Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Confiabilidade de
Equipamentos, Máquinas
e Produtos
Prof. Marcelo Henrique Soar
2019
1 Edição
a
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof. Marcelo Henrique Soar
SO676m
ISBN 978-85-515-0270-9
CDD 620.0044
Impresso por:
Apresentação
A metrologia é a área da ciência que estuda as medições. Surgiu do
desejo de observar o mundo ao nosso redor, estudando-o e comparando-o.
Possui aplicação nas mais diversas áreas, desde atos mundanos, como a
verificação da hora e nos experimentos científicos mais avançados. Portanto,
metrologia é a área da ciência que toca todas as outras, sendo de relevância
universal na engenharia.
Bons estudos!
III
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA.................................................................... 1
VII
TÓPICO 2 – MÉDIA E DESVIO PADRÃO ........................................................................................ 73
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 73
2 MEDIDAS DE POSIÇÃO ................................................................................................................... 73
3 MEDIDAS DE DISPERSÃO................................................................................................................ 78
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 81
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 82
VIII
TÓPICO 3 – CONTROLE DE QUALIDADE.....................................................................................153
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................153
2 ASPECTOS ECONÔMICOS.............................................................................................................153
3 ASPECTOS TÉCNICOS ....................................................................................................................158
4 FREQUÊNCIA DE AMOSTRAGEM...............................................................................................160
5 POSICIONAMENTO DO CONTROLE DE QUALIDADE .......................................................162
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................165
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................166
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................185
IX
X
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Para que você, acadêmico, realize um estudo produtivo quanto aos
conceitos envolvidos em metrologia, é necessário um entendimento da importância
do assunto e da contextualização do tema e sua relevância no cenário atual. Assim,
neste tópico serão abordados alguns conceitos que explicitam estes elementos.
2 IMPORTÂNCIA DA METROLOGIA
Praticamente todo objeto criado pelo ser humano busca atender a certa
necessidade. Os exemplos são tantos quanto é possível pensar: cadeiras, garrafas,
parafusos e prédios. No entanto, quando estes objetos são criados, surge a questão:
o objeto construído é capaz de exercer sua função? Estas cadeiras possuem a altura
correta e a resistência para suportar um indivíduo? Estas garrafas são capazes
de conter o volume suficiente desejado? Os parafusos podem ser rosqueados
corretamente? Estes prédios possuem capacidade de suportar seu peso e não
sofrerem colapso? A metrologia é a disciplina que busca a resposta para tais
perguntas, visando mensurar uma qualidade de um objeto e quantificá-la através
de uma variedade de métodos e instrumentos.
3
UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA
Até mesmo a avaliação de uma obra de arte pode ser considerada como
exemplo de metrologia, pois a verificação visual ou auditiva por um ser humano
pode ser utilizada em certos processos.
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=29000463>.
Acesso em: 16 ago. 2018.
4
TÓPICO 1 | CONCEITO E HISTÓRIA DA METROLOGIA
AUTOATIVIDADE
1 Todo objeto criado pelo ser humano busca atender a uma necessidade ou
exercer uma função, e para que isto seja possível, devem ser criadas com
certas especificações. Indique três objetos na sua casa, escola ou trabalho que
buscam atender a uma necessidade e em seguida indique uma dimensão ou
qualidade que pode ser medida para determinar se o objeto pode ou não
exercer sua função corretamente.
3 HISTÓRIA DA METROLOGIA
Um dos principais incentivos para o desenvolvimento da metrologia em
tempos antigos foi o comércio, a necessidade de quantificar e comparar bens de
forma a realizar compras e vendas de maneira compatível. No entanto, utilizavam-
se padrões menos regularizados, geralmente relacionados com alguma parte do
corpo, por exemplo, pés, que são uma medida que varia de pessoa para pessoa.
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=5094783>.
Acesso em: 27 ago. 2018.
6
TÓPICO 1 | CONCEITO E HISTÓRIA DA METROLOGIA
FIGURA 3 – CLEPSIDRA
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=17883105>.
Acesso em: 27 ago. 2018.
7
UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA
FIGURA 5 – AMPULHETA
FONTE: <https://pixabay.com/pt/ampulheta-tempo-de-areia-madeira-2846643/>.
Acesso em: 27 ago. 2018.
8
TÓPICO 1 | CONCEITO E HISTÓRIA DA METROLOGIA
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1681347>.
Acesso em: 27 ago. 2018.
9
UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA
4 INSTITUIÇÕES REGULADORAS
Internacionalmente, a BIPM (Bureau International des Poids et Mesures) é
uma das organizações de metrologia de maior importância, sendo responsável
pelo Sistema Métrico, que é o mais utilizado no mundo. O INMETRO é o instituto
brasileiro signatário do acordo com a BIPM, que simboliza a utilização do Sistema
métrico no Brasil.
10
TÓPICO 1 | CONCEITO E HISTÓRIA DA METROLOGIA
O CONMETRO possui sete funções estabelecidas por leis, que são bem
explicadas na própria escrita original da lei:
11
UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA
FONTE: O autor
12
TÓPICO 1 | CONCEITO E HISTÓRIA DA METROLOGIA
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=37571059>.
Acesso em: 26 ago. 2018.
13
UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA
14
TÓPICO 1 | CONCEITO E HISTÓRIA DA METROLOGIA
FONTE: <https://www.flickr.com/photos/byzantiumbooks/29669846906>.
Acesso em: 27 ago. 2018.
Vale notar que não só aos institutos autorizados pelos governos do mundo
são permitidos a criação de padrões. Por exemplo, o Instituto de Engenheiros
Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) possui mais de 1100 padrões nas áreas de
engenharia elétrica e eletrônica (IEEE, 2017) No entanto, sugere-se o uso de
padrões de instituições autorizadas quando possível.
15
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:
• A medição é importante para que os objetos criados pelo ser humano possam
exercer sua função corretamente.
16
AUTOATIVIDADE
I- Gama de medição.
II- Grandeza.
III- Padrão.
IV- Resolução.
V- Unidade de medição.
17
18
UNIDADE 1
TÓPICO 2
SISTEMAS DE MEDIÇÕES
1 INTRODUÇÃO
A importância da metrologia já foi assunto bem discutido no tópico
anterior, resta a questão: como realizar medições? O primeiro passo é a definição
de padrões, sobre os quais podem ser definidas unidades de medição. Um
conjunto de unidades de medição bem definidas é chamado de sistema. Neste
tópico discutiremos os principais sistemas de medição, assim como outras
unidades comumente utilizadas e, por fim, explicaremos como pode ser realizada
a conversão entre diferentes unidades de medição.
Na Figura 10, você pode ver uma imagem gerada por computador do
padrão do metro mantido pela BIPM entre os anos de 1889 a 1960: uma barra
de platina-irídio de um metro de comprimento. Esta barra foi criada com um
formato de “X”, pois isto aumenta a razão de rigidez por peso, melhorar seu
comportamento sob variações térmicas e permite que as medições sejam
relacionadas com a linha média da barra, que sofre a menor deflexão.
19
UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=126515>.
Acesso em: 26 ago. 2018.
20
TÓPICO 2 | SISTEMAS DE MEDIÇÕES
E
IMPORTANT
Existem ainda hoje discussões quanto às unidades que devem ser inclusas
ou não como parte do Sistema Internacional. Alguns cientistas, como Chyla (2011),
sugerem que certas unidades, como temperatura, luminosidade e quantidade
de substância, podem ser derivadas a partir dos outras. Ele também sugere que
certas unidades relacionadas à física de partículas devem ser inclusas por não
poderem ser derivadas das outras.
21
UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=2547913>.
Acesso em: 26 ago. 2018.
22
TÓPICO 2 | SISTEMAS DE MEDIÇÕES
• Grandezas e unidades
23
UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA
3 SISTEMA IMPERIAL
Em 1824 foi estabelecido na Grã-Bretanha um Ato de Pesos e Medidas que
veio a definir um novo sistema eventualmente implementando dois anos depois,
que hoje é chamado de Sistema Imperial. Este sistema ainda é utilizado no Reino
Unido, Canadá, Hong Kong e em alguns outros países que foram parte do Império
Britânico. Estes padrões foram historicamente usados na Índia, Austrália, Nova
Zelândia e Irlanda, mas todos passaram oficialmente para o Sistema Internacional
na segunda metade do século XX.
Este sistema foi baseado em alguns padrões criados nesta época para as
unidades de comprimento e peso, que foram a Jarda e Libra. O sistema anterior
era baseado nas mesmas unidades, mas não tão bem definidas. É o chamado
Sistema Inglês.
24
TÓPICO 2 | SISTEMAS DE MEDIÇÕES
25
UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA
Um exemplo disto é o sistema CGS, que tem seu nome dado pelas iniciais
das unidades que o compõem: centímetro, grama e segundo. É de uso comum
para aqueles que trabalham com peças pequenas. Similarmente, as unidades
de comprimento, massa e tempo do Sistema Internacional são ocasionalmente
chamadas de sistema MKS (metro, quilograma, segundo).
Uma aplicação mais geral deste conceito foi a criação de prefixos que
multiplicam ou dividem a unidade. Por exemplo, o prefixo quilo multiplica a
unidade a que for conectado em mil vezes: 1 quilograma é igual a 1000 gramas,
1 quilômetro é igual a 1000 metros, e assim por diante. Existem diversos prefixos
definidos, que podem ser vistos no quadro a seguir. Estes podem ser aplicados a
qualquer unidade do Sistema Internacional (BIPM, 2006).
27
UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA
Existem ainda unidades que não fazem parte dos sistemas já mencionados,
mas que podem ser definidas como uma combinação delas, são estas as unidades
derivadas. O quadro a seguir contém algumas das unidades derivadas mais comuns,
assim como as unidades que as compõem, com base no Sistema Internacional.
28
TÓPICO 2 | SISTEMAS DE MEDIÇÕES
Vale tomar atenção especial para a distinção entre peso e massa. Peso é uma
unidade de força, sendo dada em Newtons, enquanto massa é dada em kg. Isto
causa muita confusão, pois em qualquer situação cotidiana, o peso é um múltiplo
constante da massa, sendo sempre igual a massa vezes gravidade. A confusão
também pode surgir devido à unidade de quilograma de força (kgf), que é a força
gerada pela gravidade sobre um quilograma de massa. O quilograma de força
é uma unidade de força, enquanto que o kg é uma unidade de massa, e 1 kg de
massa possui um peso de 1kgf.
DICAS
29
UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA
30
TÓPICO 2 | SISTEMAS DE MEDIÇÕES
Por último vale notar várias unidades que foram utilizadas em especial no
Brasil, muitas das quais foram adotadas de Portugal durante a colonização. Algumas
destas unidades possuem o mesmo nome das unidades do Sistema Imperial, mas
seus valores não são os mesmos. Você pode vê-las no quadro a seguir.
31
UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA
AUTOATIVIDADE
1 Cada unidade dos sistemas de unidades desenvolvidos pelo ser humano busca
representar uma grandeza encontrada na natureza. Com base nesta relação
entre grandezas e unidades, associe os itens, utilizando o código a seguir:
I- Comprimento.
II- Peso.
III- Pressão.
IV- Massa.
V- Temperatura.
( ) Libra.
( ) Kelvin.
( ) Centímetro.
( ) Pascal.
( ) Newton.
6 CONVERSÃO DE UNIDADES
A conversão de valores entre diferentes sistemas de unidades é um
processo matematicamente simples, mas que deve ser feito com cuidado, pois
é fácil de cometer erros nesses cálculos. Um dos métodos mais confiáveis para
converter entre diferentes unidades é utilizar a “regra de três”.
32
TÓPICO 2 | SISTEMAS DE MEDIÇÕES
Outro método que pode ser utilizado é multiplicar pela razão das unidades,
como você pode ver na Equação 1.5. Novamente busca-se a unidade equivalente
tabelada e multiplica-se a medida original pela razão, ou seja, a quantidade entre
parênteses da equação. Como 0,3048 metros é igual a 1 pé, pode-se dizer que a
fração é igual a 1, e multiplicação por 1 não altera o valor original (20 ft), portanto,
essa multiplicação pode ser feita sem alterar o valor real da medição. Desta forma,
a unidade da fração (ft) “corta” com a unidade original, sobrando apenas um
número e a unidade desejados (metro).
Deve-se observar que a razão deve ser colocada de forma a cortar com a
unidade indesejada. Se a fração tivesse sido colocada ao contrário: 1 pé dividido
por 0,3048 m, não teria sido possível cortar as unidades de pé.
Este método pode ser aplicado para múltiplas unidades para rapidamente
converter unidades derivadas. Por exemplo, conversão de metros por segundo
para quilômetros por hora, na Equação 1.6.
33
UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA
AUTOATIVIDADE
Com base nos mais prováveis resultados para estas quatro medições,
assinale a alternativa CORRETA:
34
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
35
AUTOATIVIDADE
a) 90 m para pés.
b) 220 cm para polegadas.
c) 65 km/h para metros por segundo.
d) 10 HP para quilowatts.
e) -10 °C para graus Fahrenheit.
f) 20 °C para kelvin.
g) 88 mi / h para quilômetros por hora.
h) 20 fl oz (Imperial) para mililitros.
i) 12 BTU para joules.
36
UNIDADE 1
TÓPICO 3
INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO
1 INTRODUÇÃO
A realização de uma medição requer um instrumento apropriado para
cada caso a ser estudado. Um instrumento que mede comprimentos não é igual
a um instrumento que mede forças, e mesmo instrumentos que medem a mesma
dimensão podem ter aplicações diferentes. Cada instrumento de medição possui
suas particularidades, seja quanto a precisão, gama de medição ou outros cuidados
que devem ser tomados pelo operador na hora de utiliza-los. Por este motivo é
necessário que você conheça em detalhes os instrumentos existentes, de forma a
selecionar aquele que for apropriada para a situação, e utilizá-lo corretamente.
2 MEDIÇÃO DE COMPRIMENTOS
Existe uma grande variedade de instrumentos de medição capazes de
medir comprimentos. Como primeiro exemplo e, provavelmente, o mais comum,
tem-se a régua graduada, que você pode ver na figura a seguir. Estas, geralmente,
possuem escala em centímetros e milímetros, com uma gama de medição
comumente de 10 centímetros, podendo chegar até 1 metro. Podem também ser
no sistema inglês, mostrando polegadas e as frações de polegadas.
37
UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA
FONTE: <https://pixabay.com/pt/régua-medida-comprimento-metro-cm-146428/>.
Acesso em: 19 ago. 2018.
38
TÓPICO 3 | INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO
FIGURA 14 – TRENA
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=11294046>.
Acesso em: 19 ago. 2018.
Estas trenas, como as réguas graduadas, também podem ter suas dimensões
dadas em polegadas, como pode ser visto na figura a seguir. As frações de polegadas
são dadas em frações que costumam ser múltiplos de 1/2, 1/4, 1/8, 1/16 e 1/32, as
frações menores não são escritas explicitamente na trena mostrada na figura.
Deve-se notar que a maioria das réguas em polegadas não possui escrito
nelas os números das frações, sendo importante que você, usuário, entenda esse
sistema de frações quando for utilizá-lo.
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=4040226>.
Acesso em: 19 ago. 2018.
FONTE: O autor
Para obter mais uma casa decimal de precisão, observa-se que a escala do
nônio e a escala maior não estão perfeitamente alinhadas. Algumas listras das
duas escalas estão bem desencontradas, enquanto que outras estão perfeitamente
alinhadas. Deve-se buscar estas que estão alinhadas, no caso da Figura 17,
pode-se ver que a marcação de 7,5 do nônio está perfeitamente alinhada com a
marcação de 5 cm e 4 mm da escala maior. Assim, adiciona-se 7,5 ao resultado
anteriormente medido de 2 centímetros e 4 milímetros, o resultado final é 2,475
centímetros. Note que a resolução do paquímetro é de 0,005 centímetros ou um
vigésimo de milímetro.
FIGURA 17 – PAQUÍMETRO
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1365717>.
Acesso em: 19 ago. 2018.
40
TÓPICO 3 | INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO
41
UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA
ATENCAO
42
TÓPICO 3 | INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO
FIGURA 19 – MICRÔMETRO
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=13365370>.
Acesso em: 21 ago. 2018.
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=511799>.
Acesso em: 21 ago. 2018.
43
UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=9539494>.
Acesso em: 21 ago. 2018.
Você pode observar um relógio comparador na Figura 22. Ele possui uma
escala que vai de 0 a 100, onde variações nas medições são indicadas pelo ponteiro
principal. Essa indicação geralmente é de centésimos de milímetro, ou 0,01 milímetro,
no entanto, deve-se verificar as especificações de cada relógio comparador caso seja
diferente. É possível que a medição ultrapasse 100, e, nesse caso, o ponteiro do
contador de voltas irá indicar quantas vezes isto ocorreu. Você então deve tomar
o resultado da medição do mostrador e adicionar 100 multiplicado pelo número
de voltas marcadas. Por exemplo: se o mostrador marca 50 e o número de volta
marcado é 3, o resultado final seria 300 adicionado a 50, ou 350.
44
TÓPICO 3 | INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=15724500>.
Acesso em: 21 ago. 2018.
45
UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=15722705>.
Acesso em: 21 ago. 2018.
AUTOATIVIDADE
46
TÓPICO 3 | INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO
3 MEDIÇÃO DE PESO
Instrumentos de medição de peso são em geral chamados de balanças.
Um tipo de balança de precisão que é interessante entender é a balança de tríplice
escala (Figura 25), que é uma balança de alta precisão, com resolução de 0,1 grama.
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=47578527>.
Acesso em: 28 ago. 2018.
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=9814795>.
Acesso em: 28 ago. 2018.
47
UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA
4 MEDIÇÃO DE TEMPERATURA
O termômetro (Figura 27) é um dos instrumentos de medição de
temperatura mais comum no mundo, possui boa precisão. Funciona a partir
do princípio de expansão de substâncias com o aumento da temperatura. O
termômetro possui um tubo preenchido parcialmente com uma substância
líquida, frequentemente mercúrio, e com a variação da temperatura, este líquido
expande ou contrai, alterando o nível do mesmo no tubo.
Vale notar que o uso do mercúrio como líquido dos termômetros vem
diminuindo devido à toxicidade desta substância.
FONTE:<https://www.publicdomainpictures.net/en/view-image.php?image=241555&pi
cture=thermometer-at-room-temperature>. Acesso em: 28 ago. 2018.
48
TÓPICO 3 | INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO
FONTE: <https://www.flickr.com/photos/sparkfun/22410617547>.
Acesso em: 28 ago. 2018.
5 MEDIÇÃO DE TEMPO
A medição de tempo de forma absoluta é feita pelo relógio, um instrumento
bastante comum, que pode ser de ponteiros ou digital, e por este motivo não
necessita de explicação quanto ao seu uso.
Este não deve ser confundido com “cronômetro”, que é um termo que
refere a um certificado garantindo a boa precisão de um relógio.
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=718719>.
Acesso em: 28 ago. 2018.
49
UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA
6 MEDIÇÃO DE PRESSÃO
Os instrumentos que medem pressão são divididos em duas classes
principais: aqueles que medem a pressão absoluta, geralmente tratando-se da
pressão atmosférica, e aqueles que medem a pressão relativa entre dois pontos.
São chamados de barômetro e manômetro, respectivamente.
FIGURA 30 – BARÔMETRO
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=295309>.
Acesso em: 29 ago. 2018.
7 MEDIÇÃO DE ÂNGULOS
O goniômetro, mostrado na Figura 31, é um instrumento relativamente
simples, que permite a medição de ângulos, que geralmente possuem resolução
de 1º. O goniômetro é um instrumento muito similar ao transferidor (Figura 32),
às vezes, chamado pelo mesmo nome, mas possui algumas partes adicionais aos
transferidores comuns, como uma lâmina, que pode ser alinhada com as retas do
ângulo a ser medido, permitindo que o usuário obtenha uma medição mais confiável.
50
TÓPICO 3 | INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO
FIGURA 31 – GONIÔMETRO
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1668643>.
Acesso em: 23 ago. 2018.
FIGURA 32 – TRANSFERIDOR
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=12811448>.
Acesso em: 23 ago. 2018.
51
UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA
FONTE: <https://pixabay.com/pt/o-governante-régua-de-madeira-praça-1970655/>.
Acesso em: 28 ago. 2018.
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=751250>.
Acesso em: 23 ago. 2018.
52
TÓPICO 3 | INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=15309903>.
Acesso em: 23 ago. 2018.
8 OUTROS INSTRUMENTOS
Um parâmetro importante na confecção de peças é a rugosidade de uma
superfície, um valor medido com unidades de comprimento, que está ligado ao
método de confecção e ao acabamento superficial do objeto. O equipamento que
mede esta propriedade é chamado de rugosímetro, um exemplo do qual você
pode ver na Figura 36.
53
UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=5091615>.
Acesso em: 23 ago. 2018.
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=3783176>.
Acesso em: 23 ago. 2018.
54
TÓPICO 3 | INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=23263870>.
Acesso em: 28 de agosto de 2018.
55
UNIDADE 1 | NOÇÕES BÁSICAS DE METROLOGIA
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=6360346>.
Acesso em: 29 ago. 2018.
56
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
57
AUTOATIVIDADE
( ) Régua de controle.
( ) Micrômetro.
( ) Goniômetro.
( ) Paquímetro.
( ) Trena.
58
UNIDADE 2
INCERTEZA E AMOSTRAGEM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer da unidade, você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 5 – AMOSTRAGEM
59
60
UNIDADE 2
TÓPICO 1
ERROS DE MEDIÇÃO
1 INTRODUÇÃO
O processo de medição não é suficiente por si só; é necessário que você
determine imperfeições neste processo, que podem gerar incertezas, ou seja, a
qualidade da medição. Essas imperfeições são chamadas de erros de medição,
que representam a incerteza da medida tomada (BADADHE, 2006).
2 DEFINIÇÃO DE ERROS
Erro refere-se à diferença que existe entre o valor medido e o valor
verdadeiro, ou seja, a grandeza física existente na natureza. Nenhuma medição
é perfeita, existem falhas por parte do operador, imperfeições no instrumento e
diversas limitações no processo.
Na Figura 1, que ilustra uma medição feita por régua, você pode observar
que o comprimento do objeto sendo medido é um valor não inteiro, estando entre
4,9 cm e 5,0 cm, portanto, a régua utilizada não possui escala suficientemente
fina. É possível estimar aproximadamente a medida real com base na posição
do objeto entre os dois traços mais próximos da escala, mas esta medida tirada
“no olho” não é confiável. Na prática, nenhuma escala seria capaz de fornecer o
resultado exato, pois nenhum objeto possui um comprimento “perfeito”. Com
base nesta figura, a medição que seria realizada seria o traço da escala mais
próximo do correto, no caso 5,0 cm, e o erro pode ser definido como a diferença
entre o comprimento do objeto e o comprimento medido.
61
UNIDADE 2 | INCERTEZA E AMOSTRAGEM
FONTE: O autor
Esta definição de erro é, por si só, não muito útil, pois mesmo sabendo que
existe um erro, não é possível saber o seu valor exato. Se fosse possível determinar
o erro exato, saber-se-ia o valor real da medida, e, portanto, não seria necessário
preocupar-se com erros. Daí surgiu o conceito de incerteza, que busca estimar o erro.
Este valor de 0,5 mm não foi escolhido ao acaso, ele é igual à metade da
resolução da régua utilizada. Quando uma medição é realizada, não é possível
determinar seguramente a posição do objeto em relação aos traçados adjacentes
da escala, mas geralmente é possível determinar qual é o número da escala mais
próximo do real. Dessa forma, a incerteza é comumente definida como metade da
resolução do instrumento de medição utilizado. Isto é possível de afirmar pois,
se o resultado real estivesse fora deste intervalo, por exemplo, 4,92 cm, a medição
feita seria de 4,9 cm, pois este é o mais próximo. Para qualquer valor entre 4,95 cm
e 5,05 cm, a medição feita seria de 5,0 cm.
AUTOATIVIDADE
62
TÓPICO 1 | ERROS DE MEDIÇÃO
FONTE: O autor
3 TIPOS DE ERROS
Para determinar os erros que podem surgir no processo de medição,
é de interesse classificar as formas que estes podem tomar. A primeira destas
classificações é a diferença entre erro aleatório e erro sistemático.
Erro aleatório surge de variações nos valores medidos que são difíceis de
prever ou mesmo de identificar a causa. Alguns exemplos seriam ruídos em um
sinal ou uma tremulação na mão do operador do instrumento. A característica
mais importante desse erro é que ele não gera tendências para direção alguma
em particular. Se fosse tomado um grande número de medições onde apenas erro
aleatório existisse, a média destas seria o resultado correto. Este erro geralmente
possui baixa amplitude comparado com os erros sistemáticos.
63
UNIDADE 2 | INCERTEZA E AMOSTRAGEM
Observe a Figura 2, que ilustra estes termos de forma bastante clara exemplos
de sistemas que representam casos distintos das quatro variáveis estudadas. Na
figura é mostrado um caso de tiro ao alvo, utilizando quatro sistemas diferentes,
que podem ser por arma, operador ou condições de tiro distintas.
No caso (a), você pode observar que os tiros atingiram uma região longe
do centro do alvo e com considerável dispersão. Isto significa que ambos os
erros, aleatório e sistemático, foram altos. Consequentemente ambas, a precisão e
exatidão deste sistema, foram baixas.
Por último, o caso (d) resultou em tiros centrados no alvo e com baixa
dispersão. Este sistema mostrou baixos erros aleatórios e sistemáticos, possuindo,
portanto, alta precisão e alta exatidão.
64
TÓPICO 1 | ERROS DE MEDIÇÃO
FONTE: O autor
AUTOATIVIDADE
65
UNIDADE 2 | INCERTEZA E AMOSTRAGEM
4 FONTES DE ERROS
Um sistema de medição é composto por várias etapas: um processo sendo
observado, instrumentos de medição, métodos de amostragem e tratamento de
dados, estas quatro etapas estando ligadas à calibração do sistema e a interface
do mesmo, como mostrado na Figura 3. Cada uma destas etapas possui erros
associados a elas, que são, de acordo com a numeração da figura (NASA, 1994):
FONTE: O autor
66
TÓPICO 1 | ERROS DE MEDIÇÃO
FONTE: O autor
5 PROPAGAÇÃO DE INCERTEZAS
Quando se deseja realizar uma medição, nem sempre é possível fazê-la
diretamente, muitas vezes é necessário medir uma dimensão associada e calcular
a partir desta o valor desejado. Considere, por exemplo, uma balança de mola,
como você pode ver na Figura 5.
F=k.x (Eq. 1)
67
UNIDADE 2 | INCERTEZA E AMOSTRAGEM
FONTE: O autor
∂Y
ΔY = Δx1 + ∂Y Δx2 + ... + ∂Y Δx (Eq. 3)
∂x1 ∂x2 ∂xn
n
∂F
ΔF = Δx = k. Δx = 5 N . (0,05 cm) = 0,25 N (Eq. 4)
∂x cm
68
TÓPICO 1 | ERROS DE MEDIÇÃO
1
EC = mv2 (Eq. 5)
2
Suponha que tenha sido medida uma massa de 4±0,05 kg e uma velocidade
de 1,3±0,1 m/s. Neste caso a energia cinética calculada pela Equação 5 será de 3,38
J, e a incerteza é encontrado aplicando a fórmula da Equação 4 na Equação 5, o
que resulta na Equação 6, dando o resultado final de Ec=3,38±0,57 J.
2 2 2
ΔY = ∂Y Δx ∂Y Δx ∂Y (Eq. 7)
√ ∂x1 1 + ∂x2 2 + ... + ∂x Δxn
n
69
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:
● A definição de erro.
● Os principais tipos de erro: aleatório e sistemático.
70
AUTOATIVIDADE
V
I= (Eq. 8)
R
P=V.I (Eq. 9)
71
72
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Um elemento comum da metrologia é o uso de medições repetidas, ou da
medição de um grande número de peças semelhantes. Estes conjuntos de medições
requerem certos artifícios para que estes sejam caracterizados devidamente.
2 MEDIDAS DE POSIÇÃO
Um método comum para buscar a diminuição do erro aleatório de um
sistema de medição é a realização de múltiplas medições, através delas pode-se
obter uma ideia melhor do comportamento do sistema. Se utilizado um corpo
padrão de medida conhecida é possível também o erro sistemático do sistema,
pois, como já foi discutido, o erro sistemático é aquele que permanece quando se
retira o erro aleatório.
Note que é possível ter uma boa noção do erro sistemático e do erro aleatório
a partir do diagrama construído na Figura 6. O erro sistemático é a distância entre
o ponto médio das medições até o valor do corpo padrão, enquanto que o erro
aleatório é caracterizado pelos valores no qual os resultados estão dispersos ao
redor do ponto médio.
73
UNIDADE 2 | INCERTEZA E AMOSTRAGEM
FONTE: O autor
● Média.
● Mediana.
● Moda.
● Mediana.
● Quartis.
● Decis.
● Percentis.
74
TÓPICO 2 | MÉDIA E DESVIO PADRÃO
n
x= Σ
i=1
x i /n (Eq.10)
1023 + 1022 + 1024 + 1023 + 1024 + 1025 + 1023 + 1022 + 1023 + 1021
p= = 1023 g (Eq.11)
10
n
x= Σ
i=1
x . f /Σ x = 100.100 + 200.150 + 300.50 = R$ 91,67
i i i
100 + 200 + 300
(Eq.12)
1
n
∏x
n
MG = =n (Eq.13)
√x x ... xn
n
i=1 1 2
75
UNIDADE 2 | INCERTEZA E AMOSTRAGEM
√ 1,03.1,08.1,04 = 1,04978
3
MG = (Eq.14)
A média harmônica, da Equação 15, é dada pela razão da soma das razões
dos valores existentes. Esta média pode ser utilizada em casos que envolvem
razões. Por exemplo: um carro que viaja 10 km a 60 km/h e volta o mesmo percurso
a 20 km/h possui velocidade média dada pela média harmônica (30 km/h), e não
pela média aritmética, pois o percurso de volta foi mais longo do que a ida.
n
n
x = n/ Σ
i=1
1
x
i
=
1 + 1 + ... + 1 (Eq.15)
x1 x2 xn
Estes são chamadas de 1º quartil, 2º quartil e 3º quartil, para 25%, 50% e 75%
respectivamente, e similarmente para decis e percentis, que são chamados de 1º decil
(10%), 2º decil (20%), e assim por diante, e 1º percentil (1%), 2º percentil (2%) etc.
76
TÓPICO 2 | MÉDIA E DESVIO PADRÃO
FONTE: O autor
AUTOATIVIDADE
x1=1,3 °C
x2=1,0 °C
x3=2,0 °C
x4=1,6 °C
x5=0,7 °C
x6=1,4 °C
x7=1,0 °C
x8=1,4 °C
a) ( ) 1,1 °C.
b) ( ) 1,4 °C.
c) ( ) 1,3 °C.
d) ( ) 1,0 °C.
77
UNIDADE 2 | INCERTEZA E AMOSTRAGEM
3 MEDIDAS DE DISPERSÃO
As chamadas “medidas de dispersão” são aquelas que buscam quantificar
o espalhamento dos dados, ou seja, o erro aleatório de um conjunto de medições.
As medidas de dispersão mais comuns são:
● Amplitude (A)
● Variância (Var ou σ²)
● Desvio padrão (σ)
● Coeficiente de variação (CV)
n
(x – x)
Σ
2
Var = i (Eq.16)
i=1 n – 1
O desvio padrão, que está na equação 17, é definido como a raiz quadrada
da variância e possui comportamento similar a esta. A principal vantagem do
desvio padrão é que este possui unidade igual àquela dos dados originais; se as
medidas tomadas foram em metro, o desvio padrão também será em metros.
n
σ = √Var =
√
Σ
i=1
(xi – x)2
n–1
(Eq.17)
78
TÓPICO 2 | MÉDIA E DESVIO PADRÃO
CV = σ (Eq.18)
x
AUTOATIVIDADE
80
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
81
AUTOATIVIDADE
82
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
As variáveis aleatórias são aquelas que associam experimentos aleatórios
aos possíveis números obtidos como resultados destes. Os problemas da área de
metrologia costumam estar relacionados com a estatística, na qual se estudam
dois tipos de variáveis: discretas e contínuas. A metrologia pode tratar de ambos,
com os problemas com variáveis contínuas sendo os mais comuns.
2 VARIÁVEIS DISCRETAS
As variáveis discretas consistem nas medições de um experimento
que possuem valores que são finitos (ou infinitos contáveis), por exemplo, o
lançamento de um dado, que pode resultar nos valores inteiros de 1 a 6.
83
UNIDADE 2 | INCERTEZA E AMOSTRAGEM
FONTE: O autor
Σ i=1
P(xi) = 1 (Eq. 20)
n = n!
x x! (n – x)! (Eq. 22)
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=3646951>.
Acesso em: 10 out. 2018.
85
UNIDADE 2 | INCERTEZA E AMOSTRAGEM
n
µ=
Σi=1
xi.P(xi) (Eq. 23)
n
σ = Var =
2
Σ
i=1
(xi – µ)2 . P(xi) (Eq. 24)
FONTE: O autor
n
PC(xm) =
Σ
i=1
P(xi) (Eq. 25)
AUTOATIVIDADE
Soma Probabilidade
2 0,0278
3 0,0556
4 0,0833
5 0,1111
6 0,1389
7 0,1667
8 0,1389
9 0,1111
10 0,0833
11 0,0556
12 0,0278
FONTE: O autor
3 VARIÁVEIS CONTÍNUAS
As variáveis contínuas são aquelas cujos valores possíveis se encontram
em certa faixa de valores reais, que não podem ser contados. Por exemplo, o
comprimento medido de uma peça que pode ter qualquer valor em metros; não é
possível dividir comprimento de forma que se possa contá-los.
87
UNIDADE 2 | INCERTEZA E AMOSTRAGEM
FONTE: O autor
Aintervalo
P(a < x < b) = (Eq. 27)
Atotal
88
TÓPICO 3 | VARIÁVEIS DISCRETAS E CONTÍNUAS
µ= ∫
-∞
∞
x.P(x)dx (Eq. 30)
σ2 = Var = ∫
-∞
∞
(x – µ)2 P(x)dx (Eq. 31)
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=38969094>.
Acesso em 11 out. 2018.
89
UNIDADE 2 | INCERTEZA E AMOSTRAGEM
PC(x) = ∫
-∞
∞
f(a)da (Eq. 32)
FONTE: O autor
90
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
● Os métodos de cálculo de média e desvio padrão, que diferem para cada tipo
de variável.
91
AUTOATIVIDADE
2 Uma empresa que produz pratos, buscando controlar melhor seu processo
de produção, realizou medições do peso suportado por cada prato em
quilogramas-força, que foi entre 10kgf e 15kgf. A densidade de probabilidade
obtida pelos testes da empresa é dada pela Equação 34 no intervalo dado,
sendo 0 do contrário. Calcule o valor médio do peso suportado pelos pratos
que compõem esta população.
a) ( ) µ=13,128 kgf.
b) ( ) µ=12,596 kgf.
c) ( ) µ=12,881 kgf.
d) ( ) µ=12,310 kgf.
92
UNIDADE 2
TÓPICO 4
DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADE
1 INTRODUÇÃO
A estimativa de probabilidades e intervalos de confiança de medição é
necessária de forma a garantir a qualidade dela. A maioria das medições em
engenharia trata de variáveis contínuas, que possuem densidades de probabilidade
e você deve entender o contexto de cada uma, para aplicá-las na situação correta,
e como realizar o cálculo destas probabilidades.
2 DISTRIBUIÇÃO NORMAL
A distribuição normal, chamada também de distribuição gaussiana ou curva
de sino, é provavelmente a distribuição mais comum na metrologia. Ela possui o
formato suave mostrado na Figura 15. Ela é formada pela Equação 35 (NIST, 2013)
2
1 1 (x – µ)
f(x) = e 2 σ (Eq. 35)
σ√2π
93
UNIDADE 2 | INCERTEZA E AMOSTRAGEM
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1903871>.
Acesso em: 11 out. 2018.
94
TÓPICO 4 | DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADE
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=17162059>.
Acesso em: 11 out. 2018.
FONTE: O autor
95
UNIDADE 2 | INCERTEZA E AMOSTRAGEM
96
TÓPICO 4 | DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADE
AUTOATIVIDADE
Uma fábrica produz eixos de aço com um diâmetro de 2,5 cm. Estes
eixos devem ter baixo desvio no seu diâmetro de forma a garantir que possa
ser encaixado corretamente, não sendo grande demais para que não caiba,
nem pequeno demais para que fique como folga.
Sabendo que o desvio padrão dos eixos produzidos é de 0,2 cm, calcule
qual a probabilidade de que um eixo escolhido aleatoriamente terá diâmetro
entre 2,2 cm e 2,65 cm. Assuma que a distribuição dos diâmetros é uma
distribuição normal.
a) ( ) 63,44%.
b) ( ) 57,45%.
c) ( ) 71,75%.
d) ( ) 17,07%.
3 DISTRIBUIÇÃO T DE STUDENT
É bastante comum em problemas de engenharia não se poder realizar medições
da população toda, apenas de uma pequena amostra, e, portanto, que os parâmetros
da população, em especial o desvio padrão e a média, não sejam conhecidos.
97
UNIDADE 2 | INCERTEZA E AMOSTRAGEM
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=9546828>.
Acesso em: 13 out. 2018.
x–µ
t= (Eq. 39)
σ/√n
98
TÓPICO 4 | DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADE
µ = x + t. σ (Eq. 40)
√n
AUTOATIVIDADE
99
UNIDADE 2 | INCERTEZA E AMOSTRAGEM
100
TÓPICO 4 | DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADE
4 DISTRIBUIÇÃO DE POISSON
A distribuição de Poisson é uma distribuição para variáveis discretas que
busca calcular a probabilidade de um número particular de ocorrências em um
certo intervalo de tempo. Esta é dada pela Equação 42 (LARSON; FARBER, 2015),
onde µ é o número de ocorrências por unidade de tempo.
P(x) = µ e
x –µ
(Eq. 42)
x!
Por exemplo, supondo que em uma fábrica são produzidas µ=4 peças com
falhas por mês, a probabilidade de x=6 peças com falhas em um único mês é
conforme a Equação 43.
5 DISTRIBUIÇÃO QUI-QUADRADO
Em muitos processos de produção é necessário buscar determinar uma
estimativa para a quantidade de variação nos objetos produzidos. Da mesma
forma que a distribuição t de Student busca determinar uma estimativa para a
média, a distribuição qui-quadrado busca encontrar um intervalo de confiança
para o desvio padrão.
((n – 1)s2)
x2 = (Eq. 44)
σ2
101
UNIDADE 2 | INCERTEZA E AMOSTRAGEM
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=9884213>.
Acesso em: 14 out. 2018.
Outro detalhe importante que você deve notar é que as curvas da Figura
19 não são simétricas, ao contrário das distribuições anteriores, portanto, quando
você estiver determinando intervalos de confiança para o desvio padrão, é
necessário calcular um qui para cada lado da curva, ao contrário da distribuição t
de Student, onde um único valor bastava, ou da distribuição normal, onde o valor
no lado oposto era 1 menos o valor no outro lado.
102
TÓPICO 4 | DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADE
103
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu:
104
AUTOATIVIDADE
( ) Distribuição normal.
( ) Distribuição t de Student.
( ) Distribuição de Poisson.
( ) Distribuição qui-quadrado.
105
106
UNIDADE 2 TÓPICO 5
AMOSTRAGEM
1 INTRODUÇÃO
É comum situações em que se deseja realizar uma medição ou pesquisa
de um grupo com um número de elementos muito elevado, o que torna inviável
observar cada elemento individualmente. Nestes casos, busca-se estudar o conjunto
observando apenas um pequeno grupo de seus elementos, chamado de amostra.
2 CONCEITOS
Primeiramente deve-se definir alguns termos para discutir o assunto de
amostragem de forma não ambígua (CORREA, 2003):
3 MÉTODOS DE AMOSTRAGEM
Amostragem aleatória simples é uma amostragem probabilística que, como
o próprio nome indica, é realizada da forma mais simples possível: numeram-
se todos os elementos da população de 1 a N e são escolhidos aleatoriamente
números nestes intervalos, até a amostra possuir o tamanho desejado. Nesta
forma de amostragem, todos os elementos da população possuem exatamente a
mesma chance de serem selecionados para fazer parte da amostra. Um exemplo
de amostragem aleatória simples pode ser visto na Figura 21, onde foi tomada
uma amostra de 4 pessoas de uma população de 12.
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=36506020>.
Acesso em: 8 out. 2018.
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=36506021>.
Acesso em: 8 out. 2018.
109
UNIDADE 2 | INCERTEZA E AMOSTRAGEM
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=36506022>.
Acesso em: 8 out. 2018.
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=36506019>.
Acesso em: 8 out. 2018.
110
TÓPICO 5 | AMOSTRAGEM
AUTOATIVIDADE
111
UNIDADE 2 | INCERTEZA E AMOSTRAGEM
E
IMPORTANT
No caso da indústria mineral, o controle de qualidade pode ser dividido em três etapas:
112
TÓPICO 5 | AMOSTRAGEM
4 DISTRIBUIÇÕES AMOSTRAIS
Não basta apenas obter uma amostra, é necessário determinar a qualidade
dela com relação à população. Para estudar isto, considere a seguinte situação,
ilustrada na Figura 24. Uma população de números de média µ e desvio padrão σ
está sendo estudada e realiza-se o processo de amostragem várias vezes, obtendo-
se várias amostras distintas de n elementos cada. Cada uma dessas amostras possui
a sua própria média (µ1, µ2, µ3 etc.) e seus próprios desvios padrões (σ1, σ2, σ3 etc.).
113
UNIDADE 2 | INCERTEZA E AMOSTRAGEM
FONTE: O autor
µ= ∑ xn = 2 + 4 +4 7 + 9 = 5,5
i (Eq. 46)
i=1
σ= n
(2 – 5,5)2 +(4 – 5,5)2 + (7 – 5,5)2 + (9 – 5,5)2
√∑
(xi – x)2 = 3,11 (Eq. 47)
i=1
n–1 = √ 4–1
114
TÓPICO 5 | AMOSTRAGEM
Você pode observar que para n=1 o resultado é uma reta, para n=2 tem-se
uma distribuição que é um triângulo, já quando n aumenta a distribuição começa
a tomar uma forma suavizada que fica similar a uma curva em forma de sino,
também chamada de curva de Gauss ou de distribuição normal.
115
UNIDADE 2 | INCERTEZA E AMOSTRAGEM
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=18918612>.
Acesso em: 9 out. 2018.
116
TÓPICO 5 | AMOSTRAGEM
µx = µ (Eq. 50)
σx = σ (Eq. 51)
√n
ATENCAO
Você deve tomar cuidado com o conceito de distribuição amostral, que trata
das médias de TODAS as amostras de n elementos que podem ser escolhidas, e não apenas
algumas amostras quaisquer escolhidas com este tamanho. O número n da equação 51
trata do número de elementos, não do número de amostras, que muitas vezes pode ser
difícil de calcular.
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=60066898>.
Acesso em: 9 out. 2018.
117
UNIDADE 2 | INCERTEZA E AMOSTRAGEM
AUTOATIVIDADE
118
TÓPICO 5 | AMOSTRAGEM
LEITURA COMPLEMENTAR
119
UNIDADE 2 | INCERTEZA E AMOSTRAGEM
2. Metodologia
120
TÓPICO 5 | AMOSTRAGEM
Cada lote serviu para a execução de um ensaio. Cada ensaio foi estruturado
seguindo os seguintes passos:
FONTE: GRIGORIEFF, A.; COSTA, J. F. C. L.; KOPPE, J., O problema de amostragem manual na
indústria mineral. Rev. Esc. Minas vol.55 no.3 Ouro Preto July/Sept. 2002.
121
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você aprendeu:
● A importância da amostragem.
● Os principais métodos de amostragem, que se dividiram em probabilísticos e
não probabilísticos.
122
AUTOATIVIDADE
a) ( ) 67,41%.
b) ( ) 89,23%.
c) ( ) 92,12%.
d) ( ) 76,93%.
123
124
UNIDADE 3
CALIBRAÇÃO E CONTROLE
DE QUALIDADE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade, você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 2 – TOLERÂNCIAS
125
126
UNIDADE 3
TÓPICO 1
CALIBRAÇÃO DE INSTRUMENTOS
1 INTRODUÇÃO
O processo de determinação de incertezas que você estudou na unidade
anterior permite uma estimativa da grandeza real a partir de uma medição
incerta. No entanto, é inconveniente, muitas vezes, realizar cálculos para estimar
esta grandeza toda vez que se deseja realizar uma medição.
2 CALIBRAÇÃO E VERIFICAÇÃO
O processo de calibração tem por objetivo tornar as medições realizadas por
um instrumento de medição melhores, tornando-as mais próximo da realidade. A
calibração é definida internacionalmente pela JCGM, conforme a citação que segue:
calibração
calibration
étalonnage
calibración
Operação que estabelece, sob condições especificadas, numa primeira
etapa, uma relação entre os valores e as incertezas de medição
fornecidos por padrões e as indicações correspondentes com as
incertezas associadas; numa segunda etapa, utiliza esta informação
para estabelecer uma relação visando a obtenção dum resultado de
medição a partir duma indicação.
NOTA 1 Uma calibração pode ser expressa por meio duma declaração,
uma função de calibração, um diagrama de calibração, uma curva
de calibração ou uma tabela de calibração. Em alguns casos, pode
consistir duma correção aditiva ou multiplicativa da indicação com
uma incerteza de medição associada.
NOTA 2 Convém não confundir a calibração com o ajuste dum
sistema de medição, frequentemente denominado de maneira
imprópria de “autocalibrarão”, nem com a verificação da calibração.
NOTA 3 Frequentemente, apenas a primeira etapa na definição
acima é entendida como sendo calibração (INMETRO, 2012).
127
UNIDADE 3 | CALIBRAÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE
128
TÓPICO 1 | CALIBRAÇÃO DE INSTRUMENTOS
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=56728938>.
Acesso em: 20 nov. 2018.
129
UNIDADE 3 | CALIBRAÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE
FONTE: O autor
130
TÓPICO 1 | CALIBRAÇÃO DE INSTRUMENTOS
ATENCAO
FONTE: O autor
Na maioria dos casos não é necessário que você determine como realizar o
processo de calibração de suas próprias ideias. É bastante comum a existência de
normas e padrões de calibração que descrevem os métodos mais utilizados e aceitos.
131
UNIDADE 3 | CALIBRAÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE
FONTE: O autor
132
TÓPICO 1 | CALIBRAÇÃO DE INSTRUMENTOS
Você deve notar que as recomendações da CNQ são elaboradas com base
em laboratório, que possuem uso de seus instrumentos geralmente menos severa
do que na indústria, para a qual estas sugestões seriam muito conservadoras.
Por outro lado, alguns instrumentos são usados com muito baixa frequência,
não sendo necessário fazer recalibração tão frequentemente quanto indicado
(CABRAL, 1994)
AUTOATIVIDADE
133
UNIDADE 3 | CALIBRAÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE
3 CURVAS DE CALIBRAÇÃO
Enquanto uma calibração simples consiste apenas na comparação com
um padrão em um único ponto, ou em um número pequeno de pontos, é possível
realizar uma análise mais completa das incertezas do instrumento de medição,
comparando os seus resultados com a referência em todos os pontos possíveis.
Você pode observar que os resultados obtidos por este método foram
idades inferiores às idades reais da amostra, que seria a linha reta na diagonal, e o
erro destes resultados foi diferente para cada ponto da curva, ao invés de um erro
constante. Portanto, é necessário que a calibração seja realizada utilizando um
fator de correção distinto para cada possível valor de medição do instrumento.
40,000
30,000
20,000
10,000
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=33571887>.
Acesso em: 16 nov. 2018.
134
TÓPICO 1 | CALIBRAÇÃO DE INSTRUMENTOS
Na Figura 6, você pode perceber que a região entre as linhas verdes no eixo
vertical, que representa a medição por radiocarbono, tornou-se uma região menor
no eixo horizontal, significando que a incerteza diminui quando propagada entre
as duas variáveis.
3,300
3,200 t + σ
1 total
t1 - σtotal
3,100
t2 + σamostra
t2 - σamostra
3,000
2,900
3100 3300 3500
Idade de calendário (anos calendário antes do presente)
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=33588097>.
Acesso em: 18 nov. 2018.
135
UNIDADE 3 | CALIBRAÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE
AUTOATIVIDADE
4 CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO
Após concluída a calibração, o resultado pode ser explicitado em um
documento, chamado de certificado de calibração, como na Figura 7, muitas
vezes podendo ser realizado por instituições licenciadas para este serviço.
136
TÓPICO 1 | CALIBRAÇÃO DE INSTRUMENTOS
FONTE: O autor
137
UNIDADE 3 | CALIBRAÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE
Este selo pode ser lido via leitura eletrônica ou rastreado pelo número
inscrito de forma a verificar sua autenticidade. Ele não deve ser removido do
instrumento pois irá causar a destruição do próprio selo.
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=3339041>.
Acesso em: 19 nov. 2018.
138
RESUMO DO TÓPICO 1
● A definição de calibração.
139
AUTOATIVIDADE
a) ( ) F- V- V- F.
b) ( ) F- F- V- V.
c) ( ) V- F- V- F.
d) ( ) F- V- V- V.
140
UNIDADE 3
TÓPICO 2
TOLERÂNCIAS
1 INTRODUÇÃO
Na indústria, por vários motivos, é necessária a produção de peças com
dimensões específicas. No entanto, a produção de uma peça com uma dimensão
exata é impossível; existem sempre imperfeições no processo produtivo, que
podem ser por diferenças na matéria-prima original, diferenças de erro humano
ou mesmo do equipamento utilizado na produção não produzindo sempre o
mesmo resultado.
2 CONCEITO DE TOLERÂNCIA
Tolerância é definida como o limite de variação que uma dimensão de
uma peça pode possuir que é considerada aceitável. Por exemplo: um eixo que
possui diâmetro médio de 30,00 mm e que pode variar entre 29,80 mm e 30,20
mm. Neste caso, a tolerância do objeto seria de 0,40 mm.
141
UNIDADE 3 | CALIBRAÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE
FONTE: O autor
142
TÓPICO 2 | TOLERÂNCIAS
Os limites para que a peça cumpra seu papel já foi explicado, consiste nas
dimensões que ela não pode exceder para que desempenhe sua função corretamente.
Este fator limita a tolerância máxima que a peça pode possuir. Se ele não for cumprido,
o produto resultado terá falhas que podem levar a acidentes quando chegarem ao
consumidor no pior caso, e nos melhores casos necessitará de um recall.
Para atingir uma tolerância mais alta é necessário um ajuste dos métodos
de fabricação, assim como um uso de ferramentas mais especializadas para
realizar a verificação da conformidade. Todos estes processos implicam um
aumento no custo de produção do objeto e encarecendo o produto final.
FONTE: O autor
143
UNIDADE 3 | CALIBRAÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE
Na Figura 11-b, você pode observar o oposto da Figura 11-a, que é o processo
incapaz, que possui precisão relativamente baixa e em função disto produz um
grande número de peças que se encontram fora dos limites de tolerância.
FONTE: O autor
144
TÓPICO 2 | TOLERÂNCIAS
P(lit < x < lst) = P(Zlst) – P(Zlit) = 92,36% – 7,64% = 84,72% (Eq. 3)
AUTOATIVIDADE
145
UNIDADE 3 | CALIBRAÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE
146
TÓPICO 2 | TOLERÂNCIAS
FONTE: O autor
5 TIPOS DE TOLERÂNCIAS
As tolerâncias podem ser divididas em três tipos principais: limites,
tolerância unilateral e tolerância bilateral. A Figura 13 contém um exemplo onde
os três tipos de tolerâncias podem ser vistos.
147
UNIDADE 3 | CALIBRAÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE
FONTE: O autor
148
TÓPICO 2 | TOLERÂNCIAS
149
UNIDADE 3 | CALIBRAÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE
Para cada uma destas formas de tolerâncias não é possível utilizar padrões
como os do Quadro 2, que se baseiam em comprimentos diretos, portanto você
deve buscar normas particulares para o caso sendo projetado, incluindo o
instrumento de medição que deverá ser usado para a verificação das tolerâncias.
AUTOATIVIDADE
150
RESUMO DO TÓPICO 2
● A definição de tolerância.
151
AUTOATIVIDADE
a) ( ) F- F- V- V.
b) ( ) V- V- F- F.
c) ( ) F- V- V- F.
d) ( ) F- V- F- V.
152
UNIDADE 3
TÓPICO 3
CONTROLE DE QUALIDADE
1 INTRODUÇÃO
A qualidade de um produto é um fator central em qualquer indústria por
vários motivos. O sucesso da empresa requer que ela produza produtos de alta
qualidade ou arriscará perder a fidelidade de seus clientes devido a falhas.
2 ASPECTOS ECONÔMICOS
O controle de qualidade é centrado na ideia de minimizar os custos de
produção e maximizar o lucro no final das contas. Para isto, é necessário inicialmente
analisar dois pontos centrais: o custo de qualidade e o custo de não qualidade.
153
UNIDADE 3 | CALIBRAÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE
Outro fator que influencia o custo de uma empresa é o salário pago aos seus
funcionários. A área da empresa responsável pela qualidade dos seus produtos,
como qualquer outra, emprega um número de funcionários, que deverá ser maior
e mais qualificado quanto maior a necessidade de qualidade.
FONTE: <https://pixabay.com/pt/tri%C3%A2ngulo-qualidade-tempo-
dinheiro-3145433/>. Acesso em: 25 nov. 2018.
154
TÓPICO 3 | CONTROLE DE QUALIDADE
Muitos desses custos da não qualidade não são imediatos, então é tentador
a ideia de cortar custos em prejuízo da qualidade, acreditando que tudo ainda
poderá acabar bem, no entanto, os riscos geralmente não valem a pena.
155
UNIDADE 3 | CALIBRAÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE
FONTE: O autor
156
TÓPICO 3 | CONTROLE DE QUALIDADE
FONTE: O autor
AUTOATIVIDADE
157
UNIDADE 3 | CALIBRAÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE
a) ( ) 1- 2- 1- 2- 2- 1.
b) ( ) 2- 1- 1- 2- 1- 2.
c) ( ) 1- 1- 2- 1- 2- 1.
d) ( ) 2- 1- 2- 1- 1- 2.
3 ASPECTOS TÉCNICOS
Uma parte central e essencial do processo de controle de qualidade é
a verificação da qualidade da peça ou objeto produzido, que será conforme o
desejado ou não. Esta verificação pode ser dividida em dois tipos, baseada na
forma da qualidade desejada: por atributo e por variáveis.
158
TÓPICO 3 | CONTROLE DE QUALIDADE
FONTE: O autor
Como exemplo desta regra suponha uma situação em que uma empresa
produz açúcar em sacos contendo 1000 g, desejando-se uma tolerância de ± 5 g.
Deseja-se planejar um processo de medição para realizar o controle de qualidade
sobre o processo de produção deste produto.
10 g
Incerteza de Medição = Tolerância total = =1g (Eq. 9)
10 10
159
UNIDADE 3 | CALIBRAÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE
4 FREQUÊNCIA DE AMOSTRAGEM
A frequência de amostragem refere-se a basicamente qual porcentagem
dos itens produzidos deve ser verificada. Existe uma distinção importante entre
duas classes principais: 100% da produção e por amostragem.
Para muitos casos pode não ser óbvio se o processo é capaz ou incapaz,
portanto, existe um cálculo que pode ser realizado de forma a estimar isto.
Primeiramente é necessário determinar se o processo é centrado ou descentrado
(Figura 18), ou seja, se os limites de tolerância estão simétricos em torno da média
ou tendendo mais para um lado.
160
TÓPICO 3 | CONTROLE DE QUALIDADE
FONTE: O autor
Caso CP ou CPK forem menores do que 1,33, o processo será incapaz e será
necessário realizar verificação com 100% de frequência.
161
UNIDADE 3 | CALIBRAÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE
AUTOATIVIDADE
Uma empresa produz peças de vidro para janelas que devem possuir
um tamanho exato para que se encaixem corretamente nas suas respectivas
bordas. As peças de vidro são produzidas com 120 cm de comprimento,
com uma tolerância que deve ser de ± 1 cm. O desvio padrão do processo
de produção é de 0,4 cm. Determine um instrumento de medição adequado
para o controle de qualidade, os limites superior e inferior de aceitação e se o
processo requer amostragem de 100%.
FONTE: O autor
162
TÓPICO 3 | CONTROLE DE QUALIDADE
163
UNIDADE 3 | CALIBRAÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE
164
RESUMO DO TÓPICO 3
165
AUTOATIVIDADE
166
UNIDADE 3
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Os processos utilizados no controle de qualidade por empresas sofreram
grande evolução com o passar dos anos e continuam sendo alterados e aprimorados
a cada ano que passa, conforme empresas buscam obter maior lucro, redução de
custos e maior competitividade no mercado.
167
UNIDADE 3 | CALIBRAÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE
FONTE: O autor
σ
σx = (Eq. 15)
√n
AUTOATIVIDADE
FONTE: O autor
169
UNIDADE 3 | CALIBRAÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=9401470>.
Acesso em: 28 nov. 2018.
170
TÓPICO 4 | MÉTODOS DE CONTROLE DE QUALIDADE
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=30294404>.
Acesso em: 28 nov. 2018.
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=9401181>.
Acesso em: 28 nov. 2018.
171
UNIDADE 3 | CALIBRAÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=9402369>.
Acesso em: 28 nov. 2018.
172
TÓPICO 4 | MÉTODOS DE CONTROLE DE QUALIDADE
4 CICLO PDCA
Muitos processos de planejamento de produção funcionam em ciclos,
buscando correções e melhoras que possam melhorar os resultados obtidos pelo
sistema de forma a aumentar a eficiência. Uma das filosofias utilizadas para
conduzir esta administração é o ciclo PDCA, mostrado na Figura 25.
174
TÓPICO 4 | MÉTODOS DE CONTROLE DE QUALIDADE
Já o método DMADV (Figura 27) é voltado para projetos que visam criar
novos produtos ou processo. O nome vem do inglês “Define-Measure-Analyze-
Design-Verify”, ou “Definir-Medir-Analisar-Projetar-Verificar”, que são as cinco
etapas que caracterizam o processo.
LIT LST
0.10
µ-σ=-1 µ=0 µ+σ=1
µ-σ=-2.5 µ=-1.5 µ+σ=-0.5 µ-σ=0.5 µ=1.5 µ+σ=2.5
-6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 x
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=17669840>.
Acesso em: 29 nov. 2018.
ATENCAO
Você não deve confundir o método seis sigma com um aumento dos limites
de tolerância. Os limites de tolerância são determinados pelos requisitos do produto e do
cliente. O método seis sigma busca estreitar a curva da Figura 28 através da diminuição do
desvio padrão do processo até que os limites de tolerância estejam suficientemente longe,
aumentando assim a confiabilidade.
AUTOATIVIDADE
176
TÓPICO 4 | MÉTODOS DE CONTROLE DE QUALIDADE
LEITURA COMPLEMENTAR
1 INTRODUÇÃO
A qualidade pode ser obtida por meio de diversas práticas, uma delas a
aplicação de ferramentas tradicionais da qualidade e de técnicas de controle dos
processos (NOYEL, THOMAS, CHARPENTIER, THOMAS & BEAUPRÊTRE,
2013). Para executar um controle eficaz da qualidade, Silva (2003) propõe
ferramentas e técnicas como: examinar e testar para verificar se os resultados
estão de acordo com o que foi especificado, inspeções, amostragem estatística,
histogramas, entre outras.
177
UNIDADE 3 | CALIBRAÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE
2 GESTÃO DA QUALIDADE
178
TÓPICO 4 | MÉTODOS DE CONTROLE DE QUALIDADE
179
UNIDADE 3 | CALIBRAÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE
180
TÓPICO 4 | MÉTODOS DE CONTROLE DE QUALIDADE
das medidas amostrais. São preferíveis quando a amostra é maior que 10 ou 12,
uma vez que para valores superiores a estes a amplitude (R) perde-se a eficiência
(MONTGOMERY, 2009).
FONTE: <https://www.researchgate.net/profile/Vander_Luiz/publication/326755879_
Aplicacao_do_controle_estatistico_do_processo_em_uma_industria_de_autoadesivos/
links/5b71bdf492851ca65057db20/Aplicacao-do-controle-estatistico-do-processo-em-
uma-industria-de-autoadesivos.pdf>. Acesso em: 29 nov. 2018.
181
RESUMO DO TÓPICO 4
182
AUTOATIVIDADE
( ) Folha de verificação.
( ) Diagrama de causa e efeito.
( ) Gráfico de Pareto.
( ) Carta de controle.
( ) Diagrama de dispersão.
183
184
REFERÊNCIAS
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14610: requisitos gerais
para a competência de laboratórios de ensaio e calibração. Set. 2005.
BIPM, Resolution 8 of the CGPM at its 20th Meeting. (1995). Disponível em:
<https://www.bipm.org/en/CGPM/db/20/8/>. Acesso em: 24 ago. 2018.
185
BRASS, B. Candlesticks, Part 1. Equilibrium, n. 1. p. 3099-3109, 2006. Disponível
em: <http://www.isasc.org/Equilibrium/Back_Issues/2006-1.pdf>. Acesso em: 28
ago. 2018.
IEEE. IEEE Announces Virtual Reality (VR) and Augmented Reality (AR)
Standards Projects In Advance of Participation at Augmented World Expo.
(2017). Disponível em: <http://standards.ieee.org/news/2017/ieee_p2408.html>.
2017. Acesso em: 27 ago. 2018.
186
INMETRO. Metrologia legal. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/
metlegal/index.asp>. Acesso em: 26 ago. 2018.
187
NIST, NIST/SEMATECH e-Handbook of Statistical Methods. Disponível em:
<https://www.itl.nist.gov/div898/handbook/index.htm>. Acesso em: 11 out.
2018.
PETRUSO, Karl M. Early Weights and Weighing in Egypt and the Indus
Valley, M Bulletin. Boston Museum of Fine Arts. p. 44-51. JSTOR 4171634,1981.
Disponível em: <https://www.jstor.org/stable/4171634?seq=1#page_scan_tab_
contents>. Acesso em: 28 ago. 2018.
188