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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CAMPUS I CURITIBA

ESCOLA DE DIREITO
PROFESSORA MARISTELA DENISE MARQUES DE SOUZA
1ª PROVA SEMESTRAL/2021 PROVA DE DIREITO DO CONSUMIDOR 7º PERÍODO

ESTUDANTE:.Senilson Soares da Silva

LER ORIENTAÇÕES ANTES DE RESPONDER A PROVA:


Pontos das questões ao lado de cada uma delas – totalizando 10 pontos.
Responder neste documento, logo abaixo das questões/enunciados.
Destacar as respostas em cor diferenciada ou grifadas.
Entregar exclusivamente via blackboard dentro do limite previsto – 24 horas – em arquivo Word.
Respostas plagiadas entre os estudantes – similares ou idênticas serão anuladas e zeradas.
Permite-se fundamentação na legislação e materiais das aulas postados no blackboard.

1. Quanto as características básicas do consumidor e suas teorias, analisar as assertivas abaixo – com
base no texto – CAMPO DE APLICAÇÃO DO CDC – JUSTIFICAR AS VERDADEIRAS E AS FALSAS:
(3,0)

A) Aquisição de equipamento médico de diagnóstico por hospital público, através de licitação regular,
colocado a serviço dos pacientes carentes, caracteriza relação de consumo com fundamento da teoria
maximalista ou dualista, permitindo ao órgão público figurar como consumidor para a proteção do CDC.

R Verdade para a teoria maximalista, a aplicação do Código de Defesa do


Consumidor deveria ser a mais ampla possível, de forma a incluir como
destinatárias finais, num conceito objetivo, pessoas físicas e jurídicas a
interpretação a ser empregada ao termo ‘destinatário final ‘prevista no art. 2º
da Lei 8.078/90, deve ser extensiva, seguindo-se a teoria maximalista, de
forma a abarcar no conceito de consumidor o aspecto econômico-jurídico,
para tutelar, também, os direitos das pessoas jurídicas que adquiram um
determinado produto ou serviço para a satisfação de uma necessidade
decorrente do próprio negócio.

B) A empresa funerária SONO ETERNO adquire da fabricante de ar condicionado REFRESCANTE um aparelho


para instalação em seu estabelecimento com a finalidade de melhorias das condições de trabalho de seus
empregados. A empresa funerária não é considerada como destinatária final, não identificada a
vulnerabilidade do consumidor, conferida na teoria finalista aprofundada ou mitigada, tendo esta como
fundamento a possibilidade de somente a pessoa física ser considerada consumidora e pelo CDC estar
protegida. A pessoa jurídica não tem proteção pelo Código Consumerista.

R Falso, a empresa funerária e protegida pelo CDC, pois consumidor é toda


pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza, como destinatário final,
produto ou serviço oriundo de um fornecedor. Art. 2º do CDC

C) Vulnerabilidade em sentido amplo (Técnica, Jurídica ou Científica, Fática ou Socioeconômica, Psíquica e


Informacional), ou seja, o consumidor sempre será reconhecido como a parte frágil (hipossuficiente) da
relação de consumo. Neste entendimento para a teoria finalista mitigada, a vulnerabilidade do consumidor
não será levada em consideração.

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R A teoria finalista aprofundada ou mitigada amplia o conceito de


consumidor, incluindo todo aquele que possua vulnerabilidade em face do
fornecedor. Decorre da mitigação dos rigores da teoria finalista para
autorizar a incidência do CDC nas hipóteses em que a parte, pessoa física ou
jurídica, embora não seja tecnicamente a destinatária final do produto ou
serviço, se apresenta em situação de vulnerabilidade, se não comprovada à
vulnerabilidade jurídica ou a econômica não resta aplicável o CDC.
2. Elementos Objetivos da relação de consumo: são os relacionados ao objeto das prestações ali surgidas, ou
seja, aos bens e serviços – fundamento artigo 3º, §§ 1º e 2º CDC. Analisar as assertivas abaixo -
JUSTIFICAR AS FALSAS e VERDADEIRAS: (3,0)

a) Salvador contratou serviço de internet de fibra ótica da empresa VIVO, para sua residência. Trata-se
remuneração direta uma vez que Salvador efetua o pagamento diretamente ao fornecedor pelo serviço
prestado - VIVO, mensalmente pela fatura de serviços.

R Verdadeira aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos serviços de


telefonia reconhecendo como autêntica relação de consumo firmada entre a
operadora e o consumidor como destinatário final .
b) Valéria foi ao salão de beleza para realizar alguns serviços de embelezamento como manicure,
pedicure, corte dos cabelos. Estacionou gratuitamente no estacionamento do salão de beleza. Após 3 horas,
recebe seu carro com avarias, reclama com o gerente do salão que informa que não são obrigados a
ressarcir os prejuízos experimentados por Valéria em relação ao veículo estacionado, vez se tratar de
cortesia do salão. A negativa do salão de beleza está absolutamente correta, uma vez não se aplicar a lei
consumerista a questão do estacionamento, tampouco tratar-se de remuneração indireta do salão de
beleza.
c)
d) R Verdadeiro O caso envolve relação de consumo sujeita ao regramento do
artigo 3 do § 2º CDC, "o qual dispensa a demonstração da existência de
culpa para efeito de imputar ao fornecedor de bens ou serviços o dever de
reparação" O estabelecimento comercial que oferece estacionamento a
seus clientes, ainda que não cobre pelo serviço e não entregue
comprovante, assume a obrigação de guarda do veículo, podendo ser
responsabilizado por furto ou dano. O estabelecimento comercial que
oferece estacionamento a seus clientes, ainda que não cobre pelo serviço e
não entregue comprovante, assume a obrigação de guarda do veículo,
podendo ser responsabilizado por furto ou dano.

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e) Farias portador de doença congênita depende de medicamento distribuído pelo SUS, bem como previsto no
rol do Ministério de Saúde do governo federal. Ocorre que em virtude da crise sanitária o medicamento
deixou de ser distribuído pelo SUS, e Farias vem passando por sérios problemas de saúde desde então, não
tendo condições financeiras para sua aquisição, pelo seu alto custo. Farias poderá ingressar com Mandado
de Segurança em face do SUS com base no Código de Defesa do Consumidor pois, a saúde pública e
distribuição de medicamentos são serviços públicos UTI UNIVERSI, são financiados pelos impostos, e
atingem grupos indeterminados de pessoas.

R Falsa Vem prevalecendo no âmbito do STJ o entendimento de que não há


a incidência das normas do CDC à prestação do serviço público de saúde,
uma vez que não há nenhuma espécie de remuneração. O conceito de
"serviço" previsto na legislação consumerista exige para a sua
configuração, necessariamente, que a atividade seja prestada mediante
remuneração (art. 3º, § 2º, do CDC.

d) Sebastião está com problemas na cobrança da tarifa de água, que nos últimos dois meses apresentou
aumento de 120%, de sua residência onde moram 3 pessoas adultas, cuja média sempre foi de R$ 85,00,
durante todo o ano de 2020. Sebastião poderá reclamar como consumidor de um serviço público, com
fundamento legal no artigo 22 CDC. Para a Constituição Federal o Estado é o responsável imediato em
atender às necessidades básicas de toda a coletividade, e não sendo possível o faz através da concessão ou
permissão dos serviços públicos.

R Verdade Taxa é um tributo, bastando estar, o serviço, à disposição do


usuário para que seja cobrada, não importando se ele (usuário) fará ou
não uso do serviço. Surge então o entendimento de que aos serviços
públicos remunerados por tarifas (prestados por concessionárias ou
permissionárias) ou por preço público (prestados em regime de
mercado pela Administração) serão aplicados também regramentos
contidos no CDC  Levando em consideração que o 3°, § 2°, do mesmo
Código dispõe que "serviço é qualquer atividade fornecida no
mercado de consumo, mediante remuneração”, não se aplica o CDC
se o serviço for ofertado para a coletividade em geral.  Na leitura do
art. 22, do CDC, prevê os órgãos públicos, por si ou suas empresas,
concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de

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empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados,


eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos
3. Analisar os casos abaixo, de acordo com o disposto em lei, quanto ao fato ou vício do produto
edo serviço, os direitos do consumidor, observar os prazos (prescricional e decadencial) e os
princípios violados, fundamentando com o CDC e doutrina de sala de aula:
(4,0)

a) O fornecedor de brinquedos infantis coloca à venda no varejo brinquedos da marca BRINQ, na época
do dia das crianças, fazendo publicidade em vários canais de comunicação. Contudo omite que tais
brinquedos tenham sido tirados de circulação na Europa por terem apresentado alto índice de
contaminação por mercúrio, além de os brinquedos estarem em desacordo com as normas expedidas
pelas autoridades brasileiras, gerando insegurança a um grupo indeterminado de consumidores
infantis.

R O Código de Defesa do Consumidor proíbe e conceitua a publicidade


enganosa, em seu art. 37, caput e § 1°e 3: O artigo protege o consumidor
de qualquer informação ou comunicação de caráter publicitário capaz de
induzi-lo a erro quanto ao produto ou serviço ofertado. A publicidade que
infringe essa disposição legal contraria os interesses de toda a
coletividade e pode causar prejuízos a um número incalculável de
consumidores. Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou
deveria saber ser enganosa ou abusiva:
        Pena Detenção de três meses a um ano e multa.

b) Joel Afrânio, motorista de táxi autônomo, proprietário do veículo Chevrolet Tracker, ano 2018, instalou
sistema de combustível a gás natural, para que houvesse maior economia e um melhor rendimento
financeiro. O prestador do serviço de instalação AUTOGÁS, apresentou como garantia 6 meses a partir
da instalação, sendo que o fabricante do equipamento, VAZAGÁS garantiu o funcionamento adequado
por 12 meses. No entanto, o aparelho apresentou problemas de funcionamento após 7 meses de uso,
causando um prejuízo ao taxista que teve seu veículo parado durante 20 dias, inclusive a cobrança da
reexecução do serviço AUTOGÁS.

R   (CDC) determina que a garantia legal para bens duráveis e


serviços, como automóveis e manutenção, é de 90 dias  A garantia
sempre começa contar a partir da entrega do produto ou serviço, A
garantia oferecida pelo fornecedor é complementar à legal: é a
“garantia contratual”, oferecida mediante documento escrito (arts. 24,
26 e 50) .      
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c) A administradora de cartões de crédito CREDITUDO anunciou publicamente que o consumidor que


assinasse contrato de crédito no período de março de 2020 a dezembro de 2020 teria crédito ilimitado.
Fábio assinou contrato com a administradora em 15 de julho de 2020. Como usuário do cartão de
crédito, o consumidor, sabendo que seu crédito era ilimitado fez uma compra no final de julho de
2020, e outras duas aquisições no início de agosto deste mesmo ano. Ao final do mês de agosto foi a
uma loja de departamentos para aquisição de uma televisão de 32 polegadas, e quando no caixa foi
informado que o limite do cartão de crédito havia ultrapassado, impossibilitando a compra com o
cartão pelo consumidor, sentindo-se extremamente constrangido e frustrado.

R Não se nega que podem ocorrer circunstâncias em que o usuário


sofra danos provocados por ato omissivo ou comissivo da própria
bandeira de cartão de credito, como em casos da publicidade do Art.
30 CDC. mas aí a hipótese desborda da responsabilidade meramente
contratual, embora submetida às normas e princípios de proteção e
defesa do consumidor.
d) Pedro e cinco amigos foram comemorar seu aniversário numa casa noturna. Como cortesia ao
aniversariante, foram oferecidos canapés de camarão. No dia seguinte, todos eles passaram mal e
foram internados com intoxicação alimentar. O DECON compareceu ao bar e constatou que os canapés
estavam contaminados (deteriorados). A casa noturna defendeu-se dizendo que adquiriu de uma
determinada empresa, que não foi identificada na embalagem dos canapés. Além do mais alegou de
que não havia relação de consumo uma vez que não cobrou pelo consumo dos canapés, e sim como
cortesia.
e)
R Sim há uma relação de consumo mesmo sendo os canapés uma
cortesia. Para haver uma relação de consumo temos que ter todos estes
três elementos: Consumidor/ Fornecedor/Produto ou Serviço. E neste
caso é perfeitamente claro que temos os três e consumidor é todo aquele
que mesmo não comprando ou usando o produto ou serviço Art.
2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza
produto ou serviço como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas,
ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.

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