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̊ ano
#etapa 2
Semana 9
9º. ano História

Semana 9 - 2º semestre

9º ANO

Neste Guia, você vai estudar “ Descolonização da África e Ásia”

Pág. 59 à 76 do Volume 3

Profa. Maria Bethânia

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As lutas descoloniais nos países de língua portuguesa
Para compreender o processo ocorrido nas ex-colônias
portuguesas, é importante lembrar que Portugal, mesmo depois
do fim da Segunda Guerra Mundial, estava vivendo sob um regime
ditatorial. Esse contexto repercutiu nas colônias, que buscaram
diferentes formas de lutas, como
 a produção literária de denúncia;
 a organização em associações culturais;
 as greves de trabalhadores e
 a desobediência civil, com o não pagamento de impostos.
Contudo, é preciso lembrar que a resistência ao colonizador tinha
raízes muito antigas, vindas desde o século XVI.

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O pan-africanismo
A organização africana foi essencial para a conquista
da liberdade almejada pelas populações exploradas
pelo julgo colonial. Os debates e trocas de ideias de
experiências fomentaram importantes discussões e
contribuíram para a formação de uma consciência política
nacionalista.
Muitos estudantes das colônias iam à Portugal para
estudar, uma vez que em seus países não existiam
universidades, e se reuniam em associações e grupos

© Shutterstock / Manuel Esteban


culturais. Em 1951, nascia em Lisboa o Centro de Estudos
Africanos, que tinham entre seus fundadores, futuros
líderes dos movimentos pela libertação de seus países:
Amilcar Cabral (Guiné-Bissau e Cabo Verde);
Agostinho Neto e Mario Pinto Andrade (Angola) e
Homenagem à Amilcar Cabral, um
Francisco Terneiro (São Tomé e Príncipe). dos líderes da luta armada pela liber-
tação de Guiné-Bissau e Cabo Verde.

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Esses intelectuais faziam a denúncia das
injustiças intrínsecas ao colonialismo e foram
importantes militantes pela independência.
Em Angola, por exemplo, o programa do
MPLA, indicava a necessidade de unidade da
nação pós-independência.
“Primeiro, garantir a igualdade de todas as
etnias de Angola e reforçar a união e a ajuda
fraterna entre elas;
Segundo, interdição absoluta de todas as

© Shutterstock / rook76
tentativas de divisão do povo angolano.”
MUNANGA, Carlos. “Programa maior do Movimento Popular de Libertação de
Angola – MPLA” Apud SERRANO Kabengele. A revolta dos colonizados: o processo de
descolonização e as independências da África e da Ásia. São Paulo: Atual, 1995. p.65.

Agostinho Neto homenageado em


selo comemorativo.

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A construção da identidade
Construir uma identidade que valorize o passado, a cultura, as lutas
da população é um processo longo. Os países africanos de língua
portuguesa, mesmo sendo territórios de culturas ancestrais, tiveram suas
independências muito recentes e buscam reencontrar suas histórias, dando
voz e espaço a todos os sujeitos.
Nesse sentido, leia o trecho selecionado de reportagem publicada em
2013, sobre o 17 de setembro em Angola, data em que se comemora o dia
do Herói Nacional.
"Se Agostinho Neto tem o valor que merece por ter sido o primeiro
presidente da República de Angola, resultante dos Acordos de Alvor,
também Jonas Savimbi, da UNITA ( União Nacional para a Independência
Total de Angola) foi um lutador incansável pela democracia de Angola,
tal como foi Holden Roberto da FNLA (Frente Nacional de Libertação de
Angola). Para mim todos são os melhores.“
CHICOCA, Armando José. “Angolanos exigem reconhecimento de heróis de outras bandeiras.” Disponível em: https://www.dw.com/pt-002/
angolanos-exigem-reconhecimento-de-her%C3%B3is-de-outras-bandeiras/av-17097002. Acesso em 28 jul. 2020.

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Para refletir
Vamos agora fazer uma ponte entre o Brasil e Angola a
partir da fala do jornalista Armando José Chicoca.
Para ele, existe a necessidade de incluir outros personagens
no rol dos heróis, pois todos foram importantes e é necessário
não falsear a História para as gerações vindouras.
 Pensando no Brasil, em que datas comemoramos nossos
heróis?
 Quem são os heróis nacionais?
 Onde estão representados?
 O que eles fizeram pelo Brasil?
 E as pessoas anônimas? Como podem ser representadas para
que não sejam esquecidas?

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Para refletir II
A construção da identidade e a História possuem muitos pontos de
articulação. Dessa forma, ao selecionarmos nosso heróis, definirmos o
que deve ser preservado e esquecido, o que deve ser comemorado ou
invisibilizado, escolhemos uma visão de mundo que deve ser mantida para
as novas gerações.
Para que possamos construir uma História plural, que respeite a
diversidade de povos e culturas, devemos oportunizar o conhecimento de
todos os sujeitos que construíram nossa História.
Nesse sentido, reflita sobre a importância do estudo da História da
África e dos africanos para a compreensão da História do Brasil.

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Para ir além
Mayombe, de Pepetela (Arthur Carlos Maurício Pestana).
Obra sobre a guerra de Independência de Angola.

Para saber mais sobre o processo de independência de Angola


e Moçambique assista aos vídeos produzido pela RTP, chamados
“Independência já! Uma história a pretos e brancos”, nos links:
Parte 1 - https://www.youtube.com/watch?v=27k6xSmF1m8
Parte 2 - https://www.youtube.com/watch?v=KtCqDD3ZFYE

Independência da Guiné-Bissau – 24 de setembro


https://www.youtube.com/watch?v=HwL0DYcgS-U

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