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O GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SAÚDE E O PGRSS

Balneário Camboriú – SC.

2021
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O GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SAÚDE E O PGRSS

Um adequado gerenciamento de resíduos de saúde não significa simplesmente dar


uma destinação correta para o lixo. Na verdade, vai muito além disso. É necessário
um PGRSS.

O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) é um


conjunto de procedimentos que contempla a geração, segregação,
acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e destinação final
desses resíduos (ROCHA, 2018).

Complementa ainda a autora que o PGRSS é um documento técnico referente ao


gerenciamento de resíduos de saúde. É de responsabilidade dos estabelecimentos
da área da saúde elaborar esse plano (ROCHA, 2018).

O PGRSS é um programa integrante do processo de regularização dos


estabelecimentos gerados de Resíduos de Serviços de Saúde, utilizando-se dos os
princípios da não geração de resíduos e/ou minimização da sua geração, este
programa aponta e descreve as ações relativas _as boas práticas durante o manejo
dos resíduos , observadas suas características, no âmbito dos estabelecimentos,
contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento,
coleta, armazenamento, transporte, tratamento e destinação final, bem como a
proteção à saúde pública e ao meio ambiente, assim como, a segurança
ocupacional do pessoal envolvido nas etapas do gerenciamento de resíduos. Esses
procedimentos devem ser planejados e implementados a partir de bases científicas
e técnicas, normativas e legais (UFSC, 2021).

O objetivo principal minimizar a geração de resíduos e proporcionar aos mesmos um


manejo seguro, de forma eficiente, visando a proteção dos trabalhadores, a
preservação da saúde, dos recursos naturais e do meio ambiente (VGR, 2017).

A elaboração desse plano visa ao tratamento e disposição final daqueles, que por
suas características, necessitam de processos de manejo diferenciado, objetivando
também, a proteção dos trabalhadores envolvidos e a preservação dos recursos
naturais, do meio ambiente e da saúde pública (VGR, 2017).

A disposição acima mencionada, tem seu início ainda no manejo dentro das
unidades de serviços de saúde, onde o gerenciamento é realizado visando
à redução do volume de resíduos infectantes. Nesse sentido o correto
gerenciamento segue as seguintes etapas de acordo com VGR (2017):

Segregação: é feita através da separação dos resíduos no instante e local de sua


geração.

Acondicionamento: embalar em sacos impermeáveis e resistentes, de maneira


adequada, todos os resíduos que foram segregados, segundo suas características
físicas, químicas e biológicas.
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Identificação: esta medida indica os resíduos presentes nos recipientes de


acondicionamento.

Armazenamento temporário: acondiciona temporariamente os recipientes onde


estão contidos os resíduos, próximo ao ponto em que eles foram gerados. Esta
medida visa agilizar o recolhimento dentro do estabelecimento.

Armazenamento externo: refere-se à guarda dos recipientes no qual estão contidos


os resíduos, até que seja realizada a coleta externa.

Coleta e transporte externos: refere-se ao recolhimento dos RSS do


armazenamento externo, sendo encaminhado para uma unidade de tratamento e
destinação final.

No PGRSS são estabelecidas as ações para o correto manejo dos resíduos


provenientes de todos os serviços relacionados ao atendimento à saúde humana
e animal. O PGRSS é regulamentado pelas resoluções CONAMA nº
283/01, CONAMA nº 358/05 e ANVISA RDC 306/04 (ROCHA, 2018).

Elaborar um PGRSS, além de ser um passo de extrema importância para garantir o


correto gerenciamento de resíduos de saúde e trazer muitos benefícios, é obrigatório
para muitos estabelecimentos.

Todos os empreendimentos que prestam serviços relacionados ao atendimento à


saúde humana e animal são considerados geradores de resíduos de saúde.
Portanto, conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos todos esses geradores
devem fazer um PGRSS.

Os estabelecimentos da área de saúde devem elaborar o plano devido aos riscos à


saúde pública e ao meio ambiente quando os resíduos de saúde não recebem um
gerenciamento correto. Se um estabelecimento não elaborar o PGRSS estará sujeito
a multas e atuações, já que o plano integra o licenciamento ambiental e pode ser
exigido e fiscalizado pelos órgãos de saúde (ROCHA, 2018).

O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde tem o objetivo de


reduzir a produção de resíduos, evitar desperdício de materiais e proporcionar aos
resíduos gerados um tratamento seguro, de forma eficiente, com foco na proteção
dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio
ambiente.
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Os RSS apresentam um perfil diversificado e heterogêneo de resíduos, o que


demanda uma classificação eficiente para evitar o manuseio inadequado,
priorizando a segurança.  A classificação dos RSS vem sofrendo um processo de
evolução contínuo, na medida em que são introduzidos novos tipos de resíduos nas
unidades de saúde. O primeiro passo para a elaboração do PGRSS é conhecer os
tipos e quantidades de resíduos de saúde que a organização gera (UFSC, 2021).

Os RSS, de acordo com a VGR (2017) são classificados em função de suas


características e consequentes riscos que podem acarretar ao meio ambiente e à
saúde. De acordo com a RDC ANVISA 306 de 2004 e Resolução CONAMA 358 de
2005, os RSS são classificados em cinco grupos: A, B, C, D e E.
 Grupo A - engloba os componentes com possível presença de agentes biológicos
que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem
apresentar risco de infecção.
 Exemplos: placas e lâminas de laboratório, carcaças, peças anatômicas
(membros), tecidos, bolsas transfusionais contendo sangue, dentre outras.
 Grupo B - contém substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde
pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.
 Exemplos: medicamentos apreendidos, reagentes de laboratório, resíduos
contendo metais pesados, dentre outros.
 Grupo C - quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham
radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação
especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN,
 Exemplos: serviços de medicina nuclear e radioterapia etc.
 Grupo D - não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao
meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.
 Exemplos: sobras de alimentos e do preparo de alimentos, resíduos das áreas
administrativas etc.
 Grupo E - materiais perfuro-cortantes ou escarificantes
 Exemplos: lâminas de barbear, agulhas, ampolas de vidro, pontas diamantadas,
lâminas de bisturi, lancetas, espátulas e outros similares.
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Somente, após a classificação dos resíduos de saúde em seus respectivos grupos,


será possível definir as próximas etapas do gerenciamento de resíduos de saúde
(ROCHA, 2018).

Assim sendo, a elaboração do PGRSS deve ser integrada e continuada na empresa.


A unidade de saúde deve entender que o documento não é apenas de
regularização, mas sim, um passo a passo que descreve a maneira como se deve
executar as tarefas ligadas ao manejo de resíduos.

REFERÊNCIAS:

ROCHA, Mila Fiusa Wanderley. Plano de gerenciamento de resíduos de serviços


de saúde, o que é? Dezembro de 2018. Disponível em:
<http://spsolucoesambientais.com.br/plano-de-gerenciamento-de-residuos-de-
servicos-de-saude-o-que-e/>. Acesso em: 23. ago. 2021.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC). Gestão de resíduos


da UFSC. Disponível em: < https://gestaoderesiduos.ufsc.br/modelo-menus/>.
Acesso em: 23 de agosto de 2021.

VGR - Gerenciamento de Resíduos. Conheça a disposição correta de resíduos


de saúde, 2017. Disponível em: https://www.vgresiduos.com.br/blog/conheca-a-
disposicao-correta-de-residuos-de-saude/. Acesso em: 24 de agosto de 2021.

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