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1ª Avaliação Assíncrona (Parte 1 de 2)

Disciplina: Metodologia do Estudo


Docente: Marcela Lino da Silva
Semestre: 2021.1

Esta avaliação corresponde à primeira nota da disciplina de Metodologia do Estudo, do curso


de Bacharelado em Música. Esta é a primeira parte (de duas) que vale de 0 a 5 pontos e deve
ser entregue até 03 de novembro de 2021, por meio de upload nesta sala virtual.

Eduardo, Vitor, Vinícius:

1) Susan Hallam é uma pesquisadora inglesa, professora Emérita de Educação e


Psicologia da Música na University College London. Suas pesquisas são focadas em
duas áreas: psicologia da música e educação musical; e descontentamento e
aprendizado. Ela seguiu carreira na música profissional e como educadora musical
antes de ingressar na UCL e tem várias publicações, entre livros e artigos, que
discutem a importância da música na aprendizagem. Para conhecer um pouco do
trabalho dela, a equipe (ou discente) deve ler o artigo “Psicologia da música na
educação: o poder da música na aprendizagem”, publicado em 2012 na Revista de
Educação Musical. Após a leitura, deve-se realizar um fichamento de citações e, em
seguida, baseando-se no fichamento realizado, deve-se elaborar um resumo crítico
sobre as principais ideias do artigo selecionadas pela equipe.

FICHAMENTO

● “As alterações provocadas por uma participação ativa na música melhoram também
outras competências, como tem sido demonstrado”. (p. 29)

● “Ao longo do tempo verificou-se que tem havido uma relação consistente entre
envolvimento ativo na música e realização geral. No entanto, não é possível afirmar
que a participação em atividades musicais seja a justificação para uma realização
superior, uma vez que há muitos fatores a interferir. Um estudo recente, que adotou
um modelo estatístico mais sensível, permitiu superar estas dificuldades. Duas fontes
de dados nacionalmente representativos, com mais de 45.000 crianças, permitiram
descobrir que a associação entre música e desempenho persistia, mesmo quando a
realização prévia era tida em conta. A criatividade medida também é reforçada pela
participação na música, especialmente quando a atividade musical em si é criativa,
por exemplo, a improvisação”. (p. 30)
● “O impacto da participação musical no desempenho em geral pode derivar do seu
impacto no desenvolvimento pessoal e social. Tocar um instrumento pode levar a um
sentimento de conquista, a um aumento da autoestima, confiança acrescida, à
persistência na superação de frustrações quando a aprendizagem é difícil, à
autodisciplina, e representa um meio de expressão pessoal. Estes aspetos benéficos
podem aumentar a motivação para a aprendizagem em geral, contribuindo assim
para um reforço da realização. Há uma série de benefícios sociais que se podem
desenvolver através da participação em grupos musicais. Estar numa orquestra,
numa banda, num coro ou noutro tipo de grupo, promove amizades com pessoas
afins e um vasto leque de competências pessoais e sociais, para além de
proporcionar um escape para o relaxamento”. (p. 30)

● “Aumentar o tempo de aulas de música no âmbito do currículo pode fomentar a


coesão social do grupo, levar a uma maior autonomia, a uma melhor integração
social e a atitudes mais positivas, especialmente no caso de alunos com menos
capacidades e insatisfeitos. No entanto, os efeitos positivos de uma participação
musical ativa no desenvolvimento pessoal e social, só ocorrerá se for, acima de tudo,
uma experiência agradável e gratificante. A qualidade do ensino, na medida em que
cada um se aperceber que é bem sucedido e que, a longo prazo, é uma experiência
positiva, é isso que determina a extensão dos benefícios”. (p. 30)

● “O modelo de aprendizagem que melhor se adapta ao nosso conhecimento atua


sobre o cérebro é o paradigma da especialização. Isto desafia as noções de
‘capacidade’; destaca o papel dos conhecimentos e das competências prévias na
aprendizagem; enfatiza o tempo necessário para aprender competências complexas;
explora a aquisição de conhecimentos e competências específicas, e explora como os
processos de pensamento e aprendizagem se alteram à medida que a especialização
se desenvolve”. (p. 31)

● “Para o desenvolvimento de competências num domínio são requeridos muito


esforço e prática. Foram identificadas três etapas principais. Em relação ao
desenvolvimento de competências procedimentais, na fase cognitiva-verbal-motora,
o aprendente compreende o que é requerido e exterioriza-o enquanto
conscientemente vai proporcionando uma autoinstrução. A aprendizagem é
sustentada quando o aprendente tem uma representação mental clara, tanto do
processo como do objetivo da aprendizagem, e o feedback está disponível, quer
diretamente do meio ambiente ser de observadores. Na fase associativa, o
aprendente começa a montar uma sequência de respostas que se tornam mais
fluentes ao longo do tempo. Os erros são detetados e eliminados e o feedback, de
outras pessoas ou a auto regulação continuam a ser importantes. Na fase final da
autonomia, a competência torna-se automática e é realizada sem esforço,
continuando a desenvolver-se cada vez que é mobilizada, tornando-se mais rápida e
mais fluente. À medida que as competências são aprendidas, alguns elementos estão
já automatizados enquanto outros estão ainda numa fase inicial. À medida que o
automatismo se vai desenvolvendo, os processos componentes da competências
vão-se tornando menos conscientes e indisponíveis a uma inspeção consciente e o
aprendente tem dificuldade em explicar aos outros a sua ação”. (p. 31)

● “Também foram propostas três fases em relação à aquisição de conhecimentos. Na


fase de aclimatação inicia-se o desenvolvimento da compreensão do âmbito do
conhecimento, em que o aluno toma contacto com factos específicos, regras,
terminologia ou convenções, definições, conceitos simples e princípios. São
estabelecidas ligações simples entre os elementos que compõem o domínio do
conhecimento. São estabelecidas inter-relações mais complexas na fase intermédia
ou da competência onde a base do conhecimento é expandida e aperfeiçoada de
modo a ser usada para a resolução de problemas. Na fase final, o domínio do
conhecimento está seguro e o objetivo é melhorar a velocidade e a precisão
(proficiência/ perícia). Tal como na aprendizagem de competências procedimentais, o
automatismo pode desenvolver-se numa área, enquanto novos conhecimentos
podem ser adquiridos noutra”. (p. 31)

● “A prática é fundamental para o desenvolvimento de todos os aspectos da


experiência musical (composição, improvisação, performance). A maior parte da
investigação tem focado o tocar um instrumento, mas os princípios estabelecidos
aplicam-se a outros aspetos da perícia musical. A investigação tem-se centrado na
qualidade e quantidade da prática. Em termos da quantidade da prática, aqueles que
atingem um alto nível de perícia, tendem a ter tido um início precoce do
instrumento. O tempo gasto na prática de um instrumento aumenta com a idade e
com o desenvolvimento da perícia. […] Este nível de compromisso é necessário para
desenvolver perícia em qualquer domínio. A quantidade de prática realizada pode
ser afetada pelo contexto da aprendizagem, incluindo fatores institucionais, os
requisitos de determinados instrumentos musicais, o repertório, a complexidade de
competências necessárias e os procedimentos de avaliação“. (p. 31 e 32)

● “A qualidade da prática também é considerada importante. Jorgensen (2004) propõe


quatro tipos de estratégias envolvidas na prática: estratégias de planeamento,
estratégias para a realização da prática, estratégias para avaliar a prática e
meta-estratégias (estratégias globais)”. (p. 32)

● “A motivação e o empenho pessoal são necessários para se alcançar altos níveis de


desempenho em qualquer domínio. As tarefas interessantes podem manter o
interesse a curto prazo, mas para um empenhamento a longo prazo devem ser
interiorizadas como parte da identidade”. (p. 32)

● “Quando um aluno conclui uma tarefa de aprendizagem com sucesso, esta terá um
impacto na autoestima e na motivação, que será transportado para tarefas de
aprendizagem posteriores. Por outro lado, quando os resultados da aprendizagem
são negativos a motivação é, geralmente, mas nem sempre, comprometida”. (p. 33)

● “Tem havido muita investigação centrada sobre o que constitui o ensino de alta
qualidade. O que tem falhado frequentemente é o reconhecimento de que os alunos
têm que se envolver na aprendizagem, e que os professores não podem aprender
pelos alunos. Os professores podem apoiar e facilitar a aprendizagem dos seus
alunos, mas o aluno tem que estar motivado. É claro que as atividades do professor
podem apoiar a motivação”. (p. 33)
RESUMO
O artigo de Susan Hallam nos traz algumas questões que envolvem: a importância da
música na aprendizagem e seus estímulos; modelos de aprendizagem e seus mecanismos
práticos.
Em relação à primeira questão, a autora levanta uma série de pontos positivos para a
presença da música na formação intelectual e social dos seres humanos como o estímulo da
criatividade; a melhoria do desempenho, tendo em vista que a atividade musical sugere
sentimentos de conquista, entendimento e formação da individualidade e, inversamente, da
coletividade, na medida em que, a expressão corporal e sonora proporciona o
desenvolvimento dessas habilidades. Com efeito, a autora aponta as consequências da
presença da música na aprendizagem ,como o desenvolvimento da autonomia, maior
sociabilidade no exercício da aprendizagem e, por último, melhoria na qualidade do ensino.
Diante disso, a autora passa a falar de modelos de aprendizagem, especificamente da
especialização. Este modelo, em linhas gerais, diz respeito ao desenvolvimento da
“capacidade”, isto é, no tempo, na qualidade e na evolução do conhecimento específico
adquirido. Com efeito, a autora aponta três etapas que envolvem o desenvolvimento de
competências específicas: cognitiva-verbal-motora, associativa e, por último, autonomismo.
A primeira etapa diz respeito ao entendimento e exteriorização do conhecimento adquirido;
a segunda se refere à fluência e fluidez na solução de problemas trazidos por esse
conhecimento; e, finalmente, o domínio absoluto e autônomo desse mesmo conhecimento.
Por último, um dos pontos trazidos pela autora é a importância da prática no
exercício da aprendizagem musical e suas condições de desenvolvimento. O ponto de vista
da autora consiste em considerar os aspectos quantitativos e qualitativos da prática. Em
termos quantitativos, a autora chega a afirmar que aqueles alunos que adquirem
proficiência desde cedo no instrumento tende a desenvolver melhor a prática da atividade
musical, na medida em que esta vai se transformando ao longo do tempo. Em termos
qualitativos, há dois pontos, o primeiro se refere ao contexto social do aluno, que influencia
diretamente na eficiência da prática. Em segundo lugar, se refere às estratégias para o
melhor aproveitamento possível dos estudos, planejamento, exercícios realizados, avaliação
e o que a autora chama de “meta-estratégias”.
2) Como vocês enxergam a importância dos estudos científicos sobre Música para a
sociedade?

3) Relatem brevemente quais as técnicas de estudo utilizadas para compreensão e


discussão desta atividade.

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