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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIEURO

FACULDADE DE DIREITO

ALESSANDRO DOS SANTOS RIBEIRO – CPD: 41475

LUCIANA ALMADA COELHO – CPD: 41926

VAGNER DE SOUZA SALES – CPD: 40588

ARIENE DA SILVA DIAS – CPD: 42295

MAURÍCIO MAIA LEMOS – CPD: 41279

REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

Brasília

2021
HABEAS DATA

1. Conceito, características e cabimento:

O Habeas Data é um remédio constitucional que possui previsão no artigo


5º, inciso LXXII, da Constituição Federal de 1988 e na lei nº 9.507/97. O referido
remédio constitucional é cabível nos termos do artigo 7º da lei nº 9.507/97: a)
para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando
não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. É
importante frisar que é necessário a negativa da via administrativa para
justificar o ajuizamento do Habeas Data.

Assim, verifica-se que a finalidade do Habeas Data é assegurar que uma


determinada pessoa tenha acesso a dados e informações pessoais que estejam
sob posse de entidades públicas ou privadas.

Por fim, cabe mencionar que o ministro Alexandre de Moraes conceitua o


Habeas Data “como o direito que assiste a todas as pessoas de solicitar
judicialmente a exibição dos registros públicos ou privados, nos quais estejam
incluídos seus dados pessoais, para que deles se tome conhecimento”.
(MORAES, 2020, p. 205).

2. Fundamento Jurídico:

O fundamento jurídico do Habeas Data está no artigo 5º, inciso LXXII, da


Constituição Federal de 1988 e na lei nº 9.507/97.

3. Juízo Competente:

O juízo competente é juízo da Vara da Fazenda Pública ou Vara Cível da


comarca do Estado.

A lei nº 9.507/97 prevê em seu artigo 20, incisos I e II a competência para


julgamento e processamento do Habeas Data.
O artigo 20, inciso I, estabelece que O julgamento e processamento do
Habeas Data compete originalmente:

a) ao Supremo Tribunal Federal, contra atos do Presidente da República, das


Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas
da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal
Federal;

b) ao Superior Tribunal de Justiça, contra atos de Ministro de Estado ou do


próprio Tribunal;

c) aos Tribunais Regionais Federais contra atos do próprio Tribunal ou de juiz


federal;

d) a juiz federal, contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de


competência dos tribunais federais;

e) a tribunais estaduais, segundo o disposto na Constituição do Estado;

f) a juiz estadual, nos demais casos;

O artigo 20, inciso II, estabelece que O julgamento e processamento do


Habeas Data compete em grau de recurso:

a) ao Supremo Tribunal Federal, quando a decisão denegatória for proferida em


única instância pelos Tribunais Superiores;

b) ao Superior Tribunal de Justiça, quando a decisão for proferida em única


instância pelos Tribunais Regionais Federais;

c) aos Tribunais Regionais Federais, quando a decisão for proferida por juiz
federal;
d) aos Tribunais Estaduais e ao do Distrito Federal e Territórios, conforme
dispuserem a respectiva Constituição e a lei que organizar a Justiça do Distrito
Federal;

4. Legitimidade ativa e passiva:

O Habeas Data pode ser impetrado por qualquer pessoa, brasileira ou


estrangeira, dotado de capacidade postulatória, desde que a informação se refira
a ela própria e seja de seu interesse particular. Atenção: O STJ no julgamento
do HD n.001-DF, DJU, 2.5.89, Seção I, p. 6.774, admitiu a possibilidade dos
herdeiros legítimos do morto ou seu cônjuge impetrarem Habeas Data.

Em relação a legitimidade passiva, vale mencionar que o Habeas Data


poderá ser impetrado em face da entidade governamental ou de caráter público
que mantenha sob sua guarda os dados referentes a pessoa do impetrante.

5. Modelo de estrutura da petição:

AO JUÍZO DA ... VARA DA FAZENDA PÚBLICA/CÍVEL DA COMARCA DE ...


ESTADO

OU

AO JUÍZO DA ... VARA DA SECÇÃO/SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE ... ESTADO

NOME ..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador/a do RG


nº: ..., inscrito/a no CPF nº: ..., filho/a de ... e ..., residente e domiciliado...,
endereço eletrônico..., vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência
por intermédio de seu advogado que esta subscreve (conforme instrumento de
procuração em anexo, documento...) e no endereço abaixo indicado em que
receberá intimações, com fulcro no artigo 5º, inciso LXXII, da Constituição
Federal de 1988 e artigo 7º, inciso I da lei nº 9.507/97, impetrar HABEAS DATA,
em face do ENTE PÚBLICO QUE SE BUSCA OBTER A INFORMAÇÃO,
pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ nº: ..., estabelecida em ...,
endereço eletrônico..., representada neste ato por seu representante, na forma
do artigo 75, inciso I, II ou III, do Código de Processo Civil, pelos motivos a seguir
expostos;

I – DO CABIMENTO:

O Habeas Data é um remédio constitucional previsto no artigo 5º, inciso


LXXII, da Constituição Federal de 1988 e na lei nº 9.507/97, cujo a finalidade é
assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público.
Assim, verifica-se que o cabimento do Habeas Data no presente caso,
tendo em vista que a parte impetrante deseja obter informações relativas a sua
pessoa, informações estas que constam nos registros e bancos de dados da
entidade governamental ..., informação essa que possui carater público.

II – DA LEGITIMIDADE:

Nos termos do artigo 5º, inciso LXXII, da Constituição Federal de 1988 e


nos artigos da lei nº 9.507/97, verifica-se que o impetrante possui legitimidade
ativa para impetrar o presente Habeas Data, tendo em vista que este deseja
obter informações relativas a sua pessoa, informações estas que constam nos
registros e bancos de dados da entidade governamental ..., informação essa que
possui carater público.
Cabe mencionar ainda, que o ente público ..., possui legitimidade passiva
para figurar no polo passivo da referida ação, tendo em vista que este mantém
sob sua guarda os dados referentes a pessoa do impetrante.

III – DOS FATOS: (Breve narrativa do que ocorreu)


IV – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA:
O impetrante faz jus a gratuidade de justiça nos termos do artigo 5º, inciso
LXXVII, da Constituição Federal de 1988 e artigo 21, da lei nº 9.507/97, que
estabelecem que “são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-
data", e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania” e que
“São gratuitos o procedimento administrativo para acesso a informações e
retificação de dados e para anotação de justificação, bem como a ação
de habeas data”.
Por essa razão, requer a concessão dos benefícios da gratuidade de
justiça nos termos do artigo 5º, inciso LXXVII, da Constituição Federal de 1988
e artigo 21, da lei nº 9.507/97.

V – DO DIREITO: (Trazer os fundamentos jurídicos objetos da insurgência)

VI – DOS PEDIDOS:
Ante o exposto requer:

a) A citação do impetrado...;

b) Inversão do ônus da prova, nos termos do artigo 6º, inciso VIII do Código de
Defesa do Consumidor;

c) A condenação do impetrado a obrigação de entrega do histórico de restrições


em nome do impetrante...;

d) A concessão dos benefícios da gratuidade de justiça nos termos do artigo 5º,


inciso LXXVII, da Constituição Federal de 1988 e artigo 21, da lei nº 9.507/97;

e) A condenação do impetrado ao pagamento das custas processuais e dos


honorários advocatícios;

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos;


Dá-se a causa o valor de R$...

Nestes termos, pede deferimento

Local..., Data...

ADVOGADO...

OAB...

AÇÃO POPULAR

Conceito – cabimento – características

A ação popular é um instrumento de caráter judicial, prevista na


Constituição Federal de 1998 e regulada pela Lei nº 4.717/1965, a qual visa
possibilitar uma participação do cidadão na vida pública. De forma mais
específica, a propositura pelo cidadão da referida ação tem por escopo evitar ou
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe,
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, o que demonstra a sua relevância para a defesa dos interesses da
coletividade.

Posto isso, tem-se que este remédio constitucional pode ser impetrado
tanto na “modalidade preventiva”, que é quando se visa impedir um ato lesivo
que ainda não ocorreu só que está na iminência de se materializar, quanto na
“modalidade repressiva”, que é quando a lesão já se concretizou e é preciso ir à
busca da sua reparação.

Fundamento jurídico

De se registrar que o fundamento jurídico para a propositura da ação


popular é o artigo 5º, inciso LXXIII, da Constituição Federal de 1988, e a Lei nº
4.717/1965.
Juízo competente

O juízo competente para julgar a ação popular é o de primeira instância


da Justiça Federal ou da Justiça Estadual, mesmo que o infrator goze de foro
privilegiado, salvo nos casos em que a ação popular acuse conflito entre as
autoridades dispostas no artigo 102, inciso I, alíneas “f” e “n”, da Constituição
Federal, onde a competência originária para julgar a ação popular será do
Supremo Tribunal Federal, conforme aponta a doutrina.

Legitimidade ativa x legitimidade passiva

No tocante a legitimidade ativa, o texto constitucional dispõe que pertence


a qualquer cidadão, ou seja, qualquer um que esteja em pleno gozo de seus
direitos civis e políticos, sendo necessário apenas que se faça prova por meio
do título eleitoral ou documento semelhante, conforme artigo 1º, §3º, da Lei nº
4.717/1965 (Lei da Ação Popular). A propósito, também é possível que mais de
um cidadão figure no polo ativo, haja vista que podem se habilitar, formando-se
um litisconsórcio ativo, que será facultativo.

Lembrando que o autor da ação popular estará isento do pagamento de


custas e livre do ônus de sucumbência, exceto se ficar comprovada a má-fé, com
fins de se evitar o uso da ação popular por motivos meramente políticos. Caso
haja desistência, qualquer cidadão ou Ministério Público poderá dar
prosseguimento à ação, consoante artigo 9º, da respectiva lei.

Como se observa, a propositura de uma ação popular é uma prerrogativa


conferida tão somente à pessoa física que se enquadre no conceito de cidadão
(eleitor) brasileiro, o que significa dizer que os estrangeiros não têm legitimidade,
salvo os portugueses equiparados mediante a apresentação de título de eleitor.
Acentua-se que a pessoa física com direitos suspensos também não tem
legitimidade. Sobre a pessoa jurídica, esta também não possui legitimidade para
propor ação popular, é o que diz a Súmula nº 365, do Supremo Tribunal Federal.
Quanto à legitimidade passiva, o artigo 6º da Lei 4.717/1965 elenca
perfeitamente as pessoas que podem figurar nesse polo, deixando claro que a
ação popular pode ser proposta contra as pessoas jurídica de direito público ou
privado envolvida na prática do ato lesivo que se pretenda impugnar, bem como
contra todos os demais que participaram do cometimento do mesmo.

Estrutura da peça:

1 – Endereçamento (Juízo competente);

2 – Preâmbulo (autor e sua qualificação + nome peça e fundamento jurídico +


réu e sua qualificação);

3 – Cabimento (artigo do preâmbulo e conceito de ação popular);

4 – Legitimidade (Sujeito ativo e sujeito passivo);

5 – Fatos (breve resumo);

6 – Direito (teses jurídicas);

7 – Liminar/tutela;

8 – Pedidos;

9 – Fechamento.
MANDADO DE SEGURANÇA

1. CONCEITO – CABIMENTO – CARACTERÍSTICAS:

O mandado de segurança é um remédio constitucional que visa à


proteção de direito líquido e certo do indivíduo, seja individual ou coletivo. Está
regularmente previsto na Constituição Federal, mais precisamente no seu artigo
5º, LXIX, e também regulamentado pela Lei nº 12.016/09, no seu artigo 1º, que
tem como objetivo resguardar direito líquido e certo, evitando-se, assim, que se
perpetuem atos abusivos das autoridades públicas, bem como de pessoas
jurídicas privadas, e garantindo a possibilidade de reparação à lesão.

Quanto as suas características, possui duas formas de impetração,


podendo ser interposto para a defesa de direitos individuais e também para
defesa de direito líquido e certo de uma coletividade. Além disso, admite duas
modalidades, a preventiva, que visa proteger direito líquido e certo que está na
iminência de ser lesionado, e também a repressiva, que é aquela utilizada
quando a lesão a direito líquido e certo já ocorreu.

Fundamento Jurídico:

O fundamento jurídico está previsto no artigo 5º, LXIX, da Constituição


Federal, bem como na legislação extravagante, Lei nº 12.016/09.

Do Juízo Competente:

O mandado de segurança pode ser impetrado perante o Juízo da Vara da


Fazenda Pública Cível da Comarca em que ocorreu a lesão, bem como perante
o Juízo da Vara da Seção Judiciária ou Subseção Judiciária da cidade onde
houver ocorrido a lesão.

Da Legitimidade Ativa:
No que diz respeito à legitimidade da parte autora, esta tem respaldo legal
no artigo 1º e seguinte da Lei nº 12.016/2009 e no artigo 5º, inciso LXIX, da
Constituição Federal, também podendo ser impetrado por pessoa física ou
jurídica.

Da Legitimidade Passiva:

Prever como sujeito passivo, a autoridade coautora, que pode ser tanto
entidade pública como privada que gere lesão ou que cause dano a direito líquido
e certo de terceiro.

2. DA ESTRUTURA DA PEÇA:

Endereçamento: Ao juízo competente da Cidade onde ocorreu o dano ou lesão.

Preâmbulo: Classifica-se autor e réu, nos termos do artigo 319 do CPC, bem
como a autoridade coautora, nome da peça,

Cabimento: É a combinação do artigo da Lei.

Legitimidade: Trata-se do sujeito ativo e do sujeito passivo, da demanda.

Fatos: É uma breve síntese do que aconteceu.

Direito: São as teses que serão utilizadas para fundamentar o direito do autor.

Liminar – Tutela: Quando não se pode esperar o resultado final da ação


dependendo da lesão ocasionada ao direito, eis o perigo da demora poderá
prejudicar o direito do autor.

Pedidos: Será a manifestação do que se esperar obter com o presente


instrumento.

Fechamento: Local da propositura da ação, data, Advogado.


HABEAS CORPUS:

CONCEITO:

Trata-se de um remédio constitucional/instrumento processual que


garante a liberdade de locomoção “direito de ir e vir” dos indivíduos, quando
houver violência ou coação a esse direito. Portanto, é uma garantia prevista no
artigo 5.º, LXVIII da Constituição Federal.

NATUREZA E FUNDAMENTO JURÍDICO:

O caráter deste remédio constitucional é penal e também de procedimento


especial, mas não se trata de um recurso e sua finalidade é de resguardar o
direito insculpido no art. 5.º, XV, da CRFB.

Verifica-se que a constituição resguardou o direito à liberdade de


locomoção no território nacional em tempo de paz, de forma que todos têm o
direito de sair ou permanecer nele com seus bens. Nessa trilha, complementa-
se que o direito de liberdade inclui também o direito de saída do território
nacional, de permanência no território nacional e de deslocamento dentro do
território nacional.

COMPETÊNCIA:

O habeas corpus impetrado contra particulares, delegados e outras


autoridades que não possuam prerrogativa de função será proposto na primeira
instância. Ademais, assevera-se que a ação pertinente poderá ser manejada em
qualquer seara do direito, é o que ocorre, por exemplo, em caso de libertação de
devedor de alimentos no âmbito cível e soltura para depositário fiel no âmbito
trabalhista.

LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA:

Inicialmente, afirma-se que a legitimidade ativa para impetrar o referido


remédio constitucional é atribuída a qualquer pessoa, isto é, não importa se
menor de idade ou deficiente, tal como independe do sexo, nível de escolaridade,
nacionalidade, religião, profissão, orientação sexual, desde que seja pessoa
física. Esclarece-se que, no caso de pessoa analfabeta, basta que outra pessoa
assine a rogo a petição, ainda, que esta poderá, inclusive, ser impetrada por
pessoa jurídica, mas somente para defesa da liberdade de uma pessoa física.

Por fim, é de extrema importância registrar que não há necessidade de


representação judicial, ou seja, não há necessidade de constituir advogado e
tampouco de pagamento de custas processuais (a ação é gratuita), até porque
isso acabaria restringindo esse direito que é tão importante, bem como não se
exige qualquer formalidade, o que significa que a peça produzida numa folha de
papel higiênico também deverá ser aceita.

Quanto à legitimidade passiva, esta é atribuída a qualquer autoridade


coatora, seja delegado de polícia, juiz de direito, promotor, tribunal ou até mesmo
pessoas jurídicas de direito privado, para tanto, basta que a ação seja impetrada
em desfavor do órgão coator que esteja se utilizado de ilegalidade ou abuso de
poder.

ESPÉCIES:

Enfatiza-se que o habeas corpus possui duas espécies que deverão ser
observadas de acordo com o caso concreto, mais especificamente sobre o
momento das ocorrências.

Desse modo, se houver ameaça ou coação ao direito de liberdade, haverá


a requisição da expedição um instrumento denominado como salvo conduto e a
espécie prevista para esta situação é o habeas corpus preventivo. Já no caso de
violência ou coação à liberdade já cometida por autoridade coatora contra um
particular, caberá o habeas corpus repressivo com requerimento da expedição
de um instrumento denominado alvará de soltura.

ESTRUTURA DA PEÇA:

1 – Endereçamento (Juízo competente);


2 – Preâmbulo (autor e sua qualificação + nome peça e fundamento jurídico +
réu e sua qualificação);

3 – Legitimidade (Sujeito ativo e sujeito passivo);

4 – Fatos (breve resumo);

5 – Direito (teses jurídicas);

6 – Liminar;

7 – Pedidos;

8 – Fechamento.

MANDADO DE INJUNÇÃO

1. Conceito, características e cabimento:

O mandado de injunção é um dos cinco remédios constitucionais, onde


estão inclusos, também, o habeas corpus, o habeas data, o mandado de
segurança e a ação popular. Ele está previsto no artigo 5º da Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988, no inciso LXXI, que afirma:

“Art. 5º, LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta


de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania”.

O mandado de injunção, então, é uma prerrogativa que busca legitimar a


aplicação da Constituição Federal de 1988, fazendo com que os direitos
estabelecidos na Carta Magna sejam exercíveis e acessíveis a toda a sociedade.
É um mecanismo de defesa da letra expressa no próprio documento.

O mandado de injunção tem como objetivo tornar viável os direitos garantidos


pela Constituição Federal, dando soluções para que esses direitos sejam válidos
mesmo que não existam leis ou normas que os regulamentem.
A Constituição Federal determina direitos, deveres e normas a serem
seguidas para que a nação mantenha a sua soberania e a sua organização
social. Entretanto, nem tudo o que está escrito na Constituição no Brasil é
regulamentado por lei, fazendo com que o direito, mesmo existente, não possua
respaldo legal.

Dessa forma, o mandado de injunção é um remédio constitucional, ou


seja, tem como objetivo remediar um problema gerado pela omissão do Poder
Público na normalização de um direito já previsto constitucionalmente.

2. Fundamento Jurídico:

O fundamento jurídico do Mandado de Injunção está no 2º da lei 13.300/16


e no artigo art. 5º, inciso LXXI da Constituição Federal de 1988:

Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de


norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.”.

3. Juízo Competente:

A competência para julgar e propor resoluções para situações onde o


mandado de injunção é pedido é do Supremo Tribunal Federal (STF).

Cabe às turmas do STF o julgamento dos mandados de injunção, além de


propor formas para a resolução dos mesmos.

O Supremo Tribunal Federal pode decretar que o Poder responsável pela


regularização do direito deve resolver o problema ou pode suprir a omissão do
Poder Público ao definir que, enquanto o problema não for resolvido com a
criação de norma específica, deve-se adotar outro modo para assegurar o direito,
como no exemplo dado anteriormente.

Há também a possibilidade de mandado de injunção em nível estadual,


desde que o mesmo esteja regulamentado na Constituição Estadual em questão,
conforme pede o artigo 125, parágrafo 1º da Constituição Federal.

No caso de mandado de injunção em nível estadual, cabem aos órgãos


colegiados estaduais julgar a procedência do pedido.

4. Legitimidade ativa e passiva:


Legitimidade ativa: O mandado de injunção poderá ser ajuizado por
qualquer pessoa cujo exercício de um direito, liberdade ou prerrogativa
constitucional esteja sendo inviabilizado em virtude da falta de norma reguladora
da Constituição Federal.

Quanto a legitimidade passiva, apenas a figura estatal é o sujeito passivo,


o réu o demandado na ação injuncional, jamais o particular que não tem qualquer
dever de regulamentar de provimentos jurídicos. Os particulares não se
caracterizam de legitimidade passiva no processo injuncional, pois não lhes
compete o dever de emanar as normas reputadas essenciais ao exercício do
direito reivindicado pelos impetrantes. Somente ao Poder Público é imputável o
encargo constitucional de emanação de provimento normativo para dar
aplicabilidade à norma constitucional.

5. Modelo de estrutura da petição:

AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO


SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

NOME ..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador/a do RG


nº: ..., inscrito/a no CPF nº: ..., filho/a de ... e ..., residente e domiciliado...,
endereço eletrônico..., vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência
por intermédio de seu advogado que esta subscreve (conforme instrumento de
procuração em anexo, documento...) e no endereço abaixo indicado em que
receberá intimações, com fulcro no artigo 5º, inciso LXXI, da Constituição
Federal de 1988, impetrar MANDADO DE INJUNÇÃO, em face do ENTE
PÚBLICO QUE SE BUSCA OBTER A INFORMAÇÃO, pessoa jurídica de direito
público, inscrita no CNPJ nº: ..., estabelecida em ..., endereço eletrônico...,
representada neste ato por seu representante, na forma do artigo 75, inciso I, II
ou III, do Código de Processo Civil, ante a ausência de regulamentação do direito
constitucional a seguir exposta:

I – DO CABIMENTO:

O presente mandado de injunção é cabível com fulcro no 2º da lei


13.300/16 e art.5º, inciso LXXI, da Constituição Federal por se tratar de situação
em que há ausência de norma legal impedindo o exercício de direito
constitucional.

II – DA LEGITIMIDADE:

Nos termos do 2º da lei 13.300/16 e artigo 5º, inciso LXXI, da Constituição


Federal de 1988 verifica-se que o impetrante possui legitimidade ativa para
impetrar o presente Mandado de Injunção, uma vez que tem por objetivo
remediar um problema gerado pela omissão do Poder Público na normalização
de um direito já previsto constitucionalmente.
Cabe mencionar ainda, que o ente público ..., possui legitimidade passiva
para figurar no polo passivo da referida ação, tendo em vista que este detém a
obrigação de agir diante tal omissão.

III – DOS FATOS: (Breve narrativa do que ocorreu)

IV – DO DIREITO: (Trazer os fundamentos jurídicos objetos da insurgência)

V – DOS PEDIDOS:
Ante o exposto requer:

a) A notificação do impetrado...;

b) Seja designada audiência de conciliação

c) Por fim, requer que seja reconhecida a omissão por parte das autoridades
acima mencionadas e, consequentemente, seja deferido o mandado de
injunção para dar eficácia plena à garantia constitucional da regulamentação
dos direitos constitucionais.

Nestes termos, pede deferimento


Local..., Data...
ADVOGADO...
OAB...

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