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IFCE

CLAV
GLÓRIA LUCENA VIANA DE CASTRO
PROF. ANA CLÁUDIA GOUVEIA
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

LIMBO ADOLESCENTE: UM RETRATO VISUAL DA ADOLESCÊNCIA MODERNA E


CONTEMPORÂNEA.

O vídeo em questão pretende fazer um retrato visual de aspectos que permeiam o período
da adolescência, trazendo uma coletânea de conteúdo audiovisual que datam desde a
década de 1960, até os dias mais atuais, evidenciando aproximações e distanciamentos
dessa fase do desenvolvimento humano com o passar do tempo.

Penso que, para realizar uma explicação escrita do projeto, é necessário frisar que o recorte
deste trabalho tem uma base ocidental de estudo, em sua grande parte Norte-americana,
Europeia e com alguns aspectos Latino-americanos, levando em consideração minhas
próprias vivências.

Desde o período da Antiguidade, ainda que a adolescência fosse pouquíssimo estudada,


palavras como impulsividade e excitabilidade eram associadas à essa fase; de acordo com
Sprinthall e Collins (2009), Assis e cols. (2003) e Cole e Cole (2004. apud. Schoen-Ferreira,
Aznar-Farias e Silvares, 2010) Aristóteles descreve os jovens como “apaixonados,
irascíveis e capazes de serem levados por seus impulsos”. E tais descrições, ainda que
datadas de um período tão longínquo, chamam minha atenção porque, de certa forma, se
perpetuam até os estudos atuais, como pode ser observado na fala de Eisenstein (2005),
que caracteriza a adolescência como “o período de transição entre a infância e a vida adulta,
caracterizado pelos impulsos do desenvolvimento físico, mental, emocional, sexual e
social”.

Ainda em um recorte histórico, faz-se necessário compreender que, segundo


Schoen-Ferreira, Aznar-Farias e Silvares (2010) a adolescência é estabelecida como uma
uma fase do desenvolvimento a partir dos séculos XIX e XX, após acontecimentos sociais e
culturais favoráveis. Em poucas palavras, pode-se entender também que,essa fase surgiu
como um privilégio das classes mais abastadas, uma invenção cultural.
Retornando ao projeto, é possível notar inúmeras aproximações entre as “diferentes”
adolescências, tais quais a formação de uma identidade pessoal, os vínculos de amizades, a
impulsividade e a intensidade presentes na juventude.

Contudo, compreendendo que “estudos atuais enfocam essa fase do desenvolvimento,


observando diversas variáveis que podem influenciar o indivíduo, como raça, sexo, nível
socioeconômico, história pessoal, contexto, cultura, entre tantas” (Schoen-Ferreira,
Aznar-Farias e Silvares 2010 ), é possível entender no projeto que os distanciamentos entre
as juventudes se dá pelo contexto que as envolve, seja ele qual for. A entrada do século
XXI, ressaltando aqui a parte ocidental, é demarcada por cenário econômico adverso,
aumento de problemas e de tensões sociais, principalmente os que envolvem o meio
urbano, modificações nos valores sociais, diminuição da influência e controle
tradicionalmente exercida pela família e pela Igreja (Vargas & Nelson, 2001; Brasil, 1999;
Matheus, 2003. apud.Schoen-Ferreira, Aznar-Farias e Silvares 2010), inúmeras mudanças
que norteiam o contexto da juventude no Ocidente.

Questões importantes que permeiam o século XXI, falando em acontecimentos históricos e


em vivências pessoais, posso citar a crise econômica de 2008, onde os mais jovens foram
os mais afetados com as altas taxas de desemprego - de acordo com uma matéria do UOL
Economia publicada em 2016. No que tange às tensões sociais e as mudanças de valores,
partindo da minha análise e do meu entendimento do contexto o qual estou inserida,
podemos ver vários movimentos crescendo e tendo uma voz mais ativa na sociedade, como
os protestos recentes aqui no Brasil em oposição ao atual Presidente da República;
movimentos raciais como “Black lives matter” (Vidas Negras Importam, em território
nacional) e também posições de mais visibilidade para pessoas LGBTQI+. Não obstante, é
de meu entendimento que tais ações, em grande parcela parcela liderada por jovens,
necessitam de uma visibilidade ainda maior.

REFERÊNCIAS:

UOL (São Paulo). UOL Economia. Entenda o que causou a crise financeira de 2008. UOL
Economia, São Paulo, v. Única, 27 fev. 2016. Economia, p. 1-1. Disponível em:
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2016/02/27/entenda-o-que-causou-a-crise-fina
nceira-de-2008.htm. Acesso em: 13 set. 2020.

SCHOEN-FERREIRA, Teresa Helena; AZNAR-FARIAS, Maria; EDWIGES, Edwiges.


Adolescência através dos séculos. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, v. 26, ed. 2, 13
maio 2010. Disponível em:
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-37722010000200004&script=sci_arttext&tlng=pt.
Acesso em: 4 set. 2020.

Eisenstein E. Adolescência: definições, conceitos e critérios . Adolescência e Saúde. Rio


de Janeiro, v.2, ed. 2, Abr./Jun. 2005. Disponível em:
http://adolescenciaesaude.com/detalhe_artigo.asp?id=167
Acesso em: 7 set. 2020.

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