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26 carreiras (quase) à prova de crise no
Brasil
Em relação às atividades profissionais, posições ligadas à redução de custos, ganho de qualidade eficiência
em estruturas, processos e procedimentos são mais valorizadas em cenários menos positivos para a
economia.
EXAME.com entrevistou 11 especialistas de diferentes consultorias de recrutamento para saber mais sobre
as profissões (http://www.exame.com.br/topicos/profissoes) e carreiras que seguem em alta e, até agora,
têm se mostrado (quase) à prova de mau tempo na economia. Veja, nas fotos, quais são as carreiras e
quais motivos mantêm a demanda por profissionais mesmo em época de crise:
Por que sobrevive à crise? Segundo Anna Melo, gerente da Randstad Professionals, o controller responde
a três grandes imperativos em tempos de crise: ganho de escala, redução de custos e melhoria na
produtividade. Daí sua valorização num momento em que as coisas não vão bem para a economia. “É
quem dá a diretriz para tomada de muitas decisões estratégicas", afirma Paulo Dias, diretor de
recrutamento da consultoria STATO.
Continua sendo solicitado, principalmente, por empresas do setor da indústria (automotivo, bens de
consumo e varejo) e de serviços que tenham a capacidade de se adaptar ao novo cenário. Na agenda do
CFO, hoje, o controle de custos está no topo da lista, pelo qual este profissional agrega muito valor,
segundo a percepção da equipe da consultoria Michael Page.
Por que sobrevive à crise? Segundo Rodrigo Miwa, sócio da Hound, obter eficiência nos processos
internos faz com que a empresa maximize a relação entre custo e benefício de seu funcionamento. “Isso
faz muita diferença principalmente quando o momento de mercado não é de crescimento e sim de
retração, escândalos de corrupção e de crédito mais escasso e caro”, explica ele.
Gerente de risco
4/28 Τϊζζ¥/Creative Commons/Flickr
O que faz? Está envolvido nos processos financeiros, vendas e geração de receita.
Por que sobrevive à crise? “É um profissional que atua diretamente no coração de qualquer negócio”, diz
Anna Melo, gerente da Randstad Professionals. É natural, portanto, que ele garanta sua relevância num
contexto econômico em que os custos e as receitas precisam ser acompanhados com uma lupa.
Por que sobrevive à crise? O Brasil conta com uma matriz tributária muito complexa, diz Rodrigo Miwa,
sócio da consultoria Hound, o que torna o profissional da área uma peça valiosa para as empresas. Isso
porque, segundo ele, estratégias para a redução da carga de impostos e estudos de viabilidade fiscal de
novos projetos são essenciais em tempos de crise.
A consultoria Michael Page observa demanda maior por este tipo de profissional no setor de varejo. Já a
diretora Natasha Patel, da Hays, destaca que há também forte necessidade por planejamento de tributos
indiretos na indústria com perfil de comunicação e domínio de idiomas.
Além disso, a implementação obrigatória da ECF (Escrituração Contábil Fiscal), cujo prazo final é setembro
deste ano, segundo a Receita Federal, também faz crescer a demanda por profissionais de planejamento
de tributos diretos. A ECF promete fechar o cerco às fraudes fiscais por meio da automatização do sistema
de conferência de impostos o que deve tornar mais ágil a fiscalização, tendência que vem desde 2007 na
Receita Federal. O fato de muitas empresas ainda não terem implementado a ECF torna profissionais
capazes de fazer a "parametrização" de todas as informações tributárias disputados no mercado, segundo
a percepção dos consultores da Hays.
Gerente de compliance
6/28 GordanD/Thinkstock
O que faz? Garante que as transações e processos da empresa sejam transparentes e aconteçam em
acordo com a lei e com as normas internas da empresa.
Por que sobrevive à crise? Segundo Anna Melo, gerente da Randstad Professionals, a relevância do
gerente de compliance independe do contexto econômico. “Ele responde a um contexto político que exige
adequação máxima às novas legislações e regulamentações”, diz ela.
“Desde 2014 temos visto mais demanda por estes profissionais”, diz Natasha Patel, diretora da Hays. Setor
financeiro e indústrias farmacêuticas e de biotecnologia são áreas mais promissoras para profissionais de
compliance, segundo Natasha.
Por que sobrevive à crise? Paulo Dias, diretor de recrutamento da consultoria STATO, diz que o
profissional da área é capaz de renegociar contratos antigos, buscar novos fornecedores, reavaliar
prioridades e necessidade de aquisição ou não de determinados itens. Com isso, acaba se tornando uma
figura-chave para a redução de despesas nas empresas.
Por que sobrevive à crise? Segundo Paulo Dias, diretor de recrutamento da consultoria STATO, as
empresas têm buscado profissionais que as ajudem a reorganizar procedimentos e gerir melhor qualquer
projeto, como o lançamento de um novo produto ou a mudança de um sistema integrado. O objetivo é
claro: economizar o máximo possível de tempo e dinheiro.
Por que sobrevive à crise? O acesso ao crédito tem mudado desde o ano passado, o que está sendo
desafiador para as empresas, principalmente nacionais. Por este motivo, tem crescido o número de
demandas por profissionais de tesouraria com experiência em reestruturação de dívida (alongamento),
bom relacionamento bancário e capacidade de estruturar operações financeiras de captação alternativas e
menos custosas, segundo informações da consultoria Michael Page.
Por que sobrevive à crise? A área de finanças faz toda a diferença em tempos de cinto apertado. “Um
profissional que corta gastos é alguém de quem nenhum empregador vai abrir mão neste momento”, diz
Marcela Esteves, gerente de divisão da Robert Half.
Por que sobrevive à crise? “Como está na linha de frente, esse profissional é bem-vindo em qualquer
momento”, diz Paulo Dias, diretor de recrutamento da consultoria STATO. Num momento de crise, mais
ainda. Afinal, um bom “vendedor” consegue alavancar os negócios da empresa a ponto de mantê-la viva
mesmo num cenário instável.
A consultoria Michael Page tem recebido mais demandas por gerentes nesta área. Em momentos de crise,
principalmente na indústria, além do conhecimento técnico, o perfil comportamental é crucial e decisivo
em contratações - pró atividade, perfil consultivo, motivador e liderança são algumas das características
mais demandadas, segundo a Michael Page.
Por que sobrevive à crise? Segundo Dias, a crise econômica muitas vezes força a necessidade de mudar a
cultura, o perfil dos funcionários ou até modelo de negócio de uma empresa. Um profissional capaz de
fazer essa manobra “salvadora” é muito procurado pelos empregadores.
Por que sobrevivem à crise? De acordo com Jacqueline Resch, sócia-diretora da Resch Recursos
Humanos, tanto a área de saúde preventiva quanto a terapêutica continuam em alta. Ela menciona
estatísticas recentes, segundo as quais a população do Brasil está envelhecendo. “Enquanto cada vez mais
pessoas adoecem e demandam cuidados especiais, faltam médicos”, diz ela.
Por que sobrevive à crise? Segundo Rodrigo Maranini, gerente da Talenses, a preocupação das empresas
com a escassez de insumos na crise faz com que elas busquem soluções tecnológicas. “Profissionais
capacitados a atendê-las nesse sentido estão sendo muito procurados”, diz ele.
Por que sobrevive à crise? A preocupação das empresas com a área de SSMA aumentou
consideravelmente nos últimos anos, diz Rodrigo Maranini, gerente da Talenses. “Além de cumprir a lei,
elas também precisam cuidar disso para não prejudicar sua reputação e, consequentemente, o seu lucro”,
explica. A valorização do profissional da área também tem a ver com a sua escassez: segundo Maranini,
ainda há poucas pessoas com formação específica na área e com um bom nível de inglês. A consultoria
Michael Page também nota um aquecimento da demanda por esta posição nas companhias.
Por que sobrevive à crise? Na crise, a área se torna estratégica para reduzir custos. “Quando falta
alinhamento entre logística e comercial, o estoque se degrada ou é depreciado, o que traz muitos
prejuízos”, explica Rodrigo Maranini, gerente da Talenses.
Por que sobrevive à crise? Segundo Rodrigo Maranini, da Talenses, a alta do dólar beneficiou diversos
segmentos, como o de exportação de borracha e de grãos. Além da valorização da área, faltam
profissionais da área com pensamento estratégico e domínio de inglês.
Por que sobrevive à crise? O mercado de logística mudou muito com a evolução do consumo, de acordo
com Rodrigo Maranini, gerente da Talenses. “Hoje as pessoas compram de forma mais global, remota e
complexa”, explica ele. Por isso, novos projetos para a entrega de mercadorias precisam ser redesenhados
constantemente, para aumentar a produtividade e evitar prejuízos - ainda mais em tempos de instabilidade
econômica.
Por que sobrevive à crise? Justamente porque é capaz de atuar em mais de uma área do departamento
de recursos humanos. “Não basta ser especialista, as empresas buscam profissionais que também
abracem outros subsistemas na área de recursos humanos”, diz Natasha Patel, diretora da Hays.
De acordo com Carlos Nosé, sócio da Asap, os profissionais de recursos humanos estão mais valorizados
porque ajudam a identificar onde pode haver ganho de qualidade de mão de obra. “Eles ajudam a diretoria
a mexer na estrutura, fazendo movimentos de substituição de profissionais caros que não estão tendo
bom desempenho na função”, diz.
Por que sobrevive à crise? Os departamentos de folha de pagamento de empresas multinacionais têm
espaço para estes especialistas. “Muitas empresas transferem este serviço a terceiros, mas há aquelas que
preferem manter a estrutura de folha de pagamento interna por conta da confidencialidade dos valores de
salário”, diz Natasha Patel, diretora da Hays. Mas é preciso falar inglês ou espanhol, dependendo do local
da matriz.
Por que sobrevive à crise? É valorizado porque pode reduzir custos e, ainda assim, melhorar a política de
benefícios da empresa.
Subscritor de seguros
22/28 psphotograph/ThinkStock
O que faz? É responsável pela interação entre a empresa e as companhias seguradoras, com foco na
gestão de risco.
Por que sobrevive à crise? O objetivo das empresas é minimizar riscos de perdas e prejuízos em caso de
alguma eventualidade, segundo Natasha Patel, diretora da Hays.
Desenvolvedor de software
23/28 Kuba Bozanowski/Flickr/via Photopin.com
O que faz? Desenvolve aplicativos e programas com o objetivo de trazer mais eficiência em processos e
procedimentos da empresa. Tecnologias como Dot.Net, PL-SQL e Java são as especialidades mais
procuradas, de acordo com a consultoria Conquest One.
Por que sobrevive à crise? Mesmo com a indústria retraída, há setores mais “saudáveis” no momento que
compensam o fraco desempenho industrial. “Construção, farmacêutico e tecnologia são setores que estão
bem e contratando, o que equilibra a balança do mercado de TI”, diz.
Por que sobrevive à crise? Faltam profissionais experientes no setor. “Temos recebido até pessoas que
vem de outro país, porque há falta de mão de obra no Brasil neste setor que é relativamente novo”, diz
Carlos Guilherme Nosé, sócio da Asap.
Por que sobrevive à crise? Sua atuação é fundamental para gerar mais valor para a marca e para o
produto.
Por que sobrevive à crise? O varejo online está crescendo no Brasil e seu grande desafio é a
rentabilidade. No ano passado, a alta nas operações de comércio eletrônico foi da ordem de 25%, segundo
informa a consultoria Michael Page.
Por que sobrevive à crise? Redução de custos e mais eficiência são ações muito valorizadas pelas
companhias em momentos de crise, segundo a consultoria Michael Page.
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