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Influência do Capital Social nas formas de participação política:

Análise comparada entre Porto Alegre e Montevidéu

Autora: Simone Piletti Viscarra simoneviscarra@gmail.com

Orientador: César Marcello Baquero Jacome baquero@brturbo.com.br

Filiação: Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Endereço: Av. Bento Gonçalves 9500

Resumo: Este é um trabalho de origem quantitativa e comparativa que tem


como proposta analisar diferenças e similitudes entre as formas participação e sua
relação com indicadores de Capital Social como: confiança interpessoal e
interinstitucional em duas cidades da América Latina: Porto Alegre, Brasil, e
Montevidéu, Uruguai. Para esse fim está sendo utilizado o banco de dados desenvolvido
pelo Núcleo de Pesquisas sobre América Latina e Grupo de Estudos Interdisciplinar
sobre a Mulher no ano de 2005: Capital Social e Desenvolvimento Sustentável na
Construção da Cidadania e melhoria da Qualidade de Vida1, ambos desenvolvidos pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul e apoio CNPq. Para o estudo foi utilizada
uma amostra calculada com base nos parâmetros de sexo, idade e escolaridade
fornecidos pelo IBGE (ou órgão responsável), sendo os entrevistados maiores de 16
anos de idade residentes na cidade.

A proposta é verificar a existência de relação entre indicadores de Capital Social


com níveis de participação. Nessa pesquisa o conceito participação política é entendido
como qualquer ação, seja de caráter coletivo ou individual, que influencie diretamente
ou indiretamente na esfera política. Quando falamos em participação política é
importante ressaltar que esta pode ocorrer por meios institucionais, autorizada ou
regulada por leis, como, por exemplo: votar em eleições, militância partidária, filiação
partidária, entre outras, definida como participação convencional. Ou pela forma não
convencional, referente às ações que se utilizam de meios extra-institucionais, indo de
encontro às regras estabelecidas, como greves, ocupações, obstrução de vias públicas,
etc. Agrega-se a este estudo, ainda, novas formas de inserção política como ONGs,
movimentos de bairros e associações comunitárias, aqui denominadas como
participação comunitária. Para tal utilizei a elaboração de um índice para medir o nível
de participação entre os cidadãos nas três esferas mencionadas.

Nesse trabalho parto da hipótese que a participação política é diretamente


influenciada pela presença dos indicadores Capital Social. Entende-se Capital Social
como algo ligado às condições necessárias para a criação de redes de relações que visem
melhorar a reciprocidade entre os cidadãos, de forma a que esses possam alcançar os
seus objetivos de maneira coletiva. Ou seja, quanto maior for à presença desses
indicadores maior será o nível de participação da população principalmente na esfera
comunitária. Nesse ponto enfatizo que meu trabalho esta em andamento e os resultados

1
Originalmente a pesquisa engloba também a cidade de Santiago do Chile, porém para esse trabalho dos dados dessa cidade não
será utilizada.
parciais apontam que indicadores desse conceito influenciam na forma e no nível de
participação sócio-política local. Essa afirmação é melhor evidenciada na cidade de
Montevidéu onde verificou-se e maiores índices de participação e confiança interpessoal
e interinstitucional.

Bibliografia

BAQUERO, Marcello. 1999, Partidos e cultura política na América Latina: uma


combinação de instabilidade política? In: BAQUERO, Marcello, (org.) Desafios da
democratização na América Latina. Porto Alegre, Editora da Universidade/ UFRGS/
Centro Universitário La Salle.

BAQUERO, Marcello. Construindo uma outra sociedade: o capital social na


estruturação de uma cultura política participativa no Brasil. Scielo (www.scielo.com)
acessado em 01/11/05.

DURLAUF, Steve, 2004 Social Capital. http://www.ssc.wisc.edu/econ/Durlauf,


University of Wisconsin, acessado em 11/05/2005

SCHERER-WARREN, Ilse, Redes de Movimentos Sociais. Ed. Centro João XXIII


1993

PATEMAN, Carole. 1992, Participação e teoria democrática. Rio de Janeiro: Paz e


Terra.

PUTNAM, R., 1993 Making Democracy Work. Civic Traditions in Modern Italy.
Princeton, NJ: Princeton University Press

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