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C9C
P R U L 0 C E S n R L I M fl
Todos os direitos reservados. Copyright © 1998 para a língua portuguesa da
Casa Publicadora das Assembléias de Deus.
ISBN 85-263-0174-8
CDD
248 - Religião Pessoal
248.3 - Adoração Individual_______________________ _____________________
As citações bíblicas foram extraídas da versão Almeida Revista e Corrigida, Edição de 1995,
da Sociedade Bíblica do Brasil, salvo indicação em contrário.
O A u to r
PREFÁCIO
ORIGEM
Como ponto de partida para compreendermos o assunto em
questão, é preciso asseverar, a fim de que não paire nenhuma
dúvida sobre o leitor, que a prática de entregar o dízim o e as
ofertas não se deve ao fato de a igreja ter induzido pessoas a
esse tipo de atitude, visando sustentar os seus dirigentes, embora
a Bíblia seja bastante enfática e clara sobre esse assunto: "Digno
é o obreiro do seu salário".1
Na realidade, a adoração a Deus, em todas as épocas da
história humana, sempre envolveu o oferecimento de alguma
dádiva em reconhecimento à soberania divina (Gn 4.1-10).
Portanto, entregar o dízimo é resultado da dependência humana
e da m isericórdia de Deus em todas as suas necessidades
básicas, bem como do exercício contínuo de autodespojamento
e auto-em pobrecim ento, tendo com o referencial m aior o
14 D izim ista, Eu?!
próprio Cristo que, "sendo rico, por amor de vós se fez pobre,
para que, pela sua pobreza, enriquecêsseis".2 D izim ar deve ser
uma atitude coerente na vida de uma sociedade que se diz
cristã e que se assume como tal. Primeiro, porque tudo pertence
a Deus; nada de fato é nosso. Segundo, pelo alto privilégio de
sermos plantados por Deus como administradores dos bens
divinos no mundo. Essa deve ser a compreensão daqueles que
declaram crer em Deus.
A verdade, no entanto, é que a prática do dízim o só é
entendida quando o homem, criatura de Deus, compreende
que não é produto do acaso ou de subseqüentes evoluções.
No momento em que chega à conclusão de que todo este
imenso Universo não surgiu do nada, como declaram alguns,
e d eixa de interpretar os fenôm enos com o produtos da
casualidade, ele percebe que é impossível viver uma vida
divorciada de Deus e conclui que o Criador atua nos mínimos
detalhes do co tid ian o . Então, a partir desta c o n sciê n cia ,
compreende-se por que determinadas pessoas são tão fiéis e
constantes em entregar os seus dízimos e as suas ofertas a Deus.
Em outras palavras, cada um de nós deveria ver a contribuição
cristã como um privilégio propiciado pelo Criador e Doador
de todas as coisas.
DEFINIÇÃO
O dízim o é a "décim a parte" de alguma coisa. Por exemplo,
se falamos no dízimo do tempo, estamos nos referindo à décima
parte do tempo disponível. Logo, se dividirmos o dia (24 horas)
por dez acharemos a décima parte, isto é, o dízim o do nosso
tempo, que são duas horas e 24 minutos. Será que dedicamos
este tempo para Deus todos os dias?
Aproveitando o ensejo e desejando expandir o assunto,
gostaria de explicar a prática do dízim o e das ofertas, bem
como salientar, em primeiro lugar, o que ela jam ais deve vir a
se tornar e, em segundo lugar, o sentido correto da contribuição
cristã. Observemos, então, que a contribuição:
Origem e D efinição 15
A ÁRVORE PROIBIDA
Quando Deus criou o homem, colocou-o no jardim . Quanto
tempo você supõe que Adão ficou nesse lugar paradisíaco onde
não existiam espinhos nem ervas daninhas?
Acreditamos que bem pouco. Enquanto Adão permaneceu
em harmonia com as leis de Deus, até a terra cooperou com
ele para suprir-lhe as necessidades. Deus colocou uma árvore
22 D izim ista, Eu?!
ANÁTEMA DE GUERRA
A n á te m a , p a la v ra que até o d ia de h o je tem sid o
in te rp re ta d a co m o se n d o u n ic a m e n te s in ô n im o de
" m a ld iç ã o " , " m a ld ito " , tam bém c o n o ta v a , no A n tig o
Testamento, um tipo de voto, pois, ao se ganhar uma guerra,
g e ra lm e n te todos os d esp o jo s da n a ç ã o c o n q u ista d a
tornavam-se em anátema de guerra ao Senhor, ou seja, um
voto de co n sa g raçã o . A ssim , quando algum a co isa era
consagrada em anátem a a Deus, não havia com o resgatar e
q u em , p o rv e n tu ra , to c a sse no a n á te m a d iv in o , se ria
considerado m aldito, abom inável diante de Deus. Logo,
com preendem os porque Deus condenou sum ariam ente A cã
e sua fam ília (Js 7).
Jericó, uma das cidades mais imponentes e presunçosas do
Antigo Testamento, havia sido consagrada como anátema de
guerra a Deus (Js 6.17-19). Acã, irresponsavelmente, ousou tocar
A Árvore Proibida 27
TESTEMUNHO DA NATUREZA
Quando Deus criou o Universo estabeleceu leis fixas que o
governassem , a fim de que as forças da natureza não se
tornassem destrutivas. Instituiu também leis que provessem as
necessidades de todas as criaturas por Ele criadas, de modo
que de nada carecessem. A obediência a essas leis constituem
recompensa; porém, quando desobedecidas, o resultado é o
sofrimento e o caos.
Toda a natureza reconhece Deus como Senhor de todas as
coisas. Ele manda a chuva e o solo em retribuição, produz fruto e
semente. Também provê o sustento dos pássaros, e eles cantam
louvores em agradecimento. No vasto Universo que Deus criou,
apenas o homem, criatura ingrata, o hostüiza e se recusa a
reconhecê-lo como Deus Criador e sustentador de todas as coisas.
ATITUDES CORRETAS DE UM
DIZIMISTA E OFERENTE
As atitudes que serão apresentadas a seguir objetivam
demonstrar quão sublime e maravilhoso deve ser o ato de um
cristão contribuir na obra de Deus, através dos dízimos e das
ofertas. Analisem os, então, cada ponto:
1. Agradecim ento (Dt 16.1 7). A prática de dizim ar e ofertar,
como já dissemos algures, é bem antiga e sempre partiu
de um sentimento espontâneo de gratidão a Deus pelas
suas m isericórdias. Os judeus tinham a consciência de
sempre serem gratos a Deus por tudo, pois para eles uma
coisa dependia da outra.
2. R eco n h ecim en to (Dt 8.10-19 ). Desde os prim órdios
da H istória, Deus exigiu do homem o reconhecim ento
A Árvore Proibida 29
'Provérbios 3.5,6.
2Gênesis 4.7.
3Gênesis 28.20,21.
4Marcos 12.1 7.
5ldem.
3
DINHEIRO:
SAGRADO OU
PROFANO?
Diz-se que o dinheiro não é a medida de um
indivíduo, mas, muitas vezes, o dinheiro serve para
demonstrar a pequenez de nossa estatura.
Anônimo
A cultura espiritual em que vivemos, se assim posso dizer,
onde o sagrado e o profano ganham uma visão dualista incle
mente, traz inúmeras dificuldades e bloqueios psicológicos
seriíssimos em relação ao dinheiro. Essa atitude é fundam en
talmente estrutural-pedagógica. É estrutura! porque tem seus
m étodos, d isp o siçõ es e sistem as que se baseiam numa
espiritualidade equivocada, vistas quase sempre com o um
material perigoso, iníquo e sedutor, razão por que se tem tanta
inibição e preconceitos para se falar de dinheiro no meio evan
gélico. É pedagógico porque sua estrutura é eminentemente
c u ltu ra l, na m edida em que se c ria uma m e n ta lid a d e
maniqueísta do sagrado.
Essa habitualidade mental de "franciscanizar", permita-me
o neologismo, no pior sentido, o sagrado, coisa tão comum no
meio cristão, existe em razão de associarmos espiritualidade à
pobreza. Então, quanto mais pobre se é, mais rico diante de
Deus.
32 D izim ista, Eu?!
EXTREMOS
De tudo o que já foi comentado, não poderia deixar de citar
as tendências atuais do comportamento cristão no que concerne
ao dinheiro. Isto porque estranhas atitudes relacionadas a con
tribuições vêm sendo tomadas por grande parte dos cristãos.
D inheiro: Sagrado ou Profano? 35
ENTENDIMENTO CORRETO
C oncluím os que, indubitavelm ente, as duas tendências
comentadas acim a são falsas, pois demonstram imperdoável
ignorância à teologia financeira.
A razão dessa nossa colocação é alertar o leitor para os cu i
dados que deve ter para não cair nos extremos aqui apresenta
dos e também trazer a lume o ponto de equilíbrio no qual
devemos nos basear, a fim de evitar os naufrágios financeiros
que vêm fazendo parte da vida de muita gente.
38 D izim ista, Eu?!
'Crônicas 29.13,14.
2McACLISTER, Roberto. Dinheiro, Assunto Altamente Espiritual. Rio de janeiro:
Carisma, 1984.
’ Idem.
A PROVIDENCIA
DIVINA
É característico de todas as criaturas não poderem
continuar sua existência por meio de seu próprio
poder inerente. A criatura tem a base de seu ser e de
sua continuação na vontade de seu Criador.
Louis Berkhof
TEOLOGIA DA PROVIDÊNCIA
O e n sin o b íb lic o so b re a p ro v id ê n c ia d iv in a está
intrinsecamente associado à doutrina da criação. Portanto, não
se pode estudar uma sem entender a outra; isso porque o
conceito bíblico da relação de Deus com o mundo se define
com toda clareza quando estudamos a providência divina.
Em bora o term o "p ro v id ê n c ia " não se e n co n tre nas
E s c ritu ra s , o e n sin o da p ro v id ê n c ia é, sem d ú v id a ,
e m in e n te m e n te b íb lic o . Este term o d eriva-se do latim
providentia que corresponde ao grego pronoia, palavras que
sig n ificam p rin cip a lm e n te p re sc iê n c ia ou p re v isã o , mas
g ra d u a lm e n te fo ram a d q u irin d o o u tro s s ig n ific a d o s .
Presciência se associa, por uma parte, aos planos para o
futuro e, por outra, à re alização atual desses planos. Desse
modo, a palavra "p ro vid ên cia" veio a sig nificar a pro visã o
de D eus para os fins do seu g overn o e p reserva çã o de todas
as suas criaturas. Este é o sentido mais aceito hoje pela
teologia, posto que saibam os que esse não é o seu único
42 D izim ista, Eu?!
'Levítico 27.30,32.
2Atos 17.28.
3BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 3.ed. Michigan: B. Eerdmanf,1983
4ldem.
sSalmos 116.12,13.
6FÁBIO, Caio. Uma Graça que Poucos Desejam. Rio de Janeiro: Vinde, 1989.
A INSTITUIÇÃO
DO DÍZIMO
A prática do dízimo e das ofertas é o constante
exercício de fé de alguém que decide abrir mão do
direito de propriedade de todos os seus bens
terrenos, passando a considerá-los um empréstimo
temporário de Deus.
Paulo Cesar Lima
ALEI
Com o advento da Lei, na época de Moisés, o dízimo passou a
ser um compromisso moral inadiável para todo o povo de Israel.
A lei acerca dos dízim os e das ofertas foi promulgada para
atender, pelo menos, quatro áreas específicas na vida do povo
judeu e, por conseguinte, na vida do povo de Deus de modo
geral. Então, observemos:
Primeiro, Deus desejava expressar seus direitos e senhorio
A Instituição do D ízim o 47
A OBJETIVIDADE DA CONTRIBUIÇÃO
1. O dízim o instituído com o obrigação legal (Lv 27.30-34).
O dízim o passou a ser um elemento santo ao Senhor.
48 D izim ista, Eu?!
O SEGUNDO DÍZIMO
Segunda legislação. No capítulo 14 de Deuteronôm io,
quando o povo de Israel — agora uma nova geração — se
preparava para entrar na Palestina e dar in ício a uma vida
estabelecida, é-lhe ordenado um uso mais lato dos dízim os
(Dt 14.22-29). Esse dízim o é cham ado também de "segundo"
ou "sagrado" dízim o .
Era na época da Páscoa que os israelitas estavam obrigados
a satisfazer o que cham avam "segundo d ízim o ". Em outras
palavras, uma vez separado o importante da oferta que se
fazia no tem plo e o "prim eiro d ízim o ", cada hebreu tinha
obrigação de consum ir e gastar dentro de Jerusalém — isso
era indeclin ável — o citado "segundo d ízim o ", de acordo
com suas possibilidades econôm icas.
Durante a festa da Páscoa, se o judeu vivia longe da Cidade
Santa, podia converter o "segundo dízimo" em dinheiro e gastá-lo
em alimentos e bebidas.
A Instituição do Dízim o 49
'Deuteronômio 12.6.
2Números 18.28.
6
AS OFERTAS NA
ANTIGA ALIANÇA
Entregar a décima parte de tudo que passa pelas
nossas mãos é muito mais que uma obrigação legal;
é a própria manutenção da imagem soberana
de Deus em nossas mentes e um exercício contínuo
de gratidão. E a gratidão a Deus deve nos levar para
além das obrigações padronizadas.
Paulo Cesar Lima
ANALISANDO AS OFERTAS
Passaremos agora à análise das ofertas que foram classificadas
acima:
1. Holocausto (holos - "todo", "inteiro"; kaio = "queimar").
Deveria ser oferecido o holocausto em casos bem
específicos, entre os quais destacamos:
As Ofertas na Antiga A lian ça 57
O SIGNIFICADO DO SANGUE
NA ANTIGA ALIANÇA
A palavra "sangue" é usada de muitas maneiras no Antigo
Testamento. Um rápido exame dos principais textos talvez nos
ajude a compreendê-la.
Os textos são os seguintes:
1. Gênesis 9.1-16.0 contexto é o que segue imediatamente
o dilúvio. Deus abençoa Noé, os seus filhos e através
deles toda a humanidade. Ele concede como alimento
todo animal da terra, mas faz uma proibição: "A carne,
porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não
comereis".2 Uma estreita relação entre a nefesh ("vida")
e o dam ("sangue") se estabelece. Nos dois versículos
seguintes, Deus se apresenta como o dono do sangue,
isto é, da vida humana.
2. Deuteronômio 12.23-25. O contexto é aquele do povo
de Israel espalhado no país de Canaã, bem como da
centralização do culto em um único santuário. Distingue,
pois, entre o sacrifício que se realiza no Templo e a
"matança" que pode acontecer em qualquer lugar; mas
continua a afirmar: "O sangue é a vida, pelo que não
comerás a vida com a carne".3 Encontramos outra vez
unidos os dois termos: nefesh e dam.
3. Levítico 17.10-14. Temos o nosso texto precisamente no
início do código da santidade (Lv 1-26). O versículo 11
do capítulo 17 nos interessa mais diretamente: "Porque a
alma da carne está no sangue, pelo que vo-lo tenho dado
sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma,
porquanto é o sangue que fará expiação pela alma". No
estudo desse versículo, seguimos de modo particular os
resultados dos estudos de Lyonnet.
... pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer
expiação pela vossa alma.
A TRANSFUSÃO DE SANGUE E
AS TESTEMUNHAS-DE-JEOVÁ
As testemunhas-de-jeová julgam que a Bíblia proíbe as
transfusões de sangue. Vejamos se esta afirmação procede.
64 Dizimista, Eu?!
'João 1.29.
2Gênesis 9.4.
3Deuteronômio 12.23.
7
O DESTINO DA
CO N TRIBU IÇÃO
Toda dádiva que é consagrada ao amor não aceita
ser ditada pelas ações cautelosas do bom senso,
pois reconhece que somente o melhor que tem para
entregar a Deus é bom e agradável.
William Barclay
OS TRÊS DESTINATÁRIOS
DAS NOSSAS CONTRIBUIÇÕES
Quanto ao destino das contribuições, Deus nos deixa um
modelo na sua bendita e santa Palavra, a fim de não ficarmos
sem orientação quanto a este assunto tão polêmico. Então,
reflitamos detidamente.
O devoto israelita entregava a Deus o seu dízimo e as suas
ofertas de três modos, a saber: para a manutenção permanente
do culto no santuário; para o sustento dos sacerdotes e dos
levitas; para o sustento dos pobres.
Esses três modos eram vistos como oferta ao próprio Deus.
1. A m anutenção perm anente do culto no santuário
requeria, nos tempos primitivos, um tabernáculo e,
posteriormente, um templo. A ed ificação desses
santuários se tornou possível pelas ofertas voluntárias
do povo (Êx 36.2-7; 1 Cr 29.1-14).
E, nesses lugares de adoração, a manutenção contínua do
culto necessitava de acessórios que tinham de ser providos pelas
dádivas do povo, a saber:
a. o óleo para as candeias (Lv 24.2);
b. o incenso para o altar (Êx 30.36);
c. o pão da proposição para a mesa do santuário
(Lv 24.9);
d. os animais para os sacrifícios diários (Êx 29.39-42).
Essas e outras coisas mais necessárias para o culto sob o An
tigo Pacto apenas podiam ser obtidos pelo emprego de dinheiro
ou pelas dádivas em espécie da parte dos fiéis. O profeta
Malaquias refere-se, provavelmente, a esse "mantimento" na Casa
de Deus (Ml 3.10).
2. Os ministros de Deus. Pelo fato de os sacerdotes e levitas
não terem recebido nenhuma herança material e por
terem sido separados por Deus para um trabalho com
envolvimento integral, Deus os fez participantes oficiais
70 Dizimista, Eu?!
'Mateus 26.9.
-1 Crônicas 29.13,14.
'Números 18.21.
41 Coríntios 9.13,14.
5Salmos 1 16.12.
8
DEUS N Ã O ACEITA
O S EG U N D O
PLANO
Disse Jesus: Mas buscai primeiro o
Reino de Deus, e a sua justiça,
e todas essas coisas vos serão acrescentadas.
(Mt 6.33)
A CONTEMPORANEIDADE DA
MENSAGEM DE AGEU
Na verdade, há muito para se aprender hoje com as
mensagens do profeta Ageu, pois, à semelhança do povo de
Israel, a igreja tem passado pelas mesmas experiências
dolorosas, frustrantes, por deliberadamente alguns cristãos
80 Dizimista, Eu?!
'Ageu 1.6.
^Ageu 2.7,8.
J Eclesiastes 11.1-6.
9
O D EV O R A D O R
REPREENDIDO
A gratidão é o clímax de toda a contribuição cristã.
Quando Deus opera de tal modo no coração do
homem que sua contribuição financeira transforma-se
em um ato de adoração, então pode-se dizer que,
verdadeiramente, esse coração tem
experimentado a graça de contribuir.
Paulo Cesar Lima
OPERAÇÃO DIVINA
De fato, depois que o povo ou o indivíduo se convence
dos seus maus caminhos e volta-se novamente para Deus,
as bênçãos do Senhor começam novamente a ser derramadas
(2 Cr 7.14). Observe as promessas divinas contidas na
exortação de Malaquias:
1. "... tornarei para vós". Deus está pronto a nos perdoar e
abençoar com o poder da sua presença. Porque a maior de
todas as dádivas é ter a presença gloriosa de Deus conosco.
2. As janelas do Céu serão abertas. Essa era uma maneira
antiga de falar sobre o derramamento das bênçãos de Deus.
Aos fiéis, Ele concederá bênçãos sem medida.
3. O devorador será repreendido (Is 59.19). Eis aqui o fator
milagroso nas finanças de quem honra a Deus pelo uso correto
e bíblico de seu dinheiro. Quantas pessoas há que estão sendo
"devoradas" porque não desfrutam de nenhuma proteção por
parte do Senhor no aspecto financeiro de sua vida.
O Devorador Repreendido 87
'Malaquias 3.7b.
2Malaquias 3.7a.
3Malaquias 3.10a
4Malaquias 3.10b
5Malaquias 3.12.
10
O DÍZIMO
NO NOVO
TESTAMENTO
Nossos atos de amor deveriam causar-nos aperturas
financeiras. Se vivemos no mesmo nível daqueles que
têm a mesma renda que nós, provavelmente estamos
dando muito pouco a Deus.
C. S. Lewis
A PRÁXIS DA CONTRIBUIÇÃO
À LUZ DO NOVO TESTAMENTO
Segundo o que encontramos exaustivamente ao longo de
todo o Novo Testamento, a contribuição cristã tem de satisfazer
três requisitos básicos:
1. Tem que ser voluntária (2 Co 9.7). O dízimo, além de ser
uma obrigação moral e espiritual para com Deus e sua
Igreja, deve seguir a voluntariedade. É nesse ponto que
ultrapassamos as normas estabelecidas e dedicamos nossa
contribuição às exigências do amor.
2. Tem que ser metódica (1 Co 16.2). Esta expressão mostra
que o Novo Testamento ensina que a contribuição, além
de ser voluntária deve ser metódica, e não desorganizada,
avulsa ou de acordo com as necessidades da igreja local.
O dízimo satisfaz também o requisito da metodização,
pois o dizimista contribui regularmente, por mês ou por
semana.
3. Tem que ser proporcional aos rendimentos (1 Co 16.2b).
Os oferentes mensalistas ou avulsos não satisfazem essa
exigência b íb lica, pois sua co ntribu ição não é
proporcional aos rendimentos. Somente o dízimo é capaz
de satisfazê-la. Se o cristão resolver contribuir com mais,
está correto, mas se resolver contribuir com menos está
errado, pois a Bíblia estipula o mínimo de dez por cento.
A PROPORCIONALIDADE
DA CONTRIBUIÇÃO NO NOVO TESTAMENTO
A contribuição, conforme ensina o Novo Testamento, não
pode ser inferior ao dízimo, por causa das importantes razões
relacionadas abaixo:
O Dízim o no Novo Testamento 93
MÉTODOS DE CONTRIBUIÇÃO À
LUZ DO NOVO TESTAMENTO
1. Dízimo (Mt 23.23; 1 Co 9.13). Trata-se da contribuição
regular, metódica em prol da manutenção da obra e, por
extensão, dos seus ministros, embora o sentimento
primeiro seja o de agradecer a Deus.
2. Ofertas (At 2.45; 4.34; 11.29). As ofertas são contribuições
avulsas, esporádicas e atendem às necessidades urgentes
da família ou da obra de Deus. Elas envolvem toda área
de gratidão a Deus pelos seus poderosos feitos.
3. Coração voluntário (2 Co 9.7). É uma contribuição
totalmente consagrada ao amor. Ela pode visar o
suprimento de uma necessidade ou apenas significar um
ato de agradecimento a Deus.
'Lucas 7.47.
-’Lucas 12.48.
5Mateus 5.20.
4Atos 2.44-46.
’Hebreus 9.14.
'’Marcos 10.17-22.
ste livro não é apenas uma discussão sobre a
flA,
■é r SK
Por exemplo, longe do gue normalmente se ima
gina, a contribuição não é uma prática alienada
do culto. Ao contrário, os dízimos e ofertas inte
gram a verdadeira adoração, pois o crente está de
volvendo no altar o gue já pertence a Deus. E esse
é um momento tão sagrado guanto o do louvor
coletivo e o da oração.
Autor
Ministro do Evangelho e conferencista, é pós-graduado
em Ciência da Religião. É autor de vários livros, entre eles
Os temas mais difíceis da Bíblia, publicado pela CPAD.