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ÍNDICE

ASSUNTO PÁGINA

Prefácio 03

01 Introdução 03

02 Características de um Professor Líder a partir de uma Perspectiva Global, 06


Pessoal, Corporativa e Espiritual.

03 Princípios de uma boa Liderança Pedagógica ao Estilo de Jesus 10

04 Como identificar um Professor Líder. 17

05 Habilidades Contundentes nos Professores Líderes que em outras Pessoas. 23

06 Liderança e Planejamento 23

07 Algumas Razões Porque Delegar Autoridade 28

08 Princípios de Liderança Pedagógica na Perspectiva de Josué 28

09 Barreiras Impedem uma boa Comunicação entre Professor e Aluno. 30

10 Princípios que Auxiliam os Professores a Desenvolverem uma 30


Comunicação Clara e Objetiva.

11 Princípios para forjar outros Professores 31

12 Princípios de Deus para uma Liderança Pedagógica. 32

13 Conclusão 32

13 Bibliografia 33

14 Anexo I - Proposta para Melhoria de nossa Escola Bíblica Dominical 34

15 Anexo II – Ação Pedagógica de nossa Escola Bíblica Dominical 39

16 Anexo III – Conquistando o Padrão de Excelência da Escola Dominical 42

17 Anexo IV - Avaliando a Escola Bíblica Dominical 49

PREFÁCIO

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Esta Palestra não é destinada simplesmente apenas ao Professor de Escola Dominical, não é
um assunto referente a Pedagogia Religiosa, e, sim, a qualquer Professor que quer exercer
Liderança.

São conceitos de Liderança Pedagógica que abrangem todas das áreas da vida. O que eu quero
abordar é um conceito global, ou seja, que se aplique a todas áreas de Lideranças de nossas
vidas.

Tendo como base a Palavra de Deus, como utilizar os conceitos de Liderança Bíblica à todos
os seguimentos da Sociedade.

Não é um seminário para ensinarmos características de um Bom Professor, mas, conceitos


básicos bíblicos para proporcionar ao Professor uma Liderança Pedagógica.

1. INTRODUÇÃO
A. W. Tozer afirmou que “pessoas ordinárias vêem a vida acontecer, as extraordinárias fazem
a vida acontecer”. O Líder não espera a vida acontecer, o Líder, faz a vida acontecer, tem
coragem de tomar pulso, tem coragem de fazer acontecer.

Chegamos ao terceiro milênio com uma grande crise de líderes no mundo, e essa crise está
evidenciada, tanto na esfera secular, tanto na esfera religiosa. A questão é: Quem seriam os
personagens tão escassos, mas que escrevem a história? Estamos vivendo uma crise de
liderança. Estamos vivendo uma época carente de Lideres.

Existem pessoas que possuem autoridade institucional, outras que possuem autoridade
constitucional, autoridade social, outras que possuem autoridade espiritual. Essas pessoas
valorizam muito cada tipo de autoridade que possui, porém a Liderança Pedagógica
transcendem a qualquer tipo de autoridade que você possui. Liderança Pedagógica é muito
mais do que eu chegar para o meu filho e afirmar eu sou seu pai por isso você precisa me
obedecer. Liderança Pedagógica é mais do que isso é muito mais do que eu dizer eu sou seu
Pastor por isso você precisa me obedecer, eu sou seu patrão você precisa me obedecer.

Mas do que nunca o mundo hoje está carente de líderes. Estamos carentes de líderes na
política, estamos carentes de líderes na religião, estamos carentes de líderes na área
acadêmica. O nosso trabalho é identificar esses personagens tão escassos no momento atual.
Liderança Pedagógica é influencia, isto é, a habilidade de uma pessoa de influenciar a outros.
Um homem pode liderar outros apenas na medida em que pode influenciá-los a segui-lo.

O General Charles Gordon perguntou certa vez a Li Hung Chang, um velho Líder chineês:
“Que é Liderança Pedagógica? Como se divide a Humanidade?” Ele recebeu a seguinte
resposta enigmática: “Há três tipos de pessoas no mundo: Aquelas que não se movem, as que
são movíveis, e as que movem os outros”.

O Ex Presidente dos Estados Unidos da América, Presidente Truman afirmou: “Líder é a


pessoa que tem a habilidade de fazer com que os outros façam o que não queriam fazer, e
gostem de fazê-lo”.

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Os Líderes são pessoas comuns, embora carregam um traço que os distingue, que fazem
serem diferentes: são pessoas que não se conformam com o “STATUS QUO”. Lutam para
que o futuro seja diferente com apenas uma arma: A visão, o sonho que carregam no peito. O
Líder eficaz possui um viés de inquietação no coração. Muita das vezes sem um real sequer,
apenas com a inquietação no coração.

Vejam os casos de Esdras e Neemias, eles começam sem recursos, sem projetos, sem amigos,
mas com uma inquietação no coração, e essa inquietação o leva a mudar a história de Israel.
Bastou para Neemias ele ouvir um relatório que a cidade de Jerusalém estava em ruínas. Essa
inquietação, o ponto de START de Neemias era essa inquietação, ele não tinha nenhuma
arma, apenas essa inquietação de que a cidade de Jerusalém estava em ruínas, e com ela ele
começa o processo de restauração da cidade.

Então uma das características, o ponto de START, o ponto de partida do Líder Eficaz é ter
sempre uma inquietação no coração, as vezes muito leve, muito tênue inquietação que ele
quer ver acontecer. E com essa arma, com esse sonho ele é levado a empreender aquilo que
ele tem no coração.

Observem o Sacerdote Esdras, foi um Professor que sabia exercer Liderança Pedagógica
com o Coração Disposto. O Sacerdote Esdras conduziu um grupo de judeus da Babilônia
para Jerusalém em 458 a.C. Os babilônicos tinham levado muitos judeus para o cativeiro entre
605 e 586 a.C. Aos poucos, muitos dos descendentes destes voltaram para Israel. Zorobabel
conduziu o primeiro grupo no início do império persa (cerca de 536 a.C.). Quase 80 anos
depois, Esdras voltou com um grupo menor.

Durante as duas gerações entre Zorobabel e Esdras. Vários problemas apareceram entre os
judeus que voltaram. Alguns problemas eram políticos, mas sempre devidos às fraquezas
espirituais do povo. Esdras era sacerdote, descendente de Arão. Era "Escriba versado na Lei
de Moisés, dada pelo Senhor, Deus de Israel" (Esdras 7.6). Voltou à Jerusalém para ensinar
o povo e para ornar o templo que foi construído na época de Zorobabel.

A atitude de Esdras descreve bem a disposição que cada Professor que quer exercer Liderança
Pedagógica deve mostrar no serviço ao Senhor: "Porque Esdras tinha disposto o coração
para buscar a Lei do Senhor, e para a cumprir, e para ensinar em Israel os seus
estatutos e os seus juízos" (Esdras 7.10).

Esse servo se ofereceu ao serviço de Deus com coração disposto. Mas, um coração bom
precisa ser aplicado com toda reverência e respeito para com Deus. Observe as três coisas que
Esdras fez: ΠBuscou a Lei. Antes de qualquer coisa, o Professor deve conhecer a
palavra que vai ensinar. Jesus mandou que conhecessem a verdade, a Palavra de Deus
(João 8.32; 17.17). Esdras cumpriu a Lei, Ensinou a Palavra.

O Escriba e Sacerdote Esdras nos serve como excelente exemplo. Cada Professor deve
imitar a atitude dele. Com corações dispostos, devemos buscar, cumprir e ensinar a
Palavra de Deus.

Isso pode acontecer com você minha Irmã dona de casa, com você estudante, aluno da Escola
Dominical, com Você Empresário, com você trabalhador de uma fábrica, com você vendedor,
Você membro da igreja e com você Cooperador da Casa de Deus.

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Neemias vê coisas que ninguém vê. E a única coisa que ele parte para a realização de seu
sonho é a carta do Rei e um cavalo como Neemias.
A história da humanidade, principalmente do cristianismo, foi escrita por Pequenas Grandes
Pessoas. Observe a frase: Pequenas Grandes Pessoas. Porque eles se tornaram grandes não
por causa da nobreza de seu nascimento, elas se tornaram grandes por causa do seu sonho, por
causa da inquietação no coração.
O Apóstolo Pedro o primeiro Líder da Igreja primitiva, era um homem de poucas letras e de
hábitos rudes. O Apóstolo Paulo, um dos que mais influenciou o Cristianismo depois de
Cristo, considerava também o principal dos pecadores. Sua declaração em I Coríntios 1.26,
expressa bem o sentimento daquele que foi um dos maiores Líderes do Cristianismo,
principalmente para o mundo gentílico: “Irmãos, pensem no que vocês eram quando foram
chamados. Poucos eram sábios segundo os padrões humanos; poucos eram poderosos;
poucos eram de nobre de nascimento”.
O Apóstolo Paulo mostra-nos que no exercício da Liderança Pedagógica, não tem nada a ver
com berço, não tem nada a ver com a origem de cada um. Nós as vezes temos essa coisa de
nos desculparmos por não conseguirmos ser líderes, afirmamos que isto tem a ver com a
nossa origem de ter ou não ter nascido em berço de ouro. Liderança Pedagógica não tem nada
a ver com isso. Liderança Pedagógica tem a ver com a inquietação no coração, que o leva a
não ficar satisfeito com o STATUS QUO, e afirmar eu preciso fazer alguma coisa. E a única
arma que ele tem é essa inquietação de querer fazer alguma coisa.

EU DOU ALGUNS EXEMPLOS:


No Cristianismo nós temos Zwinglio.
Zwinglio, foi um dos reformadores, contemporâneo de Lutero. Nascido em 01 de janeiro de
1484, dizem os seus biógrafos que ele tinha uma voz fraca e era quase cego, mas mudou a
história da Suíça.
Outro Grande Líder foi Martinho Lutero também nasceu em 1483, de um lar simples e de
uma pequena aldeia da Alemanha, mas ele desencadeou o maior movimento religioso dentro
do Cristianismo no século XVI. Martinho Lutero enfrentou toda uma geração acorrentada a
uma estrutura religiosa pesada e mergulhada em trevas. Nunca se permitiu dobrar às ameaças
que lhe afrontavam. A fibra desse pequeno grande homem do passado é percebida em suas
palavras.

OUÇAM UM PARÁGRAFO ESCRITO POR MARTINHO LUTERO:


“Oh Deus Todo Poderoso! A carne é fraca, o Diabo é forte! Ah Deus, meu Deus, que
perto de mim estejas com a razão e a sabedoria do mundo! Fá-lo, pois somente tu o
podes fazer. Não é minha causa, mas sim a tua. Que tenho eu com os grandes da terra?
É a tua causa, Senhor, a tua justa e eterna causa. Salva-me oh Deus fiel! Somente em ti
confio, ó Deus! Vem, estou pronto a dar, como cordeiro, a minha vida. o mundo não
conseguirá prender a minha consciência, ainda que esteja cheio de demônios, e se meu
corpo tem de ser destruído, a minha alma te pertence, e estará contigo eternamente”.
Isso aqui é um verdadeiro Líder, porque Ele é grande e pequeno ao mesmo tempo, porque Ele
sabe quais são as suas fragilidades, ele conhece os poderes que estão lhe rodeando, mas ele
sabe de uma coisa junto de Deus Ele é indestrutível, que a causa que ele abraçou não tem
como ele perder, que ele está disposto a deitar a vida dele por aquilo que ele acredita. Vejam
que ele não tem arma nenhuma, apoio nenhum, mas tem uma inquietação no peito e está
disposto a levar esse projeto em nome de Deus.

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Na galeria dos grandes heróis cristãos há inúmeros nomes de grandes Professores:
Salvanarola, João Huss, John Wesley, Charles Finney, Dwight Moddy e tantos outros que se
tornaram ícones de sua geração e conseguiram transformar Nações, Continentes. Os
desdobramentos de suas vidas chegam ainda hoje às nossas vidas.

Vejam que estamos falando de Liderança Pedagógica de aproximadamente 500 anos passados
que continuam a influenciar-nos pelo legado deixado para todos nós. Não fora fogo de palha,
foram pessoas cuja história chegou até nós.

Orlando Boyer, escreveu o clássico um livro que recomendo, “Os Heróis da Fé” que traça
uma pequena biografia desses líderes. Quando fala de F. B. Mayer, percebe-se que não é
exagero chamá-los de Heróis da Fé:

F.B. Mayer conta que recebeu a visita de dois destes Heróis da Fé, Stanley Smith e Carlos
Stud foram até a casa dele, observe o que Ele relata sobre o resultado da visita de Stanley e
Stud:
“Foi quando Stanley Smith e Carlos Stud se hospedaram em nossa casa, que iniciei o
maior período de bênçãos em minha vida. antes eu era um crente precipitado e
inconstante; às vezes ardia entusiasmo, para depois passar dias inteiros desanimado.
Percebi que esses dois jovens possuíam uma coisa que eu não tinha, algo que lhes era
fonte perene de sossego, força e gozo. Nunca me esquecerei de uma manhã, no mês de
novembro, ao nascer do sol, quando a luz entrava pela janela, dentro do quarto, onde eu
meditava nas Escrituras desde a madrugada. A palestra que eu tive então com os dois
moços, influenciou o resto de minha vida. Não devia eu fazer o que eles tinham feito...?
No devia eu ser, também, um vaso (apesar de ser barro), para uso do Mestre?”

F. B. Mayer se tornou um dos maiores comentaristas da Bíblia Sagrada, por causa da conversa
que teve com Smith e com Stud.

Portanto, Professor Líder é aquele, homem ou mulher, que tem uma visão clara, nítida e forte,
que por si só traduz o ideal de um grupo de pessoas. Ou de uma empresa. Ou de uma nação. E
que se compromete com sua visão, seu sonho e o persegue com todos os recursos que tem e o
mais que Ele possa conseguir.

Portanto, o Professor Líder é aquele que tem uma visão clara, nítida e forte, que quando ele
transmite isso para o seu grupo, o grupo ao ouvi-lo, chega a conclusão é isso que eu quero
para a minha vida. O Professor Líder desperta no grupo uma empatia, uma coesão em torno
daquele ensino.

2. CARACTERÍSTICAS DE UM PROFESSOR LÍDER A PARTIR DE UMA


PERSPECTIVA GLOBAL, NA DIMENSÃO PESSOAL, NA DIMENSÃO
CORPORATIVA E NA DIMENSÃO ESPIRITUAL.

Liderança Pedagógica Pessoal. É quando você exerce domínio sob o grupo de pessoas que
desfrutam da assiduidade de seu convívio;

Liderança Pedagógica Corporativa. É quando você exerce domínio dentro do contexto da


sociedade. Por exemplo: o Pastor exerce Liderança Pedagógica corporativa no exercício de
seu ministério; o patrão ou o diretor de uma empresa;

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Liderança Pedagógica Espiritual. É quando você influencia e exerce uma diretriz espiritual
na vida do irmão, como no caso de Stanley e Stud na vida de F.B. Mayer.

Então quando eu estiver falando das características do Professor Líder, estarei abordando
características globais, tanto para aquele que exerce Líder Pedagógica no âmbito Religioso,
quanto para aquele que exerce no âmbito corporativo e no âmbito Pessoal.

John Gillsm em seu clássico sobre os grandes avivamentos, escrito em 1795, ele descreve as
qualidades que percebeu na vida de Professores Lideres que transbordaram a amplitude de
suas influencias para além do círculo religioso:

a) Primeira Característica: Eram pessoas inteiramente dedicadas àquilo que se


propunham a fazer.
O verdadeiro Professor que saber exercer Liderança Pedagógica, é aquele que não tem
medo de ser consumido naquilo que faz. Ou seja, o Professor não tem uma agenda secreta,
não tem um objetivo secundário naquilo que ele esteja fazendo.
Exemplo: Ele não tem um objetivo secundário como ficar rico, ou um projeto eclesiástico,
nem político por debaixo dos panos. Que tem objetivos secundários acaba não
conseguindo terminar o projeto principal. Os discípulos estavam com Jesus, mas tinham
um projeto de poder escondido, tinham uma agenda secreta. Qual era a agenda secreta dos
discípulos? Eram que um queria estar ao lado direito ou ao lado esquerdo de Jesus na
implantação do Reino de Deus.

O verdadeiro Professor Líder tem por natureza ser consumido pelo por aquilo que ele
propõe a fazer. Exemplo: Jesus, Paulo.

b) Segunda Característica: Eram pessoas obstinadas por alcançar seus projetos.


Eram pessoas que acreditavam tanto no que faziam, que qualquer demonstração de
indiferença ou negligência era considerada uma traição à causa que abraçaram. O
verdadeiro Professor Líder, não tolera, não aceita que a causa que ele defende, que o
projeto que ele abraçou seja feito de qualquer maneira, ou que haja hesitação.
Essa foi a postura de Paulo com João Marcos. Paulo foi intolerável com João Marcos,
para Paulo foi algo muito grave, onde causou uma contenda com barnabé.
O Apóstolo Paulo tinha essa característica. Fala ao Jovem Pastor Timóteo: Suporta
comigo os meus sofrimentos, como bom soldado de Cristo Jesus (II Timóteo 2.3).

c) Terceira Característica: Eram pessoas plenas de esperança.


Lutavam contra a própria esperança. Abraão creu contra a própria esperança. O provérbio
popular afirma que a esperança é a última que morre. Em Abraão esse provérbio se finda,
porque mesmo quando não tinha nenhuma esperança, Abraão continuou acreditando.
Então podemos definir fé, como aquilo que mesmo que acabem todas as esperanças, eu
continuo crendo. Que as circunstâncias não alteram o caráter de Deus, não altera quem
Deus é.

O Professor Líder não pula do barco. O Professor Líder não tem pára-quedas, ele
permanece com os passageiros. Acreditando que as promessas do Salmo 126 se cumprirão
em suas vidas.
Muitos casamentos não dão certos, porque os cônjuges entram no relacionamento com
pára-quedas. O “Pára-Quedas” chama-se divórcio.

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d) Quarta Característica: Eram pessoas que trabalhavam com propósito
Não temiam o calor do dia, mas livremente se ofertavam ao que faziam. Guardavam nada,
reclamavam nada, alegre e gratamente entregavam tudo àquele que o chamou.
Trabalhavam visando à eternidade, como homens que sabiam que o tempo era curto e que
o dia da recompensa se aproximava.

O Professor Líder ama a causa e não o sucesso que a causa pode trazer. Muitos projetos
que plantamos, que iniciamos, só terão evidencia muitas gerações depois, como afirma o
Escritor da Epístola aos Hebreus, que muitos morreram sem conhecer a evolução do
projeto que implantaram. Deus não nos chamou para fazermos sucesso e sim para sermos
fieis. Irmãos, nós fomos chamados para sermos Fiéis.

Evicklável Ravel, dramaturgo da Tchecoslováquia que liderou o movimento de libertação


do povo Tcheco, da União Soviética. Certa vez ele afirmou: Esperança não é lutar pelo
que vai dar certo; esperança é lutar por que vale a pena. Entendo que essa deve ser a
filosofia do Professor Líder.

e) Quinta Característica: Demonstravam Paciência.


Não se desencorajavam, embora trabalhassem longamente, sem o fruto desejado.
Obedeciam a um imperativo secreto e não se comparavam a ninguém. Buscavam a
excelência pela própria excelência.

Uma das tradições da Reforma Protestante, e, eu entendo que a Igreja Evangélica


Brasileira e americana está se distanciando da Reforma Protestante conduzida por Lutero.
O conceito de Excelência era bem diferente do conceito de ser excelente hoje. Na
Reforma Protestante o conceito de ser excelente era a forma de glorificar a Deus, por isso
que o trabalhador cristão daquela época, entendia que ele teria que fazer o melhor, o mais
excelente, porque fazendo assim estava glorificando a Deus.

Max Weber, sociólogo retrata exatamente isso no seu livro O capitalismo e a Reforma
Protestante. Atualmente o nosso conceito de excelência é utilitário, eu vou ser excelente
porque isso vai me trazer prosperidade, vou ganhar mais dinheiro, vou ser famoso, etc. O
conceito de excelência da reforma era totalmente inverso, hoje é uma coisa utilitária, e
isso é desastroso. Estamos perdendo o objetivo como Igreja de Cristo. A excelência
perdeu o propósito real.

Viviam filosoficamente conforme o Apóstolo Paulo afirmou em I Coríntios 15.58:


“Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes. E que nada os abale. Sejam
sempre dedicados as obras do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de
vocês não será inútil”.

f) Sexta Característica: Combinavam Ousadia com Determinação.


Eles marchavam avante mesmo que inimigos se opusessem e os amigos hesitassem. Nada
temiam! Vestiam-se de coragem sobrenatural para enfrentar inimigos naturais. A ousadia
moral vencia o medo dos homens e do patrulhamento cultural. Encaravam o deus da vã
sabedoria; zombavam do deus que se alimentava da opinião alheia.

O Professor Líder tem a capacidade de combinar dos grandes valores: Ousadia e


Determinação.

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Uma coisa é ousadia e outra coisa é determinação. A Bíblia usa um sinônimo para a
palavra determinação, a Bíblia usa a palavra Perseverança. A Bíblia dá tanto peso a
palavra perseverança que agrega a questão da salvação a perseverança. Assim sendo, a
Perseverança é a rainha de todas as virtudes do homem, nenhuma virtude sem
perseverança vale nada. Outra palavra que é sinônima da palavra determinação, é a
palavra Fidelidade, tanto na raiz grega PHISTEU e FIDES no latim. Fé e fidelidade são
as mesmas coisas. Essa deve ser a qualidade do Professor Líder.

E essa ousadia o Professor Líder demonstra em determinação é o que a Bíblia chama de


Perseverança.

g) Sétima Característica – Amavam a Discrição (Qualidade de ser Discreto).


Embora muito trabalhassem, muito suassem, muito de suas vidas públicas resultavam de
exercícios espirituais que aconteciam no privado. Todos foram muito discretos.

O Professor Líder não precisa fazer propaganda de si mesmo. O Livro de provérbios


afirma isso: que sejam outros lábios os que te louvam. Porque louvar a si mesmo é
desonra. A vida de um Professor Líder deve ser como a projeção de um Iceberg, o que se
mostra é apenas uma pequena parte, porque a maior parte da vida de um Professor Líder
deve estar submersa no seu caráter, na sua fé, na sua honra. Muito do que se vê na vida de
um Professor Líder é a ponta do Iceberg do que acontece no privado.

O Professor Líder não sente a necessidade de se auto gabar, de se auto vangloriar. O


ensino de Jesus é que o Professor Líder deve se relacionar com Deus no secreto.

Então o Professor Líder deve gostar do ambiente secreto. De serem moldado no secreto da
oração e no silencio da meditação. da oração. Outros podem acreditar que você é um
gigante da Fé, menos você. Todos podem crer na propaganda que fazem a seu respeito,
menos você.

h) Oitava Característica – Tomavam Decisões Sólidas.


A trombeta de um Professor Líder Eficaz não emite som incerto. Sua palavra é confiável.
O sim soa como sim, e o não significa não. Essa firmeza transmite-se nas convicções, nos
debates e acima de tudo, nas escolhas. A palavra de um Professor Líder Eficaz transmite
confiança, pois vêm carregadas de convicção.

O Professor Líder Eficaz não tem um som incerto nas suas afirmativas. Sua palavra é
confiável.

i) Nona Característica – O Caráter do Professor Líder é Verdadeiro.


O viver diário fornece ao Professor Líder Eficaz o material que necessita para forjar seus
princípios. Ele rejeita o viver frívolo, não se contenta com o mero ativismo e não tolera a
hipocrisia.

Então vejam que estamos falando de Liderança Pedagógica, que também é um problema
nosso no século XXI, de querermos fazer Lideres no estalar dos dedos. Para se fazer um
Professor Líder leva-se uma vida inteira. Bounds afirmou que se leva 20 anos para se
elaborar um sermão, porque se leva 20 anos para se moldar um ano. Jesus só começou a
Liderar aos 30 anos.

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3. PRINCÍPIOS DE UMA BOA LIDERANÇA PEDAGÓGICA AO ESTILO DE
JESUS.

Primeiro Princípio: Princípio de Confirmação de Liderança Pedagógica.


Todo Professor Líder Eficaz precisa ser confirmado como Professor Líder, precisa confirmar
a sua Liderança Pedagógica. Além disso, é necessário que outros admitem que ele é mesmo
um Professor Líder.

O Próprio Jesus teve que comprovar sua condição de Professor Líder. João descreve seis
confirmações do ministério de Jesus.

A Primeira Confirmação: O próprio Pai (João 5.37);

A Segunda Confirmação: João Batista (João 1.29-31; 5.33-34);

A Terceira Confirmação: Espírito Santo (Mateus 7.29; Marcos 1.22,27; Lucas 4.36);

A Quarta Confirmação: As Escrituras (Isaias 9.6; 53.4-40; 42.1-4; 40.3);

A Quinta Confirmação: As obras realizadas por Ele. Os Milagres;

A Sexta Confirmação: Os Discípulos (João 6.68; 21.24);

Além disso, os Professores Líderes de Hoje, continuam atestando as qualificações


excepcionais de Jesus Cristo.

Portanto, todo Professor Líder deve ser, de certo modo, confirmado também por pessoas de
fora de seu convívio. A necessidade de confirmação é um requisito indispensável a qualquer
tipo de Liderança Pedagógica. Jesus foi confirmado como Professor Líder mesmo antes de
poder Liderar. O mesmo deve acontecer conosco.

Nós, Professores Líderes de hoje, certamente não lideramos com as mesmas qualificações
excepcionais de Jesus Cristo. Mas, mesmo assim, podemos aprender este princípio, extraído
de sua vida: A Chamada para a Liderança Pedagógica precisa ser confirmada.

Segundo Princípio – Capacidade de reconhecer aos que vieram antes de nós.


Jesus disse a seus discípulos que os campos estavam prontos para a colheita, usando,
obviamente, essa ilustração como símbolo da consagração espiritual. E acrescentou: “O
ceifeiro recebe desde já a recompensa e entesoura o seu fruto para a vida eterna; e, dessa arte
se alegram, tanto o semeador como o ceifeiro. Pois no caso é verdadeiro o provérbio: um é o
semeador e outro é o ceifeiro. Eu vos enviei para ceifar o que não semeastes; outros
trabalharam, e vós entrastes no seu trabalho” (João 4.36-38).

Jesus queria que seus discípulos soubessem que tinham um débito de gratidão para com
aqueles que haviam trabalhado antes deles.

Sir Isaac Newton disse: Se consegui ver mais longe do que outros homens, foi porque estava
de pé sobre os ombros de gigantes.
Ele reconhecia o valor dos que haviam aberto o caminho para ele. Recebeu o Título de Pai da
Física, mas não conseguiu sozinho.

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Como Prestar Reconhecimento a Outros.

a) Todo talento e capacidade é dom de Deus (João 3.27).

b) Este presente que nos é dado não deve ser motivo para vanglória. A uns Deus deu
capacidade de liderar, a outros, a capacidade de reconhecer e seguir os bons Professores
Líderes.

c) Devemos reconhecer a agradecer àqueles que nos ajudaram a desenvolver nossas


capacidades. Os atletas olímpicos têm um talento latente, mas isso não basta. Eles
precisam de ajuda, treinamento, correção. Uma halterofilista precisa de um instrutor que o
ensine a respirar corretamente; um corredor precisa que lhe digam se está correndo com os
pés corretamente posicionados, para que não perca segundos preciosos durante a
competição.

d) Devemos agradecer a Deus por nossas aptidões. Já que sei que minha capacidade de
Liderança Pedagógica não foi criada por mim mesmo, devo agradecer a Deus por ter-me
feito como sou.

Terceiro Princípio: Conhecer os seus liderados.


Jesus disse: Eu sou o Bom Pastor; conheço as minhas ovelhas e elas conhecem a mim, assim
como o Pai me conhece a mim e Eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas minhas ovelhas
(João 10.14-15).

O verdadeiro Professor Líder porque conhece os seus seguidores, promove o progresso, o


bem estar de seus liderados. Mostra inteligência, percepção, atualização, mantendo o contato
individual com os liderados.

A propósito, um dos títulos de Jesus é Emanuel, que significa Deus Conosco. Isso significa
que, ao mesmo tempo em que nos lidera, ele jamais nos deixa ou abandona, por mais difícil
que seja o caminho que temos de trilhar.

O verdadeiro desafio dos Professores Líderes de hoje, é saber combinar essas duas qualidades.
Precisamos desse toque de intimidade, ao mesmo tempo em que dizemos: Vamos em Frente.

Quarto Princípio: Coragem e não da Covardia.

A Coragem para não fazer acepção de pessoas.


Observem como Jesus tratou a Nicodemos. Jesus não deu a Nicodemos uma recepção maior e
mais importante do que a qualquer outra pessoa.

A Coragem de tratar a todos iguais sem bajular os mais importantes. Observem como Jesus
tratou a Nicodemos.

De acordo com os padrões de muitos Professores de Marketing atuais, Jesus cometeu um


grande erro pelo modo como falou com Nicodemos. Qualquer curso de marketing ensina que
a primeira coisa que o vendedor tem que fazer é ser agradável com o comprador em
perspectiva; é instruído a usar de lisonja, até mesmo de adulação, a procurar algum ponto
positivo ou de interesse do outro, e tecer comentários favoráveis em torno dele. Aprende
também a mostrar cordialidade e abertura. E, acima de tudo, deve manter sempre um sorriso.

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Muitos Professores quando diante de chefões e os poderosos deste mundo, tendem a diluir
suas convicções, ou, pelo menos, falar delas com o maior cuidado, enfeitando-as e tornando-
as o mais aceitável possível. Evitam ao máximo desapontar as pessoas principalmente no
primeiro encontro. Jesus não respeitou essas regras.

A hora escolhida por Nicodemos para encontrar-se com Jesus indica que um homem na sua
posição havia de sentir-se envergonhado de ser visto em público com aquele novo Rabi
controvertido, de nome Jesus. Nicodemos representa muita gente na nossa sociedade de hoje
que julga estar prestando enorme honra ao cristianismo quando declara: “Nós, autoridades da
letras, árbitros do bom gosto, representantes da opinião pública, jornalistas, escritores,
editores de jornais, comentaristas de televisão, lideres de movimentos sociais e filantrópicos
reconhecemos que Jesus foi um grande mestre.

Como foi que Jesus conseguiu confrontar Nicodemos com Coragem, sem, contudo, deixar de
amá-lo?

Na qualidade de jovem Rabi de Nazaré, sem nenhum diploma ou respaldo das autoridades,
Jesus se deparou com a oportunidade rara de penetrar bem no centro do Sinédrio. Não poderia
haver nada mais agradável para um jovem e ardente Professor Líder espiritual do que ter, por
parte dos homens sábios e influentes, o reconhecimento de ser Ele também um Mensageiro de
Deus. Até porque, o reconhecimento e elogios vêm depois de muitos anos de ministério, e não
no início.

Jesus poderia ter sido absorvido pela lisonja. Poderia ter dito: “Estou honrado com a sua
visita, ou então é um grande privilégio para mim recebê-lo, ou então me sinto privilegiado,
satisfeito em ser reconhecido como enviado de Deus”. Jesus não estava procurando
reconhecimento.

Jesus ouviu as palavras gentis de Nicodemos: “Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de
Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus anão estiver com ele”
(João 3.2).

Quando Nicodemos parou de falar, Jesus não disse: O Senhor veio ao lugar certo. Continue
assim. Jesus olhou para aquele Professor Líder religioso, competente e conceituado, e disse-
lhe apenas: “É preciso nascer de novo”. Não disse aquilo que Nicodemos queria ouvir, nem o
elogiou por ter vindo vê-lo, ou ouvi-lo. Tampouco procurou influenciá-lo para que se tornasse
um dos seus discípulos. Em vez disso, transgrediu todas as boas normas de marketing,
fazendo uma exigência espiritual.

Jesus mostrou coragem, audácia e compaixão. Não se preocupou em ir contra o sistema e nem
ridicularizou Nicodemos. Alguns Professor Líderes tentam construir seus impérios
rebaixando, ridicularizando, zombando, usando de sarcasmo, mantendo secreta a sua
animosidade. Jesus não usou de nenhum desses recursos. Na quietude da noite não hesitou em
manter um debate firme, contudo paciente, com ele.

Imaginem que dividendos renderia tê-lo como um de seus primeiros seguidores. Com que
orgulho Jesus poderia pensar: tenho discípulo no alto escalão. Jesus não deu a Nicodemos
uma recepção maior que daria a qualquer outra pessoa. Jesus não tentou nenhum tipo de
persuasão e nem fez nenhuma promessa; não o dispensou, tampouco, palavra alguma de
elogio ou que demonstrasse ter reconhecido o status daquele homem.

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Em João 19.39, mostra Nicodemos sepultando a Jesus, levando cerca de cem libras de um
composto de mirra e aloés. Juntamente com José de Arimatéia colocaram o corpo de Jesus no
túmulo.

A Coragem de lutar e agir pelo que é certo;


A sociedade recebe de braços abertos os elementos da igreja que aceitam sem relutância todos
os tipos de crença. Nossa cultura é receptiva aos Professores Líderes de Igreja que não fazem
exigências morais rigorosas. O mundo atual parece sempre disposto a receber uma cristandade
sem força moral, irresoluta, que vê Deus em tudo e tudo em Deus. Esse não é o estilo de
Liderança Pedagógica de Jesus.
Em lugar nenhum da Bíblia vemos Jesus pedir a seus discípulos que tenham uma grande
coragem. Ele não precisava dizê-lo. Seu exemplo era suficiente.

A Coragem de pagar o preço de ter coragem.


Os Professor Líderes escolhem suas próprias batalhas, mas não podem vencer todas elas.
Estão sujeitos a perder algumas durante a campanha, mas podem vencer a guerra.
A Liderança Pedagógica é, muitas vezes, uma batalha, e a luta requer coragem. Ter coragem é
fazer o que é certo, independente das conseqüências.

Não precisamos de mais moralistas na nossa sociedade atual; o mundo está cheio delas.
Precisamos, sim, de lideres que nos conduzam corajosamente, que conheçam a verdade e a
proclamem sem medo.

Quinto Princípio: Bondade.


Sempre admirei a maneira como Jesus falava com as pessoas. Sabia se repreender sem
rebaixar, nem menosprezar. Jesus sempre mostrou o lado tenro de sua natureza. Em nenhum
outro lugar isso é tão flagrante como no episodio da mulher adúltera.

Vejam os três Elementos da Bondade:

O primeiro elemento da bondade é a consideração ou gentileza. O Professor Líder sempre


leva em consideração os sentimentos alheios. Jamais procura ferir ou rebaixar alguém
intencionalmente.

O segundo elemento da bondade é a submissão. No sentido bíblico significa submissão a


verdade. Moisés a quem Deus deu o título de o mais manso de todos os homens (Numerosa
12.3), não hesitou em se opor ao erro e defender a verdade.

O terceiro elemento é ser aberto para aprender. Não ser orgulhoso a ponto de não ser
capaz de aceitar a correção. Uma pessoa realmente bondosa nunca para de aprender; mantém-
se sempre na receptiva.

Sexto Princípio: Colocar os Interesses das Pessoas acima das Tradições Humanas.
Jesus no Evangelho de João 5.1-15, cura um homem enfermo por trinta e oito anos, de uma
enfermidade que o deixara inválido, jazia a beira de um tanque de Betesda. Jesus chegou até o
inválido e perguntou-lhe: Queres ser curado? Ele queria, e Jesus o curou. Depois da cura, o
homem pegou o leito onde havia estado por tanto tempo e saiu em direção a sua casa. Aqui
poderia ter terminado essa maravilhosa história. Porém o escritor do evangelho acrescentou
uma informação que explicou a reação da Liderança Pedagógica religiosa ante o milagre: E
aquele dia era sábado.

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Tão logo os Líderes religiosos ficaram sabendo da cura, não se detiveram um instante sequer
para se alegrarem. Nem agradeceram a Deus por ter realizado algo tão extraordinário no meio
deles. Ao contrário ficaram zangados. E disseram ao homem: Hoje é sábado, e não é lícito
carregar o leito. Os Líderes estavam presos às regras necessárias como diretrizes da vida,
tinham-se transformado em cadeias. Os regulamentos tinham aprisionado de tal modo esses
Líderes, que eles já não se importavam mais com as necessidades das pessoas.

Jesus soube romper os costumes. Isto nos mostra outra faceta do estilo de Liderança
Pedagógica de Jesus. Jesus nunca perguntou que dia é hoje para ajudar o próximo. Jesus
amava as pessoas e usavas as coisas, mas os Líderes religiosos amavam as coisas e usavam as
pessoas.

Sétimo Princípio: Ser Generoso.


Agir com generosidade é dar para alguém aquilo que elas não podem obter por si mesmas.
Vejam o caso da alimentação de mais de 5000 pessoas, para o cego foi a visão, na festa de
casamento Jesus supriu-os do que havia de melhor. Para a humanidade Jesus deu a sua vida.

Quando falo de generosidade, quero dizer dar de si sem esperar retorno. O que um Professor
Líder tem a oferecer?

a) Dar do seu Tempo. Em vez de reservar todo o tempo para si mesmo, o Professor Líder o
usa de várias maneiras para servir.

b) Dispensar Atenção. O verdadeiro Professor Líder nunca está por demais ocupado quando
se trata de atender as pessoas.

c) Partilhar Experiência. Os melhores Professor Líderes aprenderam muita coisa durante a


sua escalada até o cargo que ocupam. Portanto, quando alguém os procura, têm a maior
boa vontade em passar adiante o que aprenderam.

Oitavo Princípio: Ser Sincero, Ser Verdadeiro.


Receio que muito de nós desagradaria saber a verdade sobre uma porção de coisas. Ninguém
gosta de ver expostas suas ações imperfeitas. Também agimos assim quando somos elogiados.
Simplesmente não sabemos lidar com a verdade.

O que á verdade? Há um velho ditado que diz: toda história tem três lados: o seu lado, o lado
do outro, e a verdade.

Jesus personifica a verdade, defende a verdade e nunca se desvia dela. (João 1.17). como
discípulos da verdade, temos a responsabilidade de nunca deixar de dizê-la. Embora nenhum
de nós perceba ou conheça toda a verdade, isso não nos dá o direito de evitá-la. O verdadeiro
Professor Líder, entre outras coisas, apóia e defende o que é verdadeiro (Filipenses 4.8).

Na Liderança Pedagógica, mais do que em qualquer outro setor, é preciso que a verdade
apareça. Se as pessoas não puderem crer na palavra de seus Professores Líderes, em quem vão
acreditar? Se os lideres mentem ou tratam a verdade com descaso, que espécie de exemplo
estão estabelecendo para seus seguidores?

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O Professor Líder não pode apenas falar sobre a verdade; precisa aprender a falar a própria
verdade. Isto nem sempre é fácil fazer.

Hoje está existindo dentro da Liderança Pedagógica a manipulação da verdade. Quando


falamos menos que a verdade, estamos mentindo. E há muitas maneiras de fazê-lo. Aqui estão
algumas:

Cantar hinos de consagração de vida, quando não há disposição de entrega total.


Manter silêncio quando deveríamos falar. Nossos silêncios muitas vezes implicam em
concordância ou consentimento.
Falar quando deveríamos estar calados.
Fazer promessas que não temos intenção de cumprir.
Dizer as pessoas: Você precisa ir me visitar, sabendo que, se isto acontecer, vai nos
incomodar.
Deixar que os outros creiam que fizemos conquistas espirituais, que, de fato, não fizemos.

Os judeus do passado tinham um ditado: “Aquele que empenha a sua palavra e depois se
retrata, é tão mau quanto os que adoram ídolos”.

Não basta dizer a verdade. Como a dizes é também importante. O Professor Líder precisa
falar a verdade, mas seguindo a verdade em amor (Efésios 4.15).

Vejam como Jesus se apresenta à Igreja de Laodicéia. Jesus se apresenta como sendo a
Testemunha Fiel e Verdadeira.

Temos aqui duas qualidades a respeito Professor Líder: Fidelidade e Verdade. Duas
qualidades que vêm juntas e que requer de todo Professor Líder. Que seja uma pessoa fiel e
que seja pessoa verdadeira.

Um Professor Líder fiel é aquele que guarda o que recebeu com zelo, e um Professor Líder
verdadeiro é aquele que transmite o que recebeu com verdade.

Vejam bem, Jesus é Professor Líder fiel, porque guardou como homem as palavras que
recebeu de Deus até o fim. Foi fiel. A Bíblia nos afirma que tendo Jesus os amados, amou-os
até o fim. Suas últimas palavras na Cruz foram: Consumado Esti. Está tudo Consumado.
Jesus é a testemunha fiel, porque o que empreendeu a fazer não deixou pra traz, não deixou no
meio do caminho.

Vejam que ele não é apenas o Professor Líder Fiel, mas também é o Professor Líder
Verdadeiro. O Professor Líder verdadeiro está comprometido com a verdade. Jesus se
identifica para com a Liderança Pedagógica da Igreja de Laodicéia porque os Professores
Líderes não eram identificados com a verdade, a Liderança Pedagógica dessa Igreja vivia no
embalo de suas próprias riquezas, embriagados com a exuberância de suas próprias famas,
embriagados com a exuberância dos tapinhas nas costas, que davam uns aos outros: nós
somos jóias, nós somos muito bons. E esse negócio entrou na cabeça deles, e jogaram fora a
verdade.

Por isso Jesus vem a dizer: Eu sou o Professor Líder verdadeiro, tenho compromisso com a
verdade. Porque a verdade foi e é o alicerce do ministério de Jesus (João 17.7).

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Irmãos a verdade é a companhia dos santos;
Irmãos a verdade é a real professora mestra dos simples;
Irmãos a verdade é a protetora dos fracos;
Irmãos a verdade é o fio de prumo dos justos;
Irmãos a verdade é a doutrina dos mansos.
Irmãos a verdade é aquela que vive, mesmo no meio de controvérsias, mesmo quando ela é
esquecida na arrogância, mesmo quando ela é distorcida pela malícia humana, mesmo quando
ela é questionada em nossos desesperos, a verdade permanece.

Queridos Professores, na nossa conversão, nós não só nos convertemos a Jesus, mas também
nos convertemos a sua verdade. Temos compromisso com a verdade, você é filho da verdade,
nunca podemos barganhar com a verdade. Porque a Bíblia Sagrada é taxativa em afirmar:
Que o Senhor Jesus que fala é o Professor Líder Fiel e Verdadeiro.

Qual o problema da Liderança Pedagógica moderna? É que os Professores Líderes querem


negociar com a verdade, mexer com ela e fazer com que ela se adapte a maneira que eles
gostariam que ela fosse.

Nono Princípio: Capacidade de Perdoar.


O Perdão é um processo mental ou espiritual de cessar o sentimento de ressentimento ou raiva
contra outra pessoa ou contra si mesmo, decorrente de uma ofensa percebida, diferenças, erros
ou fracassos, ou cessar a exigência de castigo ou restituição.

O Perdão pode ser considerado simplesmente em termos dos sentimentos da pessoa que
perdoa, ou em termos do relacionamento entre o que perdoa e a pessoa perdoada. É
normalmente concedido sem qualquer expectativa de compensação, e pode ocorrer sem que o
perdoado tome conhecimento (por exemplo, uma pessoa pode perdoar outra pessoa que está
morta ou que não se vê há muito tempo). Em outros casos, o Perdão pode vir através da oferta
de alguma forma de desculpa ou restituição, ou mesmo um justo pedido de Perdão, dirigido
ao ofendido, por acreditar que ele é capaz de perdoar.

O Perdão não é o esquecimento completo e absoluto das ofensas, mas é lembrar sem raiz de
amargura. Vem do coração, é sincero, generoso e não fere o amor próprio do ofensor. Não
impõe condições humilhantes tampouco é motivado por orgulho ou ostentação. O verdadeiro
Perdão se reconhece pelos atos e não pelas palavras.

O Perdão é a cura das memórias, a assepsia do coração, a faxina da alma. O Perdão é


uma necessidade vital e uma condição indispensável para termos uma vida em paz com Deus,
com nós mesmos e com o próximo. Uma vez que somos falhos e pecadores, estamos sujeitos
a erros. Por essa razão, temos motivos de queixas uns contra os outros. As pessoas nos
decepcionam e nós decepcionamos as pessoas.

É impossível termos uma vida cristã saudável sem o exercício do Perdão. Quem não
perdoa não pode adorar a Deus nem mesmo trazer sua oferta ao altar. Quem não perdoa tem
suas orações interrompidas e nem mesmo pode receber o Perdão de Deus. Quem não perdoa
adoece física, emocional e espiritualmente. Quem não perdoa é entregue aos verdugos da
consciência. O Perdão, portanto, não é uma opção para o crente, mas uma necessidade
imperativa.

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O Perdão é uma questão de bom senso. Quando nutrimos mágoa no coração, tornamo-nos
escravos do ressentimento. A amargura alastra em nós suas raízes e produz dois frutos
malditos: a perturbação e a contaminação. Uma pessoa magoada vive perturbada e ainda
contamina as pessoas à sua volta. Quando guardamos algum ranço no coração e nutrimos
mágoa por alguém, acabamos convivendo com essa pessoa de forma ininterrupta. Se vamos
descansar, essa pessoa torna-se o nosso pesadelo. Se vamos nos assentar para tomar uma
refeição, essa pessoa tira o nosso apetite. Se nosso propósito é sair de férias com a família,
essa pessoa pega carona conosco e estraga as nossas férias. Por essa razão, perdoar não é
apenas uma questão imperativa, mas, também, uma atitude de bom senso. O Perdão alivia a
bagagem, tira o fardo das costas e terapeutiza a alma.

Mas, o que é Perdão? Perdão é alforriar o ofensor. Perdoar é não cobrar nem revidar a
ofensa recebida. O Perdão não exige justiça; exerce misericórdia. O Perdão não faz registro
das mágoas. Perdoar é lembrar sem sentir dor.

Até quando devemos perdoar? A Bíblia nos diz que devemos perdoar assim como Deus em
Cristo nos perdoou. Devemos perdoar de forma ilimitada e incondicional. Devemos perdoar
não apenas até sete vezes, mas até setenta vezes sete.

Por que devemos perdoar? Porque fomos perdoados por Deus. Os perdoados precisam ser
perdoadores. No céu só entra aqueles que foram perdoados; e se não perdoarmos, não
poderemos ser perdoados. Logo, todo crente em Cristo precisa praticar o Perdão.

Quem deve tomar iniciativa no ato do Perdão? Jesus disse que se nos lembrarmos que
nosso irmão tem alguma coisa contra nós, devemos ir a ele. Não importa se somos o ofensor
ou o ofendido. Sempre devemos tomar a iniciativa, e isso com humildade e espírito de
mansidão. Precisamos entender que o tempo nem o silêncio são evidências de Perdão. É
preciso o confronto em amor. Há muitas pessoas doentes emocionalmente porque não liberam
Perdão. Há muitas pessoas fracas espiritualmente porque não têm a humildade de pedir e
conceder Perdão. Precisamos quebrar esses grilhões, a fim de vivermos a plenitude da
liberdade cristã.

O Perdão é a manifestação da graça de Deus em nós. Se nos afastarmos de Deus, nosso


coração torna-se insensível. Porém, se nos aproximarmos de Deus, ele mesmo nos move e nos
capacita a perdoar assim como ele em Cristo nos perdoou.

O Professor Líder verdadeiro, é capaz de perdoar porque já enfrentou o que é ser perdoado. O
Professor Líder eficiente é aquele que perdoa. E se reconcilia com o faltoso, sem nenhuma
amargura.

4. COMO IDENTIFICAR UM PROFESSOR LÍDER.


Liderança Pedagógica basicamente é influencia; toda pessoa que influencia a outra é um
Professor Líder. Um ancião chinês definiu assim o que é Liderança Pedagógica: Há apenas
três tipos de pessoas no mundo: aqueles que não se mexem, as que são movíveis, e as que
movem outras. Liderança Pedagógica é o pacto entre aqueles que querem ser movíveis e os
que possuem a habilidade de mover.

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A palavra Liderar é uma palavra anglo-saxônica, se origina no Inglês “TO LEADE”, que
lignifica literalmente tomar pela mão. O que é liderar é tomar pela mão. Exemplo atravessar o
cego numa rua movimentada. Portanto, Liderança Pedagógica não se confunde com um cargo
ou com títulos, mas é um poder que consegue moldar, mover ou mudar outras pessoas.

O que é um Professor Líder? De que são feitos Professores Líderes? O que Caracteriza um
Professor Líder? Peter Drucker propõe uma definição que nos parece definitiva: “a única
definição de um Professor Líder é alguém que tem seguidores”. O que leva um homem a ter
seguidores? O Carisma? A Inteligência? A Cultura? A Fluência Verbal? A Força? A Garra?

Certamente não seguimos ninguém por sua inteligência, ou sua cultura, ou sua força, ou
qualquer desses atributos. Podemos admirá-los, sim, mas não segui-los. Muito menos por essa
coisa fluida e indefinida a que chamamos “carisma” (que, aliás, alguns Professor Líderes
parecem possuir, mas muito e muitos não tem, nem nunca tiveram). Nós apreciamos,
admiramos, amamos... Mas não seguimos.

O Professor Líder segue e persegue seus sonhos. Perseguem as visões derivadas de seus
sonhos, que traduz sua ânsia de realização pessoal. Os homens seguem aqueles Lideres que,
encarnam sua visão que lutam por ela e que podem levá-los a realizá-la.

Nesse tempo de modismo evangélico, gostaria de dizer uma coisa em que acredito no meu
coração, é que a verdade nunca é totalmente nova, todas as vezes que a gente ouve a verdade,
temos a seguinte convicção eu sempre entendi desse jeito, não sabia era me expressar assim.
Graças a Deus que agora sei como é de verdade. Essa é a sensação que a verdade deixa dentro
da gente. Todas as vezes que você ouve uma verdade e a sensação é de que é uma verdade
totalmente nova, muito provavelmente é uma mentira. Lembre-se dos ensinos de Jesus, todos
os ensinos de Jesus estão no Antigo Testamento. A diferença não era que o ensino era novo,
mas a autoridade de como Ele ensinava.

O Professor Líder é aquele que quando fala de seus sonhos quem o ouve afirma era isso que
eu sempre cria e entendia.

Oswald Sanders em seu Livro Liderança Pedagógica Espiritual elaborou algumas


qualidades que podem ajudar a identificar um Professor Líder Eficaz.

O Professor Líder tem Autodisciplina. Ele geralmente não tem patrão. E quem deseja
ajudar outro a se disciplinarem, precisa disciplinar-se a si próprio. Quem esta no comando
precisa saber dominar o seu coração. O Apóstolo Paulo tinha essa qualidade (I Coríntios
9.27). Uma das grandes falhas nas Faculdades de Administração, nos Seminários Teológicos
é que não se ensina o Professor Líder a se autodisciplinar. Não geram pessoas que se
autodisciplinam. Muitos projetos não se concretizam porque o Professor Líder não está na
dianteira.

O Professor Líder tem Autocontrole. A Bíblia chama de Temperança. O Professor Líder


precisa saber parar, precisa ter os seus apetites sob controle, se não perde o respeito dos
liderados. Nenhuma pessoa que se descontrola em circunstâncias difíceis consegue liderar
porque perde o respeito e a confiança. Ele precisa manter-se calmo nas crises, flexível nas
adversidades e nos desapontamentos. O Professor Líder precisa ter autocontrole nas questões
de dinheiro, nas questões sexuais. Se não como irá tratar de assuntos com as mulheres da
Igreja.

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O Professor Líder é Autodidata. Ele não se contenta com o anel no dedo, não se contenta
com o título. Ele tem sede de aprender cada vez mais.
O autodidata é aquele que estuda de tudo para ter uma mente independente.
O autodidata tem essa qualidade: ele consegue pensar independentemente. A mente dele não
está encabrestada. Embora use o máximo de pensamento alheio, o Professor Líder Eficaz não
pode permitir que outros pensem por ele ou que tomem decisões em seu lugar.
Os medíocres são aqueles que entendem que não precisam aprender mais. Se você observar as
pessoas que estão na vanguarda do processo são pessoas que querem aprender cada vez mais.
O autodidata é aquele que estuda de tudo para ter uma mente independente,

O Professor Líder Consegue Receber Críticas Objetivas e Permanecer Firme. Se você


não gosta de ser criticado, não queira ser Professor Líder, não queira ser pastor, porque quem
está na frente, quem lidera está no foco das críticas.

O Professor Líder recicla as críticas em maturidade. O Professor Líder sempre está


exposto, está sempre vulnerável a críticas.

O Professor Líder Consegue Trabalhar Criativamente os seus Desapontamentos. Por


que? Se existe uma dimensão que o Professor Líder precisa ter é ser desapontado. O Professor
Líder deve ser um idealista. Muitas das vezes se sentir só, se sentir desapontado,
decepcionado, mas a qualidade do Professor Líder é saber reciclar esse desapontamento, se
não ele se acaba. O Professor Líder sabe lidar tanto com as vitórias, quanto o fracasso. Esse é
problema da nossa geração, não sabemos lidar com o fracasso.

O verdadeiro Professor Líder sabe lidar com os desastres da vida. Tem hora na vida que o
Professor Líder precisa saber lidar com o fracasso. O Apostolo Paulo nos ensina sobre essa
questão.

O Professor Líder Possui Habilidade de Manter a Disciplina sem Precisar ter que
Recorrer a um Show de Autoridade. O Professor Líder que precisa usar expressões como:
Você sabe com quem está falando? Eu exijo respeito. Não toques no ungido de Deus. Quem
usa dessas expressões, está com problemas sérios na sua Liderança Pedagógica. Porque
respeito não precisa exigir, respeito é inerente sem precisar ser cobrado, quando a cobrança
não gera respeito, gera subserviência. Quem exige respeito, não é mais Professor Líder. A
verdadeira Liderança Pedagógica é uma qualidade interna que requer serenidade e nunca uma
demonstração desnecessária de força.

O Professor Líder é Digno de Receber a Bem-aventurança concedida aos Pacificadores.


A Bem-aventurança dos pacificadores é que eles serão chamados Filhos de Deus. O Professor
Líder é um Pacificador, não espalha dissensão entre as pessoas. O Professor Líder Eficaz sabe
que é bem, mais fácil manter a paz do que restabelecer a paz, quando foi quebrada. Uma
função importante da Liderança Pedagógica é a reconciliação a habilidade de descobrir
terreno comum entre pontos de vista divergente, induzindo as partes a aceitá-la.

Queridos, geralmente quando acontece uma dissensão numa Igreja, na Escola Dominical,
umas das partes sempre querem se aliar ao lado do Professor. Nunca brigam entre si, mas
colocam o Professor contra alguém. Se o Professor não tiver maturidade e se encantar com
aquele rasga seda que estão fazendo a Ele, ele não promove a paz e sim a discórdia no
ambiente. O Pacificador, não toma partido, ele identifica as qualidades para que através
dessas qualidades a paz seja evidenciada.

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O Professor Líder não teme quando precisa confrontar situações difíceis e delicadas. O
Professor Líder não se intimida com essas circunstâncias difíceis. Circunstâncias difíceis não
são empecilhos, são desafios a serem conquistados.

O Professor Líder sabe conduzir as pessoas de tal maneira que elas se sentem felizes em
fazer algo legítimo que normalmente não estariam inclinadas a fazê-lo. A qualidade do
Professor Líder é levar as pessoas a fazerem coisas que normalmente não fariam.

O Professor Líder é capaz de aceitar oposições ao seu ponto de vista e à sua decisão, sem
considerá-la uma afronta pessoal e sem reagir como se a pessoa estivesse desafiando-a.
Se você não quer ser criticado, não faça nada, não se empreenda em nada, não seja nada.
Quase todos nós lutamos com o problema de como enfrentas as críticas. É duro aceitá-la
mesmo quando são justas. Mas quando são injustas, ou feitas pelas costas, sem dar
oportunidade de defesa ou explicação, é pior ainda.

Ninguém está imune às críticas. Veja o exemplo de um golpe desferido contra uma pessoa
conhecida: “Ele não é nada melhor que um assassino. Traiçoeiro com os amigos, hipócrita na
vida pública, um impostor que abandonou todos os bons princípios, se é que alguma vez os
teve”. Esse comentário foi feito a George Washington.

Vejam o que falaram de Abraão Lincoln: “O Presidente é um palhaço de última categoria.


Um verdadeiro Gorila. Quem anda à procura de macacos não seja tolo a ponto de se dar ao
trabalho de viajar até a África, pois é facílimo encontrar um deles em Springfield, Illinois”.

Críticas feitas a Jesus:

Ele é comilão e beberrão (Mateus 11.19; Lucas 7.34).


Ele tem demônio (João 7.20).
Não guarda o Sábado (João 9.16).
Ele engana o povo (João 7.12).
Ele é um malfeitor (João 18.30).

Se homens como Abraão Lincoln, George Washington, que foram considerados os melhores
presidentes de toda a história dos Estados Unidos da América, se o próprio Senhor e Salvador
Jesus Cristo é agredido moralmente, não é de espantar que Professor Líderes como nós
tenham a sua quota de reclamação.

A grande questão é: Como lidar com as Críticas?


A primeira reação do Professor Líder Eficaz é ouvir. Nossos críticos podem estar falando a
verdade. Pode ser que não façam com delicadeza e tato, mas a verdade continua verdade.

Como disse Abraão Lincoln quando lhe contaram que o secretário de estado o havia chamado
de tolo: Stanton é um homem sábio. “Se ele disse que sou tolo, o melhor que tenho a fazer é
pensar no assunto”.

Portanto, a primeira atitude ao ouvir uma critica é pensar sobre Ela. É ouvir. A segunda é se a
crítica é justa, precisamos corrigir o que for possível. A terceira, precisamos nos preparar para
as críticas que ainda estão por vir.

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Uma secretária executiva aprendeu a fazer isso muito bem. Ela escreveu uma oração e deixou
impressa ao lado do telefone: “Senhor Deus, tu sentiste ódio dos pecadores e os amastes.
Ajuda-me a lembrar que podes me ajudar a amar os que me criticam”.

Lembre-se: Perfeito foi apenas um Professor Líder, e, mesmo assim, foi criticado.

Os Professor Líderes devem esperar oposição e jamais se surpreenderem quando essa


oposição acontece.
A oposição nos policia, a oposição nos faz ficar mais vigilante. A melhor coisa de um
Professor Líder é ter oposição no seu ambiente. O grande desafio do Professor Líder Eficaz é
conviver com a oposição e tirar grandes lições dessa relação.

A oposição não deve perturbar o Professor Líder. Não deve desmotivar o Professor Líder.
Como devemos tratar a oposição: a primeira coisa é não ignorá-la. Não considerá-la
insignificante. Levá-la a sério.

A segunda coisa é não evitá-la. A oposição não deixar de existir apenas porque você a evita.
Aprenda a conviver com a oposição, até porque, ela vai te dar muitos subsídios importantes.
A visão de alguém de fora do problema, muitas das vezes é a solução para o problema.

O Verdadeiro Professor Líder tem poucos amigos, mas todos muito leais. Porque quando
ele se expõe, só se expões para poucas pessoas, porque se Ele se expor para muitas pessoas, a
maioria vai se escandalizar, e o Professor Líder precisa se preservar. Algumas pessoas não
podem se relacionar com o Professor Líder.

Por exemplo: Judas Iscariotes não podia se relacionar com Jesus. Se fizermos um estudo
detalhado da vida de Judas, nós vamos descobrir que Judas traiu a Jesus porque Ele se sentiu
decepcionado com Jesus, Judas não conseguiu entender a realidade bíblica de que o Messias
seria frágil, iria apanhar, iria sofrer, iria morrer, conjeturando, na cabeça de Judas, já que Ele
está dizendo que vai morrer, esse projeto não deu em nada mesmo, pelo menos eu vou ganhar
alguma coisa.

Então a gente aprende que o círculo de amigos do Professor Líder são poucos, mas são
amigos leais onde demonstra a força de sua Liderança Pedagógica. Jesus tinha três amigos
mais chegados, e um, que era o amigo do peito.

O Professor Líder não se alimenta indevidamente de elogios e aprovação. Ele consegue


manter-se firme diante da desaprovação e até mesmo a perda temporária da confiança.

O Professor Líder se sente à vontade na presença de superiores e de estranhos.

O Professor Líder deixa que seus liderados se sintam à vontade na sua presença. Ele
consegue criar um clima de compreensão, simpatia e amizade. O Professor Líder deve ser
cortejado, sua presença deve ser almejada, porque promove o bem estar entre as pessoas.

O Professor Líder se interessa pelas pessoas e não pelo que elas conseguem produzir. O
Professor Líder Eficaz não tem preconceitos. Uma pessoa anti-social dificilmente se torna
Professor Líder. O Professor Líder não pode estar interessado no que a pessoa é capaz de
fazer, mas no que a pessoa é.

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O Professor Líder tem tato. Existe uma coisa que em administração agente aprende que é
Níveis de Competência. O Professor Líder precisa entender o seu nível de competência, e não
assumir posições que ele não tenha capacidade para realizar. Esse é um problema sério do
meio evangélico. Deus respeita o nosso nível de competência, Deus não entregou 05 talentos
para todos, entregou segundo o nível de competência de cada um.

Vejam o caso de Barnabé em Antioquia. Antioquia era uma cidade culta cheia de
Universidades, imagine quando Barnabé começou a evangelizar os doutores, os universitários,
ele analisou o seu nível de competência e mandou chamar o Apóstolo Paulo para ajudá-lo. O
Professor Líder não pode ter medo do seu nível de competência, não pode ser medíocre a
ponto de afirmar, aqui ninguém pode ser maior que eu. O verdadeiro Professor Líder é aquele
que tem a seguinte lógica, se precisamos chamar alguém para nos ajudar, esse alguém tem que
ser melhor do que nós, porque precisa aumentar o nosso nível de competência. Se você
chegou no topo do seu nível de competência, como vai crescer, precisa de alguém para
romper o seu nível de competência. Então o Professor Líder consegue antecipar o efeito
provável de uma decisão antes de anunciá-la.

O Professor Líder tem força de vontade; é constante. Um Professor Líder vacilante não se
manterá em sua posição por muito tempo. O Professor Líder é perseverante.

O Professor Líder não alimenta ressentimentos; esquece as injúrias que lhe são
dirigidas. O Professor Líder não guarda rancor. Mesmo quando alguém vacila com ele, não
guarda rancor, como Paulo que manda João Marcos vir ter com Ele porque considerava
importante João Marcos para o seu ministério.

O Professor Líder é razoavelmente otimista. O pessimismo não casa com o comportamento


de quem quer levar os outros a sonhar. Não é um otimista responsável. É um otimista realista.

O Professor Líder é tomado por uma paixão avassaladora. Ele age como agia o Apóstolo
Paulo, que afirmava: “Uma coisa faço” (Filipenses 3.13). Essa motivação única focalizará as
suas energias, forças e empenho na direção do objetivo almejado. A maioria das pessoas não
consegue alcançar os seus sonhos, porque são pessoas que não tem foco. O Professor Líder é
focado nos seus objetivos.

O Professor Líder é Aquele que Presta Reconhecimento aos que o Precederam. Todo
talento e capacidade é dom de Deus. João Batista se expressou muito bem sobre isso: “O
homem não poder receber coisa alguma se do céu não lhe for dada” (João 3.27).

Isaac Newton afirmou: “Se vi mais longe do que outros homens, foi porque estava de pé sobre
ombros de gigantes”. Ele havia reconhecido o valor dos que haviam aberto a caminho para
Ele. Recebeu o título de “Pai da Física”, mas não conseguiu isso sozinho. Hoje colhemos o
que outros plantaram (João 4.36-38).

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5. HABILIDADES CONTUNDENTES NOS PROFESSOR LÍDERES QUE EM
OUTRAS PESSOAS.

a) O Verdadeiro Professor Líder toma consciência dos talentos e habilidades dos


Outros.
Somente um verdadeiro Professor Líder consegue captar o potencial latente naqueles que
desfrutam da assiduidade de seu convívio, canalizando-os para um objetivo ou causa
específica. Jesus nos dá um exemplo maravilhoso de encontrar habilidades em outras pessoas.
Quem escolheria aqueles Homens para fazer parte da implantação do Reino de Deus na Terra.

b) O Verdadeiro Professor Líder faz com que as pessoas se sintam valorizados e não
apenas úteis.
As pessoas que não estão sob uma Liderança Pedagógica eficaz tendem a dispensar seus
talentos em projetos maiores que sua realidade permite, terminando invariavelmente
frustrados a novas iniciativas. O Professor Líder Eficaz consegue dar moderação e clareza
quanto as reais condições das pessoas.

c) O Verdadeiro Professor Líder faz com que as pessoas se sintam valorizadas e não
apenas úteis.
Em qualquer empreendimento, é comum se tratar às pessoas apenas meios de alcançar os fins
que o próprio Professor Líder imaginou. Isso despersonifica as pessoas e lhes rouba a
dignidade. O Professor Líder Eficaz faz com que as pessoas trabalhem por uma causa ou
projeto sem jamais deixar que eles se sintam meros objetos.

d) O Verdadeiro Professor Líder sabe distinguir os potenciais.


Nem todas as pessoas são iguais. O verdadeiro Professor Líder está sempre pronto a
reconhecer entre pessoas diferentes, capacidades diferentes. Há níveis de inteligência,
diferença de talentos. O Professor Líder Eficaz faz com que as pessoas capazes sejam,
magnânimas e as menos talentosas se sintam enobrecidos.

e) O Verdadeiro Professor Líder consegue esmerar a disciplina e a ordem.


Sem que as pessoas sejam suficientemente motivadas, a tendência normal é a desorganização,
perda dos objetivos fins e que a eficiência seja anulada. O verdadeiro Professor Líder mantém
não apenas seus objetivos, mas as pessoas sob disciplina e organizadas, todos almejando os
mesmos alvos.

6. LIDERANÇA PEDAGÓGICA E PLANEJAMENTO


Todas as tarefas bem realizadas precisam ser feitas duas vezes. Se você quiser fazer uma coisa
bem feita ela precisa ser feita duas vezes. Primeiro acontece mentalmente. Nas mentes dos
que desempenham seus papéis de Liderança Pedagógica. Depois elas se concretizam na
conjugação dos esforços de Lideres e Liderados. Essa primeira etapa, que chamamos de pré-
meditação ou reflexão, tem um termo técnico que se chama de planejamento.
Todas as pessoas planejam de maneira mais ou menos inconsciente. Uma das qualidades
humanas essenciais é imaginar, idealizar o que acontecerá antes mesmo que algo se torne
numa realidade.
Existe uma expressão em administração que é BRAINSTORMING. De autoria de Alex
Osborn, muito utilizada nos Estados Unidos da América, principalmente em áreas de relações
humanas, publicidade e propaganda. O que é uma tempestade de idéias? É você colocar no
papel tudo o que você esta premeditando.

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Procuremos predeterminar, ou planejar com antecedência, circunstâncias possíveis. Quem é o
Professor Líder? O Professor Líder é aquele que desenvolve essa capacidade de maneira mais
articulada ou mais eficiente que outras pessoas. Na maioria dos estudos sobre as funções
próprias de Liderança Pedagógica, a palavra planejamento aparece no alto da lista de
prioridades.

Quem não consegue planejar não consegue ser Professor Líder. Os Professor Líderes
precisam planejar suas aulas, e quanto melhores eles se mostrarem nessa fase, tanto mais
provavelmente eles serão bem sucedidos. Portanto, vamos descobrir o que está incluído no
processo de planejamento.

Como se dá o processo do Planejamento?

a) Análise e Prognóstico.
Antes de empreender uma tarefa, o Professor Líder deve observar cuidadosamente quais são
as condições vigentes. Analise o que você vai fazer antes de começar. Deve perguntar: por
que este trabalho deve ser feito.
Quais as opções de ação?
Quais as avenidas que eu posso tomar?
Quais as alternativas, caso não dê certo?
Em caso de sucesso, como administraremos os resultados?

A conversa de Getúlio Vargas com Graça Aranha... Os Estados Unidos, no Iraque. Os Jovens
hebreus na Babilônia estavam preparados para caso desse certo e caso desse errado.

b) Estabelecimento de Propósitos e Alvos.


O Professor Líder tem idéias claras acerca das razões existentes por detrás de uma empreitada.
A esse resultado desejado é que denominamos de objetivo. O Professor Líder deve saber
exatamente aonde quer chegar. Por que está ensinando? Por que estou fazendo isso? A melhor
definição de fanatismos é quando eu dobro os meus esforço num trabalho que eu não sei o
que estou fazendo.

Se você não sabe o que está fazendo e porque está fazendo, é melhor parar, porque se não é
fanatismo.

c) Esboço de um Curso específico de Ação.


O Curso específico de ação. Chamamos de programação. O que é? É uma lista de
providências que deverão ser tomadas para que os propósitos e objetivos sejam alcançados.
Os resultados só serão alcançados se houver um esboço do que precisa ser feito para que se
alcance os objetivos. Algumas perguntas serão feitas: Qual o trabalho será feito? Em quais
etapas?

d) Cronograma
O que é um cronograma? É você saber as etapas de como as coisas vão acontecer. A melhor
coisa que pode acontecer com o Professor, é ele realizar as coisas sem pressão, sabendo
exatamente como as coisas irão acontecer.

Imagine você com a responsabilidade de pregar no domingo e no sábado você não tem o
sermão preparado. A preparação de um cronograma, que será obedecido para se saber o
tempo gasto na conclusão dos objetivos.

24
Quando? Com um determinado número de dias ou meses, ou anos deve-se esperar que o
projeto esteja na fase “X”. Isso é um cronograma. Assim, sabe-se e avalia-se o andamento do
projeto para não ter surpresas desagradáveis no final. Em termos de planejamento é essencial.

Exemplo: A Gravidez.

e) Declaração de Métodos Propostos e da maneira de Proceder.


Todo Plano deve ser prático e exeqüível. Vejam bem, o processo de planejamento precisa
levar em conta a probabilidade mínima daquele projeto acontecer. Porque se for levado em
conta que a aquela aula não pode acontecer, no mínimo, o Professor Líder cai no vazio ou no
ridículo, produzindo uma tremenda frustração, uma decepção enorme na Liderança
Pedagógica.

Faz-se necessário que haja bom senso. Portanto, o Professor Líder deve ser capaz de dizer,
com antecedência, quais os métodos apropriados e disponíveis que serão usados em cada
passo do programa por ele esboçado.

Vejam a proposta de Jesus para evangelização do mundo em Marcos 16.15, está linquada,
interligada com Atos 1.9. Todo projeto no mínimo tem que ser exeqüível.

Avaliação de Recursos.
Nos estudos sobre as funções de Liderança Pedagógica, essa é denominada de orçamento. A
maior parte dos planos requer que se dê certo grau de atenção às despesas envolvidas, e como
os fundo serão levantados, partilhados e gastos.

O orçamento significa não só o que vou pagar, mas como vamos administrar mês a mês. O
brasileiro não tem cultura de orçamento. Temos que administrar os recursos, porque eles são
limitados. Quando os recursos são ilimitados, não precisamos administrar esses recursos.

Exemplo: O Ar. Outro exemplo interessante é comparar a vida do adolescente com o ancião...
A bacia de Jabuticaba... O sábio administra o tempo como se fosse a última jabuticaba da
bacia. Avaliar recursos é administrar como secada recurso fosse o último.

Existe uma expressão latina CARPEN DIEM. Carpe Diem é uma frase em latim de um
poema de Horácio, e é popularmente traduzida para Colha o Dia ou Aproveite o Momento.
É também utilizado como uma expressão para solicitar que se evite gastar o tempo com coisas
inúteis ou como uma justificativa para o prazer imediato, sem medo do futuro.

Também significa valorize o seu dia, valorize o seus filhos, porque chega uma hora que ele
vai embora.

Então o Professor Líder na sua avaliação deve considerar com o que o trabalho será feito. Isso
leva ao orçamento e às considerações sobre as instalações e sobre o material necessário.
Existe uma irresponsabilidade por parte de algumas Igrejas e alguns pastores sobre a questão
de finanças.

As benevolências do amanhã, biblicamente não está garantido para ninguém. Por isso cada
recurso deve ser bem administrado, porque eu preciso a me precaver a possibilidade de
amanhã de estar tudo dando errado. José no Egito. Essa capacidade de precavermos tem que
estar no que chamamos de Orçamento. Se você gastar mais que ganha, você vai quebrar.

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f) Avaliação de Pessoal
Os Lideres resolvem, com antecedência, quantas pessoas serão necessárias para levar a cabo
um programa ou projeto e quais as qualidades ou habilidades que essas pessoas devem ter.
Todo projeto você precisa de recursos financeiros e de recursos humanos. Quem fará o
trabalho? Deve ser uma pergunta com total imparcialidade emocional.

Uma boa Liderança Pedagógica é aquele que aprende com seus fracassos, com as suas
limitações. Experiência é a gente ter essa base que já foi feita por alguém ou por nós mesmos,
essa bagagem na vida que nós fizemos ou outro fez, só alcançamos com a humildade de
querer aprender. Por isso temos que estudar as grandes biografias dos grandes homens, e são a
partir dessas vivencias de vitórias e triunfos que vamos concretizar os nossos projetos. Isso
leva à seleção do pessoal e à distribuição de tarefas específicas, de conformidade com as
aptidões e dons das pessoas disponíveis.

g) Conformidade diante das Normas e Padrões.


Todo plano é traçado dentro de um arcabouço de normas. Em outras palavras, existem razões
e padrões que guiam cada ação efetuada pela organização. O Professor Líder deve,
naturalmente, ser guiado pelos princípios e pelas normas que foram pactuadas antes do
projeto começar.

Hoje existe uma tendência em pleno século XXI de algumas Igrejas de judaizar o evangelho.
Estamos fazendo Festas dos Tabernáculos, Maquetes do Tabernáculos, vestes sacerdotais,
Shofar, estamos adotando as normas Judaicas dentro do Evangelho. Precisamos estudar
melhor a Carta aos Gálatas.

h) Avaliar Periodicamente o Projeto.


O acompanhamento de um projeto é o que chamamos de coordenação. Portanto, coordenar é
conferir se o plano está se tornando realidade. Depois de concluído o plano, a tarefa do
Professor Líder será reunir todos os triunfos e fracassos que aquele projeto trouxe e avaliar se
deve haver outros projetos ou se as normas e os padrões usados foram compatíveis com o
projeto. A coordenação é o processo mediante o qual se verifica se as pessoas certas estão nos
lugares certos, no tempo certo, com o material certo na mão, e se todos os envolvidos
compreenderam como devem cooperar para a realização da tarefa.

Muitos projetos fracassaram porque não conseguem ultrapassar três grandes obstáculos ao
planejamento e coordenação:

Falha de Pessoal. As pessoas não eram competentes, não ouviram corretamente as


instruções ou não obedeceram as ordens.

Fator Tempo. O Projeto foi apressado, ou as pessoas procrastinaram.

Fator Motivacional. As pessoas perderam o ânimo com o passar do tempo.

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Formas de Contornar esses Três Grandes Obstáculos.

 Mantenha a atitude que considera todos os planos como flexíveis. Não pode haver um
plano fixo, tem de haver variáveis, dependendo das circunstâncias, precisamos refazer
todo o plano.

 Não espere que todos os planos funcionem bem sempre. Até porque Deus não tem um
plano para a sua vida, Deus tem um propósito e usa de vários planos para alcançar a esse
propósito, e, Deus reescreve outro plano para alcançar esse propósito. Exemplo: A
Caminhada do Povo de Deus no Deserto. A Vida de Davi.

 Planeje numerosos objetivos secundários que o ajudarão a atingir o objetivo último. Pense
de forma objetiva a cada passo que você conquistar. Se não pensarmos de forma objetiva
cada passo, a gente desanima e para no meio do caminho. Por isso precisamos cumprir
pequenos alvos, a subida é de degrau a degrau.

 Certifique-se que os seus planos foram compreendidos e aceitos por todos os quantos têm
a responsabilidade de realizar o empreendimento;

 Remaneje as pessoas para que sejam melhores aproveitadas onde melhor se adaptem. Na
Igreja muitas das vezes estragamos um bom diácono separando ele para o presbitério.

i) Tomada de Decisão
A importância dessa faceta da Liderança Pedagógica pode ser bem compreendida com uma
pequena história, contada por um pregador negro do Sul dos Estados Unidos. Em seu sermão
ele constituiu um quadro imaginário sobre a chegada de Jesus no céu depois da ressurreição.
Um anjo perguntou a Jesus sobre o plano de redimir a humanidade. Como ele aconteceria?
Jesus teria respondido: “Deixei nas mãos dos Apóstolos que confiaram a outros homens e
assim por diante”. O anjo perplexo foi adiante em seu questionamento: E se Eles falharem? O
Senhor Jesus teria respondido: “Estou Confiando Neles”.

Esse é o principio básico de Liderança Pedagógica que chamamos de Delegação de


Autoridade. Delegar Autoridade é você afirmar: Estou confiando nele. Aconselhado por
Jetro seu sogro, Moisés colocou Líderes sobre grupos e treinou Josué a sucedê-lo.

Eli treinou Samuel e delegou-lhe autoridade sobre o serviço do templo.

Elias treinou Eliseu e esse por sua vez treinou a Geazi.

O Apóstolo Paulo treinou a Timóteo.

Isso é delegar autoridade. O Professor Líder que chama para si e não delega autoridade,
tomando tudo nas mãos é uma forma de insegurança ou de soberba.

Apesar de vários exemplos tanto na Liderança Pedagógica secular como religiosa, ainda
perdura na mentalidade de alguns Professores ou de alguns Líderes que ninguém pode realizar
tão bem uma tarefa como ele próprio.

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7. ALGUMAS RAZÕES PORQUE DELEGAR AUTORIDADE
 As Pressões de uma Liderança Pedagógica Exclusivista são Demasiadamente
Grandes. (Êxodo 18.18). Nenhum Professor Líder suportaria por muito tempo as pressões
e desgastes emocionais de concentrar todos os detalhes de um projeto sob seu cuidado. Ele
se acaba e não consegue realizar o projeto. A Liderança Pedagógica exclusivista só pode
ser concretizada se for onipotente. E Deus mesmo sendo Onipotente não é assim.

 Exigüidade de Tempo. Um Professor Líder tem as mesmas vinte e quatro horas de todas
as pessoas, e, como ele não é onipotente, breve algumas tarefas se acumularão para o dia
seguinte; ai começa o efeito de uma bola de neve. Um Professor Líder Eficaz prefere
colocar mil homens para trabalhar a trabalhar por mil homens.

 Ele Consegue Perpetuar a sua Visão. A tocha é passadas para outras mãos, mais jovens
que por sua vez terão vigor com o projeto. Aqueles que não treinam novos Lideres
condenam aquilo que empreenderam a um desaparecimento prematuro. Talvez tenha sido
esse um erro, por exemplo, de Josué, que fora treinado por Moisés, mas não soube treinar
e dividir sua Liderança Pedagógica com outros. O trágico resultado mostra-se patente, na
próxima geração; a do Livro de Juizes. A geração da anarquia. Cada fazia o que achava
melhor.

8. PRINCÍPIOS DE LIDERANÇA PEDAGÓGICA.


Há um princípio que devemos ressaltar: O princípio é que Liderança Pedagógica não é um
privilégio de pessoas super capacitadas. Na história secular, grande parte dos Lideres se
originaram das camadas mais pobres; muitos portavam deficiências físicas. Há inúmeros
exemplos de fortes Lideranças Pedagógicas que foram desprezadas pelos anos da
adolescência, juventude e até da vida adulta, e que depois se tornaram grandes Professores
Grandes Líderes. O exemplo é Jefté. Filho de Gideão com uma prostituta. Mas Deus virou a
sorte de Jefté. E o Escritor da Epístola aos Hebreus, o coloca no mesmo pé de igualdade de
Abraão, Moisés e Josué.

Mesmo tendo se equivocado no final da vida em não estabelecer um substituto, a Vida de


Josué fornece vários e Precisos Princípios de Liderança Pedagógica. Entre as principais
virtudes e sucesso de Josué na sua empreitada de conquistar a terra prometida, temos uma boa
comunicação.

a) Primeiro Princípio: Definição Clara das Tarefas a serem Empreendidas (Josué 2.2;
3.2-4; 8.3-8).
O Chacrinha, personagem pitoresco dos meios de televisão afirmou: Quem não se comunica
se trumbica. Queridos quem no século XXI, detém os meios de comunicação domina o
mundo. Se você não consegue ser claro naquilo que você comunica as outras pessoas, não
importa o teor da mensagem, ela perde o objetivo. Por isso precisamos ser claros e convictos
naquilo que queremos comunicar.

Percebe-se claramente o cuidado de Josué de repetir as instruções às varias tribos; indivíduos


foram convocados para tarefas especiais; cada ação foi explicada e todos quantos partilhavam
as responsabilidades. Josué reconta a história.

Por que contar a história? Porque quem não tem história, não tem raízes, quem não tem
história não sabe de onde veio, porque está ali, como está ali. Se você não sabe de onde veio
acaba não sabendo para onde vai.
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A Igreja Neo Pentecostal tem esse problema, não reconta a história para os seus membros, não
tem propósitos. Não contam a história da Salvação.

Salvação não é um fim, e sim um meio que Deus usa para transformarmos à imagem de
Cristo. Isso precisa ser contado, ensinado, e, infelizmente, não está sendo feito.

Josué contou a história e os resultados dessa instrução detalhada são evidentes na missão dos
espias, no episódio de Raabe, na travessia do Rio Jordão, na queda das muralhas de Jericó e
em todas as campanhas bem sucedidas.

b) Segundo Princípio: Palavras de Encorajamento (Josué 3.5; 10.24; 23.5).


Josué sabia compartilhar também os momentos de glória com seus liderados. Ele ajudou a
perceberem que cada triunfo era mais uma tarefa terminada. Assim, Ele conquistava a
confiança de cada um de seus Professor Líderes.

c) Terceiro Princípio: Consistência e Coerência (Josué 6.16).


Josué sabia que compete ao Professor Líder não apenas dar ordens claras, mas ser consistente
em suas ponderações. Tal Professor Líder sabe que mesmo sendo desafiado naquilo que se
propõe, ele terá o respeito dos seus liderados.

d) Quarto Princípio: Preservação da História (Josué 24.1-13).


É importante ressaltar o cuidado de Josué em não permitir que a herança histórica fosse
perdida.

e) Quinto Princípio: Sabedoria em Exortar (Josué 23.6-16; 24.14-24).


Essa dimensão da comunicação deve ser cuidadosamente observada. Pois pode acontecer que
ela domine a forma como nos comunicamos.

Quando a exortação é usada com freqüência e sem critérios, ela perde a sua força. Quando
Josué falava, sobressaiam quatro elementos principais de toda boa comunicação:

 Apelo a Razão (Josué 23.14-16). Vocês sabem o que aconteceu antes. Portanto,
logicamente vocês acreditam que deus continuará operando da mesma forma;

 Advertência (Josué 23.26). Prognóstico do que acontecerá se mantiver o mesmo curso.

 Desafios (Josué 23.6).

 Oportunidade a Resposta (Josué 24.15).

f) Sexto Princípio: Manutenção de Registros e Relatórios dos Fatos (Josué 12.20).


Mantendo um registro de tudo o que acontecera, Josué podia transmitir com exatidão os
resultados de seus esforços. A maioria das pessoas não gosta de manter registros escritos, mas
a escrita é importantíssima na comunicação.

g) Sétimo Princípio: Não Desprezar a Comunicação Simbólica (Josué 4.19).


A comunicação é um processo de transmitir o significado de um conceito, verdade, idéias,
imaginação, fantasias, a outra pessoa. Isso não é conseguido apenas mediante a linguagem
objetiva (falada ou escrita) mas também através de diversos tipos de símbolos. Josué vale-se
de uma pilha de pedras. Jesus valeu-se metáforas e parábolas.

29
9. BARREIRAS IMPEDEM UMA BOA COMUNICAÇÃO ENTRE PROFESSOR E
ALUNOS.

a) Linguagem. Algumas palavras tem mais que um sentido. Cuidado com a área geográfica
e com as pessoas a quem você está dirigindo. Por Exemplo: A palavra otário diante de um
viciado em drogas não é o mesmo que dizê-la diante de um jogador de poker ou numa
Universidade. Queridos sejamos nós mesmos, não precisamos impressionar a ninguém,
porque todo o céu já sabe que nós não somos nada daquilo.

b) Símbolos. Grande parte daquilo que comunicamos não é falado. O gesto que identifica
uma pessoa, uma expressão que comunica mais que mil palavras. Quem se preocupa se
está ou não impressionando, é porque com certeza não está.

c) Costumes. Todo agrupamento humano desenvolve certos comportamentos que se


intitulam costumes. Algumas vezes, esses costumes são aceitos tão completamente que as
pessoas acreditam que aquele é o único jeito de fazer as coisas. Vejam como os japoneses
se cumprimentam, como as mulheres brasileiras se saúdam e como os homens na Rússia
demonstram afeição.

d) Preconceitos. A comunicação fica prejudicada se houver algum tipo de preconceito ou


rejeição emocional entre as pessoas. Se você estiver sentado ai com bronca de mim, tudo o
que eu disser vai soar mal ao seu ouvido. A mulher Samaritana teve enormes dificuldades
de acompanhar o raciocínio de Jesus por conta do preconceito racial. Como nos portamos,
a roupa que vestimos, o ambiente que estamos, tem tudo a ver com Liderança Pedagógica
que exercemos.

e) Posição Social. As Classes Sociais também se distanciam não apenas pelo estilo da
linguagem, mas pela própria dialética, ou tensão que existe entre elas. É preciso quebrar
essas barreiras através do amor, da graça e principalmente através do testemunho. Naamã
recebeu instruções de uma jovem criada judia.

f) Idade e Sexo. Tão claro quanto a dificuldade social, está a abarreira da idade e do sexo.
Conheço algumas pessoas jamais escutariam uma mensagem entregue por uma mulher, ou
por um jovem; ou por um homem e por um ancião. Depende do grupo em que você se
encontra. Paulo recomenda isto a Timóteo, a quebrar essa barreira.

10. PRINCÍPIOS QUE AUXILIAM AOS PROFESSORES LÍDERES A


DESENVOLVEREM UMA COMUNICAÇÃO CLARA E OBJETIVA.
a. Clareza. A narração é clara quando são empregadas palavras próprias, deve-se evitar as
palavras chulas ou de baixo calão. Cuidado para não se tornar excessivamente descritivo
no que quer transmitir. A linguagem clara deve tomar muito cuidado para que o estilo não
fique tão cheio de palavras bonitas que fique pedante.

b. Brevidade. A narração deve levar em conta a hora, o cansaço, o nível de atenção e saber
alinhavar, cortar, simplificar o que fala; ele deve saber improvisar. Cuidado para não
divagar, numa digressão que nunca mais volta ao ponto inicial do discurso.

c. Credibilidade. Há credibilidade na narração, quando o orador está com a sua vida


apoiando o que fala, e quando os liderados se conscientizam de que o Professor Líder
domina amplamente o que narra.

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11. PRINCÍPIOS PARA FORJAR OUTROS PROFESSORES.
O grande objetivo de qualquer Liderança Pedagógica é que nasçam Novos Professores, Novas
Lideranças Pedagógicas.

Há quatro princípios que podem ajudar.

a) Entender que os Princípios são mais Importantes que os Métodos.


Os métodos são as maneiras como fazemos alguma coisa. Os princípios são os valores que
alicerçam tudo o que fazemos. Quando Jesus nos ensinou a parábola do Semeador (Lucas 8),
ele fala de uma semente que foi semeada e o que aconteceu quando foi a semente foi
semeada. Mas Jesus não nos diz como a semente foi jogada. O “COMO” fica ao nosso
encargo, desde que os princípios sejam obedecidos, o “COMO” não é importante.
Cada Organização tem os seus métodos. Sua maneira de agir. Igrejas, por exemplo, tem cultos
depois da Escola Dominical, outras só têm culto a noite, outras têm reuniões fortes na
segunda feira. Quando, entretanto, nosso método se torna uma tradição e essa tradição é
obedecida cegamente (“porque a gente sempre fez assim...”) e não porque há um princípio por
detrás daquela ação, nos fechamos para o novo, engessamos e as mudanças, muitas vezes
necessárias, se tornam uma ameaça.

b) Aprender a Preencher as Necessidades das Pessoas mais do que Desenvolver Novos


Métodos e Técnicas.
Algumas formas de Liderança Pedagógica usam as pessoas apenas como cobaias em seus
projetos. O Professor Líder que sente que deve provar que a sua tese é a mais proveitosa e usa
as pessoas para provar o que prega. Isso está errado. Jesus Cristo nunca usou ninguém, pelo
contrário, ele mesmo disse que veio para servir e não para ser servido e dar a sua vida como
resgate. Os Cristãos deveriam ter muito cuidado quando evangelizam, as pessoas sentem
quando queremos mostrar serviço, exibindo sua capacidade de ganhar almas.

Como evitar que isso aconteça?


 Não faça sua aula sem se importar com a história de vida da pessoa;

 Nunca de resposta pré-elaboradas;

 Mostre-se humano e se identifique com as fraquezas dos outros (I Coríntios 10.13).


Existem alguns cristãos que acham que só tem poder espiritual se si mostrarem que são
“Super Espirituais” e quando a pessoa está sendo evangelizada, mais tarde, descobrir que
tudo aquilo era apenas um pacote de vendas, ficará decepcionado.

 Gaste tempo com as pessoas. Procure um relacionamento que não seja formal. Convide a
pessoa para um chá. Um café, até mesmo para uma refeição, encontre um ponto de
contato com aquela pessoa. Lembre-se que Jesus gostava muito de gastar tempo com os
seus discípulos fora do contexto religioso – comendo, participando de eventos sociais,
festas de casamento.

 Procure o ensino informal juntamente com o ensino formal.

31
12. PRINCÍPIOS DE DEUS PARA UMA LIDERANÇA PEDAGÓGICA EFICAZ.
A Luz do Novo Testamento, o verdadeiro Professor Líder baseia-se mais em qualidades que
em quantidades, grandeza ou popularidade. A tendência atual é se julgar as pessoas na escolha
de Professor Líderes, pela quantidade de seguidores, extensão de seus empreendimentos, ou
volume de dinheiro que movimenta. Logicamente não há como se negar que a expressão
numérica de seguidores de um Professor pode representar o valor de sua Liderança
Pedagógica, mas não necessariamente.

No Livro de Atos foi feita referência ao crescimento numérico dos crentes em sete ocasiões
diferentes, todas relacionando a benção de Deus como fator ou causa desse crescimento.

Entretanto, a oratória, o dogmatismo, o autoritarismo, quando confeitados com linguagem


religiosa, atraem seguidores. Contudo, esse tipo de Liderança Pedagógica tende a se esfalecer,
especialmente se qualquer dos traços pessoais do Professor Líder vier à lume. Todo Professor
Líder deve cuidar para que não haja nenhum desequilíbrio. Sua personalidade deve ser
preponderante, sem formar um culto em torno de si mesmo.

Para que uma Liderança Pedagógica seja verdadeiramente Eficaz siga os seguinte
princípios:

a) Desenvolva o Senso crítico de seus liderados.

b) Não gere uma dependência infantil em seus liderados;

c) Não se encante com o poder gerado da posição de mandar;

d) Reconheça que todos os seus sucessos dependem, na verdade de Deus. “Não levanteis a
vossa fronte altiva, nem faleis com cerviz dura, porque nem o oriente, nem o ocidente,
nem do deserto vem a exaltação. Mas Deus é o Juiz; a um abate, e a outro exalta” (Salmo
75.5-7).

13. CONCLUSÃO
Toda Liderança Pedagógica deve se conscientizar que toda posição ou cargo, na verdade, são
dados por Deus. Ele é quem eleva e abate (Lucas 1.52; João 19.11). O Papismo ou qualquer
outro sistema de governo que se assemelha a uma “ditadura benevolente” não é bíblico. O
verdadeiro Professor Líder deve se derramar em outras vidas em serviço. Jesus Cristo mostrou
que o verdadeiro poder não é aquele que ordena, manda, mas o que serve. Ele se fez de servo
dos servos, tomou uma bacia e lavou os pés daqueles que andavam com Ele.

O Farisaísmo é o sistema que glorifica leis em detrimento de pessoas, vigia as tradições mais
que a saúde emocional e defende conceitos de justiça mais que a vida.

Nunca o mundo precisou tanto de Liderança Pedagógicas que celebrem a vida e exaltem o
amor como a mais poderosa força do universo – pois Deus é amor.

Gostaria de encerrar afirmando aos Lideres que me ouve: O Poder de uma visão pode ser
concretizado em Nome de Jesus. Acreditem nos seus sonhos. Porque Deus colocou a
eternidade dentro dos vossos corações (Eclesiastes 3.11).

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14. BIBLIOGRAFIA

Administração e Controle
Adelphino Teixeira da Silva
Atlas

Liderança Pedagógica Espiritual


J. Oswald Sanders
Mundo Cristão

Organização e Liderança Pedagógica na Igreja


Kenneth K. Kilinsli e Jerry C. Wolfford.
Vida Nova

Chamado Para Servir


Russell P. Shedd
Vida Nova

O Estilo de Liderança Pedagógica de Jesus


Michael Youssef
Betânia

33
ANEXO I

PROPOSTA PARA MELHORIA DE NOSSA ESCOLA DOMINICAL

“Ora. Estes de Bereia


eram nobres...
examinando as Escrituras... para ver
se as coisas eram de fato assim.”
Atos 17.11

O meu sonho nessa Proposta é que nós Alunos, Professores, Diáconos, Presbíteros,
Evangelistas, Educadores, Pastores, e Superintendentes de Escola Bíblica Dominical, pessoas
realmente interessados numa escola aberta, dinâmica, fluindo alegre e abundante da fonte, a
Bíblia Sagrada, tenhamos em mente o crescimento inspirador da Escola Dominical
envolvendo toda a Igreja, com a presença de muitos visitantes.

Portanto a pergunta que precisamos fazer é a seguinte: Acreditamos em Escola Bíblica


Dominical?

Creio não haver no ambiente eclesiástico, nestes últimos anos, outro assunto a merecer tantas
críticas, sugestões, observações cuidadosas, encontros e congressos, quanto este: Escola
Bíblica Dominical.

A Escola Bíblica Dominical é o local onde satisfaz enormemente a crescente necessidade de


genuíno e sadio alimento espiritual que possa ser obtido pelo estudo claro, metódico,
continuado e progressivo da Palavra de Deus em nossas Igrejas.

Tenho certeza que é a nossa Igreja onde temos o maior número de decisões de almas se
rendendo ao senhorio de Cristo Jesus o Senhor. Porém, infelizmente a maioria não
permanece, não por falta de nosso querer, mas por falta de uma estrutura maior de nossa
Escola Bíblica Dominical, em realizar aquilo que chamamos na Lei de Mercado, Estrutura
de Pós-Venda. No nosso caso que seria “Pós-Decisão”

A falta de credibilidade de nossa Escola Bíblica Dominical, deriva numa estagnação, numa
ineficácia, numa inércia e conseqüente elevado índice de abstinência de nossos membros à
Escola Bíblica Dominical.

Como professor (na verdade não sou professor, estou professor), tomo a liberdade de
evidenciar algumas propostas para melhoria da qualidade de nossa Escola.

Antes de apresentar essas propostas, gostaria de elencar o seguinte: Como nada,


absolutamente nada na vida pode ser planejado, executado e avaliado sem objetivos, a Escola
Bíblica Dominical sofre de uma mesmice que já dura aproximadamente 50 anos, e toda
proposta de mudança é imediatamente rechaçada quase sempre pelas argumentações de que:
“Fazemos isso assim, porque nossa Igreja sempre fez assim”, “Nossa Escola é assim porque
sempre foi assim”. Usamos este método porque sempre foi assim. E por ai nesta estrada de
tradições humanamente instituídas e altamente questionáveis, anulamos qualquer perspectiva
renovadora e criativa.

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A maioria dos membros de nossa Igreja a meu ver, não acredita na nossa Escola Bíblica
Dominical, a estatística de cada ano letivo, é constrangedora, nossa média de presenças é pífia
em relação ao número de efetivo que vem ao culto a noite. Portanto julgo necessário para a
recuperação desse crédito, que arregaçamos as mangas e nos dispomos para o árduo trabalho
de recuperação da credibilidade de nossa Escola Bíblica Dominical. Precisamos listar os
objetivos gerais da escola, porque são a luz destes objetivos, que traçaremos planos,
escolheremos os métodos, aplicaremos sistemas sob a seguinte bandeira: Estamos cumprindo
nossos propósitos.

A credibilidade da Escola precisa começar a ser restaurada na mente de nossos obreiros


(pastores, presbíteros, diáconos e cooperadores), pois só quando os pastores e oficiais da
Igreja entenderem a necessidade, importância e objetivos dela, é a dedicação de reestruturá-la,
evidenciando a sua importância ante os olhos de nossa Igreja.

Entendo que Escola Bíblica Dominical é prioridade da Igreja, ela não é uma sociedade interna
como os Departamentos existentes, a Escola Dominical é a própria Igreja crescendo e
desenvolvendo-se através do estudo sistemático da Palavra de Deus. É Ela que qualifica a
vida da Igreja. Podemos ter excelentes pregadores, mas se a nossa Escola Dominical for fraca,
a nossa Igreja é fraca.

A seguir algumas sugestões que poderão ser adotada (caso o Pastor Julgue pertinente)
para o crescimento de nossa Escola:

Primeira Proposta:
A primeira propostas é de que nossos líderes (pastores, presbíteros, diáconos e cooperadores)
entendam não só de mente, mas de coração, se convençam e ajam de acordo com essa
convicção de que a Escola Dominical não é um Departamento da Igreja é a própria Igreja, é
prioridade da Igreja, os alvos da Escola Bíblica Dominical devem ser os alvos da Igreja.
Assim sendo, a presença do Pastor e de todos os obreiros são fundamental para que a Escola
Dominical ganhe credibilidade junto a Igreja.

Segunda Proposta:
A segunda proposta é que a Escola Bíblica Dominical ocupe no planejamento de verbas,
prioridade para aparelhamento de todas as classes. As salas da Igreja devam ser para uso
prioritário da Escola Dominical, dando a essas salas o conforto pertinente que cada classe
merece. Não havendo salas de aulas, deve haver um projeto para construção das mesmas.

Terceira Proposta:
A terceira proposta é a escolha do nosso corpo docente. Creio que um Professor de Escola
Bíblica Dominical, entre outras coisas:
 O Professor deve ser crente fiel, com bom testemunho, idôneo e submisso a liderança da
Igreja e apto para ensinar (II Timóteo 2.24).
 O Professor deva ter no coração que a Escola Bíblica Dominical é a prioridade da Igreja
e demonstrar isso a todos. Como costumo dizer, é necessário que nossos professores
vistam a camisa da Escola Bíblica Dominical, senão experimentam em breve o desânimo.
Quando a Escola Bíblica Dominical é prioridade em nossas vidas, nada nos afasta Dela.
 O Professor deve chegar no máximo 10 minutos antes do horário de início da aula.
 O Professor precisa estar capacitado para o ensino (infelizmente muitos não estão), por
isso que os alunos ficam desanimados com certas aulas que são dadas.

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 O Professor deve saber usar os recursos didáticos e audiovisuais colocados a sua
disposição de acordo com a possibilidade financeira de nossa Igreja.
 O Professor deve receber um curso preparatório de professores, onde entenda no mínimo
as nossas doutrinas básicas, bem como, os nossos dogmas, a fim de não causar
constrangimento doutrinário para a nossa Igreja.
 Nunca podemos esquecer-nos do jargão da pedagogia: “Só ensina quem sabe”.

O texto de Romanos 12.7 deve ser o texto áureo para a liderança docente da Escola
Dominical: “O que ensina esmere-se no fazê-lo”.

Quarta Proposta:
A quarta Proposta é uma completa reestruturação das Classes. Deve haver uma
homogeneidade básica nas classes. As classes dos jovens deve ser dividido por faixa etária e
não por tipo de sexo. Caso o número de alunos supere a 25 alunos, torna-se obrigatório a
formação de uma segunda classe de jovens. As classes infantis devem ter salas individuais,
nominais a elas, para que toda criança quando chegar à Escola Bíblica Dominical seja
encaminhada diretamente à sua sala, e se reúnam apenas no final da Escola com a Igreja para
leitura do relatório. Entendo que seja necessário formar uma classe para os jovens casados,
julgo ser muito importante.

Ë importante que os Professores sejam mais que professores sejam verdadeiros pastores de
seus alunos, a fim de que os alunos passem a confiar neles.

Quinta Proposta:
A Quinta Proposta é a formação de uma Biblioteca em nossa Igreja, a fim de facilitar as
pesquisas e incentivando cada vez mais alunos e professores.

Sexta Proposta:
A Sexta Proposta é darmos café da manhã a todos os alunos antes de começar a aula. Que tal
começarmos o ano com o seguinte Slogan: “Não Tome café em casa no domingo, venha
tomar café na Escola Bíblica Dominical”. Entendo que será um grande atrativo a todos os
alunos, e um meio de nos conhecermos mais como Comunidade Evangélica. Além disso,
pode-se pensar em um trabalho social a médio e longo prazo, dando café da manhã aos
transeuntes, como forma de evangelizá-los.

Sétima Proposta:
A Sétima Proposta é termos uma ficha cadastral de todos os nossos alunos. Assim
monitoraremos melhor sua freqüência, datas festivas de todos alunos. Além disso, a secretaria
da Escola Bíblica Dominical deve se estruturar com Cartão de Aniversário, presenteando
todos os alunos aniversariantes; Cartão de Boas Vindas aos os nossos visitantes, sendo
entregue pelo Superintendente no encerramento da Escola Bíblica Dominical.

Oitava Proposta:
A Oitava Proposta é um novo conceito para a Igreja. Qualquer criança a ser apresentada, que
este ritual litúrgico deva acontecer não no domingo a noite, e sim no domingo pela manhã na
Escola Bíblica Dominical. Entendo que se a primeira vez que a criança for a Igreja, for a uma
Escola Bíblica Dominical, recebendo o Diploma de Apresentação, será um meio de estimular
a Igreja e a família. Tenho certeza que será algo marcante na vida do Bebê, que mais tarde
será um aluno assíduo da Escola Bíblica Dominical.

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Nona Proposta:
A Nona Proposta é tornamos nossa Escola Bíblica Dominical evangelística e missionária.
Assim como convidamos através do nosso Departamento de Evangelismo pra que venham ao
nosso culto de domingo a noite, podemos investir no evangelismo para que nossos vizinhos
possam se tornar alunos de nossa Escola Bíblica Dominical. Também devemos associar a
Escola Dominical à missões, a fim de que todo aluno da Escola Bíblica Dominical se envolva
na questão missionária. O Culto de Missões deve ser atrelado a Escola Bíblica Dominical,
com total participação de nossos alunos.

Décima Proposta:
A Décima Proposta é uma melhor interatividade de professores. Devemos periodicamente
estabelecer um rodízio entre os professores titulares. O Superintendente periodicamente
valorizar todas as classes, participando direta e intensamente das aulas em classe. Valorizando
principalmente as classes infantis.

Décima Primeira Proposta:


A Décima Primeira Proposta é a valorização maior de os nossos professores. A Escola Bíblica
Dominical deve dentro do seu orçamento da Igreja receber uma verba para investimento de
capacitação pedagógica para os professores. A direção da Igreja deve observar os calendários
de curso e de treinamento de Professores durante o ano letivo, buscando uma alternativa para
patrocinar o aperfeiçoamento de nossos professores. Cursos como CAPED, APEC, devem
estar no planejamento de Igreja para nossos professores.

Décima Segunda Proposta:


A Décima Segunda Proposta é que fixarmos metas para cada classe. O Professor será o
responsável pelo cumprimento de cada meta. E a cada final de trimestre, uma reunião com
todo corpo docente para que cada responsável tenha a oportunidade de se explicar pelo
trabalho efetuado. Deve também haver uma Confraternização patrocinada pela Escola
Dominical para comemorar a meta alcançada. Onde os melhores alunos sejam aclamados e
presenteados pela Escola Bíblica Dominical, no domingo pela manhã e a noite haja um grande
Culto de Ações de Graça em agradecimento pelas metas alcançadas no trimestre.

Décima Terceira Proposta:


A Décima Terceira Proposta é a Criação de uma classe de formação de professores, dando-os
treinamentos para que não haja solução de continuidade no ensino do copo docente. Se
pensarmos em todas as nossas Igrejas, seria interessante adotarmos um Conselho de Educação
de Escola Bíblica Dominical, a fim de padronizar o ensino no nosso ministério. Além disso,
deveríamos ter um estudo padrão semanal para os professores da Escola Dominical da nossa
Igreja, onde todos os professores pudessem se encontrar a fim de termos um ensino
Padronizado.

Décima Quarta Proposta:


A Décima Quarta Proposta é uma reunião bimestral ou trimestral para que o Superintendente
se reúna com o corpo docente com uma pauta de reunião previamente elaborada a fim de
contribuir para a formação de sua equipe, encaminhando, entre outras coisas:
 Reunião Pedagógica periódica para estudo, reflexão, troca de experiência, avaliação e
redirecionamento da proposta de trabalho.
 Visão Panorâmica da Unidade Temática em estudo, para abordagem dos conceitos
principais e levantamento de questões para aprofundamento.

37
 Cursos que explorem aspectos diversos, a partir das necessidades dos professores:
Interpretação Bíblica; Metodologia de Ensino, Preparação de Aulas; Aprofundamento
Teológico; entre outros.
 A organização de uma biblioteca básica, adquirindo, pelo menos, a cada período, um
comentário bíblico a respeito do assunto em estudo.
 A entrega de material complementar como, por exemplo, comentários bíblicos que
possam esclarecer o texto a ser estudado.
 Pesquisas para levantamento das necessidades.

Décima Quinta Proposta:


A Décima Quinta Proposta é a Divulgação. Precisamos melhorar a divulgação da Escola
Bíblica Dominical. Essa divulgação não pode se limitar apenas ao anúncio de finais de cultos.
É preciso criar uma estratégia que, com certeza, influenciará no pedagógico. Por exemplo:

a) Criar estratégias da mesma forma de vendas de um bom produto. A Escola Bíblica


Dominical é o melhor produto que existe na Igreja, por algumas razões:
 Seu manual é o melhor do mundo – A Bíblia. Ela contém a mensagem da salvação; é
também o mapa que nos conduz ao céu;
 Seus alunos são o melhor povo do mundo. Os que amam a Palavra de Deus e a
obedecem;
 Seu alcance é o maior do mundo; vai da criancinha ao ancião
 Seu preparo é o mais importante do mundo; para servir o Deus Todo poderoso;
 Seus resultados também são os melhores do mundo, porque são celestiais.

b) Cartas aos faltosos e membros da igreja que não são alunos, convidando para novos
cursos, classes ou projetos que foram planejados.

c) Cartazes, faixas, mural da Escola Bíblica Dominical, boletim da Escola Bíblica


Dominical, faixas nas ruas do bairro convidando os moradores a se tornarem alunos da
Escola Bíblica Dominical.

d) O trabalho coletivo é uma saída. Aliar-se a pessoas da igreja que militam na área de
educação, mas, sobretudo, com experiência de vida cristã, é uma atitude a ser buscada.

São muitas as propostas e grandes os desafios. Esperamos que o Senhor Jesus nos capacite e
nos ajude a ampliar nossa visão e alcançar novos horizontes em educação religiosa.

Finalmente, se buscarmos padrão de excelência junto a Escola Bíblica Dominical precisamos


colocar no lugar certo a pessoa certa. "É verdade que todo crente está apto par adorar a Deus,
no entanto, nem todo crente foi por Ele escolhido para uma missão especial". Precisamos de
pessoas com evidências de um verdadeiro adorador (João 4.19-23), nascido de novo
(Romanos 6.5-10), submisso, ou seja, que se sujeitem aos outros no temor de Cristo como
conseqüência de uma vida cheia do Espírito Santo (Efésios 5.18-21) e que possuam um
coração de servo, transformado e limpo (Mateus 5.8), sempre prontas a servir.

Encerro com a pergunta que foi o tema dessas sugestões: Acreditamos em Escola Bíblica
Dominical? Se a resposta é sim, então vamos reestruturá-la.

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ANEXO II

AÇÃO PEDAGÓGICA DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL

Um trabalho além de "abrir e fechar" a Escola Bíblica. O ato de dirigir a Escola Bíblica é
bastante abrangente. A pessoa escolhida para este fim não pode restringir sua ação a um mero
acompanhamento do funcionamento das classes no domingo. Há muito o que fazer! Os
diretores de Escola Bíblica Dominical que não contam com a orientação de um Conselho de
Educação Religiosa podem buscar a assessoria de profissionais da educação que são membros
da igreja, e, assim, encaminhar ações que contribuam para o aperfeiçoamento do processo
ensino-aprendizagem. Pretendemos com este trabalho oferecer subsídios para aqueles que
desejam exercer uma interferência pedagógica na Escola Bíblica Dominical, e,
conseqüentemente, desenvolver na igreja um estudo bíblico com qualidade.

Duas Questões Centrais Precisam Fundamentar O Fazer Pedagógico do Diretor da Escola


Bíblica Dominical: Como favorecer a ministração de um ensino bíblico relevante? E o que
fazer para melhorar a Escola Bíblica Dominical?

Tês elementos envolvidos no processo de ensino por si só garantem a relevância desse


processo:

"O que se Ministra? A Palavra de Deus. A quem se Ministra? A homens e mulheres, criaturas
de Deus. E para que se Ministra? Para expansão do Reino e glória de Deus".

Diante disso, não podemos nos contentar com qualquer ação. Precisamos estar atentos no
processo como um todo, na relação professor-aluno e aluno-aluno, na dinâmica
organizacional e na formação dos professores. O que, com certeza, nos ajudará a melhorar a
Escola Bíblica Dominical e a buscar a sua relevância.

Nosso desejo é que, as questões que abordaremos a seguir, sejam assumidas como material
sugestionador.

Apontaremos caminhos que, acreditamos, contribuirão para o redimensionamento do


trabalho.

1. Planejamento
Definir os caminhos da ação é fundamental para o desenrolar do processo e um bom começo
para a direção da Escola Bíblica Dominical. Esta importante etapa, segundo Danilo Gandin,
pode se dar através da caracterização da realidade existente, projeção da realidade desejada e
definição das necessidades. Entre o que se tem e o que se quer, há uma distância que pode ser
encurtada com a satisfação das necessidades.
"Planejar é, de fato, definir o que queremos alcançar; verificar a que distância, na
prática,estamos deste ideal e decidir o que se vai fazer para encurtar esta distância."

2. Formação Continuada dos Professores


A direção da Escola Bíblica Dominical precisa ser criteriosa na composição do corpo docente.
Os professores devem ser bem escolhidos e preparados. Ser fiel, assíduo, pontual e sujeito da
práxis (teoria e prática dialeticamente integradas) são alguns viés do perfil deste educador. O
preparo precisa se consolidar através de um programa de formação continuada que contemple
ações integradas e progressivamente dinamizadas.

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Cremos que um diretor de Escola Bíblica Dominical pode contribuir para a formação de
sua equipe, encaminhando, entre outras coisas:

 Reunião Pedagógica periódica para estudo, reflexão, troca de experiência, avaliação e


redirecionamento da proposta de trabalho.

 Visão Panorâmica da Unidade Temática em estudo, para abordagem dos conceitos


principais e levantamento de questões para aprofundamento.

 Cursos que explorem aspectos diversos, a partir das necessidades dos professores:
Interpretação Bíblica; Metodologia de Ensino, Preparação de Aulas; Aprofundamento
Teológico; entre outros.

 A organização de uma biblioteca básica, adquirindo, pelo menos, a cada período, um


comentário bíblico a respeito do assunto em estudo.

 A entrega de material complementar como, por exemplo, comentários bíblicos que


possam esclarecer o texto a ser estudado.

 Pesquisas para levantamento das necessidades.

3. Ministração do Ensino
Um diretor de Escola Bíblica Dominical precisa incluir em seu plano de ação o
acompanhamento do processo ensino-aprendizagem. Não basta definir o que vai ser ensinado,
é fundamental que se preocupe com o como vai ser ensinado.

Uma grande dificuldade da Escola Bíblica tem sido justamente o encaminhamento de aulas
meramente expositivas, centradas predominantemente no professor. Sendo nossa meta um
ensino bíblico com qualidade, devemos considerar a possibilidade de que este aconteça a
partir de um trabalho educativo participativo.

O diretor pode ajudar, criando oportunidades, como as que descrevemos anteriormente, em


que o corpo docente seja confrontado com uma proposta de ministração de ensino em que se
priorize a ação do aluno e do professor. Onde situações de ensino sejam planejadas para
possibilitar a participação do aluno de uma forma tão efetiva quanto a do professor. O bom
professor é aquele que consegue provocar nos seus alunos uma louca vontade de aprender o
tema em estudo. E aprender é construir, é lidar com um conhecimento que se articula a partir
de uma idéia mental criativa. Logo, só ouvir não dá conta do processo. É necessário forçar o
exercício mental construtivo do aluno.

4. Relação Professor-Aluno e Aluno-Aluno


É extremamente valioso quando há um envolvimento maior entre o aluno e o professor.
Expresso, inclusive, em experiências da vida real que extrapolem os limites das aulas
semanais. É importante que o aluno veja, na prática, na vida do seu professor o que ele ensina.
Quando o professor interessa-se pessoalmente pelos seus alunos, aconselhando-os e ajudando-
os em tudo o que for possível, está contribuindo decisivamente para um ensino relevante.

Os alunos também precisam ser estimulados ao exercício da mutualidade. Isto é, ministrarem


uns aos outros, a fim de construírem a unidade.

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Como vemos, o relacionamento interpessoal é um aspecto tremendamente significativo, não
podendo deixar de ser considerado pela direção da Escola Bíblica Dominical. Atividades
extra-classe, células de comunhão, discipulado... são alguns procedimentos que podem ser
encaminhados pelo diretor. Mas, sobretudo, insistir no desenvolvimento de uma relação
dialógica, quando, nas aulas, os alunos sentem-se a vontade para colocar suas questões,
compartilhar experiências, e o professor, habilmente, aproveita as diferentes falas e situações
para a exploração do conceito em estudo. É a busca pelo predomínio da troca, da partilha, da
comunhão, do cuidado uns com os outros...

5. Dinâmica Organizacional
Para que as iniciativas já comentadas provoquem resultados minimamente satisfatórios, torna-
se necessário o cuidado com as condições para o trabalho. Nesse sentido, é ação também do
diretor atentar, entre outras coisas, para os critérios de formação dos grupos de estudo, a
quantidade de alunos possível, o horário de funcionamento, o material que vai ser utilizado e
os registros atualizados.

Os grupos de estudos ou as classes, como comumente são chamadas, não devem


obrigatoriamente ser divididas por faixa etária e sexo. O que deve definir a organização é a
proposta curricular. Um curso básico precisa ser criado para os iniciantes. Após o término do
curso básico, comum a jovens e adultos, estes, então, poderão ser inscritos em classes ou
departamentos, sem que haja, no entanto, rigidez neste critério e forma. Por que não organizar
os grupos por interesses, conhecimentos bíblicos, escolaridade?

Quanto a quantidade ideal de alunos, temos a dizer que os grupos não devem ser grandes.
Preferencialmente não exceder a 20 alunos para cada professor. Justamente para facilitar uma
ministração de ensino a partir de um trabalho educativo participativo, com o predomínio da
relação dialógica e o cultivo de um bom relacionamento interpessoal entre todos.

O horário de funcionamento, assim como o tempo dedicado ao ensino, não devem ficar presos
a costumes e hábitos. A Escola Bíblica não tem que necessariamente ser dominical. E o tempo
de aula deve ser o maior possível.

Assim como nos demais aspectos, o que deve definir a escolha do material a ser utilizado é a
proposta curricular. Esse material, contudo, não pode resumir-se a revista. Verificamos que a
utilização da revista é uma prática comum para facilitar e, de certa forma, uniformizar o
estudo bíblico ministrado em nossas igrejas. É bom que os alunos possuam um material que
lhes auxilie na descoberta e arrumação dos conceitos bíblicos. Podendo ser a revista ou não. O
que não é bom é que este material deixe de ser um auxílio e passe a ser um fim em si mesmo.
O encaminhamento da aula não pode limitar-se ao estudo da revista.

Nosso conteúdo é o teológico, e a Bíblia é o livro-texto. Precisamos, usar dessa pedagogia.

"...Contar com ortodoxia de conteúdo. Isto é ter a Bíblia como o seu livro-texto e ser fiel
a ela em seus ensinos e doutrinas."

A organização pedagógica da Escola Bíblica Dominical Precisa considerar a utilização de


instrumentos que garantam a atualização dos registros: Cadastro dos professores; ficha
individual dos alunos; fichário de alunos em perspectiva e anotação das visitas. Estes dados
ajudarão nos diferentes encaminhamentos do trabalho.

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6. Proposta Curricular e Avaliação Periódica
Em vários momentos nos reportamos a necessidade de definição da proposta curricular. Esta
se constitui no eixo direcionador do trabalho. O diretor que deseja exercer uma ação
significativamente pedagógica, não pode abster-se de se envolver nesta área.

O currículo implica numa série de fatores: alunado a que se destina, realidade, necessidades...
Não é tarefa nossa, nesse Encontro, discutir os caminhos de sua construção. Pontuamos, no
entanto, a necessidade da direção da Escola Bíblica Dominical ampliar a sua visão em
relação a esse aspecto.
Um procedimento que pode ajudar bastante, aliviar a carga de responsabilidade do diretor e
facilitar a articulação desta construção, é a organização de uma comissão de currículo. Esta
comissão pode ser formada pelo pastor da igreja, por um pedagogo e por um professor da
Escola Bíblica Dominical. Juntos, encontrarão, mais facilmente, meios de avaliar, pesquisar e
definir os ciclos de estudo adequados a realidade e necessidade da igreja.

A avaliação precisa ser assumida como aliada. Com a função de diagnosticar o processo, ela
sinalizará os acertos a serem feitos. Assim, o diretor da Escola Bíblica Dominical deve prever
a sua prática sempre. Cada ciclo de estudo precisa ser avaliado. Colher, através de pesquisas,
a opinião dos alunos sobre o programa e desenvolvimento da classe e sobre o desempenho
dos professores, é uma das etapas avaliativas. A outra deve referir-se à aprendizagem, e pode
acontecer através de exercícios ou questões subjetivas. O processo avaliativo deve estar
intimamente articulado à proposta curricular.

7. Divulgação

Divulgar a Escola Bíblica Dominical é uma estratégia que, com certeza, influenciará no
pedagógico. A criatividade do diretor e sua equipe produzirá boas idéias. Para exemplificar,
contudo, destacamos algumas dicas sinalizadas por Olga Nogueira Sant’Anna em seu artigo:
Por onde recomeçar?

 Cartas aos faltosos e membros da igreja que não são alunos, convidando para novos
cursos, classes ou projetos que foram planejados.

 Cartazes, faixas, mural da Escola Bíblica Dominical, boletim da Escola Bíblica


Dominical, etc.

Um diretor de Escola Bíblica que não deseja reduzir a sua ação ao ato de abri-la e fechá-la,
tem pela frente uma longa jornada, perpassada de muitos caminhos e descaminhos. O trabalho
coletivo é uma saída. Aliar-se a pessoas da igreja que militam na área de educação, mas
sobretudo, com experiência de vida cristã, é uma atitude a ser buscada.

São muitas as propostas e grandes os desafios. Esperamos que o Senhor nos capacite e nos
ajude a ampliar nossa visão e alcançar novos horizontes em educação religiosa.

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ANEXO III

CONQUISTANDO O PADRÃO DE EXCELÊNCIA DA ESCOLA DOMINICAL

INTRODUÇÃO
Todas as instituições, entre elas a Igreja, têm organização, pois é impossível funcionar como
comunidade sem uma definição organizacional.

Uma estrutura organizacional adequada viabiliza a utilização de um estilo de administração


que garante a otimização dos sistemas, processos e do desempenho das pessoas, levando à
obtenção de maior eficácia e, conseqüentemente, à consecução dos objetivos gerais expressos
na missão e visão da Escola Bíblica Dominical.

Para que haja padrão de excelência, faz-se necessário analisar o que temos realizado e como
tem seguido a Escola Bíblica Dominical, com algumas exceções, utilizando modelos
estáticos, não conseguindo responder satisfatoriamente as expectativas que os tempos
modernos demandam.

É fato que a educação cristã tem sido representada, não apenas no Brasil, em nosso meio
denominacional, mas em outras denominações e em todo o mundo. Assim, se não quisermos
ficar com a nossa educação cristã parada, precisamos repensá-la à luz de sua importância e de
nossa realidade. Pensar na Escola Dominical objeto visando torná-la meio cada vez mais
eficaz de resgate espiritual e também social dos indivíduos e da sociedade, tem sido uma
constante nos últimos anos por nossa denominação, que vê a necessidade de preparar obreiros
para a relevante missão de "ir por todo o mundo e pregar o evangelho". Sem uma preparação
dificilmente chegaremos a um padrão de qualidade. A escolha redentora que prepara as
pessoas para viverem em sociedade: integrar os menos sábios e marginais na vida social, A
reprodutora compreende que a escola reproduz a estrutura social, política, ideológica da
sociedade urgente. Ela vê a educação como parte integrante da sociedade.

A escola é um instrumento de reprodução da cultura corrente da classe dominante. Na visão


transformadora deve-se agir estrategicamente para alcançar mudanças que conduzam a uma
realidade social, econômica e educacional melhor para todos.

O que isso tudo tem a ver com a igreja, Escola Bíblica Dominical e educação cristã? Estas
correntes oferecem grandes possibilidades para se entender a educação cristã em nossas
igrejas e construir um modelo religioso de educação que favoreça o crescimento dos cristãos,
da igreja, da própria sociedade. A mensagem da Palavra de Deus deve influenciar de maneira
global.

Uma nova mentalidade de educação religiosa deve ter este objetivo, visando mudar a
realidade da própria igreja, tornando-a um autêntico agente do reino de Deus. O que significa
dizer que o modelo de educação cristã deve capacitar os indivíduos a terem uma ética pessoal
coerente com a Bíblia e uma ética social concordante com as Escrituras. Somente
chegaremos a um padrão de excelência quando dissermos "chega" diante do terrível quadro
social, moral e espiritual que o mundo vive.

Transformar os indivíduos e também a sociedade com a verdade radical da Palavra de Deus


deve ser a preocupação e atuação permanente de um programa de educação religiosa coerente
com a Bíblia e com o mundo em que vivemos.

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A Escola Bíblica Dominical deve continuar ensinando a Bíblia, na sua inteireza, e
relacionando estes estudos com a vida das pessoas. Deve desafiar os cristãos a viverem em
todas as áreas e esferas da vida social coerentemente com a Bíblia.

A Escola Bíblica Dominical é a agência de mudança de pensamento e de comportamento,


para a glória de Deus e felicidade dos seres humanos.

I. ANALISANDO - ESTABILIDADE E MUDANÇA

1. Estabilidade é vital:

A estabilidade é o padrão normal de vida. Até o corpo busca hemeostase:

a) Quando as pessoas sentem falta de estabilidade tendem a ficar desanimadas.

b) Quando as pessoas sentem falta de estabilidade tendem a procurar por equilíbrio, através
de luta ou de fuga.

c) Quando as pessoas sentem falta de estabilidade, elas tornam-se desmotivadas.

2. Estabilidade inclui ordem, previsibilidade e estrutura:

a) Ordem se refere à direção, a um senso de propósito ou a um plano definitivo fixo.

b) Previsibilidade se refere à concorrência, a um senso de continuidade ou a uma rotina fixa.

c) Estrutura se refere aos parâmetros, a um senso de direcionamento ou a um limite fixo.

3. Estabilidade é necessária para mudança


Mudança é o estado normal de qualquer ser humano, organização ou sociedade.

Tipos de mudanças:

a) Mudança estrutural: mudança organizacional causada por insatisfação interna ou pressão


externa.

b) Mudança tecnológica: mudança de processo ou metodologia causada por modernização


ou técnicas novas.

c) Mudanças comportamentais: mudanças nas ações, causadas por forças internas ou


externas, mas que podem não ser permanentes.

d) Mudanças de valores: mudança nas atitudes causada por reestruturação interna.

II. PROCESSOS DE ADOÇÃO DE BOHLEN AND BEAL (ISO)

a) Consciência: A velocidade com que uma pessoa se torna consciente de uma mudança
necessária depende da situação, da preocupação levantada pela situação, e da informação
disponível.

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b) Interesse: O despertar de interesse tem que ocorrer, ou a conscientização vai morrer,
portanto o quem, que, quando são essenciais. É necessário discernimento maior.

c) Avaliação: O tempo necessário para pensar e fazer perguntas importantes.

d) Ensaio: "testando as águas" e perguntando: "podemos fazê-lo?"

e) Adoção: a implementação da mudança.

III. O PROCESSO DE MUDANÇA DE LEWIN

1 - Descongelamento: preparar indivíduos para mudança.

a) Descongelamento exige investigação. Conseguir todos os dados pertinentes corretamente.

b) Descongelamento exige reconhecimento. As pessoas têm que ver a necessidade de


mudar.

2 - Mudança: provendo novos padrões.

a) Mudança exige envolvimento. Quanto maior o envolvimento, maior o direito de


propriedade.

b) Mudança requer análise e síntese. Temos que olhar para as partes, mas não esquecer o
todo.

c) Mudança requer uma compreensão das forças envolvidas. Quais são as forças repressoras
e as forças impulsoras? Se você adiciona mais forças impulsoras, sem eliminar as forças
repressoras, podem ocorrer explosões.

3 - Recongelamento: Solidificação de Novos Padrões

a) Recongelamento exige adoção. As pessoas precisam aceitar a mudança como parte


das suas vidas.

b) Recongelamento exige implementação. A mudança ocorre somente quando há ação


envolvida.

IV. FORÇAS REPRESSORAS À MUDANÇA

1. Pessoais

a) Medo: as pessoas rejeitam o não-experimentado e o novo, porque não querem encarar


os resultados.

b) Emoções: as pessoas têm a tendência a serem emocionais em vez de lógicas.

c) Conforto: as pessoas gostam do "status quo".

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d) Mente fechada: as pessoas acreditam que o modo como elas estão fazendo as coisas é
o modo como deve ser feito.

e) Tirania do urgente: nós estamos muito ocupados para mudar.

f) Super Espiritualidade: há pessoas que pensam que toda mudança é pecado.

2. Organizacionais

a) Coação: as organizações querem que as pessoas se conformem com padrões.

b) Síndrome do Grande Chefe: organizações tendem a controlar em vez de encorajar.

c) Manutenção: organizações tendem a funcionar sem propósito.

d) Conflito Interno: organizações têm problemas e poderes internos em vez de controle.

V. FORÇAS IMPULSORAS DA MUDANÇA

a) Quando as pessoas vêem a necessidade da mudança.

b) Quando as pessoas estão envolvidas.

c) Quando as pessoas vêem um ganho pessoal ou evitação de perda.

VI. REQUISITOS PARA UM AGENTE DE MUDANÇA

a) Seja "centrado em pessoa".

b) Adquira tuas asas.

c) Monitora o clima social

d) Dê oportunidade à livre expressão de sentimentos.

e) Afirme sua filiação. Lembre que eles não podem estar sempre errados.

f) Envolva os membros da igreja tanto quanto for possível, para que eles tomem
propriedade.

g) Não se preocupe sobre quem está ganhando crédito.

h) Comece no ponto que está a maior chance ao sucesso.

i) Lembre que nem todo ceticismo está errado.

j) Ame seus inimigos.

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VII. O PADRÃO DE EXCELÊNCIA
Objetivando conquistar o Padrão de Excelência da Escola Bíblica Dominical, gostaria de
propor algumas sugestões:

Plano de Ação. É o conjunto de ações a serem executadas a fim de alcançar os objetivos


expressos na missão e na visão da Escola Bíblica Dominical. Este plano será completado com
as sugestões dos líderes e, posteriormente terá as ações priorizadas.

Procedimentos: Processo para adoção de um novo estilo.

1º. Divulgação. Nesta etapa faz-se uma divulgação do trabalho a ser desenvolvido,
apresentando seus objetivos, justificando sua necessidade e importância, explicando os
métodos e procedimentos que serão utilizados e, principalmente, ouvindo das pessoas suas
expectativas.

2º. Definindo a Missão. A estrutura organizacional da Escola Bíblica Dominical tem que ser
compatível com os desafios colocados pelos novos tempos, que exigem estruturas ágeis,
flexíveis e simples, que favoreça a comunicação, a integração e a participação, também deve
ser adequada ao propósito e objetivos da igreja. Assim sendo, um dos passos é responder a
grande questão: Para que existimos? Qual é o nosso propósito? Existimos para suprir que
necessidades da sociedade?

3º. Diagnóstico. Deve ser realizado em duas fases:

Fase A: Faz-se um levantamento dos problemas e dificuldades existentes, bem como das
necessidades, expectativas (tal fase será detectada através de entrevistas com os leigos e
voluntários que trabalham na área de Escola Bíblica Dominical).

Fase B: Após o diagnóstico inicial, passa-se a um outro diagnóstico mais detalhado, visando
o conhecimento de todas as áreas da Escola Bíblica Dominical, suas principais
responsabilidades, necessidades, dificuldades, processos, estrutura funcional. Para conhecer e
desenvolver esta fase, a metodologia indicada é a entrevista, que poderá ser individual com
líder, ou coletiva com o líder e a equipe, através de uma reunião estruturada.

4º. Definição da estrutura, suas funções e processos. Nesta etapa procede-se a análise dos
dados levantados nas duas fases do diagnóstico, objetivando encontrar um desenho para a
estrutura organizacional que propicie a solução para as principais dificuldades e carências
detectadas no diagnóstico.

Vale salientar que não existe método ou fórmula que determine como fazer isso ou aquilo. O
que vale é atentar para os princípios bíblicos de administração, conhecimentos básicos de
administração, bom senso, reflexão e discussão participativa - são os fatores que, reunidos,
determinarão o sucesso do trabalho.

5º. Preparação de Líderes. As estruturas devem ser informadas como atuar na nova
estrutura. Deve-se definir as diretrizes do processo, com elas, estabelecer limites e
parâmetros, para que possam atuar de forma plena no novo papel que se espera de cada líder.

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6º. Desenvolvimento. Conscientes as lideranças, deve-se preparar os participantes das
diversas classes para atuarem de forma integrada. Trabalhando em equipe de forma eficaz e
procurando conhecer o desenvolvimento dos demais.

Se queremos conquistar o padrão de excelência da Escola Bíblica Dominical, não podemos e


nem devemos deixar de lado nossa visão futurista. Esta visão deve ser alinhada com a
vontade de Deus; desafiadora, motivando as pessoas a fazerem grandes coisas; geradora de
entusiasmo e de anseio por mudanças; clara e compreensível por todos e focada no futuro.

Outros pontos importantes são:

 Conhecer nosso ambiente externo, ou seja, é imprescindível estar atento ao ambiente


no qual a igreja ou congregação está inserida. Devemos identificar as tendências e as
oportunidades e ameaças que esse ambiente estabelece a nós.

 Ambiente interno é imprescindível quando conhecemos os pontos fortes e pontos


fracos de nossa sociedade.

CONCLUSÃO
Finalmente, se buscarmos padrão de excelência junto a Escola Bíblica Dominical precisamos
colocar no lugar certo a pessoa certa. "É verdade que todo crente está apto par adorar a Deus,
no entanto, nem todo crente foi por Ele escolhido para uma missão especial".

Precisamos de pessoas com evidências de um verdadeiro adorador (João 4.19-23), nascido de


novo (Romanos 6.5-10), submisso, ou seja, que se sujeitem aos outros no temor de Cristo
como conseqüência de uma vida cheia do Espírito Santo (Efésios 5.18-21) e que possuam um
coração de servo, transformado e limpo (Mateus 5.8), sempre prontas a servir.

BIBLIOGRAFIA

ARMSTRONG, Hay Ward, Bases da Educação Cristã, JUERP, Rio de Janeiro-RJ.

BARNA, George, O Poder da Visão, Ed. Press Abba e Divulgadora Cultural Ltda. 2ª Edição,
São Paulo-SP

GANGEL, Kenneth O & Hendricks, Howard D. G., Manual de Ensino do Educador Cristão,
CPAD, RJ.

SCHWARZ, Cristian A e Schalk, Christoph, A Prática do Desenvolvimento Natural da


Igreja, Editora Evangélica Esperança, PR.

TOZZER, A W., A Tragédia da Igreja (Ausência de Deus), Danprevan Editora e


Comunicação Ltda, RJ.

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ANEXO IV

AVALIANDO A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL

Em tempos de globalização, a qualificação das instituições tem sido extremamente buscada.


Iniciada há mais de dois séculos em Gloucester, Inglaterra, pelo professor Robert Raikes, a
Escola Dominical trouxe uma inovadora forma de abordagem e comunicação da matéria
religiosa, popularizando o ensino da doutrina cristã evangélica, dirigido as crianças
abandonadas, com lições de civismo, aritmética, linguagem e religião. Esta última, sob a
forma de leitura de textos bíblicos.

Existe um anseio generalizado por revitalização da Escola Bíblica Dominical que venha
torná-la um ambiente ideal para a formação e equipamento do cristão, nas suas relações com a
Igreja e o mundo à sua volta.

Programa de Qualidade para Escola Bíblica Dominical

O Programa de qualidade de uma Escola Bíblica Dominical englobará quatro dimensões


fundamentais:

a) Planejar para Mudar


Trata-se de estabelecer o caminho pretendido e o futuro desejado.

b) Organizar para Atuar


É o momento da definição da estrutura que se pretende montar no sentido de tornar mais
flexível e comprometida com os resultados desejados.

c) Agir para Transformar


Consiste no envolvimento da equipe de trabalho, coordenada pela liderança, na realização dos
planos traçados.

d) Avaliar para Melhorar


É a obtenção das informações decorrentes da atuação, com vistas ao aprimoramento
permanente de todo o Programa de Qualidade.

Objetivos
Para fins deste trabalho, vamos tratar apenas do último passo administrativo para a Escola
Dominical.

Avaliar significará verificar o progresso realmente alcançado pela Escola Dominical, em três
grupos:

1. Grupo Discente. Qualidade da participação dos alunos em sala de aula e atividades


praticas. A avaliação dará através do Relatório de Pontuação do Aluno.

2. Grupo Docente. Qualidade dos serviços prestados pelos professores. A avaliação se


dará através da Pesquisa de Desempenho do Professor.

3. Grupo Diretor. Qualidade da superintendência em função dos resultados dos grupos


anteriores. A avaliação se dará através do Relatório de Pontuação da Escola.

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Perigos
Admitimos, desde já, a pressão atual do modelo secular que estimula o sucesso a qualquer
preço. Esta pressão tem seduzido e afetado também o modo evangélico de aprender, viver e
cultuar. Não consideramos adequados, para o alcance dos resultados desejados, a utilização de
métodos que destruam a cooperação e unidade do Corpo de Cristo. Antes, pelo contrario,
pretendemos oferecer soluções que reforcem estas características, evitando a exclusividade de
parâmetros que privilegiam somente os maiores e não contemplam também os melhores, os
mais dedicados. Reconhecemos, ainda, que nem sempre os fins justificam os meios, e seria
ideal que a avaliação adotada trouxesse o reconhecimento e/ou premiação dos destaques
individuais (alunos, professores, superintendentes) e coletivos (classes). Não devemos
ignorar, também, os malefícios da introdução do culto aos números, pois há diversos fatores
concorrentes e importantes, que não podem ser traduzidos em medidas de avaliação humana,
porem, o serão, no juízo divino, que conhece os mais íntimos segredos do coração.

Utilidade
Apesar dos perigos já relatados e iminentes na introdução de Sistema de Avaliação na Escola
Dominical, reconhecemos a validade e utilidade do processo, pois, a recomendação bíblica
"faça bem feita qualquer coisa que você tiver de fazer" (Ec 9.10).

Adotaremos como premissa deste Sistema: A Escola Dominical que não pode ser medida,
também não pode ser melhorada! Esta premissa devera nortear a função de Avaliação e
iremos sugerir aqui por esta razão, o levantamento de pontos passíveis de avaliação, alinhados
com os devidos critérios e formas de realização do processo, objetivando um balanço
periódico da Escola Dominical em cada congregação do povo de Deus.

Conceitos
Para a adoção de um Sistema 10 de Avaliação será importante estabelecermos um conjunto
padrão de conceitos, traduzindo nossas expectativas. Vamos a eles:

1) Fatores de Quantidade
Tratam-se dos agrupamentos das informações coletadas na Escola Dominical através dos
Envelopes de Freqüência, preenchidos pelos alunos pertencentes a Congregação (membros e
filhos congregados) e pelos alunos visitantes (de outras origens). O Sistema 10 terá os
seguintes Fatores de Quantidade, sendo a nota máxima em cada fator =1,0.

 Alunos Presentes

 Visitas Presentes

 Bíblias e Revistas

 Ofertas

2) Fatores de Qualidade
Tratam-se dos resultados dos Fatores de Quantidade divididos pelo numero total de alunos
presentes na data da avaliação. A média resultante das quantidades divididas pelo numero de
participantes. O Sistema 10 terá os seguintes fatores de Qualidade, sendo a nota máxima em
cada fator = 2,0

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 Visitação Média (número de visitantes a aula dividido pelo total de alunos presentes em.
classe)

 Literatura Média (soma de Bíblias e revistas dividida pelo total de alunos presentes em
classe)
 Oferta Média (soma dos valores arrecadados dividida pelo total de alunos presentes em
classe)

3) Sistema 10
O Sistema 10 de Avaliação da Escola Dominical consiste da apuração dos resultados de dois
conjuntos de fatores básicos de avaliação. Os Fatores de Quantidade e Fatores de Qualidade.

Este sistema prevê como 10 a nota máxima para uma classe de Escola Dominical, distribuída
em:

Fatores de Quantidade - Nota Máxima = 4,0


Fatores de Qualidade - Nota Máxima = 6,0

O sistema objetiva dar significado e utilidade as informações tradicionalmente coletadas em


aula, tais como: total de alunos e visitantes presentes, ofertas coletadas, numero de Bíblias e
revistas para o estudo. O sistema prevê a obtenção de notas para as 10 primeiras classes da
Escola, reconhecendo a diferença de eficiência nos diversos fatores e valorizando cada nível
de conquista.

Também este sistema reconhece que nem sempre a maior será a melhor.
De fato, neste sistema, a nota 10 somente será obtida pela classe que for a maior e melhor

Coleta e Registro de Dados


A coleta de dados que resultará em informações para o processo de avaliação da Escola
Dominical, será realizada através de instrumentos próprios e padronizados, tais como:

Envelope de Freqüência
Trata-se de envelopes de uso personalizado para cada participante (inclusive o visitante) da
Escola Dominical com prazo de utilidade correspondente ao trimestre letivo.
Também será utilizado pelos professores e superintendentes, pois também são alunos.

Este envelope conterá as seguintes informações:


 Nome do aluno
 Data de Nascimento
 Estado Civil
 Endereço (para futuro contato evangelístico ou de visitação)
 Classe
 Data da aula
 Bíblia
 Revista
 Oferta
 Número de visitantes convidados pelo participante

O Envelope de freqüência é o documento pertencente à Secretaria da Escola Dominical e sua


distribuição, recolhimento e arquivo é de competência exclusiva da Escola.

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Cada aluno ou visitante, que comparecer à Escola pela primeira vez, terá direito a receber seu
Envelope, através do serviço da Secretaria de cada classe, que orientará sobre seu
preenchimento.

Preenchido e entregue no horário estipulado, o aluno somente terá seu envelope em mãos na
próxima aula que comparecer, quando novamente o preencherá nos campos relativos à aula
do dia.

O recolhimento do envelope se dará no momento adequado escolhido pelo superintendente,


sem prejuízo da continuidade da aula, evitando a interrupção e distração tão freqüentes nestes
horários, a titulo de chamada, coletas ou atividades semelhantes, uma vez que a utilização do
envelope traz as respostas para todas estas questões.

2) Pesquisa de Desempenho do Professor


Trata-se de instrumento de opinião com perguntas dirigidas, preferencialmente não
identificada, dos alunos a respeito do desempenho do professor em sala de aula, abordando,
entre outras, as seguintes questões:

 O assunto estudado foi relacionado ao nosso dia-a-dia?


 Os assuntos estudados foram fixados?
 O professor demonstrou profundidade e conhecimento bíblico?
 A aula estava bem planejada?
 O professor manteve-se dentro da lição do dia?
 Os Recursos didáticos foram bem utilizados?
 Houve motivação e estimulo: para participação dos alunos na aula?
 As duvidas foram esclarecidas?
 A aula foi bem transmitida?
 O professor demonstra interesse pelos alunos?

O superintendente da Escola Dominical decidirá sobre a oportunidade e periodicidade desta


pesquisa, utilizando uma graduação para as alternativas de respostas a serem assinaladas,
evitando a falta de objetividade de um simples sim ou não.

Seguem alguns exemplos para escolha:

 Pouco, 1, 2, 3, Muito
 Fraco, 1, 2, 3, Bom
 Nenhum, 1, 2, 3, Grande
 Insatisfatório, 1, 2, 3, Satisfatório
 Desagradável, 1, 2, 3, Agradável

3) Relatório de Pontuação do Aluno


Trata-se de instrumento de Secretaria da Escola Dominical, identificando a pontuação
recebida pelo aluno em todas as aulas do trimestre. Relatório composto de colunas
identificando o nome dos alunos e as datas das aulas, onde serão anotadas as pontuações de
cada aluno.

As informações são extraídas dos Envelopes de Freqüência, após separá-los em ordem


alfabética, para facilitar o mapeamento (nos casos em que não há informatização na Escola) e
pontuadas conforme segue:

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 Presença do Aluno – 1 ponto
 Trouxe a Bíblia – 1 ponto
 Trouxe a Revista – 1 ponto
 Trouxe Oferta – 1 ponto (independentemente do valor)
 Trouxe Visitante – 1 ponto (para cada visitante convidado)
 Realização de Tarefa Especial - 5 pontos (memorização dos textos áureos do trimestre,
memorização da leitura em classe do dia, memorização de capítulos bíblicos, e outras
tarefas de semelhante dificuldade).

Este Relatório propiciará a informação, semana a semana da classificação de todos alunos


neste Sistema de pontuação colaborando para o acompanhamento e interação dos professores
com seus alunos e classes.

4) Relatório de Pontuação da Escola


Trata-se de instrumento de comparação entre as classes existentes na Escola Dominical,
baseada na somatória dos pontos obtidos nos Fatores de Quantidade e Qualidade de cada
classe.

As informações são extraídas dos Envelopes de Freqüência, após separa-los por classes e são
pontuadas conforme segue:

 Identificar a ordem decrescente de resultados e medias em cada um dos sete fatores,


antes de atribuir as notas.

 Para os fatores de quantidade haverá um decréscimo de 0,1 para cada classificação


inferior.
Exemplo: a classe em primeiro lugar no fator Alunos Presentes tem a nota 1,0. A
classe em segundo lugar neste fator obtém a nota 0,9. A terceira obtém a nota 0,8. E
assim por diante até a décima classe que obtém a nota 0,1.

 Para os fatores de qualidade haverá um decréscimo de 0,2 para cada classificação


inferior.
Exemplo: a classe em primeiro lugar no fator Visitação média convidada obtém a nota
2,0. A classe em segundo lugar neste fator obtém a nota 1.,8. A terceira obtém a nota
1,6. E assim por diante ate a décima classe que obtém a nota 0,2.

 Visualizada a ordem decrescente, atribuir em seguida as notas conforme descrição


acima.

Pertencer e Participar

A aplicação deste Sistema 10 valerá pelo esforço que exige, à medida em que nos faz ver que:
a) Nem sempre a maior classe será a melhor
b) Os fatores de qualidade favorecem ligeiramente as classes menores
c) Somente a melhor e maior obterá a nota 10
d) Visitantes possíveis passam a ter importância.
e) Não basta pertencer, pois cada professor percebera que o aluno também pode
participar.

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Premiação

No Sistema 10 de Avaliação, outro aspecto que merece atenção especial é a premiação pelas
mudanças positivas que forem sendo constata- das, importando mais o gesto do que a natureza
do prêmio. Por esta razão, diferentes formas de reconhecimento, como as que se seguem, têm
sido empregadas em diversos contextos.

 Carta/Diploma de reconhecimento

 Elogio público em aula ou evento

 Registro em peri6dicos ou jornais

 Prêmios reais: canetas, medalhas, troféus, viagens

Estabelecido a Sistema 10 de Avaliação, seria útil a introdução de um Sistema de


Premiação compatível que:

a) Premiasse mensalmente, trimestralmente, semestralmente e anualmente com 19


possibilidades de reconhecimento ao ano. Uma verdadeira motivação permanente.

b) Em decorrência do item anterior, valorizasse os resultados individuais passados,


dentro de um período de 12 meses, pois o indivíduo ou classe não premiada este mês,
terá sua pontuação acumulada, sem deixar de participar de novas premiações a cada
mês.

c) Reconhecesse as conquistas coletivas das classes, como sinônimo do entrosamento dos


professores e alunos, que se transformaram em verdadeiras equipes de trabalho na
obra do senhor.

d) Incentivasse o fortalecimento financeiro da Escola Dominical, propiciando a aquisição


e aparelhamento dos professores para estas atividades, além dos recursos necessários
ao custeio da premiação. Finalmente, será útil manter a publicação em boletim interno
da igreja ou da congregação ou, em quadro de avisos, a pontuação mensal e
acumulada dos alunos e das classes, contribuindo para a transparência do sistema 10 e
dando oportunidade para novas estratégias em busca de melhor classificação.

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