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Toras
Toras
Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal – UFPR – Rua Lothario Meissner, 3.400. Curitiba –Pr
CEP:80.210-170 – Curitiba – Pr. Email: gislaine@floresta.ufpr*.br1
Resumo
O objetivo do trabalho foi avaliar a influência de alguns fatores sobre o rendimento na laminação de Pinus
spp. Os dados foram coletados em 33 indústrias de compensados no Paraná, com amostragem de no
mínimo duas toras por torno existente na empresa. Na laminação de toras com casca, o rendimento médio
foi de 48%. Após o arredondamento das toras, o rendimento aumentou para 73%. Análises das regres-
sões lineares indicaram correlações positivas para diâmetro da tora x volume de lâminas e volume das
toras x volume de lâminas e correlações negativas para conicidade x volume de lâminas e diâmetro da tora
x conicidade.
me disponível desta espécie e por questões am- quase trezentos existentes no Estado. Foi adotado,
bientais, já a partir da década de 80, a madeira de como amostragem para coleta de dados, um mínimo
Pinus spp, proveniente de florestas plantadas, co- de duas toras por torno desenrolador, tomando-se os
meçou a ser utilizada em escala comercial tornan- devidos cuidados para não alterar o ritmo e a
do-se a principal matéria-prima para produção de metodologia de trabalho do processo produtivo. Dessa
lâminas e compensados na região Sul do país. forma, possibilitou-se uma determinação do rendi-
As características tecnológicas da madeira ade- mento real do processo de laminação, garantindo-se
quada para laminação estão relacionadas, principal- a confiabilidade nos dados.
mente, com os seguintes fatores: densidade da ma-
deira (baixa a média), características do fuste (diâ- Procedimentos para coleta de dados
metro e forma), e grã direita a levemente inclinada Os procedimentos de coleta de dados para deter-
(Tsoumis, 1991). Além destes fatores, Lutz (1978) minação dos rendimentos e demais variáveis de es-
ressalta, ainda, as condições operacionais do equi- tudo consistiram em medições (cubagem) das toras
pamento, tais como: velocidade de corte, ajuste da com casca, e após o arredondamento das mesmas,
geometria da faca e barra de pressão, afiação da antes de serem laminadas. Após a laminação e o
faca, entre outros. Atualmente, o grau de automação posterior seccionamento em guilhotinas, foram reali-
no que concerne ao controle estático e dinâmico dos zadas medições da espessura, largura e comprimen-
tornos é também um importante elemento tecnológico to de todas as lâminas obtidas para cada tora, visan-
para produção de lâminas de qualidade com alta pro- do-se à determinação do volume e rendimento da
dutividade. tora em lâminas verdes. Para cada tora amostrada
Quanto aos aspectos relacionados à produtivida- foram coletadas as seguintes medidas:
de, Baldwin (1981) e Sellers (1985), destacam so-
bre a importância da qualidade da tora no que se
refere a retilinidade e fator de conicidade do fuste,
diâmetro da tora, ausência de fendas de topo e aque-
cimento da madeira, como fatores primordiais para
obtenção de lâminas de qualidade e maior rendimento
na laminação. Segundo os autores, menor fator de
conicidade, maior diâmetro da tora e menor rolo res-
to, são parâmetros básicos para maior rendimento
da laminação. Este trabalho foi desenvolvido com o
objetivo de avaliar o rendimento do processo de D1 (cm): diâmetro maior da tora com casca; D2
laminação de madeiras em indústrias no estado do (cm): diâmetro menor da tora com casca; Ct (m):
Paraná, bem como analisar alguns fatores que influ- comprimento da tora; DL (cm): diâmetro da tora após
enciam no rendimento de transformação das toras arredondamento; Dr (cm): diâmetro do rolo resto.
em lâminas verdes.
Figura 1. Desenho esquemático das variáveis
Figure 1. Schematical drawing of the variables
Materiais e Métodos
Tabela 3. Rendimento em função das dimensões do Tabela 4. Análise estatística e teste de Tukey
torno (teste de Tukey) Table 4. Statistics analysis and Tukey´s test
Table 3. Yield in function of the lathe dimensions
Volume real Volume estimado 1 Volume estimado 2
(Tukey´s test)
Média 0,0710923 m 3 0,0787709 m3 0,0710911 m3
ÕÕ
Equação 01*: Vol estimado11 = =
Volestimado
44
((
´ ´ Dt
Dt22 - - Dr ))
Dr22 ´ ´ Lt
Lt
* Fonte: Universidade Federal de Lavras: Boletim Os coeficientes de correlação de 0,91 e 0,89 ob-
Agropecuário (2000) tidos respectivamente para as equações 1 e 2, fo-
ram extremamente satisfatórios, confirmando o po-
tencial de emprego de equações com o uso de vari-
V.12, n.2, p. 35 - 41, nov./dez.2006 39
Floresta e Ambiente
áveis: diâmetro da tora, diâmetro do rolo resto e com- A equação 02 tem maior praticidade de aplica-
primento da tora, para se estimar o volume de lâmi- ção, tendo em vista necessitar de apenas o diâmetro
nas na produção médio da tora como variável de entrada.
Referências Bibliográficas
Figura 5. Volume Real x Volume estimado pela INTERAMNENSE, M.T. Utilização das madei-
equação 2 ras de Eucalyptus cloeziana (F.Muell),
Figure 5. Real volume x Estimated volume for Eucalyptus maculata (Hook) e Eucalyptus
equation 2 punctata DC var. punctata para a produção de
painéis compensados. Curitiba, 1998. Disserta-
Conclusões ção (Mestrado em Ciências Florestais) – Setor de
Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná
O rendimento médio do processo de laminação
de madeira com base no volume das toras com cas- LUTZ, J.F. Wood Veneer Log Selection, Cutting
ca foi de, aproximadamente, 48%; and drying. USDA technical bulletin 1577. 1978.
A maior quebra no processo de laminação está
na etapa de arredondamento das toras, correspon- MEDINA, Juan Carlos. Efeito da temperatura de
dendo à 35 % do volume das toras; aquecimento na obtenção de lâminas por
Na análise das correlações entre as variáveis de desenrolamento e sobre a qualidade da colagem
estudo, o fator conicidade foi a que apresentou me- de compensados fenólicos de Pinus elliottii
lhor correlação com o rendimento em percentagem Engelm. Curitiba, 1986. Dissertação ( Mestrado
de lâminas verdes obtidas. em Ciências Florestais) – Universidade Federal do
O tamanho do torno não influenciou no rendimento Paraná.
das toras em lâminas verdes.
OLANDOSKI, Danielle Previdi. Rendimento,
As equações matemáticas testadas para estimar resíduos e considerações sobre melhorias no
o volume de lâminas apresentaram alta correlação processo em indústrias de chapas compensa-
em relação ao volume real de lâminas obtidas, não das. Curitiba, 2001. Dissertação (Mestrado em Ci-
havendo diferenças significativas entre si. ências Florestais) - Universidade Federal do Paraná.