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UNIANCHIETA - CENTRO UNIVERSITÁRIO PADRE ANCHIETA

ARQUITETURA E URBANISMO

Beatriz Nicolau – RA 1802955


Cinthya Silva da Rocha – RA 1902139
Diego Alves – RA 1903796
Isabele Palma – RA 1801824
Milena Nayara de Jesus – RA 1801356

RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO DE ÁREA DE ESTUDO


Projeto de intervenção urbana – Novo Horizonte

Jundiaí
2021
UNIANCHIETA - CENTRO UNIVERSITÁRIO PADRE ANCHIETA
ARQUITETURA E URBANISMO

Beatriz Nicolau – RA 1802955


Cinthya Silva da Rocha – RA 1902139
Diego Alves – RA 1903796
Isabele Palma – RA 1801824
Milena Nayara de Jesus – RA 1801356

RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO DE ÁREA DE ESTUDO


Projeto de intervenção urbana – Novo Horizonte

Urbanismo IV – Planejamento Urbano


Professora Carolina Guida Cardoso do Carmo

Jundiaí
2021
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................5
1.1 Objetivo........................................................................................................5
2 LEVANTAMENTO....................................................................................... 6
2.1 Região de Planejamento – Vetor Oeste......................................................6
2.2 Formação da Área de Trabalho...................................................................6
2.3 Consolidação do Vetor Oeste......................................................................7
3 LEGISLAÇÃO.............................................................................................. 8
3.1 Lei nº 9.321, de 11 de novembro de 2019 – Plano Diretor Jundiaí.............8
3.2 Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006...............................................12
3.3 Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012.......................................................12
3.4 Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981......................................................12
3.5 Lei nº 6.902, de 27 de abril de 1981..........................................................12
3.6 Decreto nº 18.148, de 07 de fevereiro de 2001.........................................13
3.7 Decreto Estadual nº 43.284, de 3 de julho de 1998..................................13
4 ANALISE SINTÉTICA DOS CONDICIONANTES..................................... 14
4.1 Uso do Solo Urbano Real..........................................................................14
4.2 Equipamentos Comunitários......................................................................15
4.3 Locais de Interesse Ambiental e Restrições Ambientais...........................16
4.3.1 Área de Proteção Ambiental......................................................................16
4.4 Zoneamento...............................................................................................16
4.4.1 Zona Especial de Proteção Ambiental - ZEPAM.......................................17
4.4.1.1 Artigos que qualificam a área de estudo como ZEPAM............................17

4.4.1.2 Usos permitidos na ZEPAM......................................................................19

4.5 Parcelamento do Solo................................................................................20


4.5.1 Sobre o Parcelamento do Solo em Zonas Especiais de Proteção
Ambiental................................................................................................................21
4.5.2 Sobre o Parcelamento do Solo em Áreas Próximas a Nascentes ou ao
Longo de Cursos D’Água........................................................................................22
4.6 Cobertura Vegetal......................................................................................23
4.7 Hidrografia..................................................................................................24
4.8 Mapa Síntese das restrições Ambientais...................................................25
4.9 Restrições Físicas......................................................................................26
4.10 Estrutura Viária...........................................................................................27
4.10.1 Estrutura Viária da Área Analisada............................................................27
4.10.2 Classificação das Vias...............................................................................27
4.10.3 Diretrizes Viárias existentes na área..........................................................29
4.10.4 Aberturas de Novas Vias............................................................................29
4.10.5 Linhas de transporte público e/ou outros modais......................................31
5 MAPA SÍNTESE DE CONDICIONANTES E DIAGNÓSTICO................... 33
6 FERRAMENTAS DE INTERVENÇÃO NA ÁREA DE ESTUDO................34
6.1 Ferramentas de Intervenção......................................................................34
6.1.1 Abairramento..............................................................................................35
6.1.2 Área de Equipamentos Urbanos Comunitários..........................................36
6.1.3 Organização de Espaços Livres................................................................36
6.1.4 Parklets.......................................................................................................36
6.1.5 Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.....................................................37
6.1.6 Intervenção de Micro Drenagem................................................................38
6.1.7 Sistema Viário e Mobilidade Urbana..........................................................38
6.1.7.1 Sistema Viário...........................................................................................38

6.1.7.2 Mobilidade Urbana....................................................................................40

6.1.8 Horta Comunitária......................................................................................41


6.1.9 Transporte Público e de Passageiros........................................................42
6.1.9.1 Pontos de Parada e Bicicletários...............................................................43

6.1.10 Habitação de Interesse Social...................................................................44


7 PROPOSTA 1: PRAÇA DO CÓRREGO – REVITALIZAÇÃO E
REESTRUTURAÇÃO.............................................................................................46
8 CONCLUSÃO............................................................................................ 48
9 REFERÊNCIAS......................................................................................... 49
5

1 INTRODUÇÃO

O seguinte relatório foi desenvolvido com base em análises que contemplam


três bairros, sendo eles, o Parque Residencial Jundiaí, o Jardim Novo Horizonte e o
Parque Almerinda Chaves. Essas análises abrangem a consolidação desses
espaços, a menção de indicativos legais para o seu desenvolvimento, o uso desses
solos, os equipamentos comunitários disponíveis, seu parcelamento e restrições,
estrutura viária e áreas de interesse e restrições ambientais.
Com esse estudo é possível identificar os problemas existentes na região e
quais ferramentas urbanísticas podem ser aplicadas para um melhor aproveitamento
do solo e sua função social, usando como base a Lei 9.321/2019, o Plano Diretor
Municipal, assim como ferramentas sociais utilizadas com sucesso em outros
municípios.

1.1 Objetivo

O objetivo deste estudo é entender os problemas existentes na região do


bairro Novo Horizonte, Vetor Oeste, e aplicar ferramentas urbanísticas e sociais em
um projeto de Intervenção, onde o uso do solo e sua função social, presente na
Constituição Federal de 1988, seja feita de forma a valorizar o uso em uma escala
menor, como a do pedestre.
Para atingir esse objetivo, o estudo será de forma prática, utilizando
ferramentas digitais para criar mapas e relatórios que demonstrem as necessidades
existentes, a malha urbana e como aplicar as ferramentas urbanísticas e sociais
descritas neste projeto.
6

2 LEVANTAMENTO

2.1 Região de Planejamento – Vetor Oeste

O vetor oeste da cidade de Jundiaí é formado pelas seguintes regiões de


planejamento.
I. Aeroporto: DEA
II. Fazenda Grande: Parque Almerinda Pereira Chaves, Parque
Residencial Jundiaí, Parque Industrial Jundiaí.
III. Jardim das Tulipas;
IV. Medeiros: Jardim Carolina, Chácaras Saudáveis e Encantadoras, Vila
Nova Medeiros, Jardim São Paulo, Chácaras Planalto, Arraial dos
Souzas, Vila Pires, Chácara Nossa Senhora de Fátima, Chácaras
Três Corações, Chácara São Felipe, Chácaras de Recreio Santa
Teresinha, Jardim Teresa Cristina;
V. Parque Residencial Eloy Chaves: Jardim Ermida, Jardim Ermida II,
Jardim Tannus, Parque Residencial Eloy Chaves.

2.2 Formação da Área de Trabalho

Até os anos 2.000, a região Oeste de Jundiaí foi composta por uma grande
área rural, pequenas áreas com parcelamento urbano sem ocupação, e algumas
pequenas partes espalhadas e isoladas com ocupação residencial. Essa região da
cidade inclui também o parque industrial, localizado estrategicamente próximo a
duas Rodovias, Anhanguera e Bandeirantes, que são importantes eixos de ligação
do interior com a capital.
Esse Vetor representou para a cidade a única área livre e extensa que
proporcionava o crescimento de mancha urbana de Jundiaí, e ainda hoje tem um
grande potencial para esse crescimento. No ano de 2004, essa região foi setorizada
no plano de zoneamento do município, onde teve incorporado parte da área rural ao
seu perímetro urbano.
7

A região possui grandes áreas de preservação, devido a recursos hídricos e


a existência de remanescentes florestais.

2.3 Consolidação do Vetor Oeste

O Vetor Oeste teve sua primeira ocupação com as fazendas de café e uva,
que trouxeram um grande desenvolvimento econômico da cidade. Porém com a
decadência do café no início da década de 1960 e do auge da indústria Vinícola no
final da década de 1960, as antigas fazendas foram pouco a pouco cedendo suas
terras a outros usos não agrícolas.
Em 1980 o Bairro Eloy Chaves se consolidou em antigas terras da Fazenda
Ermida, que foi uma grande produtora de café da região, sendo um bairro isolado da
cidade, com ligação apenas pela Rodovia Dom Gabriel Paulino Bueno Couto.
Em 1970 o Distrito Industrial de Jundiaí teve seu estudo de implantação, e
foram definidas duas grandes áreas do lado oeste da cidade, estrategicamente
próximas aos principais fluxos de transporte da época que eram a estrada de ferro
Sorocabana, que ligava Santos a Jundiaí, a Rodovia Anhanguera que ligava São
Paulo a Campinas, a Rodovia Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, que ligava Jundiaí
a Itú e o projeto da Rodovia dos Bandeirantes, paralela à Rodovia Anhanguera.
Apesar da decadência da estrada de ferro após a Revolução Industrial, a
área designada para Distrito Industrial se manteve apta pelas importantes rodovias
que a cruzam, inclusive após a construção da Rodovia dos Bandeirantes na década
de 1980. A formação do Distrito Industrial como área especializada se deu pela
necessidade de interação entre as indústrias para o seu desenvolvimento, pois
apenas pequenas indústrias não atrairiam outros industriais.
Em meados dos anos oitenta o núcleo de sub moradia Varjão, hoje Novo
Horizonte, teve o seu início ocupando a área da extinta Estrada de Ferro
Sorocabana e áreas da Fazenda Grande, se tornando uma extensa região.
Em 1893 os bairros do Poste e Traviú foram consolidados para apoio à
produção rural que acontece até os dias de hoje, com a produção de frutas,
principalmente de uvas, e são bairros que atraem moradores do núcleo de
submoradia devido ao seu comércio e serviços.
8

3 LEGISLAÇÃO

Ao longo deste relatório ficou claro a importância das políticas de leis que se
fazem necessárias nos aspectos analisados em relação ao território, sendo assim,
serão citadas leis que são compreendidas como relevantes para a qualidade de vida
de toda comunidade, essas diretrizes e normativas são importantes para a proteção
e o desenvolvimento sustentável local e dignidade de habitação.

3.1 Lei nº 9.321, de 11 de novembro de 2019 – Plano Diretor Jundiaí

Como o Parque Industrial pertence a região do vetor oeste, são muito


importantes a economia sustentável e o incentivo da tecnologia, ciência e
capacitação dos funcionários para que essa área possa oferecer mais empregos e
tenha como retorno serviços de qualidade, assim como temos uma parte rural, com
o cultivo ainda existente, por isso, os artigos citados abaixo, são relevantes para
essa área.
Título IV - Das políticas públicas, dos planos e instrumentos de gestão, Art.
31.
Capítulo I - Da política de desenvolvimento econômico sustentável.
Seção I - Da Ciência, Tecnologia e Emprego.
Art.32. e Art.33. Que dispõe como objetivos o estímulo à economia, pesquisa,
qualificação dos profissionais e inovações nos setores visando equilibrar a relação
entre emprego, moradia e meio ambiente. E suas diretrizes visa potencializar cada
região, incentivar o comercio e serviços locais para a geração de novos empregos
com profissionais capacitados.
Seção II – Da economia criativa.
Art. 34. e Art.35. Que dispõe como objetivos a criação de novas
oportunidades sociais e redução da desigualdade, ocupação de espaços urbanos
por atividades econômicas criativas e o fortalecimento dos empreendimentos, para
isso suas diretrizes dispõe de revitalizações de áreas degradadas, abandonadas ou
9

inutilizadas com o intuito de desenvolver a economia nesses espaços e fomentar o


desenvolvimento local do setor de geração de renda.
Capítulo II - Da política de desenvolvimento rural, abastecimento e turismo.
Art. 37. Tem como diretrizes o desenvolvimento tecnológico para as
atividades rurais assim como o seu incentivo, para a maior preservação do ambiente
natural.
Subseção I cita a lei nº 9.116 de 14 de dezembro de 2018, onde visa à
recuperação e conservação de paisagens naturais, proteção da biodiversidade.
O vetor oeste possui grandes área verdes e de preservação, devido a
recursos hídricos e a existência de remanescentes florestais, com isso é importante
a implementação de meios para que essas áreas sejam preservadas, um exemplo
disso é o IPTU verde e as políticas de ambientais. Também percebemos que não há
uma medida de resguardo à ocupação da várzea do Rio Jundiaí, a qual é ocupada
por conjuntos habitacionais de interesse social, que cria uma segregação social,
além de risco de alagamentos.
Seção III - Dos Instrumentos de Gestão Ambiental.
Subseção I – Do IPTU verde.
Art. 48. Concede benefícios a imóveis que adotem práticas ecológicas reuso
de água, energia limpa, preservação das áreas de matas e APPs.

Capítulo III - Da política ambiental e do sistema de áreas protegidas.


Seção I - Da Política Ambiental.
Art.53. e Art.54. Tem como objetivos garantir a proteção de recursos
hídricos, ecossistemas e áreas de interesse ambiental, e também recuperar as
qualidades ambientais da região. Suas diretrizes são implantar estratégias para a
conservação dos elementos já citados, minimização dos impactos da urbanização e
a promoção de programas de eficiência energética.
Seção III - Do Sistema de Áreas Protegidas, Espaços Livres e Áreas Verdes.
Art. 60. Tem como diretrizes tratar adequadamente as vegetações
existentes, visar a arborização urbana, interligar espaços livres com as vegetações,
promovendo o bem estar dos habitantes e a minimização dos efeitos negativos da
urbanização, como enchentes e alagamentos.
10

Sabemos que o saneamento básico é um ponto de extrema importância para


toda região, e que precisa de grandes mudanças e melhoras na maioria das
cidades, então, ele deve ser citado neste relatório.
Capítulo IV - Da política e do sistema de saneamento básico.
Art .61., Art. 62. Art. 63. e Art. 64.
Se entende por saneamento, ações visando a saúde pública e a proteção do
meio ambiente, que estão interligadas ao abastecimento de água, coleta e
tratamento de esgoto, sistemas de drenagem das águas pluviais e a gestão dos
resíduos sólidos e a limpeza urbana controlando a transmissão de doenças.
Compreende-se que todos têm o direito de ter saneamento básico de qualidade,
proporcionados pelas autoridades governamentais, que devem promover políticas
que melhorem esses quesitos, programas, projetos e ações que se relacionem com
o saneamento, pois este está ligado diretamente com a saúde da população e a
preservação do meio ambiente e seus recursos.

Foram implantadas várias habitações de interesse social na região, fazendo


com que a população crescesse significativamente, devido a esses novos habitantes
serem de baixa renda a demanda por equipamentos públicos e por transporte
aumenta, e sabemos que a mobilidade urbana nessa área já enfrentava problemas
antes mesmo do crescimento populacional, deste modo as leis de mobilidade urbana
se tornam essenciais para a melhoria desse vetor. Compreende-se também
relevante citarmos as ciclovias, pois estas são de suma importância para a
diminuição dos transportes privados, assim como a infraestrutura de todo esse
transporte deve ser de qualidade e operacional.
Capítulo V - Da política e do sistema de mobilidade.
Art. 69., Art. 70., Art.71. e Art.72.
O sistema de mobilidade urbana integra dos meios de transportes ao
sistema viário da região, e tem como premissa oferecer ampla mobilidade com
qualidade, segurança e proteção aos seus usuários, tem como objetivos melhorias e
acessibilidade nas conduções, prioridade ao transporte público, integração entre os
modais, fluidez no transporte, acessibilidade aos pedestres e sustentabilidade
ambiental propondo a diminuição da poluição causada pelos modais. As diretrizes
abrangem programas, ações e investimentos para proporcionar os objetivos desta
política de lei, compondo esse sistema de mobilidade pela circulação de pedestres
11

disposto no Art.73., ciclovias Art.74., transporte coletivo Art.76. e transporte de


cargas Art.77.

Como já mencionado, o vetor oeste possui muitas implantações de


empreendimentos residenciais de baixo padrão econômico, se fazendo necessária a
citação da política de habitação e regularização
Capítulo VII - Da política de habitação e instrumentos de regularização.
Art. 147. A Política Municipal de Habitação de Interesse Social tem como
objetivos promoção dos direitos à moradia digna, acesso à terra urbanizada,
redução do déficit habitacional, estimulo à produção de Habitações de Interesse
Social pela iniciativa privada e regularização fundiária de interesse social, tendo
como diretrizes o Art. 148. que dispõe promover acesso à terra para a viabilização
desses programas habitacionais, assegurando por meio de instrumentos a utilização
adequada das áreas, priorizando o atendimento dos residentes em áreas insalubres,
de risco ou APP, proporcionar qualidade e conforto aos moradores das HIS assim
como oferecer serviços urbanísticos.

Os equipamentos básicos de uso social são importantes para proporcionar


dignidade de habitação na cidade e a todos os seus moradores, assim como
oferecer serviços básicos de suma importância e proporcionar uma melhora
habitacional, para isso é preciso que as implantações desses serviços sejam
compatíveis com a demanda do território.
Capítulo VIII - Da política de desenvolvimento social e equipamentos
básicos.
Seção I - Do Sistema de Equipamentos Sociais Básicos.
Art. 170., Art. 171. e Art. 172. os equipamentos sociais básicos abrangem as
áreas da educação, saúde, esporte e lazer e assistência social, e seus objetivos são
implantar esses serviços sociais de acordo com a demanda territorial, priorizar os
grupos mais vulneráveis, suprir as necessidades básicas de saúde, educação, lazer,
esporte, cultura e assistência social com a ajuda de investimentos públicos e
privados para que essas diretrizes possam ser cumpridas.
Como a área analisada possui Zona Especial de Proteção Ambiental ZEPAM
que visa proteger áreas com fragmentos de Mata Atlântica e Cerrado, e possui a
12

existência de nascentes e outros corpos d’água se torna essencial citar as leis


abaixo.

3.2 Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006

Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata


Atlântica, a sua proteção e a utilização do Bioma Mata Atlântica têm por objetivo
geral o desenvolvimento sustentável e, por objetivos específicos, a salvaguarda da
biodiversidade, da saúde humana, dos valores paisagísticos, estéticos e turísticos,
do regime hídrico e da estabilidade social.

3.3 Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012

Código Florestal e dispõe sobre a proteção da vegetação nativa, áreas de


Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o
suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e
o controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e
financeiros para o alcance de seus objetivos.

3.4 Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981

Política Nacional do Meio Ambiente, tem por objetivo a preservação,


melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar,
condições ao desenvolvimento socioeconômico com a preservação da qualidade do
meio ambiente e do equilíbrio ecológico.
13

3.5 Lei nº 6.902, de 27 de abril de 1981

Área de Proteção Ambiental onde se proíbe implantação de industrias, obras


de terraplanagem, atividades que provoquem a erosão do solo ou que ameacem
extinguir na área protegida as espécies raras da biota regional

3.6 Decreto nº 18.148, de 07 de fevereiro de 2001

Dispõe sobre a criação de faixas de preservação ao longo de cursos d’água,


lagoas, lagos e assemelhados, visando a manutenção da vegetação natural nela
existente.

3.7 Decreto Estadual nº 43.284, de 3 de julho de 1998

Regulamenta as Leis n.º 4.023, de 22 de maio de 1984, e n.º 4.095, de 12


de junho de 1984, que declaram áreas de proteção ambiental as regiões urbanas e
rurais dos Municípios de Cabreúva e Jundiaí, visando protegê-las para as futuras
gerações, onde estabelece normas de uso conforme as condições locais bióticas,
geológicas, urbanísticas entre outras, desta forma melhorando a qualidade de vida
da população local e também objetivando a proteção dos ecossistemas regionais.
14

4 ANALISE SINTÉTICA DOS CONDICIONANTES

4.1 Uso do Solo Urbano Real

A área analisada contempla três bairros, sendo eles, o Parque Residencial


Jundiaí, o Jardim Novo Horizonte e o Parque Almerinda Chaves.
Através da análise do mapa de uso do solo urbano real, é notório que a área
estudada se consolida majoritariamente como uma área residencial ocupada por
residências do tipo unifamiliar, com algumas residências em situação de risco, como
é o caso das habitações localizadas na Estrada Municipal do Varjão.
Além disso, há a incidência de lotes mistos, principalmente próximo as
residências e dois importantes eixos comerciais da área localizados na Avenida
Eunice Cavalcante de Souza Queirós e na Avenida Presbítero Manoel Antônio Dias
Filho.

Mapa 1 – Uso do solo real. Fonte: Autores (2021).


15

4.2 Equipamentos Comunitários

Na área analisada, há, em sua maioria equipamentos comunitários voltados


à educação, sendo, 2 escolas estaduais, 6 escolas municipais e 2 escolas
particulares, uma de educação infantil e outra de futebol. Além disso, possui
equipamentos voltados à saúde, como 1 Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e 1
Unidade Básica de Saúde (UBS). Dos equipamentos voltados à serviços, possui 1
Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e 1 Centro Comunitário. E
equipamentos de lazer, possui 1 Centro Esportivo.
Devido à falta de outros equipamentos comunitários, voltados,
principalmente a serviços, como, agências bancárias, por exemplo, há a
necessidade de que os moradores se desloquem até o centro da cidade de Jundiaí,
ou a bairros próximos quando necessitam desses serviços.

Mapa 2 - Equipamentos Comunitários. Fonte: Autores (2021).


16

4.3 Locais de Interesse Ambiental e Restrições Ambientais

4.3.1 Área de Proteção Ambiental

No âmbito de proteção ambiental a área pertence a Zona de Restrição


Moderada.

Mapa 3 – Proteção Ambiental. Fonte: Portal GeoJundiaí (2021).

4.4 Zoneamento

A área de trabalho engloba 3 zoneamentos distintos, sendo eles:


1. Zona de Qualificação de Bairros – ZQB;
2. Zona Especial de Interesse Social – ZEIS 1;
3. Zona Especial de Proteção Ambiental – ZEPAM.
17

Mapa 4 – Zoneamento da Área Analisada. Fonte: Portal GeoJundiaí (2021).

4.4.1 Zona Especial de Proteção Ambiental - ZEPAM

As Zonas Especiais de Proteção Ambiental - ZEPAM são porções do


território do Município destinadas à preservação e proteção de patrimônio ambiental,
que têm como principais atributos fragmentos de Mata Atlântica e de Cerrado,
arborização de relevância ambiental, alto índice de permeabilidade e existência de
nascentes e outros corpos d’água, áreas que prestam relevantes serviços
ambientais, entre os quais a conservação da biodiversidade, controle de processos
erosivos e de inundação, produção de água e regulação microclimática e a
consolidação da Zona de Vida Silvestre, como estabelecido pela Área de Proteção
Ambiental de Jundiaí.

4.4.1.1 Artigos que qualificam a área de estudo como ZEPAM

Art. 211. Integram a ZEPAM áreas em todo o território municipal,


preliminarmente identificadas nos Mapas 2 e 4 do Anexo I do Plano Diretor de
Jundiaí, com os seguintes atributos:
II - Manchas de mata nativa secundárias em estágio inicial de regeneração
natural da Mata Atlântica conforme a Lei Federal nº 11.428, de 22 de dezembro de
2006 dentro das APPs descritas na Lei Federal nº. 12.651, de 25 de maio de 2012;
18

IV - Manchas de cerrado maiores que 2.000,00 m².


A ZEPAM possui objetivos distintos previstos na Lei 9.321/2019, Art. 212, Art.
213 e Art. 214, que são definidos como se segue:

Art. 212. São Objetivos da ZEPAM:


I. Conservação da biodiversidade;
II. Conservação de áreas objeto de prestação de serviços ambientais;
III. Proteção e recuperação da cobertura florestal;
IV. Qualificação das áreas verdes públicas;
V. Incentivo à conservação das áreas verdes;
VI. Implantação de corredores ecológicos;
VII. Garantia da disponibilidade e qualidade da água;
VIII. Regulação do microclima;
IX. Garantia da proteção e preservação dos fragmentos florestais de
Cerrado e da Mata Atlântica como os já demarcados no Mapa 4 do
Anexo I do Plano Diretor de Jundiaí, sendo que a preservação dos
estágios médio e avançado de regeneração se dará na forma do art.
280 da mesma Lei e sua caracterização será feita pelo órgão
licenciador competente;
X. Garantia da obediência do previsto para Zona de Vida Silvestre
estabelecida pela Área de Proteção Ambiental de Jundiaí, conforme
art. 4º da Lei Estadual nº 4.095, de 12 de junho de 1984, e o art. 16
do Decreto Estadual nº. 43.284, de 3 de julho de 1998.

Art. 213. São diretrizes da ZEPAM:


I. Ampliar a oferta de áreas verdes públicas;
II. Recuperar os espaços livres e as áreas verdes degradadas, incluindo
solos e cobertura vegetal;
III. Promover interligação entre espaços livres e áreas verdes de
importância ambiental;
IV. Compatibilizar a proteção e recuperação das áreas verdes com o
desenvolvimento socioambiental e com atividades econômicas,
especialmente as de utilidade pública.
19

Art. 214. Com o objetivo de promover e incentivar a preservação das áreas


definidas como de Proteção Ambiental poderá ser aplicado na ZEPAM,
especialmente, o instrumento de Pagamento por Serviços Ambientais - PSA,
conforme definido no Plano Diretor de Jundiaí.

4.4.1.2 Usos permitidos na ZEPAM

Os usos permitidos do solo dentro da ZEPAM, são especificados pelo Art.


215 da Lei 9.321/2019, o Plano Diretor Municipal de Jundiai, onde a maior
preocupação da Legislação é a proteção da vegetação.

Art. 215. São permitidos na ZEPAM os seguintes usos, desde que não
impliquem a supressão de vegetação em estágio médio ou avançado de
regeneração, ressalvadas as hipóteses legais, e sem prejuízo das restrições
previstas em legislação federal e estadual específicas:

I. Pesquisa e desenvolvimento tecnológico;


II. Educação ambiental;
III. Lazer e ecoturismo;
IV. Comércio e serviços de pequeno porte relacionados aos usos
mencionados nos incisos anteriores;
V. Atividades, Obras E serviços envolvidos com o abastecimento público
de água e sua manutenção;
VI. Implantação de áreas verdes do Município;
VII. Atividades, obras e serviços envolvidos com a implantação e
manutenção do serviço público municipal;
VIII. Compensação ambiental;
IX. Atividades públicas de cultura, esporte e educação. § 1º Os usos
regularmente existentes na ZEPAM poderão ser tolerados. § 2º Nas
áreas de ZEPAM ao longo do Rio Jundiaí e à jusante da Rodovia dos
Bandeirantes, será permitida a atividade de mineração.
20

O Quadro 6 do Plano Diretor de Jundiaí, define a Taxa de Ocupação


máxima, a Taxa de Permeabilidade mínima e o Coeficiente de Aproveitamento,
mínimo e máximo, para a ZEPAM.

Tabela 1 – Ocupação, permeabilidade e aproveitamento por zonas.


Permeabilidad
Ocupação Aproveitamento
Zona de Uso do Solo e
Máxima Mínima Mínimo Máximo
Especial Proteção Ambiental 10 80 - 0,3
Fonte: Plano Diretor de Jundiaí (2019).

O Quadro 10 do PD define os Recuos Mínimos das edificações para a


ZEPAM.

Tabela 2 – Recuos mínimos das edificações.


Recuos (m)
Zona de Uso do Solo
Frontal Laterais Fundos
Especial Interesse Social 1
Especial Regularização Fundiária - - -
Especial Proteção Ambiental
Fonte: Plano Diretor de Jundiaí (2019).

O Quadro 11 do PD define a Altura Máxima de Edificações para a ZEPAM.

Tabela 3 – Altura máxima das edificações.


Zona de Uso do Solo Altura Máxima (m)
Zonas Especiais – ZERF e ZEPAM -
Fonte: Plano Diretor de Jundiaí (2019).

4.5 Parcelamento do Solo

A Lei 9.321/2019 de Jundiaí, apresenta restrições ao parcelamento do solo


em áreas de Zona Especial de Proteção Ambiental, como podemos analisar nos
artigos a seguir.
21

Art. 281. O parcelamento do solo para fins urbanos somente será permitido
na Macrozona Urbana na forma definida pelo Plano Diretor.

Art. 282. É vedado o parcelamento do solo:


X. Na Zona Especial de Proteção Ambiental.
§ 1º Nas hipóteses previstas nos incisos VIII e X deste artigo, o
parcelamento do solo será admitido quando:
I. As áreas protegidas forem apenas parte dos lotes gerados no
parcelamento;
II. A impossibilidade de supressão da vegetação for gravada nos lotes
gerados.
§ 2º Para permitir a utilização dos terrenos ou viabilizar a implantação do
sistema viário será admitida a execução de terraplenagem em áreas com
declividade entre 30% e 45% desde que:
I. As obras não impliquem na remoção de manchas de mata nativa
secundárias, de Cerrado e de Mata Atlântica, em estágio médio,
exceto nas situações previstas no artigo 280 desta lei;
II. Não resultem em desníveis acentuados, definidos por taludes ou
arrimos, em relação aos terrenos adjacentes e;
III. Sejam realizadas de acordo com projeto desenvolvido por profissional
habilitado.

4.5.1 Sobre o Parcelamento do Solo em Zonas Especiais de Proteção


Ambiental

Art. 279. São diretrizes para o parcelamento do solo:


III. A preservação e proteção das áreas de mananciais, dos remanescentes
de vegetação nativa, das APPs, imóveis e territórios de interesse histórico e cultural
e bairros consolidados;

Art. 286. O parcelamento do solo deverá ser precedido de aprovação do


Município, atendidas, pelo menos, as seguintes condições:
22

II. Manutenção das florestas e demais formas de vegetação situadas em


encostas com declividade superior a 25° (vinte e cinco graus), de
acordo com os termos previstos nos arts. 4° e 11 da Lei Federal n°
12.651, de 25 de maio de 2012;
III. Garantia de imunidade de supressão, visando à proteção e
preservação dos fragmentos florestais de Cerrado e da Mata
Atlântica, como os já demarcados no Mapa 4 do Anexo 1 do Plano
Diretor, nos estágios médio e avançado de regeneração, na forma
definida pelo órgão licenciador competente, exceto nas situações
previstas no artigo 280 do PD.

4.5.2 Sobre o Parcelamento do Solo em Áreas Próximas a Nascentes ou ao


Longo de Cursos D’Água

A Lei 9.321/2019 de Jundiaí, apresenta também restrições ao parcelamento


do solo em áreas próximas a nascentes e, ou, ao longo de cursos d’água, como
podemos observar nos seguintes artigos.

Art. 286. O parcelamento do solo deverá ser precedido de aprovação do


Município, atendidas, pelo menos, as seguintes condições:
IV. Reserva das faixas referentes às APPs ao longo dos cursos d’água
naturais perenes e intermitentes, áreas no entorno de nascentes e
olhos d’água, e das planícies de inundação (brejo), priorizando a
vegetação nativa existente no local, conforme Lei Federal nº 12.651,
de 25 de maio de 2012;
V. Nas margens de lagos naturais ou artificiais maiores de 1.000 m² (mil
metros quadrados) de espelho d’água, proveniente de barramento de
curso d’agua, dentro da Macrozona Urbana, será obrigatória a reserva
de uma faixa não edificante de 15m (quinze metros) de largura,
medida em projeção horizontal a partir da margem de maior vazão;
23

VI. Reserva de faixa não edificante com largura mínima de 15m (quinze
metros) ao longo de cada lado de talvegue ou eixo de vales secos,
cuja encosta tenha declividade superior a 40% (quarenta por cento);
VII. Destinação de faixa não edificante ou de avenida marginal com
largura mínima de 15m (quinze metros) acrescida das áreas para
taludes, quando necessário, a partir do limite da faixa de domínio das
rodovias e ferrovias, e ao longo das faixas de transmissão.

Art. 287. Não poderá ser alterado, retificado ou desviado nenhum corpo
d’água (córregos, nascentes, lagos e brejos) sem anuência da Unidade de Gestão
de Planejamento Urbano e Meio Ambiente - UGPUMA e autorização do órgão
ambiental estadual competente.

4.6 Cobertura Vegetal

Sobre a área analisada, é possível encontrar dois tipos de vegetação nativa,


o que justifica a qualificação das áreas em ZEPAM.
1. Mata Atlântica;
2. Cerrado.

Mapa 5 – Cobertura Vegetal. Fonte: Portal GeoJundiaí (2021).


24

4.7 Hidrografia

No mapa a seguir, pode-se observar a hidrografia da região, nos bairros do


Novo Horizonte e do Parque Industrial, parte da área analisada diz respeito a corpos
hídricos em estado natural, subterrâneo e artificiais, sendo identificados pelo
diagrama apresentado no GeoJundiai.

Mapa 6 – Hidrografia da Região. Fonte: Portal GeoJundiaí (2021).

No mapa a seguir, pode-se observar a hidrografia e a cobertura vegetal da


região, nos bairros do Novo Horizonte e do Parque Industrial, como síntese da área
de estudo. Podemos observar que a restrição predominante diz respeito a
Vegetação Remanescente de Cerrado, protegida pela Lei 13.550/2009 do Governo
do Estado de São Paulo, onde são determinadas restrições especificas e cuidados
para este tipo de vegetação.
25

Mapa 7 – Hidrografia e Cobertura Vegetal. Fonte: Portal GeoJundiaí (2021).

4.8 Mapa Síntese das restrições Ambientais

Abaixo, o mapa síntese das áreas de interesse ambiental e restrição


ambiental.

Mapa 8 - Mapa Síntese das Áreas de Interesse e Restrição Ambiental. Fonte: Autores (2021).
26

4.9 Restrições Físicas

A área de estudo e intervenção, possui características consideradas


barreiras físicas, que limitam ou seccionam a continuidade do local. As mais
expressivas e sinalizadas nesta análise, são, a existência de linhas de alta tensão e
sua proteção por faixas de servidão e a existência de corpos hídricos com área de
proteção permanente.
As linhas de alta tensão e sua faixa de servidão são protegidas e
controladas pela concessionária CPFL, que determina por diretrizes normativas a
permissibilidade de uso destas áreas, pela GED n° 22 da CPFL.
Os corpos hídricos em si são protegidos por Legislação Federal,
determinada pelo código florestal, a Lei 12.651/2012, a área de APP é de 30m a
partir da borda do corpo hídrico.
O bairro teve seu crescimento ordenado por essas limitações físicas, que
claramente dividem a malha urbana em grandes trechos.

Mapa 9 - Restrições Físicas. Fonte: Autores (2021).


27

4.10 Estrutura Viária

4.10.1 Estrutura Viária da Área Analisada

A estrutura viária da área analisada consolida-se a partir de vias,


predominantemente de circulação, possuindo também algumas de indução e de
acesso ao lote, e dois eixos principais, que se consolidam como eixos comerciais
com vias de concentração.

Mapa 10 - Estrutura Viária da Região. Fonte: Portal GeoJundiaí (2021).

4.10.2 Classificação das Vias

A Lei 9.321/2019, O Plano Diretor de Jundiaí, define:

Art. 217. As vias públicas integrantes do sistema viário do Município são


classificadas de acordo com suas funções urbanísticas, subdividindo-se nas
seguintes categorias:
I. Vias de desenvolvimento regional: compreendem as rodovias e
avenidas marginais e se destinam a atividades vinculadas à indústria,
28

logística e grandes serviços, promovendo o desenvolvimento do


território;
II. Vias de organização do território:
a. Vias estruturais: abrangem grandes porções do território,
estruturam a malha urbana e possuem maior capacidade para
o atendimento das condições de mobilidade;
b. Vias de concentração: apresentam maior concentração dos
usos econômicos (não residenciais) na zona em que está
inserida, porém com capacidade limitada para mobilidade;
c. Vias de indução: vias estratégicas de planejamento, visando
estimular a criação de usos não residenciais e residenciais
multifamiliares, conformam as microcentralidades e/ou
promovem a ligação entre bairros;
III. Vias de proteção de bairro:
a. Vias de circulação: vias predominantemente residenciais e
com possibilidade de outros usos compatíveis com as
residências, sendo normalmente utilizadas para circulação
interna ao bairro residencial;
b. Vias de acesso ao lote: protegem e preservam as
características residenciais dos bairros e possuem fluxo
reduzido de automóveis e pedestres.

§ 1º Quanto à classificação funcional das vias, conforme a Lei Federal nº


9.503, de 23 de setembro de 1997, denominada de Código de Trânsito Brasileiro –
CTB, para as vias urbanas, tem-se que:
I. As vias estruturais são equivalentes à via arterial;
II. As vias de concentração e de indução são equivalentes à via coletora;
III. As vias de circulação podem ser equivalentes à via coletora ou à via
local, a critério da autoridade de trânsito municipal;
IV. As vias de acesso ao lote são equivalentes à via local do CTB.

§ 3º As avenidas marginais das rodovias e das vias estruturais serão


classificadas como vias estruturais para efeito de uso do solo, desde que estejam
devidamente implantadas, em uso público e tenham acesso a partir delas.
29

4.10.3 Diretrizes Viárias existentes na área

Observamos, através das ferramentas disponibilizadas pelo Plano Diretor


Participativo de Jundiaí, que há diretrizes viárias projetadas incidentes na área de
análise (destacadas em vermelho). Além disso, há um projeto de ciclovia (destacado
em roxo) que incide na área.

Mapa 11 - Diretrizes Viárias Incidentes na Área Analisada. Fonte: Portal GeoJundiaí (2021).

4.10.4 Aberturas de Novas Vias

A abertura de novas vias é especificada na Lei 9.321/2019 pelo Art. 221 e


aplicada pela Gestão de Transporte, a aplicação do artigo é obrigatória para
qualquer via na área urbana municipal, dentro ou fora de áreas condominiais.

Art. 221. A abertura de novas vias deverá obedecer às diretrizes definidas


pelo Município quanto ao traçado, aos alinhamentos, às larguras mínimas e aos
raios das curvas de concordância, observadas as condições mínimas estabelecidas
nesta Lei.

§ 1º As larguras mínimas das novas vias, com exceção das situadas em


ZEIS ou ZERF, são as estabelecidas no Quadro 4 do Plano Diretor.
30

Tabela 4 – Largura mínima de novas vias.


Largura mínima de novas vias (metros)
Largura
Largura Leito Ciclovia + Canteiro
Categoria de Via da
Total Carroçável faixa serviço Central
Calçada
Ciclovia 3,50 - - 2,60 + 0,90  
Via de pedestres 4,00 - 4,00 - -
Tráfego Seletivo 8,00 8,00 - -
Acesso lote c/
13,00 7,00 3,00 - -
balão
Acesso lote s/
14,00 8,00 3,00 - -
balão
Circulação 15,00 9,00 3,00 - -
Indução 21,00 10,50 3,50 2,60 + 0,90 -
Concentração 23,00 11,50 4,00 2,60 + 0,90 -
Estrutural 40,00 2 x 10,50 5,00 - 9,00
Fonte: Plano Diretor de Jundiaí (2019).

§ 2° Nas vias estruturais, o canteiro central inclui a ciclovia.


§ 3° As declividades longitudinais das vias públicas deverão situar-se entre
os limites de 0,5% e 10%, exceto para as vias de acesso ao lote e de circulação de
bairro, para as quais serão admitidas declividades de até 15%.
§ 4° Nas vias de acesso ao lote sem saída, deverão ser executados balões
de retorno com dimensões tais que permitam a inscrição de um círculo com raio
mínimo de 10m (dez metros).
§ 5° Os raios mínimos nas curvas de concordância de alinhamentos nas
esquinas estão indicados no Quadro 5 do Plano Diretor.

Tabela 5 – Raios mínimos de concordâncias em esquinas.


Raios mínimos de concordância em esquinas (metros)
Ângulo central da curva de
Demais Vias Via Estrutural
concordância
0° a 39°59' 20,00 30,00
40° a 59°59' 10,00 20,00
60° a 69°59' 8,00 15,00
70° a 109°59' 6,00 12,00
110° a 139°59' 4,00 10,50
140° a 180° 3,00 10,50
Fonte: Autores (2021).
31

§ 6° Nas concordâncias dos alinhamentos de vias com classificações


diferentes, prevalecerão os raios mínimos especificados para as vias de menor
importância de acordo com a classificação para fins de uso do solo.

4.10.5 Linhas de transporte público e/ou outros modais

O transporte público coletivo é um serviço público essencial, definido,


constitucionalmente, mas a realidade desse setor revela diversos problemas como a
incapacidade em atender as demandas por transporte nos horários de pico, tarifas
altas, baixa qualidade do serviço, ônibus e infraestrutura viária em condições de
conservação inadequadas, entre outros problemas.

Após a análise referente as linhas de transporte público da região, podemos


observar que há uma grande diversidade nela. Conforme o mapa de mobilidade,
notamos que as linhas que atendem a região são Jardim Novo Horizonte (579),
saindo do Terminal Hortolândia e as demais saindo do Terminal Eloy Chaves, como
Parque Almerinda Chaves (540), Jardim Novo Horizonte (542), Parque Residencial
Jundiaí I (544) e Parque Residencial Jundiaí II (545).

Mapa 12 - Linhas de Transporte Público na Região. Fonte: Autores (2021).

Os padrões funcionais das vias existentes já são bastante adequados para o


trânsito de veículos. Não há previsão municipal de alteração do padrão funcional das
ruas do entorno. A população de baixa renda é de se esperar que os deslocamentos
sejam feitos, em sua maioria, através de transporte público ou a pé. O transporte
32

público que atende as pessoas que não se utilizam de veículos particulares, é de


fácil acesso, havendo linhas para o outro lado da cidade e para os bairros.
O Município dispõe de uma infraestrutura que está em fase de expansão,
tanto da perspectiva do sistema viário, quanto da infraestrutura operacional dos
serviços de transporte público, aprimorando e consolidando os modais existentes e
buscando alternativas de modais.
Uma percepção adquirida no decorrer do trabalho é que a questão da
mobilidade urbana ainda é tratada da perspectiva das condições de circulação de
pessoas e bens no ambiente urbano, colocando o transporte público de passageiros
como ponto central para desenvolvimento da mobilidade. O serviço de transporte
urbano é relevante para esta temática, mas a mobilidade deve ser encarada de uma
perspectiva ainda maior, o transporte público é um mecanismo, enquanto a
mobilidade é determinada pelas relações oriundas da circulação de pessoas e bens.
33

5 MAPA SÍNTESE DE CONDICIONANTES E DIAGNÓSTICO

Através da análise das restrições, tanto físicas quanto legais referentes a


área analisada, foi possível criar o seu mapa síntese de condicionantes. Como pode
ser observado no mapa abaixo, há uma ampla área com deficiência relacionada a
Equipamentos Comunitários e dois principais eixos comerciais na área, localizados
na Avenida Eunice Cavalcante de Souza Queirós e na Avenida Presbítero Manoel
Antônio Dias Filho.
Há ainda, um importante eixo viário, localizado na Avenida José Benassi,
que está localizada bem no limite da área de análise.
Há também restrições físicas relacionadas as linhas de alta tensão e corpos
hídricos e áreas de preservação permanente.

Mapa 13 – Mapa Síntese de Condicionantes e Diagnóstico. Fonte: Autores (2021).


34

6 FERRAMENTAS DE INTERVENÇÃO NA ÁREA DE ESTUDO

Como base para aplicação de intervenções na área de estudo, deve-se


seguir a Lei 9.321/2019, o Plano Diretor Municipal, onde na fase de avaliação, foi
usada como base para entender as restrições jurídicas e legislativas do que pode
ser aplicado.
O Plano Diretor de Jundiai, engloba diversas medidas que podem ser
aplicadas para intervir de maneira consciente e pontual no Bairro do Novo Horizonte,
algumas medidas, ainda pendentes, devem ser elaboradas ao longo do tempo com
base em artigos específicos, que prevê mudanças em alguns documentos que
completam a Legislação vigente.

6.1 Ferramentas de Intervenção

A intervenção na área de estudo tem como objetivo principal a humanização


da região, tornando uma área precária e com problemas já identificados, em um
local onde o desenvolvimento familiar, comercial e ambiental, prosperem de forma
crescente.
Para alcançar esse objetivo foram definidas algumas ferramentas
legislativas, sociais, urbanísticas e territorial, sendo elas:
1. Mudança do abairramento da área de trabalho;
2. Identificação de locais para inserção de AEUC;
3. Organização dos espaços livres;
4. Utilização de parklets nos eixos comerciais;
5. Implantação da gestão integrada de resíduos sólidos;
6. Intervenção de micro drenagem;
7. Implantação das diretrizes viárias;
8. Implantação de horta comunitária e áreas verdes;
9. Priorização da mobilidade urbana;
10. Implantação de Habitação de Interesse Social (HIS).
35

6.1.1 Abairramento

Através da análise do mapa de uso do solo urbano real, pode-se observar


que a única área presente nos limites de análise, que pertence ao bairro Parque
Industrial, é também a sua única área residencial. Por isso, e por entendermos que
há um diálogo maior dessa área com a do bairro Novo Horizonte, propomos a
mudança do abairramento, englobando-a ao bairro Novo Horizonte.
Além disso, o bairro Parque Industrial ficaria destinado exclusivamente ao
uso a que se propõe, sendo assim, a legislação pode favorecer o uso industrial sem
que exista intervenção residencial na região.

Mapa 14 - Limites do Abairramento. Fonte: Geo Jundiai/ Autores (2021).


36

6.1.2 Área de Equipamentos Urbanos Comunitários

Devido a inexistência de áreas de Equipamentos Urbanos Comunitários em


partes de áreas de estudo, parte do projeto de intervenção prevê a inserção destes
equipamentos em locais pré-definidos, como prevê o parágrafo 2 do Decreto Federal
7341/2010.
A área mais afetada pela falta de AEUC é o setor oeste da área, sua
proximidade com a área industrial e algumas vias de alto fluxo, e o loteamento
visando a maximização de lotes disponíveis, ocasionou a falta dessas áreas. O local
tinha previsão para atendimento à população de baixa renda, o que ajudou, na visão
no Município a aprovação de um projeto que previa a maior quantidade possíveis de
Lotes, fato criticado na época e retificado na Lei 9.321/2019.

6.1.3 Organização de Espaços Livres

Este processo é definido pela identificação e catalogação de espaço livres


não utilizados pelo poder público para que as outras ferramentas possam ser
implantadas de forma simplificada. A Ferramenta GeoJundiai, da Prefeitura
Municipal de Jundiai, possui o cadastro atualizado destas informações.

6.1.4 Parklets

De acordo com o Decreto 26.524/16, que autoriza a instalação de parklet no


sistema viário público, como opção de extensão temporário de passeio público,
como prevê o Art. 1. O parklet é uma forma eficaz de trazer as pessoas ao espaço
público com segurança e conforto, utilizando em sua essência o Urbanismo Tático
para sua concepção (LITTKE, 2016).
A instalação de Parklet no território urbano de Jundiai é regulamentada por
um Manual, previsto no Decreto 26.524/16 e deve seguir padrões e modelos
específicos.
37

Figura 1 - Tipologias de Parklet. Fonte: Manual de Implantação, Prefeitura de Jundiaí (2016).

6.1.5 Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

A cidade de Jundiaí possui um programa de gestão de resíduos sólidos,


obrigatório de acordo com Política Nacional de resíduos Sólidos (PNRS) – Lei
Federal nº 12.305/2010, cabendo a cada município sua implantação de acordo com
a Lei Federal nº 11.445/2007 (Lei Nacional de Saneamento). (SECRETARIA DE
MEIO AMBIENTE, Estado de São Paulo. 2021).
A inserção no processo de intervenção consiste na aplicação do sistema
VEOLIA, criado e implantada pela AESIA em Buenos Aires. A cidade conta com um
cadastro para empresas e comércios geradores de resíduos sólidos, onde a
implantação de pontos de coleta e caçambas de contenção são solicitadas e
instaladas na via pública, assim como em diversos pontos mais adensados da
cidade, principalmente próximo ao centro cultura e de turismo. (BUENOS AIRES,
RSU. 2021).
O projeto consiste na instalação de caçambas contentoras ao longo dos
eixos comerciais do Bairro Novo Horizonte, compostos pela Av. Presbítero Manoel
Antônio Dias Filho, AV. Gino Lenin Ferrazo e Av. Eunice Cavalcante de Souza
Queiroz.
38

Figura 2 - Caçambas Contentores em Buenos Aires. Fonte: Google Street View (2021).

6.1.6 Intervenção de Micro Drenagem

O projeto de implantação de micro drenagem consiste na implantação de


canteiros verdes e valorização de permeabilidade do solo, principalmente próximo a
corpos hídricos. Na região, principalmente próximo a ZEIS, diversas edificações
ainda possuem sistema de descarga de esgoto diretamente no solo, sistema público
ou corpos hídricos. A reestruturação próxima a corpos hídricos visa atender essa
demanda e preservar esses corpos hídricos.

6.1.7 Sistema Viário e Mobilidade Urbana

6.1.7.1 Sistema Viário

Com a implantação de um novo terminal no local, previsto por projeto de


Complexidades, o sistema viário da região deve atender as novas linhas de ônibus
que passam a transitar dentro do bairro, e não somente nas vias de estruturação
existentes. O sistema viário atual conta com grande parte das vias categorizadas
39

como Vias de proteção e circulação, com eixos comerciais categorizados com Vias
de Indução e Concentração.
As vias de proteção e circulação passariam a ser fechadas, próximo à áreas
comunitárias e públicas, visando a valorização da escala humana no local, essa
redução de trafego no local, é essencial para que a população local tenha acesso a
via pública e sinta-se segura para explorá-la. (GEHL & SVARRE, A VIDA NA
CIDADE: COMO ESTUDAR).
A análise inicial, determinou as vias com maior fluxo de veículos na região,
incluindo vias categorizadas como Concentração, Estruturais e de Indução, sendo
essas vias com porte e capacidade para receber o transporte público municipal, sem
que seja prejudicado a classificação de vias menores, barulho e fluxo de veículos em
locais onde a ideia principal é valorizar a escala humana. Sendo assim, o projeto
implanta alguns conceitos, sendo eles:
1. Via Expressa: Vias onde o fluxo de veículos é maior, com linhas de
ônibus que priorizem o acesso direto a outros terminais da cidade,
rodovias ou outros marcos.;
2. Via de Alimentação: São vias que visam atender a população do
bairro no que diz respeito ao transporte público municipal, sendo
nelas a implantação de diretrizes e ferramentas, assim como pontos
de parada.

Mapa 15 - Classificação de vias para acesso de Transporte Público. Fonte: Autores (2021).
40

6.1.7.2 Mobilidade Urbana

Uma das propostas de mobilidade urbana no local, é a readequação do


sistema de ciclovias. Essa readequação, visa a inserção do traçado de ciclovias
previstas na Lei 9.321/2019, especificamente o Art. 74, inciso II. O plano diretor não
possui especificidades para atender certas determinações de implantação e uso das
ciclovias, ficando a cargo de documentos como o Caderno Técnico para Projetos de
Mobilidade Urbana, fornecido pela Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana
(SeMob) e o Ministérios das Cidades, fornecem informações técnicas para esses
fins.
As ciclovias devem ter dimensão mínima de 1,20m de largura unidirecional e
2,50m de largura para faixas bidirecionais.

Figura 3 - Larguras das Ciclovias. Fonte: SeMob (2016).

O plano diretor atual, prevê a implantação de Ciclovias por toda extensão do


território urbano de Jundiai, na região de estudo, a Ciclovia acompanha as diretrizes
de expansão viária na Estrada do Varjão e Av. José Benassi.
O projeto de intervenção visa expandir a ciclovia para que haja uma
interação do sistema no bairro, principalmente na região prevista na Proposta 01, a
praça do córrego.
41

Mapa 16 - Sistema Ciclo viário. Fonte: GeoJundiai (2021).

6.1.8 Horta Comunitária

A Horta Comunitária em Jundiaí, instituída pela Lei 8955/2017, mas, por


motivos burocráticos e legais a Prefeitura Municipal ainda não institui números
validos de permissões e concessões de espaços púbicos para que elas sejam
implantadas.
A implantação desta ferramenta visa alinhar o interesse da população de
baixa renda, residente no bairro, uma oportunidade de produção própria de
alimentos básicos. A escolha do espaço visa atender a proximidade da ZEIS, local
de pessoa com menor renda per capita.
42

Mapa 17 - Localização da Horta Comunitária. Fonte: Autores (2021).

6.1.9 Transporte Público e de Passageiros

O transporte público na região, ampliado devido a implantação do Terminal


Municipal, tende a crescer com a implantação de novas linhas. O projeto visa
aumentar a quantidade de pontos de ônibus ao longo das vias de indução e
concentração, reduzindo assim o tamanho do percurso necessário da população
para ter acesso ao transporte público. Segundo estudo realizado pela Moovit
(Relatório Global Transporte Público do Moovit, 2019), o aumento no tempo de
espera nas viagens e pontos, tem aumentado nos últimos anos consideravelmente,
sendo assim, o projeto pretende reduzir o tempo de espera entre pontos, assim
como a implantação de pontos expressos, ao longo das vias estruturais, onde as
linhas de ônibus expressas estão previstas a transitar.
O sistema de transporte público deve atender a requisitos mínimos de
sistema para que funcione de maneira adequada, sendo eles, velocidade média de
deslocamento, distância média entre pontos de parada e acessibilidade.
(VASCONCELLOS, 2020).
43

6.1.9.1 Pontos de Parada e Bicicletários

O projeto visa a adequação e ampliação da oferta de pontos de parada nas


vias expressas e de alimentação no bairro, de acordo com a SEDU/SP - NTU
(2002), a distância máxima que o pedestre deve caminhar até o ponto é de 500
metros e a distância média recomendada entre pontos de parada de 400 a 600
metros.
Em levantamento, foram identificados alguns pontos e parada nos eixos
comerciais, o projeto visa a modificação do modelo existente, com a implantação de
pontos de parada com bicicletário, próximo à área de reestruturação do córrego,
parte da proposta 01 de intervenção.
A SITU instalou pontos de parada em principais vias como, Av. Eunice
Cavalcante de Souza Queirós, Av. Gino Lenin Ferrazo, Av. Jovino Furkin, Estrada
Municipal do Varjão, Av. Presbítero Manoel Antônio Dias Filho, Av. Madre Teresa de
Calcutá, Rua Mariano Latorre, Av. Profeesor Raymundo Faggiano, Av. Professora
Daniela Lourençon, Av. Daniel Pelizzari e Av. Pastor Francesco Ciamarella. A
distribuição dos pontos atende as especificações técnicas da ARTESP, e,
urbanísticas mínimas para atender parte da população.
Com a implantação do novo Terminal, o projeto visa remover as linhas que
não sejam inter-terminais e colocá-los dentro da malha viária do bairro.
Os pontos de parada próximo a áreas de concentração de público, serão
complementados pelo Bicicletário, assim como pontos próximos a via Estrutural com
acesso a Ciclovia. Os pontos usaram modelo básico, com maior conforto, visando
proteção lateral de vidro, coberturas maiores e área destinado ao bicicletário na
parte traseira.
44

Figura 4 – Modelo de pontos de parada com bicicletário. Fonte: Minilua (2015).

6.1.10 Habitação de Interesse Social

Como previsto em projeto, a implantação do HIS vem como opção para


atender a demanda de moradia na cidade de Jundiai, visando desafogar a ZEIS na
Estrada Municipal do Varjão, foi projetado e implantada no Lote junto a Av.
Francisco Roveri.

Mapa 18 – Local de Implantação do HIS. Fonte: Autores (2021).


45

Figura 5 – Perspectiva Habitação de Interesse Social. Fonte: Doma (2020).


46

7 PROPOSTA 1: PRAÇA DO CÓRREGO – REVITALIZAÇÃO E


REESTRUTURAÇÃO

Para resolver tão quanto a questão de AEUC como de preservação


ambiental presente na região, uma das principais propostas do projeto é a
Reestruturação, Revitalização e Reformulação da área onde existe um corpo hídrico
e vegetação nativa, que cruza o bairro, partindo da Av. Ângelo Pellicciari até a Av.
Presbítero Manoel Antônio Dias Filho. O conteúdo do projeto tem semelhança ao
recente Projeto de Revitalização do Rio Jundiai na Região da Vila Arens. Consiste
na Reestruturação do corpo hídrico de forma a preservar sua função ambiental,
assim como ampliar as áreas de preservação ambiental e reformulação do sistema
de micro drenagem local.

Mapa 19 – Área de Intervenção. Fonte: Autores (2021).

A proposta consiste em atender diversos pontos apresentados na proposta


de intervenção, incluindo a revitalização da área, reestruturação de micro drenagem
de todo o córrego, inserindo uma nova estrutura, evitando assim saídas clandestinas
de esgoto, organização dos espaços livres para atender a demanda de áreas
públicas de encontro, pensando exclusivamente na escala humana.
47

Também será inserida uma ciclovia concedendo acesso entre os blocos


cortados por diretrizes viários e eixos comerciais, assim como passarelas, caminhos
de passeio com piso drenante, jardins com bancos, fontes e bebedouros, banheiro
público, praça infantil e espaço para feira pública.
Os pontos de parada serão feitos de alumínio com cobertura mínima de
3,50m, para maior cobertura e conforto do usuário, com o bicicletário comunitário
acoplado.
A escolha da região em analise para que seja inserido o projeto, além de
aplicar todas as ferramentas de intervenção escolhidas, é a área que poderá ser
integrada ao bairro de forma inteligente valorizando o acesso a população ao tecido
urbano, com um equipamento inexistente hoje, devolvendo assim os espaços vazios
ao uso da população.

Figura 6 – Projeto de Intervenção. Fonte: Autores (2021).


48

8 CONCLUSÃO

Após todas as análises, foi possível observar que os bairros estudados, até
antes de 2000 representavam para a cidade de Jundiaí as únicas áreas livres de
grande extensão que permitia o crescimento da mancha urbana, porém esse
crescimento foi ocorrendo e gerando problemas como, habitações em situações de
risco, uma defasagem de equipamentos comunitários e de serviços, que acabam
fazendo com que os moradores desses bairros tenham que se deslocar para o
centro da cidade ou outros bairros melhor equipados, que representam distâncias
consideráveis, para suprir suas necessidades.
Foi observado também uma grande Zona Especial de Interesse Social com a
implantação de várias habitações sociais, o que torna a área ocupada por uma
parcela maior de pessoas de baixa renda, assim aumentando a demanda por
equipamentos públicos e transporte.
Por conta dessas demandas, e a necessidade de deslocamentos, percebe-
se um considerável problema na mobilidade do local de análise, tendo pouca
disponibilidade de ônibus, linhas e a falta de conforto oferecido para os usuários que
utilizam esse modal, e a falta de acessibilidade para os pedestres, e de ciclovias.
Por fim, observamos a importância do conhecimento sobre as leis que
regem o meio ambiente, devido a área possuir grandes manchas de Ambiente de
Preservação Permanente, assim como nascentes e corpos hídricos.
Em relação ao processo de intervenção, as ferramentas apresentadas são
usadas em grandes planos ao redor do Brasil, recomendadas por grandes
Urbanistas, como soluções essenciais para que se construa uma cidade inclusiva a
toda a população. O projeto visou atender a demanda da população por espaços
públicos e familiares, devolvendo a malha urbana espaços onde o pedestre tenha
uma opção de convívio. A inserção de novos caminhos da Ciclovia demonstra a
preocupação em facilitar o acesso ao bairro por modal mais próximo a escala do
pedestre.
Todo o sistema viário passa a fortalecer o compromisso do projeto em
devolver espaços ao pedestre, determinando eixos viários e de transporte público,
dificultando o acesso de veículos ao restante das vias de acesso ao lote.
49

9 REFERÊNCIAS

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9.321, de 11 de novembro de 2019. Lei nº 9.321, de 11 de novembro de 2019.
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JUNDIAÍ, Prefeitura de. Plano Diretor do Município de Jundiaí - Lei


9.321/2019. Disponível em: https://geo.jundiai.sp.gov.br/geojundiai/PD.jsp. Acesso
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50

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https://www.mobilize.org.br/midias/pesquisas/transporte-ativo---projetos-de-
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