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ANÁLISE DA VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DA REGIÃO DE

PENDOTIBA, NITERÓI-RIO DE JANEIRO

Monografia submetida ao corpo docente do curso de pós-


graduação lato sensu em Análise Ambiental e Gestão do
Território como parte dos requisitos necessários para a
obtenção do certificado de Especialização em Análise
Ambiental e Gestão do Território.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL


JANEIRO DE 2016

I
ANÁLISE DA VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DA REGIÃO DE
PENDOTIBA, NITERÓI-RIO DE JANEIRO

LEANDRO HENRIQUE VOUGA PEREIRA

MONOGRAFIA SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE PÓS-


GRADUAÇÃO LATO SENSU EM ANÁLISE AMBIENTAL E GESTÃO DO
TERRITÓRIO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A
OBTENÇÃO DO CERTIFICADO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ANÁLISE
AMBIENTAL E GESTÃO DO TERRITÓRIO.

Aprovada por:

________________________________________

ProfaJulia Celia Mercedes Strauch, D. Sc.

________________________________________

Prof. Rafael Lopes da Silva, M. Sc.

________________________________________

ProfªFlávia Elaine da Silva Martins. D. Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL


JANEIRO de 2016

II
AGRADECIMENTOS

Certamente estes agradecimentos não irão atender a todas as pessoas que fizeram
parte desta fase importante da minha vida, que foi a concretização da minha
especialização. Portanto, desde já peço desculpas a todas as pessoas que não foram
mencionadas aqui, mas elas podem estar certas que fizeram parte desta caminhada e estão
incluídas na minha gratidão.

Primeiramente agradeço aos meus pais pelo trabalho duro e comprometimento


que tiveram ao longo da vida, me possibilitando a continuação dos meus estudos.

Agradeço a minha noiva pelo apoio e paciência durante toda esta jornada de
muitas aulas, trabalhos, pesquisa e ônibus.

Reverencio a Professora Dr. Julia Celia Mercedes Strauch pela sua dedicação e
pela orientação a este trabalho, que sem ela não seria possível obter a qualidade em que
está a pesquisa. E, por meio dela, eu me refiro a toda comunidade da Escola Nacional de
Ciências e Estatística (ENCE) pelo apoio.

A todos os meus colegas de trabalho gostaria de expor a minha satisfação de ter


a honra de conviver com eles durante a realização deste estudo. E, em especial ao meu
chefe Marcos Magalhães, que sempre disponibilizou a infraestrutura da sua empresa para
a realização deste trabalho.

Um agradecimento em especial a Professora Dr. Flávia Elaine da Silva Martins,


que teve toda a paciência em me orientar no meu primeiro trabalho de pesquisa, ainda na
Universidade Federal Fluminense (UFF).

III
ANÁLISE DA VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DA REGIÃO DE
PENDOTIBA, NITERÓI-RIO DE JANEIRO

RESUMO
A Região de Pendotiba, localizada no município de Niterói é uma área que está
passando por uma alteração nas suas leis de uso e ocupação, com a criação do seu novo
Plano Urbanístico Regional, o antigo era do ano de 1992. Deste modo, a presente pesquisa
sugere a construção de um índice de vulnerabilidade socioambiental, que possibilita uma
visão integrada das dimensões socioeconômica e ambiental, contendo, nesta última o
risco a movimentos gravitacionais e inundações. A construção do índice de
vulnerabilidade socioambiental consistiu no emprego de indicadores socioeconômicos e
demográficos do Censo 2010 e dados físicos, que foram sistematizados em nível de setor
censitário no ambiente de Sistema de Informações Geográficas. Para elaboração deste
índice, foi realizado primeiro a construção dos índices de vulnerabilidade social e
ambiental, para posteriormente a agregação destes resultarem no índice de
vulnerabilidade socioambiental. Para todos os índices foi utilizada a técnica de análise de
multicritérios que consiste na atribuição de pesos para cada variável, permitindo, assim,
a indexação das variáveis. A espacialização destes índices permite a classificação de
grupos populacionais, de acordo com sua vulnerabilidade socioambiental, determinando
assim, a fragilidade desses grupos mediante a ocorrência de algum evento ambiental.

Palavras-chave: Vulnerabilidade Socioambiental, análise multicritério, risco.

IV
SUMÁRIO

RESUMO ......................................................................................................... IV

LISTA DE FIGURAS ..................................................................................... VII

LISTA DE TABELAS ..................................................................................... IX

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 1

2. ÁREA DE ESTUDO .................................................................................. 5

2.1. Localização.......................................................................................... 5

2.2. Histórico de ocupação ......................................................................... 6

2.3. Caracterização Ambiental ................................................................... 8

2.3.1. Geologia ........................................................................................... 8

2.3.2. Geomorfologia.................................................................................. 9

2.3.3. Pedologia ........................................................................................ 10

2.3.4. Precipitação .................................................................................... 11

2.3.5. Áreas de Inundação ........................................................................ 13

2.3.6. Declividade ..................................................................................... 14

2.4. Caracterização Socioeconômica ........................................................ 15

2.4.1. Esgotamento sanitário .................................................................... 16

2.4.2. Abastecimento de água ................................................................... 17

2.4.3. Coleta de lixo.................................................................................. 18

2.4.4. Energia elétrica ............................................................................... 19

2.4.5. Renda média domiciliar per capita ................................................. 20

2.4.6. Média de moradores por domicílio ................................................ 21

2.4.7. Taxa de analfabetismo .................................................................... 22

2.4.8. Moradores dependentes .................................................................. 23

3. REFERENCIAISTEÓRICOS .................................................................. 25

3.1. Risco e perigo ........................................................................................ 25

V
3.2. Vulnerabilidade socioambiental ............................................................ 27

3.3. Geoprocessamento................................................................................. 29

3.4. Trabalhos relacionados .......................................................................... 31

4. MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................... 33

4.1. Materiais ................................................................................................ 33

4.1.1. Imagem de satélite .......................................................................... 33

4.1.2. Dados Socioeconômicos................................................................. 34

4.1.2. Dados Ambientais .......................................................................... 35

4.2. Etapas do trabalho ................................................................................. 35

4.3. Análise de multicritérios ....................................................................... 39

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................ 42

5.1. Resultados do mapa de uso e ocupação da terra ................................... 42

5.2. Resultados do índice de vulnerabilidade ambiental .............................. 45

5.3. Resultados do índice de vulnerabilidade social ..................................... 47

5.4. Resultado do índice de vulnerabilidade socioambiental ....................... 48

5.5. Disseminação da pesquisa ..................................................................... 50

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 56

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 58

VI
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa das Regiões de Planejamento de Niterói. Fonte: PMN, 2015................ 5


Figura 2 - Bairros de Pendotiba e suas principais vias de acesso. Fonte: PMN, 2015.
Elaboração: Própria. ......................................................................................................... 6
Figura 3 – Mapa de Geologia da Região de Pendotiba. Fonte: CPRM, 2007; PMN, 2015.
Elaboração: Própria. ......................................................................................................... 9
Figura 4 – Mapa de Geomorfologia da Região de Pendotiba. Fonte: PMN, 2015.
Elaboração: Própria. ....................................................................................................... 10
Figura 5 – Mapa de Pedologia da Região de Pendotiba. Fonte: CPRM, 2007. Elaboração:
Própria. ........................................................................................................................... 11
Figura 6 – Mapa de precipitação da Região de Pendotiba. Fonte: CPRM, 2011.
Elaboração: Própria. ....................................................................................................... 12
Figura 7 – Mapa de risco a inundação da Região de Pendotiba. Fonte: CPRM, 2013.
Elaboração: Própria. ....................................................................................................... 14
Figura 8 – Mapa de declividade. Fonte: PMN, 2014. Elaboração: Própria. ................... 15
Figura 9 – Mapa de Esgotamento Sanitário da Região de Pendotiba. Fonte: IBGE,2010.
Elaboração: Própria. ....................................................................................................... 16
Figura 10 – Mapa de Abastecimento de água da Região de Pendotiba. Fonte: IBGE,2010.
Elaboração: Própria. ....................................................................................................... 17
Figura 11 – Mapa de coleta de lixo da Região de Pendotiba. Fonte: IBGE,2010.
Elaboração: Própria. ....................................................................................................... 18
Figura 12– Mapa de acesso à energia elétrica da Região de Pendotiba. Fonte: IBGE,2010.
Elaboração: Própria. ....................................................................................................... 20
Figura 13– Mapa de renda média domiciliar per capita da Região de Pendotiba. Fonte:
IBGE,2010. Elaboração: Própria. ................................................................................... 21
Figura 14– Mapa de número de moradores por domicílio da Região de Pendotiba. Fonte:
IBGE,2010. Elaboração: Própria. ................................................................................... 22
Figura 15– Mapade alfabetização da Região de Pendotiba. Fonte: IBGE,2010.
Elaboração: Própria. ....................................................................................................... 23
Figura 16 – Mapa indivíduos dependentes da Região de Pendotiba. Fonte: IBGE,2010.
Elaboração: Própria. ....................................................................................................... 24
Figura 17 – Etapas da Pesquisa. Fonte: Própria.. ........................................................... 38

VII
Figura 18 – Arquitetura do SIGWEB ............................................................................. 39
Figura 19 – Variáveis ambientais separadas em grupo para análise de multicritérios. .. 40
Figura 20 – Variáveis sociais separadas emgrupo para análise de multicritérios. ......... 40
Figura 21 – Mapa de uso e ocupação da terra. Fonte: Própria. ...................................... 43
Figura 22 – Distribuição de amostras por classe. ........................................................... 44
Figura 23 – Mapa de Vulnerabilidade Ambiental. Fonte: Própria. ................................ 46
Figura 24 – Mapa de Vulnerabilidade Social. Fonte: Própria. ....................................... 47
Figura 25 – Mapa de vulnerabilidade socioambiental. Fonte: Própria. .......................... 49

VIII
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Percentual de domicílios com acesso a rede geral de esgotamento sanitário para
o ano 2010. ..................................................................................................................... 16
Tabela 2 – Percentual de domicílios com acesso a rede geral de abastecimento de água
para o ano 2010. ............................................................................................................. 18
Tabela 3 – Percentual de domicílios com acesso a coleta de lixo para o ano de 2010. .. 19
Tabela 4 – Percentual de domicílios com acesso a energia elétrica para o ano de 2010.20
Tabela 5 – Tabela de variáveis socioeconômicas e suas fontes. .................................... 34
Tabela 6 – Notas e pesos das variáveis Ambientais ....................................................... 41
Tabela 7 – Pesos das variáveis sociais ........................................................................... 41
Tabela 8 – Pixels amostrados por classe. ....................................................................... 43
Tabela 9 – Percentual do uso por classe. ........................................................................ 44
Tabela 10 – Matriz de confusão em %. .......................................................................... 45
Tabela 11 – Percentual de áreas vulneráveis ambientalmente na Região de Pendotiba. 46
Tabela 12 – Percentual das áreas vulneráveis socialmente na Região de Pendotiba. Fonte:
Própria. ........................................................................................................................... 48
Tabela 13 – Vulnerabilidade socioambiental por bairros na Região de Pendotiba. Fonte:
Própria. ........................................................................................................................... 49

IX
1. INTRODUÇÃO

No Brasil, o processo de expansão urbana se intensificou no século XX, mais


precisamente, a partir da década de 1930, quando houve mudanças estruturais na
economia e na sociedade brasileira no intuito do fortalecimento do setor industrial.
Porém, somente na década de 70 foi possível constatar nos dados censitários uma
população urbana superior à rural. Percebemos então, um processo irreversível de
hegemonia do urbano sobre o rural, não só pelas atividades econômicas, mas também
como difusora de novos padrões de consumo, relações sociais e culturais.

O processo de urbanização brasileira foi extremamente rápido se comparado aos


países capitalistas de primeira e segunda geração como, Inglaterra e Estados Unidos da
América. Segundo Brito e Souza (2005), a população urbana passou de 19 milhões para
138 milhões, multiplicando-se em 7,3 vezes, somente na segunda metade do século XX.
Tal movimento acaba intensificando um processo desigual na reprodução do espaço
urbano, o qual pressiona os indivíduos mais carentes a habitarem áreas de risco próximas
ao trabalho. Esta intensa urbanização é causadora de diversos problemas socioambientais
nas metrópoles brasileiras.

A Constituição Federal de 1988 marca o surgimento do Direito Urbanístico no


Brasil e estabelece os contornos jurídicos do plano diretor municipal, que no seu artigo
182 define que a política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público
municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, que tem por objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
O Estatuto das Cidades (BRASIL, 2001) regulamenta os artigos 182 e 183 da
Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras
providências.

Segundo Saboya (2008) apud Brasil (2002), o Plano diretor pode ser definido
como um conjunto de princípios e regras orientadoras da ação dos agentes que
constroem e utilizam o espaço urbano. Para Villaça (1999) apud Saboya (2008) um plano
diretor municipal seria:

Um plano que, a partir de um diagnóstico científico da realidade física, social,


econômica, política e administrativa da cidade, do município e de sua região,
apresentaria um conjunto de propostas para o futuro desenvolvimento

1
socioeconômico e futura organização espacial dos usos do solo urbano, das redes de
infraestrutura e de elementos fundamentais da estrutura urbana, para a cidade e para
o município, propostas estas definidas para curto, médio e longo prazo, e aprovados
por lei municipal.

Portanto, o plano diretor municipal é um instrumento que orienta e regulariza o


desenvolvimento do espaço urbano municipal, e é construído a partir de um diagnóstico
que investiga a realidade física, social, econômica, política e administrativa da cidade.
Então, o principal objetivo do plano diretor é orientar as ações do poder público
municipal. Após a Constituição, as cidades foram obrigadas a elaborarem os seus planos
diretores, que deveriam ser atualizados a cada 10 anos.

No contexto histórico de crescimento urbano do município de Niterói, que foi


devido inicialmente à proximidade com a capital federal1 e por ser a capital do Estado do
Rio de Janeiro 2 , acabou recebendo grandes investimentos urbanos para a sua
modernização ao longo das últimas cinco décadas. Isto é refletido em Pendotiba,
conforme, o Plano Urbanístico Regional (PMN, 2016) da região, levando também a
caracterização de crescimento urbano e populacional da região. Todavia, o Município de
Niterói só foi construir o seu Plano Diretor em função dos artigos 182 e 183 da
Constituição Federal em 1992 e atualizá-lo em 2015. Neste plano diretor o município de
Niterói prevê também a necessidade de ser realizar planos urbanísticos para cada região
administrativa do município, que atualmente são cinco: Norte, Praias da Baía, Pendotiba,
Leste e Oceânica. Cada uma destas regiões necessita, então, de um plano urbanístico, pois
é com este instrumento que fomenta as políticas de desenvolvimento e expansão urbana
da cidade, nas quais são criadas as leis que fazem o controle e a regulação da ocupação
urbana.

A Região de Pendotiba acabou de ter o seu Plano Urbanístico Regional (PUR de


Pendotiba) refeito estabelecendo assim as novas regras de uso e ocupação do solo naquela
área, já que o existente ainda tinha sido estabelecido com base no Plano Diretor de 1992.
Este plano acabou de ser sancionado pela câmara de vereadores do município em 2016.
Desta forma o Plano Diretor de Niterói está sendo elaborado em concomitância ao PUR

1
O Rio de Janeiro foi a capital federal de 1763 até 1961, transferindo-se para Brasília.
2
Niterói foi a capital do Estado do Rio de Janeiro em dois momentos: de 1819 até 1893 e de 1903 até 1975.

2
de Pendotiba, o que não deveria acontecer, pois o plano urbanístico é feito a luz do plano
diretor municipal.

A pesquisa ora apresentada com a temática de vulnerabilidade socioambiental é


relevante para identificar aonde estão localizadas as populações mais vulneráveis da
região, podendo assim ter um planejamento específico para essas áreas possibilitando
uma melhora na qualidade de vida de cada indivíduo. Portanto, realizar trabalhos
acadêmicos nesta presente data é um marco, expõe resultados da falta de um planejamento
urbano de 2002 até 2016, pois foi o tempo em que essa área ficou esquecida pela
administração pública, ao não refazer o seu plano urbanístico no tempo correto.

Destarte, este trabalho tem como objetivo empregar a técnica de análise


multicritério, de forma a identificar a distribuição espacial da vulnerabilidade
socioambiental na Região de Pendotiba, para o ano de 2010. Este ano foi escolhido devido
ao Censo Demográfico, realizado pelo IBGE a cada 10 anos.
Para concretizar o desafio de responder a este objetivo geral, a pesquisa irá
perseguir os seguintes objetivos específicos:
 Elaborar um mapa de uso e cobertura da terra;
 Integrar em uma base de dados em ambiente de sistema de informações
geográficas (SIG) os temas de Geologia, Geomorfologia, Pedologia,
Precipitação, Declividade e Inundação;
 Construir o índice de vulnerabilidade ambiental, a partir das variáveis
ambientais.
 Construir o índice de vulnerabilidade social, a partir das variáveis sociais
que constam no Censo Demográfico de 2010;
 Analisar o índice de vulnerabilidade socioambiental, a partir da agregação
dos índices de vulnerabilidade ambiental e vulnerabilidade social;
 Elaborar um SIGWeb que fique disponível na internet para a população
em tempo integral.
O trabalho está organizado em seis capítulos. O segundo capítulo da pesquisa
versa sobre a área de estudo, localizando, delimitando e apresentando as principais
características da região nas temáticas ambientais e sociais. O terceiro capítulo apresenta
base conceitual na qual a presente pesquisa se assentou para discorrer sobre a
problemática da vulnerabilidade socioambiental e como as novas tecnologias auxiliam na

3
demanda de respostas rápidas para o planejamento e gestão do território. O quarto
capítulo descreve os materiais e métodos que foram utilizados para a concretização da
pesquisa. O quinto capítulo são apresentados os resultados que a pesquisa alcançou, a
partir das técnicas utilizadas e do material disponível. O sexto capítulo discorre sobre as
considerações finais que se chegou.

4
2. ÁREA DE ESTUDO

Este capítulo apresenta a área de estudo, quanto a sua localização, revisão no


histórico de ocupação e descreve suas principais características socioeconômicas e
ambientais.

2.1.Localização

A delimitação da área de estudo é a mesma utilizada pela Prefeitura Municipal


de Niterói para demarcar todas as Regiões administrativas do município, conforme
apresentado na Figura 1.
695000 700000 705000 710000 ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Espírito
Santo
Minas Gerais

SÃO GONÇALO Rio de Janeiro

São Paulo
7470000

7470000
Região MUNICÍPIO DE NITERÓI
Norte
BAÍA
DE
GUANABARA SÃO GONÇALO

Região NITERÓI
Região
Pendotiba Leste
Região Praias
da Baía MARICÁ
7465000

7465000

BAÍA OCEANO ATLÂNTICO


DE
GUANABARA
Legenda
Limites Administrativos
Região Leste
Região Norte
Região Oceânica
Região
Região Pendotiba
Oceânica
Região Praias da Baía
MARICÁ
7460000

7460000

®
Referências cartográficas
Sistema de Coordenadas : UTM Fuso 23 K
Sistema Geodésico: Sirgas 2000
Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba

1.500

Metros
Escala: 1:15.000 Agosto 2016

Logo

Título

Localização da Região de Pendotiba


OCEANO ATLÂNTICO Autor
7455000

7455000

Leandro H. Vouga Pereira


695000 700000 705000 710000

Figura 1 - Mapa das Regiões de Planejamento de Niterói. Fonte: PMN, 2015

A Região de Pendotiba está localizada no Município de Niterói e constitui a


terceira Região de Planejamento do Município, encontra-se em limite com todas as outras
quatro Regiões de Planejamento. Pendotiba é formada por conjunto de outras três sub-
regiões e nove bairros. As sub-regiões são Ititioca, Largo da Batalha e Vila Progresso; e

5
os bairros são Maceió, Cantagalo, Badu, Largo da Batalha, Ititioca, Matapaca, Vila
Progresso, Sapê e Maria Paula, conforme apresentado na Figura 2.
697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Espírito
SÃO GONÇALO Santo
Minas Gerais
7469000

7469000
Rio de Janeiro
São Paulo

Região
Pendotiba

Maria
NITERÓI Paula
7468000

7468000
Divisão Politico Administrativa
Região Pendotiba

Subregiões

Vila Progresso

Ititioca

Largo da Batalha

Vila
Progresso
Matapaca
7467000

7467000
Bairros

Vila Maria Paula

o
teir
Progresso

on
Matapaca

oM
Vila P rogresso
Ititioca Sapê

tan
Sapê Badu

ae
Largo da B atalha

aC
Cantagalo
Maceió

Ititioca

ad
Es

tr
Es
ad tr
Ititioca a
Ala
ric
o
Legenda
de
So
uz Vias de Circulação
a
7466000

7466000
Principais Vias

Limites Administrativos
Badu Matapaca
Badu
Largo da Cantagalo Sapê
Batalha Ititioca Vila Progresso
Sub-Regiões de
Largo da Batalha Pendotiba
Maceió
Estrada Francisco da Cruz Nunes Maria Paula
7465000

7465000
Largo da

®
Referências cartográficas
Batalha Sistema de Coordenadas : UTM Fuso 23 K
Cantagalo Sistema Geodésico: Sirgas 2000
Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba

500
Maceió
Metros
Escala: 1:15.000 Agosto 2016

Logo
7464000

7464000
Título

Localização da Região de Pendotiba

Autor

Leandro H. Vouga Pereira


697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Figura 2 - Bairros de Pendotiba e suas principais vias de acesso. Fonte: PMN, 2015. Elaboração: Própria.

Pendotiba compreende uma área de 17,35km², com uma população de 55.593


habitantes (IBGE, 2010) e cerca de 18 mil domicílios (IBGE, 2010), totalizando
aproximadamente três habitantes por domicílio. As principais vias de circulação fazem a
ligação, obrigatoriamente, entre a Região Oceânica e Leste com o centro da cidade de
Niterói e o Rio de Janeiro. Os principais eixos de ligação são: i) Estrada Caetano
Monteiro, que liga Niterói ao segundo distrito de São Gonçalo; ii) Estrada Francisco da
Cruz Nunes, que liga a Região Oceânica com o Largo da Batalha; e iii) Estrada Alarico
de Souza, que liga a Região de Pendotiba com o centro de Niterói, conforme apresentado
na Figura 2.

2.2.Histórico de ocupação

O histórico de ocupação do município de Niterói remonta a metade do século


XX até o final do mesmo, no qual foi a época de maior crescimento populacional e urbano
devido a alguns investimentos urbanos feitos na época. Este período de desenvolvimento

6
de Niterói pode ser dividido em quatro períodos (PMN, 2015). O primeiro entre as
décadas de 40 e 60, quando Niterói passou por um período de grande investimento urbano
e estreita relação entre o setor privado e o setor de obras públicas. O segundo período se
restringe a década de 70 e, se caracteriza pela construção da Ponte Rio-Niterói, a qual
possibilitou maior integração entre o município de Niterói e a Capital Rio de Janeiro (ou
Estado da Guanabara, até o ano de 1975). Porém, devido ao grande investimento nas
décadas anteriores, o espaço urbano da cidade de Niterói, que já estava bem determinado,
foi desordenado com a formação de loteamentos irregulares. A década de 80 constitui o
terceiro período caracterizado pela intensificação da legitimação do irregular, que fora
efetuada na década anterior. O quarto e último período foi a década de 90, que para
melhorar a imagem da cidade foram implementados diversos planos que alteraram a
dinâmica urbana3, estabelecendo o primeiro Plano Diretor da cidade, que foi publicado
no ano de 1992 e prevê diversas restrições e usos para cada “espaço” de território da
cidade.

A ocupação da Região de Pendotiba não foi diferente da ocupação do município,


porém passou por três etapas bem distintas e caracterizadas a seguir. A primeira com a
construção da Ponte Rio-Niterói, na década de 60-70, possibilitando, assim maior
integração de Niterói a Capital e, consequentemente, de Pendotiba. A segunda se
estabeleceu na década de 80-90 a partir de mais investimentos viários, o que facilitou a
interligação da região com a área central do município de Niterói. E, a última, na década
de 1990, com a realocação de investimentos públicos e privados voltados para
infraestrutura local.

Segundo o PMN (2015) a Região de Pendotiba, até a década de 1960, era pouco
ocupada, desprovida de infraestrutura urbana, onde predominavam atividades rurais e de
subsistência e sítios de uso de lazer da recente população urbana. A decadência da
indústria açucareira do Norte-Fluminense e do plantio da laranja e a produção de sal na
Região dos Lagos foram alguns dos problemas que o Estado do Rio de Janeiro passou na
época e que resultaram em uma forte migração para a Região de Pendotiba.

3
Para maior compreensão do processo de alteração da dinâmica urbana de Niterói, ver o Diagnóstico para
o Plano diretor disponível em:<http://urbanismo.niteroi.rj.gov.br/wp-content/uploads/2015/10/diagnostico
-tecnico-volume-1-3.pdf>. Acesso em 11 de Nov. de 2015.

7
A vinda de migrantes para Niterói também foi favorecida pela grande demanda
de trabalho gerada pelas grandes obras do período, como a construção da Ponte Rio-
Niterói e do Metrô do Rio de Janeiro (PMN, 2015).
Nesse período as construtoras compraram grandes lotes de terra na região,
mantendo-as como reserva de valor, para que mais tarde fossem construídos condomínios
que suprissem as demandas da classe média e alta, que atualmente se espalham pela
região. Segundo a Prefeitura Municipal de Niterói (2015), o crescimento dos loteamentos
de luxo provocou o remanejamento de algumas áreas de favela na região, provocando
conflitos de terra na segunda metade da década de 70.

2.3.Caracterização Ambiental

Esta seção aborda as principais características ambientais da Região de


Pendotiba, sobre Geologia, Geomorfologia, Pedologia, Precipitação, Inundação e
Declividade, a partir de dados secundários são provenientes da Companhia de Pesquisa
em Recursos Minerais (CPRM) e do Plano Municipal de Niterói (PMN, 2015).

2.3.1. Geologia
A geologia da área é caracterizada segundo CPRM (2009) por três grandes
complexos, sendo que o maior deles ocupa 92% do território e é denominado como Suíte
Rio de Janeiro, com características granitóides foliados e ortognaisses. Ao sul da Região,
localizado no bairro de Cantagalo existe um fragmento do Grupo São Fidélis (CPRM,
2001 apud PMN, 2015), que é constituído basicamente por granada-biotita-(sillimanita),
gnaisses quartzo-feldspáticos. O último complexo é caracterizado por Depósito Colúvio-
Aluvionar, características do carreamento e deposição de sedimentos de origem do Rio
Pendotiba. Este depósito se concentra na parte mais norte por ser a área mais baixa da
região, conforme é ilustrada na Figura 3 a geologia da Região de Pendotiba.

8
697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Espírito
Santo
SÃO GONÇALO Minas Gerais
7469000

7469000
Rio de Janeiro
São Paulo

Qca
Região
Pendotiba

NITERÓI
7468000

7468000
Divisão Politico Adm inistrativa
Região Pendotiba

Subregiões

Vila Progresso

Ititioca

Largo da Batalha
7467000

7467000
Bairros

Ma ri a Pa u l a

Ma ta p a ca
Vi la P ro g re ss o
Iti tio c a Sa p ê

Ba d u
La r go d a B ata l h a

C an ta g a lo
Ma c e ió

Legenda
Geologia
7466000

7466000
NP3y2rj NP3y2rj: Suíte Rio de Janeiro
NPsfbgn: Grupo São Fidélis
Qca: Depósito Colúvio-Aluvionar

Limites Administrativos

Região de Pendotiba

®
7465000

7465000
Referências cartográficas
Sistema de Coordenadas : UTM Fuso 23 K
Sistema Geodésico: Sirgas 2000
Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba

500

Metros

Escala: 1:15.000 Agosto 2016

NPsfbgn Logo
7464000

7464000
Título

Geologia da Região de Pendotiba


Autor

Leandro H. Vouga Pereira


697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Figura 3 – Mapa de Geologia da Região de Pendotiba. Fonte: CPRM, 2007; PMN, 2015. Elaboração:
Própria.

2.3.2. Geomorfologia
Quanto à geomorfologia, a área fica particionada em Morros, Colinas e Planícies
Colúvio-Aluvionares, sendo este associado a processos fluviais de encosta. A maior área
está ligada as compartimentações de Morros e Colinas, totalizando 75,25% de toda a área.
A compartimentação de Planícies Colúvio-Aluvionares totaliza 24,75% e, se localiza nas
partes mais baixas da Região de Pendotiba. Na Figura 4, visualiza-se melhor a divisão
geomorfológica da área aqui mencionada.

9
697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Espírito
Santo
Minas Gerais
SÃO GONÇALO
7469000

7469000
Rio de Janeiro
São Paulo
DMb
DCo

Região
Pendotiba
NITERÓI
7468000

7468000
DCo
Divisão Politico Administrativa
APca Região Pendotiba
APca
Subregiões

Vila Progresso

Ititioca

Largo da Batalha

DCo
7467000

7467000
Bairros

Maria Paula
DCo
DCo
Matapaca
Vila Progresso
Ititioca Sapê

Badu
Largo da Batalha

Maceió Cantagalo

Legenda
Geomorfologia
7466000

7466000
DMb Planícies Colúvio-Aluvionares
DMb
Domínio Colinas
Domínios de Morros altos
APca
Domínio de Morros baixos

Limites Administrativos

DCo
Região de Pendotiba

DCo

®
7465000

7465000
Referências cartográficas
DCo DMa Sistema de Coordenadas : UTM Fuso 23 K
Sistema Geodésico: Sirgas 2000
Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba

500

Metros

Escala: 1:15.000 Agosto 2016

Logo
7464000

7464000
Título

Geomorfologia da Região de Pendotiba


Autor

Leandro H. Vouga Pereira


697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Figura 4 – Mapa de Geomorfologia da Região de Pendotiba. Fonte: PMN, 2015. Elaboração: Própria.

2.3.3. Pedologia
A região de Pendotiba é caracterizada na sua maior parte por Argissolo
Vermelho-Amarelo distrófico, que é bem comum ao complexo Suíte Rio de Janeiro
devido a presença de granitos.

Conforme a Embrapa (2009), os Argissolos são solos minerais, não


hidromórficos, com horizonte A ou E (horizonte de perda de argila) seguido de horizonte
B textural, com acúmulo de argila devido à migração do horizonte A. Esta migração faz
com que o Horizonte A fique menos argiloso que o Horizonte B. Os Argissolos vermelho-
amarelos tem a ocorrência maior em áreas de relevo mais acidentado e dissecado, pois
sofreram mais com a erosão.

Outro tipo de solo presente na área de estudo é o Argissolo amarelo, que se


desenvolvem a partir de sedimentos do Grupo Barreiras, mas podem se desenvolver
também a partir de rochas cristalinas ou sob a influência destas. Segundo a Embrapa
(2009) são solos que tem como principal característica a acumulação de argila no
horizonte B textural. O Argissolo amarelo vai de profundo a muito profundo e apresentam

10
textura variando de arenosa/média até média/ muito argilosa. Na Região de Pendotiba,
uma parte do Argissolo Amarelo está associado a uma característica Câmbico, que
significa ter características de Cambissolos, expressas pela presença de minerais
primários facilmente intemperizáveis e fragmentos de rocha ou saprólito no horizonte B
textural (PMN, 2015), que se apresenta apenas na parte nordeste da Região.

Segundo Embrapa (2006), os Neossolos são pouco evoluídos, seja pela reduzida
atuação dos processos pedogenéticos ou por características da rocha matriz. São
encontrados principalmente na parte sul da região, estando relacionados a morros altos e
pouco trabalhados. São solos minerais ou de material orgânico raso, com menos de 20 cm
de espessura formados por um horizonte A estabelecido diretamente sobre a rocha ou
sobre um horizonte C (EMBRAPA, 2006). A Figura 5 ilustra a ocorrência de cada tipo
de solo dentro da área de estudo.

697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Espírito
Santo
SÃO GONÇALO Minas Gerais
7469000

7469000
Rio de Janeiro
URBANO
São Paulo

Região
Pendotiba
NITERÓI

URBANO
7468000

7468000
Divisão Politico Administrativa
Região Pendotiba

Subregiões

PVAd3 Vila Progresso

Ititioca

Largo da Batalha

Bairros
7467000

7467000

Maria Paula

PVAd2 Matapaca
Vila Progresso
Ititioca Sapê

Badu
Largo da Batalha

Maceió Cantagalo

Legenda
Pedologia
ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO
Distrófico arênico, arênico abrúptico e
7466000

7466000

típico,A moderado, textura arenosa/média.


(PVAd1)
ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO
Distrófico típico, A moderado,textura
média/argilosa. (PVAd2)
URBANO
ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO
Distrófico típico e abrúptico, A moderado,
textura arenosa/média e média. (PVAd3)
URBANO
PVAd2
Limites Administrativos
Região de Pendotiba
7465000

7465000

®
Referências cartográficas
Sistema de Coordenadas : UTM Fuso 23 K
Sistema Geodésico: Sirgas 2000
Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba
PVAd1

500

Metros
PVAd1 Escala: 1:15.000 Agosto 2016
PVAd1
Logo
7464000

7464000

Título

Pedologia da Região de Pendotiba


Autor

Leandro H. Vouga Pereira


697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Figura 5 – Mapa de Pedologia da Região de Pendotiba. Fonte: CPRM, 2007. Elaboração: Própria.

2.3.4. Precipitação
O clima do município de Niterói está em contato direto com o mar, por meio da
Baía de Guanabara e, também, pela zona costeira aberta ao Oceano Atlântico, devido a

11
este fator, o município recebe a influência da umidade proveniente destas massas d’água.
Segundo o Plano Diretor (PMN, 2015), o município de Niterói se encontra pela
classificação de Köppen, no clima Tropical (Aw), com temperatura média anual entorno
de 23,8ºC, umidade relativa média anual é de 79,1% e predominância de ventos na direção
Sul-sudeste (Martins et al., 2004 apud PMN, 2015). Esta predominância na direção de
ventos está associada a frequente entrada de frentes frias vindas da Antártida.

Segundo o CPRM (2011), a precipitação da cidade de Niterói está na faixa de


1.158 a 1.218mm, sendo que uma parte da cidade vai de 1.158 a 1.200 mm e a outra parte
de 1.200 a 1.218 mm. A Região de Pendotiba está localizada quase que em sua totalidade
na parte de 1.200 a 1.218, como pode ser observado na Figura 6, que apenas 0,25% da
área encontra-se na faixa de menor precipitação.

697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Espírito
Santo
SÃO GONÇALO Minas Gerais
7469000

7469000
Rio de Janeiro
São Paulo

Região
Pendotiba
7468000

7468000
Divisão Politico Adm inistrativa
NITERÓI Região Pendotiba

Subregiões

Vila Progresso

Ititioca

Largo da Batalha
7467000

7467000

Bairros

Ma ri a Pa u l a

Ma ta p a ca
Vi la P ro g re ss o
Iti tio c a Sa p ê

Ba d u
La r go d a B ata l h a

C an ta g a lo
Ma c e ió

Legenda
Precipitação
7466000

7466000

1.156 a 1.200 mm

1.200 a 1.218 mm

Limites Administrativos

Região de Pendotiba

®
7465000

7465000

Referências cartográficas
Sistema de Coordenadas : UTM Fuso 23 K
Sistema Geodésico: Sirgas 2000
Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba

500

Metros

Escala: 1:15.000 Agosto 2016

Logo
7464000

7464000

Título

Pedologia da Região de Pendotiba


Autor

Leandro H. Vouga Pereira


697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Figura 6 – Mapa de precipitação da Região de Pendotiba. Fonte: CPRM, 2011. Elaboração: Própria.

12
2.3.5. Áreas de Inundação
De acordo com o estudo efetuado pela Companhia de Pesquisa de Recursos
Minerais (CPRM, 2013) 4 sobre movimentos gravitacionais de massa e inundação do
Município de Niterói, a região contém duas das três classes de risco à inundação cujas
características são:

 Alto
 Relevo: Formas sub-horizontais com amplitudes e declividades nulas.
Constituem planícies fluviais, fluvio-marinhas e intermaré;
 Solos: Areno-argilosos e arenosos (Neossolos flúvicos)
 Altura de inundação: 0 a 8 metros
 Médio
 Relevo: Níveis topográficos pouco mais elevados em relação aos canais
fluviais, localizados em porções intermediárias ou bordas das planícies
de inundação e caracterizados por declividades suaves e variações
ocasionais de amplitude;
 Solos: Moderadamente drenados, com nível freático pouco profundo.
Ocasionalmente exibem blocos de rocha transportados por processos
gravitacionais a partir de encostas próximas;
 Altura de Inundação: Varia de 3 a 6 metros dependendo do porte do curso
d’água.
 Baixo
 Relevo: Formas sub-horizontais constituído os níveis mais elevados dos
terraços fluviais, além das áreas de dunas e altos terraços marinhos.
Apresentam amplitudes que variam até 100 metros e declividades
variando de 5 a 20º
 Solos: Arenosos;
 Altura de inundação: 10 a 12 metros

A Figura 7 ilustra as áreas de inundação da Região de Pendotiba, mapeadas pela


CPRM (2013) e que constam como áreas de risco a inundação.

4
Estudo revisado em 2015 pela própria Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais.

13
696000 697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Espírito
Santo
Minas Gerais
SÃO GONÇALO
7469000

7469000
Rio de Janeiro
São Paulo

Região
Pendotiba

NITERÓI
7468000

7468000
Divisão Politico Adm inistrativa
Região Pendotiba

ba
oti
nd
Subregiões

Pe
Rio
Vila Progresso

Ititioca
Estrada
Caetano
7467000

7467000
Largo da Batalha
Monteiro

Bairros

Ma ri a Pa u l a

Ma ta p a ca
Vi la P ro g re ss o
Iti tio c a Sa p ê

Ba d u
La r go d a B ata l h a

Estrada Ma c e ió
C an ta g a lo

Alarico
7466000

7466000
de Souza
Legenda
INUNDAÇÃO
e
S ap
Rio Alta
Média
Hidrografia
Estrada
Francisco Da Rios
Cruz Nunes
7465000

7465000
Arruamento
Principais vias

Limites Administrativos
Região de Pendotiba

®
Referências cartográficas
Sistema de Coordenadas : UTM Fuso 23 K
Sistema Geodésico: Sirgas 2000
7464000

7464000
Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba

500

Metros
Escala: 1:18.000 Agosto 2016

Logo
7463000

7463000
Título Percentual de população acima de
5 anos alfabetizada
da Região de Pendotiba
Autor

Leandro H. Vouga Pereira


696000 697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Figura 7 – Mapa de risco a inundação da Região de Pendotiba. Fonte: CPRM, 2013. Elaboração: Própria.

Os locais com maior risco a inundação mapeados pelo CPRM (2013), seguem a
Estrada Caetano Monteiro e, as bacias do Rio Sapê e Pendotiba. A base de hidrografia é
do IBGE, na escala de 1:25.000.

2.3.6. Declividade
O relevo de Pendotiba é antigo e, devido a isto, se encontra muito desgastado
pelos processos erosivos. Compreende basicamente morros, colinas e planícies colúvio-
aluvionares, como já foi apresentado na geomorfologia.No Quadro 1 é exposto o
percentual de área por declividade, indicando a distribuição da declividade no local.

Quadro 1 - Percentual de área por declividade.

Declividade Área (m²) Percentual (%)


Inferior a 30° 15.421.672,31 88,89
Superior a 30° 1.928.131,84 11,11
Total 17.349.804,15 100

14
Conforme Mello et al.(2010), os terrenos que apresentam encostas com
declividades superiores a 30º são extremamente suscetíveis a processos de movimentos
de massa. Na área de estudo a presença de terrenos com declividades superiores a 30° são
raras, o predomínio na região é de declividades inferiores a 30°, conforme ilustrado na
Figura 8, que apresenta a distribuição espacial da declividade de Pendotiba.

697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Espírito
Santo
Minas Gerais

SÃO GONÇALO
7469000

7469000
Rio de Janeiro
São Paulo

Região
Pendotiba

NITERÓI

Divisão Politico Adm inistrativa


7468000

7468000
Região Pendotiba

Subregiões

Vila Progresso

Ititioca

Largo da Batalha

Bairros
7467000

Ma ri a Pa u l a

7467000
Ma ta p a ca
Vi la P ro g re ss o
Iti tio c a Sa p ê

Ba d u
La r go d a B ata l h a

C an ta g a lo
Ma c e ió

Legenda
Declividade
Inferior a 30°

Superior a 30°
7466000

7466000
Limites Administrativos

Região de Pendotiba

®
Referências cartográficas
Sistema de Coordenadas : UTM Fuso 23 K
Sistema Geodésico: Sirgas 2000
7465000

7465000
Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba

500

Metros

Escala: 1:15.000 Agosto 2016

Logo
7464000

7464000

Título

Declividade da Região de Pendotiba


Autor

Leandro H. Vouga Pereira


697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Figura 8 – Mapa de declividade. Fonte: PMN, 2014. Elaboração: Própria.

2.4.Caracterização Socioeconômica

Neste capítulo a pesquisa efetua uma caracterização socioeconômica da Região


de Pendotiba, abordando as seguintes variáveis: coleta de lixo, renda média domiciliar
per capita, esgotamento sanitário, energia elétrica, taxa de analfabetismo, abastecimento
de água, média de moradores por domicílio particular permanente e proporção de pessoas
dependentes (0 a 14 anos e 65 a 100 anos) por domicílio. Todas essas variáveis estarão
apresentadas no recorte espacial dos setores censitários.

15
2.4.1. Esgotamento sanitário
A Região de Pendotiba ainda possui pouca acessibilidade a rede geral de
esgotamento sanitário no município. Os setores com melhor atendimento se encontram
lindeiros aos principais eixos viários da região. Existem localidades na qual menos de
20% dos resíduos sólidos produzidos é transportado via rede geral de esgoto do
município, dando a certeza, que mais de 80% do esgoto não é tratado nessas localidades,
conforme apresentado na Tabela 1, que compara o tratamento de esgoto da Região de
Pendotiba com o do município de Niterói e com o Brasil.

Tabela 1 - Percentual de domicílios com acesso a rede geral de esgotamento sanitário para o ano 2010.

Brasil Niterói Região de


Pendotiba
Domicílios com acesso a Rede Geral de Esgotamento Sanitário 31.646.420 146.864 8.982
Domicílios totais 57.320.555 169.162 18.662
Acesso à rede Geral de esgoto (%) 55,21 86,82 50,02
Fonte: Censo Demográfico, 2010.

A Tabela 1 mostra a necessidade do desenvolvimento da rede geral de esgoto


para a Região de Pendotiba, pois está muito abaixo do total de domicílios atendidos para
o município de Niterói e inferior à média nacional. Abaixo, a Figura 8 apresenta a
distribuição do acesso ao esgotamento sanitário.

696000 697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Espírito
Santo
Minas Gerais
SÃO GONÇALO
7469000

7469000

Rio de Janeiro
São Paulo

Região
Pendotiba
7468000

7468000

Divisão Politico Adm inistrativa


Região Pendotiba

Subregiões
NITERÓI

Vila Progresso

Ititioca

Estrada
Caetano
7467000

7467000

Largo da Batalha
Monteiro

Bairros

Ma ri a Pa u l a

Ma ta p a ca
Vi la P ro g re ss o
Iti tio c a Sa p ê

Ba d u
La r go d a B ata l h a

C an ta g a lo
Ma c e ió

Estrada
7466000

7466000

Alarico
de Souza Legenda
Esgotamento Sanitário
1,35 - 34,23

34,24 - 67,12
Estrada
Francisco Da 67,13 - 100
Cruz Nunes
7465000

7465000

Arruamento
Principais vias

Limites Administrativos
Região de Pendotiba

®
Referências cartográficas
Sistema de Coordenadas : UTM Fuso 23 K
Sistema Geodésico: Sirgas 2000
7464000

7464000

Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba

500

Metros
Escala: 1:18.000 Agosto 2016

Logo
7463000

7463000

Título

Esgotamento Sanitário da Região de Pendotiba


Autor

Leandro H. Vouga Pereira


696000 697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Figura 9 – Mapa de Esgotamento Sanitário da Região de Pendotiba. Fonte: IBGE, 2010. Elaboração:
Própria.

16
2.4.2. Abastecimento de água
A população da Região de Pendotiba é bem servida no abastecimento de água,
uma vez que 95,78% dos domicílios estão ligados a rede geral de abastecimento de água.
Os dois setores que tem um acesso deficitário encontram-se em Áreas Especiais de
Interesse Social, levando a acreditar que o poder público já está ciente dos problemas
sociais dessas áreas. O setor mais crítico se encontra a Noroeste da região, no qual apenas
14,86% dos seus domicílios estão ligados a rede geral de esgoto. O dado pode estar
subestimado devido a possíveis ligações clandestinas na área e, que não são informadas
ao Censo pela a população. A Figura 9mostra a distribuição do abastecimento de água na
região.

696000 697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Espírito
Santo
Minas Gerais
SÃO GONÇALO
7469000

7469000
Rio de Janeiro
São Paulo

Região
Pendotiba

NITERÓI
7468000

7468000
Divisão Politico Adm inistrativa
Região Pendotiba

Subregiões

Vila Progresso

Ititioca
Estrada
Caetano
7467000

7467000
Largo da Batalha
Monteiro

Bairros

Ma ri a Pa u l a

Ma ta p a ca
Vi la P ro g re ss o
Iti tio c a Sa p ê

Ba d u
La r go d a B ata l h a

Estrada Ma c e ió
C an ta g a lo

Alarico
7466000

7466000

de Souza
Legenda
Abastecimento de Água
14,86 - 97,45

97,46 - 99,92
Estrada
Francisco Da 99,93 - 100
Cruz Nunes
7465000

7465000

Arruamento
Principais vias

Limites Administrativos
Região de Pendotiba

®
Referências cartográficas
Sistema de Coordenadas : UTM Fuso 23 K
Sistema Geodésico: Sirgas 2000
7464000

7464000

Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba

500

Metros
Escala: 1:18.000 Agosto 2016

Logo
7463000

7463000

Título

Abastecimento de água da Região de Pendotiba


Autor

Leandro H. Vouga Pereira


696000 697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Figura 10 – Mapa de Abastecimento de água da Região de Pendotiba. Fonte: IBGE, 2010. Elaboração:
Própria.

O abastecimento de água da Região, mesmo com suas carências já apresentadas,


pode ser considerado boa, pois o percentual de domicílios abastecidos está bem acima da
média brasileira e acima do município de Niterói, de acordo com o observado na Tabela
2.

17
Tabela 2 – Percentual de domicílios com acesso a rede geral de abastecimento de água para o ano 2010.

Brasil Niterói Região de


Pendotiba
Domicílios com acesso a Rede Geral Abastecimento de Água 45.881.593 160.922 17961
Domicílios totais 57.320.555 169.162 18.662
Acesso à rede Geral de Abastecimento de Água (%) 80,04 95,13 95,78
Fonte: Censo Demográfico, 2010.

2.4.3. Coleta de lixo


O serviço de coleta de lixo é bom, principalmente, no eixo da estrada Caetano
Monteiro, que liga o Município de Niterói com o 2º Distrito de São Gonçalo. Os setores
com os piores percentuais de atendimento na variável coleta de lixo se apresentam a Sul
da estrada Francisco da Cruz Nunes e a Oeste seguindo pela estrada Alarico de Souza. A
presença desses índices nessas localidades é devido a presença de aglomerados
subnormais, no qual a administração municipal não tem os devidos cuidados. Tais índices
acabam por arrastar o índice geral de coleta de lixo na Região de Pendotiba.

696000 697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Espírito
Santo
Minas Gerais

SÃO GONÇALO
7469000

7469000

Rio de Janeiro
São Paulo

Região
Pendotiba

NITERÓI
7468000

7468000

Divisão Politico Adm inistrativa


Região Pendotiba

Subregiões

Estrada Vila Progresso

Caetano Ititioca

Monteiro
7467000

7467000

Largo da Batalha

Bairros

Ma ri a Pa u l a

Ma ta p a ca
Vi la P ro g re ss o
Iti tio c a Sa p ê

Ba d u
La r go d a B ata l h a

C an ta g a lo
Ma c e ió

Estrada
7466000

7466000

Alarico
de Souza Legenda
Coleta de Lixo
0 - 17,08

17,09 - 82,91
Estrada
Francisco Da 82,92 - 100
Cruz Nunes
7465000

7465000

Arruamento
Principais vias

Limites Administrativos
Região de Pendotiba

®
Referências cartográficas
Sistema de Coordenadas : UTM Fuso 23 K
Sistema Geodésico: Sirgas 2000
7464000

7464000

Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba

500

Metros
Escala: 1:18.000 Agosto 2016

Logo
7463000

7463000

Título

Coleta de Lixo da Região de Pendotiba


Autor

Leandro H. Vouga Pereira


696000 697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Figura 11 – Mapa de coleta de lixo da Região de Pendotiba. Fonte: IBGE, 2010. Elaboração: Própria.

18
A Tabela apresenta as discrepâncias entre Região de Pendotiba, o Município de
Niterói e o Brasil, levando em consideração a variável Coleta de lixo.
Tabela 3 – Percentual de domicílios com acesso a coleta de lixo para o ano de 2010.
Brasil Niterói Região de
Pendotiba
Domicílios com acesso a Coleta de lixo 45.991.584 140.480 11.727
Domicílios totais 57.320.555 169.162 18.662
Acesso à Coleta de lixo (%) 80,23 83,04 60,56
Fonte: Censo Demográfico, 2010.

A coleta de lixo da Região está bem abaixo do percentual do município de


Niterói e do Brasil, o que relata a necessidade de maiores investimentos públicos e
privados para que haja uma melhora na coleta de lixo. Observando a Tabela 3,
aproximadamente 6.935 domicílios não possuem coleta de lixo, na Região de Pendotiba,
enquanto no município de Niterói são 28.682 domicílios. Isto quer dizer que 24,17% dos
domicílios que não possuem coleta de lixo no município de Niterói encontram-se na
Região de Pendotiba.

2.4.4. Energia elétrica


A Região de Pendotiba tem um bom atendimento na distribuição de energia
elétrica. O setor com o menor percentual de atendimento ultrapassa os 99%,
demonstrando, assim, a eficiência do serviço prestado pela concessionária de energia do
município de Niterói. Lembrando, que o dado aqui utilizado não leva em consideração o
número de ligações clandestinas da Região.

19
696000 697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Espírito
Santo
Minas Gerais

SÃO GONÇALO
7469000

7469000
Rio de Janeiro
São Paulo

Região
Pendotiba

NITERÓI
7468000

7468000
Divisão Politico Adm inistrativa
Região Pendotiba

Subregiões

Estrada
Caetano Vila Progresso

Monteiro Ititioca
7467000

7467000
Largo da Batalha

Bairros

Ma ri a Pa u l a

Ma ta p a ca
Vi la P ro g re ss o
Iti tio c a Sa p ê
Estrada
Ba d u
Alarico La r go d a B ata l h a

de Souza Ma c e ió
C an ta g a lo
7466000

7466000
Legenda
Energia Elétrica
99,07 - 99,55

99,56 - 99,83
Estrada
Francisco Da 99,84 - 100
Cruz Nunes
7465000

7465000
Arruamento
Principais vias

Limites Administrativos
Região de Pendotiba

®
Referências cartográficas
Sistema de Coordenadas : UTM Fuso 23 K
Sistema Geodésico: Sirgas 2000
7464000

7464000
Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba

500

Metros
Escala: 1:18.000 Agosto 2016

Logo
7463000

7463000
Título

Energia Elétrica da Região de Pendotiba


Autor

Leandro H. Vouga Pereira


696000 697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Figura 12– Mapa de acesso à energia elétrica da Região de Pendotiba. Fonte: IBGE, 2010. Elaboração:
Própria.

Como era de se esperar, o acesso à energia elétrica chega a quase 100%, o que
deixa claro a forte dependência das sociedades contemporâneas a este tipo de fonte
energética, ultrapassando até o abastecimento de água potável que é imprescindível a
sobrevivência humana.

Tabela 4 – Percentual de domicílios com acesso à energia elétrica para o ano de 2010.

Brasil Niterói Região de


Pendotiba
Domicílios com acesso à Energia elétrica 56.595.495 169.090 18.607
Domicílios totais 57.320.555 169.162 18.662
Acesso à Energia elétrica (%) 98,73 99,96 99,94
Fonte: Censo Demográfico, 2010.

2.4.5. Renda média domiciliar per capita


A renda média domiciliar per capita é analisada para a Região de Pendotiba por
setor censitário. A variável tem como unidade de medida o R$, o que quer dizer que ela
não está organizada por salários mínimos, lembrando também que para o ano de 2010, o
salário mínimo era de apenas 510,00 reais.

20
696000 697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Espírito
Santo
Minas Gerais
SÃO GONÇALO
7469000

7469000
Rio de Janeiro
São Paulo

Região
Pendotiba

NITERÓI
7468000

7468000
Divisão Politico Adm inistrativa
Região Pendotiba

Subregiões

Vila Progresso

Ititioca
Estrada
Caetano
7467000

7467000
Largo da Batalha
Monteiro

Bairros

Ma ri a Pa u l a

Ma ta p a ca
Vi la P ro g re ss o
Iti tio c a Sa p ê

Ba d u
La r go d a B ata l h a

Estrada Ma c e ió
C an ta g a lo

Alarico
7466000

7466000
de Souza
Legenda
Renda Média Per Capita
210,93 - 429,47

429,48 - 1133,11
Estrada
Francisco Da 1133,12 - 3398,62
Cruz Nunes
7465000

7465000
Arruamento
Principais vias

Limites Administrativos
Região de Pendotiba

®
Referências cartográficas
Sistema de Coordenadas : UTM Fuso 23 K
Sistema Geodésico: Sirgas 2000
7464000

7464000
Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba

500

Metros
Escala: 1:18.000 Agosto 2016

Logo
7463000

7463000
Título
Renda Média Domiciliar Per Capita
da Região de Pendotiba
Autor

Leandro H. Vouga Pereira


696000 697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Figura 13– Mapa de renda média domiciliar per capita da Região de Pendotiba. Fonte: IBGE, 2010.
Elaboração: Própria.

A Figura 12 apresenta uma forte discrepância na variável renda per capita entre
a parte mais ao leste, na qual estão presentes os bairros de Vila Progresso e Matapaca, e
a parcela mais ao oeste, na qual se localiza os bairros Ititioca e Largo da Batalha. O valor
mínimo encontrado foi de 210,93 reais e o máximo foi de 3.398,62 reais, o que na época
do censo seria de 1/2 salário mínimo a um pouco mais de 6 salários mínimos,
respectivamente.

2.4.6. Média de moradores por domicílio


A quantidade de moradores por domicílio na Região de Pendotiba é empregada
no trabalho buscando identificar as áreas, nas quais existam mais moradores, o que leva
a acreditar que são áreas com maior vulnerabilidade em caso de eventos extremos,
conforme ilustrado na Figura 13.

21
696000 697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Espírito
Santo
Minas Gerais
SÃO GONÇALO
7469000

7469000
Rio de Janeiro
São Paulo

Região
Pendotiba

NITERÓI
7468000

7468000
Divisão Politico Adm inistrativa
Região Pendotiba

Subregiões

Vila Progresso

Ititioca
Estrada
Caetano
7467000

7467000
Largo da Batalha
Monteiro

Bairros

Ma ri a Pa u l a

Ma ta p a ca
Vi la P ro g re ss o
Iti tio c a Sa p ê

Ba d u
La r go d a B ata l h a

Estrada Ma c e ió
C an ta g a lo

Alarico
7466000

7466000
de Souza
Legenda
Média de Moradores Por Domícilio
2,73 - 3,13

3,14 - 3,44
Estrada
Francisco Da
3,45 - 3,85
Cruz Nunes
7465000

7465000
Arruamento
Principais vias

Limites Administrativos
Região de Pendotiba

®
Referências cartográficas
Sistema de Coordenadas : UTM Fuso 23 K
Sistema Geodésico: Sirgas 2000
7464000

7464000
Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba

500

Metros
Escala: 1:18.000 Agosto 2016

Logo
7463000

7463000
Título
Número de moradores por Domicílio
Região de Pendotiba
Autor

Leandro H. Vouga Pereira


696000 697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Figura 14– Mapa de número de moradores por domicílio da Região de Pendotiba. Fonte: IBGE, 2010.
Elaboração: Própria.

A Figura 13 identifica as áreas, nas quais apresenta maior número de moradores


por domicílio por setor censitário. Em uma rápida observação pode-se constatar que os
setores com um número maior de moradores também são os setores com renda média
domiciliar per capita menor.

2.4.7. Taxa de analfabetismo


O analfabetismo já atingiu mais da metade da população brasileira nos anos 40,
do século passado e, desde então, os governos subsequentes lutam para que esta taxa
diminua. Em 2010, segundo o Censo Demográfico (IBGE,2010), o analfabetismo chegou
ao seu menor patamar, que são exatamente 9,3% da população brasileira. A Figura 14
apresenta o mapa de alfabetização da Região de Pendotiba, ilustrando a distribuição dos
indivíduos acima de 5 anos analfabetos.

22
696000 697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Espírito
Santo
Minas Gerais
SÃO GONÇALO
7469000

7469000
Rio de Janeiro
São Paulo

Região
Pendotiba

NITERÓI
7468000

7468000
Divisão Politico Administrativa
Região Pendotiba

Subregiões

Vila Progresso

Ititioca
Estrada
Caetano
7467000

Largo da Batalha

7467000
Monteiro

Bairros

Maria Paula

Matapaca
Vila P rogresso
Ititioca Sapê

Badu
Largo da B atalha

Estrada Maceió
Cantagalo

Alarico
7466000

7466000
de Souza
Legenda
Taxa de Analfabetismo
0 - 2,13

2,13 - 6,14
Estrada 6,14 - 13,67
Francisco Da
Cruz Nunes
7465000

7465000
Arruamento
Principais vias

Limites Administrativos
Região de Pendotiba

®
Referências cartográficas
Sistema de Coordenadas : UTM Fuso 23 K
Sistema Geodésico: Sirgas 2000
7464000

Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba

7464000
500

Metros
Escala: 1:18.000 Agosto 2016

Logo
7463000

7463000
Título Percentual de população acima de
5 anos alfabetizada
da Região de Pendotiba
Autor

Leandro H. Vouga Pereira


696000 697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Figura 15– Mapa da taxa de analfabetismo da Região de Pendotiba. Fonte: IBGE, 2010. Elaboração:
Própria.

A Figura 15 permite identificar ea disparidade entre alguns setores censitários,


no qual novamente os bairros de Ititioca e Largo da Batalha apresentam os menores
índices de alfabetização. Alguns setores censitários chegaram a uma taxa de 13,67%, que
é muito superior a apresentada para o Brasil. Este dado é alarmante, pois Niterói se
encontra na Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, que é extremamente
dinâmica economicamente e existe um fácil acesso à educação.

2.4.8. Moradores dependentes


A variável de indivíduos dependentes se configura como as pessoas com menos
de 14 anos de idade e as pessoas com mais de 65 anos de idade, as quais estão nas camadas
etárias mais frágeis da sociedade. A Figura 15 apresenta a distribuição desta variável por
setor censitário.

23
696000 697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Espírito
Santo
Minas Gerais
SÃO GONÇALO
7469000

7469000
Rio de Janeiro
São Paulo

Região
Pendotiba

NITERÓI
7468000

7468000
Divisão Politico Adm inistrativa
Região Pendotiba

Subregiões

Vila Progresso

Ititioca
Estrada
Caetano
7467000

7467000
Largo da Batalha
Monteiro

Bairros

Ma ri a Pa u l a

Ma ta p a ca
Vi la P ro g re ss o
Iti tio c a Sa p ê

Ba d u
La r go d a B ata l h a

Estrada Ma c e ió
C an ta g a lo

Alarico
7466000

7466000
de Souza
Legenda
Percentual de Indivíduos Dependentes
21,84 - 24,22

24,23 - 30,07
Estrada 30,08 - 44,45
Francisco Da
Cruz Nunes
7465000

7465000
Arruamento
Principais vias

Limites Administrativos
Região de Pendotiba

®
Referências cartográficas
Sistema de Coordenadas : UTM Fuso 23 K
Sistema Geodésico: Sirgas 2000
7464000

7464000
Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba

500

Metros
Escala: 1:18.000 Agosto 2016

Logo
7463000

7463000
Título

Indivíduos dependentes da Região de Pendotiba


Autor

Leandro H. Vouga Pereira


696000 697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Figura 16 – Mapa indivíduos dependentes da Região de Pendotiba. Fonte: IBGE, 2010. Elaboração: Própria.

A Região de Pendotiba apresenta altos índices de dependência, chegando ao


patamar máximo de 44,45 % da população de um setor censitário. Isto representa que
quase a metade dos moradores deste setor são dependentes economicamente. Os bairros
que apresentaram maiores índices foram Ititioca, Largo da Batalha e Sapê.

24
3. REFERENCIAIS TEÓRICOS

Este capítulo apresenta a base teórica e conceitual do trabalho, abordando o


conceito de vulnerabilidade que muitas vezes na literatura pode ser usado como sinônimo
de susceptibilidade e, também, está ligado diretamente com risco e perigo. Além disso,
apresenta a diferenciação entre os conceitos de vulnerabilidade social e vulnerabilidade
ambiental, que para este estudo será fundido e trabalhado como vulnerabilidade
socioambiental.

3.1. Risco e perigo

O risco é inerente à vida humana e constitui-se em uma construção social


(LENZI, 2006). Ele inclui uma dimensão probabilística relacionada ao conceito de perigo,
que é a ameaça real existente (AZEVEDO, 2010). Portanto, nesta abordagem, o risco
seria um perigo possível relacionado à chance de ocorrência de eventos naturais ou sociais
por meio da exposição e vulnerabilidade dos atores.
Intrínseco ao conceito de risco está a dimensão temporal, pois a intensidade de
exposição ao risco depende de contextos históricos específicos. As escolhas políticas e
econômicas dos países, a forma de apropriação do território, a cultura e também as
relações sociais particulares de cada época interferem na produção e disseminação do
risco na sociedade (JACOB, 2013).
Segundo Nascimento (2011), o risco pode ser destrinchado em outros quatro
riscos: naturais, tecnológicos, sociais e os ambientais. Ainda para Nascimento (2011), o
risco natural é aquele que não é facilmente atribuído ou relacionável à ação humana. Para
Rebelo (2003 apud NASCIMENTO, 2011) os riscos apresentam a seguinte tipologia de
riscos naturais:
Riscos tectônicos e magmáticos; riscos climáticos; riscos geomorfológicos, os
mais típicos, tais quais ravinamento, de movimentações de massa, como
desabamento ou deslizamento e outros riscos geomorfológicos como os
decorrentes da erosão eólica e do descongelamento de neves de altitude e os
riscos hidrológicos.
O risco tecnológico deve levar em consideração três fatores que são
indissociáveis, segundo Sevá Filho (1988 apud NASCIMENTO, 2011) são eles: o
processo de produção (recursos, técnicas, equipamentos, maquinário); o processo de

25
trabalho (relações entre direções empresariais e estatais e assalariado); e a condição
humana (existência individual e coletiva, ambiente). Isto é, que onde houver qualquer um
desses fatores haverá risco tecnológico ou a possibilidade de um problema causado por
ele.
Para Vieillard-Baron (2007 apud NASCIMENTO), o risco social tem um caráter
bastante abrangente, podendo qualificar qualquer tipo de risco como risco social. Para
resolver este problema, Vieillard-Baron (2007) divide risco social em dois, que são os
endógenos e os exógenos.
São os chamados riscos endógenos, relacionados aos elementos naturais e às
ameaças externas, como terremotos, epidemias, secas e inundações; e os riscos
exógenos, relacionados diretamente ao produto das sociedades e às formas de
política e administração adotadas, como o crescimento urbano e a
industrialização, a formação de povoamentos e a densidade excessiva de
alguns bairros.
Para Jacob (2013), como o risco é uma construção social, os riscos ambientais
não podem ser desvinculados da questão humana. Eles incluem uma abordagem
sociológica, nesse sentido, os riscos ambientais são definidos como a associação entre
riscos naturais e riscos sociais resultantes das ações humanas de uso e ocupação do solo
(JACOB, 2013).
A perspectiva deste trabalho se assemelha ao trabalho de Nascimento (2011), na
qual prioriza o termo risco ambiental, pois segundo ele, entende-se que as situações de
risco não estão desligadas ao que ocorre em seu entorno – o ambiente, em seu sentido
amplo – seja o ambiente natural, seja o construído pelo homem (social e tecnológico).
Sendo assim, para Nascimento (2011) o risco ambiental torna-se um termo sintético que
abriga os demais, sem que eles sejam esquecidos ou menosprezados. Portanto, o
importante é compreender que, independente dos conceitos e suas definições, o uso do
conceito de risco será sempre um sinalizador de problemas ambientais, que está ligado
direta ou indiretamente ao ser humano individualmente ou em sociedade.
Segundo Rebelo (2003 apud NASCIMENTO, 2011) existe um ponto de
confluência entre os conceitos de risco e vulnerabilidade:
Independentemente das palavras utilizadas, está, na prática, aceite, por quase
todos os que se dedicam a este tipo de estudos, que o risco é, então, o somatório
de algo que nada tem a ver com a vontade do homem (aleatório, acaso,
casualidade ou perigosidade), com algo que resulta da presença direta ou
indireta do homem, ou seja, a vulnerabilidade.

26
A relação entre risco e vulnerabilidade é que, a vulnerabilidade é parte
dependente do risco e, mesmo não dependendo do desejo do homem, ela é o resultado da
presença direta ou indireta do mesmo.

3.2. Vulnerabilidade socioambiental

Conforme a International Strategy for Disaster Reduction (ISDR, 2002), o termo


vulnerabilidade foi cunhado por engenheiros que faziam referência aos níveis de
resistência de materiais. A partir da década de 80, o conceito passou a ser utilizado, a
princípio, em relação ao impacto de desastres, e posteriormente, na localização desses
impactos, fazendo menção a fenômenos e eventos naturais e/ou antrópicos
(NASCIMENTO, 2011). No campo das Geociências, o conceito é comumente associado
a desastres e incidência de fenômenos naturais. Neste contexto, percebe-se um amplo
significado para o conceito e, que não existe um consenso na literatura para a
conceituação do termo vulnerabilidade. Para perceber esta falta de consenso Hogan et al.
(2001) reuniu diferentes definições para o conceito durante os anos.
Para Gabor e Griffith (1980):
Vulnerabilidade é a ameaça (para materiais perigosos) à qual as pessoas estão
expostas (incluindo agentes químicos e a situação ecológica das comunidades
e seu nível de preparação para emergências). A vulnerabilidade é o contexto
de risco.
Para Susmanet et al. (1984):
Vulnerabilidade é o grau em que as diferentes classes da sociedade estão
diferencialmente em risco.
Para Bohleetal (1994):
Vulnerabilidade é melhor definida como uma medida global de bem-estar
humano que integra exposições ambientais, sociais, econômicas e políticas a
uma gama de perturbações prejudiciais e potenciais. A vulnerabilidade é um
espaço de várias camadas sociais e multidimensionais definidas pelas
capacidades determinadas, recursos políticos, econômicos e institucionais de
pessoas em locais e horários específicos.

Na década de 80, o conceito de vulnerabilidade está ligado diretamente ao


conceito de risco sem qualquer menção a multidimensionalidade e a condição temporal.
A partir da década de 90 com Bohleetal que o conceito de vulnerabilidade consegue

27
abarcar sua multidimensão (ambiental, social, econômica e política) e a sua condição
temporal.
Para as Nações Unidas (ISDR, 2002) definem que “Vulnerabilidade reflete o
estado das condições físicas, socioeconômicas e ambientais, individuais e coletivas, as
quais são continuamente influenciadas por atitudes, comportamentos culturais,
socioeconômicos e política no contexto individual, familiar, comunitária e nação”.
Moser (1998 apud JACOB, 2013) entende que a vulnerabilidade apresenta três
fatores: exposição ao risco, incapacidade de reação (resistência) e dificuldade de
adaptação pós-risco (resiliência). Hogan e Marandola (2006) expõem melhor esses
fatores e acrescenta situação de risco.

Esta crescente situação de risco, com os perigos tornando-se onipresentes e a


constatação diária de nossa condição de impotência diante deles, aumenta o
sentimento de opressão e angústia, marcas da contemporaneidade. Os
mercados são vulneráveis, as instituições, as cidades, as populações, grupos
demográficos específicos, gêneros, etnias, lugares, regiões, nações, todos
podem ser vulneráveis. (...) Esta situação social, em âmbito nacional e global,
agrava-se com a igualmente onipresente condição ambiental deteriorada. Em
todas as escalas, os riscos ambientais e a vulnerabilidade de ecossistemas, ou
das pessoas em relação às conseqüências ambientais, aprofundam-se e/ou
promovem a vulnerabilidade social. Multiplicando-se os perigos naturais
(enchentes urbanas, deslizamentos, tempestades) e tecnológicos
(contaminação dos solos por produtos químicos, acidentes industriais,
irradiação), além dos provenientes da própria poluição e degradação, como as
ilhas de calor, a inversão térmica, riscos à saúde e riscos à própria vida.
Nesta perspectiva, o conceito de vulnerabilidade se relaciona com o social,
ambiental e econômico, tornando-se assim um conceito transdisciplinar, o qual articula
elementos que passam entre, além e através das disciplinas, em uma busca complexa de
compreender o mundo real. Além disso, ela também é multidimensional, já que interage
com diversas dimensões do conhecimento e, variando no tempo e espaço.
A vulnerabilidade é cumulativa, como nos lembra Alcântara (2012), porque os
desastres podem adicionar ou intensificar outros tipos de vulnerabilidades, por meio de
outras condições de risco. É possível entender a vulnerabilidade como multiescalar
emergindo desde indivíduo social até uma sociedade.
Segundo Vignoli (2000) as desvantagens sociais afetam negativamente o
desempenho das comunidades, lugares e pessoas. As condições de vida precária, a

28
insatisfação das necessidades básicas afeta no ordenamento social e territorial da
população. Refletindo sobre o exposto acima, que a vulnerabilidade social é intrínseca ao
ser humano e ao seu desenvolvimento, podendo ser maior ou menor para determinados
grupos sociais, mas nunca inexistente.
Vignoli (2001) afirma que a vulnerabilidade social corresponde a um conjunto
de características demográficas dos domicílios, que numa sociedade moderna, ocasiona a
limitação da acumulação de recursos, implicando em manifestações de desvantagens
sociais.
A vulnerabilidade ambiental está diretamente relacionada a degradação
ambiental, que aumenta a possibilidade de exposição aos perigos naturais (movimentos
gravitacionais, terremotos, tsunamis, inundações, tempestades).
Nascimento (2011) afirma que a vulnerabilidade ambiental não existe de forma
isolada dos fatores econômicos e sociais, uma vez que estes intermediam a apropriação
dos recursos naturais. Nascimento (2011) nos faz refletir sobre dois pontos, a
vulnerabilidade para existir tem de estar ligada direta ou indiretamente ao ser humano ou
ao processo de produção do próprio, além de que a vulnerabilidade ambiental deve ser
entendida como vulnerabilidade socioambiental, devido a impossibilidade de se separá-
las.

3.3. Geoprocessamento

O Geoprocessamento é hoje uma importante ferramenta para as etapas de


levantamento e processamento de dados relacionados a qualquer questão que tenha o
espaço como substrato. Pode ser definido como um conjunto de procedimentos
computacionais que operam sobre bases georreferenciadas já existentes ou provenientes
do sensoriamento remoto, da cartografia digital ou qualquer outra fonte e executam
classificações e outras transformações dirigidas à elucidação da organização do espaço
geográfico (DIAS et al., 2007).
O sensoriamento remoto se insere na ciência da geoinformação como o processo
de captação de informações dos fenômenos e feições terrestres, por meio de sensores, sem
contato direto com os mesmos, associado a metodologias e técnicas de armazenamento,
tratamento e análise destas informações (FIGUEIREDO, 2005). Com esta técnica então
é possível coletar dados de objetos ou superfícies de maneira dinâmica sem necessitar da
presença do próprio em campo. O processo de coleta se dá com a interação da radiação
eletromagnética com o objeto.
29
A classificação é o processo de obtenção de informações em imagens para
identificar padrões e objetos homogêneos que são usados para mapear áreas da superfície
terrestre, correspondendo as temáticas.
As imagens de sensoriamento remoto vêm servindo de fonte de dados para
mapeamentos geológicos, ambientais, agrícolas, cartográficos, florestais, urbanos e etc.
Estas imagens passaram a ser uma das únicas formas viáveis (tempo e recursos) de
monitoramento em escalas locais, regionais e globais, devido à grande agilidade,
eficiência, periodicidade.
O problema fundamental da ciência da geoinformação é o estudo e a
implementação de diferentes formas de representação computacional do espaço
geográfico (CAMARA e MONTEIRO, 2001). Pois por meio desta ciência, dita
interdisciplinar, se esconde o processo de escolha da estrutura para representar o espaço
reduzindo os conceitos de cada disciplina a algoritmos, o que leva a tratar do espaço
computacional e não aos conceitos abstratos de espaço geográfico.
Entretanto, o sistema de informação geográfica (SIG) é atualmente o meio que
proporciona a maior inteligibilidade do real, a partir da relação de diversos fatores físico-
naturais e socioeconômicos, comumente estudados em separado. Do ponto de vista da
aplicação, utilizar um SIG implica em escolher as representações computacionais mais
adequadas para capturar a semântica de seu domínio de aplicação (CAMARA e
MONTEIRO, 2001). Do ponto de vista da tecnologia, desenvolver um SIG significa
oferecer o conjunto mais amplo possível de estruturas de dados e algoritmos capazes de
representar a grande diversidade de concepções do espaço (CAMARA e MONTEIRO,
2001).
Para melhor compreensão do real foram sendo construídas diversas técnicas e,
uma das mais utilizadas hoje é a análise multicritério que consiste em um procedimento
metodológico de cruzamento de variáveis amplamente citado na literatura em análises
espaciais (MOURA, 2007). Também, é conhecido como Árvore de Decisões ou como
Análise Hierárquica de Pesos. O procedimento baseia-se no mapeamento de variáveis por
plano de informação e na definição do grau de pertinência de cada plano de informação
e de cada um de seus componentes de legenda para a construção do resultado final
(MOURA, 2007). A matemática empregada é bem simples, apensa a realização de uma
Média Ponderada.
Conforme Moura (2007), o procedimento de análise de multicritérios é muito
utilizado em geoprocessamento, pois se baseia justamente na lógica básica da construção

30
de um SIG: a) seleção das principais variáveis que caracterizam um fenômeno, já
realizando um recorte metodológico de simplificação da complexidade espacial; b)
representação da realidade segundo diferentes variáveis, organizadas em camadas de
informação; c) discretização dos planos de análise em resoluções espaciais adequadas
tanto para as fontes dos dados como para os objetivos a serem alcançados; d) promoção
da combinação das camadas de variáveis, integradas na forma de um sistema, que traduza
a complexidade da realidade; e finalmente, e) validação e calibração do sistema, mediante
a identificação e correção das relações construídas entre as variáveis mapeadas.

Nos dias atuais a Tecnologia de Informação e Comunicação proporciona


conexões mais velozes que associada a tecnologia dos SIG tem possibilitado o
desenvolvimento de SIG Web, oferecendo o acesso e distribuição de dados e da
informação geográfica de forma mais democrática. Além disso, esta informação pode ser
construída e disponibilizada em tempo real. Um exemplo disto é o Advanced Emergency
GIS (AEGIS – SIG avançado para emergências), que foi desenvolvido em uma parceria
entre o Centro Médico da Universidade de Loma Linda e a ESRI, onde os gestores
conseguem obter as informações em tempo real e, assim, responder ao evento em um
tempo curto e com maior efetividade, a saber:
Os diversos ícones assinalam a disponibilidade de informação sobre condições
de tráfego (feeds de vídeo em tempo real de câmeras na rede de autoestradas),
acidentes de trânsito, hospitais (por exemplo, o número de leitos disponíveis
no setor de emergência de cada hospital), helicópteros, a situação atual de cada
foco de incêndio e outras informações úteis que pode ser mostrada (...)
(LONGLEYet al., 2013).
Portanto, atualmente, o SIG permite elaborar prognósticos e diagnósticos,
gerando mapeamentos que facilitam os analistas avaliarem as condições dos impactos
naturais e sociais do passado, presentes e futuros, respondendo de uma forma muito mais
rápida e segura.

3.4. Trabalhos relacionados

Na literatura são encontrados diversos trabalhos sobre vulnerabilidade e análise


multicritério, as pesquisas a seguir estão relacionadas a pelo menos um ou os dois
conceitos:

31
Na pesquisa de Costa et al. (2009) ele utiliza a técnica de análise multicritério
para definir e caracterizar zonas de fragilidade ambiental dentro de zonas de
amortecimento de unidades de conservação. Moura (2007) realiza uma reflexão
metodológica sobre o uso de análise de multicritério em estudos ambientais. Gauer (2015)
analisa a fragilidade ambiental de sistemas costeiros fazendo uso da análise multicritérios
e com base no conceito de vulnerabilidade ambiental. Mello et al. (2010) tal qual Gauer
(2015) faz uso do conceito de vulnerabilidade só que para observar as consequências das
mudanças climáticas em zonas costeiras. Jacob (2013) trabalha com a relação de
vulnerabilidade socioambiental e desenvolvimento social. Nascimento (2011) apresenta
uma discussão sobre a inserção da análise de vulnerabilidade numa perspectiva integrada
constitui-se um desafio para o planejamento territorial e regional. A contribuição maior
deste trabalho reside na inserção das diversas dimensões que compõem a vulnerabilidade,
sejam elas relacionadas à vulnerabilidade natural, social, econômica e institucional numa
perspectiva holística baseada na abordagem geográfica. No trabalho Alcântara (2012)
propõe a construção do índice sintético de vulnerabilidade socioambiental que
proporciona uma visão integrada das dimensões socioeconômica, institucional e
ambiental, incluindo nesta última o risco de deslizamento de massas e enchentes, em áreas
urbanas.

Todas as pesquisas acima serviram de base para o presente trabalho, tendo uma
participação tanto na parte teórica conceitual quanto no desenvolvimento do método aqui
exposto. Sabe-se que todos estes trabalhos mencionados são poucos dentro do universo
de trabalhos que relacionam o conceito de vulnerabilidade a técnica de análise de
multicritérios.

Essas pesquisas tentam integrar diversas temáticas, buscando, assim, uma visão
holística sobre o conceito de vulnerabilidade, mas nem todas conseguem atingir todas as
esferas pragmáticas que são necessárias para se trabalhar com este conceito.

32
4. MATERIAIS E MÉTODOS

Neste capítulo são apresentados os materiais necessários para a concretização do


trabalho, as etapas da pesquisa, a descrição da construção da base de dados e do índice de
vulnerabilidade socioambiental e as técnicas utilizadas para as análises que foram
realizadas.

4.1. Materiais

Para realização desta pesquisa foram necessários dados obtidos de diferentes


bases de dados e a utilização de softwares.
A construção do banco de dados do índice de vulnerabilidade socioambiental foi
realizada no ambiente de Sistema de Informação Geográfica (SIG). Desta forma, os dados
que possuem localização geográfica foram todos organizados e processados no software
ArcGis 10.2. A tabulação dos dados e alguns cálculos foram realizados com o apoio do
software Microsoft Excel.
Os dados utilizados no trabalho são de caráter socioeconômico e ambiental.
Estes são originários de distintas pesquisas e bases de dados existentes no Brasil. A base
principal para o trabalho foi o Censo Demográfico de 2010, do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística - IBGE. Além desta, também foram utilizadas bases da Prefeitura
Municipal de Niterói - PMN e da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais– CPRM.

4.1.1. Imagem de satélite


Para a elaboração do mapa de uso e cobertura da terra foi utilizado imagens
Landsat 5, com resolução de 30 m, adquiridas para o ano de 2010, obtida no dia 09 de
julho no site disponibilizadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE já
tratadas e georreferenciadas. A escolha desse satélite foi devido a sua facilidade no acesso
(INPE, 2008).
A cena é composta por três imagens, apresentadas na Figura 17 em composição
5R4G3B. Esta composição foi empregada devido a sua boa diferenciação espectral entre
as feições urbanas e vegetais, possibilitando assim um mapa de uso e cobertura da terra
de boa qualidade.

33
697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Espírito
Santo
Minas Gerais
SÃO GONÇALO
7469000

7469000
Rio de Janeiro
São Paulo

Região
Pendotiba

NITERÓI
7468000

7468000
Divisão Politico Administrativa
Região Pendotiba

Subregiões

Vila Progresso

Ititioca

Largo da Batalha

Bairros
7467000

7467000
Maria Paula

Matapaca
Vila Progresso
Ititioca Sapê

Badu
Largo da Batalha

Maceió Cantagalo

Legenda
Limites Administrativos

Região de Pendotiba
7466000

7466000
®
Referências cartográficas
7465000

7465000
Sistema de Coordenadas : UTM Fuso 23 K
Sistema Geodésico: Sirgas 2000
Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba

500

Metros

Escala: 1:15.000 Agosto 2016

Logo
7464000

7464000
Título
Composição da imagem
da Região de Pendotiba
Autor

Leandro H. Vouga Pereira


697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Figura 17 – Composição 5R4G3B. Fonte: Própria. Elaboração própria.

4.1.2. Dados Socioeconômicos


Os dados relacionados a sócioeconomia são originados do Censo Demográfico
de 2010. Todas as variáveis utilizadas na pesquisa são apresentadas na Tabela 5 e
discutidas na folha metodológica no Apêndice 1.
Tabela 5 – Tabela de variáveis socioeconômicas e suas fontes.

Variáveis Tema Fonte Ano


Coleta de Lixo Infraestrutura IBGE 2010
Esgotamento sanitário Infraestrutura IBGE 2010
Abastecimento de água Infraestrutura IBGE 2010
Energia elétrica Infraestrutura IBGE 2010
Renda média domiciliar per capita Renda IBGE 2010
Média de moradores por domicílio particular permanente Renda IBGE 2010
Percentual de pessoas dependentes Renda IBGE 2010
Taxa de analfabetismo Educação IBGE 2010

34
4.1.2. Dados Ambientais
Os dados ambientais tem origem em diversas instituições, como a PMN, CPRM,
INPE e IBGE. Os dados que foram adquiridos em cada instituição apresentados na Tabela
6
Tabela 6 – Tabela de variáveis ambientais e suas fontes.

Variável Fonte Ano


Imagem Landsat 5 INPE 2010
Mapa de susceptibilidade a movimentos gravitacionais e inundação CPRM 2015
Altimetria PMN 2014
Mapa de Pedologia PMN 2015
Mapa de Geomorfologia PMN 2015
Mapa de Geologia PMN 2015
Hidrografia IBGE

4.2. Etapas do trabalho

Além das imagens do satélite Landsat5, também foram utilizadas bases


cartográficas do IBGE e da Prefeitura Municipal de Niterói - PMN. A primeira,
principalmente, para utilização da malha do censo demográfico de 2010, enquanto a
segunda para delimitar a Região de Pendotiba, que é a área de estudo do presente trabalho.
Foi utilizado também o mapeamento temático da Companhia de Pesquisa de
Recursos Minerais sobre a susceptibilidade a movimentos gravitacionais e inundação.
Sendo que a susceptibilidade a movimentos gravitacionais não foi utilizada, pois o
trabalho propõe realizá-la, mas a parte de inundação foi digitalizada e vetorizada, para
posteriormente ser utilizada como um dos índices a vulnerabilidade ambiental.
Os mapeamentos temáticos de Pedologia, Geomorfologia e Geologia da
Prefeitura Municipal de Niterói, também foram digitalizados e, posteriormente,
vetorizados para que fossem utilizados como índices a vulnerabilidade ambiental.
A PMN disponibilizou a altimetria, com curvas de nível de 50 cm, que foram
adquiridas pela técnica Laser scan, realizada pela empresa Topocart no ano 2014. Estas
foram utilizadas para a confecção da declividade.
Na etapa de processamento dos dados sociais foi encontrado um problema com
os limites dos setores censitários e o limite da Região de Pendotiba, por isso foi decidido
que os setores censitários que não recobrem ocupação humana dentro da Região seriam
removidos, devido a isto, é possível visualizar locais sem informações dentro da área de

35
estudo. Outrossim, no caso do setor censitário extrapolar o limite da Região e recobrindo
ocupação humana, foi decidido pela sua manutenção, devido a isto, é possível observar
dados que extrapolam a área de estudo.
A classificação utilizada para representar os dados sociais nos mapas foi a de
intervalos geométricos (geometrical interval), fazendo uso de apenas três classes, que
seguem uma rampa de cor. Sempre tendo a cor mais clara com os melhores resultados e
as mais escuras com os piores.
O Quadro 1 apresenta todas as variáveis utilizadas no trabalho. Para
compreender que nem todo o maior valor representa uma característica positiva
socialmente foi criada uma simbologia com base no trabalho de ROSA, STRAUCH e
AJARA (2015).

Indicadores cujo crescimento resulta em aspectos positivos;

Indicadores cujo crescimento resulta em aspectos negativos.

Quadro 2 – Indicadores selecionados

Indicadores Aspecto
Abastecimento de Água

Coleta de lixo

Esgotamento Sanitário Adequado

Renda Média Domiciliar Per Capita

Taxa de Analfabetismo

Energia Elétrica

Média de Moradores por Domicílio

Indivíduos dependentes

Adaptado de ROSA, STRAUCH e AJARA (2015).

36
O próximo passo constituiu em realizar uma padronização dos indicadores
sociais, variando de 0 a 1. Padronizar variáveis possibilita uma apuração melhor do
comportamento dos dados, pois facilita na observação do indicador, ou seja, com a
padronização se torna mais rápida a análise da qualidade dos dados. Para melhor
visualização do comportamento dos dados sociais, eles foram padronizados. No intuito
de construir uma escala de 0 a 1 para todos os indicadores foram utilizadas as seguintes
equações (ROSA, STRAUCH e AJARA, 2015).

Ei−Emin Ei −Emax
Equação 1:Ii = Emax−Emin Equação 2:Ii = Emin−Emax

Sendo, a Equação 1 para os dados que apresentam aspectos positivos para o seu
crescimento e, a Equação 2 para quando os dados apresentarem aspectos negativos quanto
ao seu crescimento.

Para sintetizar, a Figura 17 apresenta todas as etapas de trabalho que foram


necessárias para atingir o objetivo final desta pesquisa.

37
DADOS

Imagem Converter para Atribuição de Converter para


Composição Classificação
landsat 5 vetor peso Raster

Mapa de
Susceptibil Clip para área Inundação em Atribuição de Converter para
Digitalizar
idade do de estudo Vetor Peso Raster
CPRM

Curvas de
Clip para área Slope Atribuição de
Nível TIN MDE
de estudo (Declividade) peso

Índice de
Pedologia Pedologia em Atribuição de Converter em
Digitalizar Vulnerabilidade
PMN vetor Peso raster
Ambiental

Climatologi
Clip para área Precipitação Atribuição de Converter em
a Mapa do Digitalizar
de estudo em vetor Peso raster
CPRM

Geomofolo Geomorfologia Atribuição de Converter em


Digitalizar
gia PMN em vetor Peso raster Índice de
Vulnerabilidade
Socioambiental

Gelogia Geologia em Atribuição de Converter em


Digitalizar
PMN vetor Peso raster

Energia Abastecimento Esgotamento


Coleta de lixo
Elétrica de Água Sanitário
Cálculo
Índice de
Matemático
Dados do Atribuir peso Vulnerabilidade
para agregar as
setores Social
variáveis
censitários
(IBGE)

Renda média Número de


Taxa de Moradores
domiciliar per moradores por
analfabetismo Dependentes
capita domicílio

Figura 18 – Etapas da Pesquisa. Fonte: Própria.


38
A última etapa do trabalho foi a construção de um SIGWEB, que apresenta
apenas o índice de vulnerabilidade socioambiental para a Região de Pendotiba. A
arquitetura do SIGWEB está apresentada abaixo na Figura 18.

Mapas web
Analista de Geoprocessamento Dados Geoespaciais

Figura 19 – Arquitetura do SIGWEB

O dado é elaborado por um analista de geoprocessamento, este é bloqueado para


que não seja possível a realização de mudanças por outros usuários que não tenham a
permissão. Após essas fases o dado é publicado no Arcgis Online, ficando armazenado
na nuvem da ESRI e disponível para todos os usuários que tenham acesso à internet por
qualquer dispositivo periférico e/ou computadores.

4.3. Análise de multicritérios

Para elaboração desta análise foi necessário a conversão de todos os dados para
o formato matricial (raster), já que era essencial para realizar todos os processamentos
necessários. Foi fundamental que todos os dados tivessem a mesma resolução espacial
(tamanho do pixel) da imagem de satélite, isto é 30m, para que fosse possível o
cruzamento, conforme Moura (2007) indica.

Para esta análise foram utilizadas 15 variáveis separadas em dois grupos, sete
variáveis ficaram no grupo ambiental e oito variáveis no grupo social. Abaixo as Figuras
19 e 20 destacam as variáveis pelos seus grupos.

39
GEOLOGIA
DECLIVIDADE
GEOMORFOLOGIA

USO E AMBIENTAL
OCUPAÇÃO DA PEDOLOGIA
TERRA

PRECIPITAÇÃO
INUNDAÇÃO

Figura 20 – Variáveis ambientais separadas em grupo para análise de multicritérios.

MÉDIA DE
MORADORES
ABASTECIMENTO POR DOMICÍLIO ESGOTAMENTO
DE ÁGUA SANITÁRIO

ENERGIA MORADORES
SOCIAL DEPENDENTES
ELÉTRICA

RENDA MÉDIA
DOMICILIAR PER COLETA DE LIXO
CAPITA TAXA DE
ANALFABETISMO

Figura 21 – Variáveis sociais separadas em grupo para análise de multicritérios.

Para cada uma dessas variáveis foram estipulados pesos dentro de seus grupos.
E, em cada variável foram estipuladas notas conforme apresentado na Tabela 6 e 7. A
ponderação foi atribuída a partir do conhecimento do autor sobre área de estudo, que foi
realizada a pesquisa. As variáveis ambientais receberam pesos em que a soma deles chega
a 100%. Dentro de cada variável existem categorias, estas receberam notas que vão de 0
a 10, sendo que a categoria de maior risco recebe nota 10 e a de menor risco recebendo a
nota 1. Na variável pedologia, a categoria urbano foi zerada, devido a existência da
mesma na variável uso e ocupação da terra. Os pesos estão descritos na Tabela 6.

40
Tabela 6 – Notas e pesos das variáveis Ambientais

Variáveis Pesos (%) Categoria Notas


Uso e ocupação da terra 20 Vegetação 2
Urbano 10
Geologia 5 Suíte Rio de Janeiro 6
Grupo São Fidélis 3
Depósitos Colúvio-Aluvionares 10
Geomorfologia 5 Planícies Colúvio-Aluvionares 2
Domínio de Colinas 4
Domínio de Morros Baixos 7
Domínio de Morros Altos 10
Pedologia 5 PVad1 4
PVad2 4
PVad3 4
Urbano 0
Precipitação 15 1156 a 1200 mm 5
1200 a 1215 mm 10
Inundação 20 Médio 7
Alto 10
Declividade 30 Até 30º 5
Acima de 30º 10
Tabela 7 – Pesos das variáveis sociais

As variáveis ambientais foram padronizadas pelas equações já descritas


anteriormente na seção 4.2. Após a padronização, cada variável foi ponderada, chegando
100%. Os pesos estão descritos na Tabela 7.

Variáveis Pesos (%)


Esgotamento sanitário 20
Abastecimento de água 10
Coleta de lixo 20
Energia elétrica 5
Renda média domiciliar per capita 20
Média de moradores por domicílio 10
Taxa de analfabetismo 5
Indivíduos dependentes 10

41
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Este capítulo apresenta os resultados alcançados na busca de responder os


objetivos propostos no início da pesquisa, da mesma maneira que serão feitas discussões
pertinentes a cada um dos resultados. A primeira parte apresenta o mapa de uso e
ocupação da terra, a segunda trata da questão da vulnerabilidade ambiental, a terceira
aborda a vulnerabilidade social, a quarta vai discorrer sobre a síntese desses dois índices
que é a vulnerabilidade socioambiental e, finalmente, a última vai discorrer sobre a
disseminação da pesquisa para a população.

5.1. Resultados do mapa de uso e ocupação da terra

Para a elaboração do mapa de uso e cobertura da terra foi aplicada às imagens


Landsat 5 a ferramenta de classificação com o algoritmo de máxima verossimilhança
(maximum likehood), presente no SIG ArcMap 10.2 (ESRI, 2013). As classes escolhidas
para o presente trabalho foram apenas duas, devido à presença delas na área e sua
relevância ao modelo de vulnerabilidade socioambiental. As classes foram:

 Urbano: correspondendo as áreas que existem de fato ocupação humana


(casas, prédios, ruas e etc.) e
 Vegetação: que corresponde apenas as áreas florestadas, arbustivas ou
herbáceas.

Na Figura 22Erro! Fonte de referência não encontrada. está apresentado o


mapa resultante do processo de classificação.

42
697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Espírito
Santo
Minas Gerais

SÃO GONÇALO
7469000

7469000
Rio de Janeiro
São Paulo

Região
Pendotiba

NITERÓI Divisão Politico Administrativa


Região Pendotiba
7468000

7468000
Subregiões

Vila Progresso

Ititioca

Largo da Batalha

Bairros

Maria Paula

Matapaca
7467000

7467000
Vila P rogresso
Ititioca Sapê

Badu
Largo da B atalha

Cantagalo
Maceió

Legenda
Classificação
URBANO
VEGETACAO
7466000

7466000
LIMITE_REGIAO_PENDOTIBA_SIRGAS2000
Limites Administrativos

Região de Pendotiba

®
Referências cartográficas
Sistema de Coordenadas : UTM Fuso 23 K
Sistema Geodésico: Sirgas 2000
Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba
7465000

7465000
500

Metros

Escala: 1:15.000 Agosto 2016

Logo

Título

Classificação da Região de Pendotiba


7464000

7464000
Autor

Leandro H. Vouga Pereira


697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Figura 22 – Mapa de uso e ocupação da terra. Fonte: Própria.

Na Tabela 8 consta o número de pixels amostrados por classe. A distribuição de


pixels por classe é quase homogênea devido as duas classes representarem
aproximadamente valores bem parecidos de área. Na Figura22está apresentada a
distribuição de amostras por classe.

Tabela 8–Pixels amostrados por classe.

CLASSE PIXELS
URBANO 622
VEGETAÇÃO 631
TOTAL 1253

43
697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Espírito
Santo
Minas Gerais

SÃO GONÇALO
7469000

7469000
Rio de Janeiro
São Paulo

Região
Pendotiba

NITERÓI Divisão Politico Administrativa


Região Pendotiba
7468000

7468000
Subregiões

Vila Progresso

Ititioca

Largo da Batalha

Bairros

Maria Paula

Matapaca
7467000

7467000
Vila P rogresso
Ititioca Sapê

Badu
Largo da B atalha

Cantagalo
Maceió

Legenda
Classes amostradas
URBANO
VEGETACAO
7466000

7466000
LIMITE_REGIAO_PENDOTIBA_SIRGAS2000
Limites Administrativos

Região de Pendotiba

®
Referências cartográficas
Sistema de Coordenadas : UTM Fuso 23 K
Sistema Geodésico: Sirgas 2000
Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba
7465000

7465000
500

Metros

Escala: 1:15.000 Agosto 2016

Logo

Título

Classes amostradas da Região de Pendotiba


7464000

7464000
Autor

Leandro H. Vouga Pereira


697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Figura 23 – Distribuição de amostras por classe.

A classe de vegetação é um pouco maior do que a classe urbana, fato que ocorre
devido a presença de morros e colinas na Região, o que dificulta a ocupação urbana. A
Tabela 9 quantifica o percentual de participação para cada classe aqui exposta.

Tabela 9 – Percentual do uso por classe.

CLASSE ÁREA (KM²) PERCENTUAL (%)


URBANO 7,83 45
VEGETAÇÃO 9,58 55
TOTAL 17,41 100

A área urbana se concentra em duas partes, no Largo da Batalha e o seu entorno


e na parte mais ao norte, fazendo limite com o município de São Gonçalo. No meio da
Estrada Francisco da Cruz Nunes apresenta um “vazio”, o qual está sendo ocupado aos
poucos. A vegetação se concentra mais nas áreas elevadas, que dificultam a ocupação
humana.

44
Para confecção da matriz de confusão, foram coletados 40 pontos de controle
visualmente identificados na composição utilizada para gerar a classificação, seguindo a
regra de 10 vezes o número de classes, para cada classe (10 x 2 = 20; 20 x 2 = 40). Como
as classes ocupam quase que homogeneamente áreas iguais, os pontos foram distribuídos
igualmente. Sendo, portanto, 20 pontos para vegetação e 20 pontos para urbano. Abaixo
a Tabela 10 apresenta a matriz de confusão.

Tabela 10 – Matriz de confusão em %.

CLASSES URBANO VEGETAÇÃO


URBANO 100 0
VEGETAÇÃO 0 100

A partir da matriz de confusão é possível perceber que a classificação obteve um


excelente resultado, devido, também, a terem apenas duas classes e elas sendo tão
distintas uma da outra na resposta espectral.

5.2. Resultados do índice de vulnerabilidade ambiental

Como já dito anteriormente no trabalho, este índice é resultado da agregação das


variáveis, que eram relevantes para delimitar a vulnerabilidade de grupos sociais a
movimentos gravitacionais e de inundação, essas variáveis foram: geologia,
geomorfologia, pedologia, declividade, precipitação, inundação e mapa de uso e
cobertura da terra. A escolha destas variáveis se apresenta como um avanço a base
bibliográfica utilizada, pois as maiorias dos estudos utilizam apenas à declividade ou
algum outro fator decisório a vulnerabilidade ambiental.

Os pesos sugeridos para cada variável seguiram o conhecimento do pesquisador,


no qual entendeu que para movimentos gravitacionais e inundação o mais importante
seriam as variáveis ligadas a uso e cobertura da terra (20%), precipitação (15%),
inundação (20%) e declividade (30%). Enquanto, as outras que também possuem a sua
importância no cálculo, mas são menos relevantes para esses tipos de processos como,
geologia (5%), geomorfologia (5%) e pedologia (5%). O resultado do método
multicritério é ilustrado na Figura 24.

45
697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Espírito
Santo
Minas Gerais

SÃO GONÇALO
7469000

7469000
Rio de Janeiro
São Paulo

Região
Pendotiba

NITERÓI
7468000

7468000
Divisão Politico Administrativa
Região Pendotiba

Subregiões

Vila Progresso

Ititioca

Largo da Batalha

Bairros
7467000

7467000
Maria Paula

Matapaca
Vila P rogresso
Ititioca Sapê

Badu
Largo da B atalha

Cantagalo
Maceió

Legenda
Vulnerabilidade Ambiental
Baixa
7466000

7466000
Média
Alta

Limites Administrativos

Região de Pendotiba

®
Referências cartográficas
7465000

7465000
Sistema de Coordenadas : UTM Fuso 23 K
Sistema Geodésico: Sirgas 2000
Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba

500

Metros

Escala: 1:15.000 Agosto 2016

Logo
7464000

7464000
Título
Vulnerabilidade Ambiental da
Região de Pendotiba
Autor

Leandro H. Vouga Pereira


697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Figura 24 – Mapa de Vulnerabilidade Ambiental. Fonte: Própria.

Percebe que as áreas com maior vulnerabilidade ambiental estão localizadas nas
áreas mais baixas e no prolongamento da Estrada Francisco da Cruz Nunes. As áreas de
média vulnerabilidade estão localizadas nas encostas de maior declividade. E, a maior
parte da Região de Pendotiba se encontra com baixa vulnerabilidade ambiental. Abaixo
a Tabela 11descreve o percentual de áreas vulneráveis na Região de Pendotiba.

Tabela 11 – Percentual de áreas vulneráveis ambientalmente na Região de Pendotiba.

VULNERABILIDADE ÁREA (M²) PERCENTUAL


AMBIENTAL (%)
BAIXO 9.399.814,47 55%
MÉDIO 6.411.125,09 37%
ALTO 1.366.135,25 8%
A partir da Tabela 11 é possível compreender que a Região de Pendotiba não
sofre muito com problemas físicos, os fatores ambientais do local promovem em sua
maior parte uma baixa vulnerabilidade ambiental. As áreas de vulnerabilidade média e
alta estão presentes principalmente nas áreas urbanas, que sofrem recorrentemente com
problemas de inundações e em encostas com declividades superiores a 30º.

46
5.3. Resultados do índice de vulnerabilidade social

O índice de vulnerabilidade social foi construído com base nas variáveis de:
esgotamento sanitário, abastecimento de água, coleta de lixo, energia elétrica, renda
média domiciliar per capita, média de moradores por domicílio, taxa de analfabetismo e
indivíduos dependentes. Essas variáveis foram padronizadas a partir de um cálculo
matemático e, posteriormente, foi utilizada o método de análise de multicritérios para
agregá-los. A Figura 24 apresenta a distribuição da vulnerabilidade social dentro da
Região de Pendotiba.

696000 697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Espírito
Santo
Minas Gerais
7469000

7469000
SÃO GONÇALO

Rio de Janeiro
São Paulo

Região
Pendotiba
7468000

7468000
NITERÓI

Divisão Politico Administrativa


Região Pendotiba

Subregiões

Estrada
Caetano Vila Progresso
7467000

7467000
Monteiro Ititioca

Largo da Batalha

Bairros

Maria Paula

Matapaca
Estrada Ititioca Sapê
Vila P rogresso

Alarico Badu
7466000

7466000
Largo da B atalha
de Souza
Cantagalo
Maceió

Legenda
Vulnerabilidade Social
Baixo
Estrada
Médio
Francisco Da
Cruz Nunes
7465000

7465000

Alto

Arruamento
Principais vias

Limites Administrativos
Região de Pendotiba

®
7464000

7464000

Referências cartográficas
Sistema de Coordenadas : UTM Fuso 23 K
Sistema Geodésico: Sirgas 2000
Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba

500

Metros
Escala: 1:18.000 Agosto 2016

Logo
7463000

7463000

Título
Vulnerabilidade Social da
Região de Pendotiba
Autor

Leandro H. Vouga Pereira


696000 697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Figura 25 – Mapa de Vulnerabilidade Social. Fonte: Própria.

A partir desta Figura é possível observar que a área que se encontra com maior
vulnerabilidade social está localizada nos bairros do Largo da Batalha e Ititioca, que
realmente apresentaram os menores índices durante toda pesquisa. No prolongamento da
Estrada Francisco da Cruz Nunes é aonde estão presentes os índices mais baixos de
vulnerabilidade, devido muito a presença de condomínios de classe média e média alta.

A Tabela 12 apresenta o percentual de área por níveis de vulnerabilidade social.

47
Tabela 12 – Percentual das áreas vulneráveis socialmente na Região de Pendotiba. Fonte: Própria.

VULNERABILIDADE ÁREA (M²) PERCENTUAL


SOCIAL (%)
BAIXA 10.693.546,13 51%
MÉDIA 8.330.918,65 40%
ALTA 1.948.950,96 9%
A partir da Tabela 12 é possível observar que a Região apresenta um bom acesso
aos serviços urbanos, constando 51% de seu território em área de baixa vulnerabilidade
social. Porém, a Figura 24 apresenta grandes disparidades, principalmente, se comparar
a Região ao bairro de Ititioca, que apresentou a maior vulnerabilidade social. Portanto, a
região carece de melhorias sociais, já que 40% do seu território estão em área de média
vulnerabilidade e, demonstra as grandes desigualdades sociais existentes na sociedade
niteroiense, a qual tem os seus melhores índices na Região Praias da Baía, aonde estão
localizados os bairros de Icaraí, Ingá, Santa Rosa e outros.

5.4. Resultado do índice de vulnerabilidade socioambiental

O índice de vulnerabilidade socioambiental foi construído a partir da agregação


dos outros dois índices, vulnerabilidaed ambiental e vulnerabilidade social. O resultado
deste cálculo pode ser visto na Figura 25, que apresenta a distribuição dos níveis de
vulnerabilidade socioambiental na Região de Pendotiba.

48
697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Espírito
Santo
Minas Gerais
SÃO GONÇALO
7469000

7469000
Rio de Janeiro
São Paulo

Região
Pendotiba

NITERÓI
7468000

7468000
Divisão Politico Administrativa
Região Pendotiba

Subregiões

Vila Progresso

Ititioca

Largo da Batalha

Estrada
Caetano Bairros
7467000

7467000
Monteiro
Maria Paula

Matapaca
Vila P rogresso
Ititioca Sapê

Badu
Largo da B atalha

Cantagalo
Maceió

Legenda
Estrada Vulnerabilidade Socioambiental
Alarico Baixo
7466000

7466000
de Souza
Médio
Alto

Arruamento
Principais vias

Limites Administrativos
Estrada
Francisco Da Região de Pendotiba
Cruz Nunes
7465000

7465000
®
Referências cartográficas
Sistema de Coordenadas : UTM Fuso 23 K
Sistema Geodésico: Sirgas 2000
Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba

420

Metros
Escala: 1:15.000 Agosto 2016

Logo
7464000

7464000
Título
Vulnerabilidade Socioambiental da
Região de Pendotiba
Autor

Leandro H. Vouga Pereira


697000 698000 699000 700000 701000 702000 703000

Figura 26 – Mapa de vulnerabilidade socioambiental. Fonte: Própria.

É possível observar na Figura 25, que a vulnerabilidade socioambiental


apresenta o seu maior índice ao norte em uma pequena área do bairro de Maria Paula.
Além disso, o bairro de Ititioca apresentou índices médios de vulnerabilidade, por causa
de ter uma baixa vulnerabilidade ambiental, o que acabou por acarretar uma redução da
vulnerabilidade socioambiental em relação a social.

Abaixo segue a Tabela 13 que apresenta a distribuição das áreas por níveis de
vulnerabilidade socioambiental e a população exposta a esta vulnerabilidade por bairro.

Tabela 13 – Vulnerabilidade socioambiental por bairros na Região de Pendotiba. Fonte: Própria.

BAIRROS POPULAÇÃO VULNERABILIDAE SOCIOAMBIENTAL


(HAB.) (M²)
Baixa Média Alta
MARIA PAULA 6715 1.622.176,96 603.667,25 156.588,30
SAPÊ 7174 2.063.763,16 535.367,31 0
VILA PROGRESSO 3728 2.709.987,08 439.335,86 0
MATAPACA 1037 1.318.145,41 77.590,355 0
ITITIOCA 8591 648.095,84 732.686,43 0
LARGO DA BATALHA 9243 492.093,35 1.092.085,72 0
BADU 6198 816.579,34 2.330.056,85 0
CANTAGALO 8555 1.690.719,99 501.350,54 0

49
MACEIÓ 4272 541.176,71 425.051,42 0
TOTAL 55513 11.902.737,86 6.737.191,75 156.588,30

A 63% de toda a Região encontra-se no nível baixo de vulnerabilidade


socioambiental, enquanto os níveis: médio 36% e o alto apenas 1% do território. Os
bairros que apresentam maior vulnerabilidade são: Largo da Batalha e Badu, que
totalizam 15.441 habitantes e são aproximadamente 27,8% de toda a população da
Região. Mesmo o bairro de Maria Paula sendo o único a apresentar uma área em nível
alto, a maior parte de sua área está em nível baixo.

5.5. Disseminação da pesquisa

Para disseminação deste trabalho foi elaborado um SIGweb que seguiu a


arquitetura exposta na Figura 18, na seção etapas do trabalho. Esse SIG oferece a
possibilidade de maior integração entre a pesquisa acadêmica e a população, o que
atualmente é tão carente no Brasil.

A plataforma utilizada é o Arcgis online, devido a sua grande simplicidade de


manuseio, além de possuir diversas ferramentas que outros SIGweb’s não provêm. A
seguir o passo a passo para acesso as informações e dados construídos durante a pesquisa.

O primeiro passo é acessar o link:


https://ence2016.maps.arcgis.com/apps/webappviewer/index.html?id=17fa71afab9a481
5ae0c22c68a2a8221. Após acessar o link, o SIGweb será apresentado conforme a Figura
26.

50
Figura 27 – Tela de apresentação do SIGweb.

Após entrar no SIGweb, o público pode escolher qual camada deseja visualizar,
pois na tela inicial todas as camadas estão ativas. Para selecionar a camada selecione o
botão de camadas conforme a Figura 27.

51
Figura 28 – Seleção de camadas.

As camadas podem ser ativadas ou desativadas clicando nas caixinhas ao lado


do nome de cada camada. O público pode alterar o mapa base que está sendo apresentado
conforme a Figura 28.

52
Figura 29 – Selecionando o mapa base.

Alguns gráficos foram pré-configurados pelo o autor desta pesquisa. Estes


apresentam o total de área para cada categoria de vulnerabilidade e podem ser
visualizados conforme indica a Figura 29.

53
Figura 30 – Selecionando os gráficos.

54
Após clicar em
aplicar o gráfico
aparecerá.

Figura 31 – O gráfico de vulnerabilidade socioambiental.

Ainda podem ser inseridas outras funções neste SIGweb, além de existir outras
funções que não foram apresentadas aqui de propósito, para estimular o público a procurar
as outras funções e, com isso, se familiarizar mais com a ferramenta. Esta ferramenta tem
um papel fundamental na disseminação da informação, permitindo que ela fique 24 horas
por dia online e disponível para o cidadão.

55
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise multicritério se apresenta como um método extremamente simples e,


possível, de implementação pelas prefeituras, pois todos os dados estão disponíveis na
internet e nos órgãos estaduais e federais, servindo como uma importante ferramenta para
o planejamento urbano municipal.

O método de análise de multicritério se apresentou como um importante


instrumento, dando agilidade ao processo de construção do índice de vulnerabilidade
socioambiental e, também, é um cálculo matemático extremamente simples. Sendo que,
as respostas apresentadas pelo método são extremamente plausíveis para a área da
pesquisa, a qual realmente apresenta problemas sociais muito mais relevantes do que os
riscos ambientais.

A Região de Pendotiba apresentou em sua maior parte um baixo índice de


vulnerabilidade socioambiental, mas uma parte relevante da população encontra-se em
um grau médio de vulnerabilidade socioambiental, como foi apresentado na Figura 25.

As desvantagens desta técnica é que não prevê nenhuma interação entre as


variáveis, elas são estudadas sozinhas e, somente, após os estudos é que são atribuídos os
pesos que cada uma vai receber. A análise de multicritério, também, está diretamente
ligada a subjetividade do(s) analista(s), o qual vai ponderar os valores que ele acredita
serem mais importantes. É aconselhável reproduzir esses cálculos utilizando outros
métodos matemáticos mais robustos como a lógica Fuzzy, a qual poderia minimizar a
subjetividade encontrada na análise de multicritério.

Para se obter um melhor resultado é importante que disponha de bases em escalas


menores, melhorando assim os dados analisados durante o trabalho, principalmente, as
variáveis oriundas da temática ambiental.

A pesquisa pode avançar agregando outras temáticas que não foram trabalhadas
aqui, como: saúde, institucional/política, mobilidade entre outras. Todas essas novas
temáticas integradas a pesquisa dariam uma maior robustez nos resultados encontrados.

Para finalizar a pesquisa, todos os dados aqui trabalhados estarão disponíveis em


um SIGweb construído, especialmente, para democratização da informação. Pois,

56
entende-se que a pesquisa acadêmica tem como o seu objetivo principal responder as
necessidades que insurgem dentro das sociedades.

57
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62
Apêndice 1

Histogramas das estações meteorológicas do município de Niterói.

63
Apêndice 2 – Descrição das variáveis

ABASTECIMENTO DE ÁGUA

(1) Característica do indicador

Nome: Percentagem dos domicílios com acesso a abastecimento de água encanada.


Definição: Percentual dos domicílios que dispõe de acesso a abastecimento de água por
rede geral, em determinado espaço geográfico, no ano de 2010.
Unidade de medida: %.
Localização no conjunto de indicadores: Saneamento básico.

(2) Relevância Política do indicador

Propósito: Capacidade de medir a disposição ao acesso a rede geral de abastecimento


de água. Sendo, a água tratada um bem fundamental para as condições mínimas de
saúde e higiene.

Relevância para o Índice de Vulnerabilidade Socioambiental:

 Mensura as variações geográficas do acesso à rede geral de água, identificando


a presença ou não de vulnerabilidade na obtenção de água tratada.
 Auxilia a análise da situação socioeconômica da população.
 Dispõe elementos para análise de riscos para a saúde associados ao não
tratamento da água.
 Assessora os processos de planejamento e gestão para os entes federados.

Ligações com os outros indicadores: Serviço de coleta de lixo e esgotamento sanitário.

3) Descrição metodológica

Método de mensuração: O cálculo é feito entre a razão dos domicílios que dispõe de
água encanada e o total de domicílios particulares permanentes do setor censitário,
multiplicado por 100 para tornar porcentagem.

Limitações do indicador:

Neste indicador, só foi considerado como acesso adequado à água apenas aquele
realizado por rede de abastecimento geral. Devido a legislação brasileira obrigar que
toda a água fornecida à população por rede geral de abastecimento deva ser tratada. Pois
não era possível comprovar a qualidade de outras fontes de água utilizadas pela
população.
Portanto, pode haver subestimação do dado devido ao uso de águas de nascentes, mas
caso haja será muito pequeno, pois a área de estudo apresenta uma forte urbanização.

4) Avaliação da disponibilidade de dados

Dados necessários para compilar o indicador: As variáveis utilizadas são domicílios


particulares permanentes com acesso a água pela rede geral de abastecimento e o total
de domicílios particulares permanente do setor censitário.

Disponibilidade de dados: IBGE: Censo Demográfico 2010.

64
COLETA DE LIXO

1) Característica do indicador

Nome: Percentagem dos domicílios atendidos pelo serviço adequado de coleta de lixo.
Definição: Percentual dos domicílios atendidos, direta ou indiretamente, por serviço
regular de coleta de lixo, em determinado espaço geográfico, no ano de 2010.
Observação: São consideradas coletas: i) direto, quando a coleta do lixo é realizada no
domicílio, por empresa de limpeza urbana (pública ou particular); ii) indireta, quando o
lixo é depositado em caçamba, tanque ou outro depósito, sendo posteriormente coletado
por serviço ou empresa de limpeza urbana (pública ou privada).
Unidade de medida: %.
Localização no conjunto de indicadores: Saneamento básico

2) Relevância Política do indicador

Propósito: Medir a capacidade de cobertura domiciliar de serviços de coleta adequada


de lixo. Sendo assim, os resultados com baixas coberturas estarão suscetíveis a riscos
associados a presença de lixo.

Relevância para o Índice de Vulnerabilidade Socioambiental:

 Mensura as variações geográficas do acesso à rede geral de coleta de lixo,


identificando a presença ou não de vulnerabilidade caso não seja coletado.
 Auxilia a análise da situação socioeconômica da população.
 Dispõe elementos para análise de riscos para a saúde associados à não coleta
de lixo.
 Assessora os processos de planejamento e gestão para os entes federados.

Ligações com os outros indicadores: abastecimento de água e esgotamento sanitário.

3) Descrição metodológica

Método de mensuração: O cálculo é realizado pela razão de domicílios particulares


permanentes atendidos (direta ou indiretamente), por serviço de coleta de lixo e o total
de domicílios particulares permanentes do setor censitário, multiplicar por 100 para
tornar porcentagem.

Limitações do indicador:

O indicador refere-se somente ao atendimento ou não, não apresentando uma


abordagem mais qualitativa, para se saber a qualidade do serviço prestado nas condições
de frequência, volume transportado e armazenado.

Não leva em consideração outras formas de coleta de lixo.

4)Avaliação da disponibilidade de dados

Dados necessários para compilar o indicador: As variáveis utilizadas são o número


de domicílios particulares permanentes que são atendidos pelo serviço de coleta de lixo
e o total de domicílios particulares permanentes no município.

Disponibilidade de dados: IBGE: Censo Demográfico 2010.

65
ESGOTAMENTO SANITÁRIO ADEQUADO

1) Característica do indicador

Nome: Percentagem dos domicílios com tipo de esgotamento sanitário adequado.


Definição: Percentual de domicílios que dispõe de escoadouro de dejetos através de
ligação do domicilio à rede coletora, em determinado espaço geográfico, no ano 2010.
Unidade de medida: %.
Localização no conjunto de indicadores: Saneamento básico.

2) Relevância Política do indicador

Propósito: Mensurar a cobertura que os domicílios dispõe de esgoto sanitário por rede
coletora. No qual é possível associar baixas coberturas com condições de risco a
proliferação de doenças relacionadas a contaminação ambiental.

Mensurar a cobertura domiciliar da disposição do esgoto sanitário por rede coletora ou


fossa séptica. Onde é possível associar baixas coberturas a condições favoráveis à
proliferação de doenças transmissíveis decorrentes de contaminação ambiental.

Relevância para o Índice de Vulnerabilidade Socioambiental:

 Mensura as variações geográficas do acesso à rede geral esgotamento sanitário,


identificando a presença ou não de vulnerabilidade caso não seja coletado.
 Auxilia a análise da situação socioeconômica da população.
 Dispõe elementos para análise de riscos para a saúde associados ao não acesso
a rede de esgotamento sanitário.
 Assessora os processos de planejamento e gestão para os entes federados.

Ligações com os outros indicadores: abastecimento de água e coleta de lixo.

3) Descrição metodológica

Método de mensuração: O cálculo é feito com base no montante de domicílios com


acesso a esgotamento sanitário adequado e o total de domicílios existentes no setor
censitário, sendo o primeiro numerador e o segundo denominador, ao final o resultado
é multiplicado por 100 para tornar porcentagem.

Limitações do indicador:

 O indicador refere-se somente à disponibilidade de rede coletora ou de fossa


séptica, não incluindo as condições de funcionamento e nem o destino final
dos dejetos.
 Caso o resíduo não seja tratado houve apenas uma transferência do problema
de um espaço geográfico para outro.

4)Avaliação da disponibilidade de dados

Dados necessários para compilar o indicador: As variáveis utilizadas foram


referentes ao total de domicílios no município e o total de domicílios ligado a rede geral
de esgoto.

Disponibilidade de dados: IBGE: Censo Demográfico 2010.

66
RENDA MÉDIA DOMICILIAR PER CAPITA

1) Característica do indicador

Nome: Renda média domiciliar per capita


Definição: É a média das rendas domiciliares per capita das pessoas residentes em
determinado espaço geográfico, no ano de 2010. Para o cálculo foi considerado como
renda domiciliar per capita, o rendimento mensal do domicílio dividido pelo número
de moradores.O salário mínimo de referência para o ano de 2010 foi de 510,00 reais.
Unidade de medida: R$ - reais.
Localização no conjunto de indicadores: econômico.

2) Relevância Política do indicador

Propósito: Avaliar a capacidade de resiliência de cada morador caso haja a


concretização de alguma vulnerabilidade, ao qual esteja suscetível.

Relevância para o Índice de Vulnerabilidade Socioambiental:

 Analisar diferenças de renda pessoal entre grupos populacionais e espaços


geográficos;
 Delimitar a situação socioeconômica da população, identificando os grupos
que requerem maior atenção dos segmentos públicos e privados.
 Assessorar os processos de planejamento e gestão para os entes federados

Ligações com os outros indicadores: Número médio de moradores por domicílio,


Taxa de analfabetismo.

3) Descrição metodológica

Método de mensuração: É a razão entre a renda mensal domiciliar sobre o número


médio de moradores, por setor censitário.

Limitações do indicador:

 A seletividade da informação fornecida pelos moradores.


 A presença de outlier devido a uma elevada desigualdade na nossa sociedade,
podendo, então influenciar o valor médio.

4)Avaliação da disponibilidade de dados

Dados necessários para compilar o indicador: As variáveis utilizadas na mensuração


do indicador foram a soma dos rendimentos mensais dos moradores do domicílio, em
reais. O número de moradores e a população total do setor censitário.

Disponibilidade de dados: IBGE: Censo Demográfico 2010.

67
TAXA DE ANALFABETISMO

1) Característica do indicador

Nome: Taxa de Analfabetismo


Definição: Percentual de pessoas com 5 anos ou mais anos de idade que não sabem ler
e escrever pelo menos um bilhete simples, no idioma que conhecem, na população total
residente da mesma faixa etária, em determinado espaço geográfico, no 2010.
Unidade de medida: %.
Localização no conjunto de indicadores: educação.

2) Relevância Política do indicador

Propósito:

 Analisar variações geográficas do analfabetismo;


 Níveis de analfabetismo acima de 5% são considerados inaceitáveis
internacionalmente.

Relevância para o Índice de Vulnerabilidade Socioambiental:

 Analisar o acesso aos primeiros anos escolares;


 Delimitar a situação socioeconômica da população, identificando os grupos
que requerem maior atenção dos segmentos públicos e privados.
 Assessorar os processos de planejamento e gestão para os entes federados;
 Os grupos com maior taxa de analfabetismo apresentarão maior
vulnerabilidade social, devido a baixa resiliência no caso de concretização do
risco ao qual estão expostos.

Ligações com os outros indicadores: Taxa bruta de matrícula.

3) Descrição metodológica

Método de mensuração: É a razão entre o número de residentes de 5 anos ou mais que


não sabem ler e escrever um bilhete simples, no idioma que conhecem, sobre a
população total residente desta faixa etária.

Limitações do indicador:

 O indicador não expressa mudanças recentes, por sofrer influência do estoque


de analfabetos adultos.
 Não leva em consideração o número de matriculados em Educação de Jovens
e Adultos.

4)Avaliação da disponibilidade de dados

Disponibilidade de dados: Censo Demográfico (IBGE)

68
ENERGIA ELÉTRICA

1) Característica do indicador

Nome: Número de domicílios com energia elétrica


Definição: Número total de domicílios ligados a energia elétrica em determinado
espaço geográfico, no ano de 2010.
Localização no conjunto de indicadores: Dimensão da capacidade na subdimensão
gestão.

2) Relevância Política do indicador

Propósito:

 Analisar variações geográficas das condições do domicílio;

Relevância para o Índice de Vulnerabilidade Socioambiental

 Analisar o acesso a infraestrutura básica como energia elétrica,


 Delimitar a situação socioeconômica da população, identificando os grupos
que requerem maior atenção dos segmentos públicos e privados.
 Assessorar os processos de planejamento e gestão para os entes federados;

Ligações com os outros indicadores:

3) Descrição metodológica

Método de mensuração.

Limitações do indicador:

4)Avaliação da disponibilidade de dados

Disponibilidade de dados: Censo Demográfico de 2010 (IBGE)

69
MÉDIA DE MORADORES POR DOMICÍLIO

1) Característica do indicador

Nome: Média de moradores por domicílio


Definição: É o número médio de moradores por domicílio, no censo demográfico do
IBGE 2010.
Unidade de medida: habitantes/domicílio
Localização no conjunto de indicadores: econômico

2) Relevância Política do indicador

Propósito:

 Analisar variações geográficas do número de moradores em cada domicílio;


 Domicílios com número alto de moradores demonstra que a renda per capita
da família é baixa.

Relevância para o Índice de Vulnerabilidade Socioambiental:

 Analisar diferenças de renda pessoal entre grupos populacionais e espaços


geográficos;
 Delimitar a situação socioeconômica da população, identificando os grupos
que requerem maior atenção dos segmentos públicos e privados.
 Assessorar os processos de planejamento e gestão para os entes federados
 Identificar grupos populacionais com baixa resiliência caso aconteça algum
desastre ambiental.

Ligações com os outros indicadores: Renda Média Domiciliar Per Capita

3) Descrição metodológica

Método de mensuração: É a soma do número de habitantes em cada setor censitário


dividido pela soma do número de domicílios no mesmo setor censitário.

Limitações do indicador:

 A seletividade da informação fornecida pelos moradores


 A presença de outlier, que pode influenciar o valor médio.

4)Avaliação da disponibilidade de dados

Disponibilidade de dados: Censo Demográfico 2010 (IBGE)

70
INDIVÍDUOS DEPENDENTES

1) Característica do indicador

Nome: Indivíduos dependentes


Definição: É o percentual de indivíduos dependentes, no censo demográfico do IBGE
2010.
Unidade de medida: %
Localização no conjunto de indicadores: econômico

2) Relevância Política do indicador

Propósito:

 Analisar variações geográficas do percentual de indivíduos dependentes;


 Setores com alto percentual de indivíduos dependentes gera uma maior
vulnerabilidade.

Relevância para o Índice de Vulnerabilidade Socioambiental:

 Analisar diferenças de dependênciaentre grupos sociais e espaços geográficos;


 Delimitar a situação socioeconômica da população, identificando os grupos
que requerem maior atenção dos segmentos públicos e privados;
 Assessorar os processos de planejamento e gestão para os entes federados;
 Identificar grupos populacionais com baixa resiliência caso aconteça algum
desastre ambiental.

Ligações com os outros indicadores: Renda Média Domiciliar Per Capita.

3) Descrição metodológica

Método de mensuração: É a soma entre o número de habitantes com menos de 5 anos


de idade e com mais de 65 anos dividido pelo número de habitantes totais e, multiplicado por 100.

Limitações do indicador:

 A seletividade da informação fornecida pelos moradores;


 O indivíduo pode ter mais de 65 anos e não ser dependente.

4)Avaliação da disponibilidade de dados

Disponibilidade de dados: Censo Demográfico 2010 (IBGE)

71
Apêndice3

Tabela de padronização das variáveis sociais

ESG_ ABAS_ COL_ ENERG_ Med_mor_ P_P_ALFAB P_P_


CD_GEOCODI SANIT AGUA LIXO ELE R_M_DOM_PER_CAPITA dom _ACIMA_5 Depend
330330205000001 26,53 99,71 34,99 100,00 353,70 3,25 90,95 36,20
330330205000002 26,53 99,49 87,76 100,00 411,50 3,11 93,06 27,59
330330205000003 5,59 99,38 47,83 100,00 570,95 2,9 95,85 27,19
330330205000004 77,54 94,77 99,38 99,08 534,08 3,15 96,95 28,20
330330205000005 74,28 99,04 88,10 100,00 603,18 2,98 95,11 26,75
330330205000006 41,36 95,37 53,09 99,69 389,98 3,03 95,81 32,31
330330205000007 1,64 95,63 8,74 100,00 347,57 3,21 92,29 35,09
330330205000008 16,57 98,29 50,00 100,00 380,92 3,14 93,17 31,82
330330205000009 13,31 94,48 42,53 99,35 427,19 3,07 92,46 33,51
330330205000046 62,98 90,38 99,04 100,00 619,53 2,94 96,19 31,86
330330205000047 24,03 99,61 74,03 100,00 2588,78 3,37 100,00 32,30
330330205000048 90,00 100,00 100,00 100,00 838,30 3,23 98,55 27,84
330330205000049 53,01 97,59 99,40 100,00 1880,32 3,08 98,35 26,42
330330205000050 58,06 96,45 84,84 100,00 543,97 3,02 95,33 29,24
330330205000053 14,49 93,46 68,69 100,00 1655,82 3,01 97,50 28,99
330330205000054 79,63 84,26 3,70 100,00 432,39 3,31 93,88 26,61
330330205000055 38,42 93,60 100,00 100,00 1527,03 3,13 100,00 30,03
330330205000056 23,72 99,36 100,00 100,00 2818,25 3,04 100,00 26,95
330330205000057 36,89 98,06 86,89 100,00 3229,47 3 98,99 23,59
330330205000058 38,44 97,81 98,13 100,00 2532,67 3,24 98,37 30,09
330330205000059 88,34 98,16 99,69 100,00 669,42 3 97,91 31,87
330330205000060 30,72 95,42 92,16 100,00 460,57 2,93 94,61 29,84
330330205000061 46,67 92,75 98,84 100,00 655,56 3,03 95,06 30,02
330330205000062 16,72 95,58 94,64 100,00 566,33 3,15 96,63 31,19
330330205000063 27,35 97,94 33,53 99,41 829,73 3,17 98,49 32,25
330330205000064 56,00 97,20 48,00 100,00 353,34 3,5 98,09 31,74
330330205000065 33,77 96,69 44,37 100,00 335,36 3,57 89,81 31,97
330330205000066 75,17 97,24 90,34 100,00 1792,09 3,31 99,13 31,25
330330205000067 71,24 99,57 95,28 100,00 950,41 3,16 97,99 28,22
330330205000068 24,12 99,68 57,56 100,00 1209,97 3,07 97,04 28,06
330330205000069 84,48 95,52 99,66 100,00 2122,51 3,16 100,00 28,38
330330205000070 50,24 91,30 82,61 100,00 2555,78 3,29 97,10 24,93
330330205000071 100,00 100,00 37,85 100,00 415,04 3,53 96,28 34,52
330330205000072 68,75 98,58 46,88 100,00 457,54 3,27 96,59 28,39
330330205000073 88,00 94,00 100,00 100,00 1962,81 3,42 100,00 28,07
330330205000074 86,70 99,14 99,57 100,00 830,29 3,1 97,49 22,96
330330205000075 77,51 96,54 99,65 100,00 405,99 3,15 97,53 27,91
330330205000076 55,61 97,56 9,76 100,00 321,28 3,33 86,33 32,40
330330205000077 13,25 98,68 2,65 100,00 304,27 3,26 87,12 33,33
330330205000078 88,76 97,63 10,65 100,00 367,27 3 93,56 29,59

72
330330205000079 17,00 94,00 12,00 100,00 2753,89 3,28 98,39 29,57
330330205000080 46,40 94,14 80,18 99,55 666,89 3,18 96,97 29,50
330330205000081 77,42 96,77 3,23 100,00 331,83 3,24 89,73 30,56
330330205000082 21,15 100,00 100,00 100,00 2441,29 3,06 100,00 27,67
330330205000083 99,25 99,25 16,00 100,00 366,50 3,19 92,28 28,41
330330205000084 7,06 98,82 85,10 99,61 1541,26 3,19 99,59 31,70
330330205000085 56,02 77,59 79,25 100,00 541,63 3,1 95,79 30,88
330330205000086 30,32 99,47 12,77 100,00 376,70 3,47 97,12 29,86
330330205000087 50,27 97,86 84,49 100,00 651,48 3,02 95,56 32,21
330330205000088 24,34 95,58 100,00 99,56 687,33 3,08 97,98 29,21
330330205000099 72,82 86,67 97,95 100,00 2397,01 3,28 99,34 28,17
330330205000111 43,78 100,00 42,92 100,00 349,52 3,6 90,86 32,66
330330205000112 51,11 100,00 - 100,00 276,51 3,67 94,44 34,48
330330205000113 48,78 98,78 6,10 100,00 385,76 3,18 95,85 30,65
330330205000114 17,65 99,35 37,25 100,00 342,76 3,24 94,30 31,31
330330205000115 34,59 97,84 57,84 100,00 629,67 2,97 95,78 28,96
330330205000116 58,75 97,64 24,24 99,83 526,83 3,02 93,43 31,42
330330205000117 64,74 97,89 98,42 100,00 798,24 3,33 100,00 29,07
330330205000118 67,24 94,54 100,00 100,00 786,29 3,13 96,72 30,57
330330205000119 95,54 98,51 52,97 100,00 710,69 3,07 97,47 28,50
330330205000120 38,97 95,90 68,72 99,49 1545,62 3,17 98,97 33,33
330330205000121 66,67 95,42 3,27 100,00 403,41 3,45 92,08 34,66
330330205000122 50,74 100,00 73,89 100,00 430,93 3,05 96,98 35,00
330330205000123 13,46 99,62 20,77 100,00 492,40 3,35 94,92 29,24
330330205000273 72,37 98,83 0,78 100,00 346,57 3,08 99,15 30,83
330330205000274 97,33 100,00 5,33 100,00 329,61 3,28 90,82 33,73
330330205000720 54,87 99,56 38,50 100,00 1935,20 3,56 88,26 31,84
330330205000721 95,85 100,00 15,67 100,00 3388,85 3,48 100,00 26,14
330330205000722 40,65 95,93 60,16 100,00 242,44 3,41 95,43 31,68
330330205000723 91,15 99,12 0,88 100,00 411,87 2,85 99,50 26,67
330330205000724 60,00 87,37 60,00 100,00 423,70 2,73 100,00 30,69
330330205000823 29,62 97,69 80,00 100,00 690,75 3,67 88,50 40,80
330330205000844 26,32 89,88 90,89 100,00 765,28 3,07 93,44 29,11
330330205000846 90,27 100,00 79,65 100,00 454,55 3,48 90,28 34,74
330330205000272 6,61 99,17 27,27 100,00 531,94 3,85 96,11 34,58
330330205000907 1,35 14,86 1,35 100,00 210,93 3,07 98,10 28,98
330330205000712 20,00 100,00 100,00 100,00 3398,62 3,35 94,13 30,42
330330205000719 66,13 94,35 97,58 100,00 1814,54 3,06 98,89 29,77
330330205000822 12,22 99,17 26,94 99,44 483,72 2,8 95,95 25,78
330330205000842 32,16 99,42 84,80 100,00 586,88 3,16 100,00 21,85
330330205000843 41,67 97,57 86,81 100,00 1198,98 3,1 94,55 28,89
330330205000863 82,76 98,28 72,41 100,00 553,28 2,74 89,00 32,69
330330205000880 86,84 92,11 100,00 100,00 420,17 3,17 90,32 33,65
330330205000890 3,05 96,95 76,22 100,00 384,35 2,73 98,05 26,87
330330205000898 100,00 100,00 14,29 100,00 518,91 3,53 91,56 44,44

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