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HABILIDADE MOTORA

É uma tarefa motora ou uma competência/proficiência que uma pessoa demonstra na execução do
movimento.
A qualidade (certeza de alcance de meta, ↓ gasto energético e tempo de movimento) do movimento é
ingrediente fundamental para alcançar o objetivo do executante. Fatores que contribuem: o indivíduo, o
ambiente e um propósito/meta.
Fina: maior precisão, menor grupo muscular e articulação envolvidas. (Colocar linha na agulha, botões)
Grossa: menor precisão, maior musculatura e articulação envolvidas. (Se vestir, caminhar, pular)
Simples: pouco uso cognitivo, raciocínio, tomada de decisão.
Complexa: alto processamento de informações.
Discreta: início e fim bem definidos. (Arremessar um dardo, estalar os dedos, levantar-se)
Seriada: discretas conectadas, a ordem dos elementos é importante. (Trocar a marcha de um carro,
martelar um prego, enfaixar um tornozelo, escovar os dentes)
Contínua/ Cíclica: início e fim não distintos, forma repetitiva. (Pular corda, remar, andar de patins)
Aberta: ambiente imprevisível ou requer adaptação dos executantes. (Jogar bola, luta, caça)
Fechada: ambiente previsível, situação pré-definida, planejamento antecipado. (Ginástica, digitar, cortar
vegetais)
Tempo interno: ritmo/velocidade definidos pele executante. (Tomar banho)
Tempo externo: ritmo/velocidade definidos pelo ambiente. (Atravessar uma rua)

COMPETÊNCIA/CAPACIDADE MOTORA
Requer automatismo (execução sem atenção), espontaneidade (alto refinamento) e exercício e prática.
Procedural: execução de movimento não verbalizada
Declarativa: verbalização da execução

APRENDIZAGEM MOTORA
Estado ou processo que reflete a aptidão de uma pessoa para produzir um movimento em qualquer
momento. Requer prática ou experiência e não é linear (possui altos e baixos).
Procedural/ Implícita: aquisição de memórias não verbalizadas sobre o movimento. Indivíduo pode estar
ciente ou não do aprendizado.
Declarativa/Explícita: aquisição de memória verbalizada sobre o movimento. Indivíduo ciente do
aprendizado.

PARALISIA POR ANÁLISE/ REINVESTIMENTO: falha na execução do movimento em razão da análise

Hábito é fazer repetidamente/ automaticamente. Habilidade é fazer com espontaneidade e flexibilidade.


Exercício é uma atividade física para adaptação de força, resistência, flexibilidade, velocidade, equilíbrio.
Prática/treinamento é uma atividade planejada com objetivo de mudar a competência futura em uma
tarefa motora.
O estabelecimento de meta é importante no aprendizado. Através disso, é possível selecionar o conjunto
de habilidades e comportamentos adequados para serem trabalhadas, além de servir de parâmetro de
comparação de progresso. É algo individual, gerando mais comprometimento do aprendiz a chegar nessa
meta. Entretanto, é necessário que a meta escolhida seja atingível, realista, desafiadora e específica para
a atividade desejada (ARDE).
METAS DE RESULTADO: Enfatizam o resultado, e geralmente o compara com outras pessoas. Ex.:
vencer um amigo em um jogo.
METAS DE PERFORMANCE: Enfatizam uma comparação entre dados anteriores e atuais. Ex.: aumentar
o % de lances livres de 70% para 75%.
METAS DE PROCESSO: Enfatizam aspectos particulares da execução de uma atividade. Ex.: rotacionar
o tronco enquanto executar o nado crawl.
CONTEXTO-ALVO: Ambiente no qual se deseja aplicar as habilidades aprendidas. Ex.: jogar no
campeonato nacional.
HABILIDADES-ALVO: Tarefas reais que são necessárias adquirir para atingir a meta. Ex.: executar os
passos adequadamente na dança.
COMPORTAMENTOS-ALVO: Atitudes necessárias que conduzem à habilidade. Ex.: foco visual na bola
ao rebater no tênis.
TRANSFERÊNCIA DE APRENDIZADO
Generalização/Transferência Próxima: Modificar o ambiente/contexto de treinamento para simular o
contexto-alvo. Ex.: uma jogadora de basquete aumentar o arco da bola em um lançamento durante o
treino, simulando uma defesa de uma adversária mais alta em um jogo real.
Transferência Para Longe: Aproveitamento de "movimentos fundamentais" para o aprendizado de uma
nova habilidade. Ex.: brincar de arremessar a bola para futuramente ter mais facilidade em arremessar
uma bola no beisebol ou tênis.
Simplificação Da Prática: Dividir a habilidade-alvo em elementos mais curtos e isolados, para depois
integrá-los em um conjunto.
O aprendiz: Figura central em todas as experiências de aprendizagem. O aprendizado do indivíduo
dependerá de fatores importantes, entre eles: motivação, experiências anteriores, capacidades e estágio
de aprendizado.
Motivação: influencia no esforço dedicado à tarefa, atenção durante a prática e disposição em manter a
prática por mais tempo. Os aprendizes que acreditam que são competentes ou bem-sucedidos
provavelmente continuarão motivados.
EXPERIÊNCIAS ANTERIORES: Partindo do princípio da existência de elementos semelhantes entre as
diferentes tarefas, é possível facilitar a instrução e aprendizado baseado nesse princípio. São esses
elementos:
Elementos de movimento: Padrões fundamentais de várias ações. A prática de um padrão fundamental
pode servir de educativo para o aprendizado de uma habilidade-alvo.
Elementos perceptivos: Estímulos relacionados à tarefa que devem ser interpretados para a melhor
performance. Ex.: percepção da velocidade da bola e previsão de sua movimentação.
Elementos conceituais: Se diz respeito às semelhanças em estratégias, regras, princípios e orientações
informais. Ex.: defender uma área de um atacante.
Entretanto, o treino de elementos semelhantes é benéfico principalmente na fase inicial de aprendizado.
Quando o praticante atinge certo grau de habilidade, é mais vantajoso treinar variações da habilidade-alvo
do que outras tarefas com elementos semelhantes.
PRINCÍPIO DE ESPECIFICIDADE DE APRENDIZAGEM: A melhor prática é aquela mais aproximada
possível dos movimentos da habilidade-alvo e das condições ambientais do contexto-alvo.
O fenômeno da transferência negativa, por sua vez, teoricamente existe, mas é mínimo na prática.
Capacidades adquiridas pelo indivíduo predispõe à performance mais bem-sucedidas. Porém, existe uma
concepção errada de que as capacidades fundamentais podem ser melhoradas pela prática de vários
exercícios. Nem sempre isso acontece e, na verdade, a performance melhorada do indivíduo nesse caso
se refere mais àquele exercício em específico do que a capacidade geral pretendida. (Dúvida)
Estágios de aprendizagem
ESTÁGIO VERBAL-COGNITIVO: Os aprendizes são confrontados com tarefas as quais não são
familiarizados. Nesse estágio, o aprendiz repete verbalmente pra si mesmo os constituintes da ação, e
pensa muitos sobre os movimentos que está fazendo. Em geral, nesse estágio, os movimentos são menos
fluídos, mais rígidos e desengonçados. O objetivo aqui é ter uma "ideias do movimento", sendo muito útil
observar outras pessoas fazendo ou receber orientações gerais sobre a tarefa.
ESTÁGIO MOTOR: Os aprendizes já estão mais familiarizados com a tarefa, apresentando movimentos
mais concisos, fluentes e refinados. O foco nesse momento é o refinamento da habilidade, buscando
padrões de movimentos mais eficientes. Nesse estágio existe um aumento de confiança na tarefa que está
sendo executada.
ESTÁGIO AUTÔNOMO: Os aprendizes, após muita prática, produzem seus movimentos quase que
automaticamente, utilizando pouca atenção. Sã habilidosos, e conseguem controlar as ações por períodos
maiores de tempo. Já não existe mais um pensamento isolado sobre cada componente da habilidade. A
atenção do aprendiz, nesse estágio, é voltada para outros aspectos, como por exemplo a formulação de
estratégias de movimento baseadas no contexto. Além disso, são capazes de "ler" movimentos dos
adversários, observar os próprios erros e propor meios para corrigi-los. Melhoras de performance são mais
difíceis de serem percebidas nesse estágio. Apesar disso, é perceptível mudanças nos movimentos e
menos gasto de energia para executar as ações.
Avaliando o progresso
A avaliação do progresso depende de indicadores que apontem corretamente o nível de alcance das
metas. Nesse caso, a habilidade é avaliada tomando como comparação pontos anteriores no treinamento
e a aproximação da meta.
Selecionando indicadores válidos de habilidade
Pra isso, é necessário medidas válidas que indiquem o que se quer analisar. Se o objetivo é analisar
velocidade, então as medidas serão a distância percorrida por um tempo determinado, considerando um
dado contexto.
Medidas de Resultado
Se dizem respeito à velocidade, distância, tempo, precisão e assim por diante. São parâmetros
comparáveis entre si. Considerando um idoso que deseja atravessar uma rua com rapidez, pode ser
tomado como referência o tempo que ele gasta para percorrer uma dada distância. Para avaliar a evolução
da habilidade desse idoso, ao longo do tratamento, é necessário comparar essas medidas (tempo e
distância) a fim de verificar melhorias nesse processo.
Medidas de processo
As medidas de processo, em geral, são mais imprecisas, uma vez que os equipamentos mais sofisticados
não são viáveis para grande parte dos casos. Ainda assim, é possível um treinador avaliar medidas de
processo, através de análises subjetivas sobre a forma que é conduzido um movimento. Para isso, é
necessário um profissional habilidoso e capacitado que possa julgar a qualidade do movimento. Além
disso, é preciso que o profissional saiba observar aspectos específicos que estejam em consonância com
os objetivos do aprendiz.
Alguns dos produtos observáveis da aprendizagem
No cérebro: *áreas relacionadas à análise de padrões sensoriais (estágio de identificação do estímulo)
*áreas relacionadas à seleção de respostas (estágio de seleção de resposta) *áreas relacionadas à
definição dos valores dos parâmetros de movimentos (estágio de programação da resposta)
*desenvolvimento de programas motores para procedimentos rápidos
Conhecimento de conceitos
Executantes habilidosos possuem, em geral, maior entendimento conceitual/teórico de regras, estratégias
e ações referentes à atividade que desempenha. Isso implica em melhores análises dos resultados de
performance, e também ajuda a selecionar melhores respostas às demandas da atividade.
Controle e coordenação: A medida que o aprendiz desenvolve as habilidades-alvo, é notável aumento da
sutileza e fluidez dos movimentos, assim como uma diminuição da "rigidez" típica de um iniciante.
Músculos utilizados: Estudos com EMG apontam que, em iniciantes, as contrações musculares para
realizar os movimentos envolvem contrações simultâneas de agonistas e antagonistas. Com a prática,
gradualmente as contrações vão sendo mais coordenadas, com um trabalho muscular selecionado,
evitando contrações desnecessárias.
Eficiência do movimento: A medida que uma habilidade é adquirida e refinada, o custo energético é
reduzido, implicando num aumento de tempo de capacidade para manter a prática.
Atenção: Crucial para a aprendizagem do movimento. A medida que o praticante evolui, sua atenção ao
movimento diminui, podendo direcioná-la para outros aspectos.
Detecção e correção de erro: A medida que a habilidade do praticante aumenta, ele seria capaz de
perceber mais claramente os próprios erros, sabendo também elaborar estratégias para correção dos
mesmos.
Decidindo quando e com que frequência avaliar o progresso: A avaliação deve ser feita, de
preferência, em contextos semelhantes ao alvo, através de simulações ou na prática real.

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