposto no artigo 4.° do regulamento anexo à Portaria n.° 971/
resguardos ou outros meios de protecção destinados a evitar a 94, de 29 de Outubro, os matadouros devem estar equipados
queda dos animais. As rampas de saída ou de acesso devem com um número suficiente de locais de estabulação e parques
ter a menor inclinação possível. para alojar adequadamente os animais, protegendo-os das
2 - Durante a descarga, deve assegurar-se que os animais intempéries.
não sejam amedrontados, excitados, maltratados ou 7 - Além de satisfazerem as exigências já estabelecidas
derrubados. É proibido erguer os animais pela cabeça, cornos, noutros diplomas, os locais de estabulação devem dispor de:
orelhas, patas, cauda ou velo, ocasionando dores ou sofrimentos Pisos não escorregadios e que não causem lesões aos
inúteis. Se necessário, os animais devem ser conduzidos um animais que com eles entrem em contacto;
a um. Arejamento adequado, tendo em conta as condições
3 - Os animais devem ser deslocados com cuidado. As adversas de temperatura e humidade previsíveis; quando
passagens por onde os animais são encaminhados devem ser sejam necessários meios de ventilação mecânicos, devem
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Anexo 1

ser previstos sistemas de emergência que entrem 1- Os contentores onde os animais são transportados devem
imediatamente em funcionamento em caso de avaria; ser manipulados com cuidado; é proibido atirá-los ao chão,
Iluminação suficiente para permitir a inspecção de todos deixá-los cair ou derrubá-los. Tanto quanto possível, devem ser
os animais em qualquer altura; em caso de necessidade, carregados e descarregados horizontal e mecanicamente.
deverá existir uma iluminação artificial de recurso adequada; 2 - Os animais entregues em contentores de fundo flexível
Quando necessário, equipamento para prender os ou perfurado devem ser descarregados com especial cuidado
animais; para evitar lesões. Se necessário, os animais serão
Quando necessário, camas suficientes para os animais descarregados dos contentores um a um.
que devam passar a noite nos referidos locais. 3 - Os animais que tenham sido transportados em
contentores devem ser abatidos o mais rapidamente possível;
8 - Quando, além dos locais de estabulação acima referidos, se tal não for possível, devem, se necessário, ser abeberados
os matadouros dispuserem também de campos sem sombra e alimentados em conformidade com as condições do n.° 9 do
ou sem abrigo naturais, deve ser prevista uma forma de n.° II deste anexo.
protecção apropriada contra as intempéries. Os campos devem
ser mantidos por forma a garantir que a saúde dos animais não ANEXO C
esteja sujeita a ameaças físicas, químicas ou de outra natureza.
9 - Os animais que, à chegada, não sejam conduzidos Imobilização dos animais antes do atordoamento,
directamente para o local de abate devem poder dispor em abate ou occisão
qualquer momento de água potável distribuída através de
dispositivos adequados. Os animais que não tenham sido 1- Os animais devem ser imobilizados de modo a evitar
abatidos nas doze horas seguintes à sua chegada devem ser quaisquer dores, sofrimento, agitação, lesões ou contusões
alimentados e, subsequentemente, receber alimentos em inúteis.
quantidades moderadas e a intervalos adequados. No entanto, em caso de abate segundo ritual religioso, é
10 - Os animais mantidos num matadouro durante doze obrigatória a imobilização dos animais da espécie bovina antes
horas ou mais devem ser estabulados e, se for caso disso, do abate com um processo mecânico, com vista a evitar
presos de modo que possam deitar-se sem qualquer dificuldade. quaisquer dores, sofrimentos, agitação, lesão ou contusão aos
Caso os animais não estejam presos, devem ser-lhes animais:
proporcionados alimentos de um modo que lhes permita 2 - É proibido prender as patas dos animais ou suspendê-
alimentarem-se sem dificuldade. los antes do atordoamento ou abate. Contudo, as aves de
capoeira e os coelhos podem ser suspensos para abate, desde
que tenham sido tomadas medidas apropriadas para que, no
III - Requisitos relativos aos animais transportados em momento do atordoamento, os animais estejam num estado
contentores de relaxação tal que permita que a operação de atordoamento
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se faça em condições eficazes e sem demoras desnecessárias. como métodos de occisão relativamente a determinadas
Além disso, a fixação de um animal por um sistema de espécies, desde que sejam observados o disposto no artigo
contenção não poderá nunca ser considerada como uma 3.° e as exigências específicas enunciadas no n.° 11 do presente
suspensão. anexo.
3 - Os animais atordoados ou mortos por meios mecânicos
ou eléctricos aplicados na cabeça devem ser posicionados de II - Requisitos específicos relativos ao atordoamento
forma a permitir que o equipamento seja aplicado e utilizado O atordoamento não deve ser executado se não for possível
comodamente, com precisão e durante o tempo estritamente sangrar de imediato os animais.
necessário. Todavia, para os solípedes e os bovinos, o IPPAA 1- Pistola de êmbolo retráctil:
pode autorizar o recurso a meios adequados para restringir os a) Os instrumentos devem ser posicionados de modo
movimentos da cabeça. a assegurar que o projéctil penetre no córtex cerebral,
4 - É proibido utilizar o equipamento de atordoamento conforme indicado nos diagramas seguintes:
eléctrico como meio de contenção ou imobilização dos animais
ou para os obrigar a moverem-se.

ANEXO D
Atordoamento e occisão dos animais, à excepção dos
animais destinados ao aproveitamento da pele
I - Métodos autorizados
A) Atordoamento:
1) Pistola de êmbolo retráctil;
2) Concussão;
3) Electronarcose;
4) Exposição ao dióxido de carbono.

B) Occisão:
1) Pistola ou carabina de bala
2) Electrocussão;
3) Exposição ao dióxido de carbono.

C) O IPPAA pode, todavia, autorizar a decapitação, a


desconjunção do pescoço ou a utilização de câmaras de vácuo
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Anexo 1

c) Os animais não serão colocados no recinto de


atordoamento se o operador não puder proceder a essa acção
imediatamente após a introdução do animal nesse recinto; não
se deve proceder à imobilização da cabeça do animal até que
o operador possa efectuar o atordoamento.
2 - Concussão:
a) Este processo só é permitido se for utilizado um
instrumento mecânico que provoque uma pancada no crânio.
O operador deve certificar-se de que o instrumento é aplicado
na ‘posição adequada e que é utilizado um cartucho de carga
correcta, de acordo com as instruções do fabricante, a fim de
provocar um atordoamento eficaz sem fractura do crânio.
b) Todavia, no caso de pequenos lotes de coelhos, quando
se recorrer à aplicação de uma pancada no crânio por meios
mecânicos, esta operação’ deve ser efectuada de modo que o
animal atinja imediatamente um estado de inconsciência que
dure até à morte, na observância das disposições gerais
constantes do artigo 3 ° deste regulamento.
3 - Electronarcose:
A) Eléctrodos:
1) Os eléctrodos devem ser colocados de modo a contactar
o crânio, permitindo que a corrente eléctrica o atravesse.
Convém, além disso, tomar medidas apropriadas para
É proibido atordoar os animais pela nuca, exceptuando-se garantir um bom contacto eléctrico, designadamente eliminar
os coelhos e os ovinos e caprinos cuja inserção dos cornos o excesso de pelo e molhar a pele. Os eléctrodos devem ser
impossibilite a penetração frontal do projéctil. Neste caso, o posicionados conforme indicado nos diagramas seguintes:
instrumento de penetração deve ser colocado imediatamente
atrás da base dos cornos e dirigido para a boca, devendo a
sangria ser iniciada quinze segundos após o disparo.
b) Caso seja utilizado um instrumento de êmbolo retráctil, o
operador certificar-se-á de que o êmbolo regressa à posição
normal após cada disparo. Se tal não acontecer, o instrumento
não deve voltar a ser utilizado enquanto não for reparado.
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2) Caso os animais sejam atordoados individualmente, o modo a permitir um bom contacto com a cabeça da ave.
aparelho deve: A intensidade e a duração da corrente eléctrica utilizada neste
a) Dispor de um dispositivo que meça a impedância da caso serão determinadas pelo IPPAA, de modo a garantir que
carga eléctrica e impeça o seu funcionamento no caso o animal atinja imediatamente um estado de inconsciência que
de a corrente mínima exigida não passar; dure até à sua morte.
b) Dispor de um dispositivo sonoro ou visual que indique 2) Caso as aves de capoeira mergulhadas em tanques de
a duração da sua aplicação ao animal; imersão sejam atordoadas em grupos, deve ser mantida uma
c) Estar ligado a um dispositivo, posicionado de modo tensão suficiente para produzir uma intensidade de corrente
a ser claramente visível pelo operador, que indique a eficaz para garantir o atordoamento de cada ave.
tensão e a intensidade da corrente; 3) Devem ser tomadas medidas adequadas a fim de
d) Permitir a passagem, quando se empregam 50 Hz assegurar uma passagem satisfatória da corrente eléctrica,
de corrente alternativa sinusoidal, dos seguintes níveis designadamente mediante um bom contacto conseguido
mínimos de corrente: molhando as patas das aves e os ganchos de suspensão.
4) Os tanques de imersão para aves de capoeira devem
possuir uma dimensão e profundidade adequadas ao tipo de
ave a abater e não devem transbordar água à entrada. O
eléctrodo imerso na água deve ser do comprimento do tanque
e, quando se empregam 50 Hz de corrente alternativa
sinusoidal, os níveis mínimos de corrente devem ser os
seguintes:

e) Aplicar-se de forma que a corrente passe durante


um a três segundos, exceptuando-se os casos em que
as instruções do aparelho aconselhem outros períodos
de tempo.

B) Tanques de imersão:
1) Quando forem utilizados tanques de imersão para atordoar 5) Em caso de necessidade, deverá ser possível recorrer a
as aves de capoeira, o, nível da água deve ser regulado de uma ajuda manual.
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Anexo 1

4 - Exposição ao dióxido de carbono: gerais do artigo 3 ° do presente regulamento.


1) A concentração de dióxido de carbono para atordoamento 2 - Decapitação e desconjunção do pescoço:
dos suínos deve ser de, pelo menos, 70 % em volume. Estes métodos, utilizados unicamente para a occisão de
2) A câmara onde os suínos são expostos ao gás, bem aves de capoeira, carecem de autorização do IPPAA, o qual
como o equipamento utilizado para os conduzir a essa câmara, deve, nomeadamente, garantir a utilização do material por
devem ser concebidos, construídos e mantidos de modo a evitar pessoal habilitado para o efeito, na observância das disposições
lesões e a compressão do tórax dos animais e, ainda, que gerais do artigo 3 ° do presente diploma.
possam permanecer de pé até perderem os sentidos. O 3 - Electrocussão e dióxido de carbono:
mecanismo de encaminhamento e a câmara devem dispor de Desde que sejam observadas, para além das dispo sições
uma iluminação adequada que permita que os suínos se vejam gerais do artigo 3.° deste regulamento, as disposições
uns aos outros ou o que os rodeia. específicas contidas nos n °s 3 e 4 do n ° II do presente anexo,
3) A câmara deve dispor de aparelhos para medir a o IPPAA pode autorizar a occisão de várias espécies por meio
concentração de gás no ponto de exposição máxima. Esses destes métodos, determi nando, nessa perspectiva, a
aparelhos devem emitir um sinal de alerta claramente visível e intensidade e a duração da corrente eléctrica utilizada, bem
audível caso a concentração de dióxido de carbono desça como a concentração do dióxido de carbono e a duração da
abaixo do nível exigido. sua exposição.
4) Os suínos devem ser colocados em parques ou 4 - Câmara de vácuo:
contentores, de modo a poderem ver-se e ser conduzidos até Este método, que é reservado à occisão sem sangria de
às câmaras de gás no espaço de trinta segundos a partir da determinados animais de consumo pertencentes a espécies
sua entrada na instalação. Devem, em seguida, ser conduzidos cinegéticas de criação (codornizes, perdizes e faisões), está
da entrada para o ponto de concentração máxima do gás o sujeito à autorização do IPPAA, o qual, além de assegurar a
mais rapidamente possível e ser expostos a esse gás durante observância dos requisitos do artigo 3.° do presente
o tempo necessário para permanecerem inconscientes até à regulamento, se certificará de que:
occisão.
Os animais são colocados numa câmara estanque em
III - Requisitos específicos relativos à occisão que o vácuo é rapidamente obtido por meio de uma bomba
eléctrica potente;
1- Pistola ou carabina de bala: A depressão atmosférica é mantida até ao momento da
Este método, que pode ser utilizado para a occisão de morte dos animais;
diversas espécies, designadamente a caça grossa de criação A contenção dos animais em grupo é assegurada por
e os cervídeos, está sujeito à autorização do IPPAA, o qual contentores de transporte inseríveis na câmara de vácuo,
deve, nomeadamente, garantir a utilização do material por cujas dimensões devem ser calculadas para o efeito.
pessoal habilitado para o efeito, na observância das disposições
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ANEXO E Exceptuam-se os casos previstos na alínea b) do n.° 1 do n.°
II do anexo D.
Sangria dos animais 5 - Sempre que seja utilizada uma guilhotina automática para
a sangria das aves de capoeira, deve existir uma ajuda
1- Em relação aos animais que tenham sido atordoados, a manual que permita o abate imediato se a guilhotina não
sangria deve ser iniciada o mais rapidamente possível após o funcionar.
atordoamento e deve ser efectuada de modo a provocar um
escoamento de sangue rápido, profundo e completo. A sangria ANEXO F
deverá ser sempre efectuada antes que o animal recupere a
consciência. Métodos de occisão como forma de luta cortina
2 - Todos os animais que foram atordoados devem ser doenças
sangrados por incisão de, pelo menos, uma das suas artérias Métodos autorizados
carótidas ou dos vasos donde derivam.
Após incisão dos vasos sanguíneos, não se deve proceder 1- Qualquer método autorizado em conformidade com o
a qualquer preparação dos animais ou a qualquer estímulo disposto no anexo D que assegure uma occisão efectiva.
eléctrico antes de a sangria ter cessado completamente. 2 - Na observância das disposições gerais do artigo 3.° do
3 - Se o atordoamento, o içamento, a suspensão e a sangria presente regulamento, o IPPAA pode, ainda, autorizar a
dos animais forem assegurados por uma mesma pessoa, estas utilização de outros métodos de occisão de animais, após se
operações devem ser efectuadas consecutivamente no mesmo ter certificado designadamente de que:
animal, antes de serem efectuadas a qualquer outro. a) Caso sejam utilizados métodos que não provoquem
4 - De acordo com os métodos de atordoamento, a sangria a morte imediata (por exemplo, disparo com pistola de
deve ser iniciada dentro dos seguintes tempos limite: êmbolo retráctil), sejam tomadas medidas apropriadas
para abater os animais o mais rapidamente possível,
antes de recobrarem os sentidos;
b) Não se procederá a qualquer outra intervenção sobre
os animais antes de o IPPAA se ter certificado da morte
dos mesmos.

ANEXO G

Métodos de occisão de animais destinados ao


aproveitamento da pele

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Anexo 1

I - Métodos autorizados 4 - Exposição ao monóxido de carbono:


a) A câmara de anestesia onde os animais são expostos ao
1- Instrumentos mecânicos que penetram no cérebro. gás deve ser concebida, construída e mantida de modo a evitar
2 - Injecção de uma dose letal de uma substância com lesões aos animais e a permitir a sua vigilância.
propriedades anestésicas. b) Os animais só devem ser introduzidos na câmara quando
3 - Electrocussão com paragem cardíaca. a concentração de monóxido de carbono, proveniente de uma
4 - Exposição ao monóxido de carbono. fonte de monóxido de carbono, a 100 % for de, pelo menos,1
5 - Exposição ao clorofórmio. % em volume.
6 - Exposição ao dióxido de carbono. c) O gás, produzido por um motor especialmente adaptado
O IPPAA determinará o método mais apropriado para a para o efeito, pode ser utilizado para a occisão de mustelídeos
occisão das diversas espécies em questão, na observância e de chinchilas, desde que tenha sido demonstrado por meio
das disposições gerais do artigo 3.° do presente regulamento. de testes que:

II - Requisitos específicos O gás foi adequadamente arrefecido;


O gás foi suficientemente filtrado;
1- Instrumentos mecânicos que penetram no cérebro: O gás está isento de todo e qualquer material ou gás
a) Os instrumentos devem ser posicionados de modo que o irritante; e
projéctil penetre no córtex cerebral. Os animais só podem ser introduzidos quando a
b) Este método só é autorizado se for seguido de sangria concentração em monóxido de carbono atingir, pelo
imediata. menos, 1 % em volume.
2 - Injecção de uma dose letal de uma substância com
propriedades anestésicas. d) Quando inalado, o gás deve em primeiro lugar provocar
Os únicos anestésicos autorizados são os que provoquem uma anestesia geral profunda e em seguida, infalivelmente, a
a perda imediata dos sentidos, seguida de morte, nas doses e morte.
formas de utilização apropriadas. e) Os animais devem permanecer na câmara até estarem
3 - Electrocussão com paragem cardíaca: mortos.
Os eléctrodos devem ser colocados de modo a envolver o 5 - Exposição ao clorofórmio:
crânio e sobre o coração, devendo a intensidade mínima da A exposição ao clorofórmio pode ser utilizada para a occisão
corrente provocar a perda imediata dos sentidos e a paragem das chinchilas, desde que:
cardíaca. Todavia, no que respeita às raposas, quando os a) A câmara onde os animais são expostos ao gás
eléctrodos forem aplicados na boca e no recto, convirá aplicar seja concebida, construída e mantida de modo a evitar
durante, pelo menos, três segundos uma corrente de uma lesões aos animais e a permitir a sua vigilância;
intensidade cujo desvio quadrático médio seja de 0,3 A. b) Os animais só sejam introduzidos na câmara se
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esta contiver uma mistura saturada de clorofórmio e 2 - Exposição ao dióxido de carbono.
ar; 3 - O IPPAA pode, todavia, autorizar a utilização de outros
c) Quando inalado, o gás provoque em primeiro lugar processos de occisão cientificamente reconhecidos, desde que
uma anestesia geral profunda e em seguida, respeitem as disposições gerais do artigo 3.° do presente
infalivelmente, a morte; regulamento.
d) Os animais permaneçam na câmara até estarem
mortos. II - Requisitos específicos

6 - Exposição ao dióxido de carbono: 1- Utilização de um dispositivo mecânico que provoque uma


O dióxido de carbono pode ser utilizado para a occisão de morte rápida:
mustelídeos e chinchilas, desde que: a) Os animais devem ser mortos por um dispositivo mecânico
com lâminas de rotação rápida ou martelos de esponja.
a) A câmara de anestesia onde os animais são expostos b) A capacidade do aparelho deve ser suficiente para
ao gás seja concebida, construída e mantida de modo assegurar que todos os animais sejam mortos imediatamente,
a evitar lesões aos animais e a permitir a sua vigilância; mesmo se tratados em grande número.
b) Os animais só sejam introduzidos na câmara quando 2 - Exposição ao dióxido de carbono:
a concentração de dióxido de carbono, fornecida por a) Os animais devem ser colocados num meio com a mais
uma fonte de dióxido de carbono a 100 %, for a maior elevada concentração possível de dióxido de carbono,
possível; provenientemente de uma fonte de dióxido de carbono a 100
c) Quando inalado, o gás provoque em primeiro lugar %.
uma anestesia geral profunda e em seguida, b) Os animais devem permanecer no meio atrás referido até
infalivelmente, a morte; estarem mortos.
d) Os animais permaneçam na câmara até estarem
mortos. III - Método autorizado para a occisão dos embriões

ANEXO H 1- Para a occisão instantânea de qualquer embrião vivo,


todos os desperdícios das incubadoras devem ser submetidos
Occisão dos pintos e excedentes de embriões nas à acção do aparelho mecânico referido no n ° 1 do n.° II deste
incubadoras destinados à eliminação anexo.
I - Métodos autorizados para a occisão dos pintos 2 - O IPPAA pode, todavia, autorizar a utilização de outros
métodos de occisão cientificamente reconhecidos, desde que
1- Utilização de um dispositivo de acção mecânica que respeitem as disposições gerais do artigo 3.° do presente
provoque uma morte rápida. regulamento.
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Anexo 2

91

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92

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Anexo 2

93

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94

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Anexo 2

95

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96

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Bibliografia

Bibliografia:

Legislação em Vigor;

http://www.dgv.min-agricultura.pt/bem_estar_animal/bem_estar_animal_new.htm, consultado em Maio de


2009;

Recomendações de Bem-Estar Animal, CAP/DGV - http://www.dgv.min-agricultura.pt/bem_estar_animal/


RecomendacoesBemEstar.htm, consultado em Maio de 2009;

http://europa.eu/legislation_summaries/food_safety/animal_welfare/index_pt.htm, consultado em Maio de


2009;

Convenção Europeia sobre a Protecção dos Animais nas Explorações;

Manual da Condicionalidade 2009 – IFAP/DAD.

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Ficha Técnica

Edição | CNA – Confederação Nacional da Agricultura


Título | Saúde e Bem-Estar Animal
Autor | Pedro Santos
Coordenação Técnica | Roberto Mileu
Paginação | Ilustração | Fotolitos | Impressão | Regi7Ficha Técnica
Depósito Legal | 296261/09
ISBN | 978-989-95157-7-2
Tiragem | 300 exemplares
Data | Junho 2009

Produção apoiada pelo Programa AGRO - Medida 7 - Formação Profissional,


Co-financiado pelo Estado Português e pela União Europeia, através do FSE

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