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UFMS – Universidade Federal do Mato Grosso do

Sul Teoria Macroeconômica

Resenhar: Capítulos 13 e 15 de Keynes: A teoria geral da


taxa de juros; Os incentivos psicológicos e empresariais
para a liquidez

Aluno: Mário Vinicius da Silva


RGA: 2020.2506.035-9

Campo Grande – MS
2021
Resenhar: Capítulos 13 e 15 de Keynes: A teoria geral da taxa de juros; Os incentivos
psicológicos e empresariais para a liquidez

Referência: KEYNES, John M. A Teoria Geral do emprego, do Juro e da Moeda. São


Paulo, Nova Cultural, 1985 (Os Economistas).

Resenha: Capitulo 13

O capitulo 13 aborda a teoria geral da taxa de juros, durante o livro o autor vem
tentando explicar o que define o nível de empregos e para isso utiliza-se da observação
de vários fatores. O nível de emprego se explica através da demanda efetiva, sendo o
principal a observação do investimento. Investimento é definido pela eficiência marginal
do capital e a taxa de juros de mercado (abordada no capitulo atual).

Keynes inicia sua abordagem sobre a taxa de juros olhando para o consumo da
renda através da propensão marginal a consumir, sendo essa propensão responsável por
analisar a quantidade da renda do indivíduo que tem a maior tendência de se tornar
consumo. Além do consumo a outra variável que compõe a renda é a renda, e para essa
variável Keynes que a utilização dela irá depender da preferência pela liquidez.

Liquidez no vocabulário econômico é a capacidade que um bem ou ativo tem de


ser transformado em dinheiro, ou seja, realizar transações. Uma preferência absoluta da
liquidez mostra que o indivíduo opta por possuir apenas moeda como instrumento de
troca. Uma preferência media pela liquidez significa que um indivíduo opta por ter
moeda na mão, mas ao mesmo tempo também opta por não a ter em sua totalidade isso
é, ter moeda, mas também a utiliza para comprar outros produtos que não tenham tanta
liquidez como a moeda. Portanto, quanto maior a quantidade de moeda/ dinheiro que um
indivíduo detém, maior será a sua preferência pela liquidez

A preferência pela liquidez depende principalmente do que os agentes


econômicos esperam que vá ocorrer em um futuro próximo, observando a conjectura
econômica. Nesse aspecto, Keynes explica que qualquer preferência do indivíduo por
optar por manter ou investir essa quantidade de moeda se dará feita com base nas
expectativas em relação ao futuro. Quanto maior a preferência pela liquidez, maior será
a quantidade de moedas em mãos.

Quando as pessoas optam por manterem sua poupança em formas que não seja a
moeda elas, segundo Keynes, investem e escolhem abrir mão da liquidez. Com isso, a
recompensa que se gera ao optar abrir mão da liquidez se dá pela taxa de juros. A taxa
de juros pode ser entendida como o prêmio por abrir mão da liquidez, ou seja, por não
entesourar a moeda.

O autor diz que por enfrentar a incerteza recebe-se um prêmio conhecido como
taxa de juros. O mecanismo que determina a taxa de juros isso é, quando ela assume
determinado valor se dá pela convergência de inúmeras preferencias pela liquidez, sendo
esse mecanismo superficialmente citado, explicado no capitulo 15. Abrir mão da
liquidez, em detrimento do entesouramento há incerteza nesse processo, fato que faz
com que haja o pagamento de um prêmio ao se emprestar a moeda para outras
instituições sociais.

CAPITULO 15

Nesse capitulo o autor aborda as diferentes razões psicológicas para a preferência


pela liquidez. Há uma retoma de um dos principais pontos do capítulo anterior, onde
Keynes aborda que a taxa de juros é determinada pelo confronto de diversas preferencias
de liquidez, a preferência pela liquidez se dá por razoes psicológicas que serão
abordadas por Keynes.

Keynes aponta três principais motivos para que as pessoas demandem pela
preferência pela liquidez. O primeiro motivo é a transação que se refere ao papel da
moeda como meio de troca. O segundo motivo é a precaução que se refere ao papel da
moeda como maneira de atender possíveis adversidades em momentos posteriores ao
atual. O terceiro e último motivo se refere a especulação que é a crença de saber/ tentar
especular as tendências futuras para tentar ganhar uma maior quantidade de moeda nesse
período de tempo.

A demanda de moeda para transação depende da renda. Moeda para precaução


depende principalmente da renda e secundariamente da taxa de juros. Moeda para
especulação depende da taxa de juros isso é, depende de uma expectativa de variações
positivas maior que as atuais da taxa de juros em momentos posteriores. A propensão
pela liquidez se dá pela soma das das moedas com as finalidades de transação, precaução
e especulação (Me (especulação) + Mt (transação) + Mp (precaução)).

A relação entre moeda para transação com a renda se dá pela velocidade renda da
moeda, que é explicada por Keynes como o giro da moeda dada determinada renda. Y
(renda) / Mt (Moeda para transação), do mesmo modo Mt = Y (Renda) / V (velocidade
renda da moeda). Desse modo, podemos observar que quanto maior a velocidade, menor
será a necessidade de manter moeda na mão para realizar a transação.

Dessa forma, Keynes observa que a velocidade de circulação da moeda depende


de: Hábitos sociais, organização bancaria e industrial, distribuição de renda e custo de se
manterem recursos ociosos (sem utilização). Segundo o autor, se a moeda fica como
renda entesourada/ poupada ela é tida como Mp (Moeda para precaução), caso a moeda
seja utilizada com o objetivo de buscar determinada taxa de juros, ela é tida como Me
(Moeda para especulação). A opção de entesouramento mostra que a pessoas opta pela
máxima liquidez.

Keynes observa que para a moeda com fins especulativos, quanto menor a taxa,
menor as pessoas optam por especular/ aplicar financeiramente seu dinheiro. Isso se dá
pelos riscos envolvidos, uma vez que se leva em conta para se aplicar: Juros,
expectativas quanto juros ao futuro, risco de inflação, etc. Com isso, Keynes observa a
tendência dos juros a terem limites mínimos positivos, sendo que os juros de mercado de
maturidade mais longa sempre serão positivos.

Quanto maior for o volume de investimento, menores são as chances de fazermos


retornos tão positivos financeiramente. Os investimentos financeiros que acontecem no
cenário do mercado financeiro precisam ser feitos observando expectativas futuras

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