Você está na página 1de 4

Universidade Federal de Pelotas

Curso de Licenciatura em Ciências Sociais


Departamento de Sociologia e Política
Professor Romerio Jair Kunrath
Disciplina CIÊNCIA POLÍTICA

A TEORIA DAS FORMAS DE GOVERNO


Políbio
Aristóteles

LUIZ EDUARDO PAIVA DUARTE

Pelotas
2021
Políbio (Século II a.C.)

Diferente de Platão e Aristóteles, Polínio que viveu no século II a.C. não era um
filósofo e sim um historiador, nascido na Grécia, foi elevado para Roma, após Grécia
ser conquistada. Já em Roma, teve contato com os mais elevados, especialmente o
“Círculo dos Cipiões” onde escreveu em grego sua primeira história “apologética” de
Roma.
Com o fim das guerras púnicas, Roma estava quase no auge da sua potência,
Políbio, se detém, no livro VI, onde descreve a constituição do povo.

“para fazer uma exposição pormenorizada da constituição romana, redigindo


um pequeno tratado de direito público romano, no qual descreveu as várias
funções públicas (os cônsules, o senado, os tribunos, a organização militar,
etc).” (Norberto Bobbio, 1998.)

Políbio ainda relata em seu livro, “Deve-se considerar a constituição de um


povo como a causa primordial do êxito ou insucesso de todas as ações” (VI,2).
Firmando-se nesta convicção o mesmo quer demostrar a importância que teve
a excelência da constituição de Roma. Políbio através da constituição romana, tenta
explicar o sucesso da política de um povo, que conquistou muitos povos, impondo-
lhes seu domínio.
Para compreendemos melhor as teorias das formas de governo, Políbio,
expões três teses, mas existente seis formas de governo sendo “três boas e três más”.
Segundo (Norberto Bobbio, 1998.)

1) existem fundamentalmente seis formas de governo - três boas e três más;


2) essas seis formas se sucedem umas às outras de acordo com determinado
ritmo, constituindo assim um ciclo, repetido no tempo; 3) além dessas seis
formas tradicionais, há uma sétima - exemplificada pela constituição romana
- que é a melhor de todas enquanto síntese das três formas boas.

Esta sétima forma de governo, é a “teoria do governo misto”. Das três teses a
primeira, retrata o uso ordenado da teoria das formas de governo; a segunda, o uso
historiográfico; a terceira, o axiológico. Com suas várias teses Políbio, defini as formas
clássicas de governo.

Políbio fixa definitivamente a sistemática clássica das formas de governo;


expõe uma filosofia da história in nuce, segundo a qual o desenvolvimento
histórico ocorre de acordo com uma certa ordem, que é dada pela sucessão
predeterminada e recorrente das diversas constituições, e exprime a
preferência por uma constituição relativamente a todas as outras - a
constituição mista, em lugar das constituições simples. (Norberto Bobbio,
1998.)

São estas as formas de governo definidos por Políbio; “monarquia, tirania,


aristocracia, oligarquia, democracia e oclocracia”. Sendo esta ordem de
transformação.
"Em primeiro lugar se estabelece sem artifício e 'naturalmente' o governo de
um só, ao qual segue (e do qual é gerado por sucessivas elaborações e
correções) o 'reino'. Transformando-se este no regime mau correspondente,
isto é, na 'tirania', pela queda desta última se gera o governo dos 'melhores'.
Quando a aristocracia por sua vez degenera em 'oligarquia', pela força da
natureza, o povo se insurge violentamente contra os abusos dos
governantes, nascendo assim o 'governo popular'. Com o tempo, a
arrogância e a ilegalidade dessa forma de governo levam à 'oclocracia'"
(VI,4).

O fato, e que Políbio claramente, afirma a excelência de uma constituição. A


teoria de Políbio é uma teoria de que constituições que tornam possível uma forma de
governo estável. É claro que nos dias de hoje não nos inclinamos tanto ao ponto de
disser que a causa fundamental do fracasso ou do êxito de um povo seja a sua
constituição.

Aristóteles (Século II a.C.)

Aristóteles teve como professor e mestre, Platão, a sua base para explicar as
formas de governo, vem da mesma do seu professor e mestre, contando com alguns
contrastes a respeito da evolução das formas boas de governo para formas más de
governo.

“Em poucas linhas, o autor formula, com extrema simplicidade e concisão, a


célebre teoria das seis formas de governo. Fica bem claro que essa tipologia
deriva do emprego simultâneo dos dois critérios fundamentais - "quem"
governa e "como" governa”. (Norberto Bobbio, 1998.)

Aristóteles apresenta o governo com fundamentos de justiça e objetivos que


visam o bem comum, classificando as formas de governo mediante o número e o
poder dado aos governantes. Segundo Aristóteles eram legítimas e puras porque
tinham o interesse comum, as seguintes formas de governo.
“Monárquico que se propõe a fazer o bem público; 'aristocracia', ao governo
de poucos..., quando tem por finalidade o bem comum; quando a massa
governa visando ao bem público, temos a 'polida', palavra com que
designamos em comum todas as constituições” ... (Norberto Bobbio, 1998.)

O autor ainda faz referência informando que. (Norberto Bobbio, 1998.) “as
constituições podem ser boas ou más, com a consequência de que às três primeiras formas
boas se acrescentam e se contrapõem as três formas más (a tirania, a oligarquia e a
democracia)”

As ilegítimas por sua vez visavam o interesse próprio, as chamadas formas


legítimas citadas acima quando corrompidas, sua essência de governar dava-se lugar
a “Tirania, poder supremo obtido de forma corrupta”, “Oligarquia poder detido por um
grupo que o exerce de forma injusta”, “Demagogia ou Olocracia, poder exercido por
facções populares”.
“As degenerações das formas de governo precedentes são a ' tirania' com
respeito ao reino; a ' oligarquia’, com relação à aristocracia; e a ' democracia',
no que diz respeito à ' polida'. Na verdade, a tirania é o governo monárquico
exercido em favor do monarca; a oligarquia visa ao interesse dos ricos; a
democracia, ao dos pobres. Mas nenhuma dessas formas mira a utilidade
comum."(Norberto Bobbio, 1998.)

Referências:
Norberto Bobbio A teoria das formas de governo Tradução Sérgio Bath 10a
Edição EDITORA UnB (1998)

Você também pode gostar