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Métodos de

Identificação

Química dos Produtos Naturais

Farmácia - 3°Semestre

MsC Farmacêutica Roseleine Schneider


AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Aula 06 – Técnicas de identificação e quantificação de


produtos naturais.
Soluções e reagentes
Ácido tânico a 5%
Ácido tânico 5g
Etanol absoluto 5 ml
Água destilada qsp. 100 ml
- Dissolver o ácido tânico no etanol; adicionar água.

Amido a 1%
Amido 0,25 g
Água destilada qsp. 25 ml
- Misturar o amido com 5 ml de água fria; adicionar 20 ml de água destilada
fervente; aquecer em fogareiro, agitando até obtenção de goma translúcida.

Amônia diluída
Hidróxido de amônio 320 ml
Água destilada qsp. 1000 ml

Azul de metileno
Azul de metileno 0,2 g
Água destilada 100 ml

Bertrand
Ácido sílico-túngstico 5g
Água destilada qsp. 100 ml

Bouchardat (Wagner)
Iodo 1g
Iodeto de potássio 2g
Água destilada 100 ml

Cloral hidratado
Cloral hidratado 60 g
Água destilada qsp. 100 ml

Cloreto férrico a 5%
Cloreto férrico 5g
Água destilada qsp. 100 ml 2
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Dragendorff
Carbonato de bismuto 5g
Iodeto de potássio 25 g
Ácido clorídrico conc. 12 ml
Água destilada qsp. 100 ml
- Em banho de gelo, dissolver o carbonato de bismuto em 50 ml de água,
adicionando cuidadosamente o ácido; posteriormente acrescentar gradativamente
o iodeto de potássio; após completa dissolução, completar o volume para 100 ml
com água.

Dragendorff modificado por Kraut


Subnitrato de bismuto 8 g
Iodeto de potássio 27 g
Ácido nítrico conc. 20 ml
Água destilada qsp. 100 ml

Fenolftaleína
Fenolftaleína 1 g
Etanol absoluto 100 ml

Floroglucina clorídrica
Solução A
Floroglucinol 0,5 g
Etanol absoluto 50 ml

Solução B
Ácido clorídrico conc. 30 ml
Água 10 ml
- Adicionar cuidadosamente a solução B na solução A.

Froehde (preparação recente)


Molibdato de amônio 0,1 g
Ácido sulfúrico conc. 10 ml
OBS: usar 2 h após preparação; altera-se em seguida rapidamente.

Glicerina iodada
Glicerina 60 ml
Água destilada qsp. 100 ml
- Acrescentar solução de iodo (lugol) até atingir tonalidade amarelo escuro.

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Hipoclorito de sódio a 20%


Hipoclorito de sódio (água sanitária) 20 ml
Água destilada qsp. 100 ml

Kedde
Ácido 3,5 dinitrobenzóico 0,1g
Etanol absoluto 10 ml

Keller
Ácido acético glacial 100 ml
Solução de cloreto férrico a 5% 100 ml
- Em banho de gelo, adicionar o ácido à solução de cloreto férrico cuidadosamente.

Kiliani
Solução de cloreto férrico a 5% 1 ml
Ácido sulfúrico conc. 100 ml

Licor de Fehling
Reativo de Fehling A
Sulfato cúprico 70 g

Reativo de Fehling B
Hidróxido de sódio 100 g
Tartarato de potássio e sódio 346 g
Água destilada qsp. 1000 ml
- Dissolver separadamente o tartarato de potássio e sódio em água e o hidróxido
de sódio em água; misturar as duas soluções, aquecer a 90-100 °C por 2 h; resfriar
e completar o volume.

Liebermann-Burchard
Ácido sulfúrico conc. 0,1ml
Anidrido acético 5 ml

Lugol (solução de iodo)


Iodo 0,5g
Iodeto de potássio 1,0g
Água destilada qsp. 100 ml

Mandelin
Vanadato de amônio 0,1g
Ácido sulfúrico conc. 10 ml 4
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Mayer
Cloreto de mercúrio 1,35g
Iodeto de potássio 5g
Água destilada qsp. 100 ml
- Misturar o cloreto de mercúrio com 60 ml de água; dissolver o iodeto de potássio
em 20 ml de água; misturar as soluções e completar o volume para 100 ml com
água.

Scheibler (ácido fosfo-túngstico)


Fosfato de sódio 8g
Tungstato de sódio 10 g
Água destilada qsp. 50 ml
- Adicionar ácido nítrico em quantidade suficiente para acidificar.

Sonnenschein (ácido fosfo-molíbdico)


Carbonato de sódio 13,5 g
Ácido molíbdico 17,5 g
Sol. de fosfato de sódio a 5% 30 ml

Sudam III
Sudam III 1g
Glicerina 80 ml
Etanol absoluto 100 ml
- Dissolver a quente o sudam III no etanol; acrescentar a glicerina.

Vermelho de metila
Vermelho de metila 0,1 g
Etanol a 70% 100 ml

Wasicky
p- dimetilaminobenzaldeído 0,5 g
Ácido sulfúrico conc. 8,5 ml
Água destilada 8,5 ml

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Pesquisa de Cianogênicos
Objetivo: Verificar a presença ou ausência de cianogênicos na matéria-prima vegetal.

A) Teste de Guignard (papel picro-sódico)


Preparação do papel de filtro picro-sódico:
Impregnar tiras de papel de filtro da seguinte maneira: gotejar 2-3 gotas no papel de filtro
solução a 10% de ácido pícrico.
Logo a seguir, gotejar 3-4 gotas de solução de carbonato de sódio a 10%.
Colocar este papel para secar antes do uso. Reservar.

Técnica:
Triturar cerca de 3 g da droga vegetal fresca em gral e umidificá-las com água destilada.
Adicionar em um tubo de ensaio de extremidade estrangulada, cerca de 2,0 mL de clorofórmio
(CHCl3), que ficará retido na parte estrangulada.
Logo após, transferir o material vegetal úmido na parte estrangulada do tubo, de modo que não
entre em contado diretamente com o clorofórmio.
Fechar o tubo com uma rolha, fixando na mesma uma tira de papel de filtro picro-sódico seco,
de modo que não entre em contato diretamente com o clorofórmio. O frasco deve ficar bem
fechado e em repouso para o papel de filtro não entrar em contato com a solução, nem tocar nas
paredes no tubo.
Se houver HCN, após alguns minutos, o papel passará do amarelo para o alaranjado e, depois
para o vermelho.
Reação + → papel adquire coloração vermelha, devido ao desprendimento de H

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Pesquisa de Cumarinas
As cumarinas são heterosídeos que apresentam diversas propriedades, dentre elas a do dicumarol
que é anticoagulante, a dos furano-derivados com ação sobre o vitiligo, entre outras propriedades.
As cumarinas puras são fluorescentes, mas em meio alcalino, forma-se o acido cis-o-
hidroxicinâmico que sob a ação da radiação ultravioleta origina o isômero trans, que é
fluoerescente (sob a ação da radiação ultravioleta possuem em geral fluorescência azul e alguns
derivados já à luz natural; em meio alcalino torna-se verde ou desaparece).

Aula Prática
1. Caracterização das cumarinas
Aquecer em chapa-quente, durante cerca de 10 min, o pó da droga vegetal em uma câmara de
microssublimação (o sublimado apresenta-se sob a forma de gotas incolores ou cristais
aciculares).
Dissolver o sublimado obtido com 0,5 ml de metanol.
Lançar cinco gotas, concentrando-se num único ponto, de modo a obter duas manchas de 1 cm
de diâmetro em uma folha de papel filtro e seque-a; junte depois de seco, uma gota de solução
alcoólica de hidróxido de potássio ou sódio 10% e seca-la.
Cobrir uma das manchas com papel preto e exponha-las às radiações ultravioletas (lâmpada UV
com λ de 254 a 366 nm); a mancha exposta adquire, pouco a pouco, fluorescência verde, já
aparente ao final do primeiro minuto. Descubra depois a outra e verifique que, de início, esta não
possui fluorescência, mas também adquire por idêntica exposição às radiações ultravioleta.

REAÇÃO POSITIVA: Fluorescência azul-esverdeada.


Drogas vegetais: Dipterux adorata (fruto): Cumaru, e Mikania guaco (folhas): Guaco

2. Heterosídeos fenólicos simples


Corresponde a substâncias com pelo menos um anel aromático no qual, ao menos um hidrogênio é
substituído por uma hidroxila. Envolve importantes drogas como a alcachofra (droga colerético-
colagoga), a pimenta (ação analgésica) e a uva-ursi (rica em hidroquinona, com ação antisséptica
urinária)

Exame microscópico
Este processo consiste no aquecimento de um sólido que vaporiza-se diretamente (sem fundir) e
que recupera seu estado anterior (sólido) através da condensação do vapor. A fase inicial é o
sublimando e a fase final é o sublimado. O objetivo deste processo é a purificação dos sólidos
voláteis, separando-os dos sólidos não voláteis. O arbutosídeo não é sublimável, mas pelo
aquecimento decompõe-se liberando hidroquinona.

Técnica:
Pulverizar a droga vegetal e colocar numa argola de vidro com HCl 6N. Cobrir com lâmina. A lâmina
inferior deve ser colocada sobre uma chapa quente até observar a formação do sublimado, ou
ainda, sobre tela de amianto a uma distância de aproximadamente 7 cm da chama do bico de
Bunsen. Esperar a formação de condensado na lâmina superior, de coloração amarelada. 7
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Obs.: a primeira lâmina superior contém muita água, que interfere com a reação; portanto, troque-a
por mais 1-2 lâminas para realização das reações abaixo.

1.Identificação do sublimado:

Com AgNO3 amoniacal: adicionar algumas gotas de AgNO3 amoniacal ao sublimado.

Reação Positiva: formação de precipitado negro.

2. Com FeCl3:

Adicionar algumas gotas da solução de FeCl3 ao sublimado ou a sua solução etanólica.

Reação Positiva: coloração verde

Drogas vegetais:
Arctostaphylos uva ursi L. (folhas): uva ursi e Cynara scolymus L. (folhas): alcachofra

Estudo dirigido
Qual o principal objetivo da microssublimação?
Como se identifica uma subtância sublimada?
Justifique a importância do uso da microssublimação em Farmacognosia.

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Pesquisa de Taninos
Objetivo: Verificar a presença ou ausência de taninos na matéria-prima vegetal.
A) Extração
Preparar um decocto (15 minutos) com 5 g da droga vegetal pulverizada com 100 ml de água
destilada.
Filtrar e deixar esfriar (solução extrativa A)
Realizar os testes gerais de identificação, juntamente com uma amostra padrão positivo.
Distribuir o filtrado em 4 tubos de ensaio identificados, sendo que o tubo n° 4 será o branco.
Executar as reações de identificação. Duas técnicas dando reação positiva confirmam a presença
de taninos.

B) Testes de identificação
Tubo 1 – Gelatina
2 ml da extração A + 2 gotas de HCl diluído + solução de gelatina a 2,5% gota a gota.
Se ocorrer formação de precipitado: reação positiva para taninos.
Tubo 2 – Cloreto férrico
2 ml da extração A + 10 ml de água destilada + 2-4 gotas da solução de FeCl3 a 1% em metanol.
Cor Azul: taninos hidrolisáveis ou gálico
Cor Verde: taninos condensados ou catéquico
Tubo 3 – Acetato de chumbo
5ml da extração A + 10 ml da solução de ácido acético a 10 % + 5 ml da solução de acetato de
chumbo a 10%.
Formação de um precipitado esbranquiçado: presença de taninos hidrolisáveis.
Tubo 4 – Branco
Contém apenas 5 ml do extrato filtrado.

C) Reação de Stiasny - Separação dos taninos hidrolisáveis


condensados
Submeter a refluxo por 30 minutos, 50 ml da solução A = 15 ml do reativo de Stiasny.
Os taninos condensados originam um precipitado vermelho (flobafenos).
Os taninos hidrolisáveis permanecem em solução e podem ser assim detectados: 10 ml do
filtrado + 5 g de acetato de sódio + 2-4 gotas da solução de FeCl3 a 1% em metanol.
Obs.: Reativo de Stiasny (reparar no momento de uso): 5 ml de HCl conc. + 10 ml de formol sob
refluxo por 20 minutos.

Cor Azul→ reação positiva

Drogas vegetais
Stryphnodendron adstringens (cascas): barbatimão
Psidiun guajava (folhas): goiabeira

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Taninos
Taninos são substâncias complexas presentes em inúmeros vegetais, os quais têm a propriedade de
se combinar e precipitar proteínas de pele de animal, evitando sua putrefação e,
consequentemente, transformando-a em couro. São substâncias detectadas qualitativamente por
testes químicos ou quantitativamente pela sua capacidade de se ligarem ao pó de pele. Essa
definição exclui substâncias fenólicas simples, de baixo peso molecular, frequentemente presentes
com os taninos, como os ácidos clorogênico, gálico e outros que, por também precipitarem gelatina,
são conhecidos como pseudotaninos.

Os taninos são classificados em hidrolisáveis e condensados. Os primeiros são constituídos por


diversas moléculas de ácidos fenólicos, como o gálico e o elágico, que estão unidos a um resíduo de
glucose central. São chamados de hidrolisáveis, uma vez que suas ligações ésteres são passíveis de
sofrerem hidrólise por ácidos ou enzimas. Em solução desenvolvem coloração azul com cloreto
férrico, assim como o ácido gálico.

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Os taninos condensados incluem todos os outros taninos verdadeiros. Suas moléculas são mais
resistentes à fragmentação e estão relacionadas com os pigmentos flavonoides, tendo uma
estrutura "polimérica" do flavan-3-ol, como a catequina, ou do flavan-3,4-diol, da leucocianidina.
Sob tratamento com ácidos ou enzimas esses compostos tendem a se polimerizar em substâncias
vermelhas insolúveis, chamadas de flobafenos. Essas substâncias são responsáveis pela coloração
vermelha de diversas cascas de plantas (p. ex. quina vermelha). Em solução, desenvolvem
coloração verde com cloreto férrico, assim como o catecol.
Ambas as classes de compostos são amplamente distribuídas na natureza e, em algumas espécies,
os dois tipos estão presentes, embora um deles deva ser predominante.
Os taninos são adstringentes e hemostáticos e, portanto, suas aplicações terapêuticas estão
relacionadas com essas propriedades. São empregados principalmente na indústria de curtume e
têm também aplicação na indústria de tintas. São usados em laboratórios para detecção de
proteínas e alcaloides e empregados como antídotos em casos de envenenamento por plantas
alcaloídicas.
As principais plantas que contêm taninos são: nó-de-galha (formações nodosas resultantes da
decomposição de ovos do inseto Adleria gallaetinctoria na gema foliar do carvalho Quercus
infectoria G. Olivier, Fagaceae); ratânia (raízes de Krameria triandra Ruiz & Pav., Krameriaceae),
barbatimão (cascas de caule Stryphnodendron barbatimam Mart., Fabaceae); hamamelis (folhas de
Hamamelis virginiana L., Hamamelidaceae), goiabeira (folhas de Psidium guajava L. Myrtaceae) e
espinheira-santa (folhas de Maytenus sp., Celastraceae).

Caracterização microscópica de drogas tânicas


Hamamélis: folhas de Hamamelis virginiana L., Hamamelidaceae

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Goiabeira: folhas de Psidium guajava L., Myrtaceae

Espinheira-santa: folhas de Maytenus sp., Celastraceae

Pesquisa de taninos em drogas tânicas

1. Extração
Colocar 1 g do fármaco em tubo de ensaio;
Adicionar 10 ml de água destilada;
Ferver por 2 min;
Filtrar por algodão para um cálice;
Completar o volume do filtrado para 25 ml com água destilada
Distribuir 20 ml do filtrado em cinco tubos de ensaio e executar as reações de identificação:

2. Reações de identificação
Reação com gelatina:adicionar três gotas de solução gelatina 2%
Reação positiva → turvação a precipitação

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Reação com alcaloides: adicionar três gotas de cloridrato de quinina 1%


Reação positiva → turvação a precipitação

Reação com metais pesados:


- adicionar três gotas de solução Cu(AcO)2 a 4%

- adicionar três gotas de solução Pb(AcO)2 a 10%

Reação positiva → turvação a precipitação

Identificação de taninos condensados e/ou hidrolisáveis:


Adicionar uma gota de solução de FeCl3 a 2% e observar a coloração*

Adicionar mais duas a três gotas do mesmo reativo e observar.

Coloração azul → taninos hidrolisáveis ou gálicos


Coloração verde → taninos condensados ou catéquicos

*Em caso de dúvida quanto à coloração, encha o tubo de ensaio com água e olhe contra a claridade.

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Pesquisa de substâncias fenólicas simples


Objetivo: Verificar a presença ou ausência de fenólicos simples na matéria-prima vegetal.

A) Caracterização dos fenólicos simples (microssublimação):


Objetivo: purificação dos sólidos voláteis, separando-os dos sólidos não voláteis. O arbutosídeo não
é sublimável, mas pelo aquecimento decompõe-se liberando hidroquinona.
Técnica:
Pulverizar a DV e colocar numa argola de vidro com HCl 6N.
Cobrir com lâmina. A lâmina inferior deve ser colocada sobre uma chapa quente ate observar a
formação do sublimado, ou ainda, sobre tela de amianto a uma distância de aproximadamente 7
cm da chama do bico de Bünsen.
Esperar a formação de condensado na lâmina superior, de coloração amarelada.
Obs.: a primeira lâmina superior contém muita água, que interfere com a reação; portanto, troque-a
por mais 1 – 2 lâminas para realização das reações abaixo.

B) Identificação do sublimado:
a) com AgNO3 amoniacal: adicionar algumas gotas de AgNO3 amoniacal ao sublimado.

Reação Positiva→ formação de precipitado negro

b) Com FeCl3: adicionar algumas gotas da solução de FeCl3 ao sublimado ou a sua solução etanólica.
Reação Positiva → coloração verde.

Drogas vegetais
Arctostaphylos uva ursi (folhas): uva-ursi
Baccharis trimera (folhas): carqueja

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Drogas aromáticas
Denominam-se drogas aromáticas aquelas que possuem óleos essenciais em sua composição. Os
óleos essenciais, também chamados de óleos voláteis, óleos etéreos ou essências, são misturas
complexas de substâncias voláteis, lipofílicas, geralmente odoríferas e líquidas. Sua principal
característica é a volatibilidade, o que os diferencia dos óleos fixos.
Quimicamente, os óleos essenciais são constituídos de derivados fenilpropanoides ou,
preponderantemente, de terpenoides. Na mistura de compostos são encontrados diferentes
concentrações de hidrocarbonetos terpênicos, alcoóis simples e terpênicos, aldeídos, cetonas,
fenois, ésteres, éteres, óxidos, peróxidos, furanos, ácidos orgânicos, lactonas, cumarinas até
compostos com enxofre. Exemplos de derivados terpênicos são mentol (1), funchona (2), citronelol
(3) e borneol (4) e dos derivados do fenilpropano como o anetol (5), o eugenol (6) e o aldeído
cinâmico (7).

Nas drogas aromáticas, os óleos essenciais são encontrados em diferentes órgãos vegetais, em
espécies pertencentes a gêneros e famílias diversas. São armazenados em estruturas
especializadas denominadas aparelhos secretores (vide abaixo): tricomas ou pêlos glandulares;
células modificadas do parênquima, em canais secretores e em bolsas secretoras lisígenas ou
esquizolisígenas.

Os métodos de extração utilizados para óleos essenciais variam conforme a localização do mesmo
na planta e com o objetivo para o qual será destinado o óleo. Podem ser utilizados: arraste por vapor
d’água, extração com solventes orgânicos, enfloração (enfleurage), prensagem (expressão) ou
utilização de CO2 supercrítico. Em função do método de extração utilizado haverá variação na
composição do óleo obtido, em função da grande labilidade dos seus constituintes.

As drogas aromáticas e os óleos essenciais têm diversas aplicações em perfumaria, na indústria de


alimentos e de cosméticos, na aromaterapia e na medicina (usados como anti-sépticos,
carminativos, estomáquicos, expectorantes etc).

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AULA 05 – Roteiro de produção de extratos vegetais LABORATÓRIO DE QPN

Análise de Drogas Aromáticas


Na análise de drogas aromáticas são feitos dois tipos de análise:
Identificação da droga (caracterização microscópica),
Pesquisa de princípios ativos e doseamento do óleo essencial.
Em laboratórios de Farmacognosia, tanto a identificação da droga quanto a
pesquisa de princípios ativos podem ser facilmente realizadas por meio de
técnicas de microscopia óptica. Para tanto, são preparadas duas lâminas com
cortes histológicos:
1. uma para identificação, na qual é realizada diafanização e, se necessário,
coloração com floroglucina clorídrica;
2. outra, não diafanizada (para evitar a evaporação do óleo essencial), na qual
será utilizado Sudam III como corante específico para pesquisa do óleo
essencial.iais.

Caracterização drogas aromáticas


Menta: folhas de Mentha sp., Lamiaceae

Eucalipto: folhas de Eucalyptus globulus Labill., Myrtaceae

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AULA 05 – Roteiro de produção de extratos vegetais LABORATÓRIO DE QPN

Cravo-da-índia: botões florais de Syzygium aromaticum (L.) Merr. et Perry,


Myrtaceae

Canelas: cascas de caules de Cinnamomum cassia Ness ex Blume (C.


aromaticum Ness) e C. zeylanicum Blume, Lauraceae

Erva-doce: frutos de Pimpinella anisum L., Apiaceae

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AULA 05 – Roteiro de produção de extratos vegetais LABORATÓRIO DE QPN

Funcho: frutos de Foeniculum vulgare Mill., Apiaceae

Diferenciação da erva-doce e do funcho com Cicuta: frutos de Conium


maculatum L., Apiaceae

Camomila: capítulos florais de Chamomilla recutita (L.) Rauschert.


(=Matricaria chamomilla L.), Asteraceae

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AULA 05 – Roteiro de produção de extratos vegetais LABORATÓRIO DE QPN

Camomila: capítulos florais de Chamomilla recutita (L.) Rauschert.


(=Matricaria chamomilla L.), Asteraceae

Flores tubulares (à esquerda) e ligulada (à direita) de camomila

Alecrim: folhas de Rosmarinus officinalis L., Lamiaceae

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Erva-cidreira: folhas de Melissa officinalis L., Lamiaceae

Lípia: folhas de Lippia alba (Mill.) N.E. Br. ex Britton & P. Wilson,
Verbenaceae

Capim-limão: folhas de Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf, Poaceae

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Doseamento de óleos essenciais por hidrodestilação


1. Pesquisar a densidade do óleo essencial da droga e escolher qual modelo de
aparelho de Clevenger a ser usado.

2. Pesquisar na monografia da droga qual a % mínima de essência exigida;


3. Fazer o cálculo da tomada da amostra mínima (T.A.). A tomada de amostra que
deve ser tal que seja possível ler no aparelho com facilidade a quantidade de óleo
obtida (aproximadamente de 0,3 a 0,5 ml);

Exemplo: para se obter 0,2 ml de essência de determinada droga da qual a


Farmacopeia exige um mínimo de 1% (1% = 100g de droga devem fornecer no
mínimo 1 ml de essência):
1 ml - 100 g droga
0,2 ml - T.A.
T.A. = 20 g

Preparar a tomada de amostra:


fragmentar ou triturar grosseiramente a droga;
pesar exatamente a tomada de amostra;
colocar a droga em balão de junta esmerilhada 24/40;
adicionar água destilada suficiente para submergir a droga

Montar o aparelho:
acoplar o balão ao aparelho de Clevenger e à fonte de calor;
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encher a tubulação graduada do aparelho com água destilada até transbordar;
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

colocar o "dedo-frio" (condensador) e ligar a água de refrigeração;


ligar a fonte de calor, aquecer o balão até que a ebulição tenha início, deixar
em ebulição por três horas e desligar o aparelho.
aguardar o resfriamento e proceder a leitura do volume de essência no tubo
graduado.
obs.: se o valor encontrado for muito abaixo do esperado, ligar o aparelho
novamente por uma hora e fazer nova leitura. Se a segunda leitura for igual à
primeira, parar o processo. Se for diferente, superior à 5%, repetir o
procedimento até verificar leitura constante.

Fazer o cálculo do doseamento:


tomada de amostra - x ml de essência
100 g de droga - y
y = .... % (v/p)

Objetivo: Verificar a presença ou ausência de óleos essenciais na matéria-


prima vegetal.

A) Doseamento do óleo essencial


Montar o aparelho de Clevenger, utilizando o balão de 1000 mL.
Colocar em torno de 30 g da droga em balão de fundo redondo. Juntar cerca
de 250 mL de água destilada/deionizada.
Adaptar o balão ao aparelho de Clevenger. Colocar agua destilada no coletor
graduado do aparelho até transbordar pelo tudo de retorno.
Ligar e aquecer ao máximo ate o início da fervura. Depois baixar em
temperatura suficiente para destilar.
Destilar até que o volume de óleo essencial separado se mantenha constante,
durante meia hora. Tempo de destilação de 4-5 horas.
Deixar esfriar e fazer a leitura de óleo essencial no coletor graduado do
aparelho.

A1) Cálculo

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AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

B) Verificação de adulterações de óleos essenciais – Teste no papel de filtro

Depositar algumas gotas de óleo essencial em uma folha de papel filtro. Secar.
Observar.
Se estiver diluído com etanol, não haverá formação de manchas translúcidas.
Se estiver diluído com óleo fixo, vai formar uma mancha bem translúcida.
Se estiver diluído com outro óleo essencial, não vai formar mancha translúcida,
porém cheiro diferente do óleo puro.

P = Óleo essencial padrão


AE=Amostra de óleo essencial


AF = Amostra do éleo fixo

Os óleos voláteis são os principais odoríferos encontrados em várias partes de


plantas. Como evaporam quando expostos ao ar em temperaturas comuns, são
chamados óleos voláteis, etéreos ou essenciais. Este último termo é utilizado
porque os óleos voláteis representam "essências" ou componentes odoríferos das
plantas.
Os componentes químicos dos óleos voláteis podem ser divididos em duas
classes, com base na sua biossínteses que lhe deu origem: (1) derivados dos
terpenoides, formados pela via do ácido mevalônico-acetato e (2) compostos
aromáticos formados pela via do ácido chiquímico-fenil propanoides.

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AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Prática
Objetivo: Identificar genericamente amostras de óleos essenciais, fazendo a
identificação de adulterações que porventura as mesmas venham a
apresentar.

Material de uso comum


Banho-maria;
Estufa a 100 °C;
Solução de Sudam III;
Éter dietílico;
01 béquer de 10mL com água destilada;
01 frasco com água + glicerina 1:1;
01 frasco com óleo essencial puro;
02 tubos de ensaio numerados 01 e 02, contendo, respectivamente, misturas
de óleo essencial com óleo vegetal, óleo essencial com etanol, para cada óleo
essencial;
Pipetas de Pasteur para os tubos número 01 e 02;
Papel toalha.

Material por grupo


01 microscópio óptico;
04 lâminas para microscopia;
04 lamínulas;
01 suporte de madeira para tubos de ensaio;
02 garras de madeira para segurar tubos de ensaio;
01 pedaço de papel de filtro comum;
04 tubos de ensaio de 2,0mL
02 pipetas de Pasteur.

Identificação genérica
Observação de gotículas de óleo em cortes histológicos

a. Efetuar, de acordo com os procedimentos normais, vários cortes histológicos da


droga a ser observada. Colocar em lâmina de microscópio, colorir com Sudam III,
cobrir com lamínula e levar ao microscópio óptico.

b. Observar a coloração vermelho-alaranjada que adquirem as gotículas de óleo


essencial presentes em glândulas ou células secretoras. É um método não
específico para essências, pois óleos fixos e resinas também são corados pelo
Sudam III.

24
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Caracteres organolépticas
a. Separar pequena amostra da droga a ser analisada, triturar com gilete e
esfregar entre os dedos. Observar o odor característico.
b. No caso de amostras de óleo essencial puro, abrir o recipiente e deixar que seu
odor disperse pelo ar. Observar sua cor e aspecto oleoso em recipiente
transparente (tubo de ensaio, por exemplo).

Microdestilação
a. Adicionar em um tubo de ensaio cerca de 0,5g da droga devidamente triturada
ou pulverizada, umedecendo-a em seguida com água destilada. Colocar o tubo em
banho-maria com auxílio de garras de madeira e a seguir, coloque na boca deste,
uma lâmina de microscopia.
b. Observar que após alguns minutos a lâmina irá conter, em sua parte inferior,
vapores condensados provenientes do interior do tubo. Realizar duas coletas
diferentes.
c. Verificar o odor do condensado.
d. Em seguida, cobrir a primeira lâmina com lamínula e colocá-la em microscópio
óptico, a fim de se poder visualizar as gotículas de óleo essencial dispersas em
água.
e. Adicionar uma gota de Sudam III no condensado da segunda lâmina, cobrir
com lamínula e colocar o conjunto no microscópio. As gotículas de óleo essencial
irão corar-se de vermelho-alaranjado.
Verificação de algumas adulterações (qualitativo)

Presença de óleo fixo


a. Adicionar, com auxílio de pipeta de Pasteur, 4 gotas de óleo essencial e 2 gotas
de éter dietílico em um tubo de ensaio, agitando-o em seguida para misturar os
componentes. Colocar uma gota da mistura em 3 regiões diferentes de um papel
de filtro.
b. Repetir o mesmo procedimento com o óleo essencial proveniente do tubo de
ensaio número 01.
c. Identificar as manchas no papel e deixá-lo por cerca de 15-20 minutos em
estufa a 100°C. A presença de mancha gordurosa translúcida após a evaporação
do óleo essencial e do éter, indica a presença de óleo fixo.
Presença de álcool
a. Em uma proveta graduada de 10,0mL, com auxílio de pipeta volumétrica,
adicionar 5,0mL de óleo essencial a igual volume de uma solução de água
glicerinada (água + glicerina 1:1). Observar cuidadosamente o menisco no
momento das duas adições, pois os volumes têm que ser EXATOS e IDÊNTICOS.
Se necessário, efetuar os devidos acertos com pipeta de Pasteur.
b. Misturar cuidadosamente os componentes da proveta e deixar em repouso por
cerca de 10-15 minutos. 25
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

c. Repetir o mesmo procedimento com o óleo essencial proveniente do tubo de


ensaio número 02. A contração do volume da essência, indica a presença de
álcool, pois ele passa para a solução de água glicerinada.

Avaliação
Os óleos voláteis ocorrem em quais estruturas nas folhas?
Quimicamente a que classe de substâncias os óleos essenciais podem
pertencer?
Além de hidrodestilação, cite mais duas formas de extração de óleos voláteis.
Quais os elementos básicos na formulação de um perfume?
Que propriedade ou propriedades uma substância deve ter para ser volátil?
Comente.

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AULA 05 – Roteiro de produção de extratos vegetais LABORATÓRIO DE QPN

Óleos fixos e ceras


Análise de óleos fixos e ceras
Lipídeos: São ésteres de ácidos graxos e álcoois ou seus derivados.
Suas principais funções são:
Proteger contra a ação de intrusos (micro-organismos e insetos).
Evitar perda de água
Classes:
Gorduras e óleos fixos
Ceras
A principal diferença é o tipo de álcool, nos óleos fixos e gorduras é o glicerol que se combina
com ácidos graxos, já nas ceras o álcool tem peso molecular maior.
A diferença entre óleos fixos e gorduras está no ponto de fusão, os óleos fixos são líquidos
enquanto que as gorduras são semi-sólidas ou sólidas.Existem, porém exceções; óleo de coco
(em climas temperados é sólido, já em climas tropicais é líquido); gordura de fígado de bacalhau
(gordura animal líquida).
Podem ser encontrados em diversas partes da planta principalmente nas sementes.

Tipos de óleos fixos:


Óleos fixos saturados:
Óleos de coco: Produzem sabonetes e xampus de alta qualidade.
Azeite de dendê: utilizado na culinária.
Óleo de amêndoa do dendezeiro: Obtido como subproduto do processamento do azeite de
dendê, usado para fabricação de margarinas, sorvetes, maioneses.
Óleos fixos monoinsaturados:
Azeite de oliva: Sua principal utilização é na cozinha, usado também como adjuvante
farmacêutico retardador da solidificação de cimento dentário, preparações de sabonetes,
laxativo, emoliente, entre outros.
Óleo de amendoim: Extraído do caroço, serve como adjuvante farmacêutico, produz
excelentes sabonetes, usado como solvente em injeções intramusculares.
Óleo de rícino: Estimulante catártico, em geral usado para a evacuação total do cólon,
antes de cirurgias ou radiografias, tem efeito emoliente e como plasticizante em colódios
flexíveis.Comercialmente usado na manufatura de sabões e como lubrificante para
motores de combustão interna. Quando hidrogenado, usado como agente consolidante
em algumas fórmulas farmacêuticas.

Óleos fixos poliinsaturados:


Óleo de soja: sumido em saladas, parcialmente hidrogenado é um dos ingredientes de
algumas combinações para administração oral, descritos como suplementares dietéticos
balanceados.
Óleo de algodão: Empregado em farmácia como solvente em algumas injeções, grande
quantidade é usada na produção de sabão.
Óleo de amêndoas: Seu grande uso está na indústria de cosméticos, na produção de
sabonetes, cremes hidratantes.
Óleo de milho: Usado como solvente de injeções e também solvente para o ergosterol
irradiado.
Óleo de girassol: Utilizado na culinária como alternativo ao óleo de milho e ao óleo de
alçafrão, como ingrediente em alguns suplementos dietéticos especiais.
27
AULA 05 – Roteiro de produção de extratos vegetais

PRÁTICA
Identificação microscópica

Reações cromáticas LABORATÓRIO DE QPN


a) Faça cortes histológicos na semente de amendoim, coloque-os numa lâmina, adicione uma gota
de água destilada e três gotas de Sudam III. Cubra com uma lamínula, e leve a lâmina ao
microscópio. Observe a coloração depois de alguns minutos. Os glóbulos de gordura coram-se de
amarelo ou vermelho.
b) Faça cortes histológicos na semente de amendoim, mergulhe os cortes no azul de quinolina
durante 5 á 10 min; lave-os depois com álcool 50%, coloque-os numa lâmina, adicione uma gota
de água destilada e cubra com uma lamínula; leve ao microscópio. Observe a coloração. Verifica-se
que os glóbulos de gordura adquiriram coloração azul.
c) Numa pequena proveta de rolha esmerilada lance 5 mL de óleo de amêndoa fundida, 5 mL de
ácido azódico, 5 mL de reagente de Bellier e agite durante 5 segundos: observe imediatamente a
cor da emulsão formada.

Solubilidade
Em uma cápsula de vidro macere cortes histológicos de amendoim. Coloque-os em dois tubos de
ensaio. No tubo 1 adicione hidrato de cloral ou álcool de 90% , no tubo 2 clorofórmio ou xilol, vede-
os com algodão ou com uma placa de vidro. Reserve durante 1 á 3 dias. Depois de passar o tempo
determinado, coloque os cortes numa lâmina e cubra-os com uma lamínula; Leve ao microscópio e
observe a solubilidade.
OBS: Para comparar e observar a solubilidade use cortes recentes montados em água ou glicerina.

Saponificação de Molisch
Monta-se o corte, entre a lâmina e lamínula, adicione o reagente de molisch (1 vol. de uma solução
concentrada de amônia e 1 vol. de uma solução concentrada de KOH) diretamente, depois, lutam-
se as preparações com vaselina. Observa-se após alguns dias, ao microscópio. As gotas de óleo
estão rodeadas ou completamente substituídas por cristais aciculares dos sabões.

Alterações de óleos
Pesquisa de Ranço
Técnica de Fellenberg

Agite num tubo de ensaio, durante meio minuto, 1 mL de óleo de amêndoa com 1 a 2 mL do
reagente de SCHIFF. Observe decorrido 10 min. Nos óleos rançosos o liquido cora-se de róseo ou
violeta.

Pesquisa de parafinas nas ceras


Aqueça a 160° durante 15 min. Numa cápsula de porcelana, 5 g de cera de abelha com 25 mL de
ácido sulfúrico concentrado; depois de resfriado, lance esta mistura num grande volume de água;
não deve separar-se nenhuma substância sólida, indecomponível por tratamento posterior com
igual quantidade de ácido sulfúrico , nas condições descritas.

28
AULA 05 – Roteiro de produção de extratos vegetais

Avaliação
Demonstre a reação que ocorre entre o óleo de amêndoa e o KOH.
Mostre como é formado o reagente de SCHIFF.
Qual a finalidade da reação cromática de BELLIER?
Quais as funções farmacêuticas das ceras?
LABORATÓRIO DE QPN
Qual a utilidade farmacêutica dos óleos fixos?
Explique por que alguns óleos fixos podem ser classificados como secativos?
Cite e demonstre uma reação de identificação de algum óleo fixo (que não seja a abordada na
prática).

Experimento 1: observação de produtos oleosos.


1. Fazer cortes à mão livre de materiais frescos (folha de hortelã) e colocá-los em etanol 50%.
2. Transferir os cortes para vidro de relógio e pingar Sudam III sobre eles.
3. Cobrir o vidro de relógio para evitar evaporação. Esperar de vinte a trinta minutos.
4. Lavar os cortes em etanol 80%.
5. Montá-los entre lâmina e lamínula.
6. Pingar uma gota de água ou glicerina 50% na borda da lamínula e retirar o etanol em papel de
filtro.
7. Observar ao microscópio.
O corante Sudam cora lipídios, cutina e suberina de amarelo-alaranjado ou vermelho.

Experimento 2: observação de compostos fenólicos.


1. Fazer cortes a mão livre de materiais frescos (folha de caju) e colocá-los em água.
2. Transferir os cortes numa lâmina e pingar 1 gota do reagente cloreto férrico sobre eles.
3. Montá-los entre lâminas e lamínulas e aguardar um ou dois minutos.
4. Pingar uma gota de água ou glicerina 50% na borda da lamínula e retirar o reagente com papel
de filtro.
Observar ao microscópio.
O cloreto férrico produz coloração azulada ou verde escuro com compostos fenólicos.

Experimento 3: identificação da composição química da parede


celular - celulose e lignina.
1. Fazer cortes transversais do caule Wadelia s.p e colocá-los em água destilada.
2. Logo após transferir os mais finos para água sanitária, a fim de escorá-los, e posteriormente
lavá-los com água destilada.
3. Colocá-los em vidro de relógio com verde iodo por um minuto.
4. Transferi-los para vidro de relógio com água destilada.
5. A seguir colocá-los em vidro de relógio com vermelho congo por cinco minutos. Lavá-los
posteriormente com água destilada.
6. Montá-los em gota de água destilada entre lâmina e lamínula, e observar ao microscópio.
A celulose tem afinidade pelo vermelho congo e a lignina tem afinidade pelo verde iodo.

Experimento 4: identificação da composição química do cistólito.


1. fazer cortes paradérmicos da face abaxial da folha de arruda ou da folha de Sauchesia mobilis.
2. Descorá-los e montá-los em 1 gota de água entre lâmina e lamínula. Observar ao microscópio.
a) identificar o cristal.
b) testá-lo com uma gota de ácido acético e,depois uma gota de ácido clorídrico.
3.Observar ao microscópio.
29
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Avaliação
Que substância foi identificada pelo cloreto férrico? Onde estas substâncias são encontradas nas
plantas?
Faça o desenho esquemático das estruturas observadas ao microscópio no experimento 3,
caracterizando os tipos de células que foram coradas de vermelho e as que foram coradas de
verde
O que se pode concluir a respeito da composição química do cistólito após testá-lo com ácido
acético e com ácido clorídrico? Explique.
Quais tipos de substâncias são coradas pelo Sudam III.

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AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Pesquisa de Saponinas
Objetivo: Verificar a presença ou ausência de saponinas na matéria-prima vegetal.

A) Pesquisa de Saponinas – teste qualitativo de espuma


Ferver (decocção) 2g da droga em pó com 10 mL de água destilada por 3 minutos. Agitar
energicamente, no sentido vertical por 15 segundos.
Deixar a solução em repouso, por 15 minutos, marcar com caneta a altura da espuma.
Observar a presença de espuma persistente (por 15 minutos).
Reação positiva = permanência da espuma.
Reação negativa = desaparecimentos da espuma.

B) Análise do índice afrosimétrico – determinação semi-quantitatva do


índice de espuma
Objetivo: Conhecer a maior diluição do extrato aquoso, referindo-se a 1 g do farmacógeno, que
mantém anel de espuma persistente com pelo menos 1 cm.
Pesar 5 g da droga vegetal, adicionar 100 mL de agua destilada e preparar um decoto
acrescentando carbonato de cálcio em excesso.
Durante os 5 minutos de fervura, controlar o pH, o pH dever estar neutro.
Esfrie, filtre e complete o volume da solução extrativa para 200 mL.
Colocar em 10 tubos de ensaio, volumes crescentes de solução extrativa, começando com 1 mL
de finalizando com 10 mL. Complete o volume em todos os tubos, de modo que todos estejam
com 10 mL.
Agitar energicamente cada um dos tubo por 15 segundos, observando o tempo de finalização de
cada tubo.
Após 15 minutos verificar qual foi o tubo (o mais diluído) que manteve espuma persistente com
anel de pelo menos 1 cm de altura.
Calcule o índice afrosimétrico.

Preparar uma série de tubos: conforme tabela abaixo. Atenção: todos os tubos devem ter o mesmo
diâmetro e a mesma altura. Todos os volumes citados na tabela são em mL. Realizar duas marcações
nos tubos, sendo a primeira correspondente ao volume de 10 mL e a segunda marcação igual a 1 cm
acima desse nível

Agitar cada tubo, no sentido vertical, vedando com uma rolha ou mesmo com o dedo polegar durante
15 segundos.
Deixar em repouso por 15 minutos.
Verificar em seguida em qual tubo se formou um anel de espuma persistente, de aproximadamente 1
cm de altura e que não desapareça pela adição de 1 mL de HCl 2N.
Espuma abundante em todos os tubos → repetir o resto com soluções extrativas mais diluídas.
Nenhuma espuma nos tubos → repetir o teste com soluções extrativas mais concentradas.

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AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

C) Cálculos
Verificar qual tubo que foi o ideal, se tiver mais de um, pegar o tubo menor.
Verificar quantos mL seriam necessários para diluir 1 g da planta para dar 1 cm de espuma. Se x g
da droga necessitou ser diluído em 10 mL de água destilada para produzir 1 cm de espuma, 1 g do
fármaco necessitará ser diluída em y mL de água destilada para produzir a mesma espuma.

Drogas vegetais
Baccharis trimera (folhas): Carqueja
Panax ginseng (raiz): Ginseng
Ilex paraguariensis (folhas e ramos): Erva mate
Smilax medica (raízes): Salsaparrilha
Anacardium occidentale (cascas): Salsaparrilha-dos-pobres, Cajueiro
Calendula officinalis (flores): Calendula
Centella asiatica (raízes): Centela
Quillaja saponaria (cascas): Quilaia

Os glicosídeos saponosídicos têm este nome devido ao fato de formarem espuma abundante quando
agitados com água (do latim sapo = sabão). Têm gosto amargo e acre e os medicamentos que os
contêm geralmente são esternutatórios (provocam espirros) e irritantes para as mucosas.
São compostos não nitrogenados que se dissolvem em água originando soluções afrógenas
(espumantes), por diminuição da tensão superficial do líquido. Apresentam ainda as propriedades de
emulsionar óleos e de produzir hemólise. Esta última deve-se à capacidade do glicosídeo de se
combinar com as moléculas de colesterol presentes na membrana dos eritrócitos, perturbando o
equilíbrio interno-externo e promovendo a ruptura da célula com consequente liberação da
hemoglobina.
Quimicamente, constituem um grupo heterogêneo, sendo classificados em glicosídeos saponosídicos
do tipo esteroide (p.ex., hecogenina) e do tipo triterpênico (p.ex., ácido glicirretínico).

A caracterização das saponinas em uma amostra vegetal pode ser feita de maneira simples, com base
na consequência da ação tensoativa de seus glicosídeos: investiga-se o poder espumante ou
hemolítico de um macerado ou decocção aquosa da droga.
Os fármacos que apresentam esses princípios ativos são: quilaia (parte interna das cascas de caule de
Quillaja saponaria Molina, Quillajaceae); alcaçuz (rizomas e raízes de Glycyrrhiza glabra L., Fabaceae);
ginseng (raízes de Panax quinquefolius L. e P. ginseng C. A. Mey., Araliaceae); castanheiro-da-índia
(cascas de caules de Aesculus hippocastanum L., Sapindaceae); dioscórea (tubérculos de Dioscorea
sp., Dioscoreaceae); polígala (raízes de Polygala senega L., Polygalaceae); salsaparrilha e ginseng
nacional.
Caracterização microscópica de drogas saponosídicas
Ginseng nacional: raízes de Pfaffia paniculata (Mart.) Kuntze, Amaranthaceae

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AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Ginseng nacional: raízes de Pfaffia paniculata (Mart.) Kuntze, Amaranthaceae

Salsaparrilha: raízes de Smilax sp., Smilacaceae

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AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Aula Prática
Pesquisa de Saponinas
1. Por agitação:
Colocar 1 g da droga em pó ou fragmentada em tubo de ensaio;
Adicionar 10 ml de água destilada;
Ferver por 2 min;
Resfriar e agitar energicamente por 15 s.
Pesquisa positiva → formação de forte espuma persistente por mais de 15 min.

2. Por hemólise:
Pesar 6 g de gelatina;
Dissolver em 100 ml de solução fisiológica a 60 °C;
Adicionar 0,6 g de Na2SO4 para tamponar (pH 7,4)
Retirar 5 ml de solução de gelatina aquecida a 30-40 °C
Adicionar 0,2 ml de sangue bovino com anticoagulante, homogeneizado em vidro de relógio;
Depositar um fragmento da droga e levar à geladeira para solidificar.
Pesquisa Positiva → halo hemolítico ao redor do fragmento após 30 min.

3. Índice afrosimétrico ou de espuma


O índice de espuma é a determinação da maior diluição em que 1 g de droga é capaz de formar 1 cm
de espuma em determinadas condições. Através deste índice pode-se estimar a quantidade de
saponinas que se tem na droga.
Preparo da solução do fármaco: solução de polígala a 0,1%
Colocar 0,1 g1 da droga em béquer;
Adicionar 100 ml de água destilada;
Ferver por 5 min;
Filtrar por algodão,se necessário, adicionar ao filtrado Na2CO3 até o decocto ficar neutro;
Completar o volume para 100 ml com água destilada.
Padronização dos tubos de ensaio
Montar bateria com 10 tubos de ensaio iguais, medindo 16 mm de diâmetro por cerca de 18 cm
de altura;
Marcar os tubos com duas graduações: a primeira correspondendo a 10 ml e a segunda a 1 cm
linear acima.
Proceder as diluições da tabela abaixo:

Agitar energicamente cada tubo por 15 s.


Deixar em repouso por 15 min;
Observar qual tubo apresenta espuma de 1 cm de altura

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AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Cálculos
Se x g de droga necessita ser diluída em 10 ml de água destilada para produzir 1
cm de espuma, 1 g de droga necessitará ser diluída em y ml de água destilada para
produzir a mesma espuma.
Exemplo: tubo IV, com 4 ml da solução da droga a 0,1% formou 1 cm de espuma:

0,1 g droga - 100 ml


x - 4 ml
x = 0,004 g droga → quantidade de droga contida no tubo

0,004 g droga - 10 ml (volume final)


1g - y
y = 2500 ml

Índice Afrosimétrico (espuma) I.A.2 = 2500


10,1 g para quilaia e polígala, 0,2 g para salsaparrilha e 0,5 g para ginseng
nacional.
2o índice afrosimétrico é um número inteiro, sem unidade.

Pesquisa de Saponinas
Objetivo: Verificar a presença ou ausência de saponinas na matéria-prima vegetal.
A) Pesquisa de Saponinas – teste qualitativo de espuma
Ferver (decocção) 2g da droga em pó com 10 mL de água destilada por 3
minutos. Agitar energicamente, no sentido vertical por 15 segundos.
Deixar a solução em repouso, por 15 minutos, marcar com caneta a altura da
espuma.
Observar a presença de espuma persistente (por 15 minutos).
Reação positiva = permanência da espuma.
Reação negativa = desaparecimentos da espuma.

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AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Pesquisa de Alcaloides
Os alcaloides constituem um grupo heterogêneo de substâncias nitrogenadas,
geralmente de origem vegetal, de caráter básico e que apresentam acentuada ação
farmacológica em animais.
Esses compostos são encontrados nos vegetais predominantemente na forma
combinada, com ácidos orgânicos, e em concentração menor, na forma livre. Nesta
forma, são insolúveis em meio aquoso e solúveis em solventes orgânicos como
clorofórmio, éter e benzeno; na forma de sal, a solubilidade é inversa. O grau de
alcalinidade que apresentam é variável, dependendo da disponibilidade do par de
elétrons do nitrogênio, podendo revelar caráter ácido quando este é quaternário.
Usualmente, são detectados por meio dos reativos gerais de alcaloides (RGA), com
os quais formam turvação a precipitação em meio ácido.

RGA Composição Cor do precipitado

Dragendorff Iodo bismutato de potássio Alaranjado

Mayer Iodo mercurato de potássio Branco

Bertrand Ácido sílico-túngstico Branco

Bouchardat/Wagner Iodo-iodeto de potássio Marrom

Sonnenschein Ácido fosfomolíbdico Branco

Ácido tânico Bege

Hager Ácido pícrico Amarelo

Aula Prática
1. Extração:
colocar cerca de 2 g da droga pulverizada ou fragmentada em tubo de ensaio
adicionar 20 ml de H2SO4 a 1%
ferver por 2 min filtrar por algodão
resfriar o filtrado dividir o filtrado em duas porções : A e B

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AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

2. Pesquisa direta - porção A:


distribuir o filtrado em 8 tubos de ensaio pequenos
gotejar os RGA (1-2 gotas), comparando com branco
Resultado positivo → turvação a precipitação

3. Pesquisa confirmatória - porção B:


adicionar NH4OH dil. até pH básico
juntar 7 ml de CHCl3
extrair cautelosamente por 10 min
decantar a camada clorofórmica para cápsula de porcelana
levar ao banho-maria e evaporar até secura
dissolver o resíduo com 5 ml de H2SO4 a 1%
distribuir a mistura em 8 tubos de ensaio pequenos
gotejar os RGA
Resultado positivo → turvação a precipitação

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AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Objetivo: Verificar a presença ou ausência de alcaloides na matéria-prima vegetal.


Reagentes e solventes:

Reagente de Dragendorff:
Dissolva 8 g de subnitrato de bismuto em 20 ml de ácido nítrico diluído a 30%.
Dissolva, em separado, 22,8 g de iodeto de potássio num volume mínimo de
água.
Verta a primeira solução pouco a pouco sobre a segunda. Deixe em repouso
durante algumas horas e filtre.
Complete o volume com água para 100 ml. GUARDE AO ABRIGO DE LUZ.

Reagente de Mayer:
Dissolva em água 2,71 g de cloreto de mercúrio e 10 g de iodeto de potássio;
Complete o volume com água para 200 ml. Agite e filtre.

Reagente de Bertrand:
Dissolva 5 g de ácido sílico-túngstico em 100 ml de água.
Ácido clorídrico 2N
Amônia diluída 40%

Clorofórmio ou diclorometano
A) Teste preliminar:
Aqueça a fervura, cerca de 5 g da droga vegetal (moída) em teste, e 30 ml de
ácido clorídrico diluído. Filtre.
Divida o filtrado em 4 tubos de ensaio.
Em 3 tubos acrescente três gotas dos reagentes de Dragendorff, Mayer e
Bertrand, respectivamente. Um tubo será o branco.
Observe a formação de turvação e/ou precipitado.

B) Teste decisivo:
Aqueça a fervura, cerca de 5 gramas da droga vegetal grosseiramente
pulverizada e 50 ml de ácido clorídrico diluído. Deixe esfriar a T° amb. e filtre.
Alcalinize o meio com amônia diluída (verifique o pH com papel indicar – pH: 8-
9). Coloque o filtrado em um funil de separação.
Acrescente cerca de 50 ml da mistura clorofórmio. Agite observando a técnica
indicada. ABRA A TORNEIRA PARA A SAÍDA DOS GASES.
Separe a fração que contém o alcaloide.
Acrescente 20 ml de ácido clorídrico diluído e agite.
Separe a fração aquosa ácida em 4 tubos de ensaio em quantidades
equivalentes.
38
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Acrescente a cada tubo 3 gotas dos reagentes de Dragendorff, Mayer e


Bertrand, respectivamente.
Observe a formação de turvação e/ou precipitado.
A presença de turvação e/ou precipitação com a adição dos reagentes de
Dragendorff, Mayer e Bertrand indica a presença de alcaloides.

Drogas vegetais:
Atropa belladona (folhas): beladona
Peumus boldus (folhas): boldo do Chile
Pilocarpus jaborandi (folhas): jaborandi
Baccharis trimera (folhas): carqueja
Strichnos nux-vomica (sementes): noz vômica
Cephaelis ipecacuanha (raiz): ipeca

39
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Alcaloides imidazólicos
Os fármacos com alcaloides imidazólicos considerados mais importantes sob o ponto de vista
farmacológico consistem de várias espécies de Pilocarpus , por ex.:
jaborandi-do-maranhão: P. microphyllus Stapf;
jaborandi-de-pernambuco: P. jaborandi Holmes;
jaborandi-do-paraguai: P. pennatifolius Lemaire
jaborandi-do-ceará: P. trachylophus Holmes, Rutaceae

Caracterização microscópica de drogas


Jaborandi - folhas ou folíolos de Pilocarpus spp., Rutaceae

40
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Alcaloides imidazólicos
O grupo de alcaloides que contém o núcleo do indol ou derivados na sua estrutura consiste de
compostos isolados de diversas drogas, como esporão-de-centeio (Claviceps purpurea), fava-de-
calabar (Physostigma venenosum Balf. f., Fabaceae), noz-vômica (Strychnos nux-vomica L.,
Loganiaceae), fava-de-santo-inácio (Strychnos ignatii P.J. Bergius, Loganiaceae) vinca
(Catharanthus roseus (L.) G. Don, Apocynaceae), entre outras.
Os alcaloides são derivados do triptofano ou do seu derivado descarboxilado, triptamina.

Caracterização microscópica de drogas


Noz-vômica – sementes de Strychnos nux-vomica L., Loganiaceae

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AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Pesquisa e identificação de alcaloides


1. Extração:
colocar cerca de 1 g da droga pulverizada ou fragmentada em tubo de ensaio
acrescentar 10 ml de H2SO4 a 1%
misturar e ferver por 2 min
filtrar por algodão
resfriar o filtrado
alcalinizar com NH4OH dil.
adicionar 7 ml de CHCl3
proceder à extração cautelosamente por 10 min
decantar a camada clorofórmica para três cápsulas de porcelana
evaporar em banho-maria até secura
executar as reações de identificação

2. Reação de Otto:
ao resíduo de uma das cápsulas, adicionar 1 gota de H2SO4 conc.
misturar com bastão
adicionar poucos cristais de K2Cr2O7
misturar com bastão
Resultado positivo (compostos indólicos)→ coloração violácea que passa a vermelha

3. Reação de Mandelin:
ao resíduo de uma das cápsulas, adicionar 1 gota do reativo de Mandelin (vanadato de amônio a
1% e H2SO4 conc.)
misturar com bastão
Resultado positivo (estricnina)→ coloração violácea que passa a vermelha

4. Reação da cacotelina:
ao resíduo de uma das cápsulas, adicionar 1-2 gotas de HNO3 conc.
misturar com bastão
Resultado positivo (alcalóides indólicos metoxilados) → coloração alaranjada

42
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Alcaloides isoquinólicos
Um grande número de alcaloides é derivado da fenilalanina, tirosina, di-hidroxifenilalanina (L-DOPA)
e/ou seus produtos descarboxilados, sendo classificados como protoalcaloides ou alcaloides
verdadeiros, cujas estruturas e ações farmacológicas são variadas. Os alcaloides com núcleo
isoquinólico ( 1 ) se originam desses aminoácidos.

Caracterização microscópica de drogas


Boldo-do-chile – folhas de Peumus boldus Molina, Monimiaceae

Ipeca – raízes de Cephaelis ipecacuanha (Brot.) A. Rich., Rubiaceae

43
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Droga aromática correlata ao boldo-do-chile:


Boldo nacional (falso-boldo) - folhas de Coleus barbatus (Andrews)
Benth., Lamiaceae

Caracterização microscópica de drogas


1. Pesquisa de óleo essencial no boldo-do-chile:
Adicionar 0,5 g de folhas em gral de porcelana
Triturar com 5 ml de álcool etílico absoluto
Filtrar por algodão para uma cápsula de porcelana para utilizar nos itens
abaixo

1.1 Proceder conforme descrito em Cromatografia em camada delgada


Fase estacionária: placa de sílica-gel GF254
Fase móvel: tolueno:clorofórmio (9:1, v/v)
Solução amostra: extrato alcoólico obtido no item 1
Solução referência: linalol
Revelador: Ácido fosfomolíbdico.

44
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

1.2 Pesquisa de óleo essencial no boldo-do-Chile:


Após a obtenção do extrato do item 4.2.5, levar ao banho-maria (40°C) e
evaporar até secura
Adicionar ao resíduo 3-5 gotas de vanilina clorídrica a 1%.
Resultado positivo → coloração rósea a castanho-avermelhada

2. Pesquisa de alcaloides
Colocar cerca de 2 g de droga pulverizada ou fragmentada no tubo de ensaio
Adicionar 20 ml de H2SO4 a 1%
Ferver por 2 minutos
Filtrar por algodão
Resfriar o filtrado
Dividir o filtrado em 2 tubos: A e B

2.1 Pesquisa – tubo A


Distribuir o filtrado em 4 tubos de ensaio pequenos (0,5 ml em cada)
Gotejar os RGA (1-2 gotas), comparando com o branco
Resultado positivo: turvação ou precipitação

2.2 Identificação – tubo B


Adicionar NH4OH diluído até pH básico
Acrescentar 7 ml de CHCl3
Acrescentar gelo (ou banho de gelo) por 5 minutos
Extrair cautelosamente por 5 minutos
Decantar a camada clorofórmica para 1 cápsula de porcelana
Evaporar em banho-maria.

2.3 Proceder conforme descrito em Cromatografia em camada delgada


Fase estacionária: placa de sílica-gel GF254
Fase móvel: clorofórmio:metanol:amônia concentrada (8:1:1, v/v/v)
Solução amostra: ressuspender o resíduo da cápsula com 0,5 ml de metanol
Solução referência: sulfato de boldina (0,5mg/ml em metanol)
45
Revelador: Ácido fosfomolíbdico.
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

2. Pesquisa de alcaloides
Colocar cerca de 2 g de droga pulverizada ou fragmentada no tubo de ensaio
Adicionar 20 ml de H2SO4 a 1%
Ferver por 2 minutos
Filtrar por algodão
Resfriar o filtrado
Dividir o filtrado em 2 tubos: A e B

2.1 Pesquisa – tubo A


Distribuir o filtrado em 4 tubos de ensaio pequenos (0,5 ml em cada)
Gotejar os RGA (1-2 gotas), comparando com o branco
Resultado positivo: turvação ou precipitação

2.2 Identificação – tubo B


Adicionar NH4OH diluído até pH básico
Acrescentar 7 ml de CHCl3
Acrescentar gelo (ou banho de gelo) por 5 minutos
Extrair cautelosamente por 5 minutos
Decantar a camada clorofórmica para 1 cápsula de porcelana
Evaporar em banho-maria.

2.3 Proceder conforme descrito em Cromatografia em camada delgada


Fase estacionária: placa de sílica-gel GF254
Fase móvel: clorofórmio:metanol:amônia concentrada (8:1:1, v/v/v)
Solução amostra: ressuspender o resíduo da cápsula com 0,5 ml de metanol
Solução referência: sulfato de boldina (0,5mg/ml em metanol)
Revelador: Ácido fosfomolíbdico.

46
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Alcaloides piperidínicos
Esse grupo é constituído por alcaloides verdadeiros que apresentam como núcleo fundamental a
piperidina, derivada do aminoácido lisina. O principal composto de interesse farmacêutico é a
lobelina, isolada das porções aéreas de Lobelia inflata L., Campanulaceae.

Aula Prática
Doseamento da lobélia (seg. F. Bras. II)

1. Extração:
pesar exatamente 15 g de lobélia em pó (tamis 80)
introduzir a droga em erlenmeyer de rolha esmerilhada de 250 ml
adicionar 150 ml de éter R e 7 ml de NH4OH SR
arrolhar e agitar frequentemente durante 2 h
deixar sedimentar e filtrar o líquido etéreo por algodão para erlenmeyer de
250 ml,
contendo 5 g de Na2SO4
agitar bem e deixar em repouso
separar exatamente 100 ml do líquido etéreo (correspondente a 10 g do
fármaco)
evaporar em béquer até 50 ml em banho-maria

2. Purificação:
resfriar e transferir o líquido para funil separador
lavar o béquer com 20 ml de HCl N SV, transferindo o ácido para o funil
separador
proceder à extração cuidadosamente
receber a camada aquosa em béquer
repetir a extração com várias porções de 10 ml de HCl N, até que 1 gota da
camada
aquosa em vidro de relógio adicionada de 1 gota do reativo de Mayer não
apresente
turvação (esgotamento total)

3. Doseamento:
reunir os líquidos ácidos no mesmo béquer
eliminar o éter em banho-maria
resfriar e adicionar 10 ml de ácido sílico-túngstico SR
deixar em repouso por 12 h
filtrar por papel de filtro de cinzas conhecidas
lavar o filtro e o precipitado com pequenas porções de HCl N, até que 1 gota
da água de lavagem adicionada de 1 gota de cloridrato de quinina a 1% não 47
apresente
turvação
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

secar o filtro e transferir o papel de filtro contendo o precipitado para cadinho


previamente tarado
calcinar em mufla a 450 °C por 2 h, resfriar em dessecador e pesar

4. Cálculos:
o peso do resíduo multiplicado por 0,415 (fator) dará em gramas a
quantidade de
alcaloides totais computados em lobelina na tomada de amostra
esse valor multiplicado por 10 (para tomada de amostra inicial de
exatamente 15 g,
ajustada posteriormente para 10 g) dará g% de alcaloides totais computados
em lobelina no fármaco

Origem do fator
1 mol de ácido sílico-túngstico reage com 3,5 moles de lobelina :
1 x 2843,0 g ........................................................ 3,5 x 337,5 g
1 g .................................................................... ? g
? = 0,415 g

48
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Alcaloides púricos
Alcaloides púricos constituem metabólitos secundários derivados da xantina, conhecidos como
falsos-alcaloides por não derivarem diretamente de um aminoácido. Nesse grupo de compostos,
destacam-se: cafeína, teofilina, teobromina – com propriedades estimulantes do SNC. As principais
drogas púricas são café, mate, chá-da-índia, cola, cacau e guaraná.

Caracterização microscópica de drogas


Chá-da-índia – folhas jovens de Thea sinensis L., Theaceae

Guaraná – sementes de Paullinia cupana Kunth, Sapindaceae

49
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Aula Prática
Pesquisa e identificação de alcaloides

1. Extração:
colocar cerca de 1 g da droga em pó ou fragmentada em tubo de ensaio
adicionar 1 ml de NH4OH dil. e 7 ml de CHCl3
agitar por 1 min
deixar em repouso
filtrar por algodão
distribuir o filtrado para duas cápsulas de porcelana
evaporar em banho-maria até secura

2. Purificação:
dissolver o resíduo de uma das cápsulas com 4 ml de H2SO4 a 1%
distribuir a solução para cinco tubos de ensaio pequenos
gotejar os RGA (1-2 gotas), comparando com branco
Resultado positivo → turvação a precipitação

3. Reação de murexida:
ao resíduo de uma das cápsulas, acrescentar 2 gotas de HCl conc.
adicionar poucos cristais de KClO3
misturar com bastão
evaporar em banho-maria até secura
expor o resíduo de coloração amarela a vapores amoniacais
Resultado positivo → coloração rósea a violácea

50
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

4. Microssublimação:
proceder à microssublimação da droga em pó
observar ao microscópio cristais na forma de agulhas, de diferentes
dimensões

Extração e identificação de cafeína


Teoria da prática
A cafeína faz parte do grupo das bases de purina. A purina, em si, não ocorre na
natureza, mas inúmeros derivados são biologicamente significativos. As bases
deste grupo que tem importância farmacêutica são todos derivados metilados da
2,6-dioxipurina (xantina).
A cafeína é a 1,3,7-trimetilxantina. É sintetizada dos mesmo precursores da
Coffea arabica que dão origem às bases de purina. As drogas desse grupo são:
café, cafeína, guaraná, cola, mate, chá, teofilina, cacau e teobromina.
A cafeína ocorre no café, chá, no cacau, no guaraná, na cola e na erva-mate.
Embora possa ser produzida sinteticamente, em geral, é preparada a partir do
chá, do pó das folhas do chá ou de seus restolhos; também pode ser retirada
através de máquinas de torrefação de café.
Ocorre como pó branco ou como formações aciculares brilhantes, reunidas em
massas felpudas. Tem sabor amargo. Pode ser sublimada sem decomposição
quando aquecida.
A hidrossolubilidade da cafeína aumenta muito em presença de ácido cítrico,
benzoatos, salicilatos e brometos; os compostos medicinais são constituídos por
cafeína citrada e por cafeína com benzoato de sódio. Essa última forma é a mais
adequada à injeção intramuscular, servindo como analéptico no tratamento do
envenenamento, como estimulante na insuficiência circulatória aguda e como
diurético. A cafeína é estimulante do sistema nervoso central.

51
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Identificação de metilxantinas
Objetivo: Verificar a presença ou ausência de metil xantinas na matéria-prima
vegetal.
Reagentes necessários:
Hidróxido de amônia 6N
Ácido clorídrico 6N – 50 mL
Ácido sulfúrico: água (1:9 v/v) – 500 ml
Clorofórmio
Peróxido de hidrogênio

A) Enriquecimento da fração cafeínica


Aqueça à fervura a mistura de 1 g da droga em estudo pulverizada, 5 ml de
ácido sulfúrico diluído e 5 ml de água.
Filtre em papel de filtro previamente umedecido na mistura água-ácido
sulfúrico.
Alcalinize cerca de 5 ml do filtrado com hidróxido de amônia diluído
(confirme com papel indicador).
Transfira o filtrado alcalinizado para o funil de separação e acrescente 5 ml
de clorofórmio. Agite.
Decante o clorofórmio. Filtre o clorofórmio para cápsula de porcelana com
cabo (a filtração deverá ser feita por papel de filtro umedecido com o mesmo
solvente puro). Evapore o filtrado em banho-maria.

B) Identificação pela Reação da Murexida


Ao resíduo frio na cápsula de porcelana acrescente 3 gotas de ácido
clorídrico 6N e 2 gotas de peróxido de hidrogênio concentrado.
Homogeneíze.
Evapore a mistura em banho-maria: DEVE FORMAR UM RESÍDUO CORADO
DE VERMELHO.
Junte ao resíduo de evaporação previamente resfriado, algumas gotas de
hidróxido de amônia 6N: O LÍQUIDO DEVERÁ ADQUIRIR COR VIOLETA
CARREGADA.

Drogas vegetais:
Coffea arabica (sementes): café
Ilex paraguarienses (folhas): erva-mate, chá mate
Camelia sinensis (folhas): chá-verde e chá-preto

52
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Alcaloides quinólicos
Esse grupo é constituído por alcaloides verdadeiros que apresentam como núcleo fundamental a
piperidina, derivada do aminoácido lisina. O principal composto de interesse farmacêutico é a
lobelina, isolada das porções aéreas de Lobelia inflata L., Campanulaceae.

Caracterização microscópica de drogas


Quina amarela – cascas de caule e raiz de Cinchona calisaya Wedd.,
Rubiaceae

1. Extração:
colocar cerca de 1 g do fármaco pulverizado ou fragmentado em tubo de
ensaio
adicionar 8 ml de H2SO4 a 1%
ferver por 2 min
filtrar por algodão
resfriar o filtrado
alcalinizar com NH4OH dil.
acrescentar 7 ml de CHCl3
extrair cautelosamente por 10 min
decantar a camada clorofórmica para duas cápsulas de porcelana
evaporar em banho-maria até secura

53
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Pesquisa:
acrescentar a uma das cápsulas 5 ml de H2SO4 a 1%
distribuí-lo para cinco tubos de ensaio pequenos
gotejar os RGA (1-2 gotas), comparando com branco
Resultado positivo → turvação a precipitação

3. Identificação:
a uma das cápsulas, juntar 3 ml de H2SO4 a 1% e misturar
observar sob luz ultravioleta
Resultado positivo → fluorescência azul

4. Reação de Grahe:
colocar um fragmento de quina em tubo de ensaio seco
aquecer diretamente na chama
Resultado positivo → desprendimento de vapores purpurinos, que se condensam
na forma de gotículas na parede superior do tubo.

54
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Alcaloides tropânicos
Dentre os fármacos com alcaloides tropânicos (atropina, hiosciamina ( 1 ) e escopolamina ( 2 )),
destacam-se as solanáceas midriáticas (beladona, meimendro, estramônio e trombeteira) e a coca,
as quais apresentam alcaloides verdadeiros, que exibem o núcleo do tropano ( 3 ), derivado do
aminoácido ornitina ( 4 ).

Aula Prática
1. Extração:
colocar cerca de 2 g de droga pulverizada ou fragmentada em tubo de ensaio
adicionar 20 ml de H2SO4 a 1%
ferver por 2 min
filtrar por algodão
resfriar o filtrado
dividir o filtrado em duas porções: A e B

2. Pesquisa - porção A:
distribuir o filtrado em quatro tubos de ensaio pequenos
gotejar os RGA (1-2 gotas), comparando com branco
Resultado positivo → turvação a precipitação
3. Identificação - porção B:
adicionar NH4OH dil. até pH básico
acrescentar 7 ml de CHCl3
extrair cautelosamente por 10 min
decantar a camada clorofórmica para duas cápsulas de porcelana
levar as cápsulas para banho-maria e evaporar até secura
executar as reações de identificação

3.1. Reação de Vitali-Morin:


ao resíduo de uma cápsula, adicionar duas gotas de HNO3 conc.
55
misturar com bastão
evaporar em banho-maria até secura
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

resfriar a cápsula
juntar ao resíduo 2 ml de acetona, misturando com bastão
gotejar sol. alcoólica de KOH a 10% (recentemente preparada)
Resultado positivo → coloração rósea a violeta fugaz

3.2. Reação de Wasicky:


ao resíduo de uma cápsula, adicionar duas gotas do reativo de Wasicky
aquecer moderadamente na chapa com tela de amianto ou no banho-maria
Resultado positivo → coloração vermelha (dos bordos para o centro)
Cromatografia em Camada Delgada
Fase estacionária: placa de sílica-gel GF254
Fase móvel: acetona, etanol, água, amônia conc. (50:40:7:3, v/v/v/v)
Solução amostra: ressuspender o resíduo da cápsula com 0,5 ml de metanol
Solução referência: sulfato de atropina (2,78 mg/ml em metanol)
Revelador: reagente de Dragendorff

Perfil cromatográfico:

56
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Caracterização microscópica de drogas


Beladona – folhas (sumidades floridas) de Atropa belladonna L.,
Solanaceae

Meimendro – folhas (sumidades floridas) de Hyoscyamus niger L.,


Solanaceae

Daturas - folhas (sumidades floridas) de:


Estramônio – Datura stramonium L., Solanaceae
Saia-branca ou trombeteira – Brugmansia suaveolens (Humb. Et Bonpl.)
Bercht. et Presl., Solanaceae

57
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Antraquinonas
As antraquinonas são quimicamente definidas como substâncias fenólicas
derivadas da dicetona do antraceno:

Os derivados antraquinônicos são frequentemente compostos alaranjados,


algumas vezes observados in situ, como nos raios parenquimáticos do ruibarbo e
cáscara-sagrada. São geralmente solúveis em água quente ou álcool diluído.
Podem estar presentes nos fármacos na forma livre ou na forma de glicosídeo, isto
é, na qual uma molécula de açúcar está ligada nas formas de O- e C-glicosídeo, em
várias posições. O teste de Bornträger é frequentemente usado para detecção de
antraquinonas livres, onde coloração rósea, vermelha ou violeta é desenvolvida em
meio básico. A microssublimação também é empregada para sua caracterização,
uma vez que as antraquinonas passam diretamente do estado sólido para o gasoso,
cristalizando-se sob a forma de agulhas amarelas.
São empregados terapeuticamente como laxativos e catárticos, por agirem
irritando o intestino grosso, aumentando a motilidade intestinal e,
conseqüentemente, diminuindo a reabsorção de água.

Aula Prática
Caracterização microscópica de drogas com antraquinonas

Sene: folíolos de Cassia senna L. e Cassia angustifolia Vahl, Fabaceae

Corte transversal dos folíolos de sene. 1- tricoma tector; 2- cristal de drusa.

58
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Corte paradérmico de folíolos de sene, mostrando estômatos

Frângula (amieiro-negro): cascas de caules de Rhamnus frangula L.,


Rhamnaceae

Cáscara-Sagrada: cascas de caules de Rhamnus purshiana DC.,


Rhamnaceae

59
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Ruibarbo: rizomas (ocasionalmente raízes) de Rheum palmatum L. e


Rheum officinale Baill., Polygonaceae

2. Identificação química de antraquinonas em plantas medicinais


Reação de Bornträger direta:
Para antraquinonas livres: cáscara-sagrada
Colocar pequeno fragmento da droga (cerca de 0,2 g) ou pequena
quantidade de pó em um tubo de ensaio e adicionar 5 ml de solução de
NH4OH dil.
Reação Positiva → coloração rósea ou avermelhada

Reação de Bornträger com prévia hidrólise ácida:


Para glicosídeos antraquinônicos e dímeros: sene
Colocar 1,0 g da droga em tubo de ensaio;
Adicionar 8,0 ml de solução de EtOH a 25%;
Ferver na chama por 1 min;
Filtrar por algodão para um tubo de ensaio contendo 4 ml de solução H2SO4
a 5% e aquecer levemente;
Resfriar na torneira e adicionar 5 ml de CHCl3 (clorofórmio) ou Et2O (éter
etílico);
Extrair cuidadosamente por cerca de 3 min;
Decantar a camada orgânica para um tubo de ensaio;
Adicionar 5 ml de solução de NH4OH dil.;
Agitar fortemente e deixar em repouso.
Reação Positiva → coloração rósea ou avermelhada na fase aquosa

3. Pesquisa de falsificação para ruibarbo


Os ruibarbos rapônicos (Rheum raponticum L.) contêm um glicosídeo, a
raponticina, que apresenta atividade estrogênica, não devendo ser aplicado na
medicina humana. É uma substância derivada do estilbeno (difeniletileno) com a
seguinte fórmula: 60
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Colocar cerca de 0,1 g de ruibarbo em tubo de ensaio;


Adicionar 5 ml de EtOH absoluto;
Agitar fortemente e deixar em repouso por 5 min;
Umedecer uma tira de papel de filtro no extrato;
Secar o papel;
Examinar sob luz ultravioleta (ondas longas).
Pesquisa Positiva → fluorescência azulada

4. Microssublimação
Colocar lâmina de microscopia sobre tela de amianto em suporte;
Sobrepor anel de metal na lâmina;
Adicionar 0,1 g da droga em pó no interior do anel;
Colocar sobre o anel outra lâmina e aquecer;
Trocar a lâmina superior (contendo água condensada) repetidamente até
obter várias preparações (resíduo amarelo);
Observar ao microscópio.
Resultado → Devem ser observados cristais amarelados, em forma de
agulhas, que tratados com base coram-se de vermelhos (reação de Bornträger).

Aula Prática:
Objetivo: Verificar a presença ou ausência de antraquinonas ou quinonas ou
antracênicos na droga vegetal.

1. Reação de Bornträger direta:


Pesar 2g da droga vegetal seca em pó e colocar em um tubo de ensaio.
Adicionar por 2 minutos e filtrar com pouco de algodão para outro tubo de
ensaio.
Adicionar ao filtrado 1 mL da solução de NaOH a 10%. Verificar coloração
rósea-vermelho.
Reação positiva para antraquinonas → coloração rósea

2. Reação de Bornträger indireta com hidrólise:


Pesar em torno de 2,0 g da droga vegetal em pó e acondicioná-la em bécker.
Adicionar 20 mL de álcool 25% e ferver (chapa quente) durante um minuto.
Filtrar em algodão. 5
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Transferir o filtrado para funil de separação e sobre o filtrado a quente,


adicionar 30 mL de ácido sulfúrico a 5%, agitar e esfriar.
Adicionar 20 mL de hexano e agitar vagarosamente, por inversão.
Decantar e transferir em torno de 5 mL da camada hexânica para tubo de
ensaio.
Adicionar 2 a 3 mL de hidróxido de amônio diluído.
Observar a coloração da camada amoniacal.

3. Microssublimação:
Colocar uma pequena quantidade da droga vegetal em câmara de
microssublimação e aquecer até obtenção do sublimado. Observar a
coloração do sublimado.
Drogas vegetais:
Senna alexandrina (folíolos) Sinonímia científica: Cassia angustifolia Vahl, Cassia
senna L. e Cassia acutifolia: Sene
Rhamnuns purshianus (casca do caule) Sinonímia científica: Frangula purshiana:
Cáscara sagrada.
Rheum palmatum e R. officinale e híbridos desta espécie (rizoma): Ruibarbo.

Fármacos de origem vegetal que contém heterosídeos antraquinônicos


(antracênicos) são empregados desde a antiguidade como laxativos e purgativos.
Dentre as drogas mais importantes utilizadas na terapêutica, podemos citar o
ruibarbo (Rheum palmatum, Polygonaceae), a cáscara sagrada (Rhamnus
purshiana, Rhamnaceae), a sene (Cassia angustifolia, C. senna, Senna
Alexandrina, Cesalpinaceae) e a babosa (Aloe vera, A. barbadensis e várias
outras espécies, Liliaceae).
As antraquinonas são caracterizadas farmacologicamente por sua ação laxante,
propriedade esta que é atribuída à presença de duas hidroxilas nas posições C-1
e C-8 e um outro grupo substituinte diferenciado em C-3. Laxantes deste tipo
bloqueiam a reabsorção de sódio e água através do bloqueio da enzima ATPase
dependente de Na+/K+ (efeito antirreabsortivo). Ao mesmo tempo promove, em
diferentes condições, a passagem de eletrólitos e água na luz intestinal (efeito
hidragogo).

62
Núcleo Fundamental
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Aula Prática

1. Reação geral para identificação dos derivados antraquinônicos


(Reação de Bornträger)
Empregada para detectar agliconas antraquinônicas, sendo negativa para os
heterosídeos, devido a estes últimos não serem solúveis nos solventes apolares,
que são o meio de reação. Pode-se eventualmente detectar as agliconas dos O- e
C-heterosídeos, desde que estes sejam submetidos a uma hidrólise prévia
(hidrólise ácida – H2SO4 a 20%; hidrólise oxidativa – H2O2 ou FeCl3).
Esta reação baseia-se na solubilidade dos derivados 1,8-
dihidroxiantraquinônicos livres nos solventes orgânicos imiscíveis com a água
(solventes apolares) e na solubilidade dos respectivos fenolatos alcalinos na
água. Estes derivados quando em solução nos hidróxidos alcalinos, coram-se de
vermelho ou rosa (depende da concentração dos compostos antraquinônicos na
amostra analisada).
Ocorre a ionização das hidroxilas fenólicas para fenolatos hidrossolúveis.

Técnica:
Ferver 300 mg da droga durante 5 minutos com 10 mL de KOH 0,5 N e 1 mL de
H2O2 a 6%. Esperar esfriar e filtrar com papel de filtro. Em seguida acidificar o
filtrado com ácido acético glacial (aproximadamente 10 gotas) e fazer partição
com 10 mL de diclorometano. A fase orgânica deve apresentar uma coloração
amarelada. A seguir separar 5 mL(*) da fase orgânica e agitar com 2,5 mL de
NaOH a 2N. As antraquinonas livres conferem cor vermelha à parte alcalina e a
fase orgânica torna-se incolor.
*separar os 5 mL restantes para análise cromatográfica

2. Análise cromatográfica em camada delgada:


Efetuar análise cromatográfica da parte orgânica (*) com cromatoplacas 5 x 5
cm (concentrar bem no momento da aplicação da amostra):
- fase móvel: diclorometano-metanol 83,5:16,5
- fase estacionária: sílica gel G
- revelador: placa (1) em cuba saturada com NH4OH R 63
placa (2) em cuba saturada com iodo
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

3. Pesquisa de heterosídeos antraquinônicos livres e combinados:


Antraquinonas livres
Extrair 500 mg da droga pulverizada com 5 mL de éter etílico. Deixar decantar e
transferir o sobrenadante para um tubo de ensaio. Repetir o procedimento
novamente e reunir os extratos etéreos. Não desprezar a droga.
Adicionar à solução etérea cerca de 1 mL de solução aquosa de NH4OH a 10%
agitar. Uma coloração rósea ou vermelha na camada aquosa indica a presença de
antraquinonas livres.

O-heterosídeos

Adicionar 5 mL de solução de FeCl 3 a 25% à solução aquosa ácida obtida no


item anterior. Levar à ebulição branda por 15 minutos. Se necessário, adicionar
mais água para completar o volume. Esperar esfriar e transferir a solução para
funil de separação. Efetuar partição com 20 mL de clorofórmio. Separar a fase
orgânica e lavá-la com 2 porções, de 10 mL cada, de água destilada.
Adicionar 2 mL de solução de NH 4 OH a 10% à 5 mL da fração clorofórmica.
Uma coloração avermelhada da fase aquosa indica a presença de C -
heterosídeos.

4. Microssublimação:
Neste método o calor decompõe os glicosídeos mais facilmente hidrolisáveis e
como consequência as agliconas dos glicosídeos antraquinônicos são liberadas e
aparecem no sublimado.

Técnica: colocar 1 g da droga em pó em um anel de vidro sobre uma lâmina e


cobrir com outra lâmina de vidro, aquecer o conjunto em chapa quente até obter
um sublimado amarelado na lâmina superior. Adicionar ao sublimado algumas
gotas de KOH a 10% e verificar a coloração.

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AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Flavonoides e Antocianos
Os flavonoides são compostos naturais, derivados da benzo-γ-pirona, apresentando a estrutura
química C 6 -C 3 -C 6 . Ocorrem no estado livre ou, mais comumente, como O -glicosídeos, embora
exista um número considerável de C -glicosídeos. São conhecidos mais de 2000 flavonoides, sendo
o maior grupo de compostos fenólicos naturais encontrados na natureza e, por isso, são usados
como compostos marcadores quimiossistemáticos. Seu nome deriva do termo em latim flavus, que
significa amarelo, embora a flavona pura seja incolor.
Terapeuticamente sua função não está ainda claramente esclarecida. O grupo é conhecido pelos
seus efeitos anti-inflamatórios, antialérgicos e vasoprotetores (tratamento de tromboses). Rutina e
hesperidina são importantes flavonoides empregados em tratamentos de fragilidade capilar.

As antocianidinas são flavonoides estruturalmente relacionados com a flavona. O


nome é derivado do grego antho- , flor, e kyanus- , azul. São pigmentos
encontrados na seiva, sendo que a cor do órgão é determinada pelo pH da seiva.
O azul de determinadas flores e o vermelho da rosa podem ser devidos ao
mesmo glicosídeo, em pH diferente.

Os frutos do faveiro são ricos em rutina, sendo a droga de escolha para esta aula.

Aula Prática

Pesquisa de flavonoides
1. Extração
Ferver, em banho-maria, 1 g de faveiro com 10 ml de solução de EtOH a
70% por 2 min;
Filtrar por algodão.
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AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

2. Identificação genérica de flavonoides


Reação de Shinoda
Colocar cerca de 2 ml do extrato alcoólico em um tubo de ensaio e adicionar
mais ou menos seis fragmentos de Mg metálico;
Adicionar 1 ml de HCl conc., observando se desenvolve coloração.
Pesquisa positiva → coloração rósea a vermelha

Reação com cloreto de alumínio


Umedecer áreas diferentes de uma tira de papel de filtro com o extrato
alcoólico obtido;
Colocar sobre uma das regiões uma gota de solução de AlCl3 a 5% e
comparar a fluorescência sob luz ultravioleta (ondas longas).
Pesquisa positiva → intensificação de fluorescência com mudança de cor para
verde amarelado.

Reação de Taubouk
Colocar cerca de 3 ml do extrato em uma cápsula de porcelana e levar ao
banho-maria até secura;
Esfriar e umedecer o resíduo com algumas gotas de acetona;
Adicionar alguns cristais de ácido bórico e de ácido oxálico;
Evaporar novamente em banho-maria até a secura, evitando aquecimento
prolongado;
Dissolver o resíduo em 3 ml de éter etílico e observar sob a luz ultravioleta.
Pesquisa positiva → fluorescência amarelado - esverdeado

Reação de Pew
Colocar cerca de 3 ml do extrato em uma cápsula de porcelana e levar ao
banho-maria até secura;
Adicionar 3 ml de metanol e transferir o conteúdo da cápsula para um tubo
de ensaio;
Adicionar uma pequena porção de zinco metálico e adicionar mais ou menos
três gotas de HCl conc.
Pesquisa positiva → desenvolvimento lento de coloração vermelha

3. Identificação de antocianidinas
O cloreto de cianidina, pigmento responsável pela coloração violeta do repolho-
roxo e pela coloração vermelha das rosas, é um sal vermelho (pH ácido) e sua cor
varia conforme o pH da solução.
Em solução fracamente básica (pH 8), toma a coloração violeta devido à
formação da anidrobase, de estrutura quinoide. Em repouso, a solução torna-se
incolor pela conversão da anidrobase para a pseudobase, onde perde-se a
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estrutura quinoide.
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Quando esta solução incolor passar para uma alcalinidade maior (pH 12), a cor
passa a azul devido à formação do ânion da anidrobase. Se esta solução torna-se
ácida (pH < 4), a cor passa a vermelho por causa da regeneração do cloreto de
cianidina. Por outro lado, em repouso e solução alcalina, todos os compostos são
convertidos em chalcona, de cor amarela.
Colocar 15 g de repolho roxo, bem lavado e cortado em pedaços pequenos,
em um béquer;
Adicionar 100 ml de água;
Extrair o pigmento por fervura durante 15 min;
Filtrar para uma proveta e completar com água para 50 ml;
Preparar 18 tubos de ensaio contendo soluções padrão conforme tabela
abaixo;
Colocar 2 ml da solução de repolho roxo em cada um dos tubos.

Preparação dos tubos contendo solução padrão:

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AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Objetivo: Verificar a presença ou ausência de flavonoides na matéria-prima


vegetal.

Preparo do extrato:
Pesar 10g da droga vegetal seca.
Adicionar 90 mL de álcool etílico a 75% ou hidroetanólico (1:1) e colocar no
turbolizador por 15 mnutos.
Filtrar com algodão. Completar o volume para 100 mL com o mesmo etanol.

B)Reação de Shinoda ou Reação de Cianidina


Colocar 2 mL do extrato hidroetanóico (a 10% da droga vegetal) em uma
cápsula de porcelana e evaporar em Banho Maria (45ºC) até secura (+/- 25-
40min).
Levar o resíduo da cápsula com 0,2 mL de clorofórmio para eliminação da
clorofila, ainda no BM°.
Redissolver o resíduo da cápsula com 1 mL de etanol 70% e tranferí-lo para
68
um tubo de ensaio.
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Adicionar 200 mg de magnésio em pó ou raspas no tubo.


Verter cuidadosamente, pelas paredes do tudo inclinado, cerca de 1 mL de
HCl concentrado (CUIDADO! Pode ocorrer projeções, reação exotérmica).
Observar a coração, esperando-se que se desenvolva uma coloração róseo-
avermelhada.
Realizar esta técnica com padrão de quercetina dissolvido em q.s. de etanol.

REAÇÃO POSITIVA REAÇÃO NEGATIVA


(COM COR) (SEM COR)

-Flavona – amarelo a
vermelho-Flavonol – vermelho
a vermelho-sangue -
-Chalconas-Auronas-
Dihidroflavonol – vermelho a
Dihidrochalconas-Isoflavonas-
vermelho-sangue -Flavanona –
Isoflavononas
vermelho a violeta-Deriv.
Antociânicos – vermelho para
rosa

Deve aparecer coloração vermelha, quanto mais intensa a cor, maior a


concentração dos flavonoides.
Drogas vegetais
Achyrocline satureioides (capítulos florais): marcela
Baccharis trimera (folhas): carqueja

Influência do pH nas Antocianidinas


Comportamento de pigmentos vegetais em relação ao pH das soluções.
A cor dos pigmentos vegetais está associada à sua estrutura química, e a sua
coloração em meio ácido ou básico dependerá justamente das modificações
ocorridas na molécula do pigmento, quando o mesmo é submetido a diferentes
valores de pH.

Clorofilas, flavonoides e betalaínas são compostos sensíveis à mudanças de pH


das soluções. Na clorofila a cor em meio ácido passa a verde oliva e em meio
alcalino a verde brilhante.
Antocianinas tem cor vermelha intensa a valores de pH baixos. À medida que o 69
pH aumenta a coloração passa a violeta.
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Extrato da casca de uva


Extraído com água ou soluções alcoólicas da casca de uva vermelho escura, este
extrato, dependendo da variedade, contém até 25 pigmentos diferentes. O
corante é frequentemente denominado enocianina, e seu principal cromóforo
presente na casca de uva é a mistura complexa de antocianinas: antocianidina
(aglicona), açúcar e frequentemente ácidos. Na natureza, as antocianinas
sempre ocorrem na forma heteroglicosídica, contendo uma ou mais moléculas
de açúcar e da aglicona antocianidina. São solúveis em água e em mistura de
água e álcool, porém insolúveis em óleos e gorduras.

Diferentes monossacarídeos (glicose, galactose, ramanose, arabinose),


dissacarídeos e trissacarídeos também podem ser encontrados. Em alguns
casos, o açúcar é acilado com os ácidos ferrúlico, cafeico e p-cumárico. A
presença do grupo glicosídico na posição 3 confere maior estabilidade, sendo a
forma diglicosídica mais estável ao aquecimento e à luz que a monoglicosídica, e
a presença do grupo hidroxila na posição 3 aumenta a sensibilidade do composto
à degradação.

O núcleo flavilium da antocianina é deficiente em elétrons e, portanto, altamente


reativo. A sua reação geralmente envolve descoloração do pigmento, sendo,
portanto, indesejável no processamento de frutas e vegetais.

Corantes comerciais derivados de uvas têm tido considerável sucesso em


bebidas, mas todas as antocianinas convencionais apresentam algum tipo de
limitação. Estabilidade é um problema, já que as antocianinas são degradadas na
presença de metais, ácido ascórbico, açúcar, oxigênio, temperatura e enzimas.
A sensibilidade ao pH é fator limitante em várias situações, afetando a cor e a
estabilidade química, descolorindo em valores de pH acima de 4,0. Em soluções
ácidas, a antocianina é vermelha, mas com o aumento do pH a intensidade da cor
diminui. Em solução alcalina, a cor azul é obtida, sendo porém instável. Para
aplicação geral, o pH entre 1,0 e 3,5 confere maior estabilidade.

São utilizadas em bebidas ácidas, geleias, doces e cosméticos. A adição de ácido


ascórbico para efeito de estabilização não é recomendada, e a presença de
açúcares, especialmente a frutose, acelera o processo de escurecimento. Além
do pH (principal responsável pela estabilidade das antocianinas), outros fatores
contribuem para sua degradação.
Sulfito - O dióxido de enxofre, utilizado na prevenção do escurecimento e
crescimento microbiológico, promove a descoloração da antocianina, por sua
adição na posição 2 ou 4. A cor, entretanto, pode ser regenerada por
acidificação e aquecimento do produto para remover o dióxido de enxofre.
70
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Entretanto, alta concentração de sulfito (> 10 gramas/ kg) provoca destruição


irreversível da antocianina para chalconas.

Metais - As antocianinas, que possuem sistema 0-düdroxilado (anel B),


complexam-se com metais, alterando sua coloração. Estes complexos são
mais estáveis aos efeitos do pH e da luz que os compostos similares.
Cianidina-3-glicosídica na presença de alumínio em pH 5,5 forma um
complexo vermelho e, em presença de sais de ferro em pH acima de 5,5, um
complexo azul. O aparecimento da coloração azulada em pêssegos enlatados
é devido à complexação com zinco, sendo a perda da coloração rósea em
pêras em razão do complexo cianidina-zinco.

Prática
Objetivo: Verificar o comportamento da coloração das
antocianinas frente a mudanças de valores de pH.

Material de uso comum


HCl concentrado
HCl 5%
NaOH 50%
NaOH 5%
NaCl
FeCl3
Sulfito de sódio a 10%
Etanol

Material por grupo


Tubos de ensaio
Pipeta graduada 5 mL
Gral com pistilo

Influência do pH
Triturar em gral cascas de uva roxa, utilizando uma mistura de 5 mL água e 5 mL
de álcool para facilitar a extração do pigmento, filtrar e transferir 1 mL para 6
tubos de ensaio numerados de 1 a 6.
Adicione os reagentes conforme descrito abaixo e verifique as mudanças de
coloração ocorrida durante a prática e anotando o pH para cada tubo de ensaio:
No tubo n.º 01 adicione 1 mL de HCl conc.;
No tubo n.º 02 adicione 1 mL de HCl 5%;
No tubo n.º 03 não adicione nada; 71
No tubo n.º 04 adicione 1 mL de NaCl;
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

No tubo n.º 05 adicione 1 mL de NaOH 50%;


No tubo n.º 06 adicione 1 mL de NaOH 5%.
Influência do Sulfito.
Tome 1 mL do extrato hidroalcoólico da uva e transfira para um tubo de ensaio.
Adicione 1 mL de sulfito de sódio. Observar a coloração.
Influência de Metais.
Tome 1 mL do extrato hidroalcoólico da uva e transfira para um tubo de ensaio.
Adicione 1 mL de cloreto férrico. Observar a coloração.
Avaliação
Desenhe a estrutura da antocianidina
Represente a estrutura das antocianidina nos diferentes pHs testados
(neutro, ácido e básico).
Cite mais três pigmentos de origem natural e suas aplicações na indústria
farmacêutica e de alimentos.

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AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Drogas cardioativas
Objetivo: verificar a presença ou ausência de cardiotônicos na matéria- prima
vegetal.

A) Extração:
Ferver (sob refluxo) 5 g da droga vegetal rasurada e seca com 30 mL de etanol
a 50%, deixar decantar e filtrar com algodão.
Repetir o processo de extração por mais 2 vezes.
Juntar 30 mL de solução de acetato de chumbo neutro a 10%, deixar esfriar e
filtrar.
Adicionar 20 mL de água, transferindo para um funil de separação.
Extrair com 3 porções de 10 mL de clorofórmio (Não agitar com força para
evitar a formação de emulsão).
Deixar em repouso até completa separação das fases.
Filtrar e repartir a solução clorofórmica em cápsulas de porcelana, evaporando-
as em BM até resíduo.
Com cada uma, efetuar as reações abaixo.

B) Reação de Liebermann-Buchard
(reação do núcleo ciclopentanoperhidrofenantreno):
Objetivo: Identificação do fenantreno.
Adicionar a 1ª cápsula, 1 mL de anidrido acético.
Passar para 1 tubo de ensaio, e em seguida, adicionar 1 mL de ac. sulfúrico
conc. pelas paredes do tubo, sem agitar.
Observar o aparecimento de coloração na zona do contato entre o anidrido
acético e o ac. sulfúrico. (NÃO MOVIMENTAR O TUBO).
Cor azul ou verde → provavelmente núcleo esteroidal
Cor vermelha, rosa, púrpura ou violeta → provavelmente núcleo terpênico

C) Reação de Kedde
(reação do anel lactônico pentagonal insaturado dos cardenolídeos):
Objetivo: Identificação do anel lactônico
Reativo de Kedde: misturar 4 mL da solução metanólica de ác. 3,5-dinitrobenzoico
a 2% (sol. Recente) + 6 mL da solução metanólica de KOH 1N. (PREPARAR NA
HORA)
Adicionar a 2° cápsula, 2 gotas do reativo de Kedde. Observar coloração.
Cor → castanho avermelhado a vermelho-violeta → reação positiva.

D) Reação de Keller-Kiliani
(desoxioses nas extreminades livres):
Objetivo: Identificação do açúcar. 73
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Dissolver o resíduo da 3º cápsula com 1 mL de ac. acético glacial.


Adicionar 2 gotas de cloreto férrico a 2% (sol. Aquosa).
Transferir, cuidadosamente, pelas paredes do tubo de ensaio.
Adicionar 1 mL de ac. sulfúrico conc., de modo que os dois líquidos não se
misturem. Observar coloração.
Cor da formação do anel → vermelhado acastanhado → reação +
Cor da fase acética → azul-esverdeado.

Drogas vegetais
Nerium oleander (folhas): espirradeira
Digitalis purpúrea (folhas): digitalis

Drogas cardioativas possuem em sua composição glicosídeos cardiotônicos, que


são compostos que atuam diretamente no miocárdio, sendo utilizados
principalmente no tratamento da insuficiência cardíaca congestiva.

Quimicamente, as agliconas (ou geninas) desse grupo caracterizam-se pelo núcleo


fundamental do ciclopentanoperidrofenantreno e são divididas em dois grupos de
acordo com o anel lactônico insaturado ligado ao C-17: pentacíclico (cardenólido)
ou hexacíclico (bufadienólido), indicados nas estruturas abaixo. Os glicosídeos do
grupo cardenólido são os mais importantes na medicina

A glicona, ligada na aglicona em C-3 beta, é composta de até quatro unidades de


açúcar, incluindo glucose e ramnose juntamente com outros desoxiaçúcares, por
exemplo, 2,6-didesoxi-hexoses (digitoxose) ou seus 3-O-metil éteres (cimarose).
A ação farmacológica é observada quando o princípio ativo está sob a forma de
glicosídeo; a atividade inata reside nas agliconas (geninas), mas os açúcares
conferem maior solubilidade e aumentam o poder de fixação dos glicosídeos ao
músculo cardíaco. Por superdosagem esses compostos são muito tóxicos, o que
torna necessário rigoroso controle da posologia dos princípios ativos. A droga exibe
como efeito a soma da ação dos vários constituintes ativos que são de difícil
separação.
74
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Para caracterização desses compostos, usam-se reações que evidenciam


isoladamente partes da molécula do glicosídeo, como: reações de caracterização
dos esteroides (Pesez e Liebermann), reações relacionadas com o anel lactônico
pentacíclico (Baljet e Raymond) ou com desoxiaçúcares (Keller-Kiliani e xantidrol).
As drogas cardiotônicas mais importantes são: estrofanto: sementes de
Strophanthus kombe Oliver, S. hispidus DC. e S. gratus (Wall et Hook) Baill.,
Apocynaceae; espirradeira: folhas de Nerium oleander L., Apocynaceae;
convalária: rizomas e raízes dessecadas de Convallaria majalis L., Asparagaceae;
cila: bulbos de Urginea maritima (L.) Baker, Asparagaceae e dedaleira.

Caracterização de drogas cardioativas

Dedaleira (digitalis): folhas de Digitalis purpurea L. e D. lanata Ehrh.


Plantaginaceae

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D. purpurea
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

D. lanata
Pesquisa de glicosídeos cardioativos
1. Extração dos glicosídeos
Colocar 1 g do fármaco em pó em tubo de ensaio;
Adicionar 10 ml de solução de EtOH a 70%;
Agitar e ferver em banho-maria por 2 min
Adicionar 10 ml de água destilada e 0,2 ml (duas gotas) de solução de
Pb(AcO)2 a 10%;
Agitar fortemente e deixar em repouso;
Filtrar por papel de filtro pregueado;
Adicionar ao filtrado 8 ml de clorofórmio;
Proceder a extração cautelosamente;
Decantar a camada clorofórmica distribuindo-se em duas cápsulas de
porcelana;
Evaporar o solvente em banho-maria até a secura;
Executar as reações de identificação que caracterizam estruturas diferentes.

Reação de Keller-Kiliani
Adicionar 3 ml do reativo de Keller à cápsula;
Misturar com bastão;
Verter lentamente para tubo de ensaio contendo 2 ml de reativo de Kiliani (usar
ácido sulfúrico conc. direto).
Reação Positiva → anel castanho-avermelhado na região de contato das fases; a
camada acética deve adquirir gradualmente coloração esverdeada.

Esta reação somente é positiva se o desoxiaçúcar estiver na extremidade glicídica.


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AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Se houver glucose ou outro açúcar, a reação será negativa, mesmo havendo


desoxiaçúcares na molécula.

Reação de Pesez
Adicionar a cápsula três gotas de ácido fosfórico concentrado;
Misturar com bastão;
Observar sob luz ultravioleta (ondas longas).
Reação Positiva → fluorescência amarelo-esverdeada

Reação de Kedde
Esta reação é atribuída à dissociação do anel lactônico pentacíclico insaturado
(cardenólido) em meio alcalino, que se une ionicamente com um reagente nitrado,
como o ácido dinitrobenzóico, pícrico etc.
Adicionar ao resíduo de uma das cápsulas 2 ml de solução de EtOH a 50%, 2 ml
de água destilada, 2 ml do reativo de Kedde e 2 ml de solução de KOH 1N
Misturar bem e deixar em repouso por 5 min.
Reação Positiva → coloração castanho avermelhado a vermelho-violeta

Teoria da Prática
A digitalis ou dedaleira é a folha dessecada de Digitalis purpurea Linné (Fam.
Scrophulariaceae). Trata-se de uma erva bianual, provavelmente nativa do centro e
do sul da Europa, que se adaptou a várias regiões da Europa e ao norte e oeste dos
Estados Unidos e do Canadá.

Alguns esteroides presentes na natureza caracterizam-se pela grande


especificidade pelo miocárdio e pela poderosa ação que exercem sobre este. Esses
esteroides ocorrem como glicosídeos com açúcares ligados na posição 3 do núcleo
esteroidal. Devido à sua ação sobre o miocárdio, chamam-se glicosídeos
cardiotônicos.

O uso terapêutico dos glicosídeos cardiotônicos deve-se à sua capacidade de


aumentar a força da contração sistólica; o aumento da contratilidade do coração
provoca o esvaziamento mais completo do ventrículo e o encurtamento do período
de sístole. Assim, o coração tem mais tempo para repousar entre as contrações. Os
glicosídeos cardiotônicos também são medicamentos de escolha para o controle
da frequência ventricular rápida em pacientes portadores de fibrilação ou de flutter
atrial. Em concentrações tóxicas, os glicosídeos podem aumentar a automaticidade
cardíaca e provocar taquiarritimia ectópica. Com todos os glicosídeos, o nível
terapêutico parece ser de aproximadamente 50 a 60% da dose tóxica. Essa
descoberta explica por que a posologia deve ser determinada experimentalmente
77
para cada paciente.
AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

Aula Prática
Objetivo: Identificar heterosídeos cardiotônicos (digitálicos)

Material de uso comum


Álcool a 70%
Água destilada
Acetato de chumbo a 10%
Reativo de Keller ( 1p ácido acético e 1p de solução de cloreto férrico a 5%)
Reativo de Killiani ( 100p de H2SO4 concentrado e 1p de solução de cloreto
férrico a 5%)
Ácido fosfórico

Material por grupo


Tubos de ensaio
Pipetas graduadas
Bastão
Espátula
Béquer

1. Provas de identificação
1.1. Extração dos heterosídeos
Colocar 1 g do fármaco em pó em tubo de ensaio
Adicionar 10 ml de álcool 1 70%
Agitar e ferver em banho-maria por 2 min
Adicionar 10 ml de água destilada e 0,2 ml de acetato de chumbo a 10%
Agitar fortemente e deixar em repouso
Filtrar por papel pregueado
Adicionar ao filtrado 5 ml de clorofórmio
Agitar cautelosamente por 5 min
Decantar a camada clorofórmica distribuindo-a em 2 cápsulas
Evaporar em banho-maria até secura
Executar as reações de identificação

1.2. Reação de Keller-Killiani (desoxiaçúcares)


Adicionar 3 ml do reativo de Keller à cápsula
Misturar com bastão
Verter lentamente para tubo de ensaio contendo 2 ml de reativo de Killiani
Reação positiva: Anel castanho-avermelhado na região da contato das fases; a
camada acética deve adquirir gradualmente coloração esverdeada.
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AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

1.3. Reação de Pesez (núcleo esteroide)


Adicionar à cápsula 3 gotas de ácido fosfórico concentrado
Triturar com bastão
Observar sob luz ultravioleta
Reação positiva: Fluorescência amarelo-esverdeada.

Avaliação:
Qual é o núcleo que caracteriza um esteroide?
Resp.: Todo esferoide contém um núcleo de ciclopentanoperidrofenantreno.
Como age um glicosídeo cardiotônico no organismo?
Resp.: Aumentando a for ça da contração sistólica. O aumento da contratilidade
do coração provoca o esvaziamento mais completo do ventrículo e o
encurtamento do período de sístole. Assim, o coração tem mais tempo para
repousar entre as contrações.
Cite alguns glicosídeos cardiotônicos.
Resp.: Digitoxina, Gitoxina, Gitaloxina, Digoxina.

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AULA 06 – Métodos de Identificação LABORATÓRIO DE QPN

http://www.sbfgnosia.org.br/Ensino/index.html

Referências bibliográficas

Costa, Aloísio F., 1972; Farmacognósia. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.


Vol.III.
Lehninger, Alberte, Bioquímica, Componentes Moleculares das Células.Vol.1,
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Robbers, James E. Speedie, Marylin K. Tyler, Varro E..Farmacognosia e
Biotecnologia. Editor Premier. 1997.
Schultz, A. RH.; Estudo prático da botanica. Editora Globo. 3ª edição.
Zulmira e Nilza, CEB- Botânica.

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