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Política Internacional

Curso Regular Extensivo


Prof. Guilherme Casarões
Aula 6
• Tópico do edital: A política externa brasileira: evolução desde 1945,
principais vertentes e linhas de ação

• Compreende a história da política exterior do Brasil desde o fim da


Segunda Guerra

• Dica: datas, acordos/tratados e conjunturas são de fundamental


compreensão para a prova
Leituras recomendadas
• Leituras principais:
• Amado Cervo e Clodoaldo Bueno, História da Política Exterior do Brasil. Ed. UnB, 2011.
• Rubens Ricupero, A Diplomacia na Construção do Brasil. Versal, 2017.

• Leituras de revisão:
• Paulo Fagundes Vizentini, Projeção Internacional do Brasil. Elsevier, 2013.
• Francisco Doratioto e Carlos Eduardo Vidigal, História das Relações Internacionais do
Brasil. Saraiva, 2014.
• Henrique Altemani de Oliveira, Política Externa Brasileira. Saraiva, 2005.
• Eugenio Vargas Garcia, Cronologia das Relações Internacionais do Brasil. Contraponto,
2016.
Dutra e o “alinhamento sem recompensa” (1946-1950)

• Eurico Gaspar Dutra: eleito em dezembro de 1945 e empossado em janeiro de 1946

• Contexto de acirramento de tensões entre Estados Unidos e União Soviética

• Brasil entra no novo jogo como membro do sistema de Bretton Woods (1944), fundador das Nações
Unidas (julho-agosto de 1945) e tendo participado da Conferência de Chapultepec (fev/mar 1945)
• “All the Latin American countries except El Salvador and Argentina, established a number of the important
principles that shaped inter-American relations in the post-World War II era. Among the most significant was a
pronouncement, known as the Act of Chapultepec, by which the governments agreed that any attack by any
state against the integrity, sovereignty, territory, or political independence of an American state would be
considered an act of aggression against all the other signatories of the declaration”.

• Política externa caracterizada pelo “alinhamento sem recompensa” (Moura):


• Logo depois de empossado, Dutra envia uma correspondência pessoal a Truman, solicitando ajuda econômica
(pedido de USD 1 bi de empréstimo), diante da alta inflacionária e da corrosão das reservas com o fim dos
superávits comerciais e os controles cambiais: Brasil recebe USD 46 milhões em 1946 e USD 90 milhões em
1947; recorre ao FMI
O Brasil e os EUA
• Brasil pleiteava empréstimos destinados à regularização financeira e
desenvolvimento econômico no pós-guerra
• Convite brasileiro ao Secretário de Tesouro dos EUA, John Wesley Snyder (jul/1947)
• 1948: Missão Abbink vem ao Brasil → Comissão Brasileiro-Americana de Estudos
Econômicos (Abbink-Bulhões)
• Relatório Abbink é apresentado em 1949, recomendando que o Brasil deveria
expandir-se economicamente “mediante o uso máximo de seus recursos internos”,
encorajando o fluxo de capital privado

• Recusa de Dutra em enviar tropas à Coreia (ano eleitoral) incomoda os EUA


e gera desencontros domésticos
• EUA aprovam empréstimo de 125 mi à Argentina, anunciam um ainda maior para o
México, e postergam os 25 mi solicitados pelo Brasil
Relações hemisféricas do Brasil sob Dutra
• No plano hemisférico, destaca-se a Conferência Interamericana sobre Defesa do
Continente (Petrópolis, ago/1947), cujo principal resultado foi a assinatura do TIAR

• O estabelecimento do TIAR desdobrou-se na criação da Organização dos Estados


Americanos (OEA) na IX Conferência Interamericana, em Bogotá (1948)

• Dois princípios da Carta da OEA: prioridade (disputas regionais são sua esfera de
competência) e incompatibilidade (prevalência do modelo democrático)

• A criação da CEPAL (1948) é uma demanda dos países latino-americanos e escapa


aos interesses norte-americanos
Impactos do alinhamento com EUA
• Relação fugaz com a URSS: estabelecidas em abril de 1945 e rompidas em out/1947
• Dutra estava decidido a cassar o registro do PCB → “batalha das cassações”
• Em 4/out, o periódico soviético Gazeta Literária publicou um artigo com ataques a Dutra
• Itamaraty enviou nota de protesto ao governo soviético, exigindo desculpas e retratação
pelo artigo
• Oswaldo Aranha na presidência da AGNU confere densidade política ao
multilateralismo brasileiro
• Temas importantes: questão palestina (1947) e voto brasileiro contrário ao
reconhecimento da República Popular da China (1949)
• Princípio da “não-intervenção” subordinado a considerações ideológicas:
• Apoio brasileiro à intervenção ocidental na Grécia, “reflexo da guerra política desencadeada pelo
comunismo internacional para dominar o mundo”
• Apoio brasileiro aos EUA na questão coreana: reconhecimento da Coreia do Sul (1949), voto favorável aos
EUA na OEA (1950) e na ONU, considerando a China culpada de agressão à Coreia do Sul
Preparando-se para a Conferência de Washington

• Março/abril 1951: IV Reunião de Consulta dos Chanceleres Americanos (OEA)

• Memorando fixando a nova política exterior brasileira: “memorando da


frustração” encarecia o apoio dos EUA à indústria de base e aos serviços
públicos via Eximbank
• Viabilização de 14 itens, dentre os quais hidrelétricas, montagem de refinarias de
petróleo, novas instalações para a CSN, portos, navios mercantes, ferrovias

• Janela de oportunidade para o Brasil: atua multilateralmente, reivindicando


cooperação econômica para as nações hemisféricas, e bilateralmente com os
EUA
• Comissão Mista Brasil-Estados Unidos (dez/50)

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