Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Teorico
Teorico
em Física
Luz Síncrotron
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Adrielly Camila de Oliveira Rodrigues Vital
Luz Síncrotron
OBJETIVOS
DE APRENDIZADO
• Definições e descobertas relacionadas com as Fontes de Luz Síncroton;
• Principais aplicações.
UNIDADE Luz Síncrotron
8
Figura 2 – Luz síncrotron refletida
Fonte: Synchrotron Light Research Institute
9
9
UNIDADE Luz Síncrotron
A luz síncrotron pode ser definida, então, como a radiação eletromagnética emi-
tida por elétrons em velocidade próxima à da luz quando a sua trajetória é desviada
por um campo magnético. Essa luz apresenta um amplo espectro, desde o infra-
vermelho até os Raios X. Daí resulta sua versatilidade em pesquisas de materiais
utilizando técnicas diferentes.
10
Figura 6 – Diagrama ilustrativo do processo de emissão de luz síncrotron
Fonte: Adaptado de Ranković, Miloš, 2016
Na década de 1970 foram construídas fontes de luz síncrotron com sistemas adi-
cionais chamados de anéis de armazenamento. Esses aceleradores começaram a ser
utilizados também para pesquisas em Física Nuclear e de partículas elementares.
Os equipamentos construídos nesse período são classificados como a primeira gera-
ção de fontes de luz síncrotron.
O controle magnético feito pelos ímãs nesses anéis vai controlar e desviar a tra-
jetória do feixe de partículas, produzindo a luz síncrotron. Nós vimos uma parte da
estrutura de um desses anéis na Figura 1. Agora, no link a seguir, podemos ver um
outro aspecto mais amplo da parte interna da instalação.
11
11
UNIDADE Luz Síncrotron
Muito bem. Em relação ao mencionado feixe de elétrons que será utilizado para a
produção da luz síncrotron, pode surgir a dúvida: como são produzidos os elétrons
do feixe?
Vamos à resposta!
O feixe de elétrons que será acelerado para produzir a luz síncrotron é produzido
no chamado canhão de elétrons. Esse dispositivo consiste em um cátodo, que emite
elétrons, e um campo eletrostático, que acelera esses elétrons. Após isso, os elétrons
são injetados em um acelerador linear, chamado geralmente de linac (contração de
duas palavras que vêm do inglês: linear accelerator). É nesse linac que os elétrons
começam de fato a ganhar energia, mediante o aumento de sua velocidade. Vamos
até as duas próximas figuras observar esses dispositivos tão importantes na produ-
ção de luz síncrotron.
12
Synchrotron Radiation Source (SRS), no Reino Unido. Inicia-se a segunda geração de fontes de
luz sincrotron: https://bit.ly/2YWsT5x
Spring8 – Localizada no Japão, essa fonte de luz síncrotron de terceira geração permite
obter energia de 8 GeV.: https://bit.ly/3jxTb5W
Figura 9
Fonte: Divulgação: CNPEM
13
13
UNIDADE Luz Síncrotron
O brilho emitido por uma fonte de luz pode ser definido como o número de fótons
emitidos em uma faixa espectral de energia por unidade de tempo e por unidade
de tamanho e divergência angular da fonte. Podemos afirmar que quanto maior o
brilho da luz, maior é a sua qualidade. Mais brilho em uma área pequena é sinônimo
de uma análise mais aguçada e eficaz, como destacado na Figura 10, por exemplo.
Com essa luz de alto brilho, podemos obter muito mais informações precisas pro-
venientes das intensas interações que ocorrerão com as amostras em análise. Essas
amostras podem ser as mais variadas possíveis.
Figura 10
Fonte: Adaptado de Laboratório Nacional de Luz Síncroton
Principais Aplicações
Como vimos um pouco acima, a luz síncrotron apresenta um amplo espectro,
desde o infravermelho até os Raios X. Logo, todas as técnicas analíticas envolvendo
essas frequências são possíveis de serem realizadas em uma instalação, desde que
exista a estrutura necessária equivalente. Dentre essas técnicas, podemos citar al-
gumas: espectroscopia de Raios X; absorção de Raios X e espectroscopia de fotoe-
létrons na região dos raios X moles (1 a 5 keV); espalhamento inelástico ressonante
de Raios X; espalhamento e difração na faixa de Raios X duros (5 a 15 keV). Podem
14
ser avaliadas interfaces gás/líquido; identificação de fases e perfil de profundidade
em ligas diversas; ef eito de fluorescência em amostras contendo certos elementos,
como Fe, Cu e Co; luminescência óptica. Sem dúvida, trata-se de uma ferramenta
experimental poderosíssima em prol de pesquisas que beneficiem a agricultura e o
meio ambiente, a síntese e a análise de biomateriais, catálise, materiais submetidos a
condições extremas, filmes finos, interfaces e nanoestruturas, sensores, detectores e
dispositivos ópticos. Equipes multidisciplinares trabalham continuamente em acele-
radores desse tipo em muitos países, inclusive aqui no Brasil.
15
15
UNIDADE Luz Síncrotron
Figura 11
Fonte: Adaptado de ORTH, 2016
A pesquisa com esse tipo de material é muito intensa atualmente, pois há uma
busca pelos chamados materiais luminescentes persistentes. Esses materiais apresen-
tam a propriedade de emitir fótons após a sua irradiação por tempos prolongados
e em temperatura ambiente. Com certeza, esse tipo de material é muito proveitoso
do ponto de vista de tecnologia de energias econômicas e eficientes, não é mesmo?
16
para suas aplicações. Uma das técnicas utilizadas na caracterização desses materiais
que está presente em instalações das fontes de luz síncrotron é o dicroísmo. Um
material que apresenta dicroísmo é basicamente aquele que pode absorver luz com
polarizações diferentes em quantidades diferentes, dependendo de orientações cris-
talográficas, magnéticas e moleculares do material. Em outras palavras, depende da
assimetria do material. Essa técnica possui algumas variações, tais como:
• Dicroísmo linear (linear dichroism – LD): associado à medida da absorbância
comparativa entre diferentes absorções de luz resultantes de variações nos eixos
da estrutura cristalina;
• Dicroísmo circular magnético (magnetic circular dichroism – MCD): as-
sociado à medida da absorbância comparativa entre diferentes helicidades de
Raios X circularmente polarizados à direita ou à esquerda, devido ao momento
magnético diferente de zero dos materiais.
17
17
UNIDADE Luz Síncrotron
Esses são apenas alguns dos muitos exemplos de possibilidades tecnológicas as-
sociadas a uma fonte de luz síncrotron.
18
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Conheça a Luz Síncrotron e saiba do que ela é capaz
Este vídeo nos apresenta fundamentos da luz síncrotron, o projeto Sirius que está
em andamento aqui no Brasil e as possibilidades de aplicações dessa tecnologia.
https://youtu.be/LgEnFCRlTmk
Visitamos o Acelerador de Partículas Brasileiro no LNLS
Neste vídeo, podemos conhecer a estrutura de uma fonte de luz síncrotron localizada
no Brasil: o acelerador de partículas do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron
(LNLS). Os pesquisadores do LNLS nos explicam sobre o funcionamento da
instalação e sobre os trabalhos realizados.
https://youtu.be/S_cx96fFFss
Sirius, o Maior e Mais Complexo Laboratório Brasileiro
Neste vídeo, conhecemos detalhes do Sirius, um projeto de grande inovação e
vanguarda científica em andamento no Brasil.
https://youtu.be/lbxOSSUkgv0
Simplifísica – O Síncrotron e as Nanocoisas
Este vídeo nos mostra uma palestra descontraída e muito didática sobre explicações
e comparações de conceitos da Física, nanotecnologia e luz síncrotron.
https://youtu.be/1rWk-83daa0
19
19
UNIDADE Luz Síncrotron
Referências
BANGKOK POST. Shedding light on electromagnetic radiation. Disponível em:
<https://www.bangkokpost.com/life/social-and-lifestyle/1474961/shedding-light-
-on-electromagnetic-radiation>. Acesso em: 13/02/2020.
20
SILVA, V. B; ORTH, E. S. Introdução à físico-química orgânica utilizando um
colorímetro artesanal: uma prática interdisciplinar. Química Nova. Fev.2017.
Disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid
=S0100-40422017000200238>. Acesso em: 12/02/2020.
Sites Visitados
ABERYSTWYTH UNIVERSITY, CONDENSED MATTER PHYSICS. Synchrotron
Radiation Source (SRS), Reino Unido. Disponível em: <https://users.aber.ac.uk/
ruw/teach/334/sources.php>. Acesso em: 30/08/2020.
21
21