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FRANCIELE JAQUELINE RODRIGUES

SIGILO NO INQUÉRITO POLICIAL

CUIABÁ/MT
2021
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FRANCIELE JAQUELINE RODRIGUES

SIGILO NO INQUÉRITO POLICIAL

Projeto de Pesquisa apresentado ao UNIC -


Centro Universitário, como requisito parcial
de avaliação da disciplina de Trabalho de
Conclusão de Curso I.

Orientador:

CUIABÁ/MT
2021

SUMÁRIO
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1 INTRODUÇÃO.........................................................................4
1.1 O PROBLEMA......................................................................6
2 OBJETIVOS.............................................................................6
2.1 OBJETIVO GERAL OU PRIMÁRIO.....................................6
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS OU SECUNDÁRIOS..............7
3 JUSTIFICATIVA......................................................................8
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................9
5 METODOLOGIA....................................................................16
6 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO........................17
REFERÊNCIAS........................................................................19

1. INTRODUÇÃO

O presente projeto volta-se ao estudo do sigilo no inquérito policial e sua


relação com os veículos de comunicação – analisados com base no confronto entre
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o direito a personalidade e a liberdade de imprensa – enseja demonstrar que o
emprego desregrado do princípio da publicidade e do direito a informação causa
danos a compreensão do caso e na vida dos acusados.

O inquérito policial é um procedimento administrativo, investigatório, de


caráter informativo e preparatório. É formado por diversas diligencias e tem por
finalidade reunir elementos necessários à apuração da prática de uma infração penal
e sua autoria, a fim de propiciar a propositura da denúncia ou da queixa.

A pretensão do presente estudo monográfico, utilizando o método dedutivo e


a revisão bibliográfica, é ratificar o entendimento de que a utilização desregrada do
direito à informação e da liberdade de imprensa, acarreta graves problemas ao
esclarecimento dos fatos, além de esclarecer que a unilateralidade das
investigações preparatórias da ação penal não autoriza a Polícia Judiciária a
desrespeitar as garantias jurídicas que assistem ao indiciado, que não pode ser
considerado mero objeto de investigações.

1.1 O PROBLEMA DE PESQUISA

O presente tema tem como problema, verificar a forma que será mantida o
sigilo do inquérito policial, e se ele esta de acordo com as normas que a rege, e se
não está ferindo os princípios constitucionais, analisados com base no confronto
entre o direito a personalidade e a liberdade de imprensa – enseja demonstrar que o
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emprego desregrado do princípio da publicidade e do direito a informação causa
danos a compreensão do caso e na vida dos acusados.
Ao se analisar o inquérito policial, percebe-se que este se apresenta como
sendo um instrumento de relevância nas mãos do Estado, apresentando provas
necessárias contra o indiciado da ação criminosa, tendo como objetivo a propositura
da Ação Penal admissível, sendo seus legitimados, os mediadores.
Essa ação é então apontada como sendo um processo de caráter inquisitivo e
administrativo, o qual é regido pelo Código de Processo Penal, bem como por
demais legislações específicas, qualificado como um instituto, em que alguns
Direitos assim como Garantias são privados do Investigado. Por esse motivo, é
envolvido por diversas polêmicas, além de críticas apontadas pelos próprios
magistrados e pela sociedade em geral.
E por isso, Confidencialidade e divulgação são áreas jurídicas complexas e
conflitantes sustentada por diferentes considerações e objetivos. Conciliando
deveres de privacidade e confidencialidade com obrigações de divulgação exigem
sensibilidade, integridade e julgamento profissional.
A introdução dos direitos da Convenção, nova legislação de proteção de
dados e legislação iminente sobre liberdade de informação aumenta as tensões e
aumentar a complexidade de uma área já problemática do direito.

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL


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Analisar o princípio constitucional da confidencialidade nas investigações
policiais e como o material impresso prejudica as investigações policiais e causa
danos irreparáveis aos suspeitos.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS OU SECUNDÁRIOS


 Contextualizar sobre o inquérito policial;
 Discutir a questão do sigilo no inquérito policial;
 Analisar o princípio do contraditório e da ampla defesa no inquérito policial.
 Analisar a relevância do sigilo no inquérito policial;
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3. JUSTIFICATIVA

O assunto escolhido tem como justificativa demonstrar a garantia dos


direitos do sigilo do indiciado na fase no inquérito policial, pois muitas vezes, a
mídia ultrapassa os limites, e acaba ferindo os princípios constitucionais do sigilo,
pretendo apresentar para a sociedade os jovens acadêmicos, uma análise sobre a
intervenção da mídia na fase inquérito e os danos causados ao indiciado por conta
da publicação, pela imprensa, de fatos inexatos.
Também é importante mencionar que o acordo de confidencialidade do
órgão de aplicação da lei é um documento oficial destinado a proteger as
informações pessoais, sensíveis e secretas tratadas pelo órgão de aplicação da lei
no seu trabalho diário. O acordo de confidencialidade permite que todos os
funcionários esclareçam por escrito a política de todo o departamento.
Portanto o sigilo também especifica os requisitos de divulgação de
informações consistentes com as leis locais (incluindo leis que protegem os direitos
de informação dos cidadãos) conforme necessário. Os acordos de confidencialidade
ajudam a prevenir procedimentos disciplinares para o manuseio incorreto de
informações e ajudam as agências de aplicação da lei a evitar processos onerosos.
Eles também facilitam as investigações, ocultando informações sobre as operações
policiais do público.
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4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A origem da palavra inquérito vem do verbo inquirir, o qual significa perguntar,


indagar, investigar, interrogar. Por tanto o inquérito policial significa investigação ou
averiguação feita pela polícia. Essa analise está relacionada a infrações penais e
seus autores.
A natureza do inquérito é um procedimento administrativo, pré-processual de
caráter facultativo, destinado a apurar infrações penais cometidas, bem como
indícios de suas respectivas autorias, assim buscando os possíveis autores e
participes da conduta tida por criminosa, o doutrinador Fernando Capez conceitua o
inquérito policial como;

É o conjunto de diligências realizadas pela polícia judiciária para a apuração


de uma infração penal e de sua autoria, a fim de que o titular da ação penal
possa ingressar em juízo (CPP, art. 4º). Trata-se de procedimento
persecutório de caráter administrativo instaurado pela autoridade policial.
Tem como destinatários imediatos o Ministério Público, titular exclusivo da
ação penal pública (CF, art. 129, I), e o ofendido, titular da ação penal
privada (CPP, art. 30); como destinatário mediato tem o juiz, que se utilizará
dos elementos de informação nele constantes, para o recebimento da peça
inicial e para a formação do seu convencimento quanto à necessidade de
decretação de medidas cautelares.”(23º edição curso de processo penal,
Fernando capez, 2016)

Conforme o artigo 4º do código de processo penal é um procedimento


administrativo realizado pela Polícia Judiciária, para apuração de uma infração penal
e sua autoria, para que o titular da ação penal possa ingressar em Juízo, pedindo a
aplicação da lei ao caso concreto.
Sua as características são, escrito, prescindível, obrigatório, informativo,
discricionário, temporário e sigiloso, e tem como finalidade a formação da opnio
delict pelo titular da ação: Ministério Público, caso seja ação penal pública, ou ao
ofendido nos casos de ação penal privada.
O inquérito policial, por ser peça de natureza administrativo, inquisitivo e
preliminar à ação penal, é um meio adequado para que se afastem eventuais
dúvidas e se corrija o prumo da investigação, evitando-se o indesejável erro
judiciário, deve ser sigiloso, não submetendo, pois, à publicidade que rege o
processo. Não cabe a incursão na delegacia, de qualquer do povo, desejando
acesso aos autos do inquérito policial, a pretexto de fiscalizar e acompanhar o
trabalho do Estado.
As investigações já são acompanhadas e fiscalizadas por órgãos estatais,
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dispensando-se, a publicidade. Nem o indiciado, pessoalmente, tem acesso aos
autos. Se o delegado deixar claro que aquela específica investigação é confidencial,
decrete o estado de sigilo.
De acordo com Código de Processo penal dispõe:

“Artigo 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário á elucidação do


fato ou exigido pelo interesse da sociedade.”

Insta mencionar, como o exímio doutrinador Nestor Távora leciona em sua


obra:

Ao contrário do que ocorre no processo, o inquérito não comporta


publicidade, sendo procedimento essencialmente sigiloso, disciplinando o
art. 20 do CPP que “a autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário
à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade”. Este sigilo,
contudo, não se estende, pro uma razão lógica, nem ao magistrado, nem ao
membro do Ministério Público. (TÁVORA e ALENCAR, 2014, p. 117).

Deste modo, o sigilo do inquérito policial divide-se em dois tipos, sigilo externo
e sigilo interno. O externo é aquele sigilo que abrange ao público em geral, ou seja,
não possibilita que a imprensa ou qualquer pessoa do povo tenha acesso aos autos
e elementos de informação. Já o interno é o que abarca o indiciado e seu advogado,
e claro a própria autoridade policial, o juiz competente, Ministério Público, membros
do Ministério Público e o promotor de justiça.

Neste sentido o doutrinador gomes neto, leciona sobre o sigilo no inquérito:

Nem sempre o inquérito precisa ser sigiloso. Mas acontece,


excepcionalmente, que certos crimes ficam durante algum tempo envolto
em dúvida ou em verdadeiro mistério, sendo então dever da autoridade e
condição indispensável para o êxito do inquérito manter sigilo sobre as
providencias tomadas e sobre os elementos por acaso já colhidos, até que
se elucide devidamente o fato. Outras vezes é o próprio interesse da
sociedade, mais direto, que exige o sigilo, como, por exemplo, nos casos de
crimes cuja revelação possa alarmar ou por em pânico a coletividade. Neste
caso compete à autoridade policial, em vez de permitir a publicidade
imediata do crime, agir também preventivamente, em benefício da
sociedade, além de repressivamente, contra os criminosos. O que não se
pode, em caso algum, é confundir necessidade de elucidação do fato ou
mesmo interesse da sociedade com caprichos de pessoas ou manobras
políticas, sobretudo quando houver direitos ou legítimos interesses
individuais prejudicados, do que o melhor exemplo seria a prisão”.( GOMES
NETO, 1957, p. 121)

No mesmo sentindo o doutrinador RANGE, leciona o sigilo como:


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Sigiloso – O sigilo que deve ser adotado no inquérito policial é aquele
necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
Muitas vezes, a divulgação, via imprensa, das diligências que serão
realizadas no curso de uma investigação, frustra seu objeto primordial, que
é a descoberta da autoria e comprovação da materialidade [...]. (RANGEL,
2004, p. 89-93).

Nos dias de hoje pode ser observado que a impressa tem muita influência na
sociedade, desta forma quando acontece um crime bárbaro a imprensa acaba
tratando aquele indivíduo como culpado sem que exista sentença penal
condenatória definitiva Neste sentido observa-se que na Televisão, os ancoras e
reportes são narradores participantes dos assuntos criminais, e acabam se tornando
verdadeiros atores e atrizes que se valem teatralmente da própria máscara para um
jogo sutil de esgares e trejeitos indutores de aprovação ou repreensão aos fatos e
personagens noticiados.
Enfatiza-se que a provável divulgação da ação investigatória muito
provavelmente dificultaria sobremaneira o resultado final do inquérito, ou seja, as
exposições das diligências iriam ocasionar embaraços ao desenvolvimento do fato
investigado, e causar danos irreparáveis a vida do indiciado.
Assim também se posiciona o doutrinador Eugênio Zafaroni:

[...] Com freqüência instrumentalizam-se vítimas ou seus parentes


aproveitando, na maioria dos casos, a necessidade de desviar culpas e
elaborar o dolo, para que encabecem campanhas de lei e ordem, nas quais
a vingança é o principal objetivo. As vítimas assim manipuladas passam a
opinar como técnicos e como legisladores e convocam os personagens
mais sinistros e obscuros do autoritarismo penal ao seu redor, diante dos
quais os políticos amedrontados se rendem, num espetáculo vergonhoso
para a democracia e dignidade da representação popular.

Deste modo a característica do sigilo no inquérito policial visa assim evitar


que a publicidade das provas já colhidas e aquelas que venham a ser
posteriormente obtidas pela autoridade policial não prejudiquem o desenrolar do
procedimento e a apuração do ato ilícito penal, para que desta forma seja feita a
devida propositura da ação penal cabível.
Por fim, neste trabalho, conclui-se que o sigilo no inquérito policial não afronta
o princípio da publicidade, visnado a grande importância de manter fora do alcance
de terceiros as informações mantidas no procedimento administrativo em espécie,
garantindo o sucesso das investigações e preservação da imagem do investigado,
conforme preceitua a Constituição sobre o princípio da presunção de inocência.
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5. METODOLOGIA

O método que será utilizado para elaboração do presente trabalho é à


pesquisa bibliográfica, desta forma, foram realizadas leituras e análises críticas em
doutrinas, artigos, jurisprudências, revistas e internet a fim demonstrar a importância
desse trabalho quanto a seu estudo referente.
O sigilo do inquérito policial a qual, a pesquisa caracterizará como
complementação das bases teóricas e metodológicas para uma melhor didática das
informações, sendo a classificação da pesquisa de natureza explicativa e descritiva,
como método de abordagem, sendo o procedimento histórico.
Com isso contribuirá ainda para o conhecimento acadêmico, da comunidade,
colegas de trabalho, de faculdade que ampliará o conhecimento referente ao tema..

Palavras-chave: Inquérito Policial, sigilo. Impressa. Sociedade


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6. CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

2021 2021
ATIVIDADES JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Escolha do tema. X X
Definição do problema de
pesquisa

Definição dos objetivos, X


justificativa.

X
Definição da metodologia.

Pesquisa bibliográfica e X
elaboração da
fundamentação teórica.

Entrega da primeira
versão do projeto.

Entrega da versão final do


projeto.

Revisão das referências


para elaboração do TCC.

Elaboração do Capítulo 1.

Revisão e reestruturação
do Capítulo 1 e
elaboração do Capítulo 2.

Revisão e reestruturação
dos Capítulos 1 e 2.
Elaboração do Capítulo 3.

Elaboração das
considerações finais.
Revisão da Introdução.

Reestruturação e revisão
de todo o texto.
Verificação das
referências utilizadas.
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REFERÊNCIAS

BRASIL. Código de Processo Penal.de 1988. Brasília, DF: Presidência da


República, [2021]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/del3689.htm. Acesso em: 12 maio. 2021

CAPEZ, Fernando Capez. Curso de Processo Penal, 23.ed São Paulo, Saraiva,
2016.

GOMES, Neto, F. A. Teoria e Prática do Código de Processo Penal, vol. I. Rio de


Janeiro: Jose Konfino Editor, 1957.

RANGEL, Paulo. Direito Processual Penal. 21ª edição. São Paulo: Atlas, 2013.

TÁVORA, NESTOR; ALENCAR, ROSMAR RODRIGUES. Curso de Direito


Processual Penal. 9ª edição, 3ª tiragem, revista, ampliada e atualizada. Jus
PODIVM, 2014;

ZAFFARONI, Eugenio Raúl. O inimigo no direito penal. 2 ed. Rio de Janeiro,


Revan, 2007.

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