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As causas do fracasso escolar na percepção de professores 
do ensino fundamental 
 
 
 
 
Resumo   
A  presente  pesquisa  teve  como  objetivo  compreender  as  Fernanda Aparecida Szareski Pezzi 
causas  do  fracasso  escolar,  entendido  como  a  distorção  UNISINOS 
entre  idade  e  série/ano  de  dois  ou  mais  anos  de  ensino,  nandaszareski@yahoo.com.br 
através  da  percepção  de  três  professoras  de  classes  de   
aceleração  da  aprendizagem  de  uma  escola  da  rede   
municipal  de  ensino  de  São  Leopoldo/RS.  Para  coleta  de   
dados  foi  utilizada  a  técnica  de  grupo  focal.  Os  resultados  Angela Helena Marin 
foram  examinados  por  meio  da  análise  de  conteúdo  Universidade do Vale do Rio dos Sinos 
qualitativa,  considerando  os  pressupostos  do  pensamento  marin.angelah@gmail.com 
sistêmico.  Os  resultados  corroboram  com  a  literatura  da   
área  sobre  as  causas  envolvidas  na  produção  do  fracasso 
escolar,  evidenciando  aspectos  relacionados  aos  alunos  e 
suas  famílias,  aos  professores  e  também  a  questões 
institucionais  e  culturais,  revelando  a  complexidade  do 
fenômeno.  Os  professores  ainda  destacaram  que  se 
consideravam como importantes atores para superação do 
fracasso escolar.  
 
Palavras‐chave: Fracasso escolar, Professores, Ensino 
fundamental.  
 
 
 
 
 
 

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X Anped Sul
As causas do fracasso escolar na percepção de professores do ensino fundamental 
 Fernanda Aparecida Szareski Pezzi ‐ Angela Helena Marin 

Apresentação 
A  presença  de  dificuldades  de  aprendizagem,  reprovações  e  evasão  escolar  é 
recorrente na história do contexto escolar brasileiro, mas ainda pouco se conseguiu fazer 
para  alterar  essa  realidade  (FORGIARINI  e  SILVA,  2007;  PINHEIRO  e  WEBER,  2012),  de 
modo que o fracasso escolar ainda se mantém como um dos mais graves problemas do 
sistema educacional (DAMIANI, 2012). Atualmente, as taxas de distorção idade‐série/ano 
(23,4%), reprovação (10,3%) e abandono escolar (3,1%) no ensino fundamental continuam 
sendo  significativas  e  preocupantes  (IBGE,  2010).  Assim,  impõe‐se  como  um  desafio  à 
qualidade do sistema de ensino brasileiro o acesso à aprendizagem e a permanência de 
todos os alunos na escola (FORGIARINI e SILVA, 2007).  

Dessa  forma,  faz‐se  importante  que  o  fracasso  escolar,  também  referido  como 
reprovação, baixo rendimento, distorção idade‐série/ano e dificuldade de aprendizagem 
(ZAGO,  2011),  seja  estudado  e  discutido  pelos  profissionais  da  saúde,  em  especial  os 
psicólogos,  porque  a  sua  manifestação  e  vivência  podem  trazer  sofrimento  e  ter 
implicações  clínicas  importantes,  como  evasão  escolar,  abuso  de  drogas,  problemas  de 
conduta  (KAMAL  e  BENER,  2009)  e,  ainda,  como  aponta  Delors  (1998),  pode  suscitar 
situações de exclusão, considerando a lacuna que se produz no plano moral, humano e 
social. Portanto, o fracasso escolar não é apenas um problema educacional, mas possui 
repercussões  individuais  e  sociais,  tendo  em  vista  o  maior  risco  de  marginalização 
econômica e social dos indivíduos que o experienciam (ULLASTRES, 2003).  

Frente  ao  exposto,  destaca‐se  a  necessidade  da  realização  de  estudos  acerca 
desse fenômeno complexo e multideterminado (LAHIRE, 2004; ULLASTRES, 2003). Assim, 
a  presente  pesquisa  teve  como  objetivo  compreender  as  causas  do  fracasso  escolar, 
entendido  como  a  distorção  entre  idade  e  série/ano  de  dois  ou  mais  anos  de  ensino, 
através  da  percepção  de  três  professoras  que  atuavam  em  classes  de  aceleração  da 
aprendizagem1.  Trata‐se  de  um  recorte  de  uma  pesquisa  maior,  que  envolve 
adolescentes,  pais  e  professores  na  busca  da  compreensão  desse  fenômeno.  Os  dados 

                                                            
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Esse  programa  tem  como  objetivo  desenvolver  novas  práticas  pedagógicas  para  os  alunos  que  não 
conseguiram  se  beneficiar  da  escolarização  em  tempo  regular,  conforme  orienta  a  Lei  de  Diretrizes  e 
Bases da Educação Nacional (LDBEN) n. 9.394/1996, a Resolução CNE/CEB 4/2010 e o Parecer CNE/CEB 
7/2010 do Conselho Nacional de Educação. 

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foram analisados à luz da abordagem sistêmica, que possibilita o entendimento de que na 
produção do fracasso escolar aspectos individuais, familiares e escolares interatuam.   

A busca pelas causas do fracasso escolar no contexto educacional brasileiro 
Os  primeiros  estudos  localizados  na  literatura  brasileira  sobre  o  fracasso  escolar 
remetem  à  década  de  1940.  Esses  trabalhos  foram  desenvolvidos  por  órgãos 
governamentais, que buscavam subsidiar a formulação e a avaliação de ações e políticas 
na área da educação. A psicologia fazia‐se presente nas pesquisas devido à preocupação 
com a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de crianças que apresentavam fracasso 
na  escola  (ZUCOLOTO  e  PATTO,  2007),  as  quais  normalmente  eram  submetidas  à 
avaliação  psicológica  (ANGELUCCI,  et  al.,  2004;  PATTO,  1990).  Logo,  as  causas  para  o 
fracasso  escolar  nessa  época  centravam‐se  nos  alunos,  considerados  como  incapazes 
para  aprender  (ASBAHR  e  LOPES,  2006).  A  partir  desse  entendimento,  as  explicações 
medicalizantes  ou  patologizantes  ganharam  força,  pois  se  acreditava  que  o  aluno  com 
dificuldades escolares deveria ser tratado (ZUCOLOTO e PATTO, 2007). 

Até o início da década de 70, a busca pelas causas do fracasso escolar concentrou‐
se  nos  determinantes  do  baixo  rendimento  escolar  e  a  ênfase  continuava  a  ser  nas 
variáveis  externas  ao  sistema  de  ensino.  Somente  a  partir  da  segunda  metade  dessa 
década que algumas pesquisas passaram a investigar temáticas voltadas à burocratização 
da escola e a sua influência sobre a qualidade do trabalho docente, a distância entre as 
culturas escolar e popular, a inadequação do material pedagógico e a discriminação das 
diferenças  no  contexto  escolar.  Nesses  estudos  levava‐se  em  conta  a  tese  norte‐
americana  da  carência  cultural  (ANGELUCCI  et  al.,  2004),  que  destacava  a  escola  como 
inadequada  às  características  psíquicas  e  culturais  de  crianças  e  adolescentes  carentes 
(ASBAHR e LOPES, 2006).  

Nos  anos  que  seguiram  (década  de  80),  as  pesquisas  realizadas  foram  marcadas 
tanto  pela  repetição  como  pela  renovação  das  temáticas,  pois  continuaram  os  estudos 
que psicologizavam o fracasso escolar, fundamentados na tese da carência cultural, mas 
as  questões  sociais  também  começaram  a  ser  alvo  de  reflexão,  destacando‐se  o  lugar 

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social  da  escola  inserida  em  uma  sociedade  de  classes.  Portanto,  o  fracasso  escolar 
passou  a  ser  entendido  não  somente  como  responsabilidade  do  aluno,  mas  também 
como produção da própria escola (ANGELUCCI et al., 2004).  

Já  a  partir  dos  anos  90,  as  pesquisas  que  investigavam  o  fracasso  escolar 
assumiram duas tendências (ANGELUCCI et al., 2004). Na primeira delas, culpabilizava‐se 
os alunos e suas famílias (ANGELUCCI et al., 2004; ASBAHR e LOPES, 2006; ZUCULOTO e 
PATTO,  2007)  e,  na  segunda,  ele  era  entendido  como  decorrente  de  causas 
intraescolares,  atribuindo‐se  aos  professores  ou  a  questões  institucionais  e  políticas  da 
escola a responsabilidade pela reprodução das desigualdades sociais, que acabavam por 
reforçar  as  dificuldades  escolares  (ANGELUCCI  et  al.,  2004;  COLLARES,  1992;  PATTO, 
1990).  

As pesquisas que culpabilizavam os alunos pelo fracasso escolar, pontuavam que 
ele  era  decorrente  de  prejuízos  na  capacidade  intelectual  e  emocional,  destacando  a 
organização  psíquica  imatura,  que  poderia  causar  problemas  psicomotores  e  inibição 
intelectual,  responsáveis  pelos  prejuízos  na  aprendizagem  (ASBAHR  e  LOPES,  2006). 
Contudo,  essas  limitações  não  estavam  relacionadas  à  tese  da  carência  cultural,  mas  às 
relações familiares patologizantes (ANGELUCCI et al., 2004), pois predominava a ideia de 
que a escola seria o local em que o potencial de cada aluno encontraria condições ideais 
para se desenvolver. Conforme Angelucci et al. (2004), a tarefa da criança seria, portanto, 
aprender nesta realidade inquestionável.  

Assim, os professores e os demais profissionais da escola tendiam a buscar por um 
laudo  médico  revelador  das  causas  individuais  das  dificuldades  escolares  (ASBAHR  e 
LOPES, 2006), justificando‐as pelas verminoses, desnutrição ou outra condição de saúde 
física  ou  mental  adversa  (COLLARES,  1992).  A  mesma  concepção  perpassava  a  visão  de 
psicólogos, pois embora eles considerassem a participação da escola na compreensão das 
queixas escolares, muitos tendiam a atribuí‐las às condições de saúde psíquica, problemas 
de  alimentação  e  desestrutura  familiar,  tendo  como  foco  de  intervenção  as  crianças  e 
seus familiares (CABRAL e SAWAYA, 2001).  

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No que concerne especificamente à família, alegava‐se que a estrutura familiar não 
favorecia o desempenho escolar dos alunos, uma vez que os pais tendiam a não valorizar 
a  escola  e  a  terem  tempo  para  dar  atenção  aos  seus  filhos  (ASBAHR  e  LOPES,  2006). 
Aspectos  como  o  analfabetismo  dos  progenitores,  violência  doméstica,  separação 
conjugal,  entre  outros,  eram  utilizados  para  explicar  o  fracasso  escolar,  eximindo  a 
responsabilidade da escola e dos professores (MAZZOTTI, 2006). 

Em contraposição aos estudos que responsabilizavam o aluno e a sua família pelo 
fracasso  escolar,  havia  pesquisas  que  consideravam  os  aspectos  intraescolares, 
afirmando  que  os  professores  e  o  sistema  educacional  não  conseguiam  dar  conta  da 
educação  das  crianças  (ANGELUCCI  et  al.,  2004).  No  que  se  refere  aos  professores, 
argumentava‐se  que  eles  não  estariam  preparados  tecnicamente  para  suprir  as 
dificuldades  de  aprendizagem  de  seus  alunos  (ANGELUCCI  et  al.,  2004).  Já  os  trabalhos 
que discorreram sobre a lógica excludente e a política da escola ponderaram que como 
uma  instituição  social  inserida  numa  sociedade  de  classes,  na  escola  não  haveria  uma 
distribuição  igualitária  de  habilidades  e  conhecimentos,  bem  como  ressaltavam  a 
violência praticada pela escola ao fundamentar‐se na cultura dominante e não valorização 
da cultura popular (ANGELUCCI et al., 2004).  

Na atualidade, as tendências relacionadas à culpabilização do aluno, de sua família 
e dos aspectos intraescolares continuam vigentes (PINHEIRO e WEBER, 2012). Por outro 
lado,  pesquisas  atuais  já  consideram  o  contexto  social  em  que  o  fracasso  escolar  é 
produzido e  destacam  as  relações  entre  os  alunos,  suas  famílias  e  a  escola  como  tendo 
influência  na  sua  produção.  Martini  e  Del  Prette  (2005)  e  Zago  (2011)  destacaram  a 
multiplicidade  de  fatores  envolvidos  no  fracasso  escolar,  salientando  que  ele  deve  ser 
abordado a partir das relações sociais, de modo a desmistificar as explicações fundadas 
na falta de interesse dos pais ou na cultura de origem dos alunos. No presente trabalho a 
ênfase será dada aos professores e sua compreensão sobre o fracasso escolar.  

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Método 
Participaram do estudo três professoras que atuavam em classes de aceleração da 
aprendizagem  de  uma  escola  municipal  de  São  Leopoldo/RS.  Trata‐se  de  uma  pesquisa 
exploratória  e  transversal,  com  delineamento  qualitativo.  Os  dados  foram  coletados 
através de um Grupo Focal realizado na escola, com duração de 1hora e 40minutos. Todas 
as questões éticas foram asseguradas às participantes, conforme a Resolução 016/2000, 
do Conselho Federal de Psicologia e a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. 
As  falas  foram  examinadas  por  meio  da  análise  de  conteúdo  qualitativa  (BARDIN,  1977; 
LAVILLE e DIONE, 1999).  

Resultados e discussão 
O  foco  de  análise  foi  buscar  identificar  as  causas  que  professoras  de  classes  de 
aceleração da aprendizagem atribuíam ao fracasso escolar. Os resultados indicaram que 
elas  reconheciam  a  complexidade  de  causas  presentes  na  construção  desse  fenômeno, 
designando‐o  ao  aluno,  suas  famílias,  a  si  próprios  como  professoras  e  a  questões 
institucionais e culturais, conforme segue. 

No  que  diz  respeito  ao  aluno,  as  professoras  destacaram  a  falta  de  maturidade, 
disciplina  e  as  dificuldades  na  aprendizagem,  especialmente  nos  anos  iniciais  de  ensino: 
“A  própria  imaturidade  deles,  várias  questões  que  fazem  o  aluno  reprovar”(P1)2; 
“Dificuldades de aprendizagem” (P2); “Eram 60 alunos, multimega repetentes, mas não por 
questões  assim  cognitivas,  mas  por  questão  de  disciplina,  eram  alunos  totalmente 
indisciplinados”(P1);  “Alguns  tinham  consciência  e  diziam:  ‘realmente  professora  eu 
aprontava muito!’”(P1). Salientou‐se, ainda, o sentimento de desvalorização dos próprios 
alunos:  “Essa  desvalorização  acho  que  grita  mais  no  momento  que  a  gente  toca  eles  e  já 
ficam assim arredios. Sabe? Até depois eles vão se acostumando, mas eles tem medo de ser 
reconhecidos, de fazer eles despertar. Sabe? Tem alunos que passam invisíveis”(P1). 

                                                            
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A  letra  e  o  número  entre  parênteses  identificam  a  participante  que  forneceu  o  relato.  Os  relatos  foram, 
eventualmente, editados para reduzir sua extensão, mas sem que isto comprometesse seu conteúdo. 

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Quanto  à  família,  as  participantes  apontaram  questões  como  a  desestrutura 


familiar e a falta de referência, pois ora o aluno está morando com um familiar ora com 
outro, além do fato de as mães terem filhos muito jovens e o baixo nível de escolaridade 
dos pais: “Então são assim, o que vai esperar? Que estrutura é essa? (...) O jornal uma vez fez 
uma pesquisa aqui e 90% tem ensino fundamental e fechou bem os dados que a gente fez. 
Não  chegam  [os  pais]  a  ter  ensino  fundamental,  no  máximo,  completo!  Os  dados  são 
alarmantes assim!” (P1).  

No tocante aos professores, destacou‐se o fato de o aluno afirmar não aprender 
com  determinada  professora,  odiar  a  matéria  em  função  de  implicar  com  o  professor 
regente e a importância de o professor ter flexibilidade, além de descobrir a forma com a 
qual  cada  aluno  aprende:  “Eu  tenho  que  descobrir  várias  alternativas  pra  atender  aquele 
aluno.  Então  tem  professores  que  tem  uma  metodologia  e  seguem  8‐10  anos  a  mesma 
metodologia.  Eu  tenho  que  ver  o  perfil  da  turma,  (...)  eu  abordo  de  formas  diferentes, 
porque eu percebo que às vezes não rende da mesma forma com o outro e na área a gente 
tem que cuidar isso. Eu vim muito assim, com conteúdo e angustiada: que jeito que eu ia dar 
conta? Quando eu consegui me despir disso, que eu relaxei que eu disse: ‘então vamos lá!’ Aí 
a coisa foi fluindo. Não dei conta de todos, mas aquilo que eles compreenderam, nossa, foi 
bárbaro!  Nunca  mais  vão  esquecer”(P3).  Por  fim,  as  professoras  também  salientaram  a 
importância  da  afetividade  para  superar  o  fracasso  escolar:  “Eu  acho  que  o  professor 
carrega  80%  da  responsabilidade,  de  ter  essa  afetividade  entre  os  alunos,  essa  conquista, 
porque a gente vê, nós aqui, nós temos vários colegas na área que tão fazendo um trabalho 
tri bonito e está no envolvimento desses alunos, eu acho que é isso!” (P1). 

Sobre as questões institucionais, as professoras referiram a organização curricular 
da  escola,  como  algo  que  não  possibilitava  ao  professor  se  aproximar  para  conhecê‐lo 
melhor: “O que acontece: eles têm 9‐10 professores. É um rodízio muito grande! Então fica 
duas horas ali com aquele aluno e vai ficar de novo com ele só na semana que vem, tu não 
sabe  a  história  daquele  aluno”(P3).  Elas  também  indicaram  a  sobrecarga  de  trabalho 
imposta  aos  professores,  bem  como  a  falta  de  momentos  de  diálogo  entre  eles  para 
planejarem ações conjuntas: “O professor de história, dá aula pra sete turmas. Como que se 
faz uma conversa? Quando que se senta assim? Que horas que tu combina um trabalho pra 

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eles pesquisar? Vamos trabalhar aí, como que faz isso? Em que momento? Tem as reuniões, 
mas as reuniões não são muito pedagógicas, são mais administrativas. Eu acho que esse é um 
fator  bem  complicador”  (P2).  Ainda  falaram  sobre  o  programa  de  aceleração  da 
aprendizagem: “Tem uma coisa errada que se criou aqui na escola, de uns dois anos pra cá: 
não  dá  certo  nas  séries  normais,  manda  pro  Acelera,  como  que  se  fossem  anormais,  né? 
Manda pro Acelera! Ah! Esse foi pro Acelera. Manda pra ela pra ver se eles arrumam” (P1).  

Por  fim,  quanto  aos  aspectos  culturais,  à  questão  da  gravidez  na  adolescência,  a 
importância do trabalho para o seu próprio sustento, a vergonha, o rótulo de que quem 
vive  na  vila  onde  moram  é  maconheiro,  ladrão,  sendo  desrespeitados,  por  vezes  pela 
própria  polícia,  foram  enfatizados:  “Eles  já  carregam  com  eles  esse  rótulo  e  uma  certa 
vergonha  disso,  que  é  ladrão,  que  é  maconheiro”(P1);  “A  gravidez  muito  cedo,  precoce, 
essas  meninas  logo  param  de  estudar”(P2);  “O  primeiro  valor  na  comunidade  é  trabalhar, 
não é ter uma formação ou terminar o fundamental para então conseguir [emprego]” (P2). 

Os dados apresentados corroboram a literatura da área visto que, os professores 
que participaram das pesquisas de Asbahr e Lopes (2006), Gomes e Souza (2009), Maluf e 
Bardelli (1991) e Neves e Almeida (1996), também atribuíram o fracasso escolar de seus 
alunos a causas externas à escola, sobretudo às famílias e aos próprios alunos. De acordo, 
com  Asbahr  e  Lopes  (2006),  as  professoras,  ao  discorrerem  sobre  o  baixo  rendimento 
escolar  de  seus  alunos,  em  poucos  momentos  mencionaram  o  trabalho  docente  ou  da 
escola  como  corresponsáveis  na  construção  das  dificuldades  de  aprendizagem.  Tal 
resultado  também  foi  evidenciado  na  pesquisa  de  Luciano  e  Andrade  (2005),  em  que  a 
maioria das quinze professoras entrevistadas, não se reconheceu enquanto protagonista 
do sucesso ou do fracasso escolar de seus alunos. De forma semelhante, Kamal e Bener 
(2009) destacaram que os professores atribuíram cerca de 64% das dificuldades escolares 
dos alunos à hiperatividade, à falta de atenção e aos comportamentos inadequados em 
sala de aula.  

Nesse  sentido,  Damiani  (2006)  contribui  para  o  entendimento  da  importância  da 
maneira  como  o  professor  olha  para  o  fracasso  escolar  de  seus  alunos,  através  do  seu 
estudo  que  teve  como  objetivo  compreender  a  relação  entre  o  discurso  pedagógico  da 
escola  e  o  fracasso  escolar.  Embora  a  maioria  dos  professores  das  duas  escolas 

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investigadas  tivesse  considerado  o  fracasso  escolar  como  decorrente  das  causas 


extraescolares,  como  as  relacionadas  à  família,  a  autora  apontou  que  na  escola  que 
apresentava  um  índice  maior  de  reprovações  prevalecia  a  ideia  de  que  a  instituição 
poderia  contribuir  muito  pouco  para  o  desempenho  escolar  de  seus  alunos,  já  que  ele 
seria  decorrente  de  aspectos  como  a  pobreza e  os fatores  de  ordem  emocional.  Assim, 
predominava um discurso socializante e regulativo que evidenciava aspectos assistenciais 
em  detrimento  dos  acadêmicos.  Já  na  escola  com  menores  taxas  de  reprovação,  os 
professores manifestaram a preocupação com a aprendizagem e com o desempenho dos 
seus  alunos,  além  de  acreditarem  que  eles  poderiam  alcançar  o  sucesso  escolar.  Dessa 
forma, possibilitava‐se que um maior número de alunos alcançasse um desempenho que 
permitia sua promoção e permanência na escola.  

Os  resultados  encontrados  no  presente  estudo  evidenciaram  o  olhar  ampliado 


dessas  três  docentes  sobre  o  fracasso  escolar,  uma  vez  que  em  mais  de  um  momento 
referiram,  “Ah!  uma  série  de  motivos!  Eu  acho  que  é  um  conjunto  de  fatores!”  (P1), 
revelando a complexidade do fenômeno, perspectiva que converge com os princípios da 
abordagem  sistêmica  (VASCONCELLOS,  2012).  As  participantes  compreendiam  que  na 
produção  do  fracasso  escolar  aspectos  do  aluno,  da  família,  dos  professores,  da 
instituição e da cultura em que os alunos estavam incluídos tinha interferência na forma 
como todo o sistema se organizava. Papp (1992) considera que no pensamento sistêmico, 
cada parte somente pode ser entendida no contexto do todo, assim a mudança numa das 
partes  consequentemente  afeta  todo  o  sistema.  Neste  sentido,  as  professoras 
destacaram que quando acontece a mudança do desempenho escolar do aluno, também 
há uma mudança em seus pais: “Eu percebo os pais... eles nesse descrédito! Aí, depois do 
primeiro trimestre, eles começam a valorizar e respeitar um pouco mais esses filhos” (P1). 
Vasconcellos (2012) corrobora essa concepção e enfatiza que a partir da contextualização 
de  um  determinado  fenômeno  e  da  ampliação  do  seu  foco  de  observação,  o  que  se 
observa não é somente um fenômeno, mas as relações intersistêmicas e intrassistêmicas, 
que juntas compõem uma rede de fenômenos interligados. Não se trata de uma relação 
de causa e efeito, mas de um processo circular.  

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As professoras comentaram sobre os desafios que encontravam e salientaram que 
tinham  orgulho  do  trabalho  que  realizavam  interdisciplinarmente  nas  classes  de 
aceleração,  procurando,  de  acordo  com  as  suas  possibilidades,  trabalhar  com  os 
percalços que surgiam. Ao denunciarem as classes de aceleração como “conserto para o 
fracasso”  evidenciaram  os  tantos  aspectos  que  ainda  precisavam  ser  considerados  na 
busca  de  uma  solução.  Ao  mesmo  tempo,  referiram  o  quanto  os  professores  também 
podiam contribuir para solucionar o fracasso escolar, através de diferentes metodologias 
e  da  afetividade,  com  a  construção  de  um  vínculo,  do  diálogo  e  do  conhecimento  da 
realidade dos alunos. Com esse objetivo, elas ressaltaram a importância de momentos de 
planejamento  em  conjunto  entre  os  professores  e  a  reorganização  institucional  para 
possibilitar a tessitura de tais espaços. Tal concepção corrobora a ideia de Andrada (2003) 
que  alerta  para  a  importância  de  entender  as  dificuldades  escolares  como  um  quebra‐
cabeça,  indicando  que  não  se  deve  acreditar  previamente  que  os  alunos  são 
problemáticos, suas famílias desestruturadas ou seus professores autoritários. 

Frente ao exposto, evidencia‐se a pertinência e a relevância da discussão sobre o 
fracasso  escolar  na  atualidade.  Presente  há  muitos  anos  no  contexto  escolar  esse 
fenômeno precisa ser contemplado na sua complexidade, considerando as consequentes 
implicações  e  sofrimento  que  trazem  para  todos  envolvidos.  Nesse  sentido,  as 
professoras participantes neste estudo demonstraram uma boa compreensão acerca do 
fracasso  escolar,  bem  como  manifestaram  que  buscavam  a  cada  dia  formas  para 
enfrentá‐lo.  Os  aspectos  por  elas  citados  ajudam  a  refletir  sobre  que  ações  podem  ser 
organizadas  e  implementadas  para  a  sua  superação,  considerando  que  a  partir  da 
mudança  em  uma  parte  do  sistema  (aluno),  possa  também  acontecer  a  alteração  nos 
demais (família, instituição, cultura). 

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