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UNIDADE 3

SOCIEDADE EM COMUM
1 Profª Roberta Siqueira/ Direito Empresarial II

ATENÇÃO: Este material é meramente informativo e não exaure a matéria.


Foi retirado da bibliografia do curso constante no seu Plano de Ensino.
São necessários estudos complementares. Mera orientação e roteiro para
estudos.
3.1 NOÇÕES GERAIS (ARTS. 986 A 990,
CC)
¢ Arts. 986 a 990 CC

¢ CARACTERÍSTICA FUNDAMENTAL:
ausência de personalidade jurídica, pelo não
cumprimento das solenidades legais (art. 986).

— Art. 986. Enquanto não inscritos os atos


constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto por ações
em organização, pelo disposto neste capítulo,
observadas, subsidiariamente e no que com ele forem
compatíveis, as normas da sociedade simples.
— Enunciado n. 58. A sociedade em comum
compreende as figuras doutrinárias da sociedade de 2
fato e da irregular.
¢ PATRIMÔNIO: como não é uma pessoa, não tem
autonomia patrimonial. O conjunto de bens
utilizados para sua atividade empresarial é um
patrimônio especial que pertence aos sócios em
condomínio (art. 988).

— Art. 988. Os bens e dívidas sociais constituem


patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em
comum.
— Enunciado 210: O patrimônio especial a que se
refere o art. 988 é aquele afetado ao exercício da
atividade, garantidor de terceiro, e de titularidade
dos sócios em comum, em face da ausência de
personalidade jurídica. 3
¢ O art. 988, do Código Civil, chama o patrimônio
da sociedade em comum de patrimônio especial
e diz que quem vai ser o titular desse patrimônio
são os sócios da sociedade.

¢ Os sócios serão cotitulares do patrimônio especial.

• Art. 988. Os bens e dívidas sociais constituem


patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em
comum.

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¢ RESPONSABILIDADE: a responsabilidade dos
sócios é ilimitada e solidária (art. 990),
excluído do benefício de ordem aquele que
contratou pela sociedade - direta (art. 1.024).

— Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e


ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do
benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que
contratou pela sociedade.

— Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem


ser executados por dívidas da sociedade, senão depois
de executados os bens sociais.
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— Enunciado 212. Embora a sociedade em comum não
tenha personalidade jurídica, o sócio que tem seus
bens constritos por dívida contraída em favor da
sociedade, e não participou do ato por meio do qual
foi contraída a obrigação, tem o direito de indicar
bens afetados às atividades empresariais para
substituir a constrição.

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¢ Quanto à SOLIDARIEDADE, a responsabilidade
dos sócios poderá ser solidária ou não solidária.

— Solidária: não é necessário respeitar a


proporcionalidade das cotas. A dívida pode ser
cobrada apenas de um ou de todos ao mesmo
tempo.

¢ Quanto ao MOMENTO, a responsabilidade dos


sócios (em geral) poderá ser direta ou
subsidiária, sendo a última aquela onde primeiro
respondem os bens sociais, para, só então serem
perseguidos os bens pessoais. Nas sociedades
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empresárias a responsabilidade será subsidiária.
¢ ATENÇÃO: Não importa o tipo societário, pode ser
limitada, sociedade anônima, em nome coletivo, em
comandita simples:

— A responsabilidade que um sócio tem perante a


sociedade, perante a pessoa jurídica, SEMPRE
será subsidiária.

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¢ O sócio tem algo em seu favor que é chamado
BENEFÍCIO DE ORDEM: o de ser seguida uma
ordem - primeiro devem ser perseguidos os bens
da sociedade.

¢ Se os bens sociais não são suficientes para saldar o


passivo, devem ser perseguidos os bens dos sócios
(art. 1.024, CC).

¢ Todos tem o benefício de ordem, exceto o que


contratou pela sociedade- RESPONSABILIDADE
DIRETA. O que fez um contrato de locação, um
financiamento, um contrato de prestação de serviço,
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um leasing, por exemplo.
¢ ADMINISTRAÇÃO: não há regras específicas a
respeito, apenas que o sócio (administrador ou não)
que contratou tem responsabilidade direta.

— Art. 989. Os bens sociais respondem pelos atos de


gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo pacto
expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia
contra o terceiro que o conheça ou deva conhecer.

¢ PROVA DE SUA EXISTÊNCIA: os terceiros,


podem usar qualquer meio de prova (art. 987). Em
outros casos (existência da sociedade), a prova deve
ser por escrito.
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¢ Art. 987. Os sócios, nas relações entre si ou com
terceiros, somente por escrito podem provar a
existência da sociedade, mas os terceiros podem
prová-la de qualquer modo.

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¢ Atenção: A Lei n. 11.795/2008, que dispõe sobre o grupo de
consórcios, diz tratar-se de uma sociedade não personificada.

Art. 1o O Sistema de Consórcios, instrumento de progresso social que se


destina a propiciar o acesso ao consumo de bens e serviços, constituído por
administradoras de consórcio e grupos de consórcio, será regulado por
esta Lei.

Art. 2o Consórcio é a reunião de pessoas naturais e jurídicas em grupo,


com prazo de duração e número de cotas previamente determinados,
promovida por administradora de consórcio, com a finalidade de
propiciar a seus integrantes, de forma isonômica, a aquisição de bens ou
serviços, por meio de autofinanciamento.

Art. 3o Grupo de consórcio é uma sociedade não personificada constituída


por consorciados para os fins estabelecidos no art. 2o.
§ 1o O grupo de consórcio será representado por sua administradora, em
caráter irrevogável e irretratável, ativa ou passivamente, em juízo ou fora
dele, na defesa dos direitos e interesses coletivamente considerados e para
a execução do contrato de participação em grupo de consórcio, por adesão.

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§ 2o O interesse do grupo de consórcio prevalece sobre o
interesse individual do consorciado.
§ 3o O grupo de consórcio é autônomo em relação aos
demais e possui patrimônio próprio, que não se confunde
com o de outro grupo, nem com o da própria
administradora.
§ 4o Os recursos dos grupos geridos pela
administradora de consórcio serão contabilizados
separadamente.

Art. 4o Consorciado é a pessoa natural ou jurídica que


integra o grupo e assume a obrigação de contribuir para
o cumprimento integral de seus objetivos, observado o
disposto no art. 2o. 13

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