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FICHAMENTO
● “As alterações provocadas por uma participação ativa na música melhoram também
outras competências, como tem sido demonstrado”. (p. 29)
● “Ao longo do tempo verificou-se que tem havido uma relação consistente entre
envolvimento ativo na música e realização geral. No entanto, não é possível afirmar
que a participação em atividades musicais seja a justificação para uma realização
superior, uma vez que há muitos fatores a interferir. Um estudo recente, que adotou
um modelo estatístico mais sensível, permitiu superar estas dificuldades. Duas fontes
de dados nacionalmente representativos, com mais de 45.000 crianças, permitiram
descobrir que a associação entre música e desempenho persistia, mesmo quando a
realização prévia era tida em conta. A criatividade medida também é reforçada pela
participação na música, especialmente quando a atividade musical em si é criativa,
por exemplo, a improvisação”. (p. 30)
● “O impacto da participação musical no desempenho em geral pode derivar do seu
impacto no desenvolvimento pessoal e social. Tocar um instrumento pode levar a um
sentimento de conquista, a um aumento da autoestima, confiança acrescida, à
persistência na superação de frustrações quando a aprendizagem é difícil, à
autodisciplina, e representa um meio de expressão pessoal. Estes aspetos benéficos
podem aumentar a motivação para a aprendizagem em geral, contribuindo assim
para um reforço da realização. Há uma série de benefícios sociais que se podem
desenvolver através da participação em grupos musicais. Estar numa orquestra,
numa banda, num coro ou noutro tipo de grupo, promove amizades com pessoas
afins e um vasto leque de competências pessoais e sociais, para além de
proporcionar um escape para o relaxamento”. (p. 30)
● “Quando um aluno conclui uma tarefa de aprendizagem com sucesso, esta terá um
impacto na autoestima e na motivação, que será transportado para tarefas de
aprendizagem posteriores. Por outro lado, quando os resultados da aprendizagem
são negativos a motivação é, geralmente, mas nem sempre, comprometida”. (p. 33)
● “Tem havido muita investigação centrada sobre o que constitui o ensino de alta
qualidade. O que tem falhado frequentemente é o reconhecimento de que os alunos
têm que se envolver na aprendizagem, e que os professores não podem aprender
pelos alunos. Os professores podem apoiar e facilitar a aprendizagem dos seus
alunos, mas o aluno tem que estar motivado. É claro que as atividades do professor
podem apoiar a motivação”. (p. 33)
RESUMO
O artigo de Susan Hallam nos traz algumas questões que envolvem: a importância da
música na aprendizagem e seus estímulos; modelos de aprendizagem e seus mecanismos
práticos.
Em relação à primeira questão, a autora levanta uma série de pontos positivos para a
presença da música na formação intelectual e social dos seres humanos como o estímulo da
criatividade; a melhoria do desempenho, tendo em vista que a atividade musical sugere
sentimentos de conquista, entendimento e formação da individualidade e, inversamente, da
coletividade, na medida em que, a expressão corporal e sonora proporciona o
desenvolvimento dessas habilidades. Com efeito, a autora aponta as consequências da
presença da música na aprendizagem ,como o desenvolvimento da autonomia, maior
sociabilidade no exercício da aprendizagem e, por último, melhoria na qualidade do ensino.
Diante disso, a autora passa a falar de modelos de aprendizagem, especificamente da
especialização. Este modelo, em linhas gerais, diz respeito ao desenvolvimento da
“capacidade”, isto é, no tempo, na qualidade e na evolução do conhecimento específico
adquirido. Com efeito, a autora aponta três etapas que envolvem o desenvolvimento de
competências específicas: cognitiva-verbal-motora, associativa e, por último, autonomismo.
A primeira etapa diz respeito ao entendimento e exteriorização do conhecimento adquirido;
a segunda se refere à fluência e fluidez na solução de problemas trazidos por esse
conhecimento; e, finalmente, o domínio absoluto e autônomo desse mesmo conhecimento.
Por último, um dos pontos trazidos pela autora é a importância da prática no
exercício da aprendizagem musical e suas condições de desenvolvimento. O ponto de vista
da autora consiste em considerar os aspectos quantitativos e qualitativos da prática. Em
termos quantitativos, a autora chega a afirmar que aqueles alunos que adquirem
proficiência desde cedo no instrumento tende a desenvolver melhor a prática da atividade
musical, na medida em que esta vai se transformando ao longo do tempo. Em termos
qualitativos, há dois pontos, o primeiro se refere ao contexto social do aluno, que influencia
diretamente na eficiência da prática. Em segundo lugar, se refere às estratégias para o
melhor aproveitamento possível dos estudos, planejamento, exercícios realizados, avaliação
e o que a autora chama de “meta-estratégias”.
2) Como vocês enxergam a importância dos estudos científicos sobre Música para a
sociedade?