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Prova Teórica: Práticas Funcionais II

Helmintos:
Shistosoma mansoni e a Esquistossomose: Barriga d'água, Xistose ou Mal do Caramujo:
Forma evolutiva: Ovo > Miracídio > Esporocisto > Cercária > Esquistossômulo > Adulto > Ovo
Ciclo biológico:

1. No hospedeiro humano, os ovos contendo miracídios são eliminados com as fezes ou a urina na água.

2. Na água, os ovos eclodem e liberam os miracídios.

3. Os miracídios nadam e penetram em um caramujo (hospedeiro intermediário).

4. Dentro do caramujo, os miracídios progridem através de 2 gerações de esporocistos para se tornarem


cercárias.

5. As cercárias nadadoras livres são liberadas do caramujo e penetram na pele do hospedeiro humano.

6. Durante a penetração, as cercárias perdem sua cauda bifurcada, tornando-se esquistossômulos. Os


esquistossômulos são transportados através da vasculatura até o fígado. Lá, se transformam em vermes
adultos.

7. O par (macho e fêmea) de vermes adultos migra (dependendo da espécie) para as veias intestinais no
intestino ou no reto, ou para o plexo venoso do trato geniturinário, no qual vivem e botam ovos.
Transmissão: penetração ativa das cercárias na pele(pés, pernas), atividade das cercárias(10 a 16 horas),
ingestão de alimentos contaminados com cercárias(penetram mucosa).
Esquistossomose Aguda:
- Quadro clínico: 10-35 dias pós infecção apresenta-se assintomática ou mal estar, febre, tosse, dores
musculares, dor abdominal. 50 dias pós infecção ocorre a disseminação dos ovos na parede do intestino
com áreas de necrose(enterocolite), estado febril, sudorese, calafrios, emagrecimento, diarreia, cólicas,
hepatoesplenomegalia discreta. Leucocitose com eosinofilia, aumento de globulinas e alterações
discretas das transaminases.
Esquistossomose Crônica:
- Quadro clínico: Intestino: formação dos granulomas - intensa reação inflamatória, diminuição do
peristaltismo, dores abdominais, diarréia mucossanguinolenta. Fígado: doloroso e aumentado,
granulomas - hipertensão portal, além de apresentar também, esplenomegalia, varizes(esofagogástricas
e há tendência a hemorragias(hematêmeses) que podem ser graves), ascite(ou barriga d'água devido
alterações hemodinâmicas consequência da esquistossomose crônica).
Ps: verme adulto - hematófagos 2,5mg de Fe/dia.
Diagnóstico:
- Clínico: dificil.
Procedência, hábitos(banhos em rios, pescarias, trabalhos), dermatites, baço e fígado aumentados.
- Parasitológico:
Encontro de ovos nas fezes, sedimentação(EPF) ou centrifugação em éter sulfúrico, concentração por
tamização(kato e kato-katz).
- Biópsia retal, biópsia hepática, ultrassonografia, diagnóstico imunológico(ELISA) e diagnóstico
molecular.
Tratamento: Oxamniquina 15mg/kg, Praziquantel 60mg/kg - Dose oral e única em ADULTOS.

Teniase e Cisticercose:
Agente etiológico: Taenia solium e Taenia saginata - Solitárias(3 a 8m).
Teníase é diferente de cisticercose.
Teníase: forma adulta da taenia saginata ou taenia solium no intestino delgado humano.
Cisticercose: larva(forma metacestódea) de taenia solium ou de taenia saginata nos tecidos de seus
hospedeiros intermediários.
Ciclo biológico:
Transmissão:
- Teníase: carne suína ou bovina crua ou malcozida infectada pelo cisticerco de cada espécie de taenia.
- Cisticercose: autoinfecção externa(portados de taenia solium eliminam proglotes e ovos de sua própria
tênia levando as à boca), autoinfecção interna(vômitos, movimentos retroperistáltico intestinal,
proglotes ou ovos de taeniam solium, estômago(ciclo autoinfectante) e heteroinfecção(ingestão de ovos
de taenia solium de outro paciente).
Quadro clínico:
- Teníase: dor abdominal, náuseas, fraqueza, perda de peso, apetite aumentado, cefaléia, constipação
intestinal, vertigem, diarréia, prurido anal, apendicite(taenia saginata), obstrução intestinal.
- Cisticercose: muscular e subcutânea assintomática - dor, fadiga e caimbra, cardíaca - palpitações, ruídos
anormais e dispneia, ocular - reação inflamatória exsudativa, perda total ou parcial da visão.
Neurocisticercose: hipertensão intracraniana, calcificações, hidrocefalia, crises epiléticas(70 a 90% dos
pacientes).
Diagnóstico:
- Teníase: parasitológico de fezes - encontro de ovos nas fezes.
- Cisticercose: biópsias, necropsias, cirurgias e exame oftalmológico de fundo de olho. Neurocisticercose:
líquor, neuroimagem e sorologia(ELISA), tomografia, ressonância magnética.
Tratamento:
- Niclosamida e Praziquantel - 4 comprimidos 150mg intervalo de 1h - dose única.
- Neurocisticercose: albendazol(15mg/kg/dia durante 8 dias) e praziquantel.

Hymenolepis nana: ou himenolepíase


Características: menores cestódeos(tênia anã - 2 a 4cm), verme adulto - intestino delgado(íleo e jejuno) -
crianças, ovos presentes nas fezes.
Transmissão: ingestão de ovos e/ou alimentos, autoinfecção interna(ovos - luz intestinal - eclosão antes
de sair para o ambiente) e autoinfecção externa(prurido anal - ovos sob unhas - ingestão de ovos).
Quadro clínico: nº de parasitas(<10 anos): diarreia, desconforto, dores abdominais, insonia, irritabilidade
e má absorção.
Diagnóstico: parasitológico de fezes, critério de cura: EPF negativo após meses.
Tratamento: niclosamida e praziquantel - dose única - toda família, repetir uso durante 10 dias.

Ascaris lumbricoides: ou ascaridíase/ascaridiose(lombriga)


Características: parasitos longos de cor branca leitosa. Fêmeas: 30-40cm/maiores que os machos;
Machos: 15-30cm/menores que as fêmeas.
Ciclo biológico:

1. Vermes Ascaris adultos vivem na luz do intestino delgado.

2. Uma fêmea pode produzir cerca de 200.000 ovos por dia; os ovos são excretados nas fezes. Os ovos
não fertilizados podem ser ingeridos, mas não são infecciosos.

3. No meio ambiente, os ovos fertilizados, dependendo das condições, se tornam embrionários e


infecciosos entre 18 dias e algumas semanas; as condições ideais são solo úmido, quente e sombreado.

4. Ovos infecciosos são deglutidos.

5. No intestino delgado, os ovos eclodem em larvas.

6. As larvas penetram a parede do intestino delgado e migram via circulação porta até o fígado, a seguir
via circulação sistêmica até os pulmões, onde amadurecem ainda mais (em 10 a 14 dias).
7. As larvas penetram as paredes alveolares, ascendem a árvore brônquica até a garganta e são
deglutidas. A seguir retornam ao intestino delgado, onde se transformam em vermes adultos.
Transmissão: ingestão de água e alimentos contaminados com ovos contendo larva L3, os ovos tem
grande capacidade de aderência a superfícies.
Quadro clínico:
- Larvas: infecções moderadas - tosse, migração através dos alvéolos pulmonares induz quadro
pneumônico com febre, tosse, dispnéia e eosinofilia - síndrome de Loeffler, tosse(muco) - sangue, larvas,
crianças: estado nutricional e imunitário.
- Vermes adultos: Ação espoliadora(aumenta consumo de proteínas, carboidratos, lipídeos e vitaminas(A
e C) - subnutrição e depauperamento físico e mental. Ação tóxica(antígenos parasitários e anticorpos
alergizantes do hospedeiro - edema, urticária, convulsões. Ação mecânica(irritação e obstrução).
Despigmentações circunscritas, mais conhecidas por "pano".
Oclusão ou semi oclusão intestinal: bolo de vermes palpaveis na região abdominal.
Localização ectópica(ascaris errática): aumenta cargas parasitárias ou verme, sofre ação irritativa(febre,
uso impróprio de medicamentos ou ingestão de alimentos condimentados), obstrução das vias biliares
intra-hepáticas(icterícia), apendicite, tecidos hepáticos(abscessos hepáticos múltiplos), pancreatite.
Diagnósticos laboratorial: identificação de ovos nas fezes - 40 dias após infeção, fêmeas eliminam
200mil/dia.
Ps: ovos viáveis(meses ou anos, sobretudo em dimunuição de temperatura.), resistentes a agentes
químicos(formol, feno, hidróxido sódio).
Tratamento: albendazol 400mg - dose única, mebendazol 500mg - dose única.

Enterobius vermicularis: ou enterobíase ou enterobiose


Ciclo biológico:
Transmissão:
- Heteroinfecção: ovos, poeira ou alimentos atingem novo hospedeiro.
- Indireta: ovos, poeira ou alimentos atingem o mesmo hospedeiro que os eliminou.
- Autoinfecção externa ou direta: crianças ou adultos levam ovos da região perianal à boca(cronicidade
da doença).
- Autoinfecção internta(raro): larvas eclodem no reto, migra para o ceco na forma de verme adulto.
- Retroinfecção: larvas eclodem na região perianal, penetra no ânus, migra pelo intestino grosso até o
ceco na forma de verme adulto.
Características: assintomático, ação patogênica(mecânica e irritativa), processo inflamatório(diarréia,
náuseas e dor abdominal), prurido anal, irritação da mucosa anal, dermatite, sangramento, infecções
secundárias, escoriações, periodicidade à noite(nervosismo, irritabilidade e insônia), lesões
ectópicas(formação de granulomas - ceco, próstata e fígado), perfuração do intestino e localização do
verme no peritônio. Sintomático: eonsinofilia discreta e moderada.
Diagnóstico: pesquisa de ovos nas fezes(sedimentação espontânea(EPF-Lutz 1919). Características dos
ovos: aspecto de letra D, membrana dupla, lisa e transparente, ovoposição - região perianal, 11 mil ovos,
interior - larva. Método de graham ou fita gomada.
Tratamento: paciente e pessoas do seu convívio devem fazer uso de pamoato de pirantel(líquido e
comprimido/10mg/kg - dose única) e albendazol(200mg, dose única. Em crianças usar 100mg).

Trichuris trichura: ou tricuríase


Características do verme: verme adulto(chicote), medem de 3 a 5cm, extremidade anterior delgada(em
forma de chicote), extremidade posterior mais volumosa, habitat - ceco, cólon, apêndice ou
íleo(intestino grosso).
Ciclo biológico:

Transmissão: ingestão de água e alimentos contaminados com ovos de trichiura. Ovos são resistentes a
condições ambientais - disseminados pelo vento/água.
Quadro clínico: infecções leves - assintomáticas. Epitélio e lâmina prórpia(onde os vermes estão
mergulhados). Processo irritativo das terminações nervosas locais - aumento do peristaltismo,
dificuldade de reabsorção de líquidos a nível do intestino grosso), pacientes sintomáticos: nervosismo,
insônia, diminuição do apetite e peso, diarreia, dor abdominal, tenesmo, mucosa com sangue, prolapso
retal(crianças com infecções mais intensas: trichuriase maciça infantil): estado nutricional, diminui tônus
muscular, edema da mucosa, tenesmo e disenteria prolongada.
Diagnóstico: pesquisa de ovos nas fezes(sedimentação espontânea(EPF, Lutz 1919).Característica do ovo:
forma de barril, alongado, 3000-1000 ovos/dia, viáveis: 3 anos.

Ancylostoma duodenale: ou ancilostomíase ou ancilostomose(amarelão)


Característica do verme: os vermes adultos são cilíndricos, cápsula bucal, 2 pares de dentes ventrais -
margem interna da boca, habitam o intestino delgado(duodeno, jejuno e íleo).
Ciclo biológico:
Transmissão: penetração ativa: oral e subcutânea.
Quadro clínico:
- Fase aguda: penetração na pele: dermatite pruriginosa(coceira da terra), alterações pulmonares(tosse,
inflamação da gargante e febra, coriza, faringite, laringite, pneumonite, síndrome de Loeffler, eosinofilia
sanguínea alta(30-60%).
- Fase crônica: parasitismo intestinal: espoliação sanguínea e deficiência nutricional(fase de anemia),
aparos bucais corrantes(sucção e secreção de enzimas hidrolíticas e agentes anticoagulantes - perda
intensa de sangue intestinal), anemia por deficiência de ferro e hipoalbinemia.
- Geral: palidez, conjuntivas e mucosas descoradas, cansaço, desânimo e fraqueza, dor abdominal e
muscular, náusea, vômito, anemia.
Diagnóstico: clínico: sinais e sintomas, métodos parasitológicos: pesquisa de ovos nas fezes, métodos
imunológicos(ELISA): eticácia limitada.
Tratamento: albendazol - 400mg, Mebendazol - 500mg, programas de vermifugação em escolas -
EFICAZ.

Strongiloydes stercoralos: ou Estrongiloidíase


Características: elimina larvas na pele ou fezes. Essas larvas penetram pela pele e atingem a corrente até
chegar aos pulmões, nos pulmões viram L4, sobem pela árvore bronquica onde podem ser expelidas ou
expectoradas. Se forem expelidas vão para as criptas de liberkun causando diarréia e afins. Pode se
instalar em fígado, rins e cérebro.
Diagnóstico: Exame parasitológico de fezes, não libera regularmente portanto tem que colher de 3 a 5
amostras em dias alternados para que se encontre larvas nas amostras.
Exames específicos: Hidrotermotropismo das larvas(Rugai ou Berman Moraes)
Ps: O restante das doenças são só EPC de rotina, método de sedimentação espontânea(Hoffman, Pois e
Tarner ou Lutz). Ovo e larva sedimenta da água após descansar por 2h, é esse sedimento que iremos
analisar.

Métodos parasitológicos:
- Qualitativos: verifica presença ou ausência de parasitos.
Ex: Sedimentação = Hoffman, Pons e Taner ou Lutz.
Hidrotermotropismo = Baerman-Moraes ou Rugai.
- Quantitativos: quantifica carga parasitária, quantidade de ovos ou larvas. Critério de cura.
Ex: Kato-Katz: quantifica número de ovos(Schistosoma Mansoni = critérios de cura).

Profilaxia das Helmintíases:


Saneamento básico, educação sanitária, hábitos adequados de higiene, tratamento em massa,
proteção de alimentos(poeira, insetos), tratamento da água.

Métodos diagnósticos parasitológico em amostra de fezes:


- Diagnosticar os parasitos intestinais: pesquisa as diferentes formas parasitárias eliminadas nas fezes.
- Exame macroscópico: consistência das fezes, odor, presença de elementos anormais-muco, sangue,
vermes adultos ou parte deles.
- Exame microscópico: visualização de ovos ou larvas de helmintos, cistos, trofozoítos ou oocistos de
protozoários.

Exame parasitológico de fezes(EPF):


Método de Hoffman, Pons & Janer ou método de Lutz(sedimentação espontânea).

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