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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DE ANGRA DOS REIS


DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – PEDAGOGIA – 2021.01
DISCIPLINA: TÓPICOS ESPECIAIS EM ARTE E EDUGAÇÃO
PROFESSOR: AUGUSTO LIMA
ALUNA: ANA CARLA DA SILVA

Foi fundada em 10 de novembro de 1955 por Sílvio Trindade, Renato da Silva, Djalma Rosa,
Olímpio Bonifácio (Bronquinha), Ary de Lima, Jorge Avelino da Silva, Orozimbo de Oliveira (Seu
Orozimbo), Garibaldi F. Lima, Felipe de Souza (Pavão), José Pereira da Silva e Alfredo Briggs, a partir
de um time de futebol amador da época, o Independente Futebol Clube. No entanto seu crescimento
maior foi após os anos 1970, quando passou a ser patrocinada pelo bicheiro Castor de Andrade, seu
grande torcedor.
Padre Miguel, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, é o lugar de origem da Mocidade
Independente, que tem o bairro gravado em seu nome. As terras correspondentes ao bairro faziam
parte da Fazenda Água Branca, pertencente à família Barata, que com o passar do tempo, a fazenda
de Água Branca foi desmembrada, dando origem a vários loteamentos, atravessados pela Avenida
Brasil.
A agremiação também tem forte ligação com a comunidade da Vila Vintém, localizada entre os
bairros de Realengo e Padre Miguel. E estas são recorrentes nos sambas da Mocidade. Como por
exemplo no samba de 1990 ("Sou Independente / Sou raiz também / Sou Padre Miguel / Sou Vila
Vintém"); ou de 2010 (Luz independente, me leva pro céu / Sou Mocidade, sou Padre Miguel"); de
2017 ("Vem pro Marrocos, meu bem / Vem minha Vila Vintém / Sonha Mocidade"); entre outros.

Origem:

No dia 2 de março de 1952, um grupo de amigos fundou o time de futebol de


várzea Independente Futebol Clube (IFC). Parte de seus jogadores residia no Conjunto Residencial
Cardeal Dom Jaime Câmara (Na época, chamado IAPI de Padre Miguel). Por conta de suas cores -
verde e branco - o time foi apelidado de "arroz com couve", apelido herdado, mais tarde, pela escola
de samba.
Em pouco tempo, o clube já disputava diversos campeonatos pela cidade. Cresceu a ponto de
ter três categorias: primeiro quadro, segundo quadro e juvenil. Após as partidas, era comum os
jogadores se reunirem numa roda de samba improvisada. O lugar preferido para a confraternização
era no Ponto Chic, local que abriga bares e lojas de comércio em geral, além de palco para festas e
manifestações culturais.
O Técnico do Independente, José Pereira da Silva (mais tarde conhecido como Mestre André),
compôs o grito de guerra do time ("Oh, minha gente, acaba de chegar / O Independente saudando o
povo do lugar / Não é marra não, nem é bafo de boca / O Independente chegou / Deixando a moçada
com água na boca").

A Escola

Um ano após a fundação do time, os integrantes decidiram criar um bloco de carnaval. Em


1953, foi fundado o Bloco Carnavalesco Mocidade do Independente. No mesmo ano, realizou o seu
primeiro desfile, com um enredo em homenagem ao bairro de Padre Miguel e samba composto por
Tião Marino, goleiro do Independente. O primeiro mestre de bateria do bloco foi Ivan Bojudo, irmão de
Ivo Lavadeira, um dos fundadores do time de futebol.
Mestre André era o mestre-sala (na época, chamava-se baliza) do bloco. No carnaval de 1954,
um dos sambas cantados foi "Perdi meu amor", também de Tião Marino.
Os blocos Mocidade do Independente e Unidos de Padre Miguel (mais tarde também escola
de samba) disputavam o título de melhor bloco da região. De cores vermelho e branco, o Unidos de
Padre Miguel era conhecido como Boi Vermelho, e tinha grande rivalidade com a Mocidade. No
momento de anunciar o bloco vencedor, o político Waldemar Vianna de Carvalho, ciente da
popularidade dos dois blocos e tentando agradar à todos os foliões, anunciou o Unidos de Padre
Miguel como melhor bloco e a Mocidade do Independentes como melhor escola de samba da região.
Naquele ano, a Mocidade desfilou com um enredo sobre Getúlio Vargas, e mais um samba composto
por Tião Marino.
Em 1955, esse fato culminou na fundação da escola de samba.

Fundação

A Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel foi oficialmente fundada em 10


de novembro de 1955. Entre seus fundadores estão Silvio Trindade (Tio Vivinho), Ivo Lavadeira, José
Pereira da Silva (Mestre André), Tião Marino, Renato da Silva, Djalma Rosa, Alfredo Briggs Filho,
Olímpio Bonifácio (Bronquinha), Orozimbo de Oliveira (Seu Orozimbo), Altamiro Menezes
(Cambalhota), Geraldo de Souza (Prego), Garibaldi Faria Lima, entre outros. Sílvio Trindade,
conhecido como Tio Vivinho foi eleito o primeiro presidente da agremiação. Também foram escolhidos:
Renato Ferreira da Silva como vice-presidente; Djalma Rosa Pereira como secretário geral; e Olímpio
Bonifácio como tesoureiro.

Nome, cores, símbolo e apadrinhamento

O nome da escola foi adaptado do Bloco Mocidade do Independente. Foram mantidas as cores
verde e branco do Bloco. O símbolo da Mocidade é uma estrela de cinco pontas. Por isso, a escola é
apelidada de "estrela-guia da Zona Oeste". Não se sabe o motivo ou quem escolheu o símbolo.
Diversos sambas da escola fazem referência ao símbolo e às cores da agremiação, como, por
exemplo, os sambas de 1990 ("Meu ziriguidum fez brilhar no céu / A estrela guia de Padre Miguel");
1997 ("Nos teus olhos vejo minha estrela brilhar"); 2006 ("Sou a onda que te leva nesta folia / Um
verde e branco mar de energia"); 2007 ("Da emoção eu faço a arte / Em verde e branco, com a
Mocidade"); entre outros.
A escola-madrinha da Mocidade é a Beija-Flor de Nilópolis. A festa de batizado foi realizada
em 20 de janeiro de 1957, na quadra da Mocidade. A ligação entre as duas escolas foi intermediada
pelo compositor Ari de Lima. Frequentador da Beija-Flor, Ari foi levado, por Tio Vivinho, para a
Mocidade, onde escreveu os primeiros enredos da escola.

Bandeira

A bandeira, ou pavilhão, da escola possui dezesseis raios intercalados (oito verdes e


oito brancos), partindo de duas circunferências concêntricas centrais (uma branca e outra amarelo-
ouro) em direção às extremidades da bandeira. Na circunferência branca, a inscrição "Mocidade
Independente de Padre Miguel", com letras de cor verde. Dentro da circunferência branca, uma outra
circunferência, de cor amarelo-ouro, onde está o símbolo da escola, uma estrela de cinco pontas na
cor verde. Dentro da estrela, um círculo central, de cor branca, com a inscrição "G.R.E.S." (Grêmio
Recreativo Escola de Samba), em letras verdes. Abaixo das circunferências, no raio inferior central,
fica inscrito o ano de confecção do pavilhão. A bandeira pode sofrer pequenas variações a cada ano,
como por exemplo, as cores das circunferências e as disposições de cores dos raios. Desde 2014,
quando Rogério Andrade (sobrinho de Castor de Andrade), assumiu a agremiação, a bandeira da
escola apresenta o desenho de um pequeno castor, na cor preta.

História
Em 1956, apresentou o enredo "Castro Alves", novamente num desfile local. Em 1957,
na Praça Onze, participou pela primeira vez do desfile oficial no Rio de Janeiro, com o enredo "O Baile
das Rosas" conquistando o 5° lugar no grupo de acesso. Em 1958 foi campeã do grupo de acesso
com o enredo "Apoteose ao Samba", mas o que realmente marcou esse carnaval foi que nele foi
realizado, pela primeira vez sob o comando de Mestre André, a célebre "paradinha da bateria" em
frente à comissão julgadora. O povo então foi ao delírio, mais tarde, a acompanhar a tal "bossa" com
o grito de "Olé".
Durante este período, a Mocidade era conhecida como "uma bateria que carregava a escola
nas costas", pois a bateria era mais conhecida do que a própria escola, só alguns anos depois teve
condições de competir com as grandes da época (Portela, Mangueira, Salgueiro, e Império Serrano).
A partir da "paradinha" feita por Mestre André, a "paradinha" foi aderida anos depois pelas
outras escolas de samba, e hoje em dia todas as baterias das escolas de samba do Rio de Janeiro e
do Brasil a fazem.
No ano de 1974, com o carnavalesco Arlindo Rodrigues, apresentou o enredo "A festa do
Divino", tirando um 5° lugar. Mas neste ano ela poderia ter ganhado o campeonato, se não tirasse
uma nota 4 em fantasia - o que foi considerado um escândalo, na época, visto que Arlindo era
conhecido e consagrado pelo bom gosto e requinte nas fantasias. A campeã Salgueiro teve apenas 4
pontos a mais que a Mocidade, ou seja, um simples 8 em fantasias daria o título à Padre Miguel, visto
que no quesito de desempate, bateria, o Salgueiro tinha 9 e a Mocidade 10.
Desde então, a escola deixava de ser conhecida apenas por sua bateria, para impor-se como
grande escola de samba.
Em 1975, a Mocidade vence pela primeira vez as "quatro grandes", num desfile realizado em
outubro durante o congresso da ASTA - American Society of Travel Agents, no Rio de Janeiro, em
que as escolas do grupo principal realizaram um desfile competitivo, a Mocidade foi campeã.
Em 1976, por ironia, a Mocidade empatou em segundo lugar, com a Mangueira, e perdeu o desempate
por ter um ponto a menos na nota da tão famosa bateria nota 10. Em 1979, ainda com Arlindo
Rodrigues, a Mocidade conquista o seu primeiro campeonato com "O Descobrimento do Brasil". Em
1980, assumiu o carnaval Fernando Pinto, produzindo desfiles considerados pela crítica como
excepcionais, projetando-se assim como um dos mais criativos e inventivos carnavalescos já
conhecidos e com ele a escola conquistou um segundo lugar com o enredo "Tropicália Maravilha".
Em 1983, a Mocidade recebe o Estandarte de Ouro de melhor comunicação com o público
com o enredo "Como era verde o meu Xingu". Fernando permaneceu na escola até 1987, ano de sua
morte, e fez grandes carnavais na Mocidade na década de 1980: além de "Tupinicópolis", deu à escola
o título de 1985, com "Ziriguidum 2001". Nesse carnaval, a Mocidade entraria na Avenida com Um
Enredo Futurista, projetando o carnaval do próximo século.
Na década de 90, a Mocidade passaria ao comando de Renato Lage, que consagrou a escola
em três anos: em 1990, contando sua própria história ("Vira Virou, a Mocidade Chegou"); em 1991,
falando sobre a água ("Chuê, Chuá… As Águas Vão Rolar"); e em 1996, com um enredo sobre a
relação entre o homem e Deus ("Criador e Criatura").
Em 1997, após ser vice-campeã com o enredo "De corpo e alma na avenida", a Mocidade
perdeu seu patrono, Castor de Andrade. Dois anos depois, a escola fez um desfile em homenagem
a Villa-Lobos, com o enredo "Villa-Lobos e a Apoteose Brasileira". O público vibrou com o desfile.
Porém, neste ano, uma decepção aconteceu: a Mocidade, que sempre se concentrou ao lado dos
Correios, precisou se concentrar em frente ao edifício conhecido como “Balança, Mas Não Cai", perto
do qual há um viaduto que frequentemente atrapalha as alegorias das escolas que ali se concentram.
No caso da Mocidade, a escola demorou demais a pôr os destaques nos grandes carros alegóricos e
abriu um enorme buraco entre os setores 1 e 3, logo no começo da passarela.
Em 2000, a escola desfilou predominantemente com as cores do Brasil, no Carnaval
comemorativo dos 500 anos de descobrimento do país. No ano seguinte, foi contratado o cantor David
do Pandeiro, que estava na Tijuca, para substituir o intérprete do ano anterior, Paulo Henrique. Com
o enredo sobre a paz e a harmonia, trouxe a bateria vestida de Gandhi e conquistou o Estandarte de
Ouro de Melhor Bateria. Mesmo assim, acabou em 7° lugar, ficando fora do desfile campeãs.
Em 2002, a escola recontratou o intérprete Wander Pires, para cantar "O Grande Circo
Místico". O desfile agradou ao público. Com problemas nos quesitos harmonia musical e conjunto,
terminou em quarto lugar. Após o carnaval de 2002, Renato Lage deixou a escola.
Em 2003 e 2004, assumiu o carnavalesco Chico Spinoza, que levou para a avenida enredos
de cunho social, como doação de órgãos e educação no trânsito, com os quais a escola obteve,
respectivamente, o 5° e 8° lugar. Em 2005, com a mudança da diretoria, a Mocidade contratou um
carnavalesco de característica clássica: Paulo Menezes. Seu carnaval fez lembrar as formas de
Arlindo Rodrigues, porém a escola terminou na 9ª colocação.
Em 2006, entra no comando da Bateria Mestre Jonas e Mauro Quintaes, com o carnaval sobre
os 50 anos da escola, que novamente não obteve uma boa colocação.
Ainda em 2006, no mês de outubro, a bateria e alguns integrantes da agremiação encerraram
o show do RBD, show este em que a banda mexicana sambou junto com os componentes da escola
de samba, incluindo Viviane Araújo. O show foi posteriormente lançado em DVD, sob o título Live in
Rio.
No ano de 2007 entra outro carnavalesco, Alex de Souza, que contou a história
do artesanato terminando na pior colocação desde a era Castor de Andrade, na 11º colocação.
Para 2008, a escola trocou outra vez de carnavalesco, desta vez trouxe Cid Carvalho, que com
um enredo temático dos 200 anos da chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil.
Para 2009 a escola trouxe de volta Wander Pires como sua voz oficial. Além disso, o
carnavalesco Cláudio Cebola, que fazia parte da comissão de carnaval, foi promovido a carnavalesco
oficial. O enredo, a princípio seria uma homenagem ao centenário da morte do escritor Machado de
Assis, mas foi posteriormente alterado, com a inclusão também de Guimarães Rosa no tema. Última
escola do Grupo Especial a definir seu samba para 2009, a Mocidade enfrentou algumas polêmicas
nesse processo, quando escolheu um samba com características pouco convencionais e que era
preferido pela maioria da comunidade.
Para 2010 a escola trouxe de volta carnavalesco Cid Carvalho, David do Pandeiro - que dividiu
o posto de intérprete com Nêgo - e estreou Bêreco como Mestre de Bateria. Nesse ano, mostrou o
enredo Do paraíso de Deus ao paraíso da loucura, cada um sabe o que procura, conseguindo
melhorar uma posição em relação ao carnaval anterior.
No ano de 2011, a Mocidade continuou com Cid Carvalho como carnavalesco, Nêgo como
cantor oficial, junto com Rixxah e falou sobre a história da agricultura e da agropecuária, com o
enredo A Parábola dos Divinos Semeadores.
O enredo foi de difícil interpretação, além de não ser bem desenvolvido durante o desfile.
Rogério Andrade, filho de Castor, se tornou o presidente de honra da escola. tendo sua mulher Andréa,
como rainha de bateria. mesmo com alegorias e fantasias superiores aos últimos anos, a escola não
mostrou bom nível de desfile, ficando aquém das outras agremiações, em 7° lugar, não desfilando nas
Campeãs.
Para 2012 a Mocidade trouxe como carnavalesco Alexandre Louzada, o grande campeão do
carnaval 2011 e o intérprete Luizinho Andanças (ex-Porto da Pedra). Trouxe também a Superdireção
de Bateria, idealizada por Andrezinho (ex-Grupo Molejo), na qual além do próprio contará com a
continuidade de Mestre Berêco e a chegada de Mestre Dudu que até então era da co-irmã Unidos de
Padre Miguel, tendo como rainha de bateria Antônia Fontenelle. A escola apresentou o enredo "Por
ti, Portinari. Rompendo a tela, à realidade". Um desfile grandioso, superior aos dos últimos anos, com
um grande acabamento plástico. Porém, a escola terminou na 9ª colocação.
Antes do carnaval 2012, a verde e branco de Padre Miguel foi a primeira escola a definir seu
tema para 2013, que será sobre o Rock In Rio, sendo definido num encontro com o presidente da
escola (Paulo Vianna), o carnavalesco Alexandre Louzada com o idealizador do festival Roberto
Medina, com o título "Eu vou de Mocidade com samba e Rock in Rio - Por um mundo melhor".
mostrando alegorias e fantasias com materiais alternativos. A bateria, apesar da ótima apresentação,
recebeu apenas uma Nota 10. Terminando em 11º Lugar, com 293.5, escapando por pouco do
rebaixamento.
Com o retorno dos Andrades no poder, em 2014 a escola trouxe de volta Rogerinho e Lucinha
Nobre, como mestre-sala e porta-bandeira e Paulo Menezes, como carnavalesco. Além de mudanças
na comissão de frente, direção de carnaval e harmonia. Tendo o enredo "Pernambucópolis" numa
referência direta ao enredo “Tupinicópolis”, de 1987, onde o carnavalesco Fernando Pinto, voltou a
Pernambuco num olhar cultural sobre a o lugar. Na final de samba-enredo, a pareceria do cantor Dudu
Nobre venceu arrasadoramente as outras parcerias, tendo nessa final, a coroação da nova rainha de
bateria (Ana Paula Evangelista) e a última participação de Luizinho Andanças, que dias depois, foi
demitido, retornando Bruno Ribas ao posto de intérprete fazendo dupla com Dudu Nobre.
Perto do carnaval, o presidente Paulo Vianna foi afastado temporariamente pela justiça por
irregularidades e má administração, tendo seu vice Wandyr Trindade, mais conhecido como
Macumba, assumindo a presidência. A rainha de bateria Ana Paula Evangelista, que era indicação do
antigo presidente foi substituída, e Rogério Andrade, filho de Castor de Andrade passou a ser o
patrono da escola.
Em 2015, a escola contratou o carnavalesco considerado a sensação do momento: Paulo
Barros, ao retira-lo da campeã de 2014 (Unidos da Tijuca). Além disso, trouxe os coreógrafos Jorge
Teixeira e Saulo Finelon, responsáveis pela surpreendente apresentação na Grande Rio. O enredo
para 2015 foi baseado numa música de Paulinho Moska e Billy Brandão sobre o fim do mundo. A
agremiação inovou com um desfile legendado, com legenda nas alegorias e balões de texto nas alas,
ignorando o fim do mundo, acabou na 7ª colocação.
Já sem Paulo Barros, que logo após o Carnaval, trocou a escola pela Portela, a Mocidade
preparou um enredo sobre Dom Quixote, semelhante ao da União da Ilha de 2010. Logo em agosto,
durante a disputa de samba, a diretoria se viu envolvida numa polêmica: o samba concorrente nº 29,
da parceria de Jaci Campo Grande, Laio Lopes, Marcos Mello, Fabinho Rodrigues, Christiano Moreno,
Maurinho da Júlio e Reinaldo do Chevette, foi eliminado da disputa antes mesmo dela ser iniciada, e
a escola lançou uma nota no site chamando os compositores de antiéticos, por terem colocado a
atriz Zezé Motta como parceira do samba, supostamente sem sua autorização. No entanto, uma
semana após, a atriz confirmou em entrevista que queria fazer parte da parceria e recebeu um convite
dos compositores, sendo que o compositor Christiano é seu amigo, e que ficou de consultar sua
gravadora se poderia fazê-lo, mas ao fim, por razões contratuais, acabou não podendo participar da
disputa, sendo a história um grande mal-entendido, e isentando os compositores da acusação de má-
fé.
Para 2017, contando com Alexandre Louzada como carnavalesco, a Mocidade trouxe o enredo
"As mil e uma noites de uma Mocidade pra lá de Marrakesh". A escola fez uma primorosa
apresentação, com um quase impecável desfile, com destaque para as alegorias, harmonia e
comissão de frente, alcançando um segundo lugar na apuração, após uma acirrada disputa com
a Portela, que sagrou-se campeã. Entretanto, o resultado foi contestado em razão de uma nota
recebida do julgador Valmir Aleixo, pois este teria feito o julgamento do Abre-Alas se baseando nas
informações da primeira edição do roteiro do desfile, em que haveria a participação de um destaque.
Mas, numa segunda edição do material, que não foi recebida pelo julgador, houve a retirada do
destaque do enredo. A própria LIESA reconheceu que esse destaque só existiu na primeira versão do
abre-alas, em que ficam registrados todas as fantasias e as alegorias da escola. Portanto, teria havido
uma falha na distribuição do roteiro do desfile que ajuda o júri a acompanhar o espetáculo e a votar
de acordo com as regras da LIESA. Por isso, a Mocidade pediu a divisão do título e esta veio após
uma reunião na LIESA, em 5 de abril de 2017, que decidiu pela divisão da primeira colocação, mesmo
mantido 0,1 a menos que a Portela, sacramentando assim a sexta conquista da escola, 21 anos após
a conquista anterior.
Para o carnaval de 2018, manteve Alexandre Louzada como carnavalesco, que contou na
avenida o enredo "Namastê: a estrela que habita em mim, saúda a que existe em você”. A escola fez
uma bonita apresentação, mas ficou apenas com um sexto lugar, o que os decepcionou pois
esperavam um bicampeonato da escola.
Renovou com Alexandre Louzada para 2019 e desenvolveu o enredo "Eu sou o Tempo. Tempo
é vida”. Fez um desfile correto, o que garantiu a permanência da escola no sábado das campeãs ao
manter o sexto lugar do ano anterior.
A escola decidiu não renovar com o carnavalesco Alexandre Louzada para 2020 e logo
anunciou a contratação de Jack Vasconcelos para desenvolver um enredo sobre a vida de Elza
Soares, realizando um sonho antigo da comunidade em homenagear a artista. Fez um desfile bonito,
mas com alguns pontos negativos em fantasias e alegorias, que se mostraram mais simples do que o
esperado. No entanto, nos demais quesitos a escola mandou bem, o que garantiu uma posição melhor
do que a dos últimos dois anos, o terceiro lugar, colocando a Mocidade Independente em seu quarto
ano seguido no desfile das campeãs, fazendo com que a escola voltasse aos seus tempos de glória
que há muito não era visto.
Poucos dias depois do desfile que homenageou Elza Soares, a Mocidade Independente
decidiu não renovar com Jack Vasconcelos, optando pela contratação de Fábio Ricardo. Em 10 de
março, a escola anunciou que, depois de 45 anos voltaria com uma temática afro com o enredo
"Batuque ao Caçador", que tem Oxóssi como figura central.

Bateria

É a única escola de samba do Rio de Janeiro que obteve nota máxima até hoje no quesito
Bateria, a Mocidade foi quatro vezes em seguida nota 10 na tão tradicional bateria de Padre Miguel,
e foi também a primeira bateria a fazer coreografias na história do carnaval.
Sua bateria é chamada de Bateria Nota 10 de Mestre André, ou Bateria Nota 1000 ou também
Bateria Não Existe Mais Quente. É considerada pela crítica como a "Melhor Bateria " de todos
Carnavais. Foi a primeira bateria a encapar os instrumentos.
A Mocidade na época por ser uma escola nova, inovou tudo. A bateria da Mocidade tinha 27
elementos, enquanto as outras escolas tinham entre 180 e 200. O Canhoto inventou três baquetas no
tamborim. Com isso, quatro tamborins faziam o som de 20. Tião Miquimba e Mestre André inventaram
o surdo de terceira.
Em 1959, a bateria, sob a batuta de Mestre André, deu pela primeira vez a célebre “paradinha”
em frente à comissão julgadora, mantendo o ritmo para que a escola continuasse evoluindo. O povo
passaria, mais tarde, a acompanhar tal “bossa” com o grito de “Olé”. Durante este período,
a Mocidade era conhecida como “uma bateria que carregava a escola nas costas”, pois a bateria era
mais conhecida do que a própria escola,
Em 1969, a Bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel sambou na Avenida e se
tornou a única que desfilou sambando. Até hoje o coração da escola é conhecido como uma das
poucas baterias que dançam enquanto tocam.
Em 1974, a Bateria de Padre Miguel ganhou seu primeiro Estandarte de Ouro.
Em 1976, por ironia, a Mocidade empatou em segundo lugar, com a Mangueira, e perdeu o
desempate por ter um ponto a menos na nota da tão famosa bateria nota 10
Em 1989, Mestre Jorjão (discípulo de Mestre André), estreia no comando da Bateria nota 10,
depois de ser segundo mestre da Mocidade por 5 anos. A bateria nesse ano fez várias paradinhas e
a Mocidade fez um desfile muito bonito no tributo a Elis Regina, tirando a nota máxima.
Em 1990, A Bateria de Mestre Jorjão faz um tributo a Mestre André e leva a escola para o seu
campeonato. Em 1991 a bateria do Mestre Jorjão volta com a mesma garra e escola ganha o
bicampeonato com o enredo "Chuê Chuá as águas vão rolar!" Jorjão ganha o seu primeiro Estandarte
de Ouro.
Em 1992, Mestre Jorjão ganha a nota máxima 10 e ganha seu segundo Estandarte de Ouro!
Jorjão continua na escola até 1994, voltando em 1999 (Villa Lobos e a Apoteose Brasileira) ao
comando da bateria.
Em 2001, sob a direção de Mestre Coé, a bateria da Mocidade ganhou mais um Estandarte de
Ouro.
Em 2003, a bateria da escola recebeu nota 8.2 do julgador Téo Lima, nota essa que causou
muita revolta dos torcedores da escola, mesmo assim a Mocidade terminou em 5° lugar.
Em 2007, os ritmistas da Mocidade batem recorde de tempo em paradinha. A bateria desfilou
fantasiada de bonecos de barro do mestre Vitalino e fazem alusão às feiras nordestinas. Mestre Jonas
congelou na Avenida durante 15 segundos, sendo quebrado esse recorde, pela Mangueira, nos anos
de 2011 e 2012.
Em 2009, um susto no pior desfile da Mocidade. Depois de muito anos a Bateria de Padre
Miguel voltou a carregar a escola nas costas teve três notas 10 e um 9.9. A tão famosa Bateria de
Padre Miguel voltou a ser nota 10 e salvou a agremiação do rebaixamento.
Em 2011, sob o comando de Mestre Berêco, a bateria de Padre Miguel honrou sua tradição e
contagiou o público com uma paradinha ousada. Num determinado momento, o grupo parava
completamente e deixava apenas os componentes cantarem, garantindo assim um momento
apoteótico. Mesmo voltando ao passado e revivendo paradinhas do tempo de Mestre André, não teve
muita sorte com os jurados. O mesmo julgador que já tinha julgado a Mocidade em 1984 e deu nota
5 para Padre Miguel, lhe tirando o título, novamente não deu nota máxima no quesito.
Em 2012, quase uma década sem conseguir todas as notas 10, a Mocidade renovou todas sua
bateria. Pela primeira vez um conjunto de profissionais comandou a bateria de uma escola de samba.
Assim surgiu a Super Direção da Bateria da Mocidade, com Mestre Odilon, colecionador de notas
máximas e com experiência em diversas escolas; Andrezinho, filho do Mestre André; Dudu e Berêco.
Mas por desentendimento com a diretoria, Odilon não seguiu até o carnaval.
Em 2013, no enredo que falava sobre Rock in Rio, a Mocidade inovou mais uma vez, com sua
bateria executando rock, funk, axé e até pop na Avenida. A Sapucaí levantou, porém julgadores lhe
deram uma única nota 10.
Em 2016, outra mudança de direção. Agora somente Mestre Dudu, filho do lendário Mestre
Coé, último diretor de bateria a tirar todas as notas 10, em 2002, assumiu sozinho o cargo e começou
assim um resgate de anos.
A bateria de Padre Miguel é a única que tem um hino sobre ela mesma, Música Salve a
Mocidade.
Em 2018, a bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel, sob a direção de Mestre Dudu,
conseguiu garantir a nota máximo com recursos do descarte da menor nota e ganhou o Estandarte
de Ouro de Melhor Bateria.
Com um apelido nada sutil “Maracanã do samba”, a Mocidade Independente de Padre Miguel
inaugurou oficialmente sua nova quadra à beira da Avenida Brasil. Conquistada no dia 1 de
setembro de 2012, a nova quadra da Mocidade é moderna e tem 33 mil metros quadrados, e
capacidade para receber cerca de 12 mil pessoas. São quase 1.700 metros quadrados só de térreo,
além de 28 camarotes no segundo andar, o maior deles com 32 metros quadrados e com capacidade
para até 50 pessoas. Fora as duas mil vagas de estacionamento e das vagas exclusivas para
convidados Vips (com acesso direto aos camarotes). Sendo assim, a Mocidade fica com o título de
maior quadra entre todas as do Rio de Janeiro. Por esse motivo ganhou o apelido entre os torcedores
de "Maracanã do Samba".
Grêmio Recreativo Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel (ou
simplesmente Mocidade Independente de Padre Miguel) é uma escola de samba da cidade Rio de
Janeiro. Atualmente se localiza na Avenida Brasil, no bairro Padre Miguel. Dona de seis
conquistas(1979, 1985, 1990, 1991, 1996, 2017), a escola ocupa o posto de sétima maior vencedora
do Carnaval das Campeãs do Carnaval do Rio de Janeiro.
Bibliografia
Diniz, Alan; Medeiros, Alexandre; Fabato, Fábio (2014). As Três Irmãs - Como um trio de penetras
"arrombou a festa" 1.ª ed. Rio de Janeiro: Nova Terra Editora e Distribuidora LTDA. ISBN 978-85-
61893-12-5
Pereira, Bárbara (2013). Estrela que me faz sonhar: Histórias da Mocidade 1.ª ed. Rio de Janeiro:
Verso Brasil Editora. ISBN 978-85-62767-09-8
Cabral, Sérgio (2011). Escolas de Samba do Rio de Janeiro 1.ª ed. São Paulo: Lazuli; Companhia
Editora Nacional. ISBN 978-85-7865-039-1

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