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SEGUNDO LIVRO DOS REIS

TEMA

O segundo livro dos Reis é uma continuação da história da queda de Judá e


Israel, culminando no cativeiro de ambos. Temos aqui a mesma história de
fracasso do rei e do povo, uma história de apostasia e idolatria. Embora este
tenha sido o grande período profético de Israel, a mensagem dos profetas não
foi ouvida. As reformas que se realizaram sob tais reis como Ezequias e Josias
foram superficiais. O povo logo voltou a seus pecados e continuou nos mesmos
até que mais nenhum remédio houve”. (II Crôn. 36:15, 16).

AUTOR

O autor humano é desconhecido. Acredita-se que Jeremias compilou os


registros feitos por Natã, Gade e outros.

ESFERA DE AÇÃO

Desde o reinado de Jorão sobre Judá e Acazias sobre Israel, até o cativeiro,
cobrindo um período de 308 anos desde 896-588 a. C.

CONTEÚDO

I. O fim do Ministério de Elias. (caps. 1-2:13).


II. O Ministério de Eliseu. (caps. 2:14-13:21).
III. O Declínio e a Queda de Israel, (caps. 13:22 - 17:41).
IV. O Declínio e a Queda de Judá (caps. 18-25).

Enquanto o estudante lê os capítulos, deve fazer uma lista dos reis de Judá e
de Israel, como faz no primeiro livro. Anexamos aqui uma lista paralela desses
reis:

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I. O FIM DO MINISTÉRIO DE ELIAS

1. Elias e Acazias. (1:1-8).


2. A trasladação de Elias. (2:1-13).

Quem adoeceu nesse tempo ? Que espécie de homem era ? Qual era seu
grande pecado ? (Êxo. 20:3; Deut.5:7). Que sentença foi pronunciada sobre ele
? Como se descreve Elias ? (1:8).
“Qualquer aparência de crueldade que há na sorte dos dois capitães e seus
homens será removida, ao tomar em consideração as circunstâncias. Sendo
Deus o Rei de Israel, Acazias devia governar o povo de acordo com a lei
divina; portanto, prender o profeta do Senhor, por ter este cumprido um dever
ordenado, era ato de um rebelde ímpio e notório.

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Os capitães ajudaram o rei na sua rebelião, e excederam em seu dever militar
por insultos depreciativos. Ao usar o termo “varão de Deus” ou falaram
irrisoriamente, crendo que não era um verdadeiro profeta; ou se o
consideravam como um verdadeiro profeta, a intimação de que se rendesse e
se submetesse ao rei era um insulto ainda mais flagrante, sendo a linguagem
do segundo capitão pior que a do primeiro. O castigo foi infligido não para
vingar um insulto pessoal a Elias, mas para vingar um insulto a Deus na
pessoa de Seu profeta; e o castigo não foi infligido pelo profeta, mas sim pela
mão de Deus”.

Que se propôs a fazer o Senhor? (2:1). Quem sabia disso? (2:3). Que milagre
faz Elias junto ao Jordão? Que petição faz Eliseu ? Com que condição lhe foi
concedida?

II. O MINISTÉRIO DE ELISEU.

Os acontecimentos principais do ministério de Eliseu são os seguintes:

1. O primeiro milagre de Eliseu — A divisão das águas do Jordão. (2:14).


2. O saneamento das águas más. (2:19-22).
3. A maldição dos rapazes irreverentes. (2:23-25).
4. A sua repreensão pela aliança de Jeosafá e Jorão. (3:10-27).
5. O aumento do azeite da viúva. (4:1-7).
6. Restauração da vida do filho da mulher sunamita. (4:8-37).
7. O saneamento da panela mortífera. (4:38-41).
8. A alimentação dos 100 homens. (4:42-44).
9. A cura de Naamã. (5:1-27).
10. O machado feito flutuar. (6:1-7).
11. Eliseu e o exército sírio. (6:8-23).
12. A promessa de Eliseu de alimento. (7:1-20).
13. Sua predição de 7 anos de fome. (8:1, 2).
14. A visita de Eliseu a Ben Hadade. (8:7-15).
15. O envio de um profeta para ungir a Jeú rei (9:1-10).
16. Enfermidade e morte de Eliseu (13:14-21).

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Notem a referência aos “filhos dos profetas” (2:3). Sabemos então que havia
escolas naqueles dias em que os jovens israelitas eram preparados para o
ministério profético.(Comp. I Sam. 10:5-10; II Reis 6:1).

O capítulo 2:23 tem apresentado certa dificuldade a muitas pessoas. Citamos


de diversos comentadores:

“Os rapazes mencionados aqui eram os infiéis ou jovens idólatras do lugar, os


quais, fingindo não acreditarem a informação da trasladação do amo de Eliseu,
instavam sarcasticamente que continuasse na sua carreira gloriosa. A
expressão “calvo” era um nome depreciativo no Oriente, aplicado até a uma
pessoa com muito cabelo”.

“As pessoas de que se tratavam não eram pequenas crianças malcriadas, mas
sim jovens responsáveis pelo que diziam e faziam. Nem devemos esquecer o
fato de que esses jovens pertenciam a uma cidade que era o centro e a sede
principal da apostasia, e que, por esta razão, é chamada “Bet Aven”, a saber: a
Casa do ídolo, em vez de “Betel” (casa de Deus). Assim eram literalmente os
filhos da apostasia e representavam em geral a nova geração apóstata. Os
antigos expositores supõem que os adultos tivessem incitado os jovens e que o
seu objetivo tivesse sido o de tornar ridículo e desprezível, desde o princípio de
sua carreira, o novo chefe das classes de profetas. Assim sendo, não era falta
de moral da parte do profeta, nem indignidade, que levou Eliseu a ameaçar
com castigo divino os jovens imprudentes, que desprezavam no santo profeta o
ofício sagrado ao qual Jeová o tinha chamado. Muito ao contrário, ele faz o que
pertencia ao seu ofício profético. Ele mesmo, no entanto, não executou o
castigo; deixou isso Àquele que disse: “Minha é a vingança; Eu retribuirei”.

Foi o juízo de Deus que recaiu sobre esses rapazes, e indiretamente sobre a
cidade da qual vieram, trazendo à memória a ameaça da Lei: “e se andardes
contrariamente para comigo, e não me quiserdes ouvir.........— enviarei entre
vós as feras do campo, as quais vos desfilharão, e desfarão o vosso gado e
vos apoucarão; e os vossos caminhos serão desertos”. (Lev. 26:21, 22).

III. O DECLÍNIO E A QUEDA DE ISRAEL

Quais nações foram enviadas contra Israel ? (13:22; 15:19, 29). Quais eram os
sentimentos de Jeová para com Israel? (13:23; 14:26, 27). Sob que reinado se

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deu o cativeiro de Israel ? (cap. 17). Como apressou ele o juízo de Israel ?
(17:4). Notem a acusação de Deus sobre Israel no cap. 17:7-23).
“A emigração forçada das tribos para Assíria foi um dos resultados do princípio
despótico aceito por todo o Oriente, segundo o qual era justificado tornar
impossível uma sublevação das nações subjugadas. Neste caso não foi
meramente uma trasladação a um outro país, mas também o começo da
dissolução das dez tribos como nação. Não lhes foi designada uma província
particular da Assíria como sua moradia, mas sim várias províncias distantes
uma da outra, de maneira que, embora uma ou outra tribo tivesse permanecido
mais ou menos unida, as diversas tribos ficaram espalhadas numa nação
estrangeira, sem a mínima conexão orgânica entre si. Nunca mais voltaram a
unir-se; pelo contrário, gradualmente se perderam entre as nações que as
rodeavam, de maneira que nada se sabe até hoje, do que sucedeu a elas; e
toda tentativa de descobrir os seus vestígios têm sido debalde.

Nesta parte, o exílio das tribos se distingue dó de Judá e de Benjamim. O


desterro em Babilônia foi temporário. Durou um período definido que fora
predito pelos profetas (II Crôn. 36:21; Jer. 29:10). Não foi como o exílio assírio,
um período de dissolução nacional. Judá não pereceu no exílio; ao contrário,
ganhou forças e voltou à Terra da Promissão, enquanto das dez tribos só
poucos que se tinham unido a Judá e chegado a ser parte desta tribo,
conseguiram voltar. As dez tribos tinham, por meio de violenta separação do
resto da nação, rompido a união do povo escolhido, e, para poder manter esta
separação tinham-se rebelado contra o pacto nacional com Jeová. O
rompimento do pacto era a pedra angular de sua existência com uma nação
independente, e desta maneira também tinham renunciado o destino do povo
de Deus na história do mundo. Eram o fragmento maior da nação inteira, mas
eram apenas um membro separado que foi cortado do tronco comum, um ramo
separado do tronco, que não podia senão murchar. Depois de 250 anos de
existência separada, quando todas as provas da graça e fidelidade divinas
tinham sido de baldes, foi a sorte natural das dez tribos perecerem e cessarem
de ser uma nação independente. O Senhor removeu- os da Sua vista; ficou
apenas a_ tribo de Judá (17:18). O caso de Judá foi diferente. Embora tenha
pecado muitas vezes e profundamente contra o seu Deus, nunca se rebelou de
modo formal e em princípio contra o pacto e muito menos era a sua existência
edificada sobre o rompimento do pacto. Permaneceu como o apoio e
preservador da lei e assim também da promessa. Sua deportação foi na
verdade um castigo duro e bem-merecido, mas não o faz perecer, e nem como
nação desapareceu da história, mas foi preservada até que viesse Aquele do
Qual se disse : “ e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai: e reinará
eternamente na casa de Jacó, e o Seu reino não terá fim” (Luc. 1:32, 33). —
Bahr. Para ocupar o lugar dos israelitas, o rei da Assíria enviou colonos de
seus domínios. Sua idolatria trouxe sobre eles o juízo de Deus em forma de
leões entre eles. O rei da Assíria logo enviou um sacerdote israelita para
instruir os colonos na religião de Jeová. Embora aceitassem esta religião,

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continuaram ainda adorando ídolos. Misturaram-se com os restos das dez
tribos que ficaram na terra e desta união surgiram os samaritanos. Mais tarde
abandonaram a idolatria e chegaram a ser zelosos aderentes da Lei de Moisés.
Depois do cativeiro, ansiosos para se tornarem israelitas, procuraram unir-se
às duas tribos, mas foram rejeitados por Esdras e Neemias (Esdras 4:1-3). Isto
deu origem ao ódio. Os samaritanos mais tarde construíram o templo rival no
Monte Gerizim e reivindicaram para esse local o seu lugar verdadeiro de
adoração (João 4:20). Este templo mais tarde foi destruído por um rei judaico.
Os judeus odiavam-nos e com desprezo se referiam a eles como os
“convertidos dos leões”, pelas circunstâncias de sua conversão.
Quem, na sua opinião, foi o melhor rei de Israel ? E o pior ?

IV. O DECLÍNIO E A QUEDA DE JUDÁ

O reino de Judá durou mais ou menos 150 anos mais do que o de Israel. Sua
história é muito mais luminosa do que a de Israel. Enquanto sofreu muitas
alterações de dinastia, a linhagem real de Davi foi conservada intacta em Judá.
Enquanto a história de Israel apresenta uma sucessão de revoltas e
usurpações, a história de Judá é relativamente pacífica. A preservação de Judá
pode explicar-se pelo fato de que havia de vir por seu intermédio o Messias.

Os capítulos 24 e 25 relatam o cativeiro de Judá. Há três épocas deste:

1. A primeira invasão de Nabucodonozor. (24:1-2).


2. A primeira deportação à Babilônia. (24:11-16).
3. O sítio e a destruição de Jerusalém e a deportação final. (cap. 25).

Notem que, como no caso das dez tribos, a rebelião do rei de Judá contra a
nação invasora foi a causa do cativeiro final (24:20). Leia a acusação e a
condenação de Deus sobre Judá (II Crôn. 36:15, 17). Qual foi, na sua opinião,
a idade áurea de Judá ? Qual foi o pior reinado ?

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