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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

PEDAGOGIA

AGDA MALFACINI FITELMAM

AS CONTRIBUIÇÕES DOS JOGOS E BRINCADEIRAS


NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Betim
2017
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AS CONTRIBUIÇÕES DOS JOGOS E BRINCADEIRAS NO
DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Projeto de Ensino apresentado à


Universidade Norte do Paraná -
UNOPAR, como requisito parcial para a
obtenção do título de Pedagogia.

Orientador: Prof.: Natália Gomes dos


Santos.

Betim
2017

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FITELMAM, Agda Malfacini. As contribuições dos jogos e brincadeiras no
desenvolvimento infantil. 2017. 27 páginas. Projeto de Ensino (Graduação
em Pedagogia) – Centro de Ciências Exatas e Tecnologia. Universidade Norte
do Paraná, Betim, 2017.

RESUMO

O presente projeto de ensino no qual o título é: As contribuições dos jogos e


brincadeiras no desenvolvimento infantil tem por objetivo estudar os
pressupostos teóricos e metodológicos, proporcionar situações onde a criança
possa explorar e observar o ambiente em que ela está inserida. Falar de
criança é relacioná-la a jogos e brincadeiras, como da mesma forma falar de
jogos é pensar na criança que brinca. Desta forma, é possível inferir que o jogo
está presente na criança e na sua infância. Os jogos e brincadeiras são
bastante utilizados como recursos metodológicos e pedagógicos,
principalmente na Educação Infantil. A criança cria e recria o mundo ao seu
entorno por meio de brincadeiras, assim o brincar é uma das formas de
linguagem que a criança utiliza para interagir consigo mesmo, com os outros e
para compreender o mundo ao seu redor, desta forma, pode-se dizer que o
jogo é uma atividade natural do homem. “Ao brincar a criança experimenta,
organiza-se, regula-se, constrói normas para si e para os outros” (KRAMER,
2005, p.104). Na escola o brincar não é igual ao brincar em outras situações,
visto que a vida escolar tem normas que regulam as ações e interações entre
as pessoas. A brincadeira faz parte da vivência infantil, porém é importante
destacar o desenvolvimento intelectual e cognitivo que acontece quando se
brinca.

Palavras-chave: Jogos. Brincadeiras. Criança. Desenvolvimento.

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SUMÁRIO

1 Introdução......................................................................................................4
2 Revisão Bibliográfica .....................................................................................6
3 Processo de Desenvolvimento do Projeto de Ensino...................................17
3.1 Tema e linha de pesquisa..........................................................................17
3.2 Justificativa.................................................................................................17
3.3 Problematização.........................................................................................18
3.4 Objetivos.....................................................................................................19
3.5 Conteúdos...................................................................................................19
3.6 Processo de desenvolvimento....................................................................19
3.7 Tempo para a realização do projeto...........................................................23
3.8 Recursos humanos e materiais..................................................................23
3.9 Avaliação....................................................................................................23
4 Considerações Finais....................................................................................24
5 Referências...................................................................................................26

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1 INTRODUÇÃO

Através das brincadeiras que as crianças desvendam seu mundo, fazem


descobertas, representam suas emoções e percepções do mundo de maneira
espontânea, e isto faz parte da infância e cabe ao professor desenvolver
estratégias para a aprendizagem dos conteúdos onde os seus alunos
aprendam com prazer e satisfação. Brincar é uma expressão natural da
criança, é sua forma de aprender e de expressar emoções e sentimentos. O
brincar é indispensável em todos os casos para assegurar o equilíbrio natural
relacional da criança, contribuindo, portanto para favorecer o desenvolvimento
de sua personalidade e sua progressiva interação na sociedade das outras
crianças e na dos adultos.
É importante que os jogos e as brincadeiras estejam sempre presentes
no cotidiano escolar, pois isto vem contribuir e muito para com as concepções
psicológicas e pedagógicas do desenvolvimento infantil.
O desenvolvimento cognitivo infantil não ocorre por si só, mas através
das diversas interações que a criança faz ao longo do tempo, explorando o
meio onde vive, e isso se dá através do lúdico, com a utilização de jogos e
brincadeiras. As crianças possuem um modo próprio de conhecer e interagir
com o mundo, e a brincadeira é responsável por vários tipos de aprendizagens
e se torna essencial na Educação infantil. Processo este que leva as crianças a
terem maior qualidade de compreensão, brincadeiras diárias, jogos recreativas,
que favorecem as fantasias, assim às crianças vai de encontro à percepção de
seus movimentos, suas posições, com os vários tipos de regras e brincadeiras,
diferenciando os jogos de outros recursos que vão ao encontro de suas
necessidades.
É importante utilizar-se de brinquedos e jogos em sala de aula, pois
assim as crianças aprendem brincando. Atividades dinâmicas, como a
utilização de jogos pedagógicos, bem como momentos de socialização e
afetividade oportunizam por meio do mundo imaginário.
Durante todo processo de desenvolvimento físico, moral e social da
criança, os ambientes em que elas estão inseridas e as brincadeiras
espontâneas ou dirigidas podem contribuir de forma significativa na sua
formação integral. É importante à criança brincar, pois ela irá se permear por

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relações cotidianas e assim vai construindo sua identidade, a imagem de si e
do mundo que a cerca.
Os jogos e a brincadeiras se usados corretamente, contribuem
significativamente na construção e compreensão do conhecimento, é
importante que o professor conheça cada tipo e seu objetivo, para promover
um trabalho de qualidade nesse aspecto.
O presente projeto de ensino está voltado à linha de pesquisa em
docência na educação infantil, e possui grande importância, pois compreende
que os jogos e brincadeiras fazem parte da infância.
Muitos teóricos dão grande ênfase à importância dos jogos e
brincadeiras na aprendizagem das crianças, salientando até mesmo a questão
da reprodução de valores e conceitos presentes na vida das crianças. Para
Piaget (1951), no livro A Psicologia da Criança, o jogo é fator de grande
importância no desenvolvimento cognitivo. O conhecimento não deriva da
representação de fenômenos externos, mas sim da interação da criança com o
meio ambiente.
Para a realização deste projeto será utilizada a pesquisa bibliográfica, a
partir de grandes autores como Piaget, Vygotsky, entre outros que contribuíram
para com a Educação Infantil e sites eletrônicos. O referencial teórico fortalece
a proposta, ao defender a importância e as contribuições dos jogos e
brincadeiras no desenvolvimento infantil, baseiam-se na construção do
conhecimento físico, cognitivo e social, reforçada por grandes autores como
Piaget e Vygotsky. Piaget que trabalha o jogo pela assimilação ou acomodação
e Vygotsky que vê no jogo a possibilidade de estar sempre em uma zona
proximal pela busca do novo.
O principal objetivo deste projeto é fazer entender que os jogos e
brincadeiras é a base para um aprendizado significativo, e o desenvolvimento
social, cognitivo, intelectual, sempre respeitando a natureza da criança. O
presente projeto desenvolverá metodologias e recursos, atribuindo assim ao
professor a prática da docência de uma forma mais prazerosa e lúdica. Serão
utilizados jogos pedagógicos e diversas brincadeiras livres e dirigidas. A
avaliação ocorrerá durante todo o processo de desenvolvimento das atividades
e serão avaliadas a participação, cooperação, comportamento, criatividade e o
desempenho de cada aluno.

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2 Revisão Bibliográfica

Sempre há novas coisas a dizer sobre alimentação e saúde, vestuário e


moda, casa e conforto no morar, linguagens e comunicação – velhas e sempre
novas necessidades humanas. Também não se disse tudo sobre brinquedo e
brincar, jogo e brincadeira. O assunto jamais se esgotará, jovens pais e novas
crianças, outros brinquedos e ambientes lúdicos, novos professores e
possibilidades originais de conhecer o mundo estarão sempre interrogando
sobre o significado do brincar e do jogo e suas possibilidades.
Segundo Piaget (1976):

Os jogos não são apenas uma forma de desabafo


ou entretenimento, para gastar energias das
crianças, mas meios que contribuem e enriquecem
o desenvolvimento intelectual. (Piaget 1976,
p.160).

Muito se ouve sobre o ato de brincar protagonizado pela criança, e


mesmo que existam diferentes opiniões contidas no contexto da Educação
Infantil, todos reconhecem que o brincar é importante para a criança. Este
reconhecimento vem declarado nas mais variadas formas, tais como:
momentos de prazer, divertimento, de se gastar energia, descarregar, se
comunicar, compreender o mundo à sua volta, imitar, representar, fantasiar,
imaginar etc.
Vale destacar que independentemente de classe social, credo, cor e
raça, toda criança tem necessidade de brincar, e deste modo a escola
juntamente com a família devem se unir na busca pelo resgate ao lúdico
infantil.
A exemplo disso acredita-se que na organização do trabalho pedagógico
do professor de educação infantil deve conter atividades como jogos, cantigas
de roda, brincadeiras com movimentos etc., resgatando assim um processo de
ensino-aprendizagem mais significativo e prazeroso para a criança, e
reconhecendo que através do lúdico a criança possa aprender , desenvolver e
interiorizar o mundo à sua volta. Segundo Angotti (2010, p.113):

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Se o profissional da educação almeja contribuir
para a concretização do direito de brincar, cabe-
lhe viabilizar um ensino sistemático e intencional,
adequado ao ritmo do seu psiquismo infantil e
mediado pela alegria do lúdico, do belo, da
descoberta, da surpresa e do encanto.

Cumprir com o proposto requer do professor de educação infantil uma


postura intrigante e investigativa pautada numa profunda construção teórica
que lhe apresente conceitos, condutas e definições de jogo.
Portanto o jogo sob as suas duas formas essenciais sensório-motor e de
simbolismo, é uma assimilação da real atividade própria, fornecendo assim seu
alimento necessário e transformando o real em função das necessidades
múltiplas. Assim sendo, os métodos ativos de educação das crianças exige a
todos que se forneça um material conveniente a inteligência infantil.
Vygotsky (1998) diferente de Piaget considera que o
desenvolvimento ocorre ao longo da vida e que as funções psicológicas
superiores são construídas ao longo dela. Ele não estabelece fases para
explicar o desenvolvimento como Piaget e para ele os sujeitos não são ativos
nem passivos: é interativo. Afirma que na brincadeira “a criança se comporta
além do habitual de sua idade, além de seu comportamento diário no brinquedo
é como se ela fosse maior do que é na realidade” (p.117). Na visão de
Vygotsky a brincadeira cria uma zona de desenvolvimento proximal
favorecendo e permitindo-lhes novas possibilidades de ação sobre o mundo.
Fala-se do faz de conta, e Piaget do jogo simbólico, e pode-se dizer segundo
Oliveira (1997), que são correspondentes. “o brinquedo cria uma zona de
desenvolvimento proximal na criança”. Livro linguagem e o pensamento da
criança. Vygotsky afirma que:

O brinquedo cria uma zona de desenvolvimento


proximal, que é por ele definida com a distância
entre o nível de desenvolvimento real, que se
costuma determinar através da solução
independente de problemas, e o nível de
desenvolvimento potencial, determinado através
da solução de problemas sob a orientação de um,
adulto ou em colaboração com companheiros mais
capazes. (VYGOTSKY, 1998. P.112).

Para Piaget (1978), os jogos são caracterizados em três grandes tipos:


jogos de exercícios (0 a 2 anos), jogo simbólico (2 a 6 anos) e jogos de regras

7
(6 anos em diante). Segundo o próprio autor, é “a função é que vai diferenciar
esses jogos que não têm outra finalidade a não ser o próprio prazer do
funcionamento” (Piaget, 1978). A seguir, uma pequena explicação de cada um
desses tipos de jogos:
Jogos de exercício: É a primeira forma de jogo que a criança conhece
e aparece antes do desenvolvimento verbal completo. Tem como característica
o fato de a criança brincar pelo prazer do conhecimento do objeto, da
exploração, do desenvolvimento motor ou, como o próprio nome diz, do puro
exercício. Nessa fase, a criança brinca basicamente sozinha ou com a mãe.
Jogos simbólicos: É uma forma de jogo em que a criança faz de conta
que é outra pessoa ou se imagina em outra situação, ou atribui outra função a
um objeto. Por exemplo: Ana Cristina brinca de casinha, faz comidinha de
mentirinha. O jogo simbólico é de certa forma uma maneira da criança
comunicar ao outro aquilo que sente.
Jogos de regras: É caracterizado pelo conjunto de leis que é imposto
pelo grupo. Dessa forma, necessita de parceiros que aceitam o cumprimento
das obrigações definidas nas regras. É um jogo estritamente social.
É preciso também contemplar os jogos, realizados com o próprio corpo,
iniciando com movimentos simples e avançando para os mais complexos; os
jogos sensoriais, que estimulam as experiências sensoriais e criatividade das
crianças; os jogos de linguagem, que a auxiliam comunicação (rodas, canções,
apresentações faladas).
Em uma perspectiva mais ampla, a teoria piagetiana dá conta do modo
como as crianças apreende o mundo, apropriam-se de dos conhecimentos e
interagem com elas e com diferentes objetos e indivíduos. Esse
desenvolvimento cognitivo ocorre em estágios, em cada um dos quais são
desenvolvidas novas formas de pensar e de responder ao ambiente. Estudos
posteriores, realizados por discípulos de Piaget em diferentes contextos e com
diferentes indivíduos, mostraram que esses estágios de desenvolvimento
seguem sempre uma ordem de sucessão fixa, embora as idades possam variar
de um contexto para o outro. Veja a tabela explicativa:

Ocorre do nascimento até o aparecimento da linguagem,

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1º Estágio Sensório- motor por volta de 1 ano e meio, 2 anos de idade, dependendo
do contexto.
I
Período pré-operatório Ocorrem em três
subperíodos sequenciais:
* dos 2 anos aos 3 anos e
meio
2º Estágio Inteligência representativa *dos 4 anos ao 5 anos
*dos 5 anos e meio aos 7-8
anos.

Período das operações O corre dos 7 aos 11-12


concretas anos.

3º Estágio Operações formais Ocorre em dois períodos sequenciais:


 dos 11 aos 12 anos;
 até os 15- 16 anos.

O enfoque de Vygotsky parte da análise do social para se compreender


como os indivíduos adquirem conhecimentos. No processo de construção dos
conhecimentos, as interações sociais das crianças distinguem-se de outras
interações, bem como das dos adultos. Graças às suas experiências sociais,
as crianças têm acesso à cultura, aos valores e conhecimentos historicamente
criados pelo homem. Vygotsky salienta a importância das atividades das
crianças – isto é, de suas intenções – na construção de seus conhecimentos,
tanto na sua vida familiar quanto na comunidade.
Embora Piaget e Vygotsky apresentem algumas diferenças de enfoque,
evidencia-se que, na prática, suas propostas não são tão diversas. A questão é
ampla e controvertida. Não podemos nos fechar a nenhuma das duas teorias;
elas caminham de forma paralela e complementar.
A dimensão interacionista é enfatizada por Vygotsky, portanto, sobretudo
quanto ao papel do meio social e cultural na formação das funções
psicológicas.
Já Piaget não analisa, de forma tão específica, o papel do meio na
estruturação das condutas do sujeito. Ele dá mais ênfase ao interacionismo no
que se refere ao papel ativo do sujeito. O objetivo primordial de Piaget é o de
estabelecer uma epistemologia genética, estudando, por meio da psicogênese,
as formas de conhecimento.

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Especificamente na área do brincar, Piaget analisa de forma minuciosa o
processo de desenvolvimento do indivíduo, detalhando e explicando a função
do brincar no desenvolvimento intelectual da criança e sua evolução nos
diferentes estágios. O que Vygotsky veio acrescentar refere-se, sobretudo, ao
contexto social que determina a atividade lúdica e à questão das interações
sociais. Para ele o jogo deve se distinguir dos outros tipos de atividades e
sugere a seguinte característica que define o jogo: o fato que de ele envolve
uma situação imaginária criada pelas crianças (isso é verdade tanto na
brincadeira sócio dramática quanto nos jogos de regras). O brincar das
crianças é imaginação em ação.
Outra característica acentuada por Vygotsky é a natureza das regras do
jogo. Ele afirma que não existe atividade lúdica sem regras, a situação
imaginária de qualquer forma de brinquedo já contém regras de
comportamento, embora possa não ser um jogo com regras formais
estabelecidas.
Vygotsky acredita ser a atividade lúdica crucial para o desenvolvimento
cognitivo, pois o processo de criar situações imaginárias leva ao
desenvolvimento do pensamento abstrato. Isso acontece porque novos
relacionamentos entre significados, objetos e ações são criados durante o
brincar.
Almeida (1978), afirma que os jogos não devem ser fins, mas meios para
atingir objetivos. Estes devem ser aplicados para o benefício educativo, assim
devem ser construídos em atividades permanentes nos espaços educativos da
Educação Infantil, pois por meio deles é possível que a criança trabalhe de
forma integral, ou seja, nos aspectos físicos, psicológicos, cognitivos e sociais.
Os jogos com regras manifestam-se por volta dos cinco anos de idade, neles
as crianças jogam juntas e começam a estabelecer regras, por exemplo:
amarelinha, bola de gude, queimada entre outras.
Durante todo processo de desenvolvimento e maturidade, toda criança
atinge fases específicas em várias faixas etárias. Sobre isso vários
pensadores, como Vygotsky e Piaget, compartilham a ideia de que o
crescimento da criança é acompanhado por fases, cada uma com aspectos
peculiares e significativos, como físico, cognitivo, emocional e espiritual,
importantes para sua formação integral.

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A influência do ato de brincar no desenvolvimento da criança é
indispensável para a formação do caráter e da personalidade da pessoa; além
disso, o ato de brincar pode incorporar valores morais e culturais e uma série
de aspectos que ajudam a moldar sua vida, como crianças e como adultos.
Brincando a criança pode acionar seus pensamentos para resolução de
problemas que lhe são importante e significativo, e o modo como ela brinca
revela o seu mundo interior, proporcionando-lhe que aprenda fazendo,
realizando, dessa forma, uma aprendizagem significativa.
Vygotsky (1998), um dos representantes mais importantes da psicologia
históricos culturais, partiu do principio que o sujeito se constitui nas relações
com os outros, por meio de atividades caracteristicamente humanas, que são
mediadas por ferramentas técnicas e semióticas. O autor refere-se à
brincadeira como uma maneira de expressão e apropriação do mundo das
relações das atividades e dos papéis dos adultos. A capacidade para imaginar,
fazer planos, apropriar-se de novos conhecimentos surge nas crianças através
do brincar. A criança por intermédio da brincadeira, das atividades lúdicas,
atua, mesmo que simbolicamente, nas diferentes situações vividas pelo ser
humano, reelaborando sentimentos, conhecimentos, significados e atitudes.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil
(BRASIL, 1998, P.27, V.01):
O principal indicador da brincadeira entre as
crianças é o papel que assumem enquanto
brincam. Ao adotar outros papéis na brincadeira,
as crianças agem frente à realidade de maneira
não literal, transferindo e substituindo suas ações
e características do papel assumido, utilizando-se
de objetos substitutos.

Sabemos que o contexto social que a criança vive influência fortemente


o seu desenvolvimento. Diante deste fato, as crianças são passíveis de
influências lúdicas em seu cotidiano. Mas, infelizmente, muitas das vezes os
adultos que convivem e brincam com as crianças não se dão conta da
importância de seus gestos, palavras e movimentos.
No entanto teóricos e pesquisadores da área já reconhecem que a
brincadeira é uma forma privilegiada de aprendizagem infantil, isto porque, à
medida que as crianças vão crescendo, trazem para suas brincadeiras o que
veem, escutam observam e experimentam do mundo em que estão inseridas.

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Assim, as brincadeiras para as crianças se tornam mais interessantes quando
podem combinar os diversos conhecimentos a que tiverem acesso, pois,
nessas combinações, revelam sua visão de mundo carregada de descobertas.
De acordo com Kishimoto (2005, p.21):

A brincadeira é a ação que a criança desempenha


ao concretizar as regras do jogo, ao mergulhar na
ação lúdica. Pode-se dizer que é o lúdico em ação.
Desta forma, brinquedo e brincadeiras relacionam-
se diretamente com a criança e não se confundem
com o jogo.

Podemos dizer que, diante desta conceituação de Kishimoto (2005) a


criança brinca de jogos de papéis ou de faz de conta, a ação representada no
jogo é a brincadeira. Portanto, a brincadeira é a materialização do pensamento
lúdico. Da mesma forma, quando a criança executa as regras impostas em um
jogo de xadrez, isso é brincadeira, pois, em ambos os casos, houve a ação da
criança. Todas essas inferências também são perfeitamente adequadas ao
analisarmos a manipulação motora de um bebê que sacode um chocalho e ao
mesmo tempo o coloca na boca. Neste caso, mesmo que por imitação houve
ação, houve brincadeira.
Compreender as especificidades dos jogos e das brincadeiras torna-se
importantes para resinificarmos ações lúdicas ainda presentes na educação
infantil. É fato que as crianças têm começado a frequentar instituições de
educação infantil cada vez mais cedo. Por incrível que pareça o brincar ainda é
desvalorizado nesses espaços, ficando assim relegada ao tempo de intervalo
ou de descanso do professor, uma vez que é um passatempo que não precisa
ser planejado nem observado.
Declarar como importante a brincadeira para a criança exige mais do
que simplesmente permiti-la, mas sim promovê-la. As crianças precisam de
espaço, tempo, material e companhia para brincar. Quanto mais elas
experimentarem, olharem e ouvirem, mais aprenderá, e assim poderão
relacionar os elementos reais com os elementos imaginários das suas
brincadeiras, e mais produtivos serão as atividades de representação.
A brincadeira está longe de ser apenas uma atividade natural da criança,
ela é também uma aprendizagem social. As crianças quando brincam, não
estão apenas entrando em contato com a cultura de uma forma geral. Quando

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se brinca, aprende-se a antes de tudo a brincar, controlar um universo
simbólico particular, imposto pela sociedade na qual está inserido. Vale
destacar que, antes mesmo de dominar a fala, a criança faz uso de uma de
uma linguagem gestual para se comunicar e mostrar sua intenção de brincar,
muitas vezes começa a entregar brinquedos à outra pessoa, por
desconhecerem essa linguagem, muito adultos limitam-se apenas a empilhar
os brinquedos em volta de si ou fazerem comentários que desestimulam a
brincadeira. Ao se dar conta desses códigos, o adulto pode identificar a
intenção da criança e enriquecer as possibilidades da atividade estimulando a
criança a brincar ou brincando com ela.
Infelizmente o que não vemos normalmente mais nas escolas de
Educação Infantil é a presença de dos jogos tradicionais, ensinados de
gerações em gerações. Para alguns professores, eles são ultrapassados, pois
estamos na era da globalização, para outros é algo que não condiz mais com o
contexto da criança contemporânea. Entretanto não cabe ao professor retirá-
los deste universo lúdico nem negá-los à criança. As brincadeiras tradicionais
devem ser somadas às diferentes oportunidades que a criança tem para
brincar, não devendo ser substituídas por jogos virtuais, nem substituí-los, mas
ambos devem somar experiências.
Os jogos e as brincadeiras, quando usado como recurso pedagógico,
possui um grande valor educacional, pois estes favorecem o desenvolvimento
físico, intelectual, afetivo e social da criança. As atividades lúdicas que
envolvem o brincar pedagógico estimulam a criança no desenvolvimento do
pensar e do agir, fazendo com que ela se torne futuramente apta a resolver
situações problemas que surgirão.
É muito importante observar como as crianças brincam e como elas se
relacionam umas com as outras, com os objetos e com o mundo à sua volta,
isto tem quer servir como base para o professor, a partir das realidades lúdico-
culturais podemos “desenhar”, conforme os estágios de desenvolvimento e dos
repertórios específicos, propostas adequadas a cada grupo e a cada criança.
A principal preocupação da educação deveria ser a de propiciar a todas
as crianças um desenvolvimento integral e dinâmico. É importante que os
conteúdos correspondam aos conhecimentos gerais das crianças, a seus
interesses e necessidades, além de desafiar sua inteligência. As crianças são

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seres integrais, embora não seja dessa forma que elas têm sido consideradas
na maior parte das escolas, uma vez que as atividades propostas são
estruturadas de modo compartimentado: há uma hora para trabalhar a
coordenação motora, outra para expressões plásticas, outar para o corpo, outar
para desenvolver raciocínio, outar para a linguagem, outra para brincar sob a
orientação do professor, outra para brincadeira não direcionada e assim por
diante. Essa segmentação não vai ao encontro da formação da personalidade
integral das crianças nem de suas necessidades.
O ato de brincar desenvolve e proporciona nas crianças diversas
aprendizagens, bem como favorece a autoestima, auxilia a criança a superar
suas aquisições de forma criativa, estimula a curiosidade, proporcionando o
desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração e da
atenção. A partir dos jogos e brincadeiras que a criança começa a perceber as
regras, aprende a conviver em grupo, aprende a dividir o que tem com outras
crianças e consegue associar conhecimentos que ela já possui com
conhecimentos que ela desenvolve no decorrer da brincadeira.
Contribuindo com este pensamento Paschoal (2007, p.46) diz:

No faz de conta, enfim, são contemplados


objetivos como: formação e desenvolvimento da
linguagem oral; do pensamento; da memória; da
atenção; da imaginação; controle da própria
conduta; formação de identidade; criação de uma
autoestima positiva; aprendizado do
relacionamento com os colegas; esperar a sua
vez; trabalho em grupo; noção de tempo e espaço;
planejar e avaliar o momento em que vive.
[...] ao brincar a criança está firmando valores e
sentimentos morais e éticos, percebendo o que é
certo e errado. Em outras palavras está criando as
bases de sua personalidade.

Observando o modo como diferentes crianças brincam é possível


perceber que o uso dos brinquedos e a forma como as crianças os organizam
refletem sua realidade social e sua visão particular de mundo. Contribuindo
com esta afirmação, Kishimoto (2005, p. 214) diz;
.
[...] o brinquedo contém sempre uma referência ao
tempo de infância do adulto com representações
veiculadas pela memória e imaginação. [...] o
brinquedo supõe uma relação íntima com a
criança e uma indeterminação quanto ao uso, ou

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seja, a ausência de um sistema de regras que
organizam sua utilização.

Durante a observação das brincadeiras livres vivenciadas por seus


alunos, o professor deve ficar atento quanto à forma de interação que seus
alunos estão tendo com os brinquedos, com a situação lúdica e com os seus
colegas. No brincar espontâneo o professor pode registrar algumas ações
lúdicas, consegue diagnosticar ideias, valores e necessidades do indivíduo,
consegue classificar o estágio de desenvolvimento da criança. No brincar
dirigido o professor pode trabalhar com desafios através da escolha de jogos,
brinquedos e brincadeiras. Os jogos orientados têm como finalidade promover
o acesso a aprendizagem de conhecimentos específicos e também ajudam no
desenvolvimento cognitivo, afetivo, social, linguístico e na construção dos
valores.
É importante o professor definir, previamente, o espaço de tempo que
cada atividade lúdica vai ocupar no dia a dia; os espaços físicos, onde essas
atividades se desenvolverão, o modo de acesso aos espaços e objetos e
brinquedos ou outros materiais que tenham de ser providenciados.
Para garantir um ambiente apropriado para as experiências lúdicas das
crianças e elas poderem explorar esse universo infantil, é necessária que o
professor tenha um conhecimento teórico, prático, capacidade de observar e
vontade e prazer de ser parceiro da criança nesse processo. É importante que
os professores tenham um conhecimento claro sobre os jogos, brinquedos e
brincadeiras e que eles também saibam a importância da inclusão e utilização
que esses recursos lúdicos trazem na vida escolar das crianças.
É de suma importância garantir a participação dinâmica das crianças, o
professor deve de ter bem claras suas metas. Assim, ao pensar em atividades
significativas e desafiadoras que respondam aos objetivos, é importante
articulá-las de forma integrada, conforme a realidade sociocultural das
crianças, seus estágios de desenvolvimento e os processos de construção
cognitiva, valorizando o acesso aos conhecimentos dos mundos físicos e
social.
É importante situar a atividade lúdica como um caminho possível. Nesse
sentido é importante não considerar a atividade lúdica o único e exclusivo
recurso de ação, já que essa seria uma postura ingênua. Partindo de uma
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concepção sócioconstrutivista-interacionista do brincar, ou seja, pensando-o
como meio de garantir a construção de conhecimentos e a interação entre os
indivíduos, como vincular a atividade lúdica à função da escola? É possível
trazer essas atividades para o ambiente escolar, temos que pensar na
educação numa perspectiva criativa, autônoma, consciente. Por meio dos
jogos, das brincadeiras, não somente se abre uma porta para o mundo social e
para as culturas infantis, como se encontra uma rica possibilidade de incentivar
o seu desenvolvimento.
É importante ressaltar, que, uma proposta lúdica no contexto escolar
deve considerar os significados inscritos nos brinquedos e oferece-los às
crianças de forma a fomentar as mais diversas experiências. A grande
preocupação, no entanto, é se sua formação privilegiou os aspectos lúdicos. É
interessante que haja trocas entre o professor e o aluno sobre as impressões e
narrativas que os brinquedos trazem em sua história, pois isto ampliará muito
as possibilidades de desenvolvimento da criatividade. A intervenção do
professor se dá através da seleção dos materiais, sua disposição e arrumação
em determinados espaços e na sua participação na brincadeira, sempre que for
convidado.
Apesar de todo cuidado no planejar atividades lúdicas, deve-se dar voz e
vez para as crianças, afim de que elas manifestem quais são os brinquedos ou
jogos que mais lhes agradam e expliquem o porquê. Incluir o lúdico no fazer
docente do professor de educação infantil é também contribuir com a
construção de uma sociedade brincante, que reconhece a ludicidade como um
comportamento social da criança. O brincar deve ter lugar prioritário na vida da
criança, por ser uma das linguagens expressivas do ser humano, proporciona a
comunicação, a descoberta, a socialização e o desenvolvimento integral.

3 Processo de Desenvolvimento do Projeto de Ensino

3.1 Tema e linha de pesquisa


Desenvolvi meu projeto, escolhendo a linha de pesquisa em docência na

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Educação Infantil, pois é uma área que já atuo há bastante tempo. Este projeto
está embasado em teorias de grandes filósofos e de autores que destacam a
importância dos jogos e brincadeiras, e suas contribuições no processo de
desenvolvimento infantil.
O tema é de grande importância, pois faz se compreender que as
brincadeiras fazem parte do universo infantil, e que a formação do profissional
é um processo de contínua construção. É importante que os professores
tenham sobre si a exigência da construção, produção, conhecimento,
socialização, competências e habilidades que permitam o desenvolvimento
desses saberes.

3.2 Justificativa
Porque falar de um tema que é tão discutido, estudado por tantos
teóricos, professores e diversos autores? Por que o brincar é coisa séria.
Podemos achar que é só um momento de diversão, descontração, o que não
deixa de ser também, mas é nas brincadeiras sejam elas dirigidas ou livres,
que vemos o potencial que a criança tem, conseguimos observar o seu
desenvolvimento em todos os aspectos.
Para as crianças, a brincadeira é uma forma privilegiada de interação
com outros sujeitos, adultos ou crianças. É brincando, que elas se apropriam
criativamente de formas de ação sociais tipicamente humanas e de práticas
sociais específicas dos grupos aos quais pertence. Se entendermos que a
infância é um período em que o ser humano está se constituindo culturalmente,
a brincadeira assume uma importância fundamental, que possibilita a
apropriação, a ressignificação e a reelaboração da cultura pelas crianças,
podemos dizer que o período da infância é um momento distinto e real dos
outros, é neste período que expressamos nossos sentimentos, a criatividade de
uma forma mais espontânea possível. É através das brincadeiras e jogos, que
as crianças interagem com o outro, constrói sua identidade e desenvolve sua
autonomia.
O brincar, tanto para professores como para as crianças, constitui uma
atividade promotora de muitas aprendizagens e experiências, faz parte do
processo educativo, sendo assim incentivada, garantida e enriquecida.
Temos muito que aprender com as crianças, a inverter a ordem, a rir, a

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sonhar, representar e a imaginar.

3.3 Problematização
Ouve-se muito nos dias de hoje que as crianças não sabem brincar.
Então me pergunto: Quem tira um tempo para poder brincar com elas? É muito
mais cômodo ligar a TV, um videogame ou entregar um celular ou tablete, onde
elas ficam quietinhas e entretidas sem fazer barulho, sem correr ou gritar.
Então porque questionar que as crianças não sabem brincar, se nós adultos
muitas vezes não temos tempo a perder? Foca-se muito em ter e não em ser.
Muitas vezes, deixamos por conta de desenhos animados,
apresentadores infantis, o ensinamento de canções, brincadeiras, danças,
confecção de brinquedos etc.
Há alguns anos atrás, podíamos brincar na rua, com os irmãos, primos,
amigos, mas devido a muitos problemas sociais, como a violência, drogas e
tantas outras coisas já não se pode fazer isto e ai acabamos por deixar as
crianças em frente a televisão, computadores entre outros, sem nos darmos
conta de que não é preciso estar solto nas ruas , ou praças , para poder
brincar, em um cantinho da casa podemos fazer uma variedade de brincadeiras
e jogos, basta que se tenha um olhar mais atento nesta esta questão, para que
isto aconteça.
Em relação às escolas, muitas das vezes nos deparamos também com
essa situação, crianças sentadas em frente a uma TV, assistindo um desenho
animado, não que isto não possa acontecer, mas muitas vezes o professor
deixa de fazer uma brincadeira, realizar um jogo, pois acha que isto é cansativo
demais, que vai dar muito trabalho, que as crianças vão ficar muito agitadas.
Quando se propõe uma brincadeira, dificilmente a criança se nega a
participar. É de muita importância levar as crianças pequenas a curtir os jogos
e brincadeiras como: boliche, corrida de saco, rouba bandeira, amarelinha
cantigas de roda e tantas outras que existem e que estão sendo esquecidas, e
que vão acrescentar e muito no desenvolvimento infantil.

3.4 Objetivos
Criar oportunidades para o resgate de brinquedos e brincadeiras antigas
e de diferentes regiões do país.

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Desenvolver o raciocínio lógico, expressão corporal, coordenação
motora, criatividade e sensibilidade.
Ampliar possibilidades expressivas nas brincadeiras, jogos e demais
situações de interação.
Promover a defesa do direito de brincar.

3.5 Conteúdos
O projeto será desenvolvido dentro dos eixos da Educação Infantil que
são:
Linguagem oral, Matemática, Natureza e Sociedade, Artes e Movimento.

3.6 Processo de desenvolvimento


O projeto consiste em ter pelo menos de 2 a 3 dias por semana, com
duração de 1 hora e meia, (dependendo de qual atividade irá ser aplicada no
dia, visto que algumas podem requerer um tempo maior ou menor para a
realização) durante todo o ano letivo, para se ensinar utilizando se de jogos e
brincadeiras.
Fazer o uso de jogos pedagógicos tais como: Bingo de letras e de
números, peças de montar, jogos de encaixe, alfabeto móvel, jogo da memória,
quebra cabeças (que poderão ser produzidos pelas próprias crianças, sob
orientação do professor), dominó entre outros. Promover diversas brincadeiras
livres e dirigidas. Fazer confecção de brinquedos a partir de material reciclável.
Proporcionar momentos de leitura e promover peças teatrais e cantigas
de roda. A seguir listarei algumas sugestões de brincadeiras a serem
realizadas durante todo o processo de desenvolvimento do projeto, cabendo ao
professor pesquisar e realizar outros tipos de jogos e brincadeiras.

Sugestões de brincadeiras:

Upa, upa cavalinho:


Idade: de 6 a 9 meses
Sente-se numa cadeira. Cruze as pernas e sente a crinça em cima de seus
tornozelos. Segure suas mãos enquanto move suas pernas para cima e para

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baixo, cantando “upa, upa cavalinho”

Bolhas de sabão:
Idade: a partir de 2 anos
Misture duas colheres de sopa de detergente em um copo com agua. Mexa
bem e com um canudinho e assopre. Pode deixar uma das crianças assoprar
ou o próprio professor faz isto e as crianças tentam estourar as bolhas.

Estátua:
Idade: a partir de 2 anos
Uma das crianças é escolhida como chefe e as outras devem estar
posicionadas de frente para ela. O chefe designa qual será a estátua. Pode ser
de cachorro, gato passarinho, cobra... Então quem está no comando escolhe a
estátua mais bonita, mais feia, mais engraçada, pode-se também colocar uma
música para tocar e quando o chefe aperta o stop todos param. O chefe vai a
cada participante e os provoca quem se mexer primeiro, perde.

Achou
Idade: 6 a 9 meses
Sente o bebê no chão de frente para o professor, pegue uma tolha e cubra o
rosto com ela. Tire a tolha e mostre seu rosto enquanto diz “achou”.
Experimente também colocar a toalha na cabeça do bebê e tirá-la.

Batata quente
Idade: a partir de 4 anos
Com as crianças sentadas em círculos. Uma delas deve estar fora da roda e
com os olhos vendados. Ela deve cantar “batata quente, quente, quente...” em
diferentes velocidades para que as outras crianças passem a bola. Quando ela
disser “queimou”, quem estiver com a bola em mãos é eliminado.

Cabo de guerra
Idade: a partir de 5 anos
Divida as crianças em dois times. Cada um ficará de um lado do campo e
segurando um lado da corda. Ao sinal, cada time puxa para o seu lado, com

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toda força, ganha a equipe que ficar por pelo menos um minuto com a maior
parte da corda.

O feiticeiro
Idade: a partir de 3 anos
Todas as crianças devem ficar de pé. Escolha uma delas para ser o feiticeiro.
Ao sinal, ele deve ficar parado com as pernas afastadas. Enquanto a
perseguição continua, as outras crianças podem passar por baixo das pernas
do colega, quebrando o feitiço. Substitua o feiticeiro de tempos em tempos.
Além de uma boa atividade física, essa brincadeira desenvolve o senso de
cooperação entre as crianças, tanto para salvar os colegas do feitiço tanto para
distrair o feiticeiro.

Morto-vivo
Idade: a partir dos 2 anos
Peça para as crianças formarem uma fila lado a lado. Uma delas ou o professor
fica de frente para ela. Quando disser “morto” as crianças devem agachar,
quando disser “vivo”, todas devem ficar de pé. Pode alternar os comando e a
velocidade. Quem errar a posição fica de fora até começar outra rodada. Essa
atividade auxilia no desenvolvimento da coordenação motora e capacidade de
concentração e atenção das crianças.

Tesouro do pirata
Idade: a partir de 2 anos
Escolha uma das crianças para ser o pirata, pode caracterizar a criança se
quiser. O tesouro pode ser um saquinho com algum brinde. O pirata esconde o
tesouro, depois as outras crianças vão à procura, o professor marca um tempo
para que elas possam procurar e encontrar. Se não conseguirem o pirata dá
algumas dicas de onde possa estar. A criança que achar o tesouro fica com o
brinde. A cada nova rodada trocam-se os brindes.

A queda do chapéu
Idade: a partir de 4 anos

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Os participantes são organizados em círculos. Cada um recebe um número. O
professor se coloca no centro do circulo, segurando um chapéu. Inicia a
brincadeira atirando o chapéu para o alto e chamando um número. O
participante chamado deve correr e pegar o chapéu, antes que ele caia no
chão, se o chapéu cair, o participante sai da brincadeira e o professor continua
no centro. Se o jogador conseguir pegar o chapéu, vai para o centro do círculo
e continua a brincadeira.

O mestre mandou
Idade: a partir de 1 ano
O professor ou outra criança será o mestre. Ela deverá inventar uma ordem
fácil de desenvolver e as outras crianças devem cumpri-las. Por exemplo: “o
mestre mandou dar dois pulinhos”. Somente quem realizar a tarefa continua na
brincadeira.

Mímica
Idade: a partir de 2 anos
Peça para as crianças fazerem imitações de diversos objetos ou animais. O
professor também pode fazer diferentes imitações para que as crianças
adivinhem o que ele está imitando.

Encaixes
Idade: a partir de 6 meses
Utilizando caixas de papelão e potes plásticos de vários tamanhos e formatos,
coloque um pote dentro do outro, mostrando que o menor cabe dentro do
maior. Vire os potinhos de ponta cabeça e coloque um sobre o outro até
formara uma torre. Deixe que as crianças brincarem a vontade com os potes e
colocar as mãos dentro deles. Quando elas pegarem um pote sozinho ou dois
deles (um dentro do outro) irá perceber a diferença de peso.

3.7 Tempo para a realização do projeto


A realização deste projeto deverá acontecer de 2 a 3 vezes por semana,
com 1 hora e meia de duração, durante todo o ano letivo, tendo em vista que

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os jogos e brincadeiras não se restringem apenas a alguns momentos ou
períodos, mas deve ser sistemático e contínuo, o público alvo são as crianças
de 0 a 5 anos, cabendo assim, aos professores fazerem as adaptações
necessárias a cada faixa etária em que trabalha, para que ocorra o
desenvolvimento dos alunos, valorizando sempre a ludicidade. Todas as
atividades desenvolvidas pelo professor serão livres, desde que os conteúdos
propostos sejam aplicados.

3.8 Recursos humanos e materiais

Recursos humanos: professores e alunos

Recursos materiais: Brinquedos variados, como: cordas, bambolês, bolas,


bonecas, carrinhos, velotrol, peças de montar, lego, tampinhas de garrafas,
jogos pedagógicos, caixa surpresa entre outros. Cadeiras, sacos, som, CDs
com músicas infantis, livros de histórias. Cartolinas, EVA, papel crepom,
tesouras, cola quente, pincéis, lápis de cor, tinta guache, cola branca,
barbantes e sucatas (material reciclável).

3.9 Avaliação
A avaliação deste projeto de ensino é de caráter formativo, que será
feita mediante o registro e a observação diária do professor, sobre os
processos de aprendizagem, o desempenho dos alunos nas atividades
propostas, bem como a participação efetiva e nas relações entre criança /
criança, e criança / adulto.

4 Considerações finais

Ao escrever este projeto de ensino, após pesquisa e anotações a cerca


do tema, pude perceber e entender, apesar de já trabalhar a algum tempo com
a educação infantil, o porquê as crianças aprendem melhor quando se brinca.
Os jogos e brincadeiras acrescentam elementos indispensáveis ao
relacionamento com outras pessoas. A criança quando brinca ou joga, tem a

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oportunidade de desenvolver capacidades indispensáveis ao seu futuro, tais
como atenção, afetividade, concentração. Nesse sentido, os jogos e
brincadeiras só têm a contribuir significamente no desenvolvimento das
estruturas psicológicas e cognitivas. As crianças que estão inseridas na
Educação Infantil interagem e socializam através das brincadeiras, sejam elas
livres ou dirigidas.
A introdução de jogos e brincadeiras no cotidiano escolar é muito
importante, pois quando as crianças estão envolvidas emocionalmente na
ação, é mais fácil e dinâmico o processo de ensino-aprendizagem. A criança
consegue através dos jogos e brincadeiras expressar suas alegrias, tristezas,
entusiasmo, passividade e agressividade, e é por meio dela que se conhece e
conhece o outro.
As brincadeiras e jogos proporcionam mecanismos fundamentais para
desenvolver memória, a linguagem, coordenação motora, criatividade, atenção
e percepção das coisas ao seu redor.
O brincar, tanto para professores como para as crianças, constitui uma
atividade promotora de muitas aprendizagens e experiência de cultura, é parte
integrante do processo educativo, devendo ser incentivada, garantida e
enriquecida. É importante que estejam disponíveis para as crianças
objetos/brinquedos, tais como caixas, panos, objetos para construção,
bonecos, papéis de diferentes tamanhos, fantasias, além de objetos variados
da vida social. O brincar favorece o desenvolvimento de cada criança, assim
ela internaliza normas sociais e assume comportamentos mais avançados,
aprofundando o seu conhecimento sobre a vida social.
A brincadeira não deve ser utilizada apenas para divertir as crianças,
mas como atividade em si mesma e que faça parte dos planos de aula do
professor. É importante criar um ambiente que tenha elementos para motivar
as crianças, que proporcionam conceitos que as preparem para a leitura,
conhecimentos de números entre outras habilidades.
É urgente que o adulto se conscientize dos desejos da sociedade, que
busca supervalorizar o sujeito como sinônimo de produção, renegando-lhe o
direito à diversão. Ficar alheio a este desejo faz com que inconscientemente
desrespeitemos o direito da criança em brincar, na medida em que a escola
cede à exigência da produção acadêmica precoce, deixando de lado a

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ludicidade, acredito que um dos caminhos para esta mudança seja resgatar na
escola o direito de brincar, esta ação não pode acontecer por imposição ou por
modismo, mas sim pela consciência e compreensão do professor, que passa a
defender a ludicidade munido de conhecimento teórico e prático num
movimento indissociável. Na educação infantil, o professor tende a ser o
mediador das relações entre crianças e os diversos universos sociais.
Concluo assim, que os jogos e brincadeiras facilitam a aprendizagem e
o desenvolvimento integral, e a Educação Infantil deve considerar o lúdico
como parceiro e utilizá-lo sempre, para atuar no desenvolvimento e na
aprendizagem da criança.

REFERÊNCIAS

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Paulo: Alínea, 2010.

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CUNHA, N.H.S. Brinquedoteca um mergulho no brincar. São Paulo:


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OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educação Infantil: Fundamentos e métodos. São


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VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. 6. ed. São Paulo, SP. Martins
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www.novaescola.org.br. Acesso em: 08 de setembro de 2017.

Dez brincadeiras para creche ou maternal. Jogos e brincadeiras para pré-


escola ou educação infantil. Disponível em: www.espacoeducar.net. Acesso
em 08 de setembro de 2017.

VIOLADA, Rosiane. Brincadeiras e jogos na educação Infantil. Disponível


em: www.jornaldaeducacao.inf.br. Acesso em: 08 de setembro de 2017.

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