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Paulo Couto
Rio de Janeiro
Março de 2016
ANÁLISE COMPUTACIONAL DO TESTE DE POÇO VERTICAL EM
RESERVATÓRIO RADIAL COMPOSTO
Examinada por:
________________________________________________
________________________________________________
________________________________________________
________________________________________________
MARÇO DE 2016
Ferreira, Igor de Almeida
Análise computacional do teste de poço vertical em
reservatório radial composto/Igor de Almeida Ferreira. –
Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2016.
XVII, 107 p.: il.; 29,7 cm.
Orientadores: José Luis Drummond Alves
Paulo Couto
Dissertação (mestrado) – UFRJ/ COPPE/ Programa de
Engenharia Civil, 2016.
Referências Bibliográficas: p. 93-95.
1. Modelo Radial Composto. 2. Análise
Computacional de Teste de Poço 3. Curvas-Tipo. I. Couto,
Paulo et al. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro,
COPPE, Programa de Engenharia Civil. III. Título.
iii
Dedico este trabalho à minha
família, pelo apoio e valores que me
foram passados.
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus orientadores, Prof. Paulo Couto e Prof. José Luis Drummond Alves,
pelos ensinamentos durante este período, pela confiança e oportunidade de realizar este
estudo.
v
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
Março/2016
Paulo Couto
Para isso, foi construído um modelo numérico radial composto base e este foi
validado com soluções analíticas, comumente utilizadas para interpretação de testes de
poços. A partir do modelo numérico validado, suas propriedades foram alteradas
individualmente e a resposta na pressão de fundo do poço foi avaliada em gráficos de
interpretação de testes de poço.
vi
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
March/2016
Paulo Couto
The main objective of this work is to verify computationally the influence of the
properties of the radial composite reservoir model and sub models in the well bottom-
hole pressure of a vertical well opened to flow along its entire length. It was also
evaluated the limit for the use of the radial composite reservoir to represent fractured
wells with infinite conductivity.
With this purpose, a numerical radial composite model was build and verified
with analytical solutions, commonly used for the interpretation of well testing. With the
numerical model validated, its properties were individually changed and the well
bottom-hole pressure response was evaluated through well test interpretation graphs.
vii
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS ................................................................................................... V
ÍNDICE DE FIGURAS................................................................................................... X
ÍNDICE DE TABELAS ............................................................................................... XIV
NOMENCLATURA ..................................................................................................... XV
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO........................................................................................ 1
1.1 Motivação ................................................................................................................... 1
1.2 Objetivo do Trabalho .................................................................................................. 4
1.3 Organização do Texto ................................................................................................. 4
CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES...................................................................................... 91
6.1 Propostas para Trabalhos Futuros ............................................................................. 92
ix
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 5 - Ajuste de histórico do teste de poço obtido por Moore et al., 1933
(modificado de Kuchuk et al., 2010). ............................................................................. 11
Figura 6 - Poço danificado (pskin > 0) e poço estimulado (pskin < 0) (modificado de
HORNE, 1995). .............................................................................................................. 16
x
Figura 18 - Gráfico semilog do modelo radial composto (modificado de BOURDET,
2002). .............................................................................................................................. 34
Figura 20 - Modelo de fluxo 3D criado neste estudo (região interna – cor vermelha e
região externa – cor azul). .............................................................................................. 46
Figura 25 - Cronograma de vazão do poço com pressão de fundo simulada (caso base).
........................................................................................................................................ 52
Figura 30 - Comparativo dos casos em que a altura da região interna é menor que a
espessura do reservatório (exagero vertical = 20 vezes). ............................................... 57
Figura 31 - Comparativo dos casos em que a altura da região interna é igual a 11,5
metros e o raio varia de 40 a 90 metros (exagero vertical = 20). ................................... 58
xi
Figura 38 - Gráfico log-log, sensibilidade ID 4. ............................................................ 67
Figura 53 - Mapa de pressão @ datum (psi) para os casos de ID 10 (k2=2 e k2=50), para
tempo = 72horas. ............................................................................................................ 77
Figura 54 - Modelo de poço fraturado com condutividade infinita (HORNE, 1995). ... 80
Figura 62 - Curva-tipo para determinação da razão de mobilidade (M) para casos onde
razão hres/h1 =2, h1/R1 =1 e skin = 0. ............................................................................... 86
Figura 63 - Curvas-tipo para determinação do skin para casos onde hres/hr =2, h1/R1 =1 e
M = 0,1............................................................................................................................ 87
xiii
ÍNDICE DE TABELAS
xiv
NOMENCLATURA
xv
t - Tempo
te - Tempo equivalente de Argawal
tp - Tempo de fluxo
Vpoço - Volume do poço
Vo(p,t) - Volume de óleo em determinada pressão e temperatura
Vo(std) - Volume de óleo em condições de superfície
Vt - Volume total da formação
Vv - Volume de vazios da formação
wf - Espessura da fratura
xf - Meia asa da fratura
Letras Gregas
- Razão de difusividade
µ - Viscosidade
ρ - Massa específica
π - Número pi ( = 3,1415...)
ɸ - Porosidade
- Incremento ou decremento
Subscritos
1 - Região interna
2 - Região externa
D - Adimensional
Abreviaturas
xvi
Tabela 1 - Conversão de Unidades
Comprimento
Sistema de unidades Darcy Sistema de unidades Americano Sistema de unidades Petrobras Sistema de unidades SI
100 3,280840 1 1
Volume
Sistema de unidades Darcy Sistema de unidades Americano Sistema de unidades Petrobras Sistema de unidades SI
Centímetro cúbico (cm3) Barril (bbl) Metro cúbico (m3) Metro cúbico (m3)
Pressão
Sistema de unidades Darcy Sistema de unidades Americano Sistema de unidades Petrobras Sistema de unidades SI
Permeabilidade
Sistema de unidades Darcy Sistema de unidades Americano Sistema de unidades Petrobras Sistema de unidades SI
Viscosidade
1X10-3 1X10-2 1
xvii
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
1.1 MOTIVAÇÃO
1
passam a não representar a geologia do reservatório devido às simplificações intrínsecas
ao método. Nesse caso, os modelos numéricos são mais indicados para a representação
dos reservatórios e se tornam a principal ferramenta para interpretação de um teste de
formação.
A análise de teste de poço é uma das ferramentas mais poderosas para obter
informações de um reservatório. Essas informações podem ser tanto qualitativas quanto
quantitativas e são de grande importância para o engenheiro de reservatório, pois de
posse delas, é possível calibrar modelos de fluxo, aumentando a confiabilidade na
otimização do projeto de desenvolvimento de campos de hidrocarboneto e a precisão da
previsão de produção dos fluidos.
2
de fluxo, ajustam-se as propriedades (localmente ou globalmente) e uma nova
simulação é realizada. Este processo ocorre até que o resultado esteja satisfatório,
conforme workflow na Figura 1.
No capítulo a seguir será feita uma revisão bibliográfica sobre o teste de poço, o
modelo radial composto e o simulador numérico de fluxo.
4
CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Neste capítulo será apresentada uma revisão bibliográfica sobre o teste de poço, o
modelo radial composto e o simulador numérico de fluxo em meio poroso.
Uma das grandes vantagens dos testes de poço em relação a outros métodos de
avaliação de formação se deve ao maior volume e extensão do reservatório avaliado.
Enquanto perfis elétricos, testemunhos e plugues investigam alguns centímetros do
reservatório, os testes de poço podem facilmente investigar quilômetros do reservatório,
dependendo do tempo de fluxo ou estática e características da rocha e do fluido (XIAN;
CARNEGIE, 2004). Assim, a representatividade da informação obtida de um teste de
formação é muito maior quando comparada com outros métodos.
6
Figura 2 - Representação do problema inverso (modificado de SPIVEY; LEE,
2013).
Existem diversos tipos de testes de poço que podem ser executados. A escolha do
teste a ser realizado depende do objetivo que se deseja alcançar com os resultados do
teste. Os tipos de testes mais realizados em poços de óleo são os testes de fluxo
(drawdown), demostrado na Figura 3, e de crescimento de pressão (buildup),
demonstrado na Figura 4.
( ) (2-1)
7
poço. Quando o poço é fechado, o crescimento de pressão (buildup) gerado é expresso
por:
( ) ( ) (2-2)
8
Figura 4 - Teste de crescimento de pressão (modificado de HORNE, 1995).
Como na grande maioria dos casos de teste de poço não é necessária extensão do
prazo estipulado pela ANP, para o cronograma de poço nas análises deste trabalho foi
considerado um fluxo (drawdown) de 72 horas com vazão constante, seguido de um
fechamento (buildup) de até 1.000 horas.
10
Figura 5 - Ajuste de histórico do teste de poço obtido por Moore et al., 1933
(modificado de Kuchuk et al., 2010).
O período de 1950 até 1960 foi muito produtivo para o melhor entendimento do
comportamento da pressão no reservatório e no poço. Novos fenômenos foram
introduzidos como dano à formação (Hawkins, 1956; Hurst, 1953; van Everdingen,
1953), skin geométrico (Brons & Marting, 1961; Hantush, 1957; Nisle, 1958) e
estocagem do poço (Moore et al., 1933; van Everdingen & Hurst, 1949), além de novas
técnicas de interpretação, como a determinação da pressão média (Matthews et al.,
1954), slug tests para estimativa da transmissibilidade da formação (Ferris & Knowles,
1954), testes isócronos para poços de gás (Cullender, 1955) e o efeito do fluxo
multifásico na pressão de buildup de um teste (Perrine, 1956) apud Kuchuk et al.
(2010).
12
De 1930 até os dias de hoje, muito se evoluiu na disciplina de teste de poço.
Diversas soluções analíticas para fluxo monofásico e modelos mais complexos
(fraturado, estratificado, composto) foram desenvolvidas, além do surgimento de novas
ferramentas, sensores de maior resolução e software de interpretação que contribuíram
bastante no entendimento da ciência de testes de poços.
(2-3)
(2-4)
(2-5)
(2-6)
13
Permeabilidade. A permeabilidade (k) é a medida da capacidade de um meio
poroso de transmitir um fluido. A equação (2-7) é uma expressão da lei de Darcy para
fluxo linear em regime permanente de uma única fase que pode ser usada para a
definição de permeabilidade.
(2-7)
( )
onde q é a vazão de fluido (cm³/s), A é a área da seção transversal aberta para o fluxo
(cm²), L é o comprimento total a ser percorrido pelo fluido (cm), p1 e p2 são pressões de
entrada e de saída, respectivamente, (atm), µ é a viscosidade do fluido em centipoise
(cP) e k é a permeabilidade do meio poroso (Darcy).
( )
(2-8)
( )
onde Vo(p,t) é o volume de óleo numa dada pressão e temperatura e Vo(std) é o volume de
óleo na pressão e temperatura em condições de superfície.
(2-9)
(2-10)
(2-11)
Skin de poço. O skin de poço, ou dano de formação, é definido como uma região
ao redor do poço cuja permeabilidade foi reduzida (por interação com o fluido de
perfuração ou completação, inchamento de argila), resultando em uma queda de pressão
maior (pskin > 0) ou aumentada (acidificação), ocasionando uma queda de pressão
menor (pskin < 0), quando comparada com a queda de pressão se a zona ao redor do
poço não tivesse sido alterada. A Figura 6 ilustra o skin de poço para os casos de poço
danificado e poço estimulado.
15
Figura 6 - Poço danificado (pskin > 0) e poço estimulado (pskin < 0)
(modificado de HORNE, 1995).
O fator skin (s) é uma variável adimensional utilizada para quantificar o efeito do
skin definida por:
(2-12)
(2-13)
16
(2-14)
(2-15)
( ) (2-16)
17
Regime permanente: No regime permanente, a pressão não varia com o tempo.
Este regime de fluxo é observado em reservatórios com grandes volumes de
hidrocarboneto, ou em reservatórios com manutenção de pressão por aquífero associado
ou capa de gás associada.
(2-17)
No gráfico diagnóstico, que será explicado na seção 2.1.3.1, este regime de fluxo
é identificado quando a derivada da pressão possui uma queda significativa, enquanto a
pressão permanece constante (para interpretação de testes de build-up).
(2-18)
( ) (2-19)
18
detalhes do comportamento da pressão, facilitando a identificação dos regimes de fluxo
dos diversos modelos de reservatório.
19
√ (2-20)
20
Figura 9 - Histórico de vazão de um teste com um fluxo seguido de uma estática
utilizando o princípio da superposição (modificado de BOURDET, 2002).
( ) ( ) ( ) ( ) (2-21)
21
2.1.3.1 O gráfico diagnóstico
22
Figura 10 - Exemplo do gráfico diagnóstico (modificado de SPIVEY; LEE, 2013).
(2-22)
O algoritimo proposto por Bourdet et al. 1989, conhecida como método dos três
pontos, utiliza três pontos para o cálculo da derivada da pressão, pois desta forma evita-
se a amplificação de algum ruído no dado.
( ) ( ) ( ⁄ ) ( ) ( ) ( ⁄ )
( ) (2-23)
( ⁄ ) ( ⁄ ) ( ⁄ ) ( ⁄ )
23
identificação dos regimes. Assim, para o período da estática, a derivada é tomada em
relação ao logaritmo natural do tempo equivalente (te).
(2-24)
[ ] (2-25)
24
Figura 11 - Exemplo do gráfico semilog (modificado de SPIVEY; LEE, 2013).
25
Figura 12 - Exemplo do gráfico de Horner (modificado de SPIVEY; LEE, 2013).
Pode ser utilizado para a própria interpretação do teste de poço ou, mais
comumente utilizado para conferir os resultados de uma interpretação pelo método
convencional.
26
Após ajuste das derivadas, ajusta-se a pressão obtida com a pressão adimensional da
curva-tipo.
Gringarten (1979) publicou uma série de curvas-tipo para um poço vertical com
estocagem e skin constantes em reservatório infinito homogêneo e, propôs o eixo tD/CD
no eixo das abscissas, pois assim, a estocagem do poço sempre será representada por
um reta de inclinação unitária. Mais tarde, Bourdet et al. (1983), propôs a utilização das
curvas-tipo também para a derivada da pressão de fundo do poço. Esta prática trouxe
grande benefício para a interpretação de testes de poço, facilitando na identificação dos
regimes de fluxo.
27
Para testes de crescimento de pressão, é necessária a utilização do tempo
equivalente de Agarwal, descrito na seção 2.1.3.2, na variável de tempo do tempo
adimensional.
Após o ajuste dos dados medidos com uma das curvas disponíveis no conjunto de
curvas-tipo, a permeabilidade é calculada através da fórmula da pressão adimensional
(PD), o coeficiente de estocagem é calculado através da fórmula do coeficiente de
estocagem adimensional (CD) e o skin é calculado através da fórmula:
( ) (2-26)
Neste trabalho foram elaboradas curvas-tipo com os eixos PD e PD’ x tD dado que
a estocagem do poço foi considerada nula para todos os casos.
28
Figura 14 - Esquema do modelo radial composto (OLAREWAJU; LEE, 1987).
29
composto infinito utilizando a transformada de Laplace. Em seu estudo as regiões,
interna e externa, possuíam diferentes valores de permeabilidade. Loucks também
avaliou qualitativamente o comprimento da região interna.
30
Lipovetsky (2013) desenvolveu um código numérico para representar
reservatórios carbonáticos com lentes de alta permeabilidade interceptando um poço
vertical. Para a validação do seu código, foi utilizado um simulador numérico
comercial, onde foi modelado um reservatório radial composto com a espessura da
região interna menor que a espessura do reservatório para a representação do problema.
Como este trabalho tem como motivação os reservatórios carbonáticos com lentes
de alta permeabilidade na região do poço e reservatórios não convencionas (shale
reservoirs), foram avaliados somente casos onde a permeabilidade da região interna é
maior que a permeabilidade da região externa (k1>k2) no estudo de sensibilidade aos
parâmetros do modelo radial composto.
O modelo radial composto de duas regiões possui dois regimes de fluxo radiais. O
primeiro radial ocorre na região interna, mais próxima ao poço, e o comportamento do
reservatório é idêntico ao de um reservatório radial homogêneo. O segundo radial
ocorre quando a região externa passa a contribuir para o fluxo. A razão de mobilidade
(M = M2/M1 = k2µ2/k1µ1) determina a posição relativa das derivadas para os dois
períodos do fluxo radial, enquanto que a razão de armazenagem (S = S2/S1 = ɸ2ct2/ɸ1ct1)
controla o formato da derivada na zona de transição entre os dois períodos radiais.
Podemos notar que quanto menor a razão de mobilidade maior será o nível do
segundo regime radial na curva da derivada da pressão, e o seu formato no regime de
transição (período entre os dois regimes radiais) depende fortemente da razão de
armazenagem.
31
No primeiro radial são interpretados dados de permeabilidade da região interna,
região mais próxima ao poço, enquanto que no segundo radial são interpretados dados
de permeabilidade da região externa.
32
Figura 17 - Gráfico log-log do modelo radial composto infinito com razão de
mobilidade constante M2=M1=1(SPIVEY; LEE, 2013).
( ) (2-27)
( )
(2-28)
33
A análise da primeira reta do gráfico semilog fornece informações da mobilidade
da região interna e do skin do poço (s).
Já no radial final, na região externa, a queda de pressão é expressa por (no sistema
de unidades Americano):
( ) (2-29)
( )
(2-30)
( ) (2-31)
35
com métodos de recuperação avançada, que geralmente evolvem mudança da
composição do óleo na condição de reservatório. Já o modelo térmico leva em
consideração os efeitos da variação da temperatura no interior do reservatório. São
aplicados para avaliação de recuperação de petróleo através dos métodos térmicos
como: injeção de vapor, injeção de água quente, combustão in situ.
36
fases do reservatório (óleo), o que na prática é bastante comum de ocorrer em testes de
formação, onde o poço produz acima da pressão de bolha do óleo e, normalmente, no
período de fluxo de medição o BSW (basic sediment and water) do poço está abaixo de
2%.
A seção de entrada e saída de dados é onde se define sistema de unidades que será
utilizado, quais parâmetros se deseja visualizar no grid ou em forma de gráfico e
frequência de escrita dos resultados.
37
Na seção de dados do reservatório são informadas as dimensões e formato do grid,
assim como as propriedades estáticas do reservatório, como: porosidade,
permeabilidade e Net-to-Gross1 (NTG). As propriedades dos fluidos são preenchidas na
seção de componentes, enquanto que as propriedades de rocha-fluidos (permeabilidade
relativa e pressão capilar) são informadas na seção de rocha-fluidos.
As equações diferenciais na forma aproximada são então escritas para cada ponto
do espaço, a cada instante (ou nível de tempo) considerado, e o sistema de equações
algébricas assim obtido é resolvido por meio de um algoritmo. Dessa forma, se obtém
soluções aproximadas para a variável dependente em cada um dos pontos e a cada nível
de tempo (ROSA et al., 2006).
1
Razão entre espessura efetiva que contribui para o fluxo e a espessura total do reservatório.
38
2.4 CONTRIBUIÇÃO DO TRABALHO
39
CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA
Este capítulo descreve a metodologia empregada para a obtenção dos gráficos log-
log, semilog ou Horner e curvas-tipo para os casos avaliados. Inicialmente é feita uma
descrição dos modelos físico e matemático do problema estudado e em seguida são
detalhadas as propriedades do modelo numérico construído para a análise. Por fim, a
descrição da metodologia para obtenção dos gráficos de interpretação.
40
3.2 MODELO MATEMÁTICO
( ) (3-1)
(3-2)
(3-3)
41
(3-4)
(3-5)
(3-6)
Razão de mobilidade:
( ⁄ )
(3-7)
( ⁄ )
Razão de armazenagem:
( )
(3-8)
( )
42
reservatório horizontal de espessura uniforme e homogêneo e efeitos da gravidade e
pressão capilar depressíveis são:
( ) (3-9)
( ) (3-10)
[ ] (3-11)
e:
[ ] (3-12)
( ) (3-13)
( ) (3-14)
( ) ( ) (3-15)
43
(3-16)
( ) (3-17)
O simulador numérico usado neste estudo utiliza a técnica das diferenças finitas
para resolver o sistema de equações diferenciais parciais não lineares, que descrevem o
escoamento de fluido em meios porosos. Para isso, o modelo de reservatório é dividido
em blocos ou células e para cada uma delas são calculadas pressão e saturação dos
fluidos para cada intervalo de tempo.
( ) ( )
[( ( ) ( )( ) ( )( (3-18)
)) ( ) ( )]
onde:
( )
(3-19)
[( ) ( )]
( ) (3-20)
( )
(3-21)
44
[ ] (3-22)
A dedução completa para a fase óleo e água pela formulação IMPES encontra-se
no APÊNDICE C.
3.3 METODOLOGIA
Para a geração das pressões de fundo através da solução analítica, foi utilizado o
software PanSystem®. Este é um software comercial de interpretação de testes de poço,
que utiliza a solução de Satman et al. para o modelo radial composto.
Para a geração das pressões de fundo através da solução numérica, foi utilizado o
simulador IMEX (Implicit-Explicit Black Oil Simulator da CMG – Canada).
Após geração das pressões, essas foram exportadas para uma tabela e sua derivada
foi calculada através do algoritmo de Bourdet (seção 2.1.3.1) para a criação dos gráficos
log-log.
46
Figura 21 - Fluxograma da metodologia adotada no estudo.
47
CAPÍTULO 4 – DESENVOLVIMENTO
Para gerar os dados de pressão de fundo, para posterior avaliação, foi utilizado o
simulador IMEX (Implicit-Explicit Black Oil Simulator da CMG – Canada). Um caso
base do modelo radial composto foi criado com as propriedades da Tabela 2.
Para a espessura das células, foi considerada uma espessura constante igual a 2,3
metros. A Figura 22 ilustra o tamanho das células do reservatório com o afastamento da
célula do centro do modelo. Na Figura 23, onde é mostrado o mapa de topo do
reservatório, pode-se observar o incremento do raio das células à medida que se afastam
da proximidade do poço.
48
Tabela 2 - Dados de entrada do modelo numérico (caso base).
Net-to-Gross (NTG) 1 1
Skin 0 0
49
1.000
10
1
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35
Célula onde o poço está posicionado
Para a permeabilidade da região interna (k1) do modelo radial composto caso base,
foi considerado 100 mD, enquanto que para a região externa (k2), 10 mD, resultando em
uma razão de mobilidade (M) de 0,1. Inicialmente, as porosidades das duas regiões
50
foram consideradas iguais a 0,1, o que resultou em uma razão de armazenagem (S) igual
a 1.
Na Figura 24, onde é mostrada uma seção transversal ao poço com a propriedade
permeabilidade, pode-se observar a região interna e externa do modelo.
51
Figura 25 - Cronograma de vazão do poço com pressão de fundo simulada (caso
base).
52
base. Estas foram comparadas com as pressões obtidas pela solução analítica de Satman
et al. (1980) para validação do modelo numérico (Figura 27).
2.400
2.300
2.200
Pressão (psi)
2.100
2.000
1.900
Pressão (psi) (MODELO ANALÍTICO - SATMAN 1980)
1.800
Pressão (psi) (MODELO NUMÉRICO)
1.700
1.600
1.500
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1.000
t (horas)
53
Modelo h=30 m | lente= 30 m | k1=100md | k2=10md (CASO BASE)
1.000
100
P e P' (psi)
2.300
2.100
1.900
1.700
1.500
0,1 1,0 10,0 100,0 1.000,0 10.000,0 100.000,0
t (horas)
Dado o bom ajuste das pressões obtidas numericamente com as pressões obtidas
analiticamente, o modelo numérico foi considerado validado. Isto posto, foi realizado
54
um estudo de sensibilidade aos seus parâmetros na resposta da pressão de fundo e sua
derivada.
Após calibração do modelo base com a solução analítica, foi realizada uma análise
de sensibilidade aos parâmetros do reservatório radial composto, na resposta da pressão
de fundo e sua derivada. Os casos avaliados estão descritos na Tabela 3. Para os casos
de uma mesma análise (mesmo parâmetro avaliado), foi atribuído um mesmo número de
identificação (ID).
55
Tabela 3 - Casos avaliados no estudo de sensibilidade.
Porosidade da região interna (ɸ1) vol/vol 0,06 0,08 0,1 0,2 0,3
4
Razão de Armazenagem (S) - 1,7 1,25 1 0,5 0,33
Porosidade da região externa (ɸ2) vol/vol 0,06 0,08 0,1 0,2 0,3
5
Razão de Armazenagem (S) - 0,6 0,8 1 2 3
56
Figura 30 - Comparativo dos casos em que a altura da região interna é menor que
a espessura do reservatório (exagero vertical2 = 20 vezes).
2
Relação entre as escalas horizontal e vertical.
57
Figura 31 - Comparativo dos casos em que a altura da região interna é igual a 11,5
metros e o raio varia de 40 a 90 metros (exagero vertical = 20).
Para a geração das novas curvas-tipo, foi tomado como base o caso de espessura
de lente igual a 15 metros do grupo ID 7, detalhado na Tabela 3. A partir deste caso,
foram alteradas as propriedades do modelo (permeabilidade e skin) e os novos casos
foram simulados para a geração de novas pressões.
As curvas tipo aqui elaboradas possuem no eixo das ordenadas PD e P’D e abscissa
tD. Na equação da pressão adimensional (3-1) foi utilizada permeabilidade e espessura
da região 2, resultando na seguinte equação :
( ) (4-1)
Skin do poço -1 -2 0 1 2
60
CAPÍTULO 5 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
COMPOSTO CLÁSSICO
Na avaliação da permeabilidade da região interna (k1), esta foi alterada para: 25,
50, 100, 150 e 200 mD. As razões de mobilidade (M) destes casos são: 0,4, 0,2, 0,1,
0,06 e 0,05, respectivamente. As razões de armazenagem (S) são constantes e iguais a 1.
Dado que a permeabilidade da região externa tem o mesmo valor para todos estes
casos, as derivadas das pressões convergem para o mesmo patamar no segundo radial.
No gráfico de Horner, pode-se observar as pressões convergindo para um mesmo
alinhamento dos pontos, no intervalo de tempo entre 1 e 10 horas (regime de fluxo
corresponde ao segundo regime radial).
Casos ID 1
10.000
1.000
P e P' (psi)
100
62
Casos ID 1
3.000
Gráfico de Horner
2.200
2.000
1.800
1.600
1.400
1,0 10,0 100,0 1.000,0 10.000,0
(tp+t)/t
Dado que as permeabilidades das regiões internas têm o mesmo valor para todos
estes casos, as derivadas das pressões partem de um mesmo patamar no radial inicial.
No gráfico de Horner, pode-se observar uma mesma inclinação do alinhamento dos
pontos de pressão para grandes intervalos de tempos (regime de fluxo corresponde ao
primeiro regime radial).
No gráfico de Horner, cada caso terá uma reta de ajuste do segundo radial, mas
todas as retas interceptam o mesmo valor de pressão extrapolada, correspondente à
pressão inicial do reservatório.
63
Casos ID 2
10.000
100
Casos ID 2
Gráfico de Horner
2.900
Pressão (psi) (kregião2 = 10 mD)
Pressão (psi) (kregião2 = 2 mD)
2.700 p*= 2398 psi
Pressão (psi) (kregião2 = 5 mD)
Pressão (psi) (kregião2 =20 mD)
2.500
Pressão (psi)
2.300
2.100
1.900
1.700
1.500
1.300
1,0 10,0 100,0 1.000,0 10.000,0
(tp+t)/t
Na avaliação do raio da região interna (R1), este foi alterado para: 10, 15, 30, 60 e
90 metros. As razões de mobilidade (M) destes casos são constantes e iguais a 0,1 e as
razões de armazenagem (S) são constantes e iguais a 1.
64
Dado que as permeabilidades das regiões internas e externa têm o mesmo valor
para todos estes casos, as derivadas das pressões partem de um mesmo patamar no
radial inicial e convergem para um mesmo patamar no radial final, no gráfico log-log.
Pode-se notar que quanto menor o raio da região interna, menor o período de transição
entre os regimes radiais.
Casos ID 3
1.000
100
P e P' (psi)
10 ∆P (psi) (r1 = 30 m)
∆P' (psi) (r1 = 30 m)
∆P (psi) (r1 = 10 m)
∆P' (psi) (r1 = 10 m)
∆P (psi) (r1 = 15 m)
∆P' (psi) (r1 = 15 m)
∆P (psi) (r1 = 60 m)
∆P' (psi) (r1 = 60 m)
∆P (psi) (r1 = 90 m)
∆P' (psi) (r1 = 90 m)
1
0,01 0,10 1,00 10,00 100,00 1.000,00
t (horas)
65
Casos ID 3
3.000
Gráfico de Horner
2.200
2.000
1.800
1.600
1.400
1,0 10,0 100,0 1.000,0
(tp+t)/t
Na avaliação da porosidade da região interna (ɸ1), esta foi alterada para: 0,06,
0,08, 0,1, 0,2 e 0,3. As razões de mobilidade (M) destes casos são constantes e iguais a
0,1. As razões de armazenagem (S) são: 1,7, 1,25, 1, 0,5 e 0,3, respectivamente.
Dado que as permeabilidades das regiões internas e externa têm o mesmo valor
para todos estes casos, as derivadas das pressões partem de um mesmo patamar no
radial inicial e convergem para um mesmo patamar no radial final, no gráfico log-log.
66
Casos ID 4
1.000
100
P e P' (psi)
Casos ID 4
3.000
Gráfico de Horner
2.200
2.000
1.800
1.600
1.400
1,0 10,0 100,0 1.000,0
(tp+t)/t
Na avaliação da porosidade da região externa (ɸ2), esta foi alterada para: 0,06,
0,08, 0,1, 0,2 e 0,3. As razões de mobilidade (M) destes casos são constantes e iguais a
0,1. As razões de armazenagem (S) são: 0,6, 0,8, 1, 2 e 3, respectivamente.
67
Assim como no caso anterior, a porosidade da região externa influencia apenas na
região de transição entre os dois regimes radiais, alterando praticamente o formato da
curva neste período.
Casos ID 5
1.000
100
P e P' (psi)
Casos ID 5
3.000
Gráfico de Horner
2.200
2.000
1.800
1.600
1.400
1,0 10,0 100,0 1.000,0
(tp+t)/t
68
Casos ID 6 - Parâmetro avaliado: Skin do poço (s).
Na avaliação do skin do poço (s), este foi alterado para: -2, -1, 0, 1 e 2. As razões
de mobilidade (M) destes casos são constantes e iguais a 0,1. As razões de
armazenagem (S) são constantes e iguais a 1.
Como o skin não é função do tempo de fluxo, ou do tempo de estática, não se nota
uma variação da derivada da pressão quando este parâmetro é alterado. O skin do poço
representa um dano ou estímulo na região do poço, influenciando apenas na curva da
pressão, transladando para cima ou para baixo, a depender se o skin for positivo ou
negativo. Neste caso, a derivada da pressão é igual para todos os casos.
Casos ID 6
1.000
100
P e P' (psi)
69
Casos ID 6
3.000
Gráfico de Horner
2.200
2.000
1.800
1.600
1.400
1,0 10,0 100,0 1.000,0
(tp+t)/t
Na avaliação da altura da região interna, esta foi alterada para: 11,5, 15, 20,7, 25,4
e 30 metros. As razões de mobilidade (M) destes casos são constantes e iguais a 0,1. As
razões de armazenagem (S) são constantes e iguais a 1.
Para o segundo radial, o patamar de estabilização é igual para todos os casos, pois
a permeabilidade da região externa é a mesma.
Como este caso não corresponde ao modelo radial composto clássico, a solução
analítica de Satman et al. não pode ser aplicada para este modelo na interpretação de um
teste de poço. Caso isto ocorra, a permeabilidade da região interna será sub ou
superestimada.
70
Casos ID 7
1.000
100
P e P' (psi)
10 ∆P (psi) (hregião 1 = 30 m)
∆P' (psi) (hregião 1 = 30 m)
∆P (psi) (hregião1 = 11,5 m)
∆P' (psi) (hregião1 = 11,5 m)
∆P (psi) (hregião1 = 15 m)
∆P' (psi) (hregião1 = 15 m)
∆P (psi) (hregião1 = 20,7 m)
∆P' (psi) (hregião1 = 20,7 m)
∆P (psi) (hregião 1 = 25,4 m )
∆P' (psi) (hregião 1 = 25,4 m )
1
0,10 1,00 10,00 100,00 1.000,00
t (horas)
Casos ID 7
2.600
Gráfico de Horner
2.300
2.200
2.100
2.000
1.900
1.800
1,0 10,0 100,0 1.000,0
(tp+t)/t
71
110
100 interpretação regime radial
média ponderada
90
80
Permeabilidade mD
70
60
50
40
30
20
10
0
h1 = 11,5 m h1 = 15 m h1 = 20 m h1 = 25 m h1 = 30 m
Espessura da Região 1
Para o segundo radial, o patamar de estabilização é igual para todos os casos, pois
permeabilidade da região externa é a mesma.
Assim como o caso anterior, não se pode aplicar a solução analítica do modelo
radial composto clássica para interpretação deste modelo.
72
Casos ID 8
1.000
100
P e P' (psi)
Casos ID 8
2.600
Gráfico de Horner
2.300
2.200
2.100
2.000
1.900
1.800
1,0 10,0 100,0 1.000,0
(tp+t)/t
73
200 mD. As razões de mobilidade (M) destes casos são: 0,4, 0,2, 0,1, 0,06 e 0,05,
respectivamente. As razões de armazenagem (S) são constantes e iguais a 1.
Para o segundo radial, o patamar de estabilização é igual para todos os casos, pois
permeabilidade da região externa é a mesma.
Assim como o caso anterior, não se pode aplicar a solução analítica do modelo
radial composto clássica para interpretação deste modelo.
Casos ID 9
1.000
100
P e P' (psi)
74
Casos ID 9
2.600
Gráfico de Horner
Pressão (psi) (hregião1 = 11,5 m R1 = 90 m k1 = 100)
2.500 Pressão (psi) (hregião1 = 11,5 m R1 = 90 m k1 = 25)
Pressão (psi) (hregião1 = 11,5 m R1 = 90 m k1 = 50)
p*= 2398 psi Pressão (psi) (hregião1 = 11,5 m R1 = 90 m k1 = 150)
Pressão (psi) (hres/hr1 = 2,6 Rr1/hres =3 k1 = 200)
2.400
Pressão (psi)
2.300
2.200
2.100
2.000
1.900
1.800
1,0 10,0 100,0 1.000,0 10.000,0
(tp+t)/t
Este caso não pode ser comparado com nenhum dos casos do modelo radial
composto clássico. Ao variar a permeabilidade da região externa, esta impactará tanto
na permeabilidade média da região próxima ao poço, influenciando também no regime
radial inicial, quanto na região externa, influenciando o segundo regime radial.
75
A Figura 53 ilustra o caso em que a permeabilidade da região externa é igual a 2 e
50 mD. Nota-se que quanto maior o contraste entre as regiões, maior é a depleção da
região de maior permeabilidade, podendo acarretar no fluxo cruzado entre as regiões.
Casos ID 10
1.000
100
P e P' (psi)
Casos ID 10
2.600
Gráfico de Horner
Pressão (psi) (hregião1 = 11,5 m R1 = 90 m k2 = 10)
2.500 Pressão (psi) (hregião1 = 11,5 m R1 = 90 m k2 = 2)
Pressão (psi) (hregião1 = 11,5 m R1 = 90 m k2 = 5)
p*= 2398 psi Pressão (psi) (hregião1 = 11,5 m R1 = 90 m k2 = 20)
Pressão (psi) (hregião1 = 11,5 m R1 = 90 m k2 = 50)
2.400
Pressão (psi)
2.300
2.200
2.100
2.000
1.900
1.800
1,0 10,0 100,0 1.000,0 10.000,0
(tp+t)/t
77
Tabela 5 - Resumo dos resultados da análise de sensibilidade.
78
5.2 AVALIAÇÃO MODELO FRATURADO
(5-1)
(5-2)
Segundo HORNE (1995), se o produto kfD wfD for maior que 300, a condutividade
da fratura pode ser considera infinita. A resposta da pressão da fratura de condutividade
infinita é caracterizada por um fluxo linear (Figura 55), onde a queda de pressão é
expressa por:
⁄
( ) (5-3)
No gráfico loglog, o regime de fluxo linear é identificado por uma reta com
inclinação de ½, seguido pelo regime de fluxo pseudo-radial, quando as linhas de fluxo
convergem de todas as direções do reservatório, identificado por uma linha reta
horizontal (Figura 56).
3
Meia asa da fratura representa a metade do comprimento total de propagação da fratura.
79
Figura 54 - Modelo de poço fraturado com condutividade infinita (HORNE, 1995).
80
Na avaliação da aplicação do modelo radial composto para a representatividade do
modelo de poço fraturado com condutividade infinita, a permeabilidade da região
interna foi alterada para 200, 500, 1.000, 2.000 e 3.000 mD, enquanto que a
permeabilidade da região externa foi mantida constante igual a 10 mD. As razões de
mobilidade foram respectivamente 0,05, 0,02, 0,01, 0,0005 e 0,0033.
Conforme ilustrado na Figura 57, o regime radial inicial não é percebido a partir
de k1 = 1.000 mD (curva laranja), o que seria equivalente a uma razão de mobilidade
(M) igual a 0,01, ou ainda, k1 100 vezes maior que k2.
As pressões deste caso (k1 = 1.000 mD) foram importadas no Pansystem e foi feita
uma interpretação utilizando o modelo analítico de poço fraturado de condutividade
infinita.
81
Verificação do limite de poço fraturado
1.000,0 Modelo Radial Composto
100,0
P e P' (psi)
100,0
P e P' (psi)
Outro cenário avaliado foi para o caso do modelo radial composto onde a
espessura da região interna é menor do que a espessura do reservatório. Isso seria
equivalente a um caso onde a altura da fratura também não corresponde à espessura do
reservatório.
83
Para esta avaliação, foi considerado 20 metros para a espessura da região interna
(h1=20 m), 15 metros para o raio da região 1 (R1 = 15) e os mesmos valores de
permeabilidade dos casos anteriores (200, 500, 1.000, 2.000 e 3.000 mD para região
interna e 10 mD para a região externa).
Neste caso, este modelo não poderia ser utilizado para representar o poço vertical
fraturado com condutividade infinita.
Verificação do limite de poço fraturado
10,000 Modelo Radial Composto
1,000
P e P' (psi)
100
5.3 CURVAS-TIPO
84
Conforme procedimento descrito na seção 4.3, foram elaboradas as curvas tipo
ilustradas na Figura 62 que podem ser utilizadas para a determinação das
permeabilidades em reservatórios com proporções detalhadas nesta seção e skin de poço
igual a zero.
85
Type-Curves
1.E+02
Razão de Mobilidade
CD = 0
Skin = 0
S=1
h(res)/h(r1) = 2
h(r1)/L(r1) = 1
1.E+01 M=3
M=2
Pd e Pd'
M=1
M = 0,4
M = 0,3
M = 0,2
M = 0,1
M = 0,05
1.E+00 M=3
M=2
M=1
M = 0,4
M = 0,3
M = 0,2
M = 0,1
M = 0,05
1.E-01
1.E+04 1.E+05 1.E+06 1.E+07 1.E+08
td
Uma vez que o skin do poço não é função do tempo de fluxo e nem de estática,
não era esperada essa resposta na derivada da pressão. Este fato merece ser melhor
investigado em trabalhos futuros.
86
Type-Curves
1.E+01 Skin
skin = 2
skin = 1
skin = 0
skin = -1
skin = -2
1.E+00
Pd e Pd'
skin = 2
skin = 1
skin = 0
skin = -1
skin = -2
1.E-01
CD = 0
M = 0,1
h(res)/h(r1) = 2
h(r1)/L(r1) = 1
1.E-02
1.E+04 1.E+05 1.E+06 1.E+07 1.E+08
td
Figura 63 - Curvas-tipo para determinação do skin para casos onde hres/hr =2, h1/R1
=1 e M = 0,1.
Para demostrar a aplicação das curvas-tipo geradas neste estudo, foi realizado um
estudo de caso onde são comparados os valores de permeabilidade interpretados com a
utilização das curvas-tipo elaboradas neste estudo e as curvas-tipo do modelo radial
composto clássico.
Foi construído um modelo com o dobro das dimensões do modelo utilizado para a
criação das curvas tipo, com espessura do reservatório igual a 60 m e espessura da
região interna igual a 30 m, de forma a preservar a relação espessura do reservatório
pela espessura região interna igual a 2 (hres/h1 =2). A Figura 64 ilustra
esquematicamente a comparação destes dois modelos.
Após a simulação do novo modelo com o dobro das dimensões, as pressões foram
exportadas e o gráfico log-log foi construído. A partir do gráfico log-log, foram
interpretadas as permeabilidades do modelo com as curvas-tipo geradas neste trabalho
(Figura 65) e com as curvas tipo do modelo radial composto clássico (Figura 66).
87
analítica do modelo radial composto clássico considerar o valor da permeabilidade da
região 1 para toda a espessura do reservatório.
88
Figura 66 – Interpretação do teste utilizando as curvas-tipo do modelo radial
composto clássico.
Parâmetro Valor
k1 200 mD
Valor do modelo numérico
k2 40 mD
89
Apesar de se conseguir um bom ajuste do teste de poço com as duas soluções, os
perfis de produção dos dois modelos podem ser bastante diferentes, acarretando em
tomadas de decisão divergentes. Através da figura, é possível observar uma redução no
tempo de patamar de produção e na acumulada de óleo final para o caso em que foi
utilizada a interpretação errada.
90
CAPÍTULO 6 – Conclusões
Para os casos em que a altura da região interna não é igual a altura do reservatório,
não é possível utilizar o modelo radial composto na representação do modelo de poço
fraturado.
91
6.1 PROPOSTAS PARA TRABALHOS FUTUROS
2) Na elaboração das curvas-tipo, para os casos onde h1<hres, foi observada uma
variação do posicionamento do patamar de estabilização do radial inicial, na
curva da derivada da pressão, quando o skin do poço foi variado. Este
comportamento não era esperado e merece uma maior investigação, dado que o
skin do poço não é função do tempo de estática ou tempo de fluxo.
92
CAPÍTULO 7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
EIA/ARI World Shale Gas and Shale Oil Resource Assessment. Disponível
em http://www.adv-res.com. Acesso em janeiro de 2016.
93
J., O.; LEE, W. . “Pressure Buildup Behavior of Partially Completed Wells in
Layered Reservoirs”. SPE 18876, 1989.
94
WARSZAWSKI, A.; FERREIRA, C. A. S. “Comparison between well test results
of vertical and horizontal well on Quissamã Formation , Campos Basin”. SBGf, n.
2011, 2013.
95
APÊNDICES
96
APÊNDICE A – ROTEIRO DE INTERPRETAÇÃO DE
TESTES DE CRESCIMENTO DE PRESSÃO
(A-1)
(A-2)
97
(A-3)
( ) (A-4)
Observações:
98
APÊNDICE B – A EQUAÇÃO DA DIFUSIVIDADE
HIDRÁULICA
∑ ̇ ̇ ̇ (B-1)
Sabendo que:
( ) (B-2)
( ) ( ( )) (B-3)
̇ ̇ (B-4)
99
E que a massa que entra no volume de controle é dada por:
[( ) ( ) ( ) ] (B-5)
( ( )) ( ( )) ( ( )) (B-6)
( ) [( ) ( ) ( ) ] ̇ (B-7)
( ) ( ) ( ) ( )
̇ (B-8)
Ou ainda:
( )
⃗ ( ⃗) ̇ (B-9)
A Lei de Darcy
A equação de maior utilização prática em meios porosos foi formulada por Henry
Darcy, em 1856, ao estudar problemas de tratamento de água, através de filtros de areia.
Sua conclusão foi a de que a vazão através de um meio poroso é proporcional à área de
fluxo, ao diferencial de pressão, e inversamente proporcional ao comprimento.
100
Posteriormente sua equação foi aprimorada para poder descrever o escoamento de
outros fluidos, além da água.
̂
(B-10)
Ou ainda:
̂
⃗ (B-11)
̂ [ ] (B-12)
( ) ̂
⃗ ( ) ̇ (B-13)
Rearranjando temos:
( ) ̂
⃗ ( ) ̇ (B-14)
( )
(B-15)
101
Como ( )e ( ) a equação A-15 pode ser escrita como:
( )
(B-16)
( )
(B-17)
( )
(B-18)
̂ ̂ ̂
⃗ ( ) ⃗ ( ) (B-19)
̂ ̂ ̂
⃗ ( ) ⃗ ( ) (B-20)
̂ ̂ ̂
⃗ ( ) ⃗ ( ) ( ) (B-21)
̂
⃗ ( ) ̇ (B-22)
103
APÊNDICE C – MÉTODO IMPES – SOLUÇÃO
COMPLETA PARA UM SISTEMA BIFÁSICO
a) Fase óleo:
( ) ( ) ( ) ( ) (C-1)
b) Fase água:
( ) ( ) ( ) ( ) (C-2)
Para completar o sistema, necessita-se das equações de pressão capilar e soma das
saturações das fases:
(C-3)
(C-4)
a) Fase óleo:
[ ( )] [ ( )] [ ( )]
( ) (C-5)
( )
104
b) Fase água:
[ ( )] [ ( )]
(C-6)
[ ( )] ( )
[ ] [ ] [ ] (C-7)
[ ] [ ] [ ] (C-8)
[ ] [ ] [ ] (C-9)
a) Fase óleo:
( )
[ ] [ ] [ ] ( ) (C-10)
b) Fase água:
[ ] [ ] [ ]
(C-11)
( )
Considerando:
(C-12)
(C-13)
105
A discretização geométrica pelo método das diferenças finitas para um sistema
unidimensional resulta em:
a) Fase óleo:
( )
( ) ( ) [ ] (C-14)
b) Fase água:
( ) ( ) [ ] (C-15)
a) Fase óleo:
( ) ( )
[( ( ) )( )( ) (C-16)
( ) ( )]
b) Fase água:
( ) ( )
[( ( )) ( ) ( ) ( )] (C-17)
onde:
( )
(C-18)
( )
106
[( ) ( )]
(C-19)
( )
( )
107