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Direito Internacional Privado

Noções gerais

O Direito Internacional Privado é uma disciplina sob o ponto de vista


formal, embora do ponto de vista pratico seja muito antigo comprovado
historicamente através de resquícios a exemplo no direito Romano.

Objeto: disciplinar as relações privadas semelhante ao Direito Civil, mas


diferenciando-se por ser entre particulares no âmbito internacional, a exemplo
um casamento no âmbito internacional entre pessoas de nacionalidade
diferentes, e porventura em um posterior divórcio poderá haver conflitos sobre a
guarda (dos filhos), bens, dentre outros que terá que ser submetido a jurisdições
diferentes.

Elemento de conexão (exemplos: nacionalidade, domicílio, foro eletivo):


previsto em lei que determina a subordinação de um evento a um ordenamento
jurídico (servem para viabilizar a solução do direito ao caso concreto) – pois não
existe situação jurídica desamparada, em tese.

O DIP visa proporcionar soluções para aos casos concretos sem conflitos de
jurisdição, tendo caráter dinâmico, inclusive para a solução de conflitos de lei no
espaço (quando houver mais de uma norma aplicável ao caso). Logo, quando não
houver Tratado Internacional versando um assunto, utiliza-se como elemento de
conexão aqueles dispostos na Lei de Introdução das Normas do Direito Brasileiro.

Síntese histórica

1) Pré-doutrinária (ordem jurídica romana – jus gentium)

Seu conteúdo remonta a tempos antigos a exemplo dos Impérios do Egito, Israel,
Pérsia, Fenícia (atual Líbano – precursora no comércio rota de entrada para se
criar as primeiras regras empíricas e não escritas sobre o comércio), Grécia,
Roma. Foi apenas através de Roma que se criaram regras escritas e padronizadas
para disciplinara relações sobre pessoas de nacionalidades distintas, pois
considerado o maior Estado da História (em termos de duração, extensão,
organização, estas assentadas em normas e originando o Direito Romano e que
inspira inclusive não apenas o nosso Código Civil, mas também em maior grau
todo o restante do Ocidente). O direito romano encontrava as seguintes três
divisões: 1) aos cidadãos (por nascimento ou cidadania); 2) escravos; 3)
estrangeiros (Roma sendo uma potência global recebia pessoas de todos os
territórios e assim aplicavam-nos o direito “jus gentium” – regras aplicadas a
todos aqueles que não eram cidadãos romanos nem escravos, e por isso alguns
acreditam ser a raiz do Direito Internacional 1).

2) Fase doutrinária (séculos XIII e XIX)

Depois de Cristo, inicia-se a segregação do Ocidente decorrente das


invasões bárbaras que invadiam a Europa, o que repercutiu em uma espécie de
êxodo onde as pessoas fugindo desta situação iam das cidades para as áreas
rurais, isto gerou o que se denomina pactos, uma aliança entre essas pessoas
(camponeses: servo da gleba - "presos" à terra de seu suserano) e os nobres
(senhores) que se regia por uma troca entre trabalho (para o camponês) e
proteção (do Senhor) caracterizada pela atuação nos feudos que possuíam um
sistema econômico de subsistência em que predominava a troca de produtos,
não existia moeda nem coisa do tipo, ou seja, desaparece os Estados por conta da
descentralização dos poderes visto que cada feudo havia seu Senhor e suas
respectivas regras. Ou seja, o estrangeiro se sujeitava às leis do feudo de maneira
exclusiva, não podendo recorrer à lei pessoal.

1
No mundo romano, o estrangeiro era submetido ao "jus gentium", que uns poucos autores acreditam ser a raiz do
Direito Internacional. Isso não passa de equívoco, pois o "jus gentium" (direito das gentes) nada mais era que um
direito de Roma aplicado por um juízo de exceção ("pretor peregrino") aos conflitos entre estrangeiros e/ou entre
estrangeiros e cidadãos locais1 , enquanto o "jus civile" era destinado exclusivamente aos romanos. Disponível em:
https://www.migalhas.com.br/depeso/264538/direito-internacional-privado--fundamentos-e-desenvolvimento-
historico
Analogia interessante: a Idade Média assemelha-se ao atual isolamento
global, com a diferença de que naquela o isolamento se dava pela violência e
atualmente se dá por questões de saúde.

Mas passadas alguns séculos as invasões diminuíram e o sistema feudal


desintegrou-se por conta do seu autoritarismo gerando-se os burgos (cidades
europeias) e o renascimento comercial e cultural obrigando-se que as regras
fossem adaptadas a realidade, assim cada burgo criou o seu ordenamento
jurídico próprio, consolidados aos poucos com as chamadas Cartas ou Estatutos
de Liberdade, e por isso tornou-se frequente haver demanda entre cidadãos de
províncias diferentes perante a instância judicial de uma delas, em que a grande
dúvida passou a ser qual o estatuto a ser aplicado no caso concreto, fazendo com
que surgissem os primeiros elementos de conexão quando na interpretação dos
juízes nos casos concretos.

E foi nesse contexto que surgiu o Direito Internacional Privado, e quando


do surgimento do Estado Nacional (que é um dos marcos do fim da Idade Média),
o Direito Internacional Privado passou a ser um direito interno por meios de
estatutos, o que por sua vez ensejou a criação das intituladas "escolas
estatutárias", das quais emanaram inúmeras regras doutrinárias que visavam
pensar os conflitos entre os estatutos.

3) Fase das codificações: França e Áustria, e os códigos bárbaros e prussiano.


4) Fase moderna ou contemporânea: fundamentada por teorias – cria-se
elementos de conexão, o caso concreto levará em conta o estatuto
conforme:

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