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Práticas Funcionais: Aula 4(Unidade 1 -Dor)

Marcadores da função renal:

Função dos rins:


Manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico, filtração, formação da urina, elminação do excesso de líquido
e eletrólitos, contribui para manutenção do equilíbrio ácido-base através da reabsorção, absorção e
secreção de íons, prótons, substâncias que vão manter o pH plasmático/sanguíneo em torno de 7/7,2.
Além disso ele tem uma função relacionada com a excreção de alguns compostos, principalmente os
nitrogenados(compostos que podem causar toxicidade no organismo quando em excesso, acumulados
em determinados tecidos ex SN), tem papel de limpar o plasma dos metabólitos ruins ou em excesso,
tem função hormonal fazendo sintese de eritropoietina, renina, regulando a questão da insulina e
aldosterona fazendo a degradação/turn over dessas substâncias e na produção de vitamina D3(grande
pivô na questão de absorção e reabsorção óssea).

Localização:
Órgão retroperitoneal(próximo as costas, atrás da cavidade abdominal, protegido pelas costelas),
distribuido aos pares, sendo o rim esquerdo localizado um pouco mais alto que o direito. Entre vértebra
T11 e L3.

Anatomia interna dos rins:


A estrutura funcional do rim é o Néfron. O néfron é formado pelo glomérulo, nele temos as arteríolas
aferentes e eferentes. O glomérulo é o componente principal, sendo seguido por um túbulo contorcido
proximal(maior parte da taxa de absorção do néfron), sequencialmente a ele temos a alça de henle
porção fina e espessa que fará uma parte de concentração da urina(colocar água, retirar água e íons),
depois da alça vem o túbulo contorcido distal e por fim o tubulo coletor.
No contorcido distal teremos os ajustes finos da concentração do ultrafiltrado de forma que os néfrons
se distribuam no rim formando uma estrutura em formato de pirâmide que vão se convergir para
estruturas de fluxo do ultrafiltrado, que são os cálices, desembocando na pelve, onde essa urina vai se
eliminar.
Essas pirâmides formam em conjunto a porção medular entremeada por células renais, essas células
renais possuem funções distintas onde a gente tem as células justaglomerulares(função hormonal:
produção de renina, angiotensina, liberação do ADH, controle da pressão arteriolar através da liberação
desses hormônios que vão controlar todo o fluxo de plasma dentro dessa cápsula controlando
consequentemente a produção da urina e excreção de metabólitos). O corpúsculo renal(Malpighi)
(centro) é formado por capilares frenestrados, envoltos por células chamadas fagócitos que acabam
abraçando esses capilares através de prolongamentos do citoplasma fazendo com que haja ainda mais
formação dessa estrutura filtrativa. Além da capacidade/estrutura histologica das células que
proporcionam essa filtração, elas ainda possuem uma carga elétrica levemente negativa, essa carga
elétrica é de suma importância para manutenção dos níveis de eletrólitos plasmáticos porque ela vai
acabar repelindo algumas proteínas que pelo seu tamanho passariam por essas fresnetras, mas devido
carga elétrica acaba não passando, ex a albumina(proteina plasmática), garantindo que eu tenha uma
retenção dessas proteínas importantes para o equilíbrio coloidosmótico/equilíbrio entre líquidos e
solutos dentro do vaso. O túbulo controcido proximal, formado por borda em escova com células
altamente absortivas, é responsável por dois terços da reabsorção da água e do sódio, é onde acontece a
maior parte da reabsorção. A alça de Henle: porção descendente(mais fina, pouco desenvolvida(pouca
mitocondria), é responsável pela concentração da urina/ultrafiltrado que está sendo formado)e
ascendente(espessa, maior absorção de íons e água). O túbulo contorcido distal é onde vai ter maior
quantidade de excreção de determinadas substâncias, principalmente de substâncias como prótons,
onde vai finalmente hiperconcentrar e ajustar a concentração do ultrafiltrado. No túbulo coletor temos
as células principais moderadamente invaginadas e as células intercaladas com alta densidade
mitocondrial, secretoras de prótons que vão regular o pH desse ultrafiltrado.
Néfron: menor unidade funcional do rim, se distribui formando as pirâmides, cuja principal função é a
filtração do plasma com secreção e excreção de resíduos metabólicos, principalmente resíduos derivados
dos compostos nitrogenados(ureia, creatina, ác. úrico, bilirrubina, mas também toxinas, drogas e
substâncias metabolicamente tóxicas que precisam ser eliminadas). Ele possui como função o controle
do equilíbrio ácido base, ele vai regular as porções de íons e prótons dentro desse plasma mantendo o
pH sanguíneo e urinário de ultrafiltrado. Ele também vai sintetizar hormônios como eritropoietina,
renina, prostaglandinas, tromboxanos, relacionados a processos inflamatórios, imunológicos, de defesa,
proliferativos e também vai estar relacionado a degradação de hormonios como insulina e aldosterona,
trabalhando o turn over dessas moléculas.

Filtração do glomérulo: a capacidade de filtração do glomérulo em si está diretamente relacionado com


alguns processos que envolvem isso, que são inicialmente processos de filtração, passando pelo
processo de reabsorção, excreção e concentração, onde a gente pode então dividir pelas suas diferentes
porções:
Filtração: cápsula.
Reabsorção: túbulo contorcido proximal(também excreta porem em menor quantidade)
Excreção: túbulo contorcido distal.
Concentração: túbulo coletor.
Essas funções e etapas pelas quais o sangue passa para ser filtrado e eliminar esses metabólitos
tóxicos/não importantes, depende unicamente da pressão hidrostática que chega através dos
vasos/arteríolas aferentes e eferentes. Essa pressão hidrostática/pressão do líquido sanguíneo que
exerce sobre as arteríolas é dependente da pressão arterial regulada pelas células justaglomerulares que
vão produzir hormônios capazes de promover vasoconstrição ou vasodilatação de acordo com a pressão
arterial, representando então 70% dessa pressão arterial. A pressão que chega nos néfrons, é uma
pressão menor do que a pressão arterial, até para que ocorra de forma gradual a filtração nos
glomérulos, para que ela seja efetiva pelas frenestras dos capilares. O rim é capaz de filtrar em torno de
125ml sanguíneos por minuto, onde 124ml vão ser absorvidos(grande maioria é reabsorvido)
produzindo em torno de 1,5 a 2L de urina por dia. Filtra em torno de 200L de plasma por dia, mas
elimina em torno de 1,5 a 2L de urina por dia. A taxa de filtração acontece a todo momento, é uma taxa
de filtração glomerular importante para avaliar a função desse rim.
A arteríola eferente além de levar o sangue que já foi filtrado no glomérulo, ela acaba sofrendo uma
associação/distribuição entre os túbulos contorcidos proximal/distal para que ocorra um segundo
momento de ajuste nas concentrações plasmáticas onde ocorre principlamente através das trocas de
água e íons entre o sangue ali presente e o interstício medular.
Inicialmente o plasma numa pressão de filtração de 15mmHG é filtrado no capilar frenestrado do
glomérulo, parte desse plasma segue pela arteríola eferente e o que foi filtrado(chamado agora de
ultrafiltrado), passa para o túbulo contorcido proximal onde vai sofrer uma série de ajustes em relação a
suas concentrações.
O endotélio formador da cápsula de Bowman ou glomérulo é fenestrado(água passa livremente, assim
como os solutos: glicose, uréia, sódio e algumas pequenas proteínas. Porém, proteínas plasmáticas
responsáveis por controlar e manter o equilíbrio coloidosmótico não conseguem passar por essas
fenestras por serem fenestras pequenas, exceto a albumina, proteina capaz de passar por essa fenestra
mas devido sua carga elétrica negativa ela é repelida pela carga elétrica negativa da barreira. Isso é
importante porque caso eu encontre grande quantidade de albumina na urina vai indicar patologia a
nível de glomérulo/filtração e não a nível de túbulos. Caso haja albuminúria no exame do paciente,
começo a pensar em uma disfunção a nível glomerular. O fechamento do diagnóstico é feito após
analisar outros marcadores). Essa parede glomerular que possui carga elétrica negativa, formada pela
presença de glicoproteinas, vai filtrar as moléculas de acordo com o tamanho e carga elétrica.

Cada néfron filtra em torno de 100L de plasma por dia, gerando em torno de 100L de ultrafiltrado por
dia, porém, a maior parte é reabsorvida e essa reabsorção na sua grande maioria acontece no túbulo
contorcido proximal onde 100% da glicose que foi filtrada vai ser reabsrovida, a creatinina é passiva não
sendo reabsorvida, o ácido úrico vai ser reabsorvido nesse momento, proteínas e amnoácidos assim
como alguns íons também. A glicose, sódio e algumas proteinas e aa, participam do processo ativo
dependente da bomba de sódio potássio gastando energia enquanto que a água, íons e cloreto tem a
capacidade de se difundir passivamente.

A alça de Henle participa de um mecanismo chamado de mecanismo contra-corrente, região de ajuste


finos, ajustes pequenos na reabsorção de água e na excreção de íons. É na porção fina dessa alça que
acontece a reabsorção adicional da água, para deixar o ultrafiltrado pouco mais hipertônico. É uma
região bastante permeável a água, que vai ser influenciada pela concentração osmótica da região
medular do rim visto que esse região medular sempre vai ter uma concentração isosmolar igual. Para
manter esssa concentração isosmolar, a porção da alça de Henle é a porção onde tem-se uma perda
ainda maior de água do ultrafiltrado para região medular. Na porção espessa da alça de henle, acontece
um transporte ativo de contra-corrente para manter o gradiente osmótico medular onde há uma
reabsorção de íons como cálcio, magnésio, sódio, potássio, nessa região 20% dos sais são absorvidos. No
túbulo distal, é onde eu tenho a excreção/liberação do restante de algumas substâncias como por
exemplo sódio, cloro, íons de potássio, onde vou liberar/excretar isso de forma ativa para o ultrafiltrado.
No tubulo coletor(final), é onde a urina se torna hipertônica, onde eu tenho uma reabsorção de sódio de
acordo com o controle realizado pelo sistema aldosterona-angiostensina ou reabsorção de água(muita
água: reabsorve água; pouca água: reabsorve sódio), isso tudo é controlado por hormônios ADH,
osmolaridade ou pelo sistema aldosterona-angiostensina. Dessa forma essas substâncias, moléculas,
íons, prótons e essas proteínas controlam a filtração, a concentração desse ultrafiltrado, levando isso em
consideração, a taxa de filtração glomerular então é um ótimo marcador de função renal global. Se o rim
está filtrando adequadamente, significa que ele está funcionando adequadamente, que tem-se uma
urina com valores de referencia adequado, concentração de íons adequado, assim como na corrente
sanguínea. O fluxo sanguíneo renal adequado vai manter o equilíbrio, vai manter a homeostase de forma
que qualquer disfunção a nível principalmente glomerular pode alterar a taxa de filtração. Dessa forma,
exames que avaliem função renal, podem ser realizados através de marcadores específicos que são
moléculas livremente filtradas, moléculas em que caso eu tenha algum déficit de filtração vão gerar
problemas para o organismo, como por exemplo uréia, creatinina e ácido úrico.

No córtex renal estão as unidades funcionais dos rins, os néfrons.

Uréia: a taxa de filtração glomerular é uma das formas de avaliar a função renal, a primeira coisa que
faço quando o paciente chega no consultório relatando alguma sintomatologia que eu suspeito estar
relacionada com uma função renal é a dosagem de substâncias no sangue(dosagem plasmática
bioquímica). Caso dê alteração, vou avaliar de forma mais profunda e específica de acordo com essa
alteração. Essa alteração vai me auxiliar na solicitação de um exame de tfg(taxa de filtração glomerular),
exame de urina 24h, exame da creatinina.
Primeiro faço dosagem de marcadores renais: ureia, creatinina e ácido úrico. Ureia e creatinina
principalmente.
Dosagem sérica: a uréia sérica é um composto orgânico nitrogenado(molécula de amonia, bicarbonato e
aspartato) produzido pela degradação das proteínas lá no fígado. Uma vez que eu produzo uréia, ela
precisa ser eliminada visto que em altas concentrações ela pode ser tóxica, principalmente no SN. Ela é
eliminada por excreção renal pela urina e suor(em menor quantidade). Caso eu tenha uma uremia
diminuida, muito provavelmente que eu tenha uma alteração a nível hepático(fígado degrada as
proteínas). Caso ela esteja aumentada na corrente sanguínea, muito provavelmente que eu tenha uma
alteração a nível renal.
A uréia provem da quebra da proteína em aa e da conversão desse aminoácido em
amonia+aspartato+bicarbonato formando então a uréia. O organismo forma ureia porque ela é uma
fonte de energia, ela também vai entrar no ciclo da ureia servindo na produção de energia, contudo, se
ela não for totalmente consumida ela vai começar a apresentar em excesso, tornando-se então tóxica.
A uréia sérica(corrente sanguínea) representa 45% do nitrogênio não proteico sanguíneo, sendo que 1/4
dela é metabolizada no instestino formando amônia e gás carbônico e o restante no fígado. Os níveis de
uréia sérica podem remeter a origem da sua disfunção(podendo ser disfunção pré renal, renal ou pós
renal), quando diminuidos geralmente não tem tanto importância se não estiver relacionado com função
hepática, indicando alteração a nível de metabolismo das proteínas por restrição na ingesta de proteína,
reposição excessiva de líquidos, gestação(fator fisiológico, diminuição natural de 2/3) ou em casos de
doenças hepáticas graves(ai sim é algo de se preocupar). Em níveis aumentados de uréia, onde eu tenho
uma azotemia(aumento de uréia), eu preciso investigar se esse aumento é em decorrência de uma
disfunção pré renal ou renal. Os valores de referência são: adultos: 10 a 20mg/dL(pouco mais elevado
em idosos), crianças: 5 a 18mg/dL. A relação entre uréia e creatinina plasmática em que ser inferior a 40,
caso essa relação der maior que 40, isso representa uma azotemia pré renal, porque a creatinina é uma
substância livremente filtrada pelo rim significando que vou encontrar se o rim tiver em condições
normais elas estarão em níveis normal. Se der maior que 40 significa que a creatinina ta boa mas a ureia
ta muito alta, dando a entender que provavelmente o paciente está tendo um aumento da degradação
de proteínas, aumento do consumo de proteínas, aumento na produção de uréia e não na filtração, por
isso que ureia e cretinina sempre precisam andar juntas quando eu quero fazer avaliação da função
renal.

HiperUremia pré renal(hepática): posso encontrar aumento da ureia em decorrência de uma dieta rica
em proteínas, onde os aa vão ser oxidados em cetoácidos e o grupamento amino excedente vai
aumentar produção de uréia; jejum prolongado onde vou fazer degradação proteíca para produção de
energia, eliminando esse grupamento amino na forma de uréia; dieta proteíca com alteração a nivel
tubular, glomerular, intesticial ou vascular não havendo filtração adequada. A ureia não vai sofrer
nenhuma interferência a não ser renal. Geralmente, fora os fatores citados anteriormente, pode
decorrer da perfusão inadequada do rim(diminuição da filtração glomerular) chamada de hipoperfusão.
Na hipoperfusão a pessoa tem uma queda na pressão sanguínea, essa diminuição da pressão sanguínea
vai ativar barorreceptores e sinusóides caróticos fazendo com que haja a produção de um sinal que vai
ativar o SNsimpático. Esses SNsimpático como feedback vai promover uma vasoconstrição arteriolar
aferente da arteríola aferente reduzindo a pressão intraglomerular e diminuindo a taxa de filtração
glomerular promovendo a secreção de renina que vai converter angiotensina I em II estimulando a
liberação de aldosterona promovendo maior absorção de sais e água no túbulo coletor distal.
Automaticamente quando eu tenho uma diminuição da pressão sanguínea, eu vou ter uma hipoperfusão
que vai gerar uma resposta contrária podendo ocasionar em uma uremia do tipo pré renal. O decréscimo
do fluxo sanguíneo renal pode ser visto em situação como insuficiência cardíaca, choque, hemorragia,
desidratação, volume sanguíneo diminuido; uso de cortisol ou análogos alteram o sistema renina-
angiotensina-aldosterona; reabsorção de proteínas sanguíneas; alteração no metabolismo proteíco
também causam uremia pré-renal.
Uma vez detectada o aumento da uréia plasmática sem elevação da creatinina sérica, vou suspeitar de
uremia pré renal onde posso encontrar azotemia(aumento de compostos nitrogenados), oligúria, anúria,
alguns volumes variaveis como hemoconcetração, hipercalcemia, hiperuremia, hipernatremia e
bicarbonato.

Uremia renal: tem-se aumento de uréia quando eu tenho uma disfunção nos vasos sanguíneos(na
arteríola), quando eu tenho uma alteração no glomérulo, ou túbulo, ou no interstício, qualquer uma
dessas regiões do néfron pode gerar uma diminuição da filtração glomerular e quando eu diminuo a taxa
de filtração glomerular consequentemente eu retenho a nível plasmático todos os compostos que
deveriam ser filtrados. Cursando com uremia renal posso encontrar oligúria,
glomerulonefrites(hematúria, cilindros eritrocitários e leucocitários, proteinúria), necrose tubular
aguda(agentes nefrotóxicos), nefrite intersticial aguda(inflamação, edema, hematúria e piúria) e outros
fatores como desidratação, edema, que causam perfusão renal diminuida ou aumento do catabolismo
das proteínas.
Diagnóstico laboratorial: é feito com base no aumento de uréia e dosagem de creatinina.
Consequentemente vai haver diminuição na produção de eritropoetina(anemia), diminui produção de
vitamina D3(osteoporose, pois essa vitamina auxilia na absorção e deposição de cálcio), alteração na
excreção de sais e água(acidose, hipertensão e edema).
Obs: Quando for avaliar a dosagem de creatinina é importante tomar cuidado porque ela sofre muita
variação de acordo com a massa magra do indivíduo. Se ela sofre alteração de acordo com essa massa
magra, tenho que considera-la caso de creatinina alta em casos de atletas em hipertrofia.

Uremia pós renal: pode estar presente em alguns casos como obstrução do ureter(ureia não sai na
urina, sendo reabsorvida e vai para a circulação), obstrução na saída, azotemia e poliúria(podendo ou
não apresentar polaquiuria(aumento da frequencia urinária)).

HipoUremia: relacionada com a falta de formação da uréia que acontece no fígado, provavelmente
paciente apresenta disfunção hepática. Pode gerar hipoamonemia(ausencia total ou exagerada de
uréia/amônia que pode ser fatal. O excesso de amonia causa retardo metal no SNC e letargia(morte).
Outras causas: déficit alimentar(proteínas), desnutrição, hiper-hidratação.
Dterminação de uréia: paciente não precisa de jejum, sem necessidade de cuidado especial pré exame,
podendo fazer dosagem imediata. Amostra: soro e plasma heparinizado, isento de hemólise,
refrigerar(devido decomposição bacteriana).

Creatinina: é um composto nitrogenado, não proteíco. Produzida a partir da


creatinofosfato(armazenamento de energia) quando há sintese energética na contração de músculo
esquelético. Ela é produzida diariamente independente da atividade muscular e é excretada
constantemente(variável de acordo com a massa magra). Pode ser sintetizada no fígado, rim e pâncreas
sendo armazenada nas células musculares e no tecido nervoso onde vai servir como reservatório
energético, na quebra dessa fosfocreatina vou ter a liberação do ácido fosfórico e água que vai originar a
creatinina. A creatinina sai da musculatura e vai para o plasma onde vai ser filtrada a nivel glomerular.
Ela é livremente filtrada, significando que ela não sofre interferencias de taxa de excreção/reabsorção,
sendo um composto muito importante e útil para avaliar a filtração do glomérulo. Ela sofre uma
pequena reabsorção e secreção, mas são quantidades compensatórias por isso ela é livremente filtrada.
No caso de uma função renal/filtração glomerular deficiente, eu vou ter o aumento da creatina
plasmática e esse aumento é caracterizado como hipercreatinemia, independente de fatores pré renais,
renais ou pós renais.
Avaliação da creatinina: tem como objetivo para avalariar a depuração para conferir se o glomérulo está
filtrando o volume adquado de elementos sólidos do sangue e proteínas. Permite mensurar a taxa de
filtração glomerular já que a creatinina não sofre influencia de absorção e secreção, fazendo com que eu
consiga avaliar qual é a velocidade de filtração do rim, se ele ta filtrando adequadamente. A relação
entre creatinina e taxa de filtração glomerular é praticamente direta, significando que o quanto der na
dosagem de depuração da creatinina é igual a taxa de filtração glomerular. Ela não sofre influencia da
alimentação, fazendo com que ela se torne ainda mais um marcador ideal para esse tipo de análise.
Teste de creatinina: também chamado de Clearence. Coleto urina de 24h, meço concentração de
creatinina excretada, doso creatinina plasmática e jogo na fórmula:
Depuração da creatina = Volume urinário em 24h X concentração da creatinina na urina(mg/dL)
/(dividido) Creatina plasmática.
Quanto mais próximo de 1, melhor, porque significa que elas estão iguais, que a concentração está igual.
Quanto mais longe de 1 pior, porque significa que o volume urinário está muito maior do que o volume
plasmático ou vice versa.
Em média a depuração renal diminui com a idade(20 anos) - 6,5mL/min cada década. Essa depuração
sofre interferencia de acordo com exercício físico elevado, coleta de urina 24h incompleta, dieta
proteíca(altamente. Ex: dosar após churrasco).
Valores de referencia(menores de 20 anos): homens: 90 a 139 mL/min; mulheres: 80 a 125 mL/min.
Em relação a dosagem de creatinina sérica, ela vai avaliar a função renal mas geralmente em casos de
falencia renal significativa eu nunca consigo detectar pequenas perdas. Excelente método, fácil e rápido
mas preciso estar alerta em relação a dosagem da creatinina sérica. Outra avaliação que eu posso fazer é
a depuração renal, ou seja, taxa de filtração glomerular por meio da creatinina, porque os niveis da
creatinina plasmática e urinária tem que ser próximos ou iguais, então para avaliar o clearence da
creatinina eu vou fazer:
Clearence estimado = (140-idade) X Peso(kg)/(dividido) creatinina sérica X 72. Em mulheres multiplico
o resultado por 0,85, tem-se então a taxa de filtração glomerular ou depuração renal através da
creatinina.
HiperCreatinemia: ocorre em condições em que eu tenho uma redução da taxa de filtração
glomerular(menor excreção urinária), decorrente de situações pré renais(distrofia musculares, miastenia
grave, jejum), renal(lesão glomerular, túbulos renais e vasos sanguíneos), pós renais(compressões
extrínsecas dos ureteres, cálculos, obstrução dos ureteres). Os níveis de creatinina podem servir como
método de monitoramento de transplante, onde níveis aumentados vão indicar rejeição do transplante,
indica deficiencia na taxa de filtração glomerular.

HipoCreatinemia: sem significado clínico.

A creatinina é o principal indicador de função renal(néfrons), porém é um marcador inadequado para


doença renal em estágio inicial pois só vai estar alterado em situações com importante
comprometimento do rim(50-70% comprometido). A dosagem única da creatinina/dosagem sérica, não
é a melhor forma de avaliar o rim, mas o clearence da creatinina que é a relação da quantidade de
creatinina no sangue com a quantidade de creatinina excretada, é um ótimo método para avaliar a
função renal. Níveis crescentes de creatinina representam um dano renal, níveis decrescentes
representam melhora na função renal.
Determinação da creatinina: paciente evitar exercício intenso(ultimas 8h), evitar ingestão de excesso de
carne vermelha(ultimas 24h). Coleto amostra de soro ou plasma livre de hemólise, lipemia ou icterícia e
urina de 24h sem conservantes.
O reagente geralmente tem ácido pícrico que reage em meio alcalino com a creatinina formando a
substancia colorida(vermelha amarelado) chamada de picrato de creatinina. Essa coloração vai estar
diretamente relacionada com a concentração de creatinina, quanto mais vermelha amarelada mais
creatinina eu tenho.

Ácido úrico: é um produto do catabolismo das purinas, da quebra da adenina e da guanina realizado no
fígado. Está presente na urina em pequenas quantidades.
Quando eu tenho a degradação das purinas eu formo xantina e a xantina é transformada em ácido úrico.
Esse ácido é convertido em urato monossódico e vai ser eliminado na urina ou vai para a corrente
sanguínea. O problema do ácido úrico é que em excesso ele se deposita nas articulações ou preciptar na
urina formando cálculos ou gota.
Aumento do ácido úrico é causado por alimentação(rica em carnes, ovos, peixes e leguminosas que
contem muita purina, porque não conseguimos degrar o uratoxidase que vai se depositar).
A gota é causada por supersaturação do ácido úrico no sangue ou líquidos corporais que cristaliza e
deposita em articulações formando os tofos. Tem incidencia alta em homens entre 30-40 anos e
mulheres geralmente na menopausa. Pode acontecer por causa primária(devida aumento independente
drogas ou doenças coexistentes) ou segundária(devida doença de base ou dieta/uso de medicamentos).
Sintomas: artrite, litíase, nefrite, tofos.
Tratamento: retirar os elementos que estão causando o aumento do ácido úrico(alimentação, uso de
antiinflamatórios e antialérgicos para diminuir dor, diminuir fatores predisponentes e tentar mobilizar
esses uratos nos tecidos afim dos níveis plasmáticos voltarem ao normal.

Problemas renais associados HiperUricemia: o urato é completamente filtrado assim como a creatinina
mas ele é quase que totalmente reabsorvido no túbulo contorcido proximal, na insuficiencia renal
crônica pode causar um ácido úrico plasmático aumentado. Algumas substancias como salicilatos,
medicamentos a base dele pode afetar a via de transporte por isso algumas drogas pode causar acúmulo
do ácido úrico ou ainda reduzir a secreção tubular.
Tem pouca relevância clínica: a hiperUricimia não é tão importante mas geralmente está relacionada a
hepatopatias, deficiencia da xantina-oxidase que transforma xantina em ácido úrico, renovação ou
destruição celular que causa aumento na degradação de ácidos nucléicos, redução na síntese de purinas.

Determinação de ácido úrico: sem necessidade de cuidados especiais(ex: jejum), amostra soro, plasma
ou urina, através delas doso por métodos enzimáticos(importante que o plasma seja coletado em EDTA
ou fluoreto para não sofrer interferencia), lipemia e hemólise ausente e em casos de análise da urina em
mais de 24h é necessário refrigerar e conservar essa urina para manter o pH o menos alcalino possível.

Dor renal(por litíase): A cólica renal é uma dor em geral forte que se dá na região abdominal,
normalmente nos flancos, com possível irradiação para região da virilha. Ela resulta de uma obstrução
parcial ou total do ureter, um tubo muscular longo que liga cada rim à bexiga. Sintomas miccionais,
como a sensação de que a bexiga não esvazia, podem estar associados. Não existe uma posição de
conforto para o paciente, que usualmente apresenta-se inquieto, tentando encontrar uma maneira de
aliviar a dor. Podem ocorrer náuseas e vômitos.

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