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Os índices de sensibilidade e especificidade são ilustrativos e bons sintetizadores das qualidades gerais
de um teste mas têm uma limitação séria: não ajudam a decisão da equipe médica que, recebendo um
paciente com resultado positivo do teste, precisa avaliar se o paciente está ou não doente.
Não se pode depender apenas da sensibilidade e da especificidade, pois estes índices são provenientes
de uma situação em que há certeza total sobre o diagnóstico, o que não acontece no consultório médico.
Daí a necessidade destes dois outros índices que refletem melhor a realidade prática.
A ele interessa conhecer o valor de predição positiva (VPP) e o valor de predição negativa (VPN) de um
teste:
Estes valores são probabilidades condicionais, tal que o evento condicionante é o resultado do teste.
A maneira mais fácil de calcular o VPP e o VPN é através da Tabela 16, sugeriado por Vecchio (1966). Seja
$ p=P(D_{+})$ a prevalência da doença na população de interesse, ou alternativamente a probabilidade
de doença pré-teste.
Tabela 16: Probabilidades necessárias para o cálculo dos índices VPP e VPN
O valor de predição positiva é obtido dividindo-se a frequência de pacientes doentes pelo total dos
testes positivos.
$\displaystyle VPP=\frac{sp}{sp+(1-e)(1-p)}$
$\displaystyle VPN=\frac{e(1-p)}{(1-s)p+e(1-p)}$
Exemplo:
Para uma população cuja prevalência de metástase de carcinoma de fígado é de 2%, o valores de
predição da tomografia são:
Portanto, o VPP é baixo enquanto que o VPN é bastante alto. Se o resultado da tomografia é negativo, a
chance de não haver metástase é de 99%. Antes do teste o paciente tinha uma chance de 2% de
apresentar a doença, e após o resultado negativo do teste esta chance cai para 1%.