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Onde o vento faz a chuva...

Autor: José Augusto Rocha,


no inverno Amazônico de 2016.
O Vale do rio Juruá, é uma região onde encontrei seis cidades dependentes do rio e da floresta
viva; Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves, Mâncio Lima, Porto Walter, Marechal Thaumaturgo,
todas no Acre e Guajará no Amazonas, essa região é um verdadeiro caldeirão de contos, lendas e
causos de fim de tarde, na beira do rio. Mas o maior desafio é manter a consciência de vida pura.
Aqui, depois de rabiscos e anotações, buscamos descrever a magia e os encantos, que é conviver
com os habitantes desta terra, na luta por um lugar no ultimo por do sol do Brasil...
Assim descrevo e transcrevo as emoções e recordações das amizades que por lá tive o prazer de ter.

Prof. José Augusto Rocha - Inverno de 2016


Cruzeiro do Sul

Marechal Thaumaturgo Rodrigues Alves


Porto Walter Guajará
Mâncio Lima
Não manche a natureza com seu poder, imoral
Tenha o respeito sobre as formas de vida que dependem de suas atitudes, para se manter vivo. Quando
em algum dia ficar sem comida, água em seu habitat, vai saber como esta afetando as outras vida na terra.
Consuma conscientemente, e verá que precisa de muito pouco para sobreviver um tempo a mais com os
outros seres vivos no planeta. Os códigos de barra ainda não valem para os que sabem do valor de um
ambiente inteiro e natural.
No fim só a carcaça, fica na conta do ser vivente
Nada pode levar, nada pode replicar depois da passagem terrena.
Portanto faça todo o bem que puder para conviver com as outras criaturas.
Depois, só fica os ossos e uma leve lembrança da vida besta que levamos, no tempo determinado no ato
de nossa criação. Só temos uma vida mudar isso.
Eduque com a mão que nasceu e receberá vida pura
Crianças aguardam as nossas orientações sobre como sobreviver futuramente nas cidades, florestas, rios,
ramais deste vale verde. Não desperdice a oportunidade de melhorar o mundo que deixaram pra ti
sobreviver. A chance é única e o caminho é um só. Aprenda, desenvolva, evolua suas criaturas com
entusiasmo.
Aqui, as aguas trazem saúde e levam boas lembranças
Peixe, sapo, serpente, abelhas, sobrevoam as águas que banham o vale. Enquanto o ser humano deposita
seus excrementos jogando a sopa de problemas nas veias da terra que chamamos de nossa. O seu grito,
seco e raso, como o sobrevoo na carcaça que ficou no igarapé morto, poder ser uma resposta não tão boa e
nem tão tarde quanto queremos mudar a realidade para as futuras gerações dos povos da floresta.
No tapiri feito na força do mangara da banana de barranco quebrando.
Subida de descrente, é cheio de malandragem. Só leva vantagem enquanto fica mocado, será?
Aproveita o que nuntem marca e ocupa ou leva adiante até parecer dono. Comum então, é tornar a pedir
pra num ter de contar despeza de bruguelo no trapiche quando cresce. No tempo de vaca gorda, o pasto cai
devagar, mas o bode velho aproveita. Cabrito come ligeiro pois num sabe que bucho quebra e espoca com
viana no festejo de barão. Novenário já se tornou ponto de encontro de compadre biscatear.
Nuvens claras, sinal d igarapé verde escuro e espuma no remanso do rio
Quando a chuva derrama e inunda as florestas, e depositam suas folhas para receber os frutos, flores e
galhos das rainhas majestosas. Chega a hora do banquete dos animais e peixes, que decompostamente, se
servem para nutrirem as criadas vidas no tempo. Biodiversidade é assim, integração de vida energia não
tem medida só fluxo e forças o resto é sentimento natural de poder e devaneio do pensamento...
Tradição da cultura vira espanto da vida pública no seu caminho
O ganho de poder social, econômico e politico crescente está inversamente proporcional as tradições
ribeirinhas e dos seringueiros que se respeita na hora e no tempo, que sente o momento de falar. Esse e
um bem maior de qualquer família que luta para manter a boa reputação e a irmandade pela floresta.
Quem não entender essa dinâmica perde o batelão da descendia e honra por aqui e acola.
Com asas nos frutos, é colheita certa de verão
As borboletas, libélulas, vespas, moscas, cabas e uma diversidade de insetos nutrem-se do néctar dos
frutos maduros da floresta. Mas quando chega os pesticidas, essa diversão acaba, assim como reduz os
alimentos no vale. Afinal quem faz a floração das plantas da cor e alegria ao verde? Só quem come
plástico e isopor não entende isso.
No tempo de rios voadores, fumaça branca é sol de rachar casco
Até que da pra estimar o tempo, que se leva pra conta o tamanho de gota que cai no chão, mas com o
ritmo que se vai levando os cavalos de ferro nos grotões de ramais, o tempo vai mudar logo logo.
Fumaça não faz mais sereno no meio da floresta de várzea, o ardume do sol nem deixa a terra dormi,
pra esfriar. Só sei que a terra tá chocando rapidinho. Nem quero ver a cria disso.
Quem lê mal, fala mal, ouve só o que quer, idem idade, se dê forma rapaz
O ato da leitura é um pedacinho da forma de percebermos a ótica de leitura, com a visão do escritor,
isso pode mudar a identidade de uma humanidade, ou acabar com ela. Depender do saber saber, é mais
saudável do que perceber e não ler. Porque então não perguntar antes de falar. Só assim aprendemos
melhor com nossas atitudes. Humildade e simplicidade faz um milagre na vida de qualquer pessoa
entusiasmada, creio eu...
As talas de metal sobem ao sabor da piracema de mandim cãncia
Os pescadores de desejos e sonhos na vida comunitária, chega no tempo de piracema visita os remansos
e sai a busca dos mandins, gordo e sedentos de lodo, para sua temporada de poucas águas. No tempo de
pesca de barranco todos ficam mais claros e lustrosos, pois na rede de peixe grande, peixe pequeno ou é
lista ou é vice na brossa nova.
Canarana é casa de surucucu de barranco, cuida senão vira presa na caminho...
Os socos ficam na espreita dos primeiros cardumes do verão. Praia de fora e garantia de melancia no
bote do menino. Firme mesmo é o toco no meio dório onde batelão peleja mas num tem jeito acaba
roçando de noite. Recreio em noite de luar é prenha certa, afinal tatu entocado fica duro também.
Gamela com cacau seco cheira mesmo é suvaco molhado. Peixe muquinhado no lago só é bom com
arroz batido na lua nova, num fica cheiroso. Tracajá esconde carcaça quando agente passa, senão vai
parar no braseiro da praia. Água de pote acalma o calor da mocinha, mão do barbado, fresco.
O vento transforma águas em chuvisco de rabisca, viu, acabou.
Todo ano, tem mermo o momento de chuva, de seca, e queimada. E mesmo assim os adiantados que
morrem fadigados com estrume não garantem o que come no almoço. A paga alimenta o serviço
enquanto se adianta a mazela nos cantos isolados. Afinal quem ganha, gasta fora pra não ver o rio que já
secou de tanta facada. Ela até deixa o lodo com arraia, pra avidar que está ficando razoavelmente
cansado do ariramba mirar o seu peixe suculento que levou anos para crescer e subir de piracema até o
guajará, mas...
Batelão em Rodrigues Alves - Acre Lago do Porongaba – Porto Walter - Acre

Samaúma do Môa – Mâncio Lima - Acre Rio Môa – Mâncio Lima - Acre
Rio Juruá – Marechal Thaumaturgo - Acre Lago do Porongaba Porto Walter - Acre

Rio Juruá – Porto Walter - Acre Rio Juruá – Cruzeiro do Sul - Acre
Serra do Jaquirana Mâncio Lima - Acre Rio Môa –Mâncio Lima - Acre

Serra do Juruá Mirim – Porto Walter - Acre Balsa de Gás – Cruzeiro do Sul - Acre
Vila do Trapiche – Guajará, Amazonas Beiradão – Guajará, Amazonas

Programa de Valorização dos

A m a z ô n i c o s
Praia da Floresta– Guajará, Amazonas
COLABORADORES DO PROGRAMA RIOS AMAZÔNICOS

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