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Universidade da Amazônia

Disciplina: Ecologia Regional

Bacia Hidrográfica Amazônica

Profa Dra ELENA ALMEIDA DE CARVALHO


O que é Bacia Hidrográfica?
• Bacias hidrográficas, são porções da superfície
terrestres que drenam águas superficiais e
subsuperficiais, delimitadas por divisores
topográficos, ou divisores de águas, ou
interflúvios.
• Todas as bacias são compostas por nascentes,
afluentes e um rio principal, que tem o seu fim
ao desaguar em outro rio, lago ou no próprio
mar.
• Quando deságua diretamente no mar,
chamamos a bacia de exorréica, quando
deságua dentro do continente, chamamos de
endorréica.
• O Brasil apresenta grande quantidade de
rios, reunidos em conjuntos conhecidos
como bacias hidrográficas.
• As bacias são divididas em dois tipos: as
principais e as secundárias.
• Entre as principais bacias destacamos:
Amazônica, Tocantins-Araguaia, São
Francisco e Platina.
Formação da Bacia Hidrográfica
Amazônica

Acredita-se que a história da formação da bacia


amazônica começou há mais de dois bilhões de
anos, quando África e América do Sul ainda
formavam um único continente. A depressão que
corresponde à bacia amazônica originou-se numa
zona frágil do escudo Pré-Cambriano, do qual são
resquícios hoje o escudo do Brasil Central e o
escudo das Guianas.
Quando a separação da América do Sul da
África começou, os rios da parte ocidental da
bacia amazônica desaguavam no oceano
Pacífico.

Foi só com o surgimento dos Andes, no


processo de separação dos dois continentes,
que o sentido da drenagem atual se formou.
Autores supõem que inicialmente um grande
mar interno surgiu e, ao romper na região de
Óbidos (AM), o rio Amazonas tomou sua
direção atual.
Características da Bacia Amazônica
A Bacia Amazônica é a maior bacia hidrográfica do
mundo com 7,05 milhões de quilômetros
quadrados.
Deste total, aproximadamente 4 milhões de km2
estão em território brasileiro (região norte). Ela
também está presente nos territórios da Bolívia,
Peru, Venezuela e Colômbia.
A Bacia Amazônica começa no território peruano
como o rio Vilcanota. Este rio, ao entrar em
território brasileiro, ganha o nome de Solimões. Ao
encontrar-se com o rio Negro, recebe o nome de
Amazonas.
Rio Vilcanota
• A Bacia Amazônica possui comunicação com a
Bacia do Orinoco, através do Canal do Cassiquiare.
• Tendo o Rio Amazonas como a espinha
dorsal da bacia, ela conta com grande
quantidade de afluentes e canais, criados
pelo processo de cheia e vazante.
• Um outro destaque desta Bacia Hidrográfica
é a grande quantidade de rios navegais. No
total, cerca de 22 mil quilômetros de rios
recebem embarcações, facilitando o
transporte de pessoas e mercadorias na
região. A hidrovia do rio Madeira,
inaugurada em 1997, possibilita o transporte
principalmente de gêneros agrícolas, entre
Porto Velho e Itacoatiara.
CURIOSIDADES
• Maior bacia hidrográfica
do mundo.
• Drena algo em torno da
metade do território do
• Brasil.
• Maior potencial
hidráulico/hidroelétrico.
• Principal rio é o
Amazonas.
CURIOSIDADES
• O rio Amazonas é considerado um dos maiores
rios do planeta tanto em extensão como em
volume de água.
• Em sua porção mais estreita (Óbidos), apresenta
1.800 metros.
• Tipicamente de planície.
• Apresenta um regime complexo com águas
provenientes dos dois hemisférios e uma
pequena parcela do degelo dos Andes.
• Apresenta foz mista.
O Rio Amazonas apresenta fenômenos notáveis como terras
caídas (desmoronamento das margens) e pororoca (ocorre na foz,
quando a maré alta se encontra com a água do rio.
Tipos de Foz
• A foz (o lugar onde o rio desemboca) pode adquirir
características de estuário, delta ou mista.

Estuário: Quando a foz do rio é em estuário, quer


dizer que ela desemboca no mar em forma de um
único canal, sem qualquer tipo de formação
adicional. Simplesmente há uma ligação direta entre
rio e mar.
Foz em Delta: O que ocorre é uma ligação cheia de
"veias" com o mar, onde se formam ilhas entre as
ligações.
Foz Mista ou Complexa: Quando um rio apresenta a
foz do tipo Delta e do tipo Estuário, como é o caso
do Rio Amazonas (Brasil).
As Águas Subterrâneas e Aéreas da
Bacia Amazônica
Um aquífero é um reservatório de água situado
em regiões que apresentam solos e rochas
permeáveis o suficiente para permitir a
penetração, armazenamento e circulação interna
da água advinda da superfície.
A água é filtrada enquanto passa pelos poros
existentes no relevo, o que permite a formação
de nascentes, lençóis freáticos, rios e recursos
hídricos com grande quantidade de água potável.
Por isso, os aquíferos possuem grande relevância
ambiental.
Temos o maior aquífero do mundo.
Descoberto em 2013, o SAGA (Sistema
aquífero Grande Amazônia) compreende o
chamado aquífero Alter do Chão, que, na
verdade, era muito maior do que se via.
O aquífero possui reservas hídricas estimadas
preliminarmente em 162.520 km³, sendo o
maior que se tem conhecimento no planeta.
O aquífero Guarani, que era o maior, tem 39
mil km³ e já era considerado o maior do
mundo",
A manutenção e sustentabilidade do
aquífero na Amazônia também perpassa
pela conservação da floresta. Isso porque
boa parte de seu abastecimento vem da
grande quantidade de chuvas existentes na
região, o que ajuda a explicar o grande
volume de água.
Essa elevada pluviosidade é gerada pela
umidade intensa produzida pela própria
Floresta Amazônica, que, por sua vez,
utiliza-se dos recursos hídricos para a
realização da evapotranspiração, com o
“bombeamento” da água dos solos para a
atmosfera, o que se relaciona também com
os Rios Voadores.
O que são os rios voadores?

São imensas massas de vapor d’água


que, levadas por correntes de ar, viajam
pelo céu e respondem por grande parte
da chuva que acontece em várias partes
do mundo.
• O principal rio voador do Brasil nasce no
oceano Atlântico e aumenta de volume
ao incorporar a evaporação da floresta
Amazônica, bate nos Andes e escapa
rumo ao sul do país.
• “O vapor d’água que faz esse trajeto é
importantíssimo para as chuvas de
quase todo o Brasil” (Enéas Salati -USP).
Corredeira Voadora:
Volume de água que circula pelo céu é
similar à vazão do Rio Amazonas .
• A vazão desse aguaceiro aéreo é da ordem
de 200 milhões de litros por segundo (similar
à do Rio Amazonas), fazendo da Amazônia
uma das regiões mais úmidas do planeta,
além de provocar as chuvas que desabam
diariamente por toda a região.
• Enquanto passa sobre a floresta, o rio voador
praticamente dobra de volume. Isso ocorre
porque, ao absorver mais radiação do Sol do
que o próprio oceano, a mata funciona como
uma gigantesca chaleira
• No oeste da Amazônia, a massa de umidade
encontra uma barreira de montanhas de 4
quilômetros de altura, a cordilheira dos Andes, que
funciona como uma represa no céu, contendo a
correnteza aérea do lado de cá.
• Boa parte do vapor fica acumulada nos próprios
Andes, sob a forma de neve. Ao derreter, essa água
desce as montanhas, dando origem a córregos que,
por sua vez, formarão os principais rios da bacia
Amazônica.
• Nem todo vapor que encontra os Andes fica por ali.
Cerca de 40% dessa cachoeira celeste segue rumo
ao sul. A umidade passa por Rondônia, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

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