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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS II

Prof. William Fernandes

CAP. II – ANÁLISE E PROJETO DE VIGAS EM FLEXÃO

2.1 – Tensão Normal e de Cisalhamento na Flexão

2.1.1 – Tensão normal em barras retas submetidas à flexão pura

É possível relacionar a distribuição de tensão longitudinal de uma viga e o momento fletor resultante
interno que atua na seção transversal dessa viga. Para isso, deve-se supor que o material se comporta de maneira
linear elástica (Lei de Hooke pode ser aplicada).

(Fonte: Resistência dos Materiais, Hibbeler, 5ª Edição )

Por proporcionalidade de triângulos:


y
 =−  
c max

(Fonte: Resistência dos Materiais, Hibbeler, 5ª Edição )


A posição do eixo neutro é localizada fazendo-se a resultante das forças de tração e de compressão igual
a zero. Assim:
y  max
F R =∑ F x  0=∫ dF=∫  dA=∫ −
A A A
  c
 max dA=−
c A
∫ y dA

Logo, para que a igualdade seja verdadeira, ∫ y dA=0 , ou seja, o momento estático da área em
A

relação à LNE (linha neutra elástica ou eixo neutro) deve ser nulo. Mas isso é verdade somente se a LNE foi o
eixo horizontal de simetria da seção. Logo, a LNE passa pelo centróide da seção. Sabendo-se que
dM= y dF :
y  max
M =∫ y dF=∫ y  dA=∫ y
A A A
 c 
 max dA  M =
c A
∫ 2
y dA

Mas sabe-se que:

∫ y 2 dA=I
A

Então, pode-se dizer que:


 max Mc
M= I   max=
c I
Finalmente, para um ponto intermediário ao longo da altura da seção:
My Mx
= =
Ix Iy

M: momento fletor interno resultante;


I: momento de inércia da área da seção transversal em torno do eixo neutro;
y: distância medida perpendicularmente da Linha Neutra Elástica ao ponto onde se deseja determinar a tensão.

Convenção de sinais:
• região comprimida da seção – tensão normal NEGATIVA;
• região tracionada da seção – tensão normal POSITIVA.

2.1.2 – Tensão de Cisalhamento em barras retas submetidas à flexão simples

A força cortante V resulta de uma distribuição de tensão de cisalhamento que atua sobre a seção
transversal de uma viga. Devido à propriedade complementar do cisalhamento, tensões de cisalhamento
longitudinais associadas também atuam ao longo dos planos longitudinais da viga.
É possível relacionar a distribuição da tensão de cisalhamento que atua sobre a seção transversal de uma
viga e a força cortante resultante na seção da mesma.
(Fonte: Resistência dos Materiais, Hibbeler, 5ª Edição )

Fazendo-se o equilíbrio de forças para o trecho dx da viga:


+← ∑ F x =0 → dF ' ' −dF ' +V =0 → ∫ σ ' ' dA ' −∫ σ ' dA '+ τ( t dx)=0 →
A' A'

∫ ( MI ) y dA ' −∫ ( M +IdM ) y dA '+ τ (t dx )=0


A' A'
dM
( )∫ y dA '=τ( t dx)
I A'

Resolvendo para t:
1 dM
τ= ( )∫ y dA '
It dx A'

Mas V = dM e Q=∫ y dA ' . Portanto:


dx A'

VQ
τ=
It
V: força cortante resultante interna;
I: momento de inércia da área completa da seção transversal em torno do eixo neutro;
t: largura da área da seção transversal do elemento medida no ponto onde t deve ser calculado;
Q: momento estático da parte superior ou inferior da área da seção transversal do elemento, definida pela seção
onde t é medido.
EXERCÍCIO:

A viga ao lado possui L=4m e está sob uma carga


distribuída uniformemente de intensidade 5.8kN/m.
Sendo sua seção transversal retangular de base
b=140mm e altura h=240mm, determine a tensão
normal e a tensão de cisalhamento em um ponto
situado nas coordenadas (x;y) = (30;70)mm em relação
ao centróide da seção. A seção está situada no meio do vão.

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