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Teresina
2018
RONY ANDERSON TAVARES DE OLIVEIRA SILVA
Teresina
2018
RONY ANDERSON TAVARES DE OLIVEIRA SILVA
Aprovado em ____/____/______
BANCA EXAMINADORA
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Orientador
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1º Examinador
___________________________________________________________
2º Examinador
A minha mãe Deuselena, homenagem e agradecimento.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo, pela sua
eterna misericórdia e bênçãos, por ter iluminado meus pensamentos nos momentos
mais difíceis e, assim, permitido que eu conseguisse chegar ao final desta longa
caminhada.
À minha mãe, Deuselena Alves da Silva, pelo seu enorme carinho, dedicação
e cuidados dispensados a mim durante esses seis anos de formação acadêmica. Sei
que jamais poderei retribuir tamanha dedicação e zelo.
À minha noiva, Rafaela Gomes Soares de Gois, pelo companheirismo, amor e
compreensão.
Aos amigos pois, apesar de minha ausência, sempre estiveram comigo e
confortaram minha alma, quer seja pela presença, mesmo que em poucos instantes,
ou apenas pelo fato de saber que os tenho como amigos.
Aos professores do Instituto Camilo Filho, pela incrível oportunidade de poder
ter compartilhado do conhecimento desses ilustres mestres de forma tão gentil e
generosa. Sempre levarei comigo a lembrança, carinho e profunda admiração.
RESUMO
The present work seeks to understand the essence of public policies and their
relations with the powers constituted within a Democratic State of Law. For this, the
research was developed through an inductive approach, seeking to know the
distinction between the main concepts and formative elements of the State, namely,
the State, the Judiciary, the Executive, the Public Administration, as well as the
constituted powers. In general, the institutions whose competence derives directly
from the Constitution, however, having as central axis the idea of public policy. This
is not only the political bias, but mainly from a legal point of view, seeking to
demonstrate the plausibility to implement them in order to ensure constitutional
precepts. Within this frenzy, through a bibliographical research, the work seeks to
discuss the legitimacy and competence of the Judiciary to appreciate the matter of
public policies and determine its implementation through the Executive Branch, as
well as its limits and consequences within the Brazilian State.
INTRODUÇÃO.............................................................................................................8
CAPÍTULO I - NOÇÕES DE ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA.....................................................................................................................9
1.1 ESTADO .................................................................................................................
9
1.1.1 Estado moderno......................................................................................9
1.1.2 Estado
liberal.........................................................................................11
1.1.3 Estado democrático..............................................................................13
1.2 GOVERNO...........................................................................................................13
1.2.1 Governo, política e
democracia ...........................................................14
1.3 ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA................................................................................15
CAPÍTULO II - POLÍTICA
PÚBLICA..........................................................................17
2.1 CONCEPÇÃO DE
POLÍTICA................................................................................17
2.1.1 Definição de política
pública................................................................18
2.1.2 Princípios...............................................................................................19
2.1.3 Relações entre Estado, governo e política
pública............................19
2.2 CONDIÇÕES PARA FORMULAÇÃO DAS POLÍTICAS
PÚBLICAS.....................20
2.2.1 Plano, planejamento e orçamento.......................................................21
2.2.2 Definição de prioridades......................................................................22
CAPÍTULO III - O CONTROLE JUDICIAL DAS POLÍTICAS
PÚBLICAS..................24
3.1 POLÍTICA PÚBLICA E DIREITO..........................................................................24
3.1.1 A formação do direito na base da política
pública.............................25
3.2 EFETIVIDADE CONSTIUCIONAL E O PAPEL DO JUDICIÁRIO........................26
3.2.1 Concretização dos direitos
fundamentais...........................................26
3.2.2 Garantia do mínimo existencial e reserva do
possível.......................27
3.2.3 Legitimidade democrática....................................................................28
3.3 CONTROLE DA POLÍTICA PÚBLICA..................................................................29
3.3.1 Objeto do
controle.................................................................................30
3.3.2 Instrumentos de
processuais...............................................................32
3.3.3 Separação dos
poderes........................................................................35
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................37
REFERÊNCIAS..........................................................................................................38
8
INTRODUÇÃO
1.1 ESTADO
O Estado é uma estrutura político-jurídica que surge a partir da formação dos
Estados nacionais europeus. As formas de concepção e organização dessa
estrutura têm se alterado a partir da mudança de paradigmas políticos, econômicos
e sociais. O modelo liberal, posto como solução em face da excessiva intervenção
na vida privada, chancelada no padrão absolutista, se mostrou insuficiente ao longo
do tempo e cedeu lugar ao social democrático.
1.2 GOVERNO
14
Sem adentrar muito na questão das formas de governo, por não se tratar de
objeto do presente trabalho, governo é o indivíduo ou grupo que exerce o poder
político em uma sociedade. Nas organizações políticas anteriores ao Estado
moderno, como na cidade-estado grega e no sistema feudal, governo era entendido
como o poder autônomo em relação aos demais grupos sociais. (BUCCI, 2013).
Conforme se percebe, a ideia de governo é anterior a de Estado e representa
a integração política da sociedade, a representatividade, a gestão da coisa pública, a
defesa contra grupos externos, dentre outros elementos, contudo, não inclui
conceitos como território, povo e soberania, conforme estudado do capítulo anterior.
Em relação aos atos que são praticados pelo governo, Bucci ensina que estes
são específicos se diferem dos demais:
a discussão conceitual sobre o ato de governo ilustra a dificuldade de
saber, com os avanços nas formas jurídicas de conformação e
controle da atividade política, quais os espaços e formas políticas
específicos e reservados à atuação do poder e como atua o governo
no uso desses espaços, no contexto da democracia. O pressuposto
dessas questões é que o governo não apenas extrai força política do
corpo do Estado. Ao contrário, ao ser capaz de articular as
demandas sociais e responder aos anseios por desenvolvimento
econômico, bem-estar e outras aspirações do grupo social, o
governo pode ser uma fonte de renovação do poder estatal. (2013, p.
20).
Atualmente, o governo além de exercer o poder político, determina a maneira
como o Estado será administrado e tem seus limites fixados em uma constituição.
Dentro de sua esfera de atribuições, os atos denominados de governo diferenciam-
se dos atos administrativos. Com efeito, estes são praticados em face da execução
das leis, ao passo que os atos de governo correspondem à atividade política em si,
dispensada de habilitação legal expressa. Dentre os atos governamentais, podem
ser citados a negociação de tratados internacionais, a relação do chefe de governo
com a atividade parlamentar, a decretação do estado de sítio, dentre outros.
interesse do Estado, de modo que o avanço no campo das políticas públicas busca
exatamente viabilizar essa tarefa.
2.1.2 Princípios
A finalidade da Constituição, segundo Schier é:
definir e proteger um determinado núcleo de direitos fundamentais,
além de racionalizar, fundamentar, legitimar, limitar etc. o exercício
do poder. Há que se compreender que diversas são as formas de se
alcançar tal mister e, de acordo com a variação de cada modelo
adotado, será possível, também, encontrar as especificidades de
cada comunidade. É assim, a partir das opções fundamentais que se
faz em determinado momento histórico, que se estruturam as
constituições. Logo, ao lado da definição de um quadro de direitos
fundamentais, as constituições, materialmente, também se formam a
partir de algumas opções fundamentais: opções por princípios
estruturantes do Estado, do Direito e da comunidade. Neste sentido,
as opções explícitas ou implícitas por determinados princípios
fundamentais numa Constituição prestam-se a diversas finalidades.
São os princípios que (I) nortearão os diversos sentidos e certas
dimensões da extensão dos diretos fundamentais, (II) definirão as
formas básicas de legitimação, racionalização e exercício do poder,
(III) explicitarão as opções fundamentais da comunidade, (IV) as
opções jurídicas e estatais fundamentais, (V) os seus valores mais
caros, a partir dos quais serão estruturados a sociedade, o Estado e
o Direito. Substanciam, por isso, os princípios fundamentais,
verdadeira síntese-matriz do Direito. Expressam a carteira de
identidade da sociedade, o ser-em-comum dentro da diversidade
comunitária, o ponto de encontro que permitirá a função de
unificação política, diante dos quadros sociais cada vez mais plurais
e complexos. (2005, p. 157).
Conforme discorre o autor acerca dos direitos e princípios fundamentais,
estes estão definidos na Constituição. Uma das finalidades dos princípios é nortear a
aplicação dos direitos fundamentais nas mais variadas esferas, inclusive, na das
políticas públicas. Do mesmo modo, os princípios também destacam as opções e
valores que estruturam a sociedade, o Estado e o próprio direito. Com base no
estudo dos tópicos anteriores, é possível afirmar que as políticas públicas devem ser
pautadas nos princípios fundamentais em razão do próprio objeto destas. Com
efeito, os valores fundamentais devem ser uma constante preocupação nas políticas
públicas em todas as fases, ou seja, desde a formulação até sua implementação e
execução. A título de exemplo, um sistema de transporte público é planejado e
implantado em um município sem a previsão de acesso para deficientes físicos. Na
seguinte situação hipotética, observa-se que houve um desrespeito aos princípios da
dignidade da pessoa humana, da igualdade, da solidariedade, dentre outros.
20
licitação para selecionar a empresa que irá executar os serviços, dentre outros
procedimentos necessários.
De acordo com as lições de Lopes (1994), torna-se necessário o
conhecimento sobre as finanças públicas. O regime de tributação, associado ao
planejamento das contas do Estado, evidenciam condições de viabilidade do
desenvolvimento. Com efeito, cabe ao Estado não só o dever de elaborar seu
orçamento anual, mas também relacionar suas despesas de capital.
Conforme disse o autor, o conhecimento sobre os recursos que o Estado
pretende arrecadar, com receitas oriundas dos impostos, taxas, e demais tributos,
permite que o Poder Público possa equacionar a viabilidade de alguma política
assistencial que por ventura pretenda adotar. Destarte, o discernimento sobre as
despesas fixas também deve ser considerado, isto é, para que o gestor possa
honrar os compromissos assumidos sem comprometer a máquina pública.
condições reais para seu exercício, isto é, sem os bens materiais e imateriais que
tornam possível o seu gozo.
Conforme se pode extrair do texto acima, para que a liberdade não seja
apenas um conceito jurídico restrito, isto é, incapaz de alcançar boa parte da
sociedade, devem existir meios idôneos que permitam o seu acesso. Com efeito,
quando se fala em bens imateriais para viabilizar o exercício das liberdades
públicas, fala-se em direitos sociais. Por outro lado, os bens materiais podem ser o
acesso à moradia, à alimentação, ao salário fruto do trabalho, dentre outros.
Segue o autor dizendo que “para um indivíduo tem importância existencial
não viver abaixo de um nível de existência mínimo, não estar condenado a um
permanente desemprego ou a não ficar excluído da vida social de sua época”
(ALEXY, 2001, apud SCAFF, 2005, p. 87).
Com efeito, o status de direito fundamental conferido aos direitos sociais é de
vital importância para garantir o mínimo existencial, de modo que, existe um patamar
mínimo a ser garantido, como por exemplo, a possibilidade de acesso à educação, a
existência de uma quantidade mínima de hospitais, a oferta de trabalho, a
viabilidade de acesso à moradia, a possibilidade de sair às ruas com o mínimo de
segurança, em outras palavras, tudo aquilo que é condição para existência digna
das pessoas. Desse modo, o conceito de mínimo existencial busca o primado da
liberdade e possui mais relevância em países emergentes como o Brasil.
A despeito disso, existe a ideia de reserva do possível. Sobre esta, ensina
Krell (2002, apud SCAFF, 2005, p. 89) que o conceito de reserva do possível é
oriundo do direito alemão, fruto de uma decisão da Corte Constitucional daquele
país, em que ficou assente que a satisfação de direitos subjetivos, por meio da
prestação material de serviços públicos por parte do Estado, se sujeita à condição
de disponibilidade dos respectivos recursos.
Nesses termos, a reserva do possível representa a ideia de racionalidade do
Estado, ou seja, aquilo que está ao alcance dos Poder Público para satisfazer os
anseios da sociedade. Por esse ângulo, o Estado não seria obrigado a criar vagas a
fim de atender a totalidade da demanda existente em educação, por exemplo. O
mesmo raciocínio segue nas demais áreas de vulnerabilidade social.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Bonat, Alan Luiz; NETO, José Osório do Nascimento; QUETES, Regeane Bransin.
Políticas públicas e desenvolvimento. Curitiba: Íthala, 2016.
BUCCI, Maria Paula Dallari et al. Direitos humanos e políticas públicas. São
Paulo: Pólis, 2001.
BUCCI, Maria Paula Dallari. Fundamentos para uma teoria jurídica das políticas
Públicas. São Paulo: Saraiva, 2013.