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Um poema é uma obra literária apresentada geralmente em verso e estrofes (ainda que
possa existir prosa poética, assim designada pelo uso de temas específicos e de figuras
de estilo próprias da poesia). Efetivamente, existe uma diferença entre poesia e poema.
Este último, segundo vários autores, é uma obra em verso com características poéticas.
Ou seja, enquanto o poema é um objeto literário com existência material concreta, a
poesia tem um carácter imaterial e transcendente.
Fortemente relacionado com a música,beleza e arte a poesia tem as suas raízes históricas
nas letras de acompanhamento de peças musicais. Até a Idade Média, a poesia era
cantada. Só depois o texto foi separado do acompanhamento musical. Tal como na
música, o ritmo tem uma importância fulcral.
Um poema também faz parte de um sarau (reuniões em casas particulares para expressar
artes, canções, poemas,poesias etc).
[editar] História
A poesia tinha uma forma fixa: seus versos eram metrificados, isto é, observavam os
acentos, a contagem silábica, o ritmo e as rimas. A contagem silábica dos versos foi
sempre muito valorizada até o início do século XX quando a obra que não se encaixasse
nas normas de metrificação não era considerada poesia. Isto mudou com a influência do
Modernismo- movimento cultural, surgido na Europa que buscava ruptura com o
classicismo. Atualmente o ritmo dos versos foi liberado e temos os chamados "versos
livres" que não seguem nenhuma métrica. poema é criado por petas.
[editar] Referências
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poema
Haikai
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Haikai (em japonês: 俳句 Haiku ou Haicai?) é uma forma poética de origem japonesa,
que valoriza a concisão e a objetividade. Os poemas têm três linhas, contendo na
primeira e na última cinco caracteres japoneses (totalizando sempre cinco sílabas), e
sete caracteres na segunda linha (sete sílabas). [1] Em português é escrito haicai.
Segundo Mr.Hoigays (1988), o primeiro autor brasileiro de Haicai foi Afrânio Peixoto,
em 1919, através de seu livro Trovas Populares Brasileiras, onde prefaciou suas
impressões a respeito do poema japonês:
“Os japoneses possuem uma forma elementar de arte, mais simples ainda que a nossa
trova popular: é o haikai, palavra que nós ocidentais não sabemos traduzir senão com
ênfase, é o epigrama lírico. São tercetos breves, versos de cinco, sete e cinco pés, ao
todo dezessete sílabas. Nesses moldes vazam, entretanto, emoções, imagens,
comparações, sugestões, suspiros, desejos, sonhos... de encanto intraduzível” [3].
Quem o popularizou, porém, foi Guilherme de Almeida, com sua própria interpretação
da rígida estrutura de métrica, rimas e título. No esquema proposto por Almeida, o
primeiro verso rima com o terceiro, e o segundo verso possui uma rima interna (A 2ª
sílaba rima com a 7ª sílaba). A forma de haikai de Guilherme de Almeida ainda tem
muitos praticantes no Brasil.
Como fonte nipônica do ainda haiku, em sua forma original, GOGA [3] atribui aos
imigrantes japoneses, que começa com a chegada do navio Kasato Maru ao porto de
Santos em 18 de junho de 1908. Nele estava Shuhei Uetsuka (1876-1935), um bom
poeta de haiku, conhecido como Hyôkotsu. Consta ter sido a sua primeira produção,
momentos antes de chegar ao porto de Santos, o seguinte haiku:
A nau imigrante
a cascata seca.
Foi na década de 1930 que aconteceu o intercâmbio e difusão do haiku entre haicaístas
japoneses e brasileiros, constituindo-se, assim, outro caminho do haikai no Brasil. Foi
naquela década também que apareceu a mais antiga coletânea de haikais chamada
simplesmente Haikais, de Siqueira Júnior, publicada em 1933. Guilherme de Almeida,
no ano anterior, havia publicado Poesia Vária, mas o livro não era exclusivamente de
haikais. Fanny Luíza Dupré foi a primeira mulher a publicar um livro de haikais, em
fevereiro de 1949, intitulado Pétalas ao Vento – Haicais. As rotas do haikai no Brasil
podem ser resumidas cronologicamente da seguinte forma:
Os que consideram a forma (teikei) a mais importante seguem a regra das 17 sílabas
poéticas (5-7-5). Guilherme de Almeida não só aderiu a essa corrente como criou uma
forma peculiar de compor os seus poemas chamados de haikais “guilherminos”. Abaixo,
a explicação da forma conforme o gráfico que o próprio Guilherme elaborou:
_______________ X
___ O ______________ O
_______________ X
Além de rimar o primeiro verso com o terceiro e a segunda sílaba com a sétima do
segundo verso, Guilherme dava título aos seus haikais. Exemplo (GOGA, 1988, p. 49):
Pétala caiu.
(Carlos Antonholi)
Referências
1. ↑ Lanoue, David G. Issa, Cup-of-tea Poems: Selected Haiku of Kobayashi Issa, Asian
Humanities Press, 1991, ISBN 0-89581-874-4 p.8
2. ↑ van den Heuvel, Cor. The Haiku Anthology, 2nd edition, Simon & Schuster, 1986,
ISBN 0-671-62837-2 p.11
3. ↑ a b c GOGA, H. Masuda. O haicai no Brasil. São Paulo: Aliança Cultural Brasil-Japão,
1988.
O Zen e a Arte do Haikai
RODRIGO DE ALMEIDA SIQUEIRA
O haikai é uma pequena poesia com métrica e molde orientais, surgida no século
XVI, muito difundida no Japão e vem se espalhando por todo o mundo durante este
século. Com fundamento na observação e contemplação enfatizando o sentimento
natural e milenar de apreciação da natureza através da arte, sentimento este
inerente a todo o ser humano. O mais tradicional poeta deste estilo é Matsuo
Basho, monge Zen que aperfeiçoou o estilo e divulgou suas obras no final do século
XVII.
Ao sol da manhã
uma gota de orvalho
precioso diamante.
Quietude --
O barulho do pássaro
Pisando em folhas secas.
- Ryushi
É uma forma pura de poesia que possui uma longa história que retoma a
harmonia da filosofia espiritualista e o simbolismo taoísta dos místicos orientais e
mestres zen-budistas, que expressam muito de seus pensamentos e ensinamentos
na forma de mitos, símbolos, paradoxos e imagens poéticas. Isto se deve à
tentativa de transcender a limitação imposta pela linguagem usual e pelo
pensamento linear e científico, que trata a natureza com fórmulas e o próprio ser
humano como máquina.
Já é primavera:
Uma colina sem nome
Sob a névoa da manhã.
- Matsuo Basho
Esta antiga forma poética permanece hoje revelando a sensibilidade dos poetas
na busca da essência da natureza, no íntimo de todas as coisas de forma simples,
sutil e artística. Seu pequeno tamanho está relacionado com a busca da unidade de
forma compacta, com o foco e com o fato de que é mais fácil transmitir, lembrar e
reviver rapidamente as impressões em poemas curtos.
Passo a passo
sobre a montanha no verão -
de repente o mar.
Issa (1763-1827)
O uso de figuras de linguagem como metáforas costuma ser evitado, pois pode
levar a distrações e desvios no foco da imagem ou do tema central, por ser
referente a um modo externo à cena, das idéias abstratas e não dos fatos e objetos
verdadeiros do haikai.
Tanto neste momento do ato criativo poético como no da criação científica, o que
ocorre é um contato com o real, que é muito mais vasto do que tudo que é
compreendido ou compreensível, com maiores dimensões, infinitas variedades e tal
amplidão que a lógica linear nem sonharia em imaginar. Por ser um surto
espontâneo de intuição que vem de dentro da pessoa (criador cientista ou poeta),
este momento de descoberta não contém mecanismos racionais nem é explicável
logicamente. A idéia é trabalhada posteriormente para tomar forma mais coerente
ou apresentável e, ao se concentrar para aperfeiçoar um poema, o poeta
experimenta o processo de lapidação de sua própria alma.
Dadas as regras, qualquer pessoa com percepção e vontade pode se tornar
poeta. Assim, até as crianças que são tocadas pelo haikai podem fazê-lo com
perfeição e ainda com vantagem de conter pureza, alegria, simplicidade e mostrar
diretamente a imagem sem o uso de metáforas distantes, conforme o perfeito
espírito do haikai. Quando é escrito por uma criança, ele está refletindo seu coração
e sua mente em toda sua inocência e sinceridade. Reflete a rica imaginação da
criança e mostra seu sentimento poético do mundo.
É comum os haikais de crianças serem ilustrados com desenhos feitos por elas
mesmas, dando ainda mais vida e registrando neste desenho a imagem que foi
passada no poema escrito. O ensino é feito com a esperança de inspirá-las de
maneira a mantê-las integradas com a natureza na criação dos haikais, que
possuem a mensagem e o espírito de preservação do meio ambiente em forma de
poesia.
---
Rodrigo de Almeida Siqueira foi vencedor do 9 Encontro Brasileiro de Haikai,
realizado em outubro de 1994 em São Paulo.
FRASES E COMENTÁRIOS:
"Os poetas japoneses sabiam como expressar suas visões da realidade numa
observação de tres linhas. Não se limitavam a simplesmente observa-la, mas, com
uma calma sublime, procuravam o seu significado eterno. Quanto mais precisa a
observação, tanto mais ela tende a ser única, e, portanto, mais próxima de ser uma
verdadeira imagem. Como disse Dostoievski, com extraordinária precisão: A vida é
mais fantástica do que qualquer fantasia."
- Andrei Tarkovski, no livro "Esculpir o Tempo".
Rio seco
Silêncio sob a ponte
apenas o vento.
O sol poente
Despede-se lentamente
Estrelas aparecem no silêncio.
Solidão no ninho
O pássaro se assusta
no eco do trovão.
Toque colorido
na ponta do capim
pousa a borboleta!
Barco de papel
naufraga na torrente
chuva de verão.
Lua enevoada
o cão e sua solidão
caminham na estrada.
Devagar devagar,
a folha sem escolha,
vaga pelo ar.
Folhas soltas
só uma contra o vento?
Borboleta amarela.
http://www.insite.com.br/rodrigo/poet/o_zen_e_a
_arte_do_haikai.html
O hai-kai
sem a rima.
(Octávio Paz)
Estrutura externa
Estrutura interna
Linguagem poética
Estrutura externa
Geralmente, o poema apresenta-se em verso. O primeiro a fazer será a análise
métrica do poema, com inclusão de um comentário sobre todos os aspectos métricos:
versos, pausas, acentos, rimas e estrofes. É preciso ter em conta que alguns poemas não
apresentam uma métrica tradicional, mas verso livre, o qual não responde a nenhum
dos aspectos métricos citados.
No verso, indica-se o nome, classificação e origem, ( por exemplo: o verso
alexandrino é um verso de arte maior, composto por versos heptassílabos, de origem
medieval). As pausas finais são as que marcam verdadeiramente o verso, por isso se
deve também fazer referência. Pode-se fazer ainda alusão aos ritmos presentes no
poema. A rima é outro aspecto formal importante, não esquecer de assinalar o tipo e o
esquema rimático.
Finalmente, comenta-se a estrofe. Na formulação tradicional são frequentes as
composições de formas fixas: sonetos, p.ex., mas desde o Modernismo que aparecem
esquemas métricos sem esquema fixo, para permitir a livre criação ao poeta.
Estrutura interna
Na estrutura interna analisam-se as diversas partes em que podemos dividir o
conteúdo do poema, adiantando, em parte , o significado do poema. A estrutura interna,
por vezes, está muito ligada à estrutura externa. Muitas vezes são os recursos próprios
da linguagem poética os facilitadores da divisão do poema, porém a sua delimitação é
complexa e necessita que se atenda a diversos aspectos que a seguir se apresentam.
Linguagem poética
A análise da linguagem poética é a parte mais árdua da análise. Apresenta múltiplas
aberturas e os recursos são muito variados, por isso se deve ir analisando os elementos
atribuindo-lhes valores significativos. Apresentar uma enumeração de elementos
poéticos sem valor não tem grande interesse para o comentário do poema. Dizer que o
poema apresenta muitas metáforas, repetições, ou aliterações carece de interesse se não
for acrescentado a expressividade desses recursos. Outro aspecto a evitar é limitar-se a
definir as figuras de estilo, (por exemplo: a aliteração é a repetição de fonemas), isto
não interessa para o comentário.
Para realizar um bom comentário deve-se evitar as listas e explicações que não trazem
nada sobre o texto, o importante é procurar o seu valor poético no poema em análise.
Deve-se sempre referir o valor expressivo das figuras de estilo e o valor expressivo que
apresentam os materiais linguísticos ( palavras). Estes dois aspectos são muito
importantes e funcionam quase sempre no mesmo plano.
A seguir apresento alguns elementos que podem servir de guia em qualquer análise
poética. Chamo atenção para o facto destes elementos poderem não aparecer todos em
todos os poemas, e cada poema imporá a ordem em que se comentam estes materiais.
Fonologia.
O principal recurso fonológico que apresenta o texto já foi abordado na estrutura
externa, pois todos os elementos métricos são fonológicos.
A aliteração, muito presente em muitos poemas pode apresentar valores expressivos
importantes conforme os sons que se repetem.
Morfologia.
A Língua oferece múltiplas possibilidades expressivas, apresento algumas mais
significativas:
O substantivo: os valores do substantivo radicam mais do seu significado do que do
seu aspecto morfológico. Talvez que o único aspecto morfológico que interessa mais é a
presença de morfemas apreciativos- diminutivos, aumentativos e depreciativos. Em
todos eles são os valores afectivos que se sobrepõem aos verdadeiramente denotativos.
O poeta não aumenta ou diminui magnitudes, apenas manifesta a sua subjectividade
face às realidades que alude o substantivo.
O adjectivo: Deve ser tido em conta pois as suas possibilidades são muito variadas.
Aumentam segundo a sua função e frequência: desde o adjectivo com função de atributo
aos adjectivos epítetos à volta do nome. A sua colocação face ao nome também é muito
variável: por exemplo os adjectivos valorativos normalmente antepõem-se enquanto os
objectivos se pospõem.
O verbo: Os valores modais, aspectais e temporais que o verbo oferece são muito
usados por muitos poetas.
Determinantes e pronomes: normalmente unem-se ao verbo para mostrar as pessoas
gramaticais.
Sintaxe
Os recursos sintácticos mais frequentes são: paralelismo, repetição, hipérbato,
assíndeto e polissíndeto.
Semântica.
A maior complexidade dos textos poéticos radica do predomínio dos valores
conotativos frente aos denotativos. Podem remeter para determinados temas constantes
em cada poeta.
As figuras literárias presentes no plano semântico são numerosas.
Figuras de pensamento
Personificação/prosopopeia
antítese ( contraste de ideias)
Hipérbole
Tropos
Metáfora
Sinestesia
Comparação
Metonímia
Sinédoque
Para saberes mais sobre as diversas figuras de estilo consulta este endereço.
O texto deve ser uno e coerente, resultado da articulação de todos os aspectos a tratar,
nos diferentes planos de análise.
As citações devem aparecer entre aspas. Quando não for necessário citar um verso
completo ou uma frase completa deve-se utilizar o sinal [...] no local em que se
interrompe a transcrição. Quando se desejar citar mais do que um verso e essa citação
seguir exactamente a ordem do poema em análise, deverá separar-se os respectivos
versos por meio da utilização de uma barra oblíqua [/].
POEMAS DE Haikai