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Oásis
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oã
iç
Ed
ETNA, A MORADA
DOS DEUSES
“Vulcão-menino” vira
patrimônio da humanidade
OS CÉUS
INCRÍVEIS
De Alan Dyer
PODEMOS FALAR
A LÍNGUA DOS
GOLFINHOS?
É certo: eles
conversam entre si
NEUROMARKETING
“Os neuromarqueteiros conseguem
entrar na mente das pessoas e descobrir
por desejos antes mesmo que elas tenham
consciência da sua existência”
Luis
Pellegrini
Editor
V
ocê acredita que é perfeitamente capaz de escolher
o que consome? E que ninguém no mundo pode te
empurrar algo que não queira? Cuidado! A arte de
convencer a comprar é, na verdade, uma ciência chamada
neuromarketing. Ela se baseia na psicologia e em equipamen-
tos empregados pela medicina.
Essa nova disciplina emprega técnicas e tecnologias da medici-
na, da psicologia e do marketing para estudar o comportamen-
to do consumidor. Descobre-se assim, com rigor científico, o
que leva as pessoas a consumir. Primeira constatação: acreditar
que escolhemos o que consumimos é pura ilusão.
Entre muitas outras tecnologias, os pesquisadores do neuro-
marketing utilizam a das imagens por ressonância magnética
funcional (IRMf) para medir a quantidade de sangue oxigena-
do no cérebro visando identificar com precisão as variações
das suas atividades. Essas variações depois são traduzidas em
termos de desejos, gratificações sensoriais, reação a estímulos
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oásis .
Editorial
de toda ordem, etc. Para que? Simplesmente para descobrir
quais os modos mais eficazes de acionar o botão de compras
por
que todos nós temos no cérebro. Quando acionado, esse
Luis
Pellegrini
impulso faz algumas pessoas consumirem mais, outras menos.
Até há pouco tempo, o que motivava esse comportamento era
uma verdadeira incógnita. Agora não é mais, já que a arte de
Editor convencer o indivíduo a comprar tornou-se uma ciência. Os
neuromarqueteiros conseguem entrar na mente das pessoas e
descobrir desejos antes mesmo que elas tenham consciência
da sua existência.
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oásis .
Editorial
comportamento
Como lucrar com
os nossos desejos
oásis .
comportamento
NEUROMARKETING
Uma nova disciplina emprega
técnicas e tecnologias da medicina,
da psicologia e do marketing para
estudar o comportamento do comprar tornou-se uma ciência. O neu-
consumidor. Descobre-se assim, romarketing, como é chamada a nova
disciplina, baseia-se em pesquisas sobre
com rigor científico, o que leva o comportamento do consumidor, mas
as pessoas a consumir. Primeira emprega técnicas e tecnologia da me-
dicina e do marketing para avaliar com
constatação: acreditar que
V
rigor científico o que leva as pessoas a
escolhemos o que consumimos é consumir. Auxiliados pela ressonância
magnética e pela tomografia computa-
pura ilusão dorizada, os neuromarqueteiros con-
Por: Fabíola Musarra
seguem entrar na mente das pessoas e
descobrir desejos antes mesmo que elas
tenham consciência da sua existência.
oásis .
comportamento 5/38
Enquanto nós, reles mortais, estamos intoxicados
com o que acreditamos ser o cheiro de um saboroso
hambúrguer, involuntariamente estamos nos ren-
dendo à última fronteira do marketing: o branding
sensorial, um conjunto de estratégias empregadas
pelos experts da publicidade para “seduzir” os nos-
sos sentidos. Em lanchonetes, shopping centers,
supermercados e em muitos outros lugares.
oásis .
comportamento 7/38
que nós, os consumidores, jamais deveríamos saber
disso.
A origem de tudo
oásis .
saúde 8/38
Nada é por acaso
oásis .
comportamento
Já os produtos frescos (o pão, os legumes e as fru-
tas) são colocados logo após a entrada, para dar
uma sensação de frescor. Produtos de consumo di-
ário, como o sal e o açúcar, são dispostos em locais
distantes uns dos outros para forçar os clientes a
olhar e a percorrer todo o interior da loja. Doces,
balas e gomas estão sempre perto dos caixas, para
encorajar as crianças a pedir aos pais. E eles aca-
bam comprando as guloseimas porque estão estres-
sados com a fila e sem disposição alguma para bri-
gar com os filhos.
oásis .
comportamento 10/38
menos já percebeu que esses ovos estão sempre em
locais mais privilegiados nas prateleiras, dispostos
em lugares mais visíveis do que os de cascas bran-
cas. Já tentou imaginar o motivo disso?
oásis .
comportamento
trapartida, o mesmo acontecia com as músicas e os
vinhos italianos, portugueses, alemães...
oásis .
comportamento 12/38
com o consumo, ajustando as estratégias de marke-
ting das empresas.
oásis .
comportamento
quando estamos na presença de um produto nas
prateleiras dos supermercados ou quando assisti-
mos a um comercial na televisão.
oásis .
comportamento 14/38
intenções, tornando o marketing mais honesto ou
não. É esperar para ver!
oásis .
comportamento
UNESCO
ETNA,
A MORADA
DOS DEUSES
“Vulcão-menino” vira
patrimônio da humanidade
oásis .
UNESCO
O maior vulcão da Europa é
relativamente jovem e tem hoje
erupções quase constantes. A
Unesco acaba de inseri-lo na O Etna atende a todas as expectativas e
lista do patrimônio natural da não costuma decepcionar: ele tem ofere-
cido, na atualidade, entre 7 e 35 erupções
humanidade, definindo-o como um ao ano – quase 1,5 erupção ao mês.
dos vulcões mais emblemáticos e Assim, se você quiser ser espectador de
uma delas, basta ir à Sicília, instalar-se
ativos do mundo
C
numa das muitas cidadezinhas que exis-
tem ao redor da montanha – de preferên-
cia a encantadora Taormina, à beira do
Por: Equipe Oásis
mar – e esperar alguns dias. O Etna não
se fará de rogado e dará o seu show.
oásis .
UNESCO 17/38
documentadas de toda a vulcanologia. Sabe-se, por
exemplo, que a grande maioria das suas erupções
ocorre nas crateras localizadas no seu cume. Elas são
mais espetaculares, porem muito menos perigosas do
que aquelas que acontecem nos seus flancos. Estas
últimas derramam grandes quantidades de lava que
formam verdadeiros rios que, às vezes, atingem al-
deias e vilarejos situados nas imediações. Felizmente,
as erupções laterais acontecem na média de uma a
cada quatro anos. A lava da erupção lateral de 1669,
no entanto, chegou até a grande cidade de Catânia,
correndo pelas suas ruas até chegar ao mar. Até hoje
podem ser observados em Catânia vestígios bem evi-
dentes dos estragos que produziu.
oásis .
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Lendas do mundo romano
ASTRO
INCRÍVEIS
DE ALAN DYER
oásis .
ASTRO
As cores radiantes das auroras
boreais, o prateado das nuvens
mesosféricas atravessadas pelos
raios do Sol: o fotógrafo canadense
Alan Dyer clica os fenômenos
astronômicos que enfeitam os céus
nas altas latitudes
E
Por: Equipe Oásis.
Fotos: Alan Dyer - amazingsky.net
oásis .
ASTRO 2/6
1. Todas as cores do céu A luminosidade verde que se percebe no céu é provoca-
da por uma perene luminescência estratosférica devida
As cores desta foto chamam a atenção em primeiro lu- à liberação de energia dos átomos de oxigênio na parte
gar. Mas a aurora nela imortalizada não é a única coisa superior da atmosfera. À esquerda da casa, no horizon-
que atrai o nosso olhar. Nessa visão panorâmica reali- te, percebe-se o brilho amarelado da poluição atmosfé-
zada pelo fotógrafo e jornalista astronômico canadense rica urbana e, à esquerda, nota-se um hóspede especial:
Alan Dyer, realizada em Alberta, Canadá, no dia 5 de a nave de carga Einstein ATV, retratada na sua viagem
junho 2013, aparecem diversos fenômenos celestes que, em direção à Estação Espacial Internacional.
sozinhos, já valeriam um inteiro serviço fotográfico.
oásis .
ASTRO 25/38
2 Nuvens de ouro e prata
oásis .
saúde 26/38
3 No lugar certo, no momento adequado
oásis .
ASTRO 27/38
5 Tentativas e erros
6 Triângulo astronômico
oásis .
astro 28/38
7 Olha quem aparece!
8 Um novo encontro
oásis .
ASTRO 29/38
PODEMOS FALAR A
animal
LÍNGUA DOS GOLFINHOS?
É certo: eles conversam entre si
oásis .
animal
A pesquisadora Denise Hersing
D
para testar esta ideia
Vídeo: TED Ideas Worth Spreading
Tradução para o português: Francisco
Dubiela. Revisão: Rodrigo Beltrão
área marítima junto ao arquipélago das
Bahamas, como parte do Wild Dolphin
Project. Esse trabalho possibilitou a De-
nise entender melhor a estrutura social
do grupoo de cetáceos que observa, seu
enise Herzing passou três dé- comportamento, meios de comunicação
cadas pesquisando e se comu- e o seu habitat natural.
nicando com golfinhos selva-
gens em seu meio natural e Um dos aspectos mais notáveis de sua
respeitando as suas condições pesquisa são os equipamentos que in-
e exigências. No livro “Dolphin ventou para possibilitar aos humanos
Diaries” ele conta a sua extra- uma forma de comunicação com os gol-
ordinária experiência com es- finhos.
ses cetáceos.
oásis .
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Tradução integral da palestra de Denise Hersing proferida no TED
oásis .
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Tradução integral da palestra de Denise Hersing proferida no TED
“Bem, agora estamos indo para as Bahamas encontrar um correlacionar som e comportamento. E a maior par-
grupo notável de golfinhos com quem trabalhei na nature- te de nosso trabalho é praticamente não invasivo.
za nos últimos 28 anos. Tentamos seguir a etiqueta dos golfinhos enquanto
Sou interessada por golfinhos por causa de seus grandes estamos na água, já que estamos realmente obser-
cérebros e pelo que podem estar fazendo com esse poder vando-os fisicamente na água. O golfinho-pintado-
cerebral na natureza. Sabemos que eles usam parte desse -do-atlântico é uma espécie muito boa para traba-
poder cerebral para viver vidas complicadas, mas o que lhar por algumas razões. Eles nascem sem pintas, e
realmente sabemos sobre a inteligência dos golfinhos? ganham as pintas com a idade, e passam por fases
Bem, sabemos algumas coisas. Sabemos que sua razão de desenvolvimento muito distintas, então é inte-
cérebro-corpo, que é uma medida física de inteligência, ressante rastrear seu comportamento. Ao chegar na
é superada apenas pelos humanos. Cognitivamente, eles idade de 15 anos, eles estão cheios de pintas brancas
podem entender línguas criadas artificialmente. E eles e pretas.
passam no teste de autopercepção nos espelhos. Em algu- A mãe que vocês veem aqui é a Mugsy. Ela tinha 35
mas partes do mundo, usam ferramentas, como esponjas anos nessa foto, mas os golfinhos podem viver até os
para caçar peixes. Mas resta ainda uma questão: Eles têm 50, na verdade. E como todos os golfinhos em nos-
linguagem, e se tiverem, o que eles estão falando? sa comunidade, fotografamos a Mugsy e rastreamos
Décadas atrás, não anos atrás, eu me dispus a buscar um suas pintinhas e as marcas de sua barbatana dorsal,
lugar no mundo onde pudesse observar golfinhos dentro e também seus padrões únicos de pintas enquanto
d’água para tentar decifrar o código de seu sistema de
comunicação. Em muitas partes do mundo a água é mui-
to turva, então é muito difícil observar animais dentro
d’água, mas encontrei uma comunidade de golfinhos que
vivem nesses lindos bancos de areia transparentes e ra-
sos das Bahamas que estão a leste de Flórida. Eles passam
o dia descansando e socializando com segurança nesses
bancos superficiais, mas à noite eles parte para a borda e
caçam no fundo do mar.
Agora, não é lugar ruim para ser um pesquisador, tam-
bém. Então saímos por cerca de cinco meses a cada verão
num catamarã de 20 metros, e vivemos, dormimos e tra-
balhamos no mar por semanas a cada vez. Minha princi-
pal ferramenta é uma câmera subaquática com um hidro-
fone que é um microfone subaquático, para que eu possa
oásis .
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Tradução integral da palestra de Denise Hersing proferida no TED
ela crescia. E eles têm tato. E o som pode ser sentido na água,
Agora, golfinhos jovens aprendem muito enquanto enve- pois a impedância acústica do tecido e da água são
lhecem, e eles usam seus anos de adolescente para prati- as mesmas. Então os golfinhos podem se chamar e
car habilidades sociais. Aos nove anos e idade as fêmneas se cutucar à distância.
se tornam sexualmente maduras, então podem engravi- Agora, sabemos algumas coisas sobre como os sons
dar, e os machos amadurecem um pouco mais tarde, aos são usados com certos comportamentos. O assobio
15 anos de idade. Os golfinhos são muito promíscuos, e de assinatura é um assobio que é específico para um
nós temos de determinar quem são os pais, então fazemos golfinho individual, e é como um nome. (Sons de as-
testes de paternidade coletando material fecal da água e sobios de golfinhos) Este é o som mais bem estuda-
extraindo o DNA. Isso quer dizer que, depois de 28 anos, do, pois é fácil de medir, na verdade, e encontramos
estamos rastreando três gerações, incluindo avôs e avós. esse assobio quando as mães e seus bebês estão se
Agora, os golfinhos são especialistas em som. Eles produ- reunindo, por exemplo.
zem sons dez vezes mais altos escutam sons 10 vezes mais Outro som bem estudado são os cliques de eco-loca-
altos que nós. Mas eles têm outros sinais de comunicação ção. Este é o sonar do golfinho. (Sons de eco-locação
que usam. Eles têm boa visão, então eles usam posturas de golfinhos) Eles usam esses cliques para caçar e
corporais para se comunicar. Eles têm paladar, não olfato. se alimentar. Mas eles podem comprimir esses cli-
ques juntos em chamados e usá-los socialmente. Por
exemplo, os machos estimulam uma fêmea durante
uma perseguição de corte. Vocês sabem, eu fui cha-
mada na água. (Risos) Não contem para ninguém.
É um segredo. E vocês podem sentir o som. Esse foi
meu ponto sobre isso. (Risos)
Então os golfinhos são animais políticos, e eles pre-
cisam resolver conflitos. (Sons de golfinhos) E eles
usam esses sons de rajadas em pulsos assim como
seus comportamentos cabeça-a-cabeça quando bri-
gam. E esses são sons muito pouco estudados pois
são difíceis de medir.
Este é um vídeo de uma briga típica de golfinhos.
(Sons de golfinhos) Vocês vão ver dois grupos, e vo-
cês vão ver a postura cabeça-a-cabeça, algumas bo-
cas abertas, muitos grasnidos. Aparece uma bolha. E
basicamente, um desses grupos vai meio que recuar
oásis .
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Tradução integral da palestra de Denise Hersing proferida no TED
e tudo vai ficar bem, e isso não aumenta muito para vio-
lência.
Nas Bahamas nós também temos golfinhos-nariz-de-
-garrafa que interagem socialmente com os golfinhos-
-pintados. Por exemplo, eles cuidam dos bebês uns dos
outros. Os machos têm expressões de dominância que
usam quando estão perseguindo outras fêmeas. As duas
espécies formam alianças temporárias quando estão afas-
tando os tubarões. E um dos mecanismos que eles usam
para comunicar sua coordenação é a sincronia. Eles sin-
cronizam seus sons e suas posturas corporais para parecer
mais fortes e soar mais alto. (Sons de golfinhos) Agora,
estes são golfinhos-nariz-de-garrafa e vocês vão vê-los
começar a sincronizar seus comportamentos e seus sons.
(Sons de golfinhos)Vocês veem, eles se sincronizam com
seu parceiro assim como a outra dupla. Eu gostaria de ser
coordenada assim.
Agora, é importante lembrar que vocês estão escutando
apenas as partes humanamente audíveis dos sons dos gol-
finhos, e os golfinhos fazem sons ultra sônicos, e usamos
equipamentos especiais na água para coletar esses sons.
Agora, os pesquisadores mediram realmente a complexi-
dade dos assobios usando a teoria da informação, e esti-
ma-se que os assobios pulsos estão muito relacionados às
linguagens humanas. Sons de rajadas em pulsos são mis-
teriosos.
Vejam estes três espectrogramas. Dois são de palavras
humanas, e um é de uma vocalização de golfinho. Então
tente adivinhar na sua mente qual deles é o do golfinho.
Acontece que sons de rajadas em pulsos parecem um pou-
co com fonemas humanos.
Uma forma de decifrar o código é interpretar esses sinais
e descobrir o que eles significam, mas é um trabalho di
oásis .
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Tradução integral da palestra de Denise Hersing proferida no TED
fícil, e nós ainda não temos uma Pedra de Roseta. Uma posturas, e eles estavam nos convidando para as
segunda forma de decifrar o código é desenvolver alguma brincadeiras dos golfinhos. Agora, os golfinhos são
tecnologia, uma interface para fazer comunicação bimo- mamíferos sociais, então eles amam brincar, e um
dal, e é o que nós estamos tentando fazer nas Bahamas e dos seus jogos favoritos é levar algas marinhas, ou
em tempo real. Agora, os cientistas usam interfaces de te- sargaço nesse caso, por aí. E eles são muito adeptos.
clado para tentar ligar os pontos com outras espécies in- Eles gostam de trazer e jogar isso de membro para
cluindo os chimpanzés e os golfinhos. Este teclado aquá- membro. Neste vídeo, a adulta é a Caroh. Ela tem 25
tico em Orlando, Flórida, no Epcot Center, foi a interface anos, e esse é seu recém nascido, Cobalt, e ele está
bimodal mais sofisticada já criada, projetada para huma- aprendendo a brincar nesse jogo.(Sons de golfinhos)
nos e golfinhos trabalharem juntos embaixo d’água e tro- Ela está meio que provocando e caçoando dele. Ele
car informações. Então nós queríamos desenvolver uma realmente quer esse sargaço. Agora, quando os gol-
interface como essa nas Bahamas, mas num contexto mais finhos pedem para os humanos brincarem, eles
natural. E uma das razões pela qual pensamos que podí- frequentemente afundam verticalmente na água,
amos fazer isso é porque os golfinhos estavam começan- e trazem um pequeno sargaço na sua nadadeira, e
do a nos mostrar muita curiosidade mútua. Eles estavam eles meio que lançam e soltam às vezes no fundo e
imitando espontaneamente nossas vocalizações e nossas nos deixam pegá-lo, e então nós fazemos um jogo
de bobinho com o sargaço. Mas quando não mergu-
O golfinho-pintado-do-Atlântico lhamos para pegá-lo, eles o trazem para superfície e
eles meio que agitam isso na frente da gente com sua
cauda e o jogam para nós como fazem com seus be-
bês, e então nós pegamos e fazemos um jogo.
E começamos a pensar, bem, não seria legal se cons-
truíssemos uma tecnologia que permitisse que os
golfinhos pedissem essas coisas em tempo real, seus
brinquedos favoritos? A proposta original era ter um
teclado pendurado no barco acoplado a um compu-
tador, e os mergulhadores e golfinhos iriam ativar as
teclas do teclado e trocar alegremente ia nformação
e pedir brinquedos um ao outro. Mas rapidamen-
te descobrimos que os golfinhos simplesmente não
iriam acompanhar o barco usando um teclado. Eles
tinham coisas melhores para fazer na natureza. Eles
podiam fazer isso em cativeiro, mas na natureza...
oásis .
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Tradução integral da palestra de Denise Hersing proferida no TED
Então construímos um teclado portátil que podíamos car- quedo do lenço, e vou tentar levar o golfinho até o
regar até a água, e marcamos quatro objetos que eles gos- teclado para mostrar a ela o sinal visual e o sinal
tam de brincar, o lenço, a corda, o sargaço, e também uma acústico. Agora esse golfinho, vamos chamá-la de
boia, que é uma atividade divertida para um golfinho. “ladra do lenço”, pois ao longo dos anos ela fugiu
(Som) E este é o assobio do lenço, que está associado com com uma dúzia de lenços. Na verdade, a gente acha
um símbolo visual. E há assobios criados artificialmente. que ela tem uma butique em algum lugar nas Baha-
Eles estão fora do repertório normal dos golfinhos, mas mas. Então estou me aproximando. Ela pega o lenço
eles são facilmente imitados pelos golfinhos. E eu pas- pelo lado direito. E tentamos não tocar muito nos
sei quatro anos com meus colegas Adam Pack e Fabienne animais, não queremos habituá-los demais conosco.
Delfour,trabalhando no mar com esse teclado usando en- E estou tentando levá-la de volta ao teclado. Então o
tre a gente para pedir brinquedos enquanto os golfinhos mergulhado ali vai ativar o som do lenço para pedir
nos assistiam. E os golfinhos podiam entrar no jogo. Eles por ele. Então eu tento dar a ela o lenço. Opa. Quase
podiam apontar o objeto visual, ou podiam imitar o asso- o perdi. Mas este é o momento quando tudo se tor-
bio. na possível. O golfinho está no teclado. Temos sua
Este é um vídeo de uma sessão. O mergulhador tem um atenção total. E às vezes isso levou horas. E eu quis
brinquedo de corda, e estou no teclado à esquerda, e aca- compartilhar esse vídeo com vocês não para mostrar
bei de apertar a tecla da corda, e isso é o pedido dos hu- grandes descobertas, pois elas não aconteceram ain-
manos pela corda. Então eu recebi a corda, estou mergu- da, mas para mostrar a vocês o nível de intenção e
lhando, e estou basicamente tentando chamar a atenção foco que esses golfinhos têm, e seu interesse no sis-
dos golfinhos, pois eles são meio que crianças. Você preci- tema.
sa prender sua atenção. Eu vou jogar a corda, e ver se eles E por causa disso, decidimos que precisávamos de
se aproximam. Aí vem eles, e então eles pegam a corda e a alguma tecnologia mais sofisticada. Então juntamos
levam como um brinquedo. Agora, estou no teclado à es- forças com a Georgia Tech, com o grupo de compu-
querda, e na verdade esta é a primeira vez que tentamos tação portátil de Thad Starner para nos construir
isso. Eu vou tentar pedir pelo brinquedo, a corda, dos um computador portátil aquático que chamamos de
golfinhos usando o som da corda. Vamos ver se eles po- CHAT. [Cetacean Hearing and Telemetry: Teleme-
dem entender o que isso significa. (Som) Este é o assobio tria e Audição de Cetáceos] Agora, ao invés de car-
da corda. Aí vem os golfinhos, e eles jogam a corda. Oba! regar um teclado dentro d’água, o mergulhador está
Uau! vestindo o sistema completo, e é apenas acústico,
(Aplausos) então basicamente o mergulhador ativa o som num
Isso foi só uma vez. Não sabemos com certeza se eles re- teclado em seu antebraço, o som é emitido por um
almente entenderam a função dos assobios. Muito bem, fone aquático, se um golfinho imita o assobio ou um
aqui está o segundo brinquedo na água. Este é o brin- humano toca o assobio, o sons chegam e são locali
oásis .
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Tradução integral da palestra de Denise Hersing proferida no TED
zados pelos dois hidrofones. O computador pode localizar para o golfinho que pediu e eles vão nadar alegre-
quem pediu pelo brinquedo se houver correspondência de mente para o pôr-do-sol brincando com o sargaço
palavra. E o verdadeiro poder do sistema está nesse siste- para sempre.
ma de reconhecimento em tempo real, de forma que pode- Agora, até que ponto essa comunicação pode ir?
mos responder aos golfinhos rapidamente e com precisão. Bem, o CHAT é projetado especificamente para ca-
Estamos no estágio do protótipo, mas isso é como espe- pacitar os golfinhos a pedir coisas de nós. É proje-
ramos que funcione. O Mergulhador A e o Mergulhador B tado para ser bimodal. Agora, eles vão aprender a
vestem um computador portátil e o golfinho escuta o as- imitar os assobios funcionalmente? Esperamos e
sobio como um assobio, o mergulhador escuta o assobio pensamos que sim. Mas enquanto deciframos seus
como assobio na água, mas também como uma palavra sons naturais, estamos planejando em colocá-los no
pela condução óssea. Então o Mergulhador A toca o asso- sistema computadorizado. Por exemplo, agora mes-
bio do lenço ou o Mergulhador B toca o assobio do sarga- mo podemos colocar seus próprios assobios de assi-
ço para pedir um brinquedo para quem tiver. O que espe- natura no computador e pedir para interagir com um
ramos que aconteça é que o golfinho imite o assobio, e se golfinho específico. Da mesma forma, podemos criar
o Mergulhador A tiver o sargaço, se este for o som que foi nossos próprios assobios, nossos próprios assobios
tocado e pedido, então o mergulhador vai dar o sargaço de nomes, e fazer os golfinhos chamar por mergu-
lhadores específicos para interagir.
Agora, pode ser que toda nossa tecnologia portátil
seja a mesma tecnologia que nos auxilie a nos comu-
nicar com outras espécies no futuro. No caso de um
golfinho, vocês sabem, é uma espécie que provavel-
mente está próxima de nossa inteligência de muitas
formas, e pode ser que sejamos incapazes de admitir
isso agora, mas eles vivem num ambiente diferente,
e ainda precisamos ligar os pontos entre sistemas
sensoriais.
Quero dizer, imaginem como seria entender real-
mente a mente de outras espécies inteligentes no
planeta.
Obrigada.
oásis .
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