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DIREITO

CONSTITUCIONAL
Controle de Constitucionalidade

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO CONSTITUCIONAL
Controle de Constitucionalidade
Luciano Dutra

1. Controle de Constitucionalidade...................................................................................4
2. Conceito......................................................................................................................4
3. Pressupostos..............................................................................................................4
4. Legislação Aplicada. ....................................................................................................9
5. Inconstitucionalidade por Ação e por Omissão.......................................................... 10
6. Inconstitucionalidade Material e Formal.. ................................................................... 11
7. Inconstitucionalidade Total ou Parcial........................................................................ 13
8. Sistemas de Controle de Constitucionalidade............................................................ 14
9. Momento do Controle de Constitucionalidade. . ...........................................................17
10. Modelos de Controle de Constitucionalidade............................................................ 21
11. Formas de Controle de Constitucionalidade..............................................................23
12. Controle Difuso........................................................................................................25
13. Controle Concentrado – Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI).........................38
14. Controle Concentrado – Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO).. 58
15. Controle Concentrado – Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC). . ...............62
16. Controle Concentrado – Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental
(ADPF)..........................................................................................................................70
17. Controle Concentrado – Representação Interventiva................................................78
18. Inconstitucionalidade por Arrastamento, por Arrasto, por Atração, Consequencial
ou por Reverberação Normativa.................................................................................. 80
19. Inconstitucionalidade superveniente versus revogação.. .......................................... 81
20. Normas constitucionais Originárias inconstitucionais.............................................. 81
21. Transcendência dos motivos determinantes........................................................... 82
22. Declaração de nulidade sem redução de texto....................................................... 82

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22. Inconstitucionalidade progressiva, lei ainda constitucional ou inconstitucionalidade


em trânsito...................................................................................................................83
23. Bloco de constitucionalidade ..................................................................................83
24. Controle de constitucionalidade nos Estados-membros e no Distrito Federal........ 84
25. Controle de constitucionalidade pelos Tribunais de Contas..................................... 84
26. Controle de constitucionalidade na ação civil pública............................................. 85
27. Estado de Coisas Inconstitucional. . ......................................................................... 85
Súmulas e Jurisprudência Aplicáveis............................................................................ 85
Resumo........................................................................................................................ 117
Questões de Concurso................................................................................................. 125
Gabarito...................................................................................................................... 144
Gabarito Comentado. ................................................................................................... 145

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1. Controle de Constitucionalidade

Querido(a) aluno(a), estamos de volta. Espero que você esteja pleno(a) de saúde e dispos-
to(a), pois enfrentaremos uma árdua caminhada.
Primeiramente, caso você tenha preconceito com o controle de constitucionalidade, peço,
encarecidamente, que se livre dessa mágoa.
Reconheço que o controle de constitucionalidade é uma matéria extensa, mas está longe
de ser um “bicho de sete cabeças”. Aliás, reputaria o assunto como fácil. Mas, para absorver
os conhecimentos que apresentarei, concito que esteja de alma leve, sem trazer para nosso
agradável encontro dissabores passados.
Combinado?
Então, vamos lá!!! Aperte o cinto que o avião do Gran Cursos Online decolará!

2. Conceito

O que é e para que serve o controle de constitucionalidade? O controle de constituciona-


lidade é um conjunto de atos tendentes a garantir a supremacia formal da Constituição. Des-
tina-se a averiguar a compatibilidade vertical das demais normas jurídicas e atos do Poder
Público com o seu fundamento de validade – a Constituição Federal.
Se uma lei é elaborada desrespeitando os mandamentos constitucionais, deve ser expur-
gada do ordenamento jurídico. Para isso, os órgãos estatais se valem do controle de consti-
tucionalidade.

3. Pressupostos

São pressupostos do controle de constitucionalidade a rigidez constitucional e sua su-


premacia formal.
Sabemos que, quanto à alterabilidade, as  Constituições podem ser classificadas como
imutáveis, rígidas, semirrígidas e flexíveis.
Nos Estados que adotam Constituições rígidas (como é o caso do Brasil), as  normas
constitucionais só podem ser alteradas por um procedimento mais rigoroso do que aquele

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previsto para a alteração das demais normas infraconstitucionais (estudaremos o processo


de alteração da nossa Constituição Federal ao tratarmos do Processo Legislativo).
Nesse modelo, segundo o escalonamento normativo proposto por Hans Kelsen, a Consti-
tuição ocupa o ápice do ordenamento jurídico, servindo de fundamento de validade para toda
a produção normativa subsequente, ou seja, as normas constitucionais possuem uma força
destacada apta a condicionar a validade das normas infraconstitucionais.
Como consequência dessa estrutura hierarquizada de normas, fala-se em supremacia
formal das normas constitucionais em face das demais leis do ordenamento jurídico.
Pode-se afirmar, portanto, que em um sistema jurídico dotado de supremacia constitu-
cional, todas as normas constitucionais, independentemente de seu conteúdo, equivalem-se
em termos de hierarquia (isso é muito importante) e são dotadas de supremacia formal em
relação às demais normas infraconstitucionais.

DE OLHO NO DETALHE
Todas as normas que estão na Constituição Federal são igualmente constitucionais, inde-
pendentemente do seu conteúdo. Não existe uma norma constitucional que esteja acima das
demais. Portanto, a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III) é tão constitucional quanto o
confisco de propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas
culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo (art. 243).

A consolidação da tese da supremacia formal da Constituição está intimamente ligada às


ideias propostas por Konrad Hesse, a partir da divulgação de sua obra A Força Normativa da
Constituição, que se contrapõem às ideias trazidas por Ferdinand Lassalle.
Lembre-se do seguinte: Lassalle nega a existência de força normativa da Constituição
jurídica (também chamada por ele de Constituição escrita ou Constituição formal), e, por con-
sequência, nega a possibilidade de supremacia formal do seu texto, pois, no seu entender, ca-
beria à Constituição apenas a expressão dos “fatores reais do poder” que regem uma nação.
Para ele, a Constituição não tem força normativa para condicionar os atores estatais.
Em sentido contrário, Konrad Hesse afirma que a Constituição jurídica não configura ape-
nas a representação dos “fatores reais do poder”. Significa muito mais do que o simples refle-

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xo das forças sociais e políticas. Para ele, a Constituição jurídica possui força ativa capaz de
condicionar a realidade política e social de um Estado, o que denominou de “força normativa
da Constituição”. A Constituição possui força normativa se os mandamentos constitucionais
forem efetivamente realizados pelos detentores do poder político – é o que o autor denomi-
na “vontade de Constituição”. Hesse concorda com Lassalle ao afirmar que a Constituição
jurídica é condicionada pela realidade político-social; concorda, também, que a pretensão de
eficácia da Constituição somente pode ser realizada se for levada em conta essa realidade.
Entretanto, não concorda com Lassalle quando este conceitua a Constituição jurídica
como “mera folha de papel”, pois, para Hesse, é inconcebível reduzir a Constituição jurídica
à mísera função de justificar as relações de poder dominantes. Segundo a visão de Hesse,
a Constituição jurídica e a Constituição sociológica estão em relação de coordenação, condi-
cionando-se mutuamente. No entanto, em caso de eventual conflito entre ambas, a Constitui-
ção jurídica deve prevalecer, uma vez que é dotada de força normativa própria.
Em resumo, nossa atual Constituição Federal de 1988 é rígida, possuindo, portanto, su-
premacia formal em relação às demais normas infraconstitucionais. Dessa maneira, as leis
só são válidas e estão aptas a produzir seus efeitos no mundo jurídico se, e somente se, forem
compatíveis com seu fundamento de validade – a Constituição Federal vigente.

DE OLHO NOS DETALHES


Para Konrad Hesse:
1) a Constituição possui força ativa capaz de condicionar a realidade política e social de um
Estado, o que denominou de “força normativa da Constituição”;
2) a força normativa da Constituição está ligada à vontade do detentor do poder em observar
as normas constitucionais – o que o autor denomina de “vontade de Constituição”;
3) em caso de eventual conflito entre as Constituições jurídica e real, a Constituição jurídica
deve prevalecer, uma vez que é dotada de força normativa própria.

DICA DO LD
1) Da rigidez constitucional decorre sua supremacia formal e,
em virtude desta, controla-se a constitucionalidade das de-
mais leis e atos normativos.

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2) Importante destacar que a declaração de inconstitucionali-


dade de uma lei é uma medida excepcional, em razão do prin-
cípio da constitucionalidade das leis. Uma lei nasce constitu-
cional e dessa forma deve ser preservada até que o Judiciário
a declare inconstitucional, se for o caso.

Vejamos como isso pode cair na sua prova.

Questão 1 (EXAME DA OAB/2009.3) Entre os pressupostos do controle de constitucionali-


dade, destacam-se a supremacia da CF e a rigidez constitucional.

Certo.
Exatamente o que acabo de explicar!

Questão 2 (TRE-MT/ANALISTA JUDICIÁRIO/2005) A norma constitucional que prevê a li-


berdade de convicção religiosa tem maior hierarquia que a norma constitucional que estabe-
lece a imunidade tributária dos locais destinados a cultos religiosos.

Errado.
Em consequência da supremacia formal da Constituição Federal, todas as normas constitu-
cionais equivalem-se em termos de hierarquia.

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Questão 3 (TJ-PB/JUIZ SUBSTITUTO/2011) É prevalecente, na doutrina constitucional


brasileira, o entendimento de que as normas que consagram as cláusulas pétreas estão em
nível hierárquico superior às demais normas constitucionais.

Errado.
Mais uma vez, todas as normas constitucionais equivalem-se em termos de hierarquia.

Questão 4 (CGU/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/2003) A existência de supremacia


formal da constituição independe da existência de rigidez constitucional.

Errado.
Só se fala em supremacia formal da Constituição em Estados que adotam a Constituição do
tipo rígida.

Questão 5 (DEFENSOR PÚBLICO DO ACRE/2006) A supremacia da constituição ocorre


mesmo nas chamadas constituições flexíveis.

Errado.
Mais uma vez, para fixarmos definitivamente a ideia central: só se fala em supremacia formal
da Constituição em Estados que adotam a Constituição do tipo rígida.

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Questão 6 (CGU/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/ 2003) A concepção de constitui-

ção, defendida por Konrad Hesse, não tem pontos em comum com a concepção de consti-

tuição defendida por Ferdinand Lassalle, uma vez que, para Konrad Hesse, os fatores histó-

ricos, políticos e sociais presentes na sociedade não concorrem para a força normativa da

constituição.

Errado.

Konrad Hesse concorda com Ferdinand Lassalle no sentido de que a Constituição jurídica é

condicionada pela realidade político-social; concorda, também, que a pretensão de eficácia

da Constituição somente pode ser realizada se for levada em conta essa realidade.

4. Legislação Aplicada

Para estudarmos o controle de constitucionalidade, é  fundamental estarmos de posse,

além da nossa tradicional fonte de estudo (a Constituição Federal), das Leis n. 9.868, de 1999,

e  n. 9.882, também de 1999. Portanto, imprima as leis citadas e as mantenha ao seu lado
durante o estudo.

Conjunto de atos tendentes a garantir a supremacia formal da CF

Rigidez constitucional (só há supremacia formal


PRESSUPOSTO em Constituições rígidas)
CONTROLE DE
CONSTITUCIONALIDADE Declaração de inconstitucionalidade é uma medida excepcional (princípio da
presunção de constitucionalidade das leis)

CF
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL Lei n. 9.868, de 1999
Lei n. 9.882, de 1999

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5. Inconstitucionalidade por Ação e por Omissão

Considerando que a inconstitucionalidade é justamente o indesejável desrespeito à Cons-

tituição vigente, é importante fixar que essa desconformidade pode se dar por ação ou por

omissão.

A inconstitucionalidade por ação diz respeito à verificação da compatibilidade vertical

entre as normas jurídicas e os atos do Poder Público com o seu parâmetro de controle – a

Constituição Federal. Significa um fazer inconstitucional do Poder Público.

Por sua vez, a inconstitucionalidade por omissão decorre de um não fazer do Estado que

ofende uma determinação constitucional. A falta de ação do Poder Público em regulamen-

tar o direito de greve dos servidores públicos civis caracteriza uma inércia inconstitucional.

A  aferição desta inconstitucionalidade por omissão pode se dar pela via concentrada, por

meio de uma ação direta de inconstitucionalidade por omissão, ou pela via difusa, por meio de

mandado de injunção. Essa omissão inconstitucional pode ser total (ausência total da norma

regulamentadora do direito constitucionalmente previsto) ou parcial (existe a norma regula-

mentadora, mas a normatização é deficiente).

Daqui a pouco falaremos das ações de controle concentrado de constitucionalidade. Por

ora, basta saber que existem instrumentos capazes de combater a omissão inconstitucional.

Questão 7 (MPOG/ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMEN-

TAL/2009) A supremacia da Constituição exige que todas as situações jurídicas se confor-

mem com os princípios e preceitos da Constituição, mas ainda não existe instrumento jurídi-

co capaz de corrigir omissão inconstitucional.

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Errado.
Conforme vimos, existem mecanismos jurídicos para corrigir omissão inconstitucional. Pela
via concentrada, o instrumento será a ação direta de inconstitucionalidade por omissão (es-
tudada mais à frente). Já pela via difusa, poderá ser utilizado o mandado de injunção, que será
estudado em Remédios Constitucionais.

O que é inconstitucionalidade? É
uma ofensa à constituição.

POR AÇÃO fazer inconstitucional

ESPÉCIES DE
INCONSTITUCIONALIDADE inércia ofensiva à CF
somente possível quando a CF exige um fazer
POR OMISSÃO
total ou parcial

6. Inconstitucionalidade Material e Formal


Teremos a inconstitucionalidade material (também chamada de nomoestática) quando o
vício está no conteúdo da norma (na sua matéria).
Já na inconstitucionalidade formal (ou nomodinâmica), o vício está no processo legislati-
vo. Essa inconstitucionalidade formal subdivide-se em:
a) subjetiva: o vício está na iniciativa para a propositura do projeto de lei. Pense o se-
guinte: o art. 61, § 1º, determina que as matérias ali previstas sejam de iniciativa privativa do
Presidente da República. Caso um parlamentar federal apresente um projeto de lei sobre uma
daquelas matérias, haverá uma inconstitucionalidade formal subjetiva;
b) objetiva: o vício estará situado nas demais fases do processo legislativo, como, por
exemplo, uma lei complementar, que exige um quórum de maioria absoluta (art. 69), aprovada
por maioria simples. Isso gera uma inconstitucionalidade formal objetiva;

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c) orgânica: aqui, o  vício está na repartição constitucional de competências, como, por


exemplo, uma lei estadual que legisle sobre trânsito. Como a matéria é federal (art. 22, XI),
caso isso aconteça, haverá uma inconstitucionalidade formal orgânica.

Questão 8 (MPU/ANALISTA PROCESSUAL/2010) Verifica-se a inconstitucionalidade for-


mal, também conhecida como nomodinâmica, quando a lei ou o ato normativo infraconstitu-
cional contém algum vício em sua forma, independentemente do conteúdo.

Certo.
Exatamente isso. Na inconstitucionalidade formal, o vício é na forma, ou seja, no processo legis-
lativo.

Questão 9 (DPU/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) A inobservância da competência cons-


titucional de um ente federativo para a elaboração de determinada lei enseja a declaração da

inconstitucionalidade material do ato normativo.

Errado.

Na verdade, a inobservância da competência constitucional de um ente federativo para a ela-

boração de determinada lei enseja a declaração da inconstitucionalidade formal orgânica do

ato normativo.

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Questão 10 (DPU/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) Qualquer ato normativo que desrespei-

te preceito ou princípio da CF deve ser declarado inconstitucional, por possuir vício formal

insanável.

Errado.

Se o vício é no conteúdo por ter desrespeitado matéria constitucional, teremos a inconstitu-

cionalidade material.

7. Inconstitucionalidade Total ou Parcial

Como o próprio nome já indica, a inconstitucionalidade total atinge todo o ato normativo,

ao passo que, na inconstitucionalidade parcial, apenas parte da lei é atingida pelo vício de

inconstitucionalidade.

A declaração de inconstitucionalidade parcial pelo Poder Judiciário pode recair sobre fra-

ção de artigo, parágrafo, inciso ou alínea, até mesmo sobre uma única palavra de um desses

dispositivos da lei. No entanto, o Poder Judiciário não poderá subverter o intuito da lei, mu-

dando o sentido e o alcance da norma, sob pena de ofensa ao princípio da separação dos

poderes.

Questão 11 (TJ-PB/JUIZ SUBSTITUTO/2011) A inconstitucionalidade formal relaciona-se,

sempre, com a inconstitucionalidade total, visto que o ato editado em desconformidade com

as normas previstas constitucionalmente deve todo ele ser declarado inconstitucional.

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Errado.
Pode haver inconstitucionalidade parcial mesmo no caso de inconstitucionalidade formal. Va-
mos a uma hipótese: imagine que tramita no Congresso Nacional um projeto de lei ordinária
que trate de matéria própria de lei ordinária; no entanto, é  inserido um artigo cuja matéria
deveria ser tratada por lei complementar. Como todo o projeto de lei foi aprovado por maioria
simples, esse artigo não atingiu a maioria absoluta exigida pela Constituição para tratar de
matéria própria de lei complementar, sendo apenas o referido artigo atingido pelo vício de in-
constitucionalidade formal. Percebeu? Haverá uma inconstitucionalidade formal apenas em
parte da lei.

Antes de continuarmos, vejamos um mapa mental.

MATERIAL
(NOMOESTÁTICA) conflito de conteúdo

vício no processo legislativo


FORMAL Subjetiva vício na iniciativa (Ex.: art. 61, § 1°)
(NOMODINÂMICA)
Objetiva vício nas demais fases (Ex.: art. 69)
ESPÉCIES DE
INCONSTITUCIONALIDADE Orgânica vício na repartição de competências (Ex.: art. 22)

TOTAL Toda a lei

PARCIAL Parte da lei

8. Sistemas de Controle de Constitucionalidade

Pelo mundo, os sistemas de controle de constitucionalidade são o jurisdicional (ou judi-


cial), o político e o misto.
No controle jurisdicional ou judicial, a competência para realizar o controle de constitu-
cionalidade é conferida aos órgãos que integram o Poder Judiciário. Por sua vez, no contro-

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le político, o  controle de constitucionalidade recai sobre órgãos que não integram o Poder
Judiciário (exemplo: na França, o controle de constitucionalidade é realizado pelo Conselho
Constitucional Francês). Já no controle misto, parte das leis são fiscalizadas por órgãos de
natureza política, alheios à estrutura do Poder Judiciário, e outra parte são fiscalizadas pelo
próprio Poder Judiciário (exemplo: na Suíça, as leis nacionais submetem-se ao controle polí-
tico; já as leis locais são submetidas ao controle judicial).
E como é no Brasil? No Brasil, o controle é predominantemente judicial. Não se trata de
um modelo jurisdicional puro, haja vista existir, pontualmente, controles de natureza política
realizados pelos demais Poderes da República.
São exemplos de controle político no Brasil:
a) a competência das Comissões de Constituição e Justiça para verificarem a constitucio-
nalidade dos projetos de lei;
b) o veto jurídico do Presidente da República pela inconstitucionalidade do projeto de lei
(art. 66, § 1º); e
c) o enunciado da Súmula 347, do STF, permite que os Tribunais de Contas, no exercício de
suas atribuições, apreciem a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público. Essa
competência dos Tribunais de Contas para realizarem controle de constitucionalidade SEM-
PRE se dará no concreto concreto, jamais no abstrato (faremos essa distinção mais à frente).
Como você pode notar, são órgãos que não integram o Poder Judiciário realizando contro-
le de constitucionalidade no Brasil.

Questão 12 (MPOG/ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMEN-


TAL/2009) No Brasil, o controle de constitucionalidade realiza-se mediante a submissão das
leis federais ao controle político do Congresso Nacional, e as leis estaduais, municipais, ou
distritais ao controle jurisdicional.

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Errado.
No Brasil, quem detém a competência para realizar o controle de constitucionalidade é o Po-
der Judiciário, havendo apenas traços de controle político.

Questão 13 (SERPRO/ADVOGADO/2010) De acordo com a jurisprudência do STF, os tribu-


nais de contas, no exercício de suas atribuições, não podem apreciar a constitucionalidade
das leis e dos atos do poder público, em razão de suas decisões serem de caráter eminente-
mente administrativo.

Errado.
À luz da Súmula 347, do STF, é permitido que os Tribunais de Contas, no exercício de suas
atribuições, apreciem a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público.

JUDICIAL realizado pelo Poder Judiciário

realizado por órgãos não integrantes do Poder Judiciário


POLÍTICO
ex.: França (realizado pelo Conselho Constitucional Francês)

SISTEMAS DE
CONTROLE
parcialmente judicial e parcialmente político
MISTO
ex.: Suíça (leis nacionais – controle político; leis locais – controle judicial)

predominantemente judicial
NO BRASIL CCJ
CONTROLES POLÍTICOS NO BRASIL Veto jurídico (art. 66, § 1° )
Súmula 347 do STF
sempre no controle concreto

Súmula 347, do STF: o Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e
dos atos do poder público.

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9. Momento do Controle de Constitucionalidade


Quanto ao momento do controle de constitucionalidade, pode ser preventivo ou repressivo.
Será preventivo quando se fiscaliza um projeto de lei, com o fim de se evitar que seja in-
serida no ordenamento jurídico uma norma incompatível com a Constituição.
Todos os Poderes da República têm a possibilidade de atuar no controle preventivo.
No caso do Poder Legislativo, o controle preventivo fica a cargo das já citadas Comissões
de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
O Poder Executivo exerce o controle preventivo por meio do veto jurídico do Presidente da
República previsto no art. 61, § 1º.

Cuidado com o que eu vou dizer agora!!! O Poder Judiciário atua no controle preventivo em
apenas uma única hipótese: quando houver um mandado de segurança impetrado no Su-
premo Tribunal Federal por parlamentar da própria Casa legislativa em que esteja o projeto
de lei pela inobservância do devido processo legislativo constitucional. Imagine que este-
ja tramitando no Congresso Nacional uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para
abolir uma cláusula pétrea. Essa PEC está na Câmara dos Deputados. Um Deputado Federal
poderá entrar no STF com um mandado de segurança pedindo o arquivamento dessa PEC,
por ofensa à Constituição Federal, haja vista que é proibida proposta de emenda tendente a
abolir as matérias elencadas no art. 60, § 4º, conhecidas como cláusulas pétreas. Na situação
apresentada, o Poder Judiciário estará atuando, excepcionalmente, no controle preventivo de
constitucionalidade, retirando do mundo jurídico um projeto de lei (no caso, uma PEC).

Questão 14 (HEMOBRAS/ADVOGADO/2008) O controle de constitucionalidade preventivo


pode ser exercido pelas Comissões de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, e pelo veto do Presidente da República.

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Controle de Constitucionalidade
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Certo.
Exatamente o que falamos.

Questão 15 (TJ-PB/JUIZ SUBSTITUTO/2011/ADAPTADO) O controle judicial preventivo de


constitucionalidade, que envolve vício no processo legislativo, deve ser exercido pelo STF via
mandado de segurança.

Certo.
Única hipótese de controle preventivo realizado pelo Poder Judiciário.

Questão 16 (TRF 5/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2011) O controle prévio ou preventivo de


constitucionalidade não pode ocorrer pela via jurisdicional, uma vez que ao Poder Judiciário
foi reservado o controle posterior ou repressivo, realizado tanto de forma difusa quanto de
forma concentrada.

Errado.
Como alertamos, há uma única hipótese para o Poder Judiciário atuar no controle preventivo:
quando houver um mandado de segurança impetrado por parlamentar da própria Casa legis-
lativa pela inobservância do devido processo legislativo constitucional.

Por sua vez, o controle será repressivo quando recair sobre uma lei já existente. Também
é realizado por todos os Poderes da República. Vejamos.
O Poder Legislativo atua no controle repressivo nas seguintes hipóteses:

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a) art. 49, V – a competência exclusiva do Congresso Nacional para sustar os atos norma-


tivos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação
legislativa;
b) art. 52, X – a possibilidade de o Senado Federal suspender a execução, no todo ou em
parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do STF em controle difuso de
constitucionalidade;

DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
O STF caminha para entender que se está diante de verdadeira mutação constitucional do art.
52, X, especialmente com a adoção da repercussão geral nos recursos extraordinário. O que
se propõe é uma interpretação que confira ao Senado Federal a possibilidade de simplesmen-
te, mediante publicação, divulgar a decisão do STF (ADIs 3.406 e 3.470).

c) art. 62, § 5º – a verificação do atendimento dos pressupostos constitucionais da rele-


vância e urgência das medidas provisórias realizada por cada uma das Casas do Congresso
Nacional.
No caso da atuação do Poder Executivo no controle repressivo, há uma controvérsia sobre
essa possibilidade, mas a doutrina majoritária entende que o Presidente da República poderia
orientar os órgãos da Administração Pública federal a não observar uma lei que entenda in-
constitucional, uma vez que os três Poderes estão no mesmo nível.

VAMOS APROFUNDAR
Sobre essa possibilidade de descumprimento de lei inconstitucional pelo Presidente da Repú-
blica, importante trazer os seus aspectos históricos.
O controle concentrado de constitucionalidade surge com a EC 16/1965, que estabeleceu
como único legitimado o Procurador-Geral da República. Nessa época, a doutrina e a juris-
prudência firmaram o entendimento de que o Presidente da República poderia deixar de apli-
car uma lei que entendesse inconstitucional, orientando a Administração Pública a seguir
esse entendimento, uma vez que o Ministério Público detinha o monopólio para provocar o
controle concentrado de constitucionalidade.

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Por sua vez, com o advento da atual Constituição Federal, o argumento, fundado na exclusi-
vidade de legitimidade perde espaço, haja vista a ampliação de competência para o controle
concentrado de constitucionalidade, sobretudo porque o Presidente da República tornou-se
um legitimado ativo. Com isso, passou-se a questionar a possibilidade de o Presidente da
República negar de ofício o cumprimento da lei inconstitucional.
Ocorre que o princípio da supremacia da Constituição nos revela que a aplicação de uma lei
flagrantemente inconstitucional é a própria negação da Constituição. Nesse sentido, não há
razão para que o Presidente da República aplique uma norma inconstitucional, mesmo legiti-
mado para impetrar uma ação direta de inconstitucionalidade. Por tudo isso, permanece pos-
sível ao Presidente da República, mesmo com a mudança do contexto jurídico, negar cumpri-
mento a uma lei contrária à Constituição.

Por fim, o Poder Judiciário realiza o controle repressivo de constitucionalidade, tanto por

meio do controle difuso, quanto por meio do controle concentrado (a seguir explicarei a dife-

rença entre os dois).

sobre o projeto de lei

PREVENTIVO LEGISLATIVO CCJ


NO BRASIL EXECUTIVO Veto jurídico (art. 66, § 1 º)

MS impetrado pelo parlamentar da própria Casa pelo


desrespeito ao processo legislativo constitucional (ex.:
MOMENTO DO PEC tendente a abolir cláusula pétrea) – única hipó-
CONTROLE JUDICIÁRIO tese de atuação do Judiciário no controle preventivo

sobre a lei Competência do CN para sustar atos normativos (art. 49, V)

REPRESSIVO Possibilidade do SF suspender a execução de lei declarada


LEGISLATIVO inconstitucional pelo STF (art. 52, X)
NO BRASIL
Verificação dos pressupostos da MP (art. 62, § 5° )

possibilidade de o Presidente negar cumprimento a uma


lei inconstitucional – aplicar uma lei inconstitucional é a
própria negação da CF (divergência: o Presidente deve
EXECUTIVO impetrar uma ADI)

JUDICIÁRIO função típica

TCU Súmula 347 do STF

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10. Modelos de Controle de Constitucionalidade

O Poder Judiciário brasileiro atua em dois modelos de controle de constitucionalidade: o


modelo concentrado (também conhecido como reservado) e o modelo difuso (também cha-
mado de aberto ou incidental).
Haverá controle de constitucionalidade concentrado quando o Supremo Tribunal Federal
julgar as seguintes ações:
a) ação direta de inconstitucionalidade genérica (ADI);
b) ação declaratória de constitucionalidade (ADC);
c) ação direta de inconstitucionalidade por omissão (ADO);
d) arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF); e
e) ação direta de inconstitucionalidade interventiva (ADI interventiva).
Por sua vez, o modelo será o difuso, ou sistema norte-americano, quando realizado pe-
los demais órgãos do Poder Judiciário brasileiro. Será considerado controle difuso, também,
quando o STF julgar as demais ações que não sejam aquelas elencadas no parágrafo anterior,
como, por exemplo, um mandado de segurança.

Questão 17 (DPU/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) O sistema jurisdicional instituído com a


CF, influenciado pelo constitucionalismo norte-americano, acolheu exclusivamente o critério
de controle de constitucionalidade difuso, ou seja, por via de exceção.

Errado.
No Brasil, há os dois modelos de controle de constitucionalidade: o difuso e o concentrado.

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Questão 18 (DPU/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) O controle difuso (ou jurisdição consti-

tucional difusa) e o controle concentrado (ou jurisdição constitucional concentrada) são dois

critérios de controle de constitucionalidade. O primeiro é verificado quando se reconhece o

seu exercício a todos os componentes do Poder Judiciário, e o segundo ocorre se só for defe-

rido ao tribunal de cúpula ou a uma corte especial.

Certo.
Exatamente isso!

Acerca dos antecedentes históricos, segundo Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino1, o


modelo concentrado teve sua origem na Áustria, em 1920, sob a influência do jurista Hans
Kelsen. Para Kelsen, a fiscalização da validade das leis representava tarefa especial, autôno-
ma, que não deveria ser conferida a todos os membros do Poder Judiciário, já encarregados
de exercerem a jurisdição, mas somente a uma Corte Constitucional, que deveria desempe-
nhar exclusivamente essa função. Sob esse pensamento, foi criado o Tribunal Constitucional
Austríaco, com a função exclusiva de realizar o controle de constitucionalidade das leis. Na
visão de Kelsen, a função precípua do controle concentrado não seria a solução de casos
concretos, mas sim a anulação genérica da lei incompatível com as normas constitucionais.
Por outro lado, no modelo difuso, ou sistema norte-americano, todos os órgãos do Poder
Judiciário, inclusive o próprio STF, podem realizar o controle de constitucionalidade das leis e
dos atos normativos. A sua origem histórica está assentada no famoso caso Madison versus
Marbury (1803), em que o Juiz Marshall da Suprema Corte Americana afirmou que é ínsito da
atividade jurisdicional interpretar e aplicar a lei e, ao fazê-lo, identificando contradição entre
a legislação e a Constituição Federal, deve o magistrado aplicar esta última por ser superior a
qualquer lei infraconstitucional.

1
PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito constitucional descomplicado. 4. ed. São Paulo: Método, 2009. p. 706.

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somente pelo órgão de cúpula do Poder Judiciário

Áustria (1920): Kelsen entendia que a fiscalização


das leis deveria ser realizada somente por uma
ORIGEM HISTÓRICA Corte Constitucional
CONCENTRADO
ADI
ADC
NO BRASIL (STF) ADO
MODELOS DE ADPF
CONTROLE
ADI Interventiva

todos os órgãos do Poder Judiciário (inclusive o STF)

DIFUSO caso Madison x Marbury: o juiz Marshall da Suprema Corte


americana afirmou que é ínsito a todos os juízes realizar
ORIGEM HISTÓRICA controle de constitucionalidade

CONCENTRADO + DIFUSO
NO BRASIL

11. Formas de Controle de Constitucionalidade

Existem duas formas pelas quais se pode buscar no Poder Judiciário a declaração de in-

constitucionalidade de uma norma: pela via concreta e pela via abstrata.

Na via concreta (ou por via de exceção), a impugnação de uma lei pressupõe a comprova-

ção de lesão a direito daquele que alega. Tenho me valido de um exemplo hipotético esdrúxu-

lo, mas elucidativo.

Exemplo: imagine que um Estado-membro altere a alíquota do IPVA para 95% do valor do

carro. Essa lei que trouxe essa nova alíquota fere a Constituição Federal, que proíbe tributos

com caráter confiscatório. Eu, contribuinte do IPVA, posso ir até o Poder Judiciário e entrar

com uma ação. No pedido da ação, digo: não quero pagar o IPVA; na fundamentação do pedido

alego que a lei é inconstitucional. O juiz que julgar a minha ação realizará o controle de cons-

titucionalidade concreto, uma vez que a inconstitucionalidade da norma está vinculada a uma

situação real. Percebeu?

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Já pela via abstrata (ou por via de ação), a inconstitucionalidade é requerida “em tese”,

sem vinculação à ofensa a direito, sem vinculação a um caso concreto. Vamos utilizar o mes-

mo exemplo acima. Mas agora um dos legitimados do art. 103 entra com uma ADI. No próprio

pedido da ação, o autor requererá a inconstitucionalidade da lei, independentemente da com-

provação de lesão a direito de alguém, porque, pela via abstrata, o que se busca é a preserva-

ção da Constituição Federal que foi violada por uma lei inconstitucional. Ou seja, na via abs-

trata não há um caso concreto a ser analisado, apenas se a lei ofende ou não a Constituição.

Creio que tenha ficado claro.

Questão 19 (MRE/ASSISTENTE DE CHANCELARIA/2004) Quando se realiza o controle de

constitucionalidade de atos normativos por um único tribunal, independentemente da exis-

tência de um caso concreto a ser julgado, diz-se que esse controle é concentrado e abstrato.

Certo.

Exatamente isso. É concentrado porque realizado por apenas um tribunal, no caso brasileiro,

o STF, e abstrato porque não se liga a um caso concreto.

CONCRETO exige a comprovação de lesão a direito

FORMAS DE ABSTRATO contra lei em tese


CONTROLE

Exemplo hipotético: lei estadual que eleva a alíquota


do IPVA para 95% (fere o princípio do não confisco)

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12. Controle Difuso

Legitimação ativa: a legitimação ativa no controle difuso (ou incidental) de constitucio-


nalidade é ampla, uma vez que qualquer das partes (autor ou réu) poderá fundamentar suas
razões em uma tese de inconstitucionalidade de uma norma. O Ministério Público que oficie
no feito também pode levantar a questão de inconstitucionalidade da lei aplicável ao caso,
bem como o próprio magistrado de ofício.

Questão 20 (AUDITOR INTERNO DE MINAS GERAIS/2008) No controle incidental, os juízes e


tribunais só podem se manifestar sobre a inconstitucionalidade de uma lei, deixando de apli-
cá-la a casos concretos, se, antes, tiverem sido provocados por uma das partes.

Errado.
Conforme vimos, no controle difuso ou incidental, o juiz de ofício pode fundamentar sua de-
cisão pela inconstitucionalidade da lei aplicável ao caso sob julgamento, independentemente
de provocação das partes (autor ou réu).

Competência: todos os membros do Poder Judiciário (juízes, desembargadores e minis-


tros), ao julgarem suas causas, dispõem de competência para declarar a inconstitucionalida-
de das leis aplicáveis ao caso sob julgamento.
Mas muito cuidado com isso: quando o processo chega aos tribunais, um órgão fracio-
nário desse tribunal (turma, sessão etc.) não possui essa competência, porque deverá ser
respeitado o princípio da reserva de plenário prescrito no art. 97.

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Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo
órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
Poder Público.

Esse princípio da reserva de plenário (também chamado de cláusula full bench) estabele-
ce que dentre todos os órgãos do tribunal, somente o plenário ou o órgão especial – quando
houver (veja o art. 93, XI, que trata deste tal “órgão especial”) – poderão declarar a inconstitu-
cionalidade das leis, por deliberação de maioria absoluta de seus membros.

Art. 93, XI - nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído
órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das
atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, proven-
do-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno;

Tal previsão significa que os órgãos fracionários e monocráticos dos tribunais (um de-
sembargador ou um ministro isoladamente, ou uma turma, ou uma sessão) não possuem
competência para declarar a inconstitucionalidade da norma atacada, somente o plenário ou
órgão especial, se houver.
Importante que se diga que todos os tribunais se submetem ao princípio da reserva de
plenário, inclusive o próprio STF.

Questão 21 (TRF 5/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2011) Nenhum órgão fracionário de tribu-


nal dispõe de competência para declarar a inconstitucionalidade de leis ou atos normativos
emanados do Poder Público, visto tratar-se de prerrogativa jurisdicional atribuída, exclusiva-
mente, ao plenário dos tribunais ou ao órgão especial, onde houver.

Certo.
Essa é a regra geral prevista no citado art. 97, da CF.

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Questão 22 (TRE-ES/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2011) Somente pelo voto da maioria ab-


soluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial podem os tribunais
declarar a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público.

Certo.
Exatamente isso. Veja como é importante o estudo do princípio da reserva de plenário.

Aliás, o Supremo editou uma importantíssima súmula vinculante sobre o princípio da re-
serva de plenário que despenca em concurso público, vejamos:

Súmula Vinculante n.10: viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão
fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.

A ideia dessa Súmula Vinculante é a seguinte: se na tese levantada pelas partes tem a
análise da inconstitucionalidade de uma lei, deve o tribunal enfrentar essa análise pelo ple-
nário ou órgão especial, se houver. Os órgão fracionários não podem simplesmente afastar a
incidência da lei trazida pelas partes (autor ou réu) e julgar por outro fundamento. Se assim o
fizer, estará sendo desrespeitado o princípio da reserva de plenário.

Questão 23 (STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/2018) Situação hipotética:


Embora não tenha declarado expressamente a inconstitucionalidade de determinada lei, tur-
ma do Superior Tribunal de Justiça determinou sua não incidência parcial em determinado
caso concreto. Assertiva: Nesse caso, fica configurada violação à cláusula de reserva de
plenário.

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Certo.
De acordo com o teor da Súmula Vinculante 10.

Agora cuidado: esse princípio da reserva de plenário não é absoluto.


Quando o plenário ou órgão especial (se houver) de um determinado tribunal, ou, ainda,
o  plenário do STF já tiver resolvido a questão de inconstitucionalidade em outro processo,
poderão os órgãos fracionários aplicar o mesmo entendimento ao caso sob julgamento. É o
que se extrai da leitura do art. 949, parágrafo único, do novo Código de Processo Civil:

os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a arguição
de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes (plenário ou órgão especial do
próprio tribunal) ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.

Isso é muito importante!!!

Questão 24 (TJDFT/ANALISTA JUDICIÁRIO/2008) O incidente de deslocamento do proces-


so da arguição de inconstitucionalidade, das turmas de um tribunal ao seu plenário ou órgão
especial, quando não houver pronunciamento destes, é  desnecessário se o ato normativo
questionado já tiver sido declarado inconstitucional por quaisquer das turmas do STF.

Errado.
Não é isso!!! O incidente de deslocamento do processo da arguição de inconstitucionalidade,
das turmas de um tribunal ao seu plenário ou órgão especial, quando não houver pronuncia-

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mento destes, é desnecessário se o ato normativo questionado já tiver sido declarado incons-
titucional pelo plenário do STF.

DICA DO LD
O princípio da reserva de plenário não se aplica em caso de
análise de direito pré-constitucional frente à nova Constitui-
ção, vale dizer, a verificação da recepção ou não de uma nor-
ma, justamente por não envolver juízo de inconstitucionalida-
de, dispensa a aplicação da reserva de plenário, permitindo
o reconhecimento por órgão fracionário dos tribunais de que
a lei pré-constitucional foi ou não recebida pela nova ordem
constitucional.

DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
1) Segundo o STF, os órgãos fracionários dos tribunais podem aplicar a denominada inter-
pretação conforme a Constituição sem a observância da cláusula de reserva de plenário, haja
vista que, no caso, haverá uma declaração de constitucionalidade e não de inconstituciona-
lidade conforme se refere o art. 97. Ou seja, pode o órgão fracionário do tribunal declarar a
norma constitucional, sem necessidade de instaurar o incidente processual próprio da reser-
va de plenário (RE 579.721).
2) Fixou o STF que a decisão monocrática do relator exarada em medida cautelar não se
submete à cláusula da reserva de plenário albergada no art. 97 da Constituição Federal (Rcl
11.768).

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Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade
quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.

LEGITIMAÇÃO ATIVA ampla (autor, réu, MP, juiz de ofício)

CONTROLE
DIFUSO
qualquer juiz
COMPETÊNCIA cláusula ”full bench”
órgão fracionário de tribunal não pode

PRINCÍPIO DA inclusive o STF


RESERVA DE art. 949, parágrafo único, do CPC
PLENÁRIO (art. 97)
SV 10
não se aplica em análise de recepção (não envolve juízo de
inconstitucionalidade)
STF: 1) não se aplica na interpretação conforme (a declaração
é de constitucionalidade); 2) não se aplica em caso de decisão
monocrática cautelar.

Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare
expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em
parte.

Efeitos da decisão: os efeitos da decisão no controle difuso de constitucionalidade serão


inter partes (atingindo apenas as partes – autor e réu) e ex tunc (retroagindo ao início da vi-
gência da norma, em razão do princípio da nulidade dos atos inconstitucionais).
É importante dizer que é possível a modulação dos efeitos temporais da decisão no con-
trole difuso, aplicando, como fundamento, o art. 27 da Lei n. 9.868, de 1999.
Dispõe a norma:

Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de se-
gurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria
de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só te-
nha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

Atuação do Senado, à luz do art. 52, X, da CF: a Constituição Federal vigente autoriza que
o Senado Federal suspenda a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional
por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal.

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A ideia central aqui é a seguinte: quando o STF julga no controle difuso, os efeitos da de-
cisão serão inter partes. Entretanto, o Senado, ao tomar conhecimento da decisão do STF, po-
derá, por meio de uma resolução, estender os efeitos daquela decisão para que atinja pessoas
estranhas ao processo, mas que se enquadrem na mesma relação jurídica, transformando a
decisão que outrora possuía efeitos inter partes em erga omnes (para todos).
Alguns questionamentos emergem desse debate. Acompanhe comigo!!!
1) O Senado Federal está obrigado a suspender a execução da lei?
Não. É um ato discricionário do Senado.
2) Qual espécie de lei formaliza a suspensão?
Uma resolução do Senado Federal.
3) Poderá o Senado Federal modificar os limites da decisão do STF?
Não. O Senado, decidindo pela suspensão da norma, não poderá modificar os limites da
decisão do STF. Em outras palavras, suspende nos termos da decisão do STF.
4) Pode o Senado Federal voltar atrás, desistindo da suspensão?
Não. Uma vez editada a resolução, o Senado não poderá voltar atrás, por se tratar de um
ato irretratável.
5) Quais leis podem ser suspensas?
Todas. A competência do Senado Federal para tal fim alcança normas federais, estaduais,
distritais e municipais.
6) Qual a eficácia da suspensão?
Depende. Em regra, a suspensão da execução da lei pelo Senado Federal possui eficácia
ex nunc (não retroativa). Mas, se se tratar de uma norma federal, a eficácia será ex tunc (re-
troagindo), por força do art. 1º, § 2º, do Decreto n. 2.346, de 1997. Perceba:

Art. 1º As decisões do Supremo Tribunal Federal que fixem, de forma inequívoca e definitiva, in-
terpretação do texto constitucional deverão ser uniformemente observadas pela Administração
Pública Federal direta e indireta, obedecidos aos procedimentos estabelecidos neste Decreto.
§ 1º Transitada em julgado decisão do Supremo Tribunal Federal que declare a inconstitucionali-
dade de lei ou ato normativo, em ação direta, a decisão, dotada de eficácia ex tunc, produzirá efei-
tos desde a entrada em vigor da norma declarada inconstitucional, salvo se o ato praticado com

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base na lei ou ato normativo inconstitucional não mais for suscetível de revisão administrativa ou
judicial.
§ 2º O disposto no parágrafo anterior aplica-se, igualmente, à lei ou ao ato normativo que tenha
sua inconstitucionalidade proferida, incidentalmente, pelo Supremo Tribunal Federal, após a sus-
pensão de sua execução pelo Senado Federal.
§ 3º O Presidente da República, mediante proposta de Ministro de Estado, dirigente de órgão inte-
grante da Presidência da República ou do Advogado-Geral da União, poderá autorizar a extensão
dos efeitos jurídicos de decisão proferida em caso concreto.

DICA DO LD
A partir da adoção da sistemática da repercussão geral, os
recursos extraordinários, que possuíam efeitos inter partes,
passam a ter eficácia erga omnes, tornando despicienda a
norma escrita no art. 52, X, para os casos em apreço. Nesse
contexto, o STF passou a considerar que o sentido normativo
do art. 52, X, seria: “compete privativamente ao Senado Fede-
ral dar publicidade à suspensão da execução, operada pelo
Supremo Tribunal Federal, de lei declarada inconstitucional,
no todo ou em parte, por decisão definitiva do Supremo”.

Questão 25 (IPAJM/ADVOGADO/2010) A suspensão de lei considerada inconstitucional em


controle difuso, de regra, acarreta efeitos ex tunc. Tais efeitos atingem somente as partes
do processo. Todavia, se o Senado Federal, por resolução, usar a prerrogativa constante do
art. 52, X, da CF, qual seja, a de suspender, no todo ou em parte, a execução da lei tida por in-
constitucional, desde que a decisão tenha sido definitiva e deliberada pela maioria absoluta
do pleno do tribunal, os efeitos serão erga omnes, porém valerão a partir do momento em que
a resolução do Senado Federal for publicada na imprensa oficial.

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Certo.
Exatamente isso. A decisão definitiva de mérito proferida pelo STF, em controle difuso, produz,
de regra, efeitos ex tunc. O termo “de regra” foi inserido na questão, considerando a possi-
bilidade excepcional do STF modular os efeitos temporais da decisão para ex nunc, ou, até
mesmo, pro futuro. O Senado Federal, por resolução, pode usar a prerrogativa constante do
art. 52, X, da CF, qual seja, a de suspender, no todo ou em parte, a execução da lei tida por in-
constitucional, desde que a decisão tenha sido definitiva e deliberada pela maioria absoluta
do pleno do tribunal. Caso o faça, os efeitos serão erga omnes, porque atingirão a todos que
se enquadrarem na situação jurídica objeto de julgamento pelo Supremo. A suspensão pelo
Senado produz efeitos, via de regra, a partir do momento em que a resolução do Senado Fe-
deral for publicada na imprensa oficial (ex nunc).

Questão 26 (TJ-MS/JUIZ/2008) A resolução do Senado Federal que suspende a execução


da lei ou ato normativo declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, terá efeitos
erga omnes e ex tunc.

Errado.
A resolução do Senado Federal que suspende a execução da lei ou ato normativo declarado
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal terá efeitos erga omnes e ex nunc.

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“inter partes”
“ex tunc” (princípio da nulidade dos atos inconstitucionais)
EFEITOS DA DECISÃO
possibilidade de modulação dos efeitos temporais (art. 27 da Lei n. 9.868, de 1999)
RE com repercussão geral (art. 102, § 3° ): “erga omnes”

CONTROLE
DIFUSO
ato discricionário
por resolução
não pode modificar os limites da decisão do STF
ATUAÇÃO DO SF (art. 52, X) irretratável
normas federais, estaduais, distritais e municipais
eficácia “ex nunc” (como regra)
eficácia “ex tunc” (norma federal) – Decreto n. 2.346, de 1997, art. 1º , § 2º

Súmula vinculante: a criação do instituto da súmula vinculante no Brasil foi influenciada


pelas “stare decisis” norte-americanas (as decisões da Suprema Corte gozam de efeito vin-
culante).
Nesse contexto, o art. 103-A, da CF, inserido pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004,
declara que o Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante deci-
são de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional,
aprovar súmula [súmula vinculante] que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá
efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública
direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão
ou cancelamento, na forma estabelecida em lei, no caso a Lei n. 11.417, de 2006.
A súmula vinculante terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas
determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre es-
ses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplica-
ção de processos sobre questão idêntica.
Portanto, são requisitos para edição de uma súmula vinculante:
1) quórum de 2/3 dos membros do STF (mínimo de 8 Ministros);
2) reiteradas decisões sobre matéria constitucional;

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3) controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a Administração Pública


que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão
idêntica.
Ademais, sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou can-
celamento de súmula vinculante poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação
direta de inconstitucionalidade. Cuidado com essa previsão do § 2º do art. 103-A, uma vez
que, na verdade, a Lei n. 11.417, de 2006, em seu art. 3º, ampliou o rol de legitimados para
propor aprovação, revisão ou cancelamento de súmula vinculante para além dos legitimados
da ADI.

Art. 3° da Lei n. 11.417, de 2006: São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento
de enunciado de súmula vinculante:
I – o Presidente da República;
II – a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – o Procurador-Geral da República;
V – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI – o Defensor Público-Geral da União;
VII– partido politico com representação no Congresso Nacional;
VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional;
IX- a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
X – o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
XI – os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios,
os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Elei-
torais e os Tribunais Militares.

Por fim, do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula vinculante apli-
cável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que,
julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada,
e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.

Questão 27 (STM/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2011) Súmula vinculante deve ser aprovada por


maioria absoluta dos votos do STF e incidir sobre matéria constitucional que tenha sido ob-
jeto de decisões reiteradas desse tribunal.

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Errado.
O quórum é de 2/3.

Questão 28 (DELEGADO DE POLÍCIA DO AP/2010) A súmula vinculante terá por objetivo a


validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja contro-
vérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete
grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.

Certo.
Exatamente isso!!!

Ponto interessante que merece destaque diz respeito à extensão dos efeitos vinculantes.
Como disse na minha obra Direito Constitucional Essencial,

conforme delineado pelo caput e pelo § 3º do art. 103-A, o efeito vinculante dirige-se, precipua-
mente, ao Poder Judiciário e ao Poder Executivo das três esferas federativas. Isso não significa
que o Poder Legislativo não seja atingido pelos efeitos vinculantes da súmula, haja vista que,
atipicamente, também exerce atividades administrativas. Vale dizer, o efeito vinculante da súmu-
la atinge o Poder Legislativo quando atua na realização de sua função atípica de administrador
(exemplo: nomeação de servidor público). A súmula vinculante não atinge o Legislativo na sua
função típica de legislar. Não vincula, portanto, os atos legislativos próprios (leis ordinárias, leis
complementares, emendas constitucionais etc.). A ideia estende-se às medidas provisórias que,
apesar de criadas pelo Poder Executivo, cuida-se de verdadeiro ato normativo primário e, portan-
to, não sujeito ao efeito vinculante da súmula. O Poder Legislativo deve respeitar, por exemplo,
o enunciado da súmula vinculante 13: a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha
reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de ser-
vidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o
exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na Administra-
ção Pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição
Federal.2
2
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 3ª edição. 2017. p. 78.
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Controle de Constitucionalidade
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DE OLHO NO DETALHE
Os efeitos vinculantes da súmula atingem:
1) o Poder Executivo, salvo quando exerce a função típica de legislar;
2) o Poder Judiciário;
3) o Poder Legislativo, quando exerce as funções atípicas de administrar e julgar.

Questão 29 (CNJ/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2013) Uma súmula vinculante editada pelo


STF terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário, não atingindo,
pelo princípio da separação dos poderes, os Poderes Legislativo e Executivo, que possuem
meios próprios de vinculação de seus atos.

Errado.
Atinge o Legislativo no exercício da sua função atípica de administrador, bem como atinge o
Poder Executivo. Só não alcança a função legislativa.

Antes de continuarmos, vejamos um mapa mental.

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Controle de Constitucionalidade
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Art. 3° São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante: I – o Presidente
da República; II – a Mesa do Senado Federal; III – a Mesa da Câmara dos Deputados; IV – o Procurador-Geral da República;
V – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VI – o Defensor Público-Geral da União; VII– partido politico com
representação no Congresso Nacional; VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional; IX- a Mesa
de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; X – o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
XI – os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais Regionais
Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares.

art. 103-A. § 2º?


art. 3° da Lei n. 11.417, de 2006, LEGITIMADOS influenciada pelas “stare decisis” norte-americanas (as
ampliou o rol decisões da Suprema Corte gozam de efeito vinculante)

vinculante em relação aos demais


órgãos do Poder Judiciário e à toda art. 103-A
a administração pública SÚMULA
atinge o Legislativo na função VINCULANTE
atípica de administrador (ex.: SV
13)
não atinge o Legislativo na função EFEITO
típica de legislador (separação dos
poderes)
2/3
não atinge o Executivo na função
atípica de legislador reiteradas decisões
controvérsia atual entre órgãos judiciários
REQUISITOS
ou entre esses e a administração pública que
acarrete grave insegurança jurídica e relevante
multiplicação de processos sobre questão idêntica

13. Controle Concentrado – Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI)

Legitimação ativa: temos que decorar o rol do art. 103, I a IX. Vejamos:

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitu-


cionalidade:
I – o Presidente da República;
II – a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
V – o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI – o Procurador-Geral da República;
VII – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII – partido político com representação no Congresso Nacional;
IX – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

Reconheço que não é tarefa fácil esta memorização. Vou passar para você uma dica:

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Controle de Constitucionalidade
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DICA DO LD
3 autoridades: Presidente da República; Governadores; Pro-
curador-Geral da República.
3 mesas: Mesa do Senado Federal; Mesa da Câmara dos De-
putados; Mesa das Assembleias Legislativas.
3 instituições: Conselho Federal da OAB; partido político com
representação no Congresso Nacional; confederação sindical
ou entidade de classe de âmbito nacional.

DE OLHO NOS DETALHES

1) Entende-se por partido político com representação no Congresso Nacional aquele que

possui pelo menos um Deputado Federal ou um Senador da República.

2) Segundo o entendimento do STF, a representação há de ser comprovada no momento da

propositura da ação e não no momento do seu julgamento. Ou seja, não se fala em perda

superveniente de legitimidade se, entre a propositura da ADI e o julgamento, o partido político

perder sua representação no Congresso Nacional.

3) Só a confederação sindical possui legitimidade ativa. Isto é, os sindicatos, as federações

sindicais e as centrais sindicais não são legitimadas ativas.

4) Quanto às entidades de classe de âmbito nacional, o STF muda seu entendimento para

reconhecer a legitimidade das denominadas “associações de associações” (também conhe-

cidas como entidades de classe de segundo grau), que congregam exclusivamente pessoas

jurídicas como associados.

5) Segundo o STF, as entidades de classe de âmbito nacional, que reúnam membros de mais

de uma atividade profissional ou econômica, em razão da heterogeneidade da sua composi-

ção, não possui legitimidade ativa.

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Questão 30 (SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDA/2010) Não possui legitimidade para propor ação


direta de inconstitucionalidade:
a) A mesa da Câmara dos Deputados.
b) A mesa do Senado Federal.
c) A mesa do Congresso Nacional.
d) A mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
e) A confederação sindical de âmbito nacional.

Letra c.
A única alternativa que não representa um legitimado ativo presente no art. 103 é a letra c.
Percebeu como é importante memorizar o rol do art. 103?

Questão 31 (MPE-PI/ANALISTA MINISTERIAL/2018) O controle da inconstitucionalidade


por omissão pode ocorrer por meio do mandado de injunção ou da ação direta de inconsti-
tucionalidade por omissão, a qual pode ser proposta por ministério público estadual, que é
constitucionalmente um dos legitimados ativos.

Errado.
Conforme o rol taxativo do art. 103, o MP estadual não pode propor ADI.

É importante dizer que nesse rol taxativo do art. 103 há legitimados universais e legiti-
mados especiais. Mas qual a diferença? Os legitimados universais podem arguir a incons-
titucionalidade de qualquer matéria, ao passo que os legitimados especiais só podem levar

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para o STF a discussão de matérias sobre as quais demonstrarem interesse (aquilo que se
denomina pertinência temática).
São legitimados universais: Presidente da República; Mesa do Senado Federal; Mesa da
Câmara dos Deputados; Procurador-Geral da República; Conselho Federal da Ordem dos Ad-
vogados do Brasil; partido político com representação no Congresso Nacional.
São legitimados especiais: Mesa da Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do
Distrito Federal; Governador de Estado ou do Distrito Federal; confederação sindical ou enti-
dade de classe de âmbito nacional.

Questão 32 (TCE-ES/PROCURADOR/2009) Não se exige, para fins de ajuizamento e conhe-


cimento da ADI, a prova da pertinência temática por parte das Mesas do Senado Federal, da
Câmara dos Deputados, das assembleias legislativas dos estados ou da Câmara Legislativa
do DF.

Errado.
As Mesas da Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal são legiti-
mados especiais, ou seja, devem demonstrar a pertinência temática.

Outro ponto que merece nossa abordagem é a necessidade ou não de constituir advo-
gado. Será que todos os legitimados têm capacidade postulatória para ir ao Supremo sem
advogado? Na verdade, não. Uns possuem essa capacidade postulatória, outros não.
Portanto, quem necessita de advogado? Os partidos políticos com representação no Con-
gresso Nacional, as confederações sindicais e entidades de classe de âmbito nacional NE-
CESSITAM da assistência de advogado para a propositura da ADI.

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Em sentido contrário, os demais legitimados poderão impetrar a ação direta sem a neces-
sidade de um advogado, na medida em que detêm capacidade postulatória.

Questão 33 (PGDF/PROCURADOR DO DF/2007) Uma ação direta de inconstitucionalidade


proposta pelo Governador do Distrito Federal perante o Supremo Tribunal Federal deve neces-
sariamente ser assinada por Procurador do Distrito Federal.

Errado.
O Governador de Estado e o Governador do DF não precisam constituir advogado, porque pos-
suem a capacidade postulatória para impetrar a ADI.

Art. 103, I a IX
3 autoridades, 3 mesas e 3 instituições
Legitimados universais e especiais (pertinência temática)

1 Dep. ou 1 Sen.
PARTIDOS POLÍTICOS
não há perda superveniente de legitimidade

ADI LEGITIMAÇÃO ATIVA


Só confederações sindicais (não sindicatos, federações sindicais e centrais sindicais)

de segundo grau (“associações de associações”): sim


ENTIDADES DE CLASSE
heterogêneas: não

não possuem: partido político, confederação sindical


CAPACIDADE POSTULATÓRIA e entidade de classe

Objeto: o primeiro ponto aqui é memorizar o art. 102, I, a.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, caben-


do-lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação de-
claratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;

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Portanto, fica claro que a competência do STF para julgar ADI alcança somente leis fede-
rais e estaduais, não alcançando as leis municipais.
E as normas do Distrito Federal, como ficam? Bem, o DF possui a chamada competência
cumulativa, ou seja, acumula as competências estaduais e municipais. Se a norma do DF for
no exercício das competências estaduais, poderá ser atacada no STF por ADI, no entanto, se
for no uso das competências municipais, não poderá.
Aliás, dessa maneira foi sumulada no STF, perceba:
Súmula 642, do STF: “não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Fe-
deral derivada da sua competência legislativa municipal”.
Nessa linha, podem ser objeto de ADI: emendas constitucionais de reforma, emendas
constitucionais de revisão, tratados internacionais equiparados às emendas, leis ordinárias,
leis complementares, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos, resoluções,
tratados internacionais não equiparados às emendas, decretos autônomos, regimentos inter-
nos dos tribunais, Constituições Estaduais, Lei Orgânica do Distrito Federal.

DE OLHO NOS DETALHES


1) Só podem ser objeto de ADI atos normativos primários (aqueles que buscam seu funda-
mento de validade direto da Constituição Federal) federais e estaduais.
2) Leis municipais não podem ser objeto de ADI. É o que a doutrina chama de “silêncio elo-
quente”. O silêncio da Constituição afirma que não pode ADI em face de lei municipal.
3) leis distritais só podem ser objeto de ADI se forem editadas no uso de competência esta-
dual.

DICAS DO LD
1) Em razão da jurisprudência do STF, só poderão ser impug-
nadas em ação direta as leis e atos normativos federais e es-
taduais que:
a) sejam pós-constitucionais: para o Supremo não é possí-
vel o controle de constitucionalidade de lei anterior à Consti-
tuição pela via da ação direta de inconstitucionalidade;

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b) possuam conteúdo normativo geral e abstrato: segundo o


STF, só constitui ato normativo idôneo a submeter-se ao con-
trole abstrato da ação direta de inconstitucionalidade aquele
dotado de um coeficiente mínimo de abstração ou, pelo me-
nos, de generalidade;
c) não sejam tipicamente regulamentares: o STF não admi-
te ADI em face de atos normativos de caráter regulamentar
(chamados de atos normativos secundários). No caso, a ofen-
sa à Constituição é meramente reflexa. Não há, na verdade,
uma inconstitucionalidade, mas mera crise de legalidade;
d) estejam em vigor: é pacífico o entendimento do STF no
sentido de não ser cabível a ação direta de inconstitucionali-
dade contra ato revogado;
e) não sejam questões interna corporis;
f) não sejam normas constitucionais originárias: não se ad-
mite controle concentrado ou difuso de constitucionalidade
de normas produzidas pelo Poder Constituinte originário;
2) As súmulas de jurisprudência aprovadas pelos Tribunais do
Poder Judiciário não podem ser objeto de controle concen-
trado de constitucionalidade, por não apresentarem caracte-
rísticas de ato normativo. As súmulas, apesar de refletirem a
interpretação dada pelo Poder Judiciário, não constituem, por
si só, uma norma, mas decisões sobre normas.
3) O STF passou a admitir a propositura de ADI em face de
atos de efeitos concretos com caráter genérico e abstrato,
como as leis orçamentárias.

Questão 34 (TCU/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO/AUDITORIA GOVERNAMEN-


TAL/2011/ADAPTADO) A emenda constitucional pode ser objeto de controle de constitucio-
nalidade perante o Supremo Tribunal Federal (STF).
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Certo.
É uma lei em sentido amplo federal, portanto, pode ser objeto de ADI.

Questão 35 (STM/JUIZ AUDITOR/2013) São objeto de ADI: atos normativos primários, tra-
tados internacionais, atos normativos federais, regimento interno, decreto autônomo, leis ou
atos normativos anteriores a 05/10/1988, constituições e leis estaduais, decretos (com força
de lei) e atos normativos estaduais.

Errado.
Os  atos normativos primários (aqueles que buscam seu fundamento de validade direto da
Constituição Federal), tratados internacionais, atos normativos federais, regimento interno
dos tribunais, decreto autônomo (produzido à luz do art. 84, VI), constituições e leis estaduais,
decretos (com força de lei) e atos normativos estaduais PODEM ser objeto de ADI. No entanto,
leis ou atos normativos anteriores a 05/10/1988, data da publicação do ato de promulgação
da atual Constituição, não. Somente leis e atos normativos federais e estaduais pós-consti-
tucionais podem ser objeto de ADI.

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Art. 102, I, a
Leis e atos normativos federais e estaduais
Leis municipais: silêncio eloquente
Leis distritais: só na competência estadual (Súmula 642 do STF)

primário
atos regulamentares não (inconstitucionalidade é reflexa) – crise de legali-
ADI OBJETO
SOMENTE ATOS dade
NORMATIVOS: pós-constitucionais
em vigor
não sejam questões “interna corporis”
não sejam normas constitucionais originárias

Súmula de jurisprudência: não


Atos de efeitos concretos com caráter genérico e abstrato (leis orçamentárias): sim

Atuação do Procurador-Geral da República (PGR): a atuação do PGR tem base constitu-


cional no art. 103, VI (como legitimado universal) e no mesmo art. 103, § 1º. Perceba:

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitu-


cionalidade:
[…]
VI – o Procurador-Geral da República;
[…]
§ 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucio-
nalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.

Ou seja, o PGR é um dos legitimados para propor as ações de controle concentrado de


constitucionalidade, independentemente da comprovação de interesse na matéria (legitima-
do ativo universal). Além disso, deverá ele ser previamente ouvido em todas as ações do con-
trole concentrado e nos demais processos de competência do STF na qualidade de custus
legis (fiscal da lei).
Importante sabermos que o parecer do PGR é obrigatório, porém ele tem total liberdade
para opinar a favor ou contra a inconstitucionalidade do tema constitucional sob julgamento.
Atuação do Advogado-Geral da União (AGU): o AGU também desempenha um papel im-
portante no julgamento da ADI, haja vista que é citado para defender o ato normativo impug-
nado. É o que está expresso no art. 103, § 3º:

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Art.  103, §  3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de


norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato
ou texto impugnado.

Cuidado com isso!!! É uma atuação vinculada (defender o ato impugnado), mas o Supre-
mo relativizou o comando constitucional autorizando que, em dadas situações, o AGU poderá
defender a inconstitucionalidade, nos casos em que o próprio STF já tiver se manifestado em
outro processo pela inconstitucionalidade da norma atacada.

DE OLHO NOS DETALHES


1) O PGR sempre será ouvido nas ações de controle concentrado.
2) Dada a sua independência funcional, o PGR é livre para se manifestar pela constitucionali-
dade ou pela inconstitucionalidade da lei atacada.
3) O AGU será citado para defender o ato impugnado. Ele atua como curador do princípio da
constitucionalidade das leis.
4) O STF admite que o AGU defenda a inconstitucionalidade da norma atacada quando o
próprio STF já tiver se manifestado pela inconstitucionalidade da lei em outro processo (ADI
1.616).

Questão 36 (AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2006) A citação prévia do Advogado-Geral da


União em todas as ações de inconstitucionalidade apreciadas pelo STF representa a realiza-
ção de função constitucional imprescindível e que se equipara à de curador em defesa das
normas infraconstitucionais.

Errado.
O único erro é o termo “imprescindível”, considerando a exceção citada anteriormente.

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Questão 37 (AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2009) Quando o STF apreciar a inconstitucionali-


dade, em tese, de norma legal ou ato normativo, compete ao Advogado-Geral da União exer-
cer a função de curador especial do princípio da presunção de constitucionalidade da norma,
razão pela qual não poderá, em hipótese alguma, manifestar-se pela inconstitucionalidade do
ato impugnado.

Errado.
Mais uma vez, temos o mesmo erro. Há a possibilidade de o AGU defender a inconstituciona-
lidade nas situações em que o próprio STF já tiver se manifestado pela inconstitucionalidade
da norma atacada.

Legitimado universal (art. 103, VI)

ATUAÇÃO DO PGR “Custus legis” (art. 103, § 1º)


Parecer obrigatório com liberdade para opinar

ADI
Atuação vinculada como regra (are. 103, § 3°)
Defende como regra a constitucionalidade
ATUAÇÃO DO AGU
Curador da presunção de constitucionalidade das leis
Exceção: quando já houver posicionamento do STF pela inconstitucionalidade (ADI 1616)

Impossibilidade de desistência: art. 5º da Lei n. 9.868, de 1999.

Art. 5º Proposta a ação direta, não se admitirá desistência.

DICA DO LD
Não se admite desistência do pedido principal e da medida
cautelar (liminar) eventualmente suscitada.

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Questão 38 (SRF/AUDITOR-FISCAL/2009) Antes da concessão da liminar em sede de Ação


Direta de Inconstitucionalidade, é possível que seu autor peça desistência da mesma.

Errado.
Proposta a ADI, não cabe desistência.

Questão 39 (MTE/AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO/2010) A Ação Direta de Inconstitucio-


nalidade, em face de sua natureza e finalidade especial, é suscetível de desistência a qualquer
tempo.

Errado.
Pela mesma razão!!!

Impossibilidade de intervenção de terceiros: art. 7º, caput, da Lei n. 9.868, 1999.

Art. 7º Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de inconstitucionali-


dade.

VAMOS APROFUNDAR
Cuidado! Muito embora não caiba intervenção de terceiros, o STF admite o “amicus curiae”. O
“amicus curiae” (numa tradução literal significa amigo da Corte) é o terceiro interessado, mas
não legitimado, que atua no controle concentrado de constitucionalidade como colaborador.
Tem por finalidade pluralizar o debate do tema constitucional impugnado, especialmente de

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assuntos muito técnicos, permitindo que o Tribunal disponha dos elementos necessários à
melhor solução da controvérsia constitucional, legitimando democraticamente as decisões
do STF. É o que está no art. 7º, § 2º, da Lei 9.868, de 1999, segundo o qual “o relator, conside-
rando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por despacho
irrecorrível, admitir a manifestação de outros órgãos ou entidades”. Segundo entendimento
do STF, a admissão do “amicus curiae” tem como prazo limite a data de remessa dos autos
para mesa de julgamento (ADI 4.071).
Diga-se que, se o STF inadmitir o pedido de ingresso do “amicus curiae”, cabe a interposição
de agravo.
O novo Código de Processo Civil (CPC) tornou o estudo do “amicus curiae” um pouco mais
complexo.
Como dito acima, em seu art. 7º, caput, a Lei n. 9.868, de 1999, veda a intervenção de tercei-
ros, haja vista o caráter objetivo do processo de fiscalização abstrata de constitucionalidade,
incompatível com a busca de interesses econômicos de agentes alheios à relação jurídico-
-processual. No entanto, justamente pelo caráter objetivo do controle concentrado, o § 2º do
art. 7º da Lei n. 9.868, de 1999, autoriza a admissão, pelo relator, de outros órgãos ou entida-
des, na qualidade de “amici curiae” (plural de “amicus curiae”), sempre que a matéria seja de
significativa relevância e os requerentes ostentem representatividade adequada.
Segundo o próprio STF: “a intervenção de “amicus curiae” no controle concentrado de atos
normativos primários destina-se a pluralizar e a legitimar social e democraticamente o debate
constitucional, com o aporte de argumentos e pontos de vista diferenciados, bem como de
informações fáticas e dados técnicos relevantes à solução da controvérsia jurídica e, inclu-
sive, de novas alternativas de interpretação da Carta Constitucional, o que se mostra salutar
diante da causa de pedir aberta das ações diretas”.
Será que caberia pessoa física como “amicus curiae” em controle concentrado de consti-
tucionalidade? O tema é controverso. Reconhece-se que o novo CPC trouxe uma novidade
quanto às regras aplicadas ao “amicus curiae”, qual seja, a aceitação da pessoa física como

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amiga da Corte. No entanto, o STF tem jurisprudência histórica no sentido de que a falta de
representatividade da pessoa natural torna-se um obstáculo ao reconhecimento de sua con-
dição como “amicus curiae”.
Sendo assim, muito embora o novo CPC traga a possibilidade de aceitação de pessoa física
como “amicus curiae”, tal perspectiva depende de mudança da jurisprudência histórica do STF.
OK?

Questão 40 (DPU/DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO/2007) Qualquer pessoa juridicamente in-


teressada na declaração de inconstitucionalidade pode ingressar como assistente na ação
direta de inconstitucionalidade.

Errado.
Conforme afirmado, não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de
inconstitucionalidade.

Natureza dúplice ou ambivalente: art. 24 da Lei n. 9.868, de 1999.

Art. 24. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou procedente


eventual ação declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação
direta ou improcedente eventual ação declaratória.

Em outras palavras, à luz do art. 24 da Lei n. 9.868, de 1999, e tendo por base que, em
sede de ADI, o pedido formulado pelo autor é pelo reconhecimento da inconstitucionalidade
da norma, teremos o seguinte: a) se a ação direta é julgada procedente, será declarada a in-
constitucionalidade da norma impugnada; b) se a ação direta é julgada improcedente, será
declarada a constitucionalidade do texto guerreado3. Perceba que mesmo a improcedência

3
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019. p. 87-88.

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da ação produz efeitos, qual seja, o reconhecimento pelo STF da constitucionalidade da lei
impugnada.

Impossibilidade de recurso (salvo embargos de declaração) e de ação rescisória: art. 26


da Lei n. 9.868, de 1999.

Art. 26. A decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato


normativo em ação direta ou em ação declaratória é irrecorrível, ressalvada a interposição de em-
bargos declaratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de ação rescisória.

DICA DO LD
Em Constitucional, não precisamos saber o que são embar-
gos de declaração e ação rescisória. Basta-nos saber o que
está no art. 26, da Lei n. 9.868, de 1999.

Questão 41 (DPU/DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO/2007) Decisão que declara a constitucio-


nalidade ou a inconstitucionalidade de norma pode ser atacada por embargos de declaração,
mas não poderá ser desconstituída em ação rescisória.

Certo.
Exatamente isso!!!

Questão 42 (STM/ANALISTA JUDICIÁRIO/2011) É cabível ação rescisória contra decisão


proferida em ação direta de inconstitucionalidade após o trânsito em julgado da decisão.

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Errado.
Não cabe ação rescisória.

Não há perda do direito de ação por decurso do prazo: importante que se diga que a pro-
positura de ADI não se sujeita a nenhum prazo limite, ou seja, os legitimados pelo art. 103
podem propor a ação em qualquer tempo, uma vez que os atos inconstitucionais não se con-
validam pelo decurso do tempo.

Questão 43 (SRF/AUDITOR-FISCAL/2009) Para a propositura da Ação Direta de Inconsti-


tucionalidade, se faz necessário observar um dos requisitos objetivos pertinente ao prazo
prescricional.

Errado.
Conforme afirmamos, não há prazo.

Questão 44 (MTE/AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO/2010) O ajuizamento da Ação Direta de


Inconstitucionalidade não se sujeita a prazos prescricional ou decadencial, vez que atos in-
constitucionais não são suscetíveis de convalidação pelo decurso do tempo.

Certo.
Exatamente isso!!!

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Efeitos da decisão: muito cuidado com esse ponto!!! Despenca em concurso público.
Vamos inicialmente ler o art. 102, § 2º, da CF, e o art. 28, parágrafo único, da Lei n. 9.868,
de 1999.

Art.  102, §  2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas
ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzi-
rão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário
e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
Art. 28. Dentro do prazo de dez dias após o trânsito em julgado da decisão, o Supremo Tribunal
Federal fará publicar em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União a parte
dispositiva do acórdão.
Parágrafo único. A declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, inclusive a in-
terpretação conforme a Constituição e a declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução
de texto, têm eficácia contra todos e efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e
à Administração Pública federal, estadual e municipal.

Portanto, são efeitos da decisão tomada pelo STF no julgamento das ADIs:


1) eficácia erga omnes (contra todos que se encontrem perante a mesma situação jurídica
enfrentada no julgamento): por se tratar de processo objetivo, os efeitos da decisão atingem
a todos que se encontram sob a mesma situação jurídica;
2) efeito vinculante: atinge todo o Poder Judiciário (menos o próprio STF, que poderá mu-
dar seu entendimento), bem como o Poder Executivo e o Poder Legislativo quando executam a
função administrativa. Não vinculam o Poder Legislativo e o Poder Executivo quando exercem
a função legislativa, sob pena de ferir a independência entre os Poderes;
3) efeitos retroativos (ex tunc): em regra, a declaração de inconstitucionalidade retroage
ao início da vigência do ato guerreado, uma vez que vige a tese da nulidade dos atos incons-
titucionais. Porém, a lei permite que o STF, em situações excepcionais, modifique os efeitos
temporais da sua decisão, nos termos do art. 27 da Lei n. 9.868, de 1999. Vejamos:

Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de


segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por
maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que
ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser
fixado.

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DICA DO LD
Muito embora concebida para o controle concentrado de
constitucionalidade, é possível a aplicação da modulação dos
efeitos temporais da decisão proferida pelo STF no controle
difuso de constitucionalidade.

Questão 45 (TCE-AC/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2009) Ao declarar a inconstitu-


cionalidade de lei ou ato normativo, e  tendo em vista razões de segurança jurídica ou de
excepcional interesse social, poderá o STF, por maioria absoluta de seus membros, restringir
os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em
julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

Errado.
Maioria de 2/3.

Questão 46 (AL-ES/PROCURADOR/2011/ADAPTADO) O STF admite a modulação de efeitos


da decisão que declare a inconstitucionalidade no controle difuso concreto e no controle con-
centrado abstrato.

Certo.
O comando do art. 27 da Lei n. 9.868, de 1999, aplica-se tanto no controle concentrado quan-
to no difuso, mas sempre pelo STF.

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Não vinculação à causa de pedir: no julgamento da ADI, o STF pode decidir por fundamen-
tação diversa daquela trazida pelo autor. É o que se chama de causa de pedir aberta. Mas
cuidado, o pedido vincula!!! Ou seja, se o autor pede a declaração de inconstitucionalidade
apenas do art. 1º de uma determinada lei, o STF só analisará este art. 1º por força do princípio
da demanda.

Questão 47 (MPE-SE/ANALISTA/2010) Em matéria de ação direta de inconstitucionalidade,


é certo que o Supremo Tribunal Federal fica vinculado aos fundamentos apresentados pelo
proponente, por ser a causa de pedir restrita ou fechada, vedando-se que a decisão seja as-
sentada em qualquer parâmetro constitucional.

Errado.
É justamente o contrário. O Supremo Tribunal Federal NÃO fica vinculado aos fundamentos
apresentados pelo proponente, por ser a causa de pedir ABERTA, PERMITINDO que a decisão
seja assentada em qualquer parâmetro constitucional.

Questão 48 (TRT-7/JUIZ SUBSTITUTO/2006) Na ação direta de inconstitucionalidade, a ati-


vidade judicante do STF está condicionada pelo pedido, mas não pela causa de pedir, que é
tida como “aberta”.

Certo.
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Possibilidade de concessão de medida cautelar: segundo o art. 10, da Lei n. 9.868, de 1999,
salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta será concedida por decisão da
maioria absoluta dos membros do STF, após a audiência dos órgãos ou autoridades dos quais
emanou a lei ou ato normativo impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de cinco dias.
Segundo o art. 11, § 1º, da Lei n. 9.868, de 1999, a medida cautelar, dotada de eficácia con-
tra todos, será concedida com efeito ex nunc, salvo se o STF entender que deva conceder-lhe
eficácia retroativa.
Importante dizer que, segundo o STF, somente a concessão da medida cautelar terá efeito
vinculante.
Por fim, a concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso exis-
tente, salvo expressa manifestação em sentido contrário pelo STF (art. 11, § 2º, da Lei n.
9.868, de 1999).
Sobre a possibilidade de concessão de medida cautelar, a jurisprudência do STF é pacífica
no sentido de que o Supremo deve analisar a conveniência política de eventual suspensão
cautelar da lei impugnada. Na ADI 5.077, o Min. Alexandre de Moraes cita diversos precedente
da Corte para afirmar que “A análise dos requisitos do fumus boni iuris e periculum in mora
para a concessão de medida liminar em sede de controle abstrato de constitucionalidade
admite maior discricionariedade por parte do STF, com a realização de verdadeiro juízo de
conveniência política da suspensão da eficácia”.
Entendeu ADI? Espero que sim! Para finalizar essa parte, vejamos alguns mapas mentais.

Possível (arts. 10 e 11 da Lei n. 9.868, de 1999)


Eficácia “ex nunc” (como regra), “erga omnes” e vinculante (art. 11, § 1º, da Lei n.
9.868, de 1999)
MEDIDA CAUTELAR
STF: somente a concessão possui efeito vinculante
A concessão da medida cautelar produz efeito repristinatórios tácito (art. 11, § 2º, da
9.868, de 1999)
ADI

NATUREZA DÚPLICE OU AMBIVALENTE Art. 24 da Lei n. 9.868, de 1999

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Terceiro interessado, mas não legitimado


Colaborador para pluralizar o debate
Art. 7º, § 2º, da Lei n. 9.868, de 1999
“AMICUS CURIAE” Prazo: remessa dos autos para julgamento (STF)
STF: não aceita pessoa física
Decisão que admitir é irrecorrível
Decisão que inadmitir cabe agravo

ADI
IMPOSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO DE TERCEIROS Art. 7º , “caput”, da Lei n. 9.868, de 1999

Art. 5º da Lei n. 9.868, de 1999


IMPOSSIBILIDADE DE DESISTÊNCIA
Do pedido principal e do pedido de concessão de medida cautelar

IMPOSSIBILIDADE DE RECURSO (SALVO ED) E DE AÇÃO RESCISÓRIA Art. 26 da Lei n. 9.868, de 1999

IMPOSSIBILIDADE DE PERDA DO DIREITO DE AÇÃO POR DECURSO DO PRAZO

Art. 102, § 2°
Eficácia “erga omnes”

ADI EFEITOS DA DECISÃO Efeito vinculante


Eficácia “ex tunc”, como regra
Possibilidade de modulação dos efeitos temporais (art. 27 da Lei n. 9.868, de 1999)

NÃO VINCULAÇÃO À CAUSA DE PEDIR causa de pedir aberta

VINCULAÇÃO AO PEDIDO

14. Controle Concentrado – Ação Direta de Inconstitucionalidade por


Omissão (ADO)

Querido(a) aluno(a), fique com a seguinte ideia: o julgamento da ADO segue o mesmo pro-
cedimento anteriormente estudado para a ADI, ressalvadas as peculiaridades a seguir exa-
minadas.
Portanto, os assuntos estudados nas seções anteriores, como o objeto, a não vinculação
à causa de pedir, a vinculação ao pedido, a impossibilidade de desistência, a impossibilidade
de intervenção de terceiros, a natureza dúplice, a impossibilidade de recurso (salvo embargo

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de declaração), a impossibilidade de ação rescisória e a inexistência de perda do direito de


ação por decurso do prazo valem para a ADO também.
Vamos tratar das peculiaridades da ADO, ok? Venha comigo.
Finalidade: conforme vimos anteriormente, o Poder Público pode ofender a Constituição
por uma inação, nas situações em que a própria Constituição exige um fazer do Estado. O não
fazer inconstitucional pode ser atacado pela ADO, para que o STF reconheça a inconstitucio-
nalidade por omissão.
Legitimação ativa: é a mesma para a propositura da ADI, ou seja, o rol taxativo do art. 103,
I a IX.
Atuação do PGR: vale exatamente o que vimos na ADI, isto é, é obrigatória e livre (art. 103,
IV e art. 103, § 1º). Conforme ensinamos, o PGR é um dos legitimados para propor as ações
de controle concentrado de constitucionalidade, independentemente da comprovação de in-
teresse na matéria. Além disso, deverá ele ser previamente ouvido em todas as ações do
controle concentrado e nos demais processos de competência do STF na qualidade de custus
legis (fiscal da lei).
Atuação do AGU: segundo a norma aplicável, a atuação do AGU é facultativa.
Vejamos o art. 12-E, da Lei n. 9.868, de 1999.

Art. 12-E. Aplicam-se ao procedimento da ação direta de inconstitucionalidade por omissão, no


que couber, as disposições constantes da Seção I do Capítulo II desta Lei.
§ 1º Os demais titulares referidos no art. 2º desta Lei poderão manifestar-se, por escrito, sobre o
objeto da ação e pedir a juntada de documentos reputados úteis para o exame da matéria, no prazo
das informações, bem como apresentar memoriais.
§ 2º O relator poderá solicitar a manifestação do Advogado-Geral da União, que deverá ser enca-
minhada no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 3º O Procurador-Geral da República, nas ações em que não for autor, terá vista do processo, por
15 (quinze) dias, após o decurso do prazo para informações.

Questão 49 (MTE/AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO/2010) Na Ação Direta de Inconstitucio-


nalidade por omissão é obrigatória a oitiva do Advogado-Geral da União, tendo em vista que
qualquer ato impugnado deve ser defendido.

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Errado.
Como vimos, no julgamento da ADO, a oitiva do AGU é facultativa, uma vez que o relator po-
derá solicitar a manifestação do Advogado-Geral da União.

Questão 50 (SENADO FEDERAL/CONSULTOR LEGISLATIVO/2012) O Advogado-Geral da


União deverá ser obrigatoriamente ouvido, em ações de inconstitucionalidade por comissão
ou omissão, para defesa do ato normativo ou inércia alegada, ainda que sua origem seja es-
tadual.

Errado.
O Advogado-Geral da União deverá ser obrigatoriamente ouvido, em ações de inconstitucio-
nalidade por comissão APENAS, para defesa do ato normativo, ainda que sua origem seja
estadual. Já sabemos que no caso de ADO, a manifestação do AGU é facultativa.

Efeitos da decisão: em caso de omissão imputável a um Poder (Legislativo, Executivo e


Judiciário), o STF dará ciência ao Poder competente para a adoção das providências neces-
sárias. Já em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências deverão ser
adotadas no prazo de 30 dias, ou em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo
Supremo Tribunal Federal, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse
público envolvido.
É o que diz o art. 103, § 2º, da CF, e art. 12-H, caput, e § 1º da Lei n. 9.868, de 1999.

Art. 103, § 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma
constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias
e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.

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Art. 12-H. Declarada a inconstitucionalidade por omissão, com observância do disposto no art. 22,


será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias. (Incluído pela
Lei n. 12.063, de 2009).
§ 1º Em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências deverão ser adotadas
no prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal,
tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido.

Questão 51 (TJ-PE/JUIZ SUBSTITUTO/2011) Considerada a disciplina constitucional e a


respectiva regulamentação legal da ação direta de inconstitucionalidade por omissão, em
caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências deverão ser adotadas no
prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Su-
premo Tribunal Federal, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse
público envolvido.

Certo.
É exatamente isso que extraímos das normas aplicáveis.

Questão 52 (MDIC/ANALISTA DE COMÉRCIO EXTERIOR/2012) Antes de declarada a incons-


titucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada
ciência e oportunidade para que o Poder competente adote as providências necessárias e, em
se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.

Errado.
Não é bem isso. Na verdade, após o julgamento da ADO pelo STF, será dada ciência e oportu-
nidade para que o Poder competente adote as providências necessárias e, em se tratando de
órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias ou em prazo razoável a ser fixado pelo STF.

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Medida cautelar: segundo o art. 12-F, da Lei n. 9.868, de 1999, em caso de excepcional
urgência e relevância da matéria, o STF, por decisão da maioria absoluta de seus membros,
poderá conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis
pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 dias. A medida cau-
telar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no
caso de omissão parcial, bem como na suspensão de processos judiciais ou de procedimen-
tos administrativos, ou ainda em outra providência a ser fixada pelo STF (art. 12-F, § 1º, da Lei
n. 9.868, de 1999).

Dito isso, vejamos dois mapas mentais sobre ADO.

FINALIDADE declarar uma omissão inconstitucional

Art. 103, I a IX
LEGITIMAÇÃO ATIVA

ADO
Art. 102, I, a
OBJETO
Leis e atos normativos federais e estaduais (sob a ótica da omissão)

MEDIDA CAUTELAR possível (art. 12-F da Lei n. 9.868, de 1999)

Legitimado universal (art. 103, VI)


ATUAÇÃO DO PGR “Custus legis” (art. 103, § 1º)
Parecer obrigatório com liberdade para opinar

ADO ATUAÇÃO DO AGU Facultativa (art. 12-E, § 2º , da Lei n. 9.868, de 1999)

Art. 103, § 2º; art. 12-H, caput, e § 1º da Lei n. 9.868, de 1999

EFEITOS DA DECISÃO Poder competente: ciência


Órgão administrativo: adoção das providências em 30 dias ou em prazo
razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo STF

15. Controle Concentrado – Ação Declaratória de Constitucionalida-


de (ADC)

Querido(a) aluno(a), vamos agora trabalhar a ADC.

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Inicialmente, é importante fixar que essa ação de controle concentrado foi a única que foi

criada por emenda à Constituição, por meio da EC n. 3, de 1993. As demais são normas cons-

titucionais originárias (estão no texto da Constituição, desde o início).

Questão 53 (OAB/2008) A ação declaratória de constitucionalidade foi instituída pelo cons-

tituinte originário na Constituição de 1988.

Errado.
Como vimos, a ADC foi instituída pelo constituinte derivado, por meio da Emenda Constitucio-
nal n. 3, de 1993.

Finalidade: questão interessante é saber o porquê da criação da ADC. A ideia é encerrar,


definitivamente, relevante controvérsia judicial sobre a validade de uma lei FEDERAL, haja
vista que a decisão do STF nessa ação produzirá eficácia erga omnes e efeito vinculante em
relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta e indireta,
nas esferas federal, estadual e municipal.
De acordo com o princípio da presunção de constitucionalidade das leis, uma lei nasce
constitucional até declaração em contrário do Poder Judiciário (ou seja, a norma goza de pre-
sunção relativa de constitucionalidade). Assim, quando o STF declara uma lei constitucional
no controle concentrado, encerra-se definitivamente qualquer discussão acerca da valida-
de da norma. A partir daí, os demais membros do Poder Judiciário deverão considerar a lei
CONSTITUCIONAL, possuindo, doravante, presunção absoluta de constitucionalidade.
Legitimação ativa: os mesmos da ADI previstos no art. 103, I a IX, da CF.

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Questão 54 (CGU/TÉCNICO DE FINANÇAS E CONTROLE/2008) Tem legitimidade para propor

ação direta de inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade, exceto:

a) O Governador de Estado e do Distrito Federal.

b) O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.

c) Os Prefeitos.

d) O Presidente da República.

e) Partido político com representação no Congresso Nacional50.

Letra c.

Prefeito não está no rol do art. 103, portanto, não tem legitimidade para propor ação direta de

inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade.

Objeto: muito cuidado com isso. Conforme se extrai do art. 102, I, a, só é possível entrar

com ADC em face de lei FEDERAL.

Questão 55 (ESAF/MPOG/APO/2005) Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e

julgar originariamente a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de consti-

tucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual.

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Errado.
Essa é uma pegadinha clássica. Compete ao STF processar e julgar originariamente a ação
direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual. Porém, no que
tange à ação declaratória de constitucionalidade, a competência do Supremo restringisse à
lei ou ato normativo federal.

FINALIDADE Tornar a presunção relativa de constitucionalidade das leis em absoluta

ÚNICA CRIADA POR EMENDA CONSTITUCIONAL (EC N. 3, de 1993)

ADC

LEGITIMAÇÃO ATIVA Art. 103, I a IX

Art. 102, I, a
OBJETO
Leis e atos normativos federais

Relevante controvérsia judicial: para que seja admissível uma ADC no STF, o autor deve
demonstrar a existência de relevante controvérsia judicial. É o que cita o art. 14, inciso III, da
Lei n. 9.868, de 1999. Importante destacar que relevante controvérsia doutrinária não basta
para o conhecimento da ação declaratória de constitucionalidade pelo STF.

Art. 14. A petição inicial indicará:


I – o dispositivo da lei ou do ato normativo questionado e os fundamentos jurídicos do pedido;
II – o pedido, com suas especificações;
III – a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação
declaratória.

Questão 56 (TJ-RJ/OFICIAL DE CARTÓRIO 6ª CLASSE/2009) É pressuposto de admissibi-


lidade da ação declaratória de constitucionalidade a existência de controvérsia judicial rele-
vante sobre a aplicação do dispositivo legal cuja constitucionalidade se discute.

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Certo.
Exatamente isso!!!

Atuação do PGR: exatamente da mesma maneira das demais ações do controle concen-
trado de constitucionalidade, ou seja, obrigatória e livre, conforme se vê no art. 103, IV, e no
art. 103, § 1º, ambos da CF.

Atuação do AGU: cuidado com isso!!! Na ADC, o AGU não se manifesta (QO ADC 1). Como
o papel do AGU é defender a constitucionalidade do ato impugnado e nesta ação de controle
concentrado o autor busca justamente a declaração da constitucionalidade, não há razão
para a manifestação do AGU.

Questão 57 (AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2005) Deve haver a manifestação do Advogado-


-Geral da União nas ações declaratórias de constitucionalidade, em virtude da possibilidade
de declaração, nessas ações, da inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo federal.

Errado.
Na ADC, o AGU não se manifesta!!!

Questão 58 (TCU/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/AUDITORIA GOVERNAMENTAL/2008)


Um deputado estadual de Sergipe, insatisfeito com os recursos que o estado vinha recebendo
da União, resolveu apresentar um projeto de lei estadual criando um novo imposto, incidente
sobre a exploração da atividade de lavra de petróleo nesse estado por empresas privadas e

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estatais. Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes. A mencionada lei es-
tadual, se publicada, poderá ser objeto de controle de constitucionalidade, na via concentrada,
por meio de ação declaratória de constitucionalidade, perante o STF, devendo, nessa situação,
o advogado-geral da União ser citado para defender a constitucionalidade da lei.

Errado.
Dois erros. Primeiro, norma estadual não pode ser objeto de ADC, somente norma FEDERAL.
Segundo, na ADC, o AGU não se manifesta.

Medida cautelar: à luz do art. 21, da Lei n. 9.868, de 1999, o STF, por decisão da maioria
absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de
constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os Tribunais suspendam
o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da
ação até seu julgamento definitivo.

Art. 14, III, da Lei n. 9.868, de 1999


RELEVANTE CONTROVÉRSIA JUDICIAL
Não é possível controvérsia doutrinária

MEDIDA CAUTELAR possível (art. 21 da Lei n. 9.868, de 1999)

ADC Legitimado universal (art. 103, VI)


ATUAÇÃO DO PGR “Custus legis” (art. 103, § 1º )
Parecer obrigatório com liberdade para opinar

ATUAÇÃO DO AGU Não se manifesta (QO ADC 1)

Aspectos comuns entre ADI e ADC:


1) impossibilidade de desistência (art. 16 da Lei n. 9.868, de 1999);

Art. 16. Proposta a ação declaratória, não se admitirá desistência.

2) impossibilidade de intervenção de terceiros (art. 18 da Lei n. 9.868, de 1999);

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Art. 18. Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação declaratória de constitucio-


nalidade.

3) inexistência de perda do direito de ação por decurso do prazo;


4) natureza dúplice (art. 24 da Lei n. 9.868, de 1999);

Art. 24. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou procedente


eventual ação declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação
direta ou improcedente eventual ação declaratória.

5) irrecorribilidade da decisão de mérito (salvo embargos de declaração) e impossibilida-


de de ação rescisória (art. 26 da Lei n. 9.868, de 1999).

Art. 26. A decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato


normativo em ação direta ou em ação declaratória é irrecorrível, ressalvada a interposição de em-
bargos declaratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de ação rescisória.

6) admissibilidade de “amicus curiae” pelo STF, mesmo com o veto ao § 2º do art. 18 da


Lei n. 9.868, de 1999.

Questão 59 (TCU/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO/AUDITORIA GOVERNAMEN-


TAL/2011) Não se admitem a desistência e a ação rescisória dos julgados de ação direta de
inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade.

Certo.
Exatamente isso!!!

Questão 60 (EXAME DA OAB/2011.1) As alternativas a seguir apontam diferenças entre a


ADI e a ADC, À EXCEÇÃO DE UMA. Assinale-a.
a) Rol de legitimados para a propositura da ação.
b) Objeto da ação.

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c) Exigência de controvérsia judicial relevante.


d) Manifestação do Advogado-Geral da União.

Letra a.
O rol de legitimados é o mesmo.

Efeitos da decisão: são semelhantes aos efeitos já estudados em ADI, perceba:


1) eficácia erga omnes (contra todos que se encontrem perante a mesma situação jurídica
enfrentada no julgamento): por se tratar de processo objetivo, os efeitos da decisão atingem
a todos que se encontram sob a mesma situação jurídica;
2) efeito vinculante: atinge todo o Poder Judiciário (menos o próprio STF, que poderá mu-
dar seu entendimento), bem como o Poder Executivo e o Poder Legislativo quando executam a
função administrativa. Não vinculam o Poder Legislativo e o Poder Executivo quando exercem
a função legislativa, sob pena de ferir a independência entre os Poderes;
3) efeitos retroativos (ex tunc): a declaração de constitucionalidade retroage ao início da
vigência da lei, transformando a presunção relativa de constitucionalidade em presunção ab-
soluta de constitucionalidade. Porém, se o STF julgar improcedente a ADC, estará declarando
a inconstitucionalidade da lei, situação em que poderá aplicar o art. 27, da Lei n. 9.868, de
1999. Relembremos, por importante, o teor do citado art. 27, da Lei n. 9.868, de 1999:

Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de se-
gurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria
de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só te-
nha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

Em outras palavras, se a conclusão do STF é pela constitucionalidade da lei, isso signi-


fica que a norma atacada é (e sempre foi) compatível com a Constituição Federal, vale dizer,
procedente a ADC, os efeitos da decisão serão ex tunc pelo reconhecimento em definitivo da
constitucionalidade do texto impugnado.

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Vejamos agora mais um mapa mental sobre ADC.


Art. 102, § 2°
Eficácia “erga omnes”
Efeito vinculante
EFEITOS DA DECISÃO
Eficácia “ex tunc”, como regra
Possibilidade de modulação dos efeitos temporais – no caso da declaração de
inconstitucionalidade (art. 27 da Lei n. 9.868, de 1999)

ADC
impossibilidade de perda do direito de ação por decurso do prazo
Impossibilidade de desistência (art. 16 da Lei n. 9.868, de 1999)
Impossibilidade de intervenção de terceiros (art. 18 da Lei n. 9.868, de
1999)
ASPECTOS COMUNS COM A Possibilidade de “amicus curiae” (admitido pelo STF, apesar do veto ao § 2°
ADI do art. 18 da Lei n. 9.868, de 1999)
Impossibilidade de recurso (salvo ED) e impossibilidade de ação rescisória
(art. 26 da Lei n. 9.868, de 1999)
Natureza dúplice ou ambivalente

16. Controle Concentrado – Arguição de Descumprimento de Preceito


Fundamental (ADPF)

Prezado(a) aluno(a), inicialmente é importante fixar que a ADPF tem previsão constitucio-
nal no art. 102, § 1º, a saber:

Art. 102, § 1º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constitui-


ção, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.

A lei citada é a Lei n. 9.882, de 1999.


Objeto: o objeto da ADPF é delineado no art. 1º, da Lei n. 9.882, de 1999:

Art. 1º A arguição prevista no § 1º do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Su-
premo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante
de ato do Poder Público.
Parágrafo único. Caberá também arguição de descumprimento de preceito fundamental: I – quan-
do for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal,
estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição;

Da leitura da norma transcrita, extraímos que existem duas modalidades de ADPFs:

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a) ADPF autônoma (que tem por finalidade evitar ou reparar lesão a preceito fundamental);
b) ADPF incidental (que pressupõe a existência de uma outra controvérsia constitucional
prévia).
A ADPF autônoma pode ser preventiva ou repressiva. Assim, temos:
1) ADPF autônoma preventiva: utilizada para evitar lesão a preceito fundamental, resul-
tante de ato do Poder Público;
2) ADPF autônoma repressiva: utilizada para reparar lesão a preceito fundamental, resul-
tante de ato do Poder Público;
3) ADPF incidental: utilizada diante de relevante controvérsia constitucional sobre lei ou ato
normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição Federal de 1988.

Questão 61 (AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2006) O controle de constitucionalidade abstrato


de lei municipal em relação à Constituição Federal pode ser feito via arguição de descumpri-
mento de preceito fundamental.

Certo.
No caso, trata-se de uma ADPF incidental.

Questão 62 (MDIC/ANALISTA DE COMÉRCIO EXTERIOR/2012) A respeito da arguição de


descumprimento de preceito fundamental, é correto afirmar que não ocorre de forma preven-
tiva perante o Supremo Tribunal Federal, mas repressiva para reparar lesões a direitos quando
causadas pela conduta comissiva ou omissiva de qualquer dos poderes públicos.

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Errado.
Vimos que existe, sim, a ADPF autônoma preventiva.

Visto o objeto da ADPF, surge uma dúvida: o que é preceito fundamental?


O STF não definiu, de maneira prévia, o que sejam os preceitos fundamentais na Consti-
tuição Federal. Na verdade, a Corte fixou o entendimento, no julgamento da questão de ordem
na ADPF 01, de que a ele próprio (o STF), no caso concreto, compete identificar as normas
constitucionais que devam ser consideradas preceitos fundamentais para o fim de conheci-
mento das ADPFs ajuizadas.
Apesar de não haver um delineamento objetivo e prévio do que sejam preceitos funda-
mentais, tarefa que cabe, como visto, à Suprema Corte caso a caso, a doutrina identifica como
preceitos fundamentais na Constituição:
a) os princípios fundamentais do Título I (artigos 1º ao 4º);
b) os direitos e garantias fundamentais (espalhados por todo o texto constitucional);
c) os princípios constitucionais sensíveis (art. 34, VII);
d) as cláusulas pétreas (art. 60, § 4º);
e) as limitações materiais implícitas.4

Legitimação ativa: a mesma das demais ações de controle concentrado prevista no


art. 103, I a IX.

4
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 4ª edição. 2019. p. 96.

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Questão 63 (IEMA/ADVOGADO/2007) A arguição de descumprimento de preceito funda-


mental somente pode ser ajuizada pelos legitimados para propositura de ação direta de in-
constitucionalidade.

Certo.
Exatamente isso!!!

Caráter subsidiário: muito cuidado com isso!!! De acordo com o art.  4º, §  1º, da Lei n.
9.882, de 1999, não será admitida arguição de descumprimento de preceito fundamental
quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.
Isso é o que se chama caráter subsidiário da ADPF. Só impetra a ADPF se não houver ou-
tra ação ou recurso apto para prevenir ou sanar lesão a preceito fundamental.
É importante que se diga que a mera possibilidade de utilização de outros meios pro-
cessuais não basta; os instrumentos disponíveis devem ser aptos para sanar ou prevenir de
modo eficaz a lesividade.

Questão 64 (MDIC/ANALISTA DE COMÉRCIO EXTERIOR/2012) A respeito da arguição de


descumprimento de preceito fundamental, é correto afirmar que tem caráter subsidiário, por-
que a lei expressamente veda a possibilidade de arguição de descumprimento de preceito
fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.

Certo.
Exatamente isso!!!

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Fungibilidade entre a ADPF e ADI: outro ponto muito interessante no estudo da ADPF é o
reconhecimento pelo STF da fungibilidade entre essa ação e a ADI.
Caso o autor da ADPF tenha se equivocado, sendo, na verdade, hipótese de ADI, o STF
receberá a ADPF como se ADI fosse, desde que presentes os demais requisitos para a ADI.
No mesmo sentido, se o autor entrar com uma ADI, mas, na verdade, seja caso de ADPF,
presentes os demais requisitos da ADPF, o STF receberá a ADI como ADPF.

Questão 65 (TCE-ES/PROCURADOR/2009) De acordo com o entendimento do STF, a argui-


ção de descumprimento de preceito fundamental não pode ser conhecida como ADI, em face
de sua especificidade, ainda que o objeto do pedido principal da arguição seja a declaração de
inconstitucionalidade de preceito autônomo por ofensa a dispositivos constitucionais, e que
estejam presentes os demais requisitos da ADI.

Errado.
É justamente o contrário. O entendimento do STF é no sentido de que a ADPF PODE ser co-
nhecida como ADI na hipótese em que o pedido principal da arguição seja a declaração de
inconstitucionalidade de preceito autônomo por ofensa a dispositivos constitucionais, e que
estejam presentes os demais requisitos da ADI.

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LEGITIMAÇÃO ATIVA Art. 103, I a IX


evitar lesão a preceito fundamental (ADPF autônoma preventiva)
reparar lesão a preceito fundamental (ADPF autônoma
OBJETO Art. 1º da Lei n. 9.882, de 1999 repressiva)
diante de relevante controvérsia constitucional sobre lei ou
ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os
anteriores à CF/88 (ADPF incidental)

ADPF PRECEITO FUNDAMENTAL STF: não há um rol expresso na CF. Cabe ao próprio STF, no caso concreto, identificar

Art. 4° , § 1° , da Lei n. 9.882, de 1999


CARÁTER SUBSIDIÁRIO
STF: qualquer outra ação ou recurso
OUTRO MEIO EFICAZ
STF: o outro meio deve ser eficaz

FUNGIBILIDADE ENTRE A ADPF E A ADI

Atuação do PGR: mais uma vez fixamos o entendimento de que a manifestação do PGR é

obrigatória e livre, com fundamento nos já citados art. 103, IV, e art. 103, § 1º.

Atuação do AGU: não há previsão legal, mas tem sido usual a sua manifestação.

Medida cautelar: o STF, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir

pedido de medida liminar na arguição de descumprimento de preceito fundamental (art. 5º,

da Lei n. 9.882, de 1999).

MEDIDA CAUTELAR possível (art. 5º da Lei n. 9.882, de 1999)

Art. 7º da Lei n. 9.882, de 1999


Legitimado universal (art. 103, VI)
ADPF ATUAÇÃO DO PGR
“Custus legis” (art. 103, § 1º )
Parecer obrigatório com liberdade para opinar

ATUAÇÃO DO AGU Não há previsão legal, mas tem sido usual

Dito isso, após esgotarmos a atuação do PGR e do AGU nas ações de controle concentra-

do de constitucionalidade, vou deixar uma tabelinha para você jamais esquecer a atribuição

de cada um deles. Venha comigo.

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AGU PGR
Manifestação obrigatória. Atua na defesa do
ADI ato impugnado como curador da constituciona- Legitimado ativo universal ou custus legis
lidade, como regra

ADO Manifestação facultativa Legitimado ativo universal ou custus legis

ADC Não se manifesta Legitimado ativo universal ou custus legis


Não há previsão legal, mas tem sido usual a
ADPF Legitimado ativo universal ou custus legis
manifestação

Percebeu que a atuação do PGR é sempre a mesma? Ou ele é o autor da ação de controle
concentrado de constitucionalidade (como legitimado ativo universal, podendo questionar
qualquer matéria, independentemente de interesse) ou ele atua como fiscal da lei, emitindo
parecer de caráter obrigatório, com plena liberdade de atuação, em razão da sua independên-
cia funcional. A diferença está na atuação do AGU. Para não remanescer dúvida, vamos a um
mapa mental que sintetiza a atuação do AGU.

ADI manifestação obrigatória (curador da constitucionalidade das leis, como regra)

ADO manifestação facultativa

AGU

ADC não se manifesta

ADPF não há previsão legal, mas tem sido usual

Irrecorribilidade e impossibilidade de ação rescisória: art. 12 da Lei n. 9.882, de 1999.

Art. 12. A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido em arguição de descumprimen-


to de preceito fundamental é irrecorrível, não podendo ser objeto de ação rescisória.

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Importante lembrar que em Direito Constitucional não precisamos saber aspectos recur-
sais próprios do Direito Processual Civil, tampouco precisamos saber o que é uma ação res-
cisória. OK?

Questão 66 (MDIC/ANALISTA DE COMÉRCIO EXTERIOR/2012) A respeito da arguição de


descumprimento de preceito fundamental, é correto afirmar que da decisão que julgar proce-
dente ou improcedente o pedido cabe recurso, inclusive ação rescisória.

Errado.
É justamente o contrário. A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido em ar-
guição de descumprimento de preceito fundamental é irrecorrível, não podendo ser objeto de
ação rescisória.

Efeitos da decisão: art. 10, caput, e § 3º, da Lei n. 9.882, 1999.

Art. 10. Julgada a ação, far-se-á comunicação às autoridades ou órgãos responsáveis pela prática
dos atos questionados, fixando-se as condições e o modo de interpretação e aplicação do preceito
fundamental.
[…]
§ 3º A decisão terá eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do
Poder Público.

Podemos dizer que os  efeitos da decisão são semelhantes aos já estudados até aqui,
perceba:
1) eficácia erga omnes (contra todos que se encontrem perante a mesma situação jurídica
enfrentada no julgamento): por se tratar de processo objetivo, os efeitos da decisão atingem
a todos que se encontram sob a mesma situação jurídica;

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2) efeito vinculante: atinge todo o Poder Judiciário (menos o próprio STF, que poderá mu-
dar seu entendimento), bem como o Poder Executivo e o Poder Legislativo quando executam a
função administrativa. Não vinculam o Poder Legislativo e o Poder Executivo quando exercem
a função legislativa, sob pena de ferir a independência entre os Poderes;
3) efeitos retroativos (ex tunc): em regra, a declaração de inconstitucionalidade retroage
ao início da vigência do ato guerreado, uma vez que vige a tese da nulidade dos atos incons-
titucionais. Porém, a lei permite que o STF, em situações excepcionais, modifique os efeitos
temporais da sua decisão, nos termos do art. 11 da Lei n. 9.882, de 1999. Vejamos:

Art. 11. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, no processo de arguição de


descumprimento de preceito fundamental, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de ex-
cepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus
membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de
seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

Entendeu ADPF? Espero que sim. Vamos ao último mapa mental sobre a ADPF.

Art. 12 da Lei n. 9.882, de 1999


IRRECORRIBILIDADE E IMPOSSIBILIDADE DE AÇÃO RESCISÓRIA

ADPF Art. 1º, “caput” e § 3°, da Lei n 9.882, de 1999


Eficácia “erga omnes”
EFEITOS DA DECISÃO Efeito vinculante
Eficácia “ex tunc”, como regra
Possibilidade de modulação dos efeitos temporais (art. 11 da Lei n. 9.882, de 1999)

17. Controle Concentrado – Representação Interventiva


Agora, meu(minha) aluno(a), preciso que você imprima a Lei n. 12.562, de 2011. Combi-
nado?
Feito isso, leiamos juntos o art. 36, III, da CF, e o art. 2º, da Lei n. 12.562, de 2011:

Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:


[…]
III – de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da Repú-
blica, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal.

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Controle de Constitucionalidade
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Art. 2º, da Lei n. 12.562, de 2011 A representação será proposta pelo Procurador-Geral da Repúbli-
ca, em caso de violação aos princípios referidos no inciso VII do art. 34 da Constituição Federal, ou
de recusa, por parte de Estado-Membro, à execução de lei federal.

Da leitura das normas transcritas, percebemos que a representação interventiva pode


ocorrer em duas hipóteses constitucionais:
a) ofensa aos princípios constitucionais sensíveis (art. 34, VII);
b) recusa à execução de lei federal por parte de Estado-membro (art. 34, VI).
Nessas duas situações, a intervenção federal dependerá de provimento pelo Supremo Tri-
bunal Federal de representação interventiva proposta pelo Procurador-Geral da República. Ou
seja, a competência é do STF e a legitimidade ativa é apenas do PGR.
Caso o STF dê provimento à representação interventiva proposta pelo PGR, o STF dará
ciência ao Presidente da República para que este tome as providências cabíveis.
Portanto, quem decretará a intervenção, se for o caso, será o Presidente da República,
a partir de requisição do STF.

DE OLHO NOS DETALHES


1) Legitimidade ativa: PGR.
2) Competência: STF.
3) Hipóteses: ofensa aos princípios constitucionais sensíveis, previstos no art. 34, VII, e recusa
à execução de lei federal por parte de Estado-membro.
4) Executor da intervenção: Presidente da República.

Essas são as informações importantes sobre representação interventiva expostas no


mapa mental a seguir.

COMPETÊNCIA STF

REPRESENTAÇÃO LEGITIMADO ATIVO PGR


INTERVENTIVA

ofensa aos princípios constitucionais sensíveis (art. 34, VII)


HIPÓTESES
recusa à execução de lei federal (art. 34, VI)

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Para fechar o tema controle de constitucionalidade, vamos trazer algumas observações


finais, começando pela inconstitucionalidade por arrastamento.

18. Inconstitucionalidade por Arrastamento, por Arrasto, por Atração,


Consequencial ou por Reverberação Normativa

A inconstitucionalidade por arrastamento ocorre em caso de dependência recíproca entre


normas, de maneira que a inconstitucionalidade de uma “arrasta” a outra.

Exemplo: imagine que um dos legitimados do art. 103 entre com uma ADI em face de uma Lei X,
e que essa Lei X tenha sido regulamentada pelo Decreto Y. A declaração de inconstitucionali-
dade da Lei X produz por arrastamento a inconstitucionalidade do seu Decreto regulamentar Y.

Questão 67 (TJ-PB/JUIZ SUBSTITUTO/2011) Em atenção ao princípio da adstrição, o orde-


namento jurídico brasileiro não admite a inconstitucionalidade por arrastamento, que con-
sistiria na possibilidade de o STF declarar a inconstitucionalidade de uma norma objeto de
pedido e também de outro ato normativo que não tenha sido objeto do pedido, em virtude de
correlação, conexão ou interdependência entre uma e outro.

Errado.

O STF admite a inconstitucionalidade por arrastamento, que consiste na possibilidade de o

STF declarar a inconstitucionalidade de uma norma objeto do pedido e de outro ato normativo

que não tenha sido objeto do pedido, em virtude de correlação, conexão ou interdependência

entre uma e outro.

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Questão 68 (MPE-SE/ANALISTA/2010) Em matéria de ação direta de inconstitucionalidade,

é certo que o Supremo Tribunal Federal aprecia a validade dos dispositivos legais indicados

no pedido formulado pelo autor da ação, porém admite a inconstitucionalidade por “arrasta-

mento” ou por atração.

Certo.

Exatamente isso!!!

19. Inconstitucionalidade superveniente versus revogação

De início, importante fixar que, no Brasil, não se fala em inconstitucionalidade superve-


niente. Haveria a chamada inconstitucionalidade superveniente quando a invalidade da nor-
ma resultasse da sua incompatibilidade com o texto constitucional futuro, seja ele originário
ou derivado (fruto de emenda constitucional).
Como dito, no Brasil, de acordo com a jurisprudência pacífica do STF, não se admite in-
constitucionalidade superveniente. Para a Corte, a superveniência de texto constitucional
provoca a revogação das leis anteriores materialmente incompatíveis.

20. Normas constitucionais Originárias inconstitucionais

Em provas mais complexas, pode o examinador querer o conhecimento do autor alemão


chamado Otto Bachof. Otto Bachof, em sua obra “Normas Constitucionais Inconstitucionais”,
defendeu a possibilidade da declaração de inconstitucionalidade de normas constitucionais
originárias. Sua teoria foi influenciada pelos horrores da Segunda Guerra Mundial. Afirmou o
autor que haveria normas constitucionais originárias inconstitucionais se a Constituição de
um determinado Estado fosse utilizada para legitimar o exercício arbitrário do Poder Político.

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No Brasil, não se admite normas constitucionais originárias inconstitucionais. Por outro


lado, é perfeitamente possível a existência de normas constitucionais derivadas inconstitu-
cionais, seja pela ótica material, seja pela ótica formal, uma vez que os Poderes Constituintes
derivado reformador e derivado revisor submetem-se às regras constitucionais.

21. Transcendência dos motivos determinantes

Segundo a teoria da transcendência dos motivos determinantes, não só a conclusão do


julgamento, mas também a sua fundamentação ( a ratio decidendi – razões para decidir), po-
deria fazer coisa julgada. Exemplo: uma decisão acerca da inconstitucionalidade de uma nor-
ma estadual, em que a motivação do julgado seria suficiente para que se entendesse igual-
mente inconstitucionais normas de outros Estados-membros com o mesmo conteúdo, sem a
necessidade de pronunciamento específico pelo STF. É uma tendência do Supremo, mas não
podemos afirmar que essa teoria é utilizada pela Corte hoje. Conheçamos para fins de prova.
Não se aplica ao obter dictum (comentários paralelos que não influenciam a decisão).

22. Declaração de nulidade sem redução de texto

Haverá declaração de nulidade sem redução de texto, como técnica de interpretação


constitucional aplicada ao controle de constitucionalidade, quando o STF afasta, por incons-
titucional, um sentido que não poderá ser aplicado (declara a inconstitucionalidade).
Não se confunde com a interpretação conforme a Constituição, pois, neste caso, o STF
determina o sentido a ser dado a uma norma polissêmica (que admite mais de um sentido), a
fim de conformá-la com a Constituição da República (declara a constitucionalidade).

DE OLHO NOS DETALHES


1) Na declaração de nulidade sem redução de texto: declara-se a inconstitucionalidade da
norma.
2) Na interpretação conforme a Constituição: declara-se a constitucionalidade da norma.

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22. Inconstitucionalidade progressiva, lei ainda constitucional ou in-

constitucionalidade em trânsito

Na inconstitucionalidade progressiva, também chamada de lei ainda constitucional ou in-

constitucionalidade em trânsito, a lei é considerada “ainda constitucional”, embora, no futuro,

venha a ser necessariamente inconstitucional. Exemplo: instalação das Defensorias Públicas

(art. 5º, LXXIV c/c 134, caput) e o prazo em dobro para o processo penal. O Supremo, conside-

rando a precariedade das Defensorias Públicas, declarou o prazo em dobro para a Defensoria

Pública atuar no processo penal constitucional, em detrimento do prazo simples à disposição

do Ministério Público. Mas, quando houver uma devida estruturação das Defensorias Públi-

cas, esse prazo em dobro deve ser reconhecido como inconstitucional, em razão da “paridade

de armas” que a Defensoria Pública deve ter em relação ao Ministério Público. Ou seja, essa

norma que prevê o prazo em dobro hoje é constitucional, mas sua inconstitucionalidade está

em trânsito. Compreendeu?

23. Bloco de constitucionalidade

Entende-se por bloco de constitucionalidade o conjunto de normas constitucionais que

servem de parâmetro de controle de constitucionalidade.

Esse assunto ganhou importância com o advento da Emenda Constitucional 45, de 2004,

que inseriu o § 3º ao art. 5º, permitindo que tratados internacionais sobre direitos humanos

que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em 2 turnos, por 3/5 dos votos

dos respectivos membros, sejam equivalentes às emendas constitucionais. A existência de

tratados internacionais sobre direitos humanos com força de emenda constitucional alargou

o parâmetro de controle de constitucionalidade das leis.

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24. Controle de constitucionalidade nos Estados-membros e no Distri-


to Federal

Os tribunais de justiça dos Estados-membros e do Distrito Federal podem realizar o con-


trole de constitucionalidade de leis estaduais e municipais em face de suas Constituições
Estaduais/Lei Orgânica do Distrito Federal. É o que prevê o art. 125, § 2º: “cabe aos Estados
a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais
ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir
a um único órgão”.

DE OLHO NO DETALHE
A Constituição Estadual e a Lei Orgânica do DF não podem atribuir a legitimidade ativa para
a propositura da representação de inconstitucionalidade a apenas um órgão. Ou seja, deve
haver mais de um legitimado ativo.

DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
1) Segundo o STF, compete ao tribunal de justiça o julgamento da ação de controle abs-
trato de constitucionalidade quando o parâmetro de controle for a Constituição Esta-
dual, mesmo que se trate de norma de reprodução obrigatória da Constituição Federal,
resguardada a possibilidade de recurso extraordinário para o STF.
2) Segundo o STF, os tribunais de justiça podem exercer controle abstrato de constitu-
cionalidade de leis municipais, utilizando como parâmetro de controle normas da Cons-
tituição Federal, desde que se trate de normas de reprodução obrigatória pelos Estados-
-membros.

25. Controle de constitucionalidade pelos Tribunais de Contas

Os Tribunais de Contas poderão exercer o controle concreto (jamais abstrato) de constitu-


cionalidade das leis e dos atos normativos do Poder Público, conforme entendimento trazido
pela Súmula 347, do STF.

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26. Controle de constitucionalidade na ação civil pública

É possível a realização de controle difuso de constitucionalidade em sede de ação civil


pública, segundo entendimento do STF.
Mas cuidado! O STF veda o uso da ação civil pública para declaração de inconstituciona-
lidade de lei em tese, com efeitos erga omnes, pois, nesse caso, funcionaria como sucedâneo
de uma ação direta de inconstitucionalidade, usurpando a competência exclusiva do STF na
realização do controle concentrado de constitucionalidade.

27. Estado de Coisas Inconstitucional

“Estado de coisas inconstitucional” é uma terminologia nova utilizada pelo Min. Marco
Aurélio no julgamento da ADPF 347, replicando termos usados pela Corte Constitucional da
Colômbia.
Segundo as decisões da Corte Colombiana, há três pressupostos principais para a carac-
terização do “estado de coisas inconstitucional”:
a) situação de violação generalizada de direitos fundamentais;
b) inércia ou incapacidade reiterada e persistente das autoridades públicas em modificar
a situação;
c) a superação das transgressões exigir a atuação não apenas de um órgão, e sim de uma
pluralidade de autoridades.

Súmulas e Jurisprudência Aplicáveis


1) ADIs 3.406 e 3.470: O STF, por maioria, julgou improcedentes pedidos formulados em
ações diretas de inconstitucionalidade ajuizadas contra a Lei 3.579/2001 do Estado do
Rio de Janeiro. O referido diploma legal proíbe a extração do asbesto/amianto em todo
o território daquela unidade da Federação e prevê a substituição progressiva da produ-
ção e da comercialização de produtos que o contenham. A Corte declarou, também por
maioria e incidentalmente, a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei federal 9.055/1995,
com efeito vinculante e erga omnes. O dispositivo já havia sido declarado inconstitu-

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cional, incidentalmente, no julgamento da ADI 3.937/SP (rel. orig. min. Marco Aurélio,
red. p/ o ac. min. Dias Toffoli, julgamento em 24-8-2017). A partir da manifestação do
ministro Gilmar Mendes, o Colegiado entendeu ser necessário, a fim de evitar anomias
e fragmentação da unidade, equalizar a decisão que se toma tanto em sede de controle
abstrato quanto em sede de controle incidental. O ministro Gilmar Mendes observou que
o art. 535 do CPC reforça esse entendimento. Asseverou se estar fazendo uma releitura
do disposto no art. 52, X, da CF, no sentido de que a Corte comunica ao Senado a deci-
são de declaração de inconstitucionalidade, para que ele faça a publicação, intensifi-
que a publicidade. O ministro Celso de Mello considerou se estar diante de verdadeira
mutação constitucional que expande os poderes do STF em tema de jurisdição consti-
tucional. Para ele, o que se propõe é uma interpretação que confira ao Senado Federal a
possibilidade de simplesmente, mediante publicação, divulgar a decisão do STF. Mas a
eficácia vinculante resulta da decisão da Corte. Daí se estaria a reconhecer a inconstitu-
cionalidade da própria matéria que foi objeto deste processo de controle abstrato, pre-
valecendo o entendimento de que a utilização do amianto, tipo crisotila e outro, ofende
postulados constitucionais e, por isso, não pode ser objeto de normas autorizativas.
A ministra Cármen Lúcia, na mesma linha, afirmou que a Corte está caminhando para
uma inovação da jurisprudência no sentido de não ser mais declarado inconstitucional
cada ato normativo, mas a própria matéria que nele se contém. O ministro Edson Fachin
concluiu que a declaração de inconstitucionalidade, ainda que incidental, opera uma
preclusão consumativa da matéria. Isso evita que se caia numa dimensão semicircular
progressiva e sem fim. E essa afirmação não incide em contradição no sentido de reco-
nhecer a constitucionalidade da lei estadual que também é proibitiva, o que significa, por
uma simetria, que todas as legislações que são permissivas – dada a preclusão con-
sumativa da matéria, reconhecida a inconstitucionalidade do art. 2º da lei federal – são
também inconstitucionais.
[ADI 3.406 e ADI 3.470, rel. min. Rosa Weber, j. 29-11-2017, P, Informativo 886.]

2) MS 27.971: (...) a perda superveniente de titularidade do mandato legislativo tem


efeito desqualificador da legitimidade ativa do congressista que, apoiado nessa especí-
fica condição político-jurídica, ajuizou ação de mandado de segurança com o objetivo
de questionar a validade jurídica de determinado procedimento que ambas as Casas do

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Congresso Nacional têm adotado em matéria de apreciação de medidas provisórias. É


que a atualidade do exercício do mandato parlamentar configura, nesse contexto, situ-
ação legitimante e necessária, tanto para a instauração, quanto para o prosseguimento
da causa perante o STF.
[MS 27.971, rel. min. Celso de Mello, j. 1º-7-2011, dec. monocrática, DJE de 1º-8-2011.]

3) MS 32.033: O STF admite a legitimidade do parlamentar – e somente do parlamentar


– para impetrar mandado de segurança com a finalidade de coibir atos praticados no
processo de aprovação de lei ou emenda constitucional incompatíveis com disposições
constitucionais que disciplinam o processo legislativo.
[MS 24.667 AgR, rel. min. Carlos Velloso, j. 4-12-2003, P, DJ de 23-4-2004.]
= MS 32.033, rel. p/ o ac. min. Teori Zavascki, j. 20-6-2013, P, DJE de 18-2-2014

4) Súmula Vinculante 10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão
de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitu-
cionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou
em parte.

5) ARE 791.932: É nula a decisão de órgão fracionário que, ao negar a aplicação do


inciso II, do art. 94 da Lei 9.472/1997, com base na Súmula 331/TST, e declarar ilícita a
terceirização e atividade-fim, reconhece a existência de vínculo trabalhista entre a con-
tratante e o empregado da contratada, pois exerceu controle difuso de constitucionali-
dade, declarando a parcial nulidade sem redução de texto do referido dispositivo sem
observar a cláusula de reserva de Plenário.
[ARE 791.932, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 11-10-2018, P, DJE de 6-3-2019, Tema
739.]

6) ARE 914.045: A jurisprudência pacífica desta Corte, agora reafirmada em sede de


repercussão geral, entende que é desnecessária a submissão de demanda judicial à
regra da reserva de plenário na hipótese em que a decisão judicial estiver fundada em
jurisprudência do Plenário do STF ou em súmula deste Tribunal, nos termos dos arts. 97
da CF e 481, parágrafo único, do CPC.

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[ARE 914.045 RG, rel. min. Edson Fachin, j. 15-10-2015, P, DJE de 19-11-2015, Tema
856.]

7) ADI 4.654: (...) os Municípios não figuram no rol de entidades legitimadas para a pro-
positura de ação direta de inconstitucionalidade perante esta Corte previsto nos arts.
103 da Constituição e 2º da Lei 9.868/1999.
[ADI 4.654, rel. min. Gilmar Mendes, j. 28-11-2011, dec. monocrática, DJE de 2-12-2011.]

8) ADI 1.507: A legitimidade ativa da confederação sindical, entidade de classe de


âmbito nacional, mesas das assembleias legislativas e governadores, para a ação direta
de inconstitucionalidade, vincula-se ao objeto da ação, pelo que deve haver pertinência
da norma impugnada com os objetivos do autor da ação. (...) Inocorrência, no caso, de
pertinência das normas impugnadas com os objetivos da entidade de classe autora da
ação direta).
[ADI 1.507 MC-AgR, rel. min. Carlos Velloso, j. 3-2-1997, P, DJ de 6-6-1997.]

9) ADI 2618: Partido político. Legitimidade ativa. Aferição no momento da sua proposi-
tura. Perda superveniente de representação parlamentar. Não desqualificação para per-
manecer no polo ativo da relação processual. Objetividade e indisponibilidade da ação.
[ADI 2.618 AgR-AgR, rel. min. Gilmar Mendes, j. 12-8-2004, P, DJ de 31-3-2006.]
= ADI 2.427, rel. min. Eros Grau, j. 30-8-2006, P, DJ de 10-11-2006

10) ADPF 264: Os conselhos de fiscalização profissional têm como função precípua o
controle e a fiscalização do exercício das profissões regulamentadas, exercendo, por-
tanto, poder de polícia, atividade típica de Estado, razão pela qual detêm personalidade
jurídica de direito público, na forma de autarquias. Sendo assim, tais conselhos não se
ajustam à noção de entidade de classe, expressão que designa tão somente aquelas
entidades vocacionadas à defesa dos interesses dos membros da respectiva categoria
ou classe de profissionais.
[ADPF 264 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 18-12-2014, P, DJE de 25-2-2015.]

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11) ADI 4.029: Ação direta de inconstitucionalidade. Lei federal 11.516/2007. Criação do
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Legitimidade da Associação
Nacional dos Servidores do Ibama. (...) A democracia participativa delineada pela Carta
de 1988 se baseia na generalização e profusão das vias de participação dos cidadãos
nos provimentos estatais, por isso que é de se conjurar uma exegese demasiadamente
restritiva do conceito de “entidade de classe de âmbito nacional” previsto no art. 103, IX,
da CRFB. A participação da sociedade civil organizada nos processos de controle abs-
trato de constitucionalidade deve ser estimulada, como consectário de uma sociedade
aberta dos intérpretes da Constituição, na percepção doutrinária de Peter Häberle, mercê
de o incremento do rol dos legitimados à fiscalização abstrata das leis indicar esse novel
sentimento constitucional. In casu, a entidade proponente da ação sub judice possuir
ampla gama de associados, distribuídos por todo o território nacional, e que represen-
tam a integralidade da categoria interessada, qual seja, a dos servidores públicos fede-
rais dos órgãos de proteção ao meio ambiente.
[ADI 4.029, rel. min. Luiz Fux, j. 8-3-2012, P, DJE de 27-6-2012.]

12) ADI 3.617: Carece de legitimação para propor ação direta de inconstitucionalidade a
entidade de classe que, embora de âmbito estatutário nacional, não tenha representação
em, pelo menos, nove Estados da Federação, nem represente toda a categoria profissio-
nal, cujos interesses pretenda tutelar.
[ADI 3.617 AgR, rel. min. Cezar Peluso, j. 25-5-2011, P, DJE de 1º-7-2011.]
= ADI 4.230 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 1º-8-2011, P, DJE de 14-9-2011

13) ADI 4.983: Consoante dispõe a norma imperativa do § 3º do art. 103 do Diploma
Maior, incumbe ao advogado-geral da União a defesa do ato ou texto impugnado na
ação direta de inconstitucionalidade, não lhe cabendo emissão de simples parecer, a
ponto de vir a concluir pela pecha de inconstitucionalidade.
[ADI 4.983, rel. min. Marco Aurélio, j. 6-10-2016, P, DJE de 27-4-2017.]

14) ADPF 147: A arguição de descumprimento de preceito fundamental não é a via ade-
quada para se obter a interpretação, a revisão ou o cancelamento de súmula vinculante.
[ADPF 147 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 24-3-2011, P, DJE de 8-4-2011.]
Vide ADPF 80 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 12-6-2006, P, DJ de 10-8-2006

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15) RE 466.343: É de ser considerada, no entanto, a dificuldade de adequação dessa


tese à realidade de Estados que, como o Brasil, estão fundados em sistemas regidos
pelo princípio da supremacia formal e material da Constituição sobre todo o ordena-
mento jurídico. Entendimento diverso anularia a própria possibilidade do controle da
constitucionalidade desses diplomas internacionais. Como deixou enfatizado o STF ao
analisar o problema,”assim como não o afirma em relação às leis, a Constituição não
precisou dizer-se sobreposta aos tratados: a hierarquia está ínsita em preceitos inequí-
vocos seus, como os que submetem a aprovação e a promulgação das convenções ao
processo legislativo ditado pela Constituição (...) e aquele que, em consequência, expli-
citamente admite o controle da constitucionalidade dos tratados (CF, art. 102, III, b)”. Os
poderes públicos brasileiros não estão menos submetidos à Constituição quando atuam
nas relações internacionais em exercício do treaty-making power. Os tratados e conven-
ções devem ser celebrados em consonância não só com o procedimento formal descrito
na Constituição, mas com respeito ao seu conteúdo material, especialmente em tema de
direitos e garantias fundamentais.
[RE 466.343, rel. min. Cezar Peluso, voto do min. Gilmar Mendes, j. 3-12-2008, P, DJE de
5-6-2009.]

16) RE 364.304: A teoria da nulidade tem sido sustentada por importantes constitu-
cionalistas. Fundada na antiga doutrina americana, segundo a qual “the inconstitutio-
nal statute is not law at all”, significativa parcela da doutrina brasileira posicionou-se
pela equiparação entre inconstitucionalidade e nulidade. Afirmava-se, em favor dessa
tese, que o reconhecimento de qualquer efeito a uma lei inconstitucional importaria na
suspensão provisória ou parcial da Constituição. Razões de segurança jurídica podem
revelar-se, no entanto, aptas a justificar a não aplicação do princípio da nulidade da lei
inconstitucional. Não há negar, ademais, que aceita a ideia da situação “ainda consti-
tucional”, deverá o Tribunal, se tiver que declarar a inconstitucionalidade da norma, em
outro momento fazê-lo com eficácia restritiva ou limitada. Em outros termos, o “apelo
ao legislador” e a declaração de inconstitucionalidade com efeitos limitados ou restritos
estão intimamente ligados. Afinal, como admitir, para ficarmos no exemplo de Walter
Jellinek, a declaração de inconstitucionalidade total com efeitos retroativos de uma lei

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eleitoral tempos depois da posse dos novos eleitos em um dado Estado? Nesse caso,
adota-se a teoria da nulidade e declara-se inconstitucional e ipso jure a lei, com todas
as consequências, ainda que dentre elas esteja a eventual acefalia do Estado? Questões
semelhantes podem ser suscitadas em torno da inconstitucionalidade de normas orça-
mentárias. Há de se admitir, também aqui, a aplicação da teoria da nulidade tout court?
Dúvida semelhante poderia suscitar o pedido de inconstitucionalidade, formulado anos
após a promulgação da lei de organização judiciária que instituiu um número elevado de
comarcas, como já se verificou entre nós. Ou, ainda, o caso de declaração de inconsti-
tucionalidade de regime de servidores aplicado por anos sem contestação. Essas ques-
tões – e haveria outras igualmente relevantes – parecem suficientes para demonstrar
que, sem abandonar a doutrina tradicional da nulidade da lei inconstitucional, é possí-
vel e, muitas vezes, inevitável, com base no princípio da segurança jurídica, afastar a
incidência do princípio da nulidade em determinadas situações. Não se nega o caráter
de princípio constitucional ao princípio da nulidade da lei inconstitucional. Entende-se,
porém, que tal princípio não poderá ser aplicado nos casos em que se revelar absoluta-
mente inidôneo para a finalidade perseguida (casos de omissão ou de exclusão de bene-
fício incompatível com o princípio da igualdade), bem como nas hipóteses em que a sua
aplicação pudesse trazer danos para o próprio sistema jurídico constitucional (grave
ameaça à segurança jurídica).
[RE 364.304 AgR, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 3-10-2006, 2ª T, DJ de 6-11-2006.]

17) ADI 4.029: O diploma constitucional hoje vigente é dotado de um amplo catálogo de
expressões de compreensão equívoca, identificados pela doutrina como cláusulas aber-
tas ou conceitos jurídicos indeterminados, que adquirem densidade normativa a partir
da atividade do intérprete, o qual, inevitavelmente, se vale de suas convicções políticas
e sociais para delinear a configuração dos princípios jurídicos. Segundo Robert Alexy, o
sistema jurídico é um sistema aberto em face da moral (...), precisamente pela necessi-
dade de conferir significação a princípios abstratos como dignidade, liberdade e igual-
dade. Sendo assim, seria iniquamente antidemocrático afastar a participação popu-
lar desse processo de transformação do axiológico em deontológico. Nesse contexto,
a manifestação da sociedade civil organizada ganha papel de destaque na jurisdição
constitucional brasileira. Como o Judiciário não é composto de membros eleitos pelo

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sufrágio popular, sua legitimidade tem supedâneo na possibilidade de influência de que


são dotados todos aqueles diretamente interessados nas suas decisões. Essa a faceta
da nova democracia no Estado brasileiro, a democracia participativa, que se baseia
na generalização e profusão das vias de participação dos cidadãos nos provimentos
estatais. Sobre o tema, Häberle preleciona: “(...) (em tradução livre: O domínio do povo
deve se apoiar na participação e determinação da sociedade nos direitos fundamentais,
não somente mediante eleições públicas cada vez mais transparentes e abertas, senão
também através de competências baseadas em processos também cada vez mais pro-
gressistas”. (...). A interferência do povo na interpretação constitucional, traduzindo os
anseios de suas camadas sociais, prolonga no tempo a vigência da Carta Magna, evi-
tando que a insatisfação da sociedade desperte o poder constituinte de seu estado de
latência e promova o rompimento da ordem estabelecida. (...) Não se deve olvidar que
os direitos fundamentais, entre eles o da participação democrática, merecem sempre a
interpretação que lhes dê o maior alcance e efetividade.
[ADI 4.029, voto do rel. min. Luiz Fux, j. 8-3-2012, P, DJE de 27-6-2012.]

18) ADI 2.971: Com efeito, no que concerne ao primeiro desses elementos (elemento
conceitual), cabe ter presente que a construção do significado de Constituição permite,
na elaboração desse conceito, que sejam considerados não apenas os preceitos de
índole positiva, expressamente proclamados em documento formal (que consubstan-
cia o texto escrito da Constituição), mas, sobretudo, que sejam havidos, igualmente, por
relevantes, em face de sua transcendência mesma, os valores de caráter suprapositivo,
os princípios cujas raízes mergulham no direito natural e o próprio espírito que informa
e dá sentido à Lei Fundamental do Estado. Não foi por outra razão que o STF, certa vez,
e para além de uma perspectiva meramente reducionista, veio a proclamar – distan-
ciando-se, então, das exigências inerentes ao positivismo jurídico – que a Constituição
da República, muito mais do que o conjunto de normas e princípios nela formalmente
positivados, há de ser também entendida em função do próprio espírito que a anima,
afastando-se, desse modo, de uma concepção impregnada de evidente minimalismo
conceitual (...). É por tal motivo que os tratadistas – (...) –, em vez de formularem um
conceito único de Constituição, costumam referir-se a uma pluralidade de acepções,
dando ensejo à elaboração teórica do conceito de bloco de constitucionalidade, cujo

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significado – revestido de maior ou de menor abrangência material – projeta-se, tal seja


o sentido que se lhe dê, para além da totalidade das regras constitucionais meramente
escritas e dos princípios contemplados, explícita ou implicitamente, no corpo norma-
tivo da própria Constituição formal, chegando a compreender normas de caráter infra-
constitucional, desde que vocacionadas a desenvolver, em toda a sua plenitude, a efi-
cácia dos postulados e dos preceitos inscritos na Lei Fundamental, viabilizando, desse
modo, e em função de perspectivas conceituais mais amplas, a concretização da ideia
de ordem constitucional global. (...) Veja-se, pois, a importância de compreender-se,
com exatidão, o significado que emerge da noção de bloco de constitucionalidade – (...)
–, pois dessa percepção resultará, em última análise, a determinação do que venha a ser
o paradigma de confronto, cuja definição mostra-se essencial, em sede de controle de
constitucionalidade, à própria tutela da ordem constitucional. E a razão de tal afirmação
justifica-se por si mesma, eis que a delimitação conceitual do que representa o parâme-
tro de confronto é que determinará a própria noção do que é constitucional ou inconsti-
tucional, considerada a eficácia subordinante dos elementos referenciais que compõem
o bloco de constitucionalidade.
[ADI 2.971 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 6-11-2014, P, DJE de 13-2-2015.]

19) ADI 5.127: Reconhecer que a prática sistemática da edição de emendas em processo
legislativo de conversão em lei com conteúdo temático distinto daquele da Medida Pro-
visória sob o escrutínio do Congresso Nacional demonstra desobediência sistemática
à moldura institucional construída pela Constituição, não significa, necessariamente, o
reconhecimento da inconstitucionalidade de todas as leis de conversão promulgadas até
a presente data, incluindo a Lei objeto desta ADI. Isso se dá por razões de duas ordens
distintas. Primeiramente, pois se trata da primeira oportunidade em que esta Corte teve
para enfrentar o tema e fixar, enquanto órgão a que compete a guarda da Constituição, o
seu entendimento. Compreender de modo distinto seria subtrair do debate institucional
a possibilidade de diálogo entre os diversos braços do Estado brasileiro sobre o tema.
Em segundo lugar, a manifestação desta Corte ocorre após tal prática, no plano fático,
encontrar-se arraigada, resultando na aprovação de um grande volume quantitativo de
leis de conversão em que foram realizadas emendas parlamentares tratando de obje-
tos distintos daqueles das Medidas Provisórias em análise. Tais elementos conjugados

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indicam a necessidade de que se fixe entendimento sobre o tema a fim de que a decisão
da Corte não promova insegurança jurídica. Como consequência da tese aqui defen-
dida, ficam preservadas, inclusive esta, no que diz respeito a esta inconstitucionalidade
formal, as demais leis fruto de emendas em projetos de conversão de Medida Provisó-
ria em lei. (...) Diante do exposto, voto pela improcedência dos pedidos formulados na
presente Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 5.127, tendo como pressuposto que
o reconhecimento da inconstitucionalidade formal decorrente da impossibilidade de se
incluir emenda em projeto de conversão de Medida Provisória em lei com tema diverso
do objeto originário da Medida Provisória, deve, em obediência ao princípio da segu-
rança jurídica, preservar, até a data deste julgamento, as leis fruto de emendas em pro-
jetos de conversão de Medida Provisória em lei, inclusive esta.
[ADI 5.127, voto do rel. min. Edson Fachin, j. 15-10-2015, P, DJE de 11-5-2016.]

20) RE 466.343: (...) a temática dos direitos humanos, por dizer respeito aos direitos
fundamentais, que têm primazia na Constituição, é sempre ipso facto materialmente
constitucional. E é possível extrair da conjugação dos §§ 2º e 3º do art. 5º que o que
temos aí é, pura e simplesmente, uma distinção entre os tratados sem status de emenda
constitucional, que são materialmente constitucionais, e os do § 3º, que são material e
formalmente constitucionais. Qual a substância da distinção? A de regimes jurídicos.
Com qual consequência? Com uma única consequência: saber os efeitos ou os requi-
sitos do ato de denúncia pelo qual o Estado pode desligar-se dos seus compromissos
internacionais. Esta é a única relevância na distinção entre as hipóteses do § 2º e do §
3º. E acho que o Tribunal não deve, com o devido respeito, ter receio de perquirir qual a
extensão dos direitos fundamentais, até porque eles são históricos. Ou seja, é preciso
que a Corte, no curso da história, diante de fatos concretos, vá descobrindo e revelando
os direitos humanos que estejam previstos nos tratados internacionais, enquanto objeto
da nossa interpretação, e lhes dispense a necessária tutela jurídico-constitucional.
[RE 466.343, voto do rel. min. Cezar Peluso, j. 3-12-2008, P, DJE de 5-6-2009.]

21) ADI 3.937: O Plenário (...) julgou improcedente ação direta ajuizada contra a Lei
12.684/2007, do Estado de São Paulo, que proíbe o uso de produtos, materiais ou artefa-
tos que contenham quaisquer tipos de amianto no território estadual. Além disso, decla-

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rou incidentalmente a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei 9.055/1995, que permite a


extração, industrialização, comercialização e a distribuição do uso do amianto na varie-
dade crisotila no País (...). A Corte ressaltou que o processo de inconstitucionalização
da Lei 9.055/1995 se operou em razão de mudança no substrato fático da norma. A dis-
cussão em torno da eventual necessidade de banimento do amianto é diferente da que
havia quando da edição da norma geral. Se, antes, tinha-se notícia de possíveis danos à
saúde e ao meio ambiente ocasionados pela utilização da substância, hoje há consenso
em torno da natureza altamente cancerígena do mineral e da inviabilidade de seu uso
de forma segura. Além disso, atualmente, o amianto pode ser substituído por outros
materiais (...), sem propriedade carcinogênica e recomendados pela Anvisa. Portanto,
revela-se a inconstitucionalidade material superveniente da Lei 9.055/1995, por ofensa
ao direito à saúde (...) ao dever estatal de redução dos riscos inerentes ao trabalho por
meio de normas de saúde, higiene e segurança (...) e à proteção do meio ambiente (...)
Diante da invalidade da norma geral federal, os Estados-membros passam a ter com-
petência legislativa plena sobre a matéria, até sobrevinda eventual de nova legislação
federal. Como a lei estadual questionada proíbe a utilização do amianto, ela não incide
no mesmo vício de inconstitucionalidade material da lei federal.
[ADI 3.937, rel. p/ o ac. min. Dias Toffoli, j. 24-8-2017, P, Informativo 874.]

22) ADI 2.535: Tem-se inconstitucionalidade reflexa -- a cuja verificação não se presta
a ação direta -- quando o vício de ilegitimidade irrogado a um ato normativo é o des-
respeito à lei fundamental por haver violado norma infraconstitucional interposta, a cuja
observância estaria vinculado pela Constituição: não é o caso presente, onde a ilegitimi-
dade da lei estadual não se pretende extrair de sua conformidade com a lei federal rela-
tiva ao processo de execução contra a Fazenda Pública, mas, sim, diretamente, com as
normas constitucionais que o preordenam, afora outros princípios e garantias do texto
fundamental.[ADI 2.535 MC, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 19-12-2001, P, DJ de 21-11-
2003.]

23) MS 32.033: Não se admite, no sistema brasileiro, o controle jurisdicional de consti-


tucionalidade material de projetos de lei (controle preventivo de normas em curso de for-
mação). O que a jurisprudência do STF tem admitido, como exceção, é “a legitimidade do

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parlamentar – e somente do parlamentar - para impetrar mandado de segurança com a


finalidade de coibir atos praticados no processo de aprovação de lei ou emenda cons-
titucional incompatíveis com disposições constitucionais que disciplinam o processo
legislativo” (MS 24.667, P, min. Carlos Velloso, DJ de 23-4-2004). Nessas excepcio-
nais situações, em que o vício de inconstitucionalidade está diretamente relacionado a
aspectos formais e procedimentais da atuação legislativa, a impetração de segurança é
admissível, segundo a jurisprudência do STF, porque visa a corrigir vício já efetivamente
concretizado no próprio curso do processo de formação da norma, antes mesmo e inde-
pendentemente de sua final aprovação ou não. Sendo inadmissível o controle preventivo
da constitucionalidade material das normas em curso de formação, não cabe atribuir a
parlamentar, a quem a Constituição nega habilitação para provocar o controle abstrato
repressivo, a prerrogativa, sob todos os aspectos mais abrangente e mais eficiente, de
provocar esse mesmo controle antecipadamente, por via de mandado de segurança.
A prematura intervenção do Judiciário em domínio jurídico e político de formação dos
atos normativos em curso no Parlamento, além de universalizar um sistema de controle
preventivo não admitido pela Constituição, subtrairia dos outros Poderes da República,
sem justificação plausível, a prerrogativa constitucional que detém de debater e aper-
feiçoar os projetos, inclusive para sanar seus eventuais vícios de inconstitucionalidade.
Quanto mais evidente e grotesca possa ser a inconstitucionalidade material de projetos
de leis, menos ainda se deverá duvidar do exercício responsável do papel do Legisla-
tivo, de negar-lhe aprovação, e do Executivo, de apor-lhe veto, se for o caso. Partir da
suposição contrária significaria menosprezar a seriedade e o senso de responsabilidade
desses dois Poderes do Estado. E se, eventualmente, um projeto assim se transformar
em lei, sempre haverá a possibilidade de provocar o controle repressivo pelo Judiciário,
para negar-lhe validade, retirando-a do ordenamento jurídico.
[MS 32.033, rel. p/ o ac. min. Teori Zavascki, j. 20-6-2013, P, DJE de 18-2-2014.]

24) MS 27.744: O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) não ostenta compe-
tência para efetuar controle de constitucionalidade de lei, posto consabido tratar-se de
órgão de natureza administrativa, cuja atribuição adstringe-se ao controle da legitimi-
dade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do MP federal e esta-
dual (art. 130-A, § 2º, da CF/1988). Precedentes (MS 28.872 AgR/DF, rel. min. Ricardo

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Lewandowski, Tribunal Pleno; AC 2.390 MC-REF, rel. min. Cármen Lúcia, Tribunal Pleno;
MS 32.582 MC, rel. min. Celso de Mello; ADI 3.367/DF, rel. min. Cezar Peluso, Tribunal
Pleno). In casu, o CNMP, ao declarar a inconstitucionalidade do art. 141, in fine, da Lei
Orgânica do MP/SC, exorbitou de suas funções, que se limitam, como referido, ao con-
trole de legitimidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do
Parquet.
[MS 27.744, rel. min. Luiz Fux, j. 14-4-2015, 1ª T, DJE de 8-6-2015.]

25) RE 411.156: Se, contudo, o ajuizamento da ação civil pública visar, não à apreciação
da validade constitucional de lei em tese, mas objetivar o julgamento de uma específica
e concreta relação jurídica, aí, então, tornar-se-á lícito promover, incidenter tantum, o
controle difuso de constitucionalidade de qualquer ato emanado do poder público. (...) É
por essa razão que o magistério jurisprudencial dos tribunais – inclusive o do STF (Rcl
554/MG, rel. min. Maurício Corrêa – Rcl 611/PE, rel. min. Sydney Sanches, v.g.) – tem
reconhecido a legitimidade da utilização da ação civil pública como instrumento idôneo
de fiscalização incidental de constitucionalidade, desde que, nesse processo coletivo,
a controvérsia constitucional, longe de identificar-se como objeto único da demanda,
qualifique-se como simples questão prejudicial, indispensável à resolução do litígio
principal (...).
[RE 411.156, rel. min. Celso de Mello, j. 19-11-2009, dec. monocrática, DJE de 3-12-
2009.]

26) Súmula Vinculante 10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão
de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitu-
cionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou
em parte.

27) ADI 4.066: Em julgamento desprovido de eficácia vinculante por não alcançar o
quórum exigido pelo art. 97 da CF em razão de impedimento dos ministros Roberto Bar-
roso e Dias Toffoli, o Plenário, em conclusão, não pronunciou juízo de constitucionali-
dade ou inconstitucionalidade do art. 2º da Lei 9.055/1995, que disciplina a extração,
industrialização, utilização, comercialização e transporte do asbesto/amianto crisotila e
dos produtos que o contenham.

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[ADI 4.066, rel. min. Rosa Weber, j. 24-8-2017, P, Informativo 874.]


28) Rcl 24.284: A jurisprudência deste Supremo Tribunal é pacífica no sentido de que
é desnecessária a submissão de demanda judicial à regra da reserva de plenário na
hipótese em que a decisão judicial estiver fundada em jurisprudência do Plenário do
Supremo Tribunal Federal ou em Súmula deste Tribunal, nos termos dos arts. 97 da
Constituição Federal, e 949 do CPC/2015.
[Rcl 24.284-AgR, rel. min. Edson Fachin, j. 22-11-2016, 1ª T, DJE de 11-5-2017.]

29) Rcl 18.165: O princípio da reserva de plenário previsto no art. 97 da Constituição


(e a que se refere a Súmula Vinculante 10) diz respeito à declaração de “inconstitucio-
nalidade de lei ou ato normativo do poder público”. Atos normativos têm como carac-
terísticas essenciais a abstração, a generalidade e a impessoalidade dos comandos
neles contidos. São, portanto, expedidos sem destinatários determinados e com finali-
dade normativa, alcançando todos os sujeitos que se encontram na mesma situação de
fato abrangida por seus preceitos. O decreto legislativo que estabelece a suspensão do
andamento de uma certa ação penal movida contra determinado deputado estadual não
possui qualquer predicado de ato normativo. O que se tem é ato individual e concreto,
com todas as características de ato administrativo de efeitos subjetivos limitados a um
destinatário determinado. Atos dessa natureza não se submetem, em princípio, à norma
do art. 97 da CF/1988, nem estão, portanto, subordinados à orientação da Súmula Vin-
culante 10.
[Rcl 18.165 AgR, rel. min. Teori Zavascki, j. 18-10-2016, P, DJE de 10-5-2017.]

30) ARE 893.585: Art. 97 da CF/1988. Ausência de violação. A jurisprudência do STF


é firme no sentido de que não há violação ao princípio da reserva de plenário quando
o acórdão recorrido apenas interpreta norma local, sem declará-la inconstitucional ou
afastar sua aplicação com base nos termos da CF.
[ARE 893.585 AgR, rel. min. Roberto Barroso, j. 29-9-2015, 1ª T, DJE de 14-10-2015.]

31) ARE 705.316: A cláusula de reserva de plenário (full bench) é aplicável somente aos
textos normativos erigidos sob a égide da atual Constituição.
[ARE 705.316-AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 12-3-2013, 1ª T, DJE de 17-4-2013.]

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32) ADI 3.406: O STF, por maioria, julgou improcedentes pedidos formulados em ações
diretas de inconstitucionalidade ajuizadas contra a Lei 3.579/2001 do estado do Rio de
Janeiro. O referido diploma legal proíbe a extração do asbesto/amianto em todo o terri-
tório daquela unidade da Federação e prevê a substituição progressiva da produção e da
comercialização de produtos que o contenham. A Corte declarou, também por maioria e
incidentalmente, a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei federal 9.055/1995, com efeito
vinculante e erga omnes. O dispositivo já havia sido declarado inconstitucional, inciden-
talmente, no julgamento da ADI 3.937/SP (rel. orig. min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. min.
Dias Toffoli, julgamento em 24-8-2017). A partir da manifestação do ministro Gilmar
Mendes, o Colegiado entendeu ser necessário, a fim de evitar anomias e fragmentação
da unidade, equalizar a decisão que se toma tanto em sede de controle abstrato quanto
em sede de controle incidental. O ministro Gilmar Mendes observou que o art. 535 do
CPC reforça esse entendimento. Asseverou se estar fazendo uma releitura do disposto
no art. 52, X, da CF, no sentido de que a Corte comunica ao Senado a decisão de declara-
ção de inconstitucionalidade, para que ele faça a publicação, intensifique a publicidade.
O ministro Celso de Mello considerou se estar diante de verdadeira mutação constitu-
cional que expande os poderes do STF em tema de jurisdição constitucional. Para ele,
o que se propõe é uma interpretação que confira ao Senado Federal a possibilidade de
simplesmente, mediante publicação, divulgar a decisão do STF. Mas a eficácia vincu-
lante resulta da decisão da Corte. Daí se estaria a reconhecer a inconstitucionalidade
da própria matéria que foi objeto deste processo de controle abstrato, prevalecendo
o entendimento de que a utilização do amianto, tipo crisotila e outro, ofende postula-
dos constitucionais e, por isso, não pode ser objeto de normas autorizativas. A ministra
Cármen Lúcia, na mesma linha, afirmou que a Corte está caminhando para uma inova-
ção da jurisprudência no sentido de não ser mais declarado inconstitucional cada ato
normativo, mas a própria matéria que nele se contém. O ministro Edson Fachin concluiu
que a declaração de inconstitucionalidade, ainda que incidental, opera uma preclusão
consumativa da matéria. Isso evita que se caia numa dimensão semicircular progres-
siva e sem fim. E essa afirmação não incide em contradição no sentido de reconhecer
a constitucionalidade da lei estadual que também é proibitiva, o que significa, por uma
simetria, que todas as legislações que são permissivas – dada a preclusão consumativa

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da matéria, reconhecida a inconstitucionalidade do art. 2º da lei federal – são também


inconstitucionais.
[ADI 3.406 e ADI 3.470, rel. min. Rosa Weber, j. 29-11-2017, P, Informativo 886.]

33) Rcl 11.473: De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, não se
aplica a teoria da transcendência dos motivos determinantes das decisões às reclama-
ções ajuizadas na vigência do CPC/1973.
[Rcl 11.473 AgR, rel. min. Roberto Barroso, j. 17-3-2017, 1ª T, DJE de 29-3-2017.]

34) Rcl 22.012: A jurisprudência do STF se consolidou no sentido de ser incabível recla-
mação fundada na teoria da transcendência dos motivos determinantes de acórdão com
efeito vinculante.
[Rcl 16.619 AgR, rel. min. Edson Fachin, j. 6-10-2015, 1ª T, DJE de 20-10-2015.]
= Rcl 22.012, rel. p/ o ac. min. Ricardo Lewandowski, j. 5-12-2017, 2ª T, DJE de 27-2-
2018.

35) ADI 5.081: Nesses casos, em que esta Corte não se manifestou sobre a questão
constitucional específica, entendo ser cabível a reapreciação da norma anteriormente
considerada válida pelo Tribunal, sobretudo quando a análise da constitucionalidade
do ato normativo ocorreu apenas sob o aspecto formal. A coisa julgada e a causa de
pedir aberta no controle abstrato não devem funcionar como mecanismos para impedir
a análise de questões constitucionais não apreciadas sobre o respectivo ato normativo.
Caso assim não fosse, esta Corte permitiria a manutenção no ordenamento jurídico de
dispositivos em aparente desacordo com a Constituição pelo simples fato de a sua vali-
dade, sob o ponto de vista formal, já haver sido atestada em julgamentos anteriores. A
validade formal do diploma legal não garante imunidade a vícios de natureza material, e
não se pode realisticamente supor que o Tribunal irá antever todos os possíveis vícios
de inconstitucionalidade material nestas hipóteses.
[ADI 5.081, voto do rel. min. Roberto Barroso, j. 27-5-2015, Plenário, DJE de 19-8-2015.]

36) ADI 2.971: Como se sabe, o controle normativo abstrato qualifica-se como instru-
mento de preservação da integridade jurídica da ordem constitucional vigente. A ação

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direta, enquanto instrumento formal viabilizador do controle abstrato, traduz um dos


mecanismos mais expressivos de defesa objetiva da Constituição e de preservação da
ordem normativa nela consubstanciada. A ação direta, por isso mesmo, representa meio
de ativação da jurisdição constitucional concentrada, que enseja, ao STF, o desempenho
de típica função política ou de governo, no processo de verificação, em abstrato, da com-
patibilidade vertical de normas estatais contestadas em face da Constituição da Repú-
blica. Não é por outra razão que o controle concentrado de constitucionalidade trans-
forma, o STF, em verdadeiro legislador negativo (...). É que a decisão emanada desta
Corte – ao declarar, in abstracto, a ilegitimidade constitucional de lei ou ato normativo
federal ou estadual – importa em eliminação dos atos estatais eivados de inconsti-
tucionalidade (...), os quais vêm a ser excluídos, por efeito desse mesmo pronuncia-
mento jurisdicional, do próprio sistema de direito positivo ao qual se achavam, até então,
formalmente incorporados (...). Esse entendimento (...) permite qualificar, o STF, como
órgão de defesa da Constituição, seja relativamente ao legislador, seja, ainda, em face
das demais instituições estatais, pois esta Corte, ao agir nessa específica condição ins-
titucional, desempenha o relevantíssimo papel de “órgão de garantia da hierarquia nor-
mativa da ordem constitucional” (...).
[ADI 2.971 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 6-11-2014, P, DJE de 13-2-2015.]

37) ADI 5.992: Associação Brasileira dos Distribuidores Mitsubishi (ASSOMIT) e Asso-
ciação Brasileira dos Concessionários Suzuki Automóveis (ABRAZUKI) não possuem
legitimidade para propositura de ação direta de inconstitucionalidade contra o art. 3º
do Decreto 37.004/2016 do Estado da Paraíba, porque seus escopos de atuação não
abrangem a totalidade da categoria econômica afetada pela norma em comento, mas
tão somente aqueles particulares que exercem a atividade sob circunstância especial,
qual seja, a de comercializarem produtos das marcas “Mitsubishi” ou “Suzuki”.
[ADI 5.992 AgR, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 12-11-2018, P, DJE de 23-11-2018.]

38) ADPF 254: As associações que congregam mera fração ou parcela de categoria pro-
fissional em cujo interesse vêm a juízo não possuem legitimidade ativa para provocar a
fiscalização abstrata de constitucionalidade.
[ADPF 254 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 18-5-2016, P, DJE de 30-6-2017.]

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39) ADI 4.462: A Associação Nacional dos Magistrados Estaduais (ANAMAGES) não tem
legitimidade para propor ação direta de inconstitucionalidade contra norma de interesse
de toda a magistratura. É legítima, todavia, para a propositura de ação direta contra
norma de interesse da magistratura de determinado estado-membro da Federação.
[ADI 4.462 MC, rel. min. Cármen Lúcia, j. 29-6-2011, P, DJE de 16-11-2011.]
= ADPF 254 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 18-5-2016, P, DJE de 30-6-2017

40) Súmula 642, do STF: Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito
Federal derivada da sua competência legislativa municipal.

41) ADI 3.534: Ausente alteração substancial no conteúdo do ato normativo questio-
nado, superveniente alteração meramente redacional não implica prejuízo ao exame do
mérito.

42) ADI 4.263: O Plenário, por maioria, julgou improcedente o pedido formulado em
ação direta ajuizada em face da Resolução 36/2009 do Conselho Nacional do Minis-
tério Público (CNMP), que dispõe sobre o pedido e a utilização de interceptações tele-
fônicas, no âmbito do MP, nos termos da Lei 9.296/1996. De início, as preliminares de
não conhecimento foram rejeitadas pelos seguintes argumentos: (a) o ato normativo,
de caráter geral e abstrato, foi editado pelo Conselho no exercício de sua competên-
cia constitucional e constitui ato primário, sujeito a controle de constitucionalidade, por
ação direta, no STF; e (b) as mudanças promovidas no ato impugnado, por resolução
posterior, não implicaram na perda do objeto desta demanda. No que tange à alegação
de inépcia apresentada pela AGU, a petição inicial foi considerada suficientemente clara
e não contém vícios formais.
[ADI 4.263, rel. min. Roberto Barroso, j. 25-4-2018, P, Informativo 899.]

43) ADI 4.081: Segundo a teoria da divisibilidade das leis, em sede de jurisdição consti-
tucional, aqueles dispositivos que não apresentem vício de inconstitucionalidade devem
permanecer válidos. Logo, as disposições da instrução impugnada que dispõem acerca

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de atividades próprias de tribunal de contas devem ser mantidas no ordenamento jurí-


dico.
[ADI 4.081, rel. min. Edson Fachin, j. 22-11-2015, P, DJE de 4-12-2015.]

44) ADI 5.316: A cumulação simples de pedidos típicos de ADI e de ADC é processual-
mente cabível em uma única demanda de controle concentrado de constitucionalidade,
desde que satisfeitos os requisitos previstos na legislação processual civil (...).
[ADI 5.316 MC, rel. min. Luiz Fux, j. 21-5-2015, P, DJE de 6-8-2015.]

45) ADI 4.466: É manifestamente improcedente a ação direta de inconstitucionalidade


que verse sobre norma (...) cuja constitucionalidade foi expressamente declarada pelo
Plenário do STF, mesmo que em recurso extraordinário. Aplicação do art. 4º da Lei
9.868/1999 (...). A alteração da jurisprudência pressupõe a ocorrência de significativas
modificações de ordem jurídica, social ou econômica, ou, quando muito, a superveniên-
cia de argumentos nitidamente mais relevantes do que aqueles antes prevalecentes, o
que não se verifica no caso.
[ADI 4.071 AgR, rel. min. Menezes Direito, j. 22-4-2009, P, DJE de 16-10-2009.]
= ADI 4.466, rel. min. Dias Toffoli, j. 13-2-2012, dec. monocrática, DJE de 17-2-2012

46) Rcl 10.114: Não caracteriza ofensa aos termos da Súmula Vinculante 10, mas tão
somente ao art. 10 da Lei 9.868/1999, o deferimento de medida liminar, em sede de con-
trole concentrado de constitucionalidade, por maioria simples dos membros de órgão
especial de tribunal de justiça.
[Rcl 10.114 AgR, rel. min. Teori Zavascki, j. 18-12-2013, P, DJE de 19-2-2014.]

47) ADO 25: (...) a ação direta de inconstitucionalidade por omissão – considerada a
sua específica destinação constitucional – busca neutralizar as consequências lesivas
decorrentes da ausência de regulamentação normativa de preceitos inscritos na Carta
Política e que dependem da intervenção concretizadora do legislador, traduzindo signi-
ficativa reação jurídico-institucional do vigente ordenamento político, que a estruturou
como instrumento destinado a impedir o desprestígio da própria Carta da República . A
imposição constitucional de legislar, de um lado, e a situação de omissão abusiva no

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adimplemento da prestação legislativa, de outro, caracteriza-se, diante do estado de


mora do legislador, pela superação excessiva de prazo razoável, o requisito condicio-
nante da declaração de inconstitucionalidade por omissão. Isso significa, portanto, que
a ação direta por omissão deve ser vista e qualificada como instrumento de concretiza-
ção das cláusulas constitucionais frustradas, em sua eficácia, pela inaceitável omissão
do poder público, impedindo-se, desse modo, que se degrade a Constituição à inadmis-
sível condição subalterna de um estatuto subordinado à vontade ordinária do legislador
comum. A ação direta por omissão, por isso mesmo, deve traduzir significativa reação
jurisdicional autorizada pela Carta Política, que a forjou como instrumento destinado a
impedir o desprestígio da própria Constituição, consideradas as graves consequências
que decorrem do desrespeito ao texto da Lei Fundamental, seja por ação do Estado, seja,
como no caso, por omissão – e prolongada inércia – do poder público.
[ADO 25, voto do min. Celso de Mello, j. 30-11-2016, P, DJE de 18-8-2017.]

48) ADO 25: (...) a problemática da inconstitucionalidade por omissão está entre os
mais tormentosos e, ao mesmo tempo, mais fascinantes temas do direito constitucio-
nal moderno. De um lado, envolve o problema da concretização da Constituição pelo
legislador – e todas as questões de eficácia aí implicadas – e, de outro, desafia também
a argúcia do jurista na solução do problema sob uma perspectiva estrita do processo
constitucional. Quando se pode afirmar a caracterização de uma lacuna inconstitucio-
nal? Quais as possibilidades de colmatação dessa lacuna? Qual a eficácia do pronun-
ciamento da corte constitucional que afirma a inconstitucionalidade por omissão do
legislador? Quais as consequências jurídicas da sentença que afirma a inconstitucio-
nalidade por omissão? Essas e outras indagações desafiam a dogmática jurídica aqui e
alhures. É, todavia, salutar o esforço que se vem desenvolvendo, no Brasil, para desco-
brir o significado, o conteúdo e a natureza desses institutos. Todos aqueles que, tópica
ou sistematicamente, já se depararam com uma ou outra questão atinente à omissão
inconstitucional, hão de ter percebido que a problemática é de transcendental importân-
cia não apenas para a realização de diferenciadas e legítimas pretensões individuais.
Ela é fundamental, sobretudo, para a concretização da Constituição como um todo, isto
é, para a realização do próprio Estado de Direito Democrático, fundado na soberania, na
cidadania, na dignidade da pessoa humana, nos valores sociais do trabalho, da iniciativa

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privada e no pluralismo político, tal como estabelecido no art. 1º da Carta Magna. Assi-
nale-se, outrossim, que o estudo da omissão inconstitucional é indissociável do estudo
sobre a força normativa da Constituição. Nos termos do art. 103, § 2º, da CF, a ação
direta de inconstitucionalidade por omissão visa a tornar efetiva norma constitucional,
devendo ser dada ciência ao Poder competente para adoção das providências necessá-
rias. Objeto desse controle abstrato da inconstitucionalidade é a mera inconstituciona-
lidade morosa dos órgãos competentes para a concretização da norma constitucional,
sejam estes órgãos legislativos ou administrativos.
[ADO 25, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 30-11-2016, P, DJE de 18-8-2017.]

49) ADC 15: A Lei 9.868/1999 estabelece, em seu art. 14, que a petição inicial da ação
declaratória de constitucionalidade indicará “III - a existência de controvérsia judicial
relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação declaratória”. Esta compro-
vação é imprescindível pois constitui elemento fundamental para que a ação possa ser
recebida e conhecida. Sem ela a petição é inepta, por carecer de elemento essencial
legalmente exigido. O STF decidiu, na ADC 1, que a comprovação da existência de dis-
sídio judicial relevante é requisito imprescindível para o conhecimento da ação: (...) Na
espécie em foco, não houve sequer referência a qualquer controvérsia judicial que esteja
a causar insegurança na matéria arguida. A autora não fez anexar decisões que, con-
traditórias ou divergentes, tivessem a provocar insegurança de modo a determinar a
apreciação do caso, em sede de controle abstrato de constitucionalidade, como é a ação
declaratória. Não fosse bastante a carência da comprovação de existência de contro-
vérsia judicial relevante para conduzir à conclusão da inépcia da petição inicial, é de
relevo anotar também que a ação ajuizada não busca, efetivamente, o controle abstrato
de constitucionalidade, mas decisão judicial relativa a interesses subjetivos específicos,
o que também impede o prosseguimento do feito, como é pacificado na jurisprudência
do STF: (...).
[ADC 15, rel. min. Cármen Lúcia, j. 15-3-2007, dec. monocrática, DJ de 27-3-2007.]

50) ADC 1: O ajuizamento da ação declaratória de constitucionalidade, que faz instaurar


processo objetivo de controle normativo abstrato, supõe a existência de efetiva contro-
vérsia judicial em torno da legitimidade constitucional de determinada lei ou ato norma-

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tivo federal. Sem a observância desse pressuposto de admissibilidade, torna-se inviável


a instauração do processo de fiscalização normativa in abstracto, pois a inexistência
de pronunciamentos judiciais antagônicos culminaria por converter, a ação declaratória
de constitucionalidade, em um inadmissível instrumento de consulta sobre a validade
constitucional de determinada lei ou ato normativo federal, descaracterizando, por com-
pleto, a própria natureza jurisdicional que qualifica a atividade desenvolvida pelo STF. O
STF firmou orientação que exige a comprovação liminar, pelo autor da ação declarató-
ria de constitucionalidade, da ocorrência, “em proporções relevantes”, de dissídio judi-
cial, cuja existência -- precisamente em função do antagonismo interpretativo que dele
resulta -- faça instaurar, ante a elevada incidência de decisões que consagram teses
conflitantes, verdadeiro estado de insegurança jurídica, capaz de gerar um cenário de
perplexidade social e de provocar grave incerteza quanto à validade constitucional de
determinada lei ou ato normativo federal.
[ADC 8 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 13-10-1999, P, DJ de 4-4-2003.]
= ADC 1, rel. min. Moreira Alves, j. 1º-12-1993, P, DJ de 16-6-1995

51) ADPF 165: O Plenário, em conclusão de julgamento no qual se discutiu o direito a


diferenças de correção monetária de depósitos em cadernetas de poupança, por alega-
dos expurgos inflacionários decorrentes dos efeitos dos planos econômicos denomi-
nados Bresser, Verão, Collor I e Collor II, homologou acordo firmado entre poupadores
e instituições financeiras — exceto no que tange ao plano Collor I (Informativos 730 e
748). (...) O Colegiado, inicialmente, considerou viável o acordo no âmbito de processo
objetivo. Esclareceu haver, no bojo da ação, notável conflito intersubjetivo, que com-
porta solução por meio de acordo apresentado para homologação. Assim, ao homo-
logá-lo, o STF não chancela nenhuma interpretação peculiar dada à lei. Pelo contrário,
não obstante o ajuste veicule diversas teses jurídicas, a homologação não as alcança,
nem as legitima, e abrange apenas as disposições patrimoniais firmadas no âmbito de
disponibilidade das partes. Portanto, a homologação apenas soluciona um incidente
processual, para dar maior efetividade à prestação jurisdicional. O Tribunal assinalou,
ainda, que a ausência de disposição normativa expressa no que concerne a associações
privadas não afasta a viabilidade do acordo. Isso porque a existência de previsão explí-
cita unicamente quanto aos entes públicos diz respeito ao fato de que somente podem

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fazer o que a lei determina, ao passo que aos entes privados é dado fazer tudo que a lei
não proíbe. Estabeleceu haver cinco pontos passíveis de exame pelo julgador quanto
à viabilidade do acordo: a) se realmente houve declaração de vontade de reconhecer o
pedido, de renunciar ao direito ou de ajustar mútuas concessões entre as partes; b) se
a matéria comporta ato de disposição; c) se os contratantes são titulares do direito do
qual dispõem total ou parcialmente; d) se são capazes de transigir; e e) se estão ade-
quadamente representados.
[ADPF 165, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 1º-3-2018, P, Informativo 892.]

52) ADPF 127: A arguição de descumprimento de preceito fundamental foi concebida


pela Lei 9.882/1999 para servir como um instrumento de integração entre os modelos
difuso e concentrado de controle de constitucionalidade, viabilizando que atos estatais
antes insuscetíveis de apreciação direta pelo STF, tais como normas pré-constitucionais
ou mesmo decisões judiciais atentatórias a cláusulas fundamentais da ordem consti-
tucional, viessem a figurar como objeto de controle em processo objetivo. A despeito
da maior extensão alcançada pela vertente objetiva da jurisdição constitucional com
a criação da nova espécie de ação constitucional, a Lei 9.882/1999 exigiu que os atos
impugnáveis por meio dela encerrassem um tipo de lesão constitucional qualificada,
simultaneamente, pela sua (a) relevância (porque em contravenção direta com para-
digma constitucional de importância fundamental) e (b) difícil reversibilidade (porque
ausente técnica processual subsidiária capaz de fazer cessar a alegada lesão com igual
eficácia).
[ADPF 127, rel. min. Teori Zavascki, j. 25-2-2014, dec. monocrática, DJE de 28-2-2014.]

53) ADPF 387: No que se refere à subsidiariedade, a Lei 9.882/1999 impõe que a arguição
de descumprimento de preceito fundamental somente será admitida se não houver outro
meio eficaz de sanar a lesividade (art. 4º, § 1º). Como observei na decisão monocrática,
anoto que, em relação a esse requisito, o STF vem admitindo o cabimento de arguição de
descumprimento de preceito fundamental nos casos que envolvam a aplicação direta da
Constituição e a alegação de contrariedade à Constituição decorrente de decisão judi-
cial ou controvérsia sobre interpretação adotada pelo Judiciário que não cuide de sim-
ples aplicação de lei ou normativo infraconstitucional. Nesse sentido, merece destaque a

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ADPF 101 (rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 24-6-2009), ajuizada contra decisões
judiciais que autorizaram a importação de pneus usados de qualquer espécie. Também
a ADPF 144 (rel. min. Celso de Mello, julgamento em 6-8-2008), a propósito da inelegi-
bilidade de pessoas condenadas em primeiro grau, estava voltada a questões sobre a
interpretação adotada pelos diversos órgãos judiciais. Ademais, não se pode admitir que
a existência de processos ordinários e recursos extraordinários deva excluir, a priori, a
utilização da arguição de descumprimento de preceito fundamental. Até porque, entre
nós, o instituto assume feição marcadamente objetiva. Sendo assim, é possível concluir
que a simples existência de ações ou de outros recursos processuais não poderá servir
de óbice à formulação da arguição de descumprimento. Ao contrário, a multiplicação de
processos e decisões sobre um dado tema constitucional reclama, as mais das vezes, a
utilização de um instrumento de feição concentrada, que permita a solução definitiva e
abrangente da controvérsia.
[ADPF 387, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 23-3-2017, P, DJE de 25-10-2017.]

54) ADPF 211: ADPF. Impugnação a normas jurídicas pós-constitucionais já revogadas.


Pretensão insuscetível de conhecimento. Inadmissibilidade do exame dos efeitos resi-
duais concretos resultantes dos atos revogados. Descabimento da análise de situações
individuais e/ou de relações jurídicas concretas em sede de controle normativo abs-
trato. Precedentes. ADPF de que não se conhece.
[ADPF 211 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 22-3-2017, dec. monocrática, DJE de 27-3-
2017.]

55) ADPF 347: O requerente diz estar configurado o denominado, pela Corte Constitu-
cional da Colômbia, de “estado de coisas inconstitucional”. Segundo as decisões desse
Tribunal, há três pressupostos principais: situação de violação generalizada de direitos
fundamentais; inércia ou incapacidade reiterada e persistente das autoridades públicas
em modificar a situação; a superação das transgressões exigir a atuação não apenas
de um órgão, e sim de uma pluralidade de autoridades (...). Independentemente de rótu-
los, importa esclarecer quais implicações, presentes os limites de atuação do Supremo,
surgem a partir do reconhecimento de se encontrarem satisfeitos os pressupostos pró-
prios desse estado de coisas. Qual papel o Supremo está legitimado a desempenhar

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ante o estágio elevadíssimo de inconstitucionalidades? (...) Esse é (...) o papel que deve
desempenhar o Tribunal em favor da superação do quadro de inconstitucionalidades
do sistema prisional: retirar as autoridades públicas do estado de letargia, provocar a
formulação de novas políticas públicas, aumentar a deliberação política e social sobre a
matéria e monitorar o sucesso da implementação das providências escolhidas, assegu-
rando, assim, a efetividade prática das soluções propostas. Ordens flexíveis sob moni-
toramento previnem a supremacia judicial e, ao mesmo tempo, promovem a integração
institucional cogitada pelo ministro Gilmar Mendes, formuladas que são no marco de um
constitucionalismo cooperativo.
[ADPF 347 MC, voto do rel. min. Marco Aurélio, j. 9-9-2015, P, DJE de 19-2-2016.]

56) ADI 314: Inadmitida a arguição de descumprimento de preceito fundamental ante


“erro grosseiro” na escolha do instrumento, considerado o artigo 4º, § 1º, da Lei nº
9.882/1999, descabe recebê-la como ação direta de inconstitucionalidade.
[ADPF 314 AgR, rel. min. Marco Aurélio, j. 11-12-2014, P, DJE de 19-2-2015.]

57) ADPF 178: Aplicação do princípio da fungibilidade. (...) É lícito conhecer de ação
direta de inconstitucionalidade como arguição de descumprimento de preceito funda-
mental, quando coexistentes todos os requisitos de admissibilidade desta, em caso de
inadmissibilidade daquela.
[ADI 4.180 REF-MC, rel. min. Cezar Peluso, j. 10-3-2010, P, DJE de 27-8-2010.]
vide ADPF 178, rel. min. presidente Gilmar Mendes, dec. monocrática, j. 21-7-2009, DJE
de 5-8-2009
vide ADPF 72 QO, rel. min. Ellen Gracie, j. 1º-6-2005, P, DJ de 2-12-2005

58) ADI 5.875: O art. 7º, § 2º, da Lei federal 9.868/1999 autoriza a admissão da manifes-
tação de órgãos ou entidades investidas de representatividade adequada nos proces-
sos de controle abstrato de constitucionalidade que versem sobre matérias de grande
relevância. (...). (...) o telos precípuo da intervenção do amicus curiae consiste na plu-
ralização do debate constitucional, com vistas a municiar a Suprema Corte dos elemen-
tos informativos necessários ou mesmo trazer novos argumentos para o deslinde da
controvérsia. Assim, a habilitação de entidades representativas se legitima sempre que

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restar efetivamente demonstrado o nexo de pertinência entre as finalidades institucio-


nais da entidade e o objeto da ação direta.
[ADI 5.875, rel. min. Luiz Fux, j. 26-11-2018, dec. monocrática, DJE de 28-11-2018.]

59) RE 602.584: É irrecorrível a decisão denegatória de ingresso, no feito, como amicus


curiae. (...) O Colegiado considerou que a possibilidade de impugnação de decisão nega-
tiva em controle subjetivo encontra óbice (i) na própria ratio essendi da participação do
colaborador da Corte; e (ii) na vontade democrática exposta na legislação processual
que disciplina a matéria. Asseverou que o art. 138 do CPC é explícito no sentido de con-
ferir ao juiz competência discricionária para admitir ou não a participação, no processo,
de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, e de não admitir recurso
contra essa decisão. O art. 7º da Lei 9.868/1999, de igual modo, é inequívoco nesse
sentido. O Colegiado afirmou, também, que o amicus curiae não é parte, mas agente
colaborador. Portanto, sua intervenção é concedida como privilégio, e não como uma
questão de direito. O privilégio acaba quando a sugestão é feita. Ressaltou, ainda, os
possíveis prejuízos ao andamento dos trabalhos da Corte decorrentes da admissibili-
dade do recurso, sobretudo em processos em que há um grande número de requerimen-
tos de participação como amicus curiae.
[RE 602.584 AgR, rel. p/ o ac. min. Luiz Fux, j. 17-10-2018, P, Informativo 920.]

60) RE 705.423: O amicus curiae revela-se como importante instrumento de abertura


do STF à participação na atividade de interpretação e aplicação da Constituição, o que
não apenas se restringe ou se pode restringir aos processos de feição objetiva. Como
é sabido, a interação dialogal entre o STF e pessoas naturais ou jurídicas, órgãos ou
entidades especializadas, que se apresentem como amigos da Corte, tem um potencial
epistêmico de apresentar diferentes pontos de vista, interesses, aspectos e elementos
nem sempre alcançados, vistos ou ouvidos pelo Tribunal diretamente da controvérsia
entre as partes em sentido formal, possibilitando, assim, decisões melhores e também
mais legítimas do ponto de vista do Estado Democrático de Direito. Conforme o art. 138
do CPC, duas balizas se fazem necessárias para a sua admissão. De um lado, tem-se a
necessidade de relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a

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repercussão social da controvérsia. De outro, a representatividade adequada do possível


amicus curiae.
[RE 705.423 AgR-segundo, voto do rel. min. Edson Fachin, j. 15-12-2016, P, DJE de 8-2-
2017.]

61) RE 730.462: A sentença do STF que afirma a constitucionalidade ou a inconstitucio-


nalidade de preceito normativo gera, no plano do ordenamento jurídico, a consequência
(= eficácia normativa) de manter ou excluir a referida norma do sistema de direito. Dessa
sentença decorre também o efeito vinculante, consistente em atribuir ao julgado uma
qualificada força impositiva e obrigatória em relação a supervenientes atos adminis-
trativos ou judiciais (= eficácia executiva ou instrumental), que, para viabilizar-se, tem
como instrumento próprio, embora não único, o da reclamação prevista no art. 102, I, I,
da Carta Constitucional. A eficácia executiva, por decorrer da sentença (e não da vigên-
cia da norma examinada), tem como termo inicial a data da publicação do acórdão do
Supremo no Diário Oficial (art. 28 da Lei 9.868/1999). É, consequentemente, eficácia
que atinge atos administrativos e decisões judiciais supervenientes a essa publicação,
não os pretéritos, ainda que formados com suporte em norma posteriormente declarada
inconstitucional. Afirma-se, portanto, como tese de repercussão geral que a decisão do
STF declarando a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de preceito norma-
tivo não produz a automática reforma ou rescisão das sentenças anteriores que tenham
adotado entendimento diferente; para que tal ocorra, será indispensável a interposição
do recurso próprio ou, se for o caso, a propositura da ação rescisória própria, nos termos
do art. 485, V, do CPC, observado o respectivo prazo decadencial (CPC, art. 495). Ressal-
va-se desse entendimento, quanto à indispensabilidade da ação rescisória, a questão
relacionada à execução de efeitos futuros da sentença proferida em caso concreto sobre
relações jurídicas de trato continuado.
[RE 730.462, rel. min. Teori Zavascki, j. 28-5-2015, P, DJE de 9-9-2015, tema 733.]

62) RE 638.115: O Plenário (...) fixou o quórum de maioria absoluta dos membros da
Corte para modular os efeitos de decisão em julgamento de recursos extraordinários
repetitivos, com repercussão geral, nos quais não tenha havido declaração de inconsti-
tucionalidade de ato normativo.
[RE 638.115, rel, min. Gilmar Mendes, j. 18-12-2019, P, Informativo 964.]

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63) ADI 5.107: A jurisprudência do STF admite o conhecimento de embargos declara-


tórios para a modulação da eficácia das decisões proferidas em controle concentrado
de constitucionalidade, desde que comprovada suficientemente hipótese de singular
excepcionalidade (ADI 3.601 ED, rel. min. Dias Toffoli, Tribunal Pleno, DJe de 15-12-
2010). Tendo em vista o considerável intervalo de tempo transcorrido desde a promul-
gação das leis estaduais atacadas (2001 e 2014) e os incontáveis atos de representação
judicial e de consultoria ou assessoramento jurídicos praticados por servidores inves-
tidos nos cargos de analista administrativo da área jurídica, surge, inevitavelmente, o
interesse em resguardar as atividades desenvolvidas, bem como suas consequências
para a efetividade do funcionamento do estado. Modulam-se os efeitos da declaração
de inconstitucionalidade, para atribuição de eficácia ex nunc, a partir da data de publica-
ção da ata de julgamento dos presentes embargos declaratórios.
[ADI 5.107 ED-terceiros, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 12-11-2018, P, DJE de 23-11-
2018.]

64) ADI 4.430: O STF está autorizado a apreciar a inconstitucionalidade de dada norma,
ainda que seja para dela extrair interpretação conforme à CF, com a finalidade de fazer
incidir conteúdo normativo constitucional dotado de carga cogente cuja produção de
efeitos independa de intermediação legislativa.
[ADI 4.430, rel. min. Dias Toffoli, j. 29-6-2012, P, DJE de 19-9-2013.]

65) Rcl 27.171: O acórdão recorrido considerou ilegítima a terceirização dos serviços,
pois concluiu a Lei 8.987/1995 (que trata do regime de concessão e permissão de presta-
ção de serviços públicos) não autorizou, em seu art. 25, a terceirização da atividade-fim
das empresas do setor elétrico (...). Ao realizar essa interpretação, o órgão fracionário
do TRT-3 exerceu o controle difuso de constitucionalidade e utilizou a técnica decisó-
ria denominada declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução de texto, pela
qual o intérprete declara a inconstitucionalidade de algumas interpretações possíveis
do texto legal, sem, contudo, alterá-lo gramaticalmente, ou seja, censurou uma determi-
nada interpretação por considerá-la inconstitucional.

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[Rcl 27.171, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 26-10-2018, dec. monocrática, DJE de
30-10-2018.]

66) ADI 5.127: No julgamento do HC 70.154/RS (rel. min. Ilmar Galvão, DJ de 1º-7-1993),
o STF aplicou a técnica da lei ainda constitucional, originária do direito constitucional
germânico, na qual se reconhece que determinadas peculiaridades fáticas ou sociais
impõem o reconhecimento temporário da validade de uma norma, não obstante seja ela
a rigor inconstitucional, para evitar uma situação de anomia ou de dano ainda maior à
ordem constitucional. O leading case, no direito comparado, dizia respeito à lei sobre
casamentos mistos editada sob o regime nazista. Ainda que a referida lei, porque dis-
criminatória, fosse manifestamente inconstitucional em face da nova Constituição da
República Federal da Alemanha, o Tribunal Constitucional daquele país se viu obrigado
a reconhecê-la como “ainda constitucional”, à constatação de que a declaração da sua
inconstitucionalidade acarretaria lacuna normativa intolerável. Já no HC 70.154/RS,
paradigma da adoção dessa tese no direito constitucional brasileiro, o STF reconhe-
ceu incidentalmente como ainda constitucional a lei que assegurava prazo em dobro
às defensorias públicas ao entendimento de que a situação de desorganização admi-
nistrativa das defensorias públicas – naquele momento as defensorias públicas ainda
não existiam na maioria dos estados da Federação – legitimava o tratamento desigual,
e a elas favorável, em relação ao Ministério Público. A lei deixaria de ser constitucional,
assim, quando as defensorias públicas adquirissem nível de organização equivalente
ao dos Ministérios Públicos, situação em que o tratamento desigual previsto na lei em
questão passaria a traduzir afronta ao devido processo legal.
[ADI 5.127, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, voto da min. Rosa Weber, j. 15-10-2015, P, DJE
de 11-5-2016.]

67) ADI 5.105: A legislação infraconstitucional que colida frontalmente com a jurispru-
dência (leis in your face) nasce com presunção iuris tantum de inconstitucionalidade, de
forma que caberá ao legislador ordinário o ônus de demonstrar, argumentativamente,
que a correção do precedente faz-se necessária, ou, ainda, comprovar, lançando mão de
novos argumentos, que as premissas fáticas e axiológicas sobre as quais se fundou o
posicionamento jurisprudencial não mais subsistem, em exemplo acadêmico de muta-

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ção constitucional pela via legislativa. Nesse caso, a novel legislação se submete a um
escrutínio de constitucionalidade mais rigoroso, nomeadamente quando o precedente
superado amparar-se em cláusulas pétreas.
[ADI 5.105, rel. min. Luiz Fux, j. 1º-10-2015, P, DJE de 16-3-2016.]

68) Rcl 4.335: A mutação constitucional é transformação de sentido do enunciado da


Constituição sem que o próprio texto seja alterado em sua redação, vale dizer, na sua
dimensão constitucional textual. Quando ela se dá, o intérprete extrai do texto norma
diversa daquelas que nele se encontravam originariamente involucradas, em estado
de potência. Há, então, mais do que interpretação, esta concebida como processo que
opera a transformação de texto em norma. Na mutação constitucional caminhamos não
de um texto a uma norma, porém de um texto a outro texto, que substitui o primeiro. Daí
que a mutação constitucional não se dá simplesmente pelo fato de um intérprete extrair
de um mesmo texto norma diversa da produzida por um outro intérprete. Isso se veri-
fica diuturnamente, a cada instante, em razão de ser, a interpretação, uma prudência. Na
mutação constitucional há mais. Nela não apenas a norma é outra, mas o próprio enun-
ciado normativo é alterado.
[Rcl 4.335, voto do rel. min. Eros Grau, j. 20-3-2014, P, DJE de 22-10-2014.]

69) ADI 3.659: Coexistindo ações diretas de inconstitucionalidade de um mesmo preceito


normativo estadual, a decisão proferida pelo tribunal de justiça somente prejudicará a
que está em curso perante o STF se for pela procedência e desde que a inconstituciona-
lidade seja por incompatibilidade com dispositivo constitucional estadual tipicamente
estadual (= sem similar na CF). Havendo declaração de inconstitucionalidade de pre-
ceito normativo estadual pelo tribunal de justiça com base em norma constitucional
estadual que constitua reprodução (obrigatória ou não) de dispositivo da CF, subsiste a
jurisdição do STF para o controle abstrato tendo por parâmetro de confronto o disposi-
tivo da CF reproduzido.
[ADI 3.659, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 13-12-2018, P, DJE de 8-5-2019.]

70) RE 650.898: Tribunais de justiça podem exercer controle abstrato de constitucio-


nalidade de leis municipais utilizando como parâmetro normas da Constituição Federal,
desde que se trate de normas de reprodução obrigatória pelos estados. Precedentes.

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[RE 650.898, rel. p/ o ac. min. Roberto Barroso, j. 1º-2-2017, P, DJE de 24-8-2017, Tema
484.]

71) Rcl 22.339: É cabível o ajuizamento de reclamação para impugnar acórdão do STJ
que manteve decisão condenatória por ato de improbidade administrativa em desacordo
com o Enunciado 13 da Súmula Vinculante do STF. (...) A reclamação seria cabível desde
que a decisão condenatória proferida em primeira instância, ou mesmo diante da mera
iniciativa postulatória do Ministério Público, porquanto o STF tem afastado a aplicação
do referido enunciado a cargos públicos de natureza política, ressalvados os casos de
inequívoca falta de razoabilidade por manifesta ausência de qualificação técnica ou de
inidoneidade moral.
[Rcl 22.339 AgR, rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, j. 4-9-2018, 2ª T, Informativo 914.]

72) Rcl 22.012: É cabível o ajuizamento de reclamação para impugnar acórdão do STJ
que manteve decisão condenatória por ato de improbidade administrativa em desacordo
com o Enunciado 13 da Súmula Vinculante do STF. (...) A reclamação seria cabível desde
que a decisão condenatória proferida em primeira instância, ou mesmo diante da mera
iniciativa postulatória do Ministério Público, porquanto o STF tem afastado a aplicação
do referido enunciado a cargos públicos de natureza política, ressalvados os casos de
inequívoca falta de razoabilidade por manifesta ausência de qualificação técnica ou de
inidoneidade moral.
[Rcl 22.339 AgR, rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, j. 4-9-2018, 2ª T, Informativo 914.]

É isso, meu(minha) aluno(a). Mais uma vez, volto a dizer que o controle de constituciona-

lidade é um assunto extenso, mas está longe de ser um “bicho de sete cabeças”.

Tenho certeza de que aqueles que ultrapassaram possíveis traumas iniciais com relação

ao assunto em voga, neste momento do estudo, já estão aptos a acertar todas as questões de

concurso público sobre controle de constitucionalidade.

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Como fechamento da nossa aula, quero trazer dois lembretes: 1) o Gran Cursos Online

possui um fórum de dúvidas para que possamos ajudá-lo(a) na plena compreensão do Di-
reito Constitucional; 2) gostaria de receber sua avaliação acerca da nossa aula. Isso é muito
importante para nós.
Muito obrigado pela credibilidade.
Fique com Deus, fortíssimo abraço e bons estudos!

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RESUMO
Conceito: o controle de constitucionalidade é um conjunto de atos tendentes a garantir
a supremacia formal da Constituição. Destina-se a averiguar a compatibilidade vertical das
demais normas jurídicas e atos do Poder Público com o seu fundamento de validade – a
Constituição Federal.
Pressupostos do Controle de Constitucionalidade: a rigidez constitucional e sua supre-
macia formal.
Inconstitucionalidade por Ação: a inconstitucionalidade por ação diz respeito à verificação
da compatibilidade vertical entre as normas jurídicas e os atos do Poder Público com o seu parâ-
metro de controle – a Constituição Federal. Significa um fazer inconstitucional do Poder Público.
Inconstitucionalidade por Omissão: a inconstitucionalidade por omissão decorre de um
não fazer do Estado que ofende uma determinação constitucional.
Inconstitucionalidade Material: teremos a inconstitucionalidade material (também cha-
mada de nomoestática) quando o vício está no conteúdo da norma (na sua matéria).
Inconstitucionalidade Formal: na inconstitucionalidade formal (ou nomodinâmica), o vício
está no processo legislativo. Essa inconstitucionalidade formal subdivide-se em: a) subjetiva:
o vício está na iniciativa para a propositura do projeto de lei; b) objetiva: o vício estará situado
nas demais fases do processo legislativo; c) orgânica: o vício está na repartição constitucio-
nal de competências.
Inconstitucionalidade Total: a inconstitucionalidade total atinge todo o ato normativo.
Inconstitucionalidade Parcial: na inconstitucionalidade parcial, apenas parte da lei é atin-
gida pelo vício de inconstitucionalidade.
Sistemas de Controle de Constitucionalidade: 1) judicial: realizado pelo Poder Judiciário;
2) político: realizado por órgãos não integrantes do Poder Judiciário; 3) misto: parcialmente
judicial e parcialmente político.
Momento do Controle de Constitucionalidade: 1) preventivo: será preventivo quando se
fiscaliza um projeto de lei, com o fim de se evitar que seja inserida no ordenamento jurídico
uma norma incompatível com a Constituição; 2) repressivo: o controle será repressivo quando
recair sobre uma lei já existente.

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Modelos de Controle de Constitucionalidade: 1) concentrado: somente o órgão de cúpula


do Poder Judiciário pode realizar o controle de constitucionalidade; 2) difuso: todos os órgãos
do Poder Judiciário, inclusive o próprio STF, podem realizar o controle de constitucionalidade
das leis e dos atos normativos.
Formas de Controle de Constitucionalidade: 1) via abstrata: a inconstitucionalidade é re-
querida “em tese”, sem vinculação à ofensa a direito, sem vinculação a um caso concreto; 2)
via concreta: a impugnação de uma lei pressupõe a comprovação de lesão a direito daquele
que alega.
Controle Difuso (Legitimação Ativa): ampla, uma vez que qualquer das partes (autor ou
réu) poderá fundamentar suas razões em uma tese de inconstitucionalidade de uma norma.
O Ministério Público que oficie no feito também pode levantar a questão de inconstitucionali-
dade da lei aplicável ao caso, bem como o próprio magistrado de ofício.
Controle Difuso (Competência): todos os membros do Poder Judiciário.
Princípio da Reserva de Plenário: o princípio da reserva de plenário (também chamado de
cláusula “full bench”) estabelece que dentre todos os órgãos do tribunal, somente o plenário
ou o órgão especial – quando houver– poderão declarar a inconstitucionalidade das leis, por
deliberação de maioria absoluta de seus membros.
Súmula Vinculante 10: viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de
órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade
de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.
Exceção ao Princípio da Reserva de Plenário: quando o plenário ou órgão especial (se
houver) de um determinado tribunal, ou, ainda, o plenário do STF já tiver resolvido a questão
de constitucionalidade em outro processo, poderão os órgãos fracionários aplicar o mesmo
entendimento ao caso sob julgamento.
Controle Difuso (Efeitos da Decisão): os efeitos da decisão no controle difuso de constitu-
cionalidade serão “inter partes” (atingindo apenas as partes – autor e réu) e “ex tunc” (retro-
agindo ao início da vigência da norma).

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Atuação do Senado, à luz do Art. 52, X, da CF: a Constituição Federal vigente autoriza que
o Senado Federal suspenda a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional
por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal.
Súmula Vinculante (Requisitos): 1) quórum de 2/3 dos membros do STF (mínimo de 8
Ministros); 2) reiteradas decisões sobre matéria constitucional; 3) controvérsia atual entre
órgãos judiciários ou entre esses e a Administração Pública que acarrete grave insegurança
jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.
Súmula Vinculante (Extensão dos Efeitos): a súmula terá efeito vinculante em relação aos
demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas
federal, estadual e municipal.
ADI (Legitimidade Ativa): I – o Presidente da República; II – a Mesa do Senado Federal; III –
a Mesa da Câmara dos Deputados; IV – a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legis-
lativa do Distrito Federal; V – o Governador de Estado ou do Distrito Federal; VI – o Procurador-
-Geral da República; VII – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII – partido
político com representação no Congresso Nacional; IX – confederação sindical ou entidade de
classe de âmbito nacional. Essa legitimação ativa também se aplica para ADO, ADC e ADPF.
Legitimados Universais: Presidente da República; Mesa do Senado Federal; Mesa da Câ-
mara dos Deputados; Procurador-Geral da República; Conselho Federal da Ordem dos Advo-
gados do Brasil; partido político com representação no Congresso Nacional.
Legitimados Especiais: Mesa da Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Dis-
trito Federal; Governador de Estado ou do Distrito Federal; confederação sindical ou entidade
de classe de âmbito nacional.
ADI (Objeto): lei ou ato normativo federal ou estadual.
Súmula 642, do STF: não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Fede-
ral derivada da sua competência legislativa municipal.
ADI (Atuação do PGR): o PGR é um dos legitimados para propor as ações de controle con-
centrado de constitucionalidade, independentemente da comprovação de interesse na matéria
(legitimado ativo universal). Além disso, deverá ele ser previamente ouvido em todas as ações

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do controle concentrado e nos demais processos de competência do STF na qualidade de “cus-


tus legis” (fiscal da lei). Essa atuação é a mesma para todas as ações de controle concentrado.
ADI (Atuação do AGU): na ADI, o AGU é citado para defender o ato normativo impugnado.
ADI (Impossibilidade de Desistência): proposta a ADI, não se admitirá desistência.
ADI (Impossibilidade de Intervenção de Terceiros): não se admitirá intervenção de tercei-
ros no processo de ADI.
ADI (Natureza Dúplice ou Ambivalente): tendo por base que, em sede de ADI, o  pedido
formulado pelo autor é pelo reconhecimento da inconstitucionalidade da norma, teremos o
seguinte: a) se a ação direta é julgada procedente, será declarada a inconstitucionalidade da
norma impugnada; b) se a ação direta é julgada improcedente, será declarada a constitucio-
nalidade do texto guerreado.
ADI (Impossibilidade de Recurso - Salvo Embargos de Declaração - e de Ação Rescisó-
ria): a decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato
normativo em ação direta ou em ação declaratória é irrecorrível, ressalvada a interposição de
embargos declaratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de ação rescisória.
ADI (Não Há Perda do Direito de Ação por Decurso do Prazo): a propositura de ADI não se
sujeita a nenhum prazo limite, ou seja, os legitimados pelo art. 103 podem propor a ação em
qualquer tempo.
ADI (Efeitos da Decisão): 1) eficácia “erga omnes” (contra todos que se encontrem peran-
te a mesma situação jurídica enfrentada no julgamento): por se tratar de processo objetivo,
os efeitos da decisão atingem a todos que se encontram sob a mesma situação jurídica; 2)
efeito vinculante: atinge todo o Poder Judiciário (menos o próprio STF, que poderá mudar seu
entendimento), bem como o Poder Executivo e o Poder Legislativo quando executam a função
administrativa. Não vinculam o Poder Legislativo e o Poder Executivo quando exercem a fun-
ção legislativa, sob pena de ferir a independência entre os Poderes; 3) efeitos retroativos (“ex
tunc”): em regra, a declaração de inconstitucionalidade retroage ao início da vigência do ato
guerreado, uma vez que vige a tese da nulidade dos atos inconstitucionais.
ADI (Não Vinculação à Causa de Pedir): no julgamento da ADI, o STF pode decidir por fun-
damentação diversa daquela trazida pelo autor.

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ADO (Atuação do AGU): a atuação do AGU é facultativa.


ADO (Efeitos da Decisão): em caso de omissão imputável a um Poder (Legislativo, Exe-
cutivo e Judiciário), o STF dará ciência ao Poder competente para a adoção das providências
necessárias. Já em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências de-
verão ser adotadas no prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável a ser estipulado excep-
cionalmente pelo Supremo Tribunal Federal, tendo em vista as circunstâncias específicas do
caso e o interesse público envolvido.
ADC (Objeto): só é possível entrar com ADC em face de lei federal.
ADC (Relevante Controvérsia Judicial): para que seja admissível uma ADC no STF, o autor
deve demonstrar a existência de relevante controvérsia judicial.
ADC (Atuação do AGU): o AGU não se manifesta.
Aspectos Comuns entre ADI e ADC: 1) impossibilidade de desistência; 2) impossibilidade
de intervenção de terceiros; 3) inexistência de perda do direito de ação por decurso do prazo;
4) natureza dúplice; 5) irrecorribilidade da decisão de mérito (salvo ED) e impossibilidade de
ação rescisória.
ADC (Efeitos da Decisão): 1) eficácia “erga omnes” (contra todos que se encontrem peran-
te a mesma situação jurídica enfrentada no julgamento): por se tratar de processo objetivo,
os efeitos da decisão atingem a todos que se encontram sob a mesma situação jurídica; 2)
efeito vinculante: atinge todo o Poder Judiciário (menos o próprio STF, que poderá mudar seu
entendimento), bem como o Poder Executivo e o Poder Legislativo quando executam a função
administrativa. Não vinculam o Poder Legislativo e o Poder Executivo quando exercem a fun-
ção legislativa, sob pena de ferir a independência entre os Poderes; 3) efeitos retroativos (“ex
tunc”): em regra, a declaração de inconstitucionalidade retroage ao início da vigência do ato
guerreado, uma vez que vige a tese da nulidade dos atos inconstitucionais.
ADPF (Objeto): evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder
Público. Caberá também arguição de descumprimento de preceito fundamental quando for
relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, es-
tadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição.

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Preceito Fundamental: o STF fixou o entendimento de que a ele próprio (o STF), no caso
concreto, compete identificar as normas constitucionais que devam ser consideradas precei-
tos fundamentais para o fim de conhecimento das ADPFs ajuizadas.
Caráter Subsidiário: não será admitida ADPF quando houver qualquer outro meio eficaz
de sanar a lesividade.
Fungibilidade entre a ADPF e ADI: caso o autor da ADPF tenha se equivocado, sendo, na
verdade, hipótese de ADI, o STF receberá a ADPF como se ADI fosse, desde que presentes
os demais requisitos para a ADI. No mesmo sentido, se o autor entrar com uma ADI, mas, na
verdade, seja caso de ADPF, presentes os demais requisitos da ADPF, o STF receberá a ADI
como ADPF.
ADPF (Atuação do AGU): não há previsão legal, mas tem sido usual a sua manifestação.
ADPF (Irrecorribilidade e Impossibilidade de Ação Rescisória): a decisão que julgar proce-
dente ou improcedente o pedido em arguição de descumprimento de preceito fundamental é
irrecorrível, não podendo ser objeto de ação rescisória.
ADPF (Efeitos da Decisão): 1) eficácia “erga omnes” (contra todos que se encontrem pe-
rante a mesma situação jurídica enfrentada no julgamento): por se tratar de processo objeti-
vo, os efeitos da decisão atingem a todos que se encontram sob a mesma situação jurídica;
2) efeito vinculante: atinge todo o Poder Judiciário (menos o próprio STF, que poderá mudar
seu entendimento), bem como o Poder Executivo e o Poder Legislativo quando executam a
função administrativa. Não vinculam o Poder Legislativo e o Poder Executivo quando exercem
a função legislativa, sob pena de ferir a independência entre os Poderes; 3) efeitos retroativos
(“ex tunc”): em regra, a declaração de inconstitucionalidade retroage ao início da vigência do
ato guerreado, uma vez que vige a tese da nulidade dos atos inconstitucionais.
Representação Interventiva: ação destinada a aferir legitimidade ao processo de inter-
venção, que pode ocorrer em duas hipóteses constitucionais: a) ofensa aos princípios cons-
titucionais sensíveis (art. 34, VII); e b) recusa à execução de lei federal (art. 34, VI). Nestas
duas situações, a intervenção federal dependerá de provimento pelo STF de representação
interventiva proposta pelo PGR.

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Inconstitucionalidade por Arrastamento: o STF admite a inconstitucionalidade por arras-


tamento, que consiste na possibilidade de o STF declarar a inconstitucionalidade de uma nor-
ma objeto do pedido e de outro ato normativo que não tenha sido objeto do pedido, em virtude
de correlação, conexão ou interdependência entre uma e outro.
Inconstitucionalidade superveniente versus revogação: no Brasil, de acordo com a juris-
prudência pacífica do STF, não se admite a tese da inconstitucionalidade superveniente. Para
a Corte Suprema, a superveniência de texto constitucional opera a simples revogação do di-
reito pretérito com ele materialmente incompatível.
Normas constitucionais inconstitucionais: Otto Bachof defendeu a ideia da possibilidade
da declaração de inconstitucionalidade de normas constitucionais originárias. Essa teoria
não encontra guarida no ordenamento jurídico brasileiro. Por outro lado, no Direito pátrio, é
perfeitamente possível admitir normas constitucionais derivadas inconstitucionais.
Transcendência dos motivos determinantes: não só a parte dispositiva (conclusão) da
decisão, mas também a sua fundamentação (ratio decidendi), poderia fazer coisa julgada.
Declaração de nulidade sem redução de texto: quando o STF afasta, por inconstitucional,
um sentido que não poderá ser aplicado (declara a inconstitucionalidade).
Inconstitucionalidade progressiva: a lei é considerada “ainda constitucional”, embora, no
futuro, venha a ser necessariamente inconstitucional (rebus sic stantibus).
Bloco de constitucionalidade: é o conjunto de normas (regras e princípios) com status
constitucional que servirá de parâmetro de controle de constitucionalidade.
Controle de constitucionalidade nos Estados-membros e no DF: os tribunais de justiça dos
Estados-membros e do Distrito Federal podem desempenhar o controle abstrato e concen-
trado de leis estaduais e municipais em face de suas Constituições Estaduais/Lei Orgânica
do Distrito Federal.
Controle de constitucionalidade pelos Tribunais de Contas: os Tribunais de Contas, no
cumprimento das suas atribuições constitucionais de fiscalização e julgamento, poderão
exercer o controle de constitucionalidade concreto (jamais abstrato) das leis e dos atos nor-
mativos do Poder Público, conforme entendimento sumulado pela Suprema Corte.

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Controle de constitucionalidade na ação civil pública: é possível a realização de controle


difuso de constitucionalidade em sede de ação civil pública, segundo entendimento consoli-
dado do STF. Noutro giro, a Suprema Corte veda a possibilidade de manejo da ação civil públi-
ca para declaração de inconstitucionalidade de lei em tese, com efeitos erga omnes.
Estado de coisas inconstitucional: há três pressupostos principais para a caracterização
do “estado de coisas inconstitucional”: a) situação de violação generalizada de direitos fun-
damentais; b) inércia ou incapacidade reiterada e persistente das autoridades públicas em
modificar a situação; c) a superação das transgressões exigir a atuação não apenas de um
órgão, e sim de uma pluralidade de autoridades.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (CÂMARA DE SERRANA-SP/ANALISTA LEGISLATIVO/2019) O deputado federal
que não queira participar de votação de projeto de lei, que considere inconstitucional por vio-
lar o devido processo legislativo,
a) poderá ajuizar uma ação direta de inconstitucionalidade contra o projeto de lei.
b) poderá impetrar um mandado de segurança preventivo para impedir a tramitação.
c) nada poderá fazer, a não ser tentar obstruir a votação em plenário.
d) somente poderá abster-se de votar, mas não pode tomar qualquer medida judicial.
e) deve solicitar ao Ministério Público que tome as medidas legais cabíveis.

Questão 2 (CÂMARA DE SÃO JOAQUIM DA BARRA-SP/ANALISTA LEGISLATIVO/2019) Na hi-


pótese de um Deputado Federal discordar do andamento de um determinado projeto de lei, que
entende violar as normas constitucionais atinentes ao processo legislativo, esse Parlamentar
a) terá como opções únicas o voto contrário e o uso da obstrução junto com os Parlamenta-
res do seu partido político.
b) poderá entrar com uma ação direta de inconstitucionalidade perante o Superior Tribunal de
Justiça, para impedir a aprovação do projeto.
c) poderá entrar com uma ação direta de inconstitucionalidade preventiva perante o Supremo
Tribunal Federal, para paralisar o trâmite do projeto.
d) nada poderá fazer, a não ser votar contra a aprovação do projeto de lei em plenário.
e) poderá impetrar um mandado de segurança perante o Supremo Tribunal Federal, para sus-
tar a tramitação do projeto, por violação do devido processo legislativo.

Questão 3 (AFAP/ANALISTA DE FOMENTO/ADVOGADO/2019) Diante do sistema de con-


trole de constitucionalidade estabelecido pela Constituição da República Federativa do Brasil
e consideradas a legislação e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal pertinentes,
a) a ação direta de inconstitucionalidade constitui meio de controle de constitucionalidade
prévio realizado pelo Poder Judiciário.
b) por conta do princípio da separação de Poderes, o Presidente da República não realiza con-
trole de constitucionalidade.

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c) não é admitida a fungibilidade entre ação direta de inconstitucionalidade e arguição de


descumprimento de preceito funda­mental.
d) não será admitida arguição de descumprimento fundamental quando houver qualquer ou-
tro meio eficaz capaz de sanar a lesividade.
e) a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade não
possuem os mesmos legitimados para a sua proposição.

Questão 4 (DPE-AM/ASSISTENTE TÉCNICO DE DEFENSORIA/ASSISTENTE TÉCNICO AD-


MINISTRATIVO/2018) Dentre as modalidades de controle de constitucionalidade, considera-
-se controle
a) difuso de constitucionalidade aquele que pode ser exercido por todo e qualquer juiz ou
tribunal.
b) concentrado de constitucionalidade aquele em que a declaração de constitucionalidade ou
de inconstitucionalidade não é o objeto principal do processo judicial.
c) incidental de constitucionalidade aquele do qual resulta decisão judicial aplicável a todos,
e não somente às partes do processo em que foi proferida.
d) principal ou abstrato de constitucionalidade aquele do qual resulta decisão judicial aplicá-
vel somente às partes do processo em que foi proferida.
e) político de constitucionalidade aquele exercido com exclusividade pelo Tribunal de maior
hierarquia do Poder Judiciário.

Questão 5 (EXAME DA OAB/2007.3) Sobre o controle de constitucionalidade de atos nor-


mativos no ordenamento jurídico brasileiro, assinale a opção correta.
a) Cabe ao STF o julgamento das ações diretas de inconstitucionalidade contra atos norma-
tivos federais, estaduais ou municipais.
b) Emendas constitucionais, por gozarem do caráter de normas constitucionais, não são pas-
síveis de serem controladas na sua constitucionalidade.
c) A jurisprudência do STF não admite, em sede de ação direta de inconstitucionalidade,
o controle de constitucionalidade de atos normativos pré-constitucionais.
d) A Constituição de 1988, desde a sua redação originária, previa o efeito vinculante das deci-
sões tomadas pelo STF nas ações diretas de inconstitucionalidade.

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Questão 6 (EXAME DA OAB/2008.1) Assinale a opção INCORRETA com relação à arguição


de descumprimento de preceito fundamental.
a) Cabe reclamação ao STF quando for descumprida uma decisão tomada em arguição de
descumprimento de preceito fundamental.
b) Qualquer cidadão pode propor arguição de descumprimento de preceito fundamental.
c) As decisões de mérito, em arguição de descumprimento de preceito fundamental, possuem
efeito vinculante.
d) A arguição de descumprimento de preceito fundamental não será admitida quando houver
outro meio eficaz para sanar a lesividade.

Questão 7 (EXAME DA OAB/2008.1) Com relação ao controle de constitucionalidade no di-


reito brasileiro, assinale a opção INCORRETA.
a) Pode ser objeto da ação direta de inconstitucionalidade o decreto legislativo aprovado pelo
Congresso Nacional com o escopo de sustar os atos normativos do Poder Executivo que
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.
b) O governador de um estado ou a assembleia legislativa que impugna ato normativo de
outro estado não tem necessidade de demonstrar a relação de pertinência da pretendida de-
claração de inconstitucionalidade da lei.
c) A jurisprudência do STF entende que, nas ações diretas de inconstitucionalidade, o advo-
gado-geral da União não está obrigado a fazer defesa do ato questionado, especialmente se
o STF já tiver se manifestado pela inconstitucionalidade.
d) A ação declaratória de constitucionalidade só é cabível quando ficar demonstrada a exis-
tência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação.

Questão 8 (EXAME DA OAB/2008.2) Acerca do controle de constitucionalidade concentra-


do, julgue os itens a seguir.
I – A administração pública indireta, assim como a direta, nas esferas federal, estadual e
municipal, fica vinculada às decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF nas ações
diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade.

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II – Em razão do princípio da subsidiariedade, a ação direta de inconstitucionalidade por


omissão somente será cabível se ficar provada a inexistência de qualquer meio eficaz
para afastar a lesão no âmbito judicial.
III – É possível controle de constitucionalidade do direito estadual e do direito municipal no
processo de arguição de descumprimento de preceito fundamental.
IV – São legitimados para propor ação direta de inconstitucionalidade interventiva os mes-
mos que têm legitimação para propor ação direta de inconstitucionalidade genérica.

Estão certos apenas os itens


a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) III e IV.

Questão 9 (EXAME DA OAB/2008.3) Acerca do controle de constitucionalidade, assinale a


opção correta.
a) Tanto na ação direta de inconstitucionalidade como na ação declaratória de constitucio-
nalidade, as decisões do STF possuem força vinculante em relação aos demais tribunais e à
administração pública federal, independentemente de a decisão ter sido sumulada.
b) Os tribunais de justiça nos estados podem desempenhar o controle abstrato e concentrado
de leis estaduais e municipais diretamente em face da CF.
c) O STF é o único órgão competente para desempenhar o controle incidental de constitucio-
nalidade no Brasil.
d) Na ação direta de inconstitucionalidade, quando o relator indefere, sob qualquer funda-
mento, pedido de liminar, é admissível a utilização da reclamação contra essa decisão.

Questão 10 (EXAME DA OAB/2009.1) A respeito da arguição de descumprimento de preceito


fundamental (ADPF), assinale a opção correta.
a) A ADPF, criada com o objetivo de complementar o sistema de proteção da CF, constitui ins-
trumento de controle concentrado de constitucionalidade a ser ajuizado unicamente no STF.

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b) A ADPF pode ser ajuizada mesmo quando houver outra ação judicial ou recurso adminis-
trativo eficaz para sanar a lesividade que se pretende atacar, em observância ao princípio da
indeclinabilidade da prestação judicial.
c) O conceito de preceito fundamental foi introduzido no ordenamento jurídico brasileiro pela
Lei n. 9.882/1999, segundo a qual apenas as normas constitucionais que protejam direitos e
garantias fundamentais podem ser consideradas preceito fundamental.
d) Na ADPF, não se admite a figura do amicus curiae.

Questão 11 (EXAME DA OAB/2009.2) Assinale a opção correta no que diz respeito ao con-
trole das omissões inconstitucionais.
a) A omissão inconstitucional pode ser sanada mediante dois instrumentos: o mandado de
injunção, ação própria do controle de constitucionalidade concentrado; e a ação direta de
inconstitucionalidade por omissão, instrumento do controle difuso de constitucionalidade.
b) O mandado de injunção destina-se à proteção de qualquer direito previsto constitucional-
mente, mas inviabilizado pela ausência de norma integradora.
c) A ação direta de inconstitucionalidade por omissão que objetive a regulamentação de nor-
ma da CF somente pode ser ajuizada pelos sujeitos enumerados no artigo 103 da CF, sendo a
competência para o seu julgamento privativa do STF.
d) Na omissão inconstitucional total ou absoluta, o legislador deixa de proceder à completa
integração constitucional, regulamentando deficientemente a norma da CF.

Questão 12 (EXAME DA OAB/2009.2) Com relação ao preâmbulo da CF e às disposições


constitucionais transitórias, assinale a opção correta.
a) A doutrina constitucional majoritária e a jurisprudência do STF consideram que o preâmbu-
lo constitucional não tem força cogente, não valendo, pois, como norma jurídica. Nesse sen-
tido, seus princípios não prevalecem diante de eventual conflito com o texto expresso da CF.
b) As disposições constitucionais transitórias são normas aplicáveis a situações certas e
passageiras; complementares, portanto, à obra do poder constituinte originário e, situando-
-se fora da CF, não podem ser consideradas parte integrante desta.

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c) Por traçar as diretrizes políticas, filosóficas e ideológicas da CF, o preâmbulo constitucional


impõe limitações de ordem material ao poder reformador do Congresso Nacional, podendo
servir de paradigma para a declaração de inconstitucionalidade.
d) Considerando-se que o conteúdo do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias é
de direito intertemporal, não é possível afirmar que suas normas ostentam o mesmo grau de
eficácia e de autoridade jurídica em relação aos preceitos constantes do texto constitucional.

Questão 13 (EXAME DA OAB/2009.3) No que concerne ao controle de constitucionalidade,


assinale a opção correta.
a) O controle concentrado de constitucionalidade origina-se do direito norte-americano, ten-
do sido empregado pela primeira vez no famoso caso Marbury versus Madison, em 1803.
b) O controle concentrado de constitucionalidade permite que qualquer juiz ou tribunal decla-
re a inconstitucionalidade de norma incompatível com a CF.
c) Controle de constitucionalidade consiste na verificação da compatibilidade de qualquer
norma infraconstitucional com a CF.
d) Entre os pressupostos do controle de constitucionalidade, destacam-se a supremacia da
CF e a rigidez constitucional.

Questão 14 (EXAME DA OAB/2010.1) Assinale a opção correta a respeito da medida cautelar


em sede de ação direta de inconstitucionalidade, de acordo com o que dispõe a Lei n. 9.868/1999.
a) O relator, em face da relevância da matéria e de seu especial significado para a ordem so-
cial e a segurança jurídica, poderá, após a prestação das informações e a manifestação do
Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República, sucessivamente, submeter o
processo diretamente ao STF, que terá a faculdade de julgar definitivamente a ação.
b) Tal medida não poderá ser apreciada em período de recesso ou férias, visto que é imperioso
que seja concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do STF, após a audiência
dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado.
c) Essa medida cautelar só poderá ser concedida se ouvidos, previamente, o advogado-geral
da União e o procurador-geral da República.
d) A decisão proferida em sede de cautelar, seja ela concessiva ou não, será dotada de eficácia con-
tra todos, com efeito ex nunc, salvo se o STF entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa.

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Questão 15 (EXAME DA OAB/2010.2) A obrigatoriedade ou necessidade de deliberação ple-


nária dos tribunais, no sistema de controle de constitucionalidade brasileiro, significa que:
a) somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo
órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo
do Poder Público.
b) a parte legitimamente interessada pode recorrer ao respectivo Tribunal Pleno das decisões
dos órgãos fracionários dos Tribunais Federais ou Estaduais que, em decisão definitiva, tenha
declarado a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo.
c) somente nas sessões plenárias de julgamento dos Tribunais Superiores é que a matéria
relativa a eventual inconstitucionalidade da lei ou ato normativo pode ser decidida.
d) a competência do Supremo Tribunal Federal para processar e julgar toda e qualquer ação
que pretenda invalidar lei ou ato normativo do Poder Público pode ser delegada a qualquer
tribunal, condicionada a delegação a que a decisão seja proferida por este órgão jurisdicional
delegado em sessão plenária.

Questão 16 (EXAME DA OAB/2010.2) Declarando o Supremo Tribunal Federal, incidental-


mente, a  inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal em face da Constituição do
Brasil, caberá
a) ao Procurador-Geral da República, como chefe do Ministério Público da União, expedir atos
para o cumprimento da decisão pelos membros do Ministério Público Federal e dos Estados.
b) ao Presidente da República editar decreto para tornar inválida a lei no âmbito da adminis-
tração pública.
c) ao Senado Federal suspender a execução da lei, total ou parcialmente, conforme o caso,
desde que a decisão do Supremo Tribunal Federal seja definitiva.
d) ao Advogado-Geral da União interpor o recurso cabível para impedir que a União seja com-
pelida a cumprir a referida decisão.

Questão 17 (EXAME DA OAB/2010.3) O Governador de um Estado membro da Federação


pretende se insurgir contra lei de seu Estado editada em 1984 que vincula a remuneração de
servidores públicos estaduais ao salário mínimo. Os fundamentos de índole material a serem

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invocados são a ofensa ao princípio federativo e a vedação constitucional de vinculação do


salário mínimo para qualquer fim. A ação constitucional a ser ajuizada pelo Governador do
Estado perante o Supremo Tribunal Federal, cuja decisão terá eficácia contra todos e efeito
vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Público, é a(o)
a) ação direta de inconstitucionalidade.
b) mandado de injunção.
c) arguição de descumprimento de preceito fundamental.
d) mandado de segurança coletivo.

Questão 18 (EXAME DA OAB/2011.1) Em relação ao controle de constitucionalidade em face


da Constituição Estadual, assinale a alternativa correta.
a) Compete aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou
atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, reconhecida a le-
gitimação para agir aos mesmos órgãos e entidades legitimados a propositura de ação direta
de inconstitucionalidade.
b) A decisão do Tribunal de Justiça que declara a inconstitucionalidade de lei local em face da
Constituição Estadual é irrecorrível, ressalvada a oposição de embargos declaratórios.
c) Não ofende a Constituição da República norma de Constituição Estadual que atribui legiti-
midade para a propositura de representação de inconstitucionalidade aos Deputados Estadu-
ais e ao Procurador-Geral do Estado.
d) Não é possível o controle de constitucionalidade no plano estadual, no modo concentrado,
se a norma constitucional estadual tomada como parâmetro reproduzir idêntico conteúdo de
norma constitucional federal.

Questão 19 (EXAME DA OAB/2011.1) As alternativas a seguir apontam diferenças entre a


ADI e a ADC, À EXCEÇÃO DE UMA. Assinale-a.
a) Rol de legitimados para a propositura da ação.
b) Objeto da ação.
c) Exigência de controvérsia judicial relevante.
d) Manifestação do Advogado-Geral da União.

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Questão 20 (XVII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Pedro, reconhecido advogado na área do


direito público, é contratado para produzir um parecer sobre situação que envolve o pacto fe-
derativo entre Estados brasileiros. Ao estudar mais detidamente a questão, conclui que, para
atingir seu objetivo, é necessário analisar o alcance das chamadas cláusulas pétreas. Com
base na ordem constitucional brasileira vigente, assinale, dentre as opções abaixo, a única
que expressa uma premissa correta sobre o tema e que pode ser usada pelo referido advoga-
do no desenvolvimento de seu parecer.
a) As cláusulas pétreas podem ser invocadas para sustentar a existência de normas constitu-
cionais superiores em face de normas constitucionais inferiores, o que possibilita a existência
de normas constitucionais inconstitucionais.
b) Norma introduzida por emenda à constituição se integra plenamente ao texto constitucio-
nal, não podendo, portanto, ser submetida a controle de constitucionalidade, ainda que sob
alegação de violação à cláusula pétrea.
c) Mudanças propostas por constituinte derivado reformador estão sujeitas ao controle de
constitucionalidade, sendo que as normas ali propostas não podem afrontar cláusulas pétre-
as estabelecidas na Constituição da República.
d) Os direitos e as garantias individuais considerados como cláusulas pétreas estão localiza-
dos exclusivamente nos dispositivos do Art. 5º, de modo que é inconstitucional atribuir essa
qualidade (cláusula pétrea) a normas fundadas em outros dispositivos constitucionais.

Questão 21 (XVII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Determinado Tribunal de Justiça vem ten-
do dificuldades para harmonizar os procedimentos de suas câmaras, órgãos fracionários,
em relação à análise, em caráter incidental, da inconstitucionalidade de certas normas como
pressuposto para o enfrentamento do mérito propriamente dito. A  Presidência do referido
Tribunal manifestou preocupação com o fato de o procedimento adotado por três dos órgãos
fracionários estar conflitando com aquele tido como correto pela ordem constitucional bra-
sileira. Apenas uma das câmaras adotou procedimento referendado pelo sistema jurídico-
-constitucional brasileiro. Assinale a opção que o apresenta.

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a) A 1ª Câmara, ao reformar a decisão de 1º grau em sede recursal, reconheceu, incidental-


mente, a inconstitucionalidade da norma que dava suporte ao direito pleiteado, entendendo
que, se o sistema jurídico reconhece essa possibilidade ao juízo monocrático, por razões ló-
gicas, deve estendê-la aos órgãos recursais.
b) A 2ª Câmara, ao analisar o recurso interposto, reconheceu, incidentalmente, a inconstitu-
cionalidade da norma que concedia suporte ao direito pleiteado, fundamentando-se em cris-
talizada jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça sobre o tema.
c) A 3ª Câmara, ao analisar o recurso interposto, reconheceu, incidentalmente, a inconstitu-
cionalidade da norma que concedia suporte ao direito pleiteado, fundamentando-se em pro-
nunciamentos anteriores do Órgão Especial do próprio Tribunal.
d) A 4ª Câmara, embora não tenha declarado a inconstitucionalidade da norma que conferia
suporte ao direito pleiteado, solucionou a questão de mérito afastando a aplicação da referida
norma, apesar de estarem presentes os seus pressupostos de incidência.

Questão 22 (XVI EXAME DE ORDEM UNIFICADO) A Medida Provisória Z, embora tendo cau-
sado polêmica na data de sua edição, foi convertida, em julho de 2014, na Lei Y. Inconforma-
do com o posicionamento do Congresso Nacional, o principal partido de oposição, no mês
seguinte, ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) atacando vários dispositivos
normativos da referida Lei. Todavia, no início do mês de fevereiro de 2015, o Presidente da
República promulgou a Lei X, revogando integralmente a Lei Y, momento em que esta última
deixou de produzir os seus efeitos concretos. Nesse caso, segundo entendimento cristalizado
no âmbito do Supremo Tribunal Federal,
a) deverá a ADI seguir a sua regular tramitação, de modo que se possam discutir os efeitos
produzidos no intervalo de tempo entre a promulgação e a revogação da Lei Y.
b) deverá a ADI seguir a sua regular tramitação, de modo que se possam discutir os efeitos
produzidos no intervalo de tempo entre a edição da Medida Provisória Z e a revogação da Lei Y.
c) deverá ser reconhecido que a ADI perdeu o seu objeto, daí resultando a sua extinção, inde-
pendentemente de terem ocorrido, ou não, efeitos residuais concretos.
d) em razão da separação de poderes, deverá ser reconhecida a impossibilidade de o Supre-
mo Tribunal Federal avaliar as matérias debatidas, sob a ótica política, pelo Poder Legislativo.

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Questão 23 (XIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO) No que tange às disposições legais regula-
mentadoras da ação direta de inconstitucionalidade, da ação direta de inconstitucionalidade
por omissão e da ação declaratória de constitucionalidade, assinale a opção correta.
a) A medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade por omissão poderá consistir na
suspensão de procedimentos administrativos.
b) O ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade e de ação direta de inconstitucio-
nalidade por omissão não admite desistência. Em razão da presunção de constitucionalidade
do ordenamento jurídico, a legislação específica da ação declaratória de constitucionalidade
admite desistência.
c) Existindo norma federal objeto, ao mesmo tempo, de ação declaratória de constitucionali-
dade e de ação direta de inconstitucionalidade, em homenagem ao caráter ambivalente des-
tas ações, será uma delas extinta sem resolução do mérito por litispendência e a outra terá
julgamento de mérito.
d) Da decisão proferida na ação declaratória de constitucionalidade caberá, tão somente,
a oposição de embargos de declaração e o ajuizamento posterior de ação rescisória.

Questão 24 (XIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) A arguição de descumprimento de preceito


fundamental (ADPF), regulada pela Lei n. 9.882/99, tem por objeto evitar ou reparar lesão a
preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público. Com base no legalmente disposto
sobre a ADPF, assinale a opção correta.
a) Face à extraordinariedade da ADPF, a decisão de indeferimento liminar da petição inicial é
irrecorrível.
b) De acordo com a Lei n. 9.882/99, vige o princípio da subsidiariedade quanto ao cabimento
da ADPF.
c) A decisão proferida em ADPF produzirá somente efeitos erga omnes e ex tunc.
d) O prefeito de qualquer município pode propor ADPF contra lei local perante o STF.

Questão 25 (XII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Acerca do controle de constitucionalidade,


assinale a alternativa INCORRETA.

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a) É impossível o esclarecimento de matéria de fato em sede de Ação Direta de Inconstitucio-


nalidade.
b) A União Nacional dos Estudantes não tem legitimidade para propor Ação Direta de Incons-
titucionalidade.
c) Não se admite a desistência após a propositura da Ação Declaratória de Constitucionalidade.
d) Os efeitos da decisão que afirma a inconstitucionalidade da norma em sede de Ação Direta
de Inconstitucionalidade, em regra, são ex tunc.

Questão 26 (XI EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Após reiteradas decisões sobre determinada
matéria, o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou enunciado de Súmula Vinculante deter-
minando que “é inconstitucional lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre
sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias”. O Estado X, contudo, não con-
cordando com a posição do Supremo Tribunal Federal (STF), edita lei dispondo exatamente
sobre os sistemas de consórcios e sorteios em seu território. A partir da situação apresenta-
da, assinale a afirmativa correta.
a) O Supremo Tribunal Federal (STF) poderá, de ofício, declarar a inconstitucionalidade da
norma estadual produzida em desconformidade com a Súmula.
b) Qualquer cidadão poderá propor a revisão ou o cancelamento de súmula vinculante que,
nesse caso, será declarada mediante a decisão de dois terços dos membros do Supremo Tri-
bunal Federal (STF).
c) É cabível reclamação perante o Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a validade
da lei do Estado X que dispõe sobre os sistemas de consórcios e sorteios em seu território.
d) A súmula possui efeitos vinculantes em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Admi-
nistração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, mas não vincula
o Poder Legislativo na sua atividade legiferante.

Questão 27 (XI EXAME DE ORDEM UNIFICADO) A Ação Direta de Inconstitucionalidade,


a  Ação Declaratória de Constitucionalidade e a Ação Direta de Inconstitucionalidade por
Omissão estão regulamentadas no âmbito infraconstitucional pela lei 9.868/99, que dispõe
sobre o processo e julgamento destas ações perante o Supremo Tribunal Federal. Tomando
por base o constante na referida lei, assinale a alternativa INCORRETA.

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a) Podem propor a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão os mesmos legitimados


para propositura da Ação Direta de Inconstitucionalidade e da Ação Declaratória de Constitu-
cionalidade.
b) Cabe no âmbito da Ação Declaratória de Constitucionalidade a concessão de medida
cautelar.
c) As decisões proferidas em Ação Direta de Inconstitucionalidade e em Ação Declaratória de
Constitucionalidade possuem o chamado efeito dúplice.
d) Enquanto a Ação Direta de Inconstitucionalidade e a Ação Declaratória de Constitucionali-
dade não admitem desistência, a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão admite a
desistência a qualquer tempo.

Questão 28 (XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO) A parte autora em um processo judicial,


inconformada com a sentença de primeiro grau de jurisdição que se embasou no ato norma-
tivo X, apela da decisão porque, no seu entender, esse ato normativo seria inconstitucional.
A 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado Alfa, ao analisar a apelação interposta,
reconhece que assiste razão à recorrente, mais especificamente no que se refere à incons-
titucionalidade do referido ato normativo X. Ciente da existência de cláusula de reserva de
plenário, a referida Turma dá provimento ao recurso sem declarar expressamente a incons-
titucionalidade do ato normativo X, embora tenha afastado a sua incidência no caso concre-
to. De acordo com o sistema jurídico-constitucional brasileiro, o acórdão proferido pela 3ª
Turma Cível
a) está juridicamente perfeito, posto que, nestas circunstâncias, a solução constitucionalmente
expressa é o afastamento da incidência, no caso concreto, do ato normativo inconstitucional.
b) não segue os parâmetros constitucionais, pois deveria ter declarado, expressamente, a in-
constitucionalidade do ato normativo que fundamentou a sentença proferida pelo juízo a quo.
c) está correto, posto que a 3ª Turma Cível, como órgão especial que é, pode arrogar para si a
competência do Órgão Pleno do Tribunal de Justiça do Estado Alfa.
d) está incorreto, posto que violou a cláusula de reserva de plenário, ainda que não tenha de-
clarado expressamente a inconstitucionalidade do ato normativo.

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Questão 29 (TRE-PB/ANALISTA JUDICIÁRIO/2007) Em tema de controle de constitucionali-


dade, a chamada supremacia formal é atributo das Constituições classificadas como
a) analíticas.
b) sintéticas.
c) dogmáticas.
d) históricas.
e) rígidas.

Questão 30 (FUB/TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/2015) As normas que inte-


gram uma constituição escrita possuem hierarquia entre si, de modo que as normas mate-
rialmente constitucionais ostentam maior valor hierárquico do que as normas apenas formal-
mente constitucionais.

Questão 31 (INCA/ANALISTA EM C&T JR/2010) O Ato das Disposições Constitucionais


Transitórias não possui a mesma natureza jurídica das normas constitucionais inseridas na
Constituição Federal de 1988 (CF), razão pela qual é de hierarquia inferior a estas.

Questão 32 (CNJ/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2013) Uma súmula vinculante editada pelo


STF terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário, não atingindo,
pelo princípio da separação dos poderes, os Poderes Legislativo e Executivo, que possuem
meios próprios de vinculação de seus atos.

Questão 33 (STM/JUIZ AUDITOR/2013) O deputado federal tem legitimidade para impetrar


mandado de segurança que vise assegurar o respeito ao devido processo legislativo constitu-
cional, ainda que o projeto de lei ou proposta de emenda esteja tramitando no Senado Federal.

Questão 34 (STM/JUIZ AUDITOR/2013) Tratando-se de controle concentrado de constitucio-


nalidade de leis ou atos normativos, o requerente da ação pode pleitear a desistência do pedido.

Questão 35 (STM/JUIZ AUDITOR/2013) Cabe ação rescisória contra acórdão proferido em


sede de controle concentrado de constitucionalidade.

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Questão 36 (TRT-5ª/JUIZ DO TRABALHO/2013) Decreto do presidente da República que


viole os limites legais pode ser objeto do controle político repressivo de constitucionalidade
pelo Congresso Nacional.

Questão 37 (PC-BA/DELEGADO DE POLÍCIA/2013) Prefeito municipal é parte legítima para


ingressar com arguição de descumprimento de preceito fundamental perante o Supremo Tri-
bunal Federal (STF).

Questão 38 (DEFENSOR PÚBLICO DO DF/2013) Embora o sistema brasileiro não admita ADI
contra lei municipal, é cabível contra essa lei o controle difuso de constitucionalidade, assim
como o controle por meio de arguição de descumprimento de preceito fundamental.

Questão 39 (DEFENSOR PÚBLICO DO DF/2013) Embora a regra geral do controle de cons-


titucionalidade brasileiro seja o controle judicial repressivo, admite-se o controle político re-
pressivo, por exemplo, quando o Congresso Nacional susta atos normativos do Poder Execu-
tivo que exorbitem os limites da delegação legislativa.

Questão 40 (DPF/DELEGADO/2013) Na ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pe-


rante o STF, apesar de lhe ser aplicável o princípio da congruência ou da adstrição ao pedido,
admite-se a declaração de inconstitucionalidade de uma norma que não tenha sido objeto do
pedido, na hipótese configuradora da denominada inconstitucionalidade por arrastamento.

Questão 41 (IRB/DIPLOMATA/2013) O Supremo Tribunal Federal exerce o controle concen-


trado de constitucionalidade das leis e dos atos normativos federais e estaduais na via de
ação, mas não o controle difuso, realizado por juízes e tribunais no caso concreto.

Questão 42 (MJ/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2013) Diante de duas interpreta-


ções possíveis de lei ou ato normativo federal ou estadual, deve ser adotada a interpretação
compatível com a Constituição Federal, sendo admitida também a declaração de inconstitu-
cionalidade daquela que se encontre em dissonância com o texto constitucional, por meio de
ação direta de inconstitucionalidade perante o STF.

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Questão 43 (MJ/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2013) Constatada a violação do di-


reito de pessoas carentes, em face da publicação de lei federal voltada para a regulamentação
da previdência social que impeça o acesso dos cidadãos a informações de seu interesse par-
ticular perante órgãos do Instituto Nacional do Seguro Social, o defensor público geral federal
terá legitimidade para ajuizar ação direta de inconstitucionalidade perante o STF. Contudo, tal
providência não impedirá que cada cidadão possa individualmente impetrar habeas data para
resguardar o seu direito.

Questão 44 (TCU/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO/2013) Os órgãos fracioná-


rios dos tribunais submeterão ao plenário ou ao seu órgão especial, a arguição de inconsti-
tucionalidade de determinada norma, ainda que estes já tenham se pronunciado acerca da
questão suscitada.

Questão 45 (TRT-10ª/ANALISTA JUDICIÁRIO/JUDICIÁRIA/2013) Considerando, por mera


hipótese, que um deputado federal apresentasse projeto de lei ordinária dispondo sobre a
organização da Defensoria Pública da União (DPU) e que tal proposição, depois de aprovada
na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, fosse encaminhada à sanção do presidente
da República, julgue os itens que se seguem. Se considerasse o projeto em apreço inconstitu-
cional, o presidente da República poderia vetá-lo, exercendo, nesse caso, controle preventivo
de constitucionalidade.

Questão 46 (TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/2015/CESPE) As normas que in-


tegram uma constituição escrita possuem hierarquia entre si, de modo que as normas mate-
rialmente constitucionais ostentam maior valor hierárquico do que as normas apenas formal-
mente constitucionais.

Questão 47 (INCA/ANALISTA EM C&T JR/2010) O Ato das Disposições Constitucionais


Transitórias não possui a mesma natureza jurídica das normas constitucionais inseridas na
Constituição Federal de 1988 (CF), razão pela qual é de hierarquia inferior a estas.

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Questão 48 (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO AMAZONAS/ANALISTA JUDICIÁRIO/ 2019) Órgão


fracionário de tribunal de justiça que, por razões de segurança jurídica, deixar de aplicar lei
estadual, sem declarar expressamente a sua inconstitucionalidade, terá violado a cláusula de
reserva de plenário.

Questão 49 (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO AMAZONAS/ANALISTA JUDICIÁRIO/ 2019) Órgão


fracionário de tribunal de justiça que, por razões de segurança jurídica, deixar de aplicar lei
estadual, sem declarar expressamente a sua inconstitucionalidade, terá violado a cláusula de
reserva de plenário.

Questão 50 (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO AMAZONAS/ANALISTA JUDICIÁRIO/2019) No âm-


bito do controle político repressivo de constitucionalidade, o Congresso Nacional tem com-
petência para sustar decreto do presidente da República que exorbite do poder regulamentar.

Questão 51 (CONTROLADORIA-GERAL DO MUNICÍPIO-PB/TÉCNICO MUNICIPAL DE CON-


TROLE INTERNO/2018) É vedado ao TCU apreciar a constitucionalidade de leis e atos do po-
der público.

Questão 52 (ABIN/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/2018) O Supremo Tribunal Federal possui


competência para apreciar ação direta de inconstitucionalidade contra lei do DF fruto do exer-
cício de competência legislativa municipal.

Questão 53 (ABIN/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/2018) Prefeito municipal possui legitimidade


para ajuizar ação declaratória de constitucionalidade contra lei estadual perante o Supremo
Tribunal Federal.

Questão 54 (ABIN/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/2018) A decisão de órgão fracionário de tribu-


nal de justiça que deixa de aplicar lei por motivo de inconstitucionalidade não precisa obser-
var a regra da reserva de plenário, caso se baseie em jurisprudência consolidada do plenário
do Supremo Tribunal Federal.

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Questão 55 (SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL/AUDITOR DO


ESTADO/2018) O chefe do Poder Executivo editou decreto regulamentar visando dar fiel cum-
primento a determinada lei. Tal lei, entretanto, foi declarada inconstitucional em ação direta
de inconstitucionalidade no STF. A ação não fez qualquer menção ao decreto. Nessa situação
hipotética, o STF
a) não poderá declará-lo inconstitucional, porque o decreto não foi objeto da ação constitu-
cional e, no controle concentrado de constitucionalidade, o Poder Judiciário está adstrito ao
princípio da congruência.
b) poderá declará-lo inconstitucional, por se tratar de inconstitucionalidade por arrastamento.
c) poderá declará-lo inconstitucional, por se tratar de declaração parcial de inconstitucionali-
dade sem redução de texto.
d) poderá declará-lo inconstitucional, por se tratar de declaração de inconstitucionalidade
com redução parcial de texto.
e) não poderá declará-lo inconstitucional, porque a decisão do órgão julgador deve se limitar
estritamente ao que foi pedido na petição inicial.

Questão 56 (SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁ-


RIA/2018) Situação hipotética: Embora não tenha declarado expressamente a inconstitu-
cionalidade de determinada lei, turma do Superior Tribunal de Justiça determinou sua não
incidência parcial em determinado caso concreto. Assertiva: Nesse caso, fica configurada
violação à cláusula de reserva de plenário.

Questão 57 (SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA/ANALISTA JUDICIÁRIO/ OFICIAL DE JUSTI-


ÇA AVALIADOR FEDERAL/2018) Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, é pos-
sível que o legislador edite lei com idêntico conteúdo ao de outra que anteriormente tenha
sido declarada inconstitucional em controle abstrato de constitucionalidade.

Questão 58 (SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTI-


ÇA AVALIADOR FEDERAL/2018) O efeito vinculante das decisões do Supremo Tribunal Federal
em controle de constitucionalidade alcança também as decisões que adotem a interpretação
conforme a Constituição.

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Questão 59 (SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTI-


ÇA AVALIADOR FEDERAL/2018) A lei anterior à vigência da Constituição que tenha conteúdo
incompatível com esta deve ser declarada inconstitucional.

Questão 60 (PROCURADORIA-GERAL DO MUNICÍPIO DE MANAUS/PROCURADOR DO MU-


NICÍPIO/2018) Se a inconstitucionalidade de uma norma atinge outra, tem-se a denominada
inconstitucionalidade consequencial ou por arrastamento.

Questão 61 (MINISTÉRIO PÚBLICO DO PIAUÍ/ANALISTA MINISTERIAL/2018) O controle da


inconstitucionalidade por omissão pode ocorrer por meio do mandado de injunção ou da ação
direta de inconstitucionalidade por omissão, a qual pode ser proposta por ministério público
estadual, que é constitucionalmente um dos legitimados ativos.

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GABARITO
1. b 28. d 55. b
2. e 29. e 56. C
3. d 30. E 57. C
4. a 31. E 58. C
5. c 32. E 59. E
6. b 33. E 60. C
7. b 34. E 61. E
8. b 35. E
9. a 36. C
10. a 37. E
11. c 38. C
12. a 39. C
13. d 40. C
14. a 41. E
15. a 42. C
16. c 43. E
17. c 44. E
18. c 45. C
19. a 46. E
20. c 47. E
21. c 48. C
22. c 49. C
23. a 50. C
24. b 51. E
25. a 52. E
26. d 53. E
27. d 54. C

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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (CÂMARA DE SERRANA-SP/ANALISTA LEGISLATIVO/2019) O deputado federal
que não queira participar de votação de projeto de lei, que considere inconstitucional por vio-
lar o devido processo legislativo,
a) poderá ajuizar uma ação direta de inconstitucionalidade contra o projeto de lei.
b) poderá impetrar um mandado de segurança preventivo para impedir a tramitação.
c) nada poderá fazer, a não ser tentar obstruir a votação em plenário.
d) somente poderá abster-se de votar, mas não pode tomar qualquer medida judicial.
e) deve solicitar ao Ministério Público que tome as medidas legais cabíveis.

Letra b.
É a única hipótese de controle preventivo realizada pelo Poder Judiciário, qual seja: mandado
de segurança impetrado por parlamentar no STF por desrespeito ao devido processo legisla-
tivo constitucional, conforme entendimento do STF.

Questão 2 (CÂMARA DE SÃO JOAQUIM DA BARRA-SP/ANALISTA LEGISLATIVO/2019) Na


hipótese de um Deputado Federal discordar do andamento de um determinado projeto de
lei, que entende violar as normas constitucionais atinentes ao processo legislativo, esse
Parlamentar
a) terá como opções únicas o voto contrário e o uso da obstrução junto com os Parlamenta-
res do seu partido político.
b) poderá entrar com uma ação direta de inconstitucionalidade perante o Superior Tribunal de
Justiça, para impedir a aprovação do projeto.
c) poderá entrar com uma ação direta de inconstitucionalidade preventiva perante o Supremo
Tribunal Federal, para paralisar o trâmite do projeto.
d) nada poderá fazer, a não ser votar contra a aprovação do projeto de lei em plenário.
e) poderá impetrar um mandado de segurança perante o Supremo Tribunal Federal, para sus-
tar a tramitação do projeto, por violação do devido processo legislativo.

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Letra e.
Conforme disse, pode o parlamentar impetrar mandado de segurança no STF para fazer valer
seu direito líquido e certo à observância do devido processo legislativo previsto na Constitui-
ção Federal.

Questão 3 (AFAP/ANALISTA DE FOMENTO/ADVOGADO/2019) Diante do sistema de con-


trole de constitucionalidade estabelecido pela Constituição da República Federativa do Brasil
e consideradas a legislação e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal pertinentes,
a) a ação direta de inconstitucionalidade constitui meio de controle de constitucionalidade
prévio realizado pelo Poder Judiciário.
b) por conta do princípio da separação de Poderes, o Presidente da República não realiza con-
trole de constitucionalidade.
c) não é admitida a fungibilidade entre ação direta de inconstitucionalidade e arguição de
descumprimento de preceito funda­mental.
d) não será admitida arguição de descumprimento fundamental quando houver qualquer ou-
tro meio eficaz capaz de sanar a lesividade.
e) a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade não
possuem os mesmos legitimados para a sua proposição.

Letra d.
Segundo o art. 4º, § 1º, da Lei n. 9.882/1999, “não será admitida arguição de descumprimento
de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade”.

Questão 4 (DPE-AM/ASSISTENTE TÉCNICO DE DEFENSORIA/ASSISTENTE TÉCNICO AD-


MINISTRATIVO/2018) Dentre as modalidades de controle de constitucionalidade, considera-
-se controle
a) difuso de constitucionalidade aquele que pode ser exercido por todo e qualquer juiz ou
tribunal.
b) concentrado de constitucionalidade aquele em que a declaração de constitucionalidade ou
de inconstitucionalidade não é o objeto principal do processo judicial.

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c) incidental de constitucionalidade aquele do qual resulta decisão judicial aplicável a todos,


e não somente às partes do processo em que foi proferida.
d) principal ou abstrato de constitucionalidade aquele do qual resulta decisão judicial aplicá-
vel somente às partes do processo em que foi proferida.
e) político de constitucionalidade aquele exercido com exclusividade pelo Tribunal de maior
hierarquia do Poder Judiciário.

Letra a.
No Brasil, há dois modelos de controle de constitucionalidade: o difuso e o concentrado.
O controle difuso de constitucionalidade é justamente aquele que pode ser exercido por todo
e qualquer juiz ou tribunal. Todos os membros do Poder Judiciário (juízes, desembargadores
e ministros), ao julgarem suas causas, dispõem de competência para declarar a inconstitu-
cionalidade das leis aplicáveis ao caso sob julgamento.

Questão 5 (EXAME DA OAB/2007.3) Sobre o controle de constitucionalidade de atos nor-


mativos no ordenamento jurídico brasileiro, assinale a opção correta.
a) Cabe ao STF o julgamento das ações diretas de inconstitucionalidade contra atos norma-
tivos federais, estaduais ou municipais.
b) Emendas constitucionais, por gozarem do caráter de normas constitucionais, não são pas-
síveis de serem controladas na sua constitucionalidade.
c) A jurisprudência do STF não admite, em sede de ação direta de inconstitucionalidade,
o controle de constitucionalidade de atos normativos pré-constitucionais.
d) A Constituição de 1988, desde a sua redação originária, previa o efeito vinculante das deci-
sões tomadas pelo STF nas ações diretas de inconstitucionalidade.

Letra c.
Do estudo da jurisprudência consolidada do STF, conclui-se não ser possível, em sede de
ação direta de inconstitucionalidade, o  controle de constitucionalidade de atos normativos
pré-constitucionais. Com efeito, é imperioso destacar que, em razão das restrições impostas

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pela jurisprudência do Supremo, só poderão ser impugnadas em ação direta as leis e atos
normativos federais e estaduais que:
• sejam pós-constitucionais;
• possuam conteúdo normativo geral e abstrato;
• não sejam tipicamente regulamentares;
• estejam em vigor;
• não sejam questão interna corporis; e
• não sejam normas constitucionais originárias.

Questão 6 (EXAME DA OAB/2008.1) Assinale a opção INCORRETA com relação à arguição


de descumprimento de preceito fundamental.
a) Cabe reclamação ao STF quando for descumprida uma decisão tomada em arguição de
descumprimento de preceito fundamental.
b) Qualquer cidadão pode propor arguição de descumprimento de preceito fundamental.
c) As decisões de mérito, em arguição de descumprimento de preceito fundamental, possuem
efeito vinculante.
d) A arguição de descumprimento de preceito fundamental não será admitida quando houver
outro meio eficaz para sanar a lesividade.

Letra b.
Podem propor a arguição de descumprimento de preceito fundamental os mesmos legiti-
mados para a propositura da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de
constitucionalidade, previstos no art. 103 da CF/1988. São eles: o presidente da República;
a Mesa do Senado Federal; a Mesa da Câmara dos Deputados; a Mesa de Assembleia Le-
gislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; o governador de Estado ou do Distrito
Federal; o procurador-geral da República; o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil; partido político com representação no Congresso Nacional; confederação sindical ou
entidade de classe de âmbito nacional. Nesse sentido, conclui-se que cidadão não possui
legitimidade ativa para propor arguição de descumprimento de preceito fundamental.

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Questão 7 (EXAME DA OAB/2008.1) Com relação ao controle de constitucionalidade no di-


reito brasileiro, assinale a opção INCORRETA.
a) Pode ser objeto da ação direta de inconstitucionalidade o decreto legislativo aprovado pelo
Congresso Nacional com o escopo de sustar os atos normativos do Poder Executivo que
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.
b) O governador de um estado ou a assembleia legislativa que impugna ato normativo de
outro estado não tem necessidade de demonstrar a relação de pertinência da pretendida de-
claração de inconstitucionalidade da lei.
c) A jurisprudência do STF entende que, nas ações diretas de inconstitucionalidade, o advo-
gado-geral da União não está obrigado a fazer defesa do ato questionado, especialmente se
o STF já tiver se manifestado pela inconstitucionalidade.
d) A ação declaratória de constitucionalidade só é cabível quando ficar demonstrada a exis-
tência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação.

Letra b.
O governador de um estado ou a Assembleia Legislativa que impugna ato normativo de outro
estado deve demonstrar a pertinência temática da pretendida declaração de inconstituciona-
lidade da lei, uma vez que são legitimados especiais. Os legitimados para propor a ação direta
de inconstitucionalidade (genérica e por omissão), a ação declaratória de constitucionalidade
e a arguição de descumprimento de preceito fundamental estão exaustivamente elencados
nos incisos I a IX do art. 103 da CF/1988. Tais legitimados dividem-se em universais e espe-
ciais. Os legitimados universais poderão impugnar qualquer matéria, independentemente da
comprovação de interesse (pertinência temática), são eles:
• presidente da República;
• Mesa do Senado Federal;
• Mesa da Câmara dos Deputados;
• procurador-geral da República;
• Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; e
• partido político com representação no Congresso Nacional.

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Noutro giro, os legitimados especiais só poderão propor a ação de controle concentrado de


constitucionalidade se comprovarem interesse na pretendida declaração de inconstituciona-
lidade da lei. É o que se denomina pertinência temática. São legitimados especiais:
• Mesa da Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
• governador de Estado ou do Distrito Federal; e
• confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

Questão 8 (EXAME DA OAB/2008.2) Acerca do controle de constitucionalidade concentra-


do, julgue os itens a seguir.
I – A administração pública indireta, assim como a direta, nas esferas federal, estadual e
municipal, fica vinculada às decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF nas ações
diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade.
II – Em razão do princípio da subsidiariedade, a ação direta de inconstitucionalidade por
omissão somente será cabível se ficar provada a inexistência de qualquer meio eficaz
para afastar a lesão no âmbito judicial.
III – É possível controle de constitucionalidade do direito estadual e do direito municipal no
processo de arguição de descumprimento de preceito fundamental.
IV – São legitimados para propor ação direta de inconstitucionalidade interventiva os mes-
mos que têm legitimação para propor ação direta de inconstitucionalidade genérica.

Estão certos apenas os itens


a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) III e IV.

Letra b.
I – Certo. Dispõe o art. 102, § 2º, da CF/1988, com sua redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 45/2004, que “as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal
Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitu-

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cionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais
órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal,
estadual e municipal”. Ademais, prevê o parágrafo único do art. 28 da Lei n. 9.868/1999, que
“a declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, inclusive a interpretação
conforme a Constituição e a declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de tex-
to, têm eficácia contra todos e efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e
à Administração Pública federal, estadual e municipal”.
III – Certo. Segundo o art. 102, § 1º, da CF/1988, “a arguição de descumprimento de preceito
fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal,
na forma da lei”. Em regulamentação à norma constitucional, foi editada a Lei n. 9.882, de
1999, que, em seu art. 1º, parágrafo único, inciso I, estabelece que “caberá também arguição
de descumprimento de preceito fundamental quando for relevante o fundamento da contro-
vérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os
anteriores à Constituição”. Assim, a  Lei n. 9.882/1999 permite a impetração de ADPF nas
seguintes hipóteses:
• para evitar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do poder público (ADPF
preventiva);
• para reparar lesão a preceito fundamental resultante de ato do poder público (ADPF
repressiva); e
• quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato nor-
mativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição.

Questão 9 (EXAME DA OAB/2008.3) Acerca do controle de constitucionalidade, assinale a


opção correta.
a) Tanto na ação direta de inconstitucionalidade como na ação declaratória de constitucio-
nalidade, as decisões do STF possuem força vinculante em relação aos demais tribunais e à
administração pública federal, independentemente de a decisão ter sido sumulada.
b) Os tribunais de justiça nos estados podem desempenhar o controle abstrato e concentrado
de leis estaduais e municipais diretamente em face da CF.

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c) O STF é o único órgão competente para desempenhar o controle incidental de constitucio-


nalidade no Brasil.
d) Na ação direta de inconstitucionalidade, quando o relator indefere, sob qualquer funda-
mento, pedido de liminar, é admissível a utilização da reclamação contra essa decisão.

Letra a.
Conforme o art. 102, § 2º, da CF/1988, “as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Su-
premo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias
de constitucionalidade produzirão [independentemente de existência de súmula vinculante]
eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciá-
rio e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal”.

Questão 10 (EXAME DA OAB/2009.1) A respeito da arguição de descumprimento de preceito


fundamental (ADPF), assinale a opção correta.
a) A ADPF, criada com o objetivo de complementar o sistema de proteção da CF, constitui ins-
trumento de controle concentrado de constitucionalidade a ser ajuizado unicamente no STF.
b) A ADPF pode ser ajuizada mesmo quando houver outra ação judicial ou recurso adminis-
trativo eficaz para sanar a lesividade que se pretende atacar, em observância ao princípio da
indeclinabilidade da prestação judicial.
c) O conceito de preceito fundamental foi introduzido no ordenamento jurídico brasileiro pela
Lei n. 9.882/1999, segundo a qual apenas as normas constitucionais que protejam direitos e
garantias fundamentais podem ser consideradas preceito fundamental.
d) Na ADPF, não se admite a figura do amicus curiae.

Letra a.
A arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) é uma ação de controle con-
centrado de constitucionalidade que pode ser ajuizada perante o Supremo Tribunal Federal,
após iniciativa dos legitimados constitucionais, estabelecidos no rol do art. 103 da CF/1988.
Podem ser atacados pela ADPF os atos do poder público (atos normativos e atos de efeito

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concreto), conforme se extrai do art. 1 º, caput, da Lei n. 9.882/1999, desde que não haja outro
meio eficaz para sanar a lesividade, de acordo com o art. 4 º, § 1 º, do mesmo diploma legal
(princípio da subsidiariedade). De fato, a regulamentação da ADPF tem por objetivo comple-
mentar o sistema de proteção previsto na CF/1988. Por esclarecedor, vejamos o que leciona
Dirley da Cunha Júnior5:

[...] pode-se assegurar que a arguição de descumprimento de preceito fundamental consiste em


uma ação constitucional especialmente destinada a provocar a jurisdição constitucional concen-
trada do Supremo Tribunal Federal para a tutela da supremacia dos preceitos mais importantes
da Constituição Federal. Vale dizer, é uma ação específica vocacionada a proteger exclusivamente
os preceitos constitucionais fundamentais, ante a ameaça ou lesão resultante de qualquer ato ou
omissão do poder público. A partir de sua introdução no direito brasileiro, a jurisdição constitucio-
nal brasileira, tal como vinha sendo formatada pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,
sofreu profundas alterações, [...], para admitir, repise-se, o controle abstrato de constitucionalidade
do direito ordinário pré-constitucional, do direito municipal contestado diretamente em face da
Constituição Federal e dos atos normativos secundários (infralegais) e até dos atos administrati-
vos, materiais e concretos do poder público, além de ter possibilitado um controle concentrado-in-
cidental de constitucionalidade, em moldes semelhantes do que já vinha ocorrendo na Áustria, na
Itália, na Alemanha e na Espanha.

Questão 11 (EXAME DA OAB/2009.2) Assinale a opção correta no que diz respeito ao con-
trole das omissões inconstitucionais.
a) A omissão inconstitucional pode ser sanada mediante dois instrumentos: o mandado de
injunção, ação própria do controle de constitucionalidade concentrado; e a ação direta de
inconstitucionalidade por omissão, instrumento do controle difuso de constitucionalidade.
b) O mandado de injunção destina-se à proteção de qualquer direito previsto constitucional-
mente, mas inviabilizado pela ausência de norma integradora.
c) A ação direta de inconstitucionalidade por omissão que objetive a regulamentação de nor-
ma da CF somente pode ser ajuizada pelos sujeitos enumerados no artigo 103 da CF, sendo a
competência para o seu julgamento privativa do STF.
d) Na omissão inconstitucional total ou absoluta, o legislador deixa de proceder à completa
integração constitucional, regulamentando deficientemente a norma da CF.

5
Cunha Júnior, Dirley. Curso de Direito Constitucional. 3ª edição. Editora Juspodivm. 2009. Páginas 417/418.

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Letra c.
Ação direta de inconstitucionalidade por omissão é uma das ações de controle concentrado
de constitucionalidade que tem, por fim, tornar efetiva norma constitucional, por meio do re-
conhecimento da inconstitucionalidade da omissão do legislador infraconstitucional quanto
ao dever de regulamentar determinadas normas previstas na Constituição Federal de 1988,
segundo o que dispõe o art. 103, § 2º, da CF/1988. Os legitimados ativos estão arrolados no
art. 103, incisos I a IX, da CF/1988. A competência para julgamento dessa ação é do STF.

Questão 12 (EXAME DA OAB/2009.2) Com relação ao preâmbulo da CF e às disposições


constitucionais transitórias, assinale a opção correta.
a) A doutrina constitucional majoritária e a jurisprudência do STF consideram que o preâmbu-
lo constitucional não tem força cogente, não valendo, pois, como norma jurídica. Nesse sen-
tido, seus princípios não prevalecem diante de eventual conflito com o texto expresso da CF.
b) As disposições constitucionais transitórias são normas aplicáveis a situações certas e
passageiras; complementares, portanto, à obra do poder constituinte originário e, situando-
-se fora da CF, não podem ser consideradas parte integrante desta.
c) Por traçar as diretrizes políticas, filosóficas e ideológicas da CF, o preâmbulo constitucional
impõe limitações de ordem material ao poder reformador do Congresso Nacional, podendo
servir de paradigma para a declaração de inconstitucionalidade.
d) Considerando-se que o conteúdo do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias é
de direito intertemporal, não é possível afirmar que suas normas ostentam o mesmo grau de
eficácia e de autoridade jurídica em relação aos preceitos constantes do texto constitucional.

Letra a.
O preâmbulo é a parte precedente do texto constitucional que sintetiza os valores e objetivos
adotados pela Constituição Federal e, de acordo com a doutrina constitucional majoritária
e a jurisprudência do STF, não possui força normativa. No julgamento da Ação Direta de In-
constitucionalidade n. 2.076-AC, da relatoria do ministro Carlos Velloso, o Supremo Tribunal
Federal reconheceu, tão somente, valor hermenêutico ao preâmbulo, servindo de mero vetor
ao processo interpretativo das normas constitucionais.

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O tribunal julgou improcedente o pedido formulado em ação direta ajuizada pelo Partido So-
cial Liberal (PSL) contra o preâmbulo da Constituição do Estado do Acre, em que se alegava
a inconstitucionalidade por omissão da expressão “sob a proteção de Deus”, constante do
preâmbulo da CF/1988. Considerou-se que a invocação da proteção de Deus no preâmbulo
da Constituição não tem força normativa, afastando-se a alegação de que a expressão em
causa seria norma de reprodução obrigatória pelos estados-membros. (ADI 2.076-AC, rel.
Min. Carlos Velloso, 15.8.2002. (ADI-2076), informativo N. 277, de 12 a 16 de agosto de 2002).
O preâmbulo não é considerado verdadeiramente uma norma constitucional, mas uma sim-
ples manifestação de crenças e valores que não possuem força normativa. Não é norma de
observância obrigatória pelos estados-membros, pelo Distrito Federal e pelos municípios e
jamais poderia ser utilizada como parâmetro de controle de constitucionalidade.

Questão 13 (EXAME DA OAB/2009.3) No que concerne ao controle de constitucionalidade,


assinale a opção correta.
a) O controle concentrado de constitucionalidade origina-se do direito norte-americano, ten-
do sido empregado pela primeira vez no famoso caso Marbury versus Madison, em 1803.
b) O controle concentrado de constitucionalidade permite que qualquer juiz ou tribunal decla-
re a inconstitucionalidade de norma incompatível com a CF.
c) Controle de constitucionalidade consiste na verificação da compatibilidade de qualquer
norma infraconstitucional com a CF.
d) Entre os pressupostos do controle de constitucionalidade, destacam-se a supremacia da
CF e a rigidez constitucional.

Letra d.
O controle de constitucionalidade é o conjunto de atos tendentes a garantir a supremacia for-
mal da Constituição. Destina-se a averiguar a compatibilidade das demais normas jurídicas
com o seu fundamento de validade: a Constituição Federal. O controle de constitucionalidade
possui como pressupostos a supremacia da Constituição e a rigidez constitucional. Isso por-
que, se estamos num regime de Constituição flexível, em que as normas constitucionais e as

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normas ordinárias são alteradas segundo o mesmo processo legislativo, não se pode falar em
fiscalização de uma frente a outra. Assim, para que se possa falar em controle de constitu-
cionalidade, é imprescindível que o texto constitucional seja rígido, isto é, apenas modificável
por processo legislativo mais rigoroso do que aquele aplicado às demais normas existentes
em um ordenamento jurídico. Da rigidez constitucional decorre sua supremacia formal e, em
virtude desta, controla-se a constitucionalidade das demais leis e atos normativos.

Questão 14 (EXAME DA OAB/2010.1) Assinale a opção correta a respeito da medida cau-


telar em sede de ação direta de inconstitucionalidade, de acordo com o que dispõe a Lei n.
9.868/1999.
a) O relator, em face da relevância da matéria e de seu especial significado para a ordem so-
cial e a segurança jurídica, poderá, após a prestação das informações e a manifestação do
Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República, sucessivamente, submeter o
processo diretamente ao STF, que terá a faculdade de julgar definitivamente a ação.
b) Tal medida não poderá ser apreciada em período de recesso ou férias, visto que é imperioso
que seja concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do STF, após a audiência
dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado.
c) Essa medida cautelar só poderá ser concedida se ouvidos, previamente, o advogado-geral
da União e o procurador-geral da República.
d) A decisão proferida em sede de cautelar, seja ela concessiva ou não, será dotada de eficá-
cia contra todos, com efeito ex nunc, salvo se o STF entender que deva conceder-lhe eficácia
retroativa.

Letra a.
Segundo o art. 12 da Lei n. 9.868/1999, “havendo pedido de medida cautelar, o relator, em
face da relevância da matéria e de seu especial significado para a ordem social e a segurança
jurídica, poderá, após a prestação das informações, no prazo de dez dias, e a manifestação
do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República, sucessivamente, no prazo
de cinco dias, submeter o processo diretamente ao Tribunal, que terá a faculdade de julgar
definitivamente a ação”.

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Questão 15 (EXAME DA OAB/2010.2) A obrigatoriedade ou necessidade de deliberação ple-


nária dos tribunais, no sistema de controle de constitucionalidade brasileiro, significa que:
a) somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo
órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo
do Poder Público.
b) a parte legitimamente interessada pode recorrer ao respectivo Tribunal Pleno das decisões
dos órgãos fracionários dos Tribunais Federais ou Estaduais que, em decisão definitiva, tenha
declarado a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo.
c) somente nas sessões plenárias de julgamento dos Tribunais Superiores é que a matéria
relativa a eventual inconstitucionalidade da lei ou ato normativo pode ser decidida.
d) a competência do Supremo Tribunal Federal para processar e julgar toda e qualquer ação
que pretenda invalidar lei ou ato normativo do Poder Público pode ser delegada a qualquer
tribunal, condicionada a delegação a que a decisão seja proferida por este órgão jurisdicional
delegado em sessão plenária.

Letra a.
A presente questão retorna ao conhecimento do art. 97 da CF/88, que trata do princípio da
reserva de plenário, segundo o qual “somente pelo voto da maioria absoluta de seus mem-
bros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a incons-
titucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público”. A cláusula da reserva de plenário,
segundo acentua Alexandre de Moraes6, atua como verdadeira condição de eficácia jurídica
da própria declaração jurisdicional de inconstitucionalidade dos atos do poder público, apli-
cando-se para todos os tribunais, via difusa, e para o STF, também no controle concentrado.
Registre-se que a jurisprudência do STF informa que o desrespeito ao princípio da reserva
de plenário gera a nulidade absoluta da decisão colegiada se, emanada de órgão fracionário,
tenha declarado a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo.

6
Moraes, Alexandre de. Constituição do Brasil interpretada e legislação constitucional. 7ª edição. São Paulo. Atlas. 2007.
Página 1406.

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Questão 16 (EXAME DA OAB/2010.2) Declarando o Supremo Tribunal Federal, incidental-


mente, a  inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal em face da Constituição do
Brasil, caberá
a) ao Procurador-Geral da República, como chefe do Ministério Público da União, expedir atos
para o cumprimento da decisão pelos membros do Ministério Público Federal e dos Estados.
b) ao Presidente da República editar decreto para tornar inválida a lei no âmbito da adminis-
tração pública.
c) ao Senado Federal suspender a execução da lei, total ou parcialmente, conforme o caso,
desde que a decisão do Supremo Tribunal Federal seja definitiva.
d) ao Advogado-Geral da União interpor o recurso cabível para impedir que a União seja com-
pelida a cumprir a referida decisão.

Letra c.
Segundo o art. 52, X, da CF/1988, “compete privativamente ao Senado Federal suspender a
execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do
Supremo Tribunal Federal”. Assim, declarando o Supremo Tribunal Federal, incidentalmente,
a  inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal, estadual, distrital ou municipal em
face da Constituição do Brasil, caberá, pois, ao Senado Federal suspender a execução da lei,
total ou parcialmente, conforme o caso, desde que a decisão do Supremo Tribunal Federal
seja definitiva. Tal ato do Senado tem, por fim, estender os efeitos da decisão a terceiros não
integrantes da relação jurídico-processual primitiva, por meio da suspensão da execução da
lei ou do ato normativo, vale dizer, a decisão que possuía efeitos inter partes passa a ter eficá-
cia erga omnes. Em relação a essa competência do Senado Federal, lembremos que:
• o Senado Federal não está obrigado a suspender a execução da lei;
• o ato que formaliza a suspensão da execução da lei é uma resolução do Senado Federal;
• o Senado Federal não poderá alterar os termos da decisão do STF;
• a suspensão da execução da lei pelo Senado Federal é ato irretratável;
• o Senado Federal dispõe de competência para suspender a execução de normas fede-
rais, estaduais, distritais e municipais;

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• a atuação do Senado Federal somente ocorre no controle difuso; e


• a suspensão da execução da lei possui eficácia ex nunc.

Questão 17 (EXAME DA OAB/2010.3) O Governador de um Estado membro da Federação


pretende se insurgir contra lei de seu Estado editada em 1984 que vincula a remuneração de
servidores públicos estaduais ao salário mínimo. Os fundamentos de índole material a serem
invocados são a ofensa ao princípio federativo e a vedação constitucional de vinculação do
salário mínimo para qualquer fim. A ação constitucional a ser ajuizada pelo Governador do
Estado perante o Supremo Tribunal Federal, cuja decisão terá eficácia contra todos e efeito
vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Público, é a(o)
a) ação direta de inconstitucionalidade.
b) mandado de injunção.
c) arguição de descumprimento de preceito fundamental.
d) mandado de segurança coletivo.

Letra c.
De todas as ações de controle concentrado de constitucionalidade, a  única que se presta
para guerrear uma norma pré-constitucional é a arguição de descumprimento de preceito
fundamental, segundo o que preleciona o art. 1º, parágrafo único, I, da Lei n. 9.882/1999, ve-
jamos: “a arguição prevista no § 1º do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante
o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental,
resultante de ato do Poder Público. Caberá também arguição de descumprimento de preceito
fundamental quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou
ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição”.

Questão 18 (EXAME DA OAB/2011.1) Em relação ao controle de constitucionalidade em face


da Constituição Estadual, assinale a alternativa correta.
a) Compete aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou
atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, reconhecida a le-

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gitimação para agir aos mesmos órgãos e entidades legitimados a propositura de ação direta
de inconstitucionalidade.
b) A decisão do Tribunal de Justiça que declara a inconstitucionalidade de lei local em face da
Constituição Estadual é irrecorrível, ressalvada a oposição de embargos declaratórios.
c) Não ofende a Constituição da República norma de Constituição Estadual que atribui legiti-
midade para a propositura de representação de inconstitucionalidade aos Deputados Estadu-
ais e ao Procurador-Geral do Estado.
d) Não é possível o controle de constitucionalidade no plano estadual, no modo concentrado,
se a norma constitucional estadual tomada como parâmetro reproduzir idêntico conteúdo de
norma constitucional federal.

Letra c.
A presente questão cobra o conhecimento do art. 125, § 2º, da CF/1988: “cabe aos Estados
a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais
ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir
a um único órgão”. De fato, não ofende a Constituição da República norma de Constituição
estadual que atribui legitimidade para a propositura de representação de inconstitucionali-
dade aos deputados estaduais e ao procurador-geral do Estado. É livre ao Estado definir, em
sua Carta Política, qual o rol de legitimados que entenda pertinente para representação de
inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais contestadas em
face da Constituição estadual.

Questão 19 (EXAME DA OAB/2011.1) As alternativas a seguir apontam diferenças entre a


ADI e a ADC, À EXCEÇÃO DE UMA. Assinale-a.
a) Rol de legitimados para a propositura da ação.
b) Objeto da ação.
c) Exigência de controvérsia judicial relevante.
d) Manifestação do Advogado-Geral da União.

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Letra a.
Das alternativas apontadas, a única que não se trata de uma diferença entre a ação direta de in-
constitucionalidade (ADI) e a ação declaratória de constitucionalidade (ADC) é o rol de legitima-
dos. O rol de legitimados previstos no art. 103, incisos I a IX, da CF/1988, aplica-se à ADI (genéri-
ca ou por omissão), à ADC, bem assim à arguição de descumprimento de preceito fundamental.

Questão 20 (XVII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Pedro, reconhecido advogado na área do


direito público, é contratado para produzir um parecer sobre situação que envolve o pacto fe-
derativo entre Estados brasileiros. Ao estudar mais detidamente a questão, conclui que, para
atingir seu objetivo, é necessário analisar o alcance das chamadas cláusulas pétreas. Com
base na ordem constitucional brasileira vigente, assinale, dentre as opções abaixo, a única
que expressa uma premissa correta sobre o tema e que pode ser usada pelo referido advoga-
do no desenvolvimento de seu parecer.
a) As cláusulas pétreas podem ser invocadas para sustentar a existência de normas constitu-
cionais superiores em face de normas constitucionais inferiores, o que possibilita a existência
de normas constitucionais inconstitucionais.
b) Norma introduzida por emenda à constituição se integra plenamente ao texto constitucio-
nal, não podendo, portanto, ser submetida a controle de constitucionalidade, ainda que sob
alegação de violação à cláusula pétrea.
c) Mudanças propostas por constituinte derivado reformador estão sujeitas ao controle de
constitucionalidade, sendo que as normas ali propostas não podem afrontar cláusulas pétre-
as estabelecidas na Constituição da República.
d) Os direitos e as garantias individuais considerados como cláusulas pétreas estão localiza-
dos exclusivamente nos dispositivos do Art. 5º, de modo que é inconstitucional atribuir essa
qualidade (cláusula pétrea) a normas fundadas em outros dispositivos constitucionais.

Letra c.
De fato, as emendas à Constituição estão sujeitas ao controle de constitucionalidade. Ade-
mais, as  emendas à Constituição devem respeitar as cláusulas pétreas estabelecidas no
art. 60, § 4º, da Constituição da República.

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Questão 21 (XVII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Determinado Tribunal de Justiça vem ten-
do dificuldades para harmonizar os procedimentos de suas câmaras, órgãos fracionários,
em relação à análise, em caráter incidental, da inconstitucionalidade de certas normas como
pressuposto para o enfrentamento do mérito propriamente dito. A  Presidência do referido
Tribunal manifestou preocupação com o fato de o procedimento adotado por três dos órgãos
fracionários estar conflitando com aquele tido como correto pela ordem constitucional bra-
sileira. Apenas uma das câmaras adotou procedimento referendado pelo sistema jurídico-
-constitucional brasileiro. Assinale a opção que o apresenta.
a) A 1ª Câmara, ao reformar a decisão de 1º grau em sede recursal, reconheceu, incidental-
mente, a inconstitucionalidade da norma que dava suporte ao direito pleiteado, entendendo
que, se o sistema jurídico reconhece essa possibilidade ao juízo monocrático, por razões ló-
gicas, deve estendê-la aos órgãos recursais.
b) A 2ª Câmara, ao analisar o recurso interposto, reconheceu, incidentalmente, a inconstitu-
cionalidade da norma que concedia suporte ao direito pleiteado, fundamentando-se em cris-
talizada jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça sobre o tema.
c) A 3ª Câmara, ao analisar o recurso interposto, reconheceu, incidentalmente, a inconstitu-
cionalidade da norma que concedia suporte ao direito pleiteado, fundamentando-se em pro-
nunciamentos anteriores do Órgão Especial do próprio Tribunal.
d) A 4ª Câmara, embora não tenha declarado a inconstitucionalidade da norma que conferia
suporte ao direito pleiteado, solucionou a questão de mérito afastando a aplicação da referida
norma, apesar de estarem presentes os seus pressupostos de incidência.

Letra c.
Caso haja manifestação do Plenário ou órgão especial (quando houver) de um determinado
tribunal, ou, ainda, o Plenário do STF já tiver resolvido a questão de constitucionalidade em
outro processo, poderão os órgãos fracionários aplicar o mesmo entendimento aos demais
casos concretos. É o que se extrai da leitura do art. 949, parágrafo único, do Novo Código de
Processo Civil: “os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão
especial, a arguição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes [ple-

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nário ou órgão especial do próprio tribunal] ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre
a questão”.

Questão 22 (XVI EXAME DE ORDEM UNIFICADO) A Medida Provisória Z, embora tendo cau-
sado polêmica na data de sua edição, foi convertida, em julho de 2014, na Lei Y. Inconforma-
do com o posicionamento do Congresso Nacional, o principal partido de oposição, no mês
seguinte, ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) atacando vários dispositivos
normativos da referida Lei. Todavia, no início do mês de fevereiro de 2015, o Presidente da
República promulgou a Lei X, revogando integralmente a Lei Y, momento em que esta última
deixou de produzir os seus efeitos concretos. Nesse caso, segundo entendimento cristalizado
no âmbito do Supremo Tribunal Federal,
a) deverá a ADI seguir a sua regular tramitação, de modo que se possam discutir os efeitos
produzidos no intervalo de tempo entre a promulgação e a revogação da Lei Y.
b) deverá a ADI seguir a sua regular tramitação, de modo que se possam discutir os efeitos
produzidos no intervalo de tempo entre a edição da Medida Provisória Z e a revogação da
Lei Y.
c) deverá ser reconhecido que a ADI perdeu o seu objeto, daí resultando a sua extinção, inde-
pendentemente de terem ocorrido, ou não, efeitos residuais concretos.
d) em razão da separação de poderes, deverá ser reconhecida a impossibilidade de o Supre-
mo Tribunal Federal avaliar as matérias debatidas, sob a ótica política, pelo Poder Legislativo.

Letra c.
É pacífica a jurisprudência do STF no sentido de que deverá ser reconhecido que a ADI perdeu
o seu objeto, daí resultando a sua extinção, independentemente de terem ocorrido, ou não,
efeitos residuais concretos, quando, após o seu ajuizamento, sobrevém a revogação ou a ces-
sação de eficácia da norma impugnada em processo objetivo. Cito diversos precedentes: RTJ
154/396, Rel. Min. CELSO DE MELLO – RTJ 154/401, Rel. Min. PAULO BROSSARD – ADI 117/
PR, Rel. Min. CELSO DE MELLO – ADI 437/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO – ADI 519/DF, Rel.
Min. MOREIRA ALVES – ADI 747/TO, Rel. Min. MOREIRA ALVES – ADI 973/AP, Rel. Min. RO-

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BERTO BARROSO – ADI 1.823/DF, Rel. Min. TEORI ZAVASCKI – ADI 2.105/DF, Rel. Min. CELSO
DE MELLO – ADI 2.263/SE, Rel. Min. CELSO DE MELLO – ADI 2.840-QO/ES, Rel. Min. ELLEN
GRACIE – ADI 2.942/DF, Rel. Min. GILMAR MENDES – ADI 4.035/DF, Rel. Min. ROSA WEBER –
ADI 4.061/DF, Rel. Min. LUIZ FUX – ADI 4.855/RO, Rel. Min. DIAS TOFFOLI – ADI 4.939/SP, Rel.
Min. RICARDO LEWANDOWSKI.

Questão 23 (XIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO) No que tange às disposições legais regula-
mentadoras da ação direta de inconstitucionalidade, da ação direta de inconstitucionalidade
por omissão e da ação declaratória de constitucionalidade, assinale a opção correta.
a) A medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade por omissão poderá consistir na
suspensão de procedimentos administrativos.
b) O ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade e de ação direta de inconstitucio-
nalidade por omissão não admite desistência. Em razão da presunção de constitucionalidade
do ordenamento jurídico, a legislação específica da ação declaratória de constitucionalidade
admite desistência.
c) Existindo norma federal objeto, ao mesmo tempo, de ação declaratória de constitucionali-
dade e de ação direta de inconstitucionalidade, em homenagem ao caráter ambivalente des-
tas ações, será uma delas extinta sem resolução do mérito por litispendência e a outra terá
julgamento de mérito.
d) Da decisão proferida na ação declaratória de constitucionalidade caberá, tão somente,
a oposição de embargos de declaração e o ajuizamento posterior de ação rescisória.

Letra a.
De acordo com o art. 12-F, § 1º, da Lei n. 9.868/1999, “a medida cautelar poderá consistir na
suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial,
bem como na suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos, ou
ainda em outra providência a ser fixada pelo Tribunal”.

Questão 24 (XIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) A arguição de descumprimento de preceito


fundamental (ADPF), regulada pela Lei n. 9.882/99, tem por objeto evitar ou reparar lesão a

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preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público. Com base no legalmente disposto
sobre a ADPF, assinale a opção correta.
a) Face à extraordinariedade da ADPF, a decisão de indeferimento liminar da petição inicial é
irrecorrível.
b) De acordo com a Lei n. 9.882/99, vige o princípio da subsidiariedade quanto ao cabimento
da ADPF.
c) A decisão proferida em ADPF produzirá somente efeitos erga omnes e ex tunc.
d) O prefeito de qualquer município pode propor ADPF contra lei local perante o STF.

Letra b.
Conforme o art. 4º, § 1º, da Lei n. 9.882/1999, “não será admitida arguição de descumprimen-
to de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade”.
É o chamado princípio da subsidiariedade da arguição de descumprimento de preceito fun-
damental. O que se entende por “outro meio eficaz”? Outro meio eficaz, segundo o STF, tendo
por base o julgamento da ADPF n. 3, da relatoria do ministro Sidney Sanches, significa que a
lesividade poderá ser sanada por qualquer ação ou recurso e não apenas por outras ações de
controle concentrado. Vale dizer, se houver outro meio processual apto a sanar a lesividade,
a Suprema Corte não conhecerá a ADPF.

Questão 25 (XII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Acerca do controle de constitucionalidade,


assinale a alternativa INCORRETA.
a) É impossível o esclarecimento de matéria de fato em sede de Ação Direta de Inconstitucio-
nalidade.
b) A União Nacional dos Estudantes não tem legitimidade para propor Ação Direta de Incons-
titucionalidade.
c) Não se admite a desistência após a propositura da Ação Declaratória de Constitucionalidade.
d) Os efeitos da decisão que afirma a inconstitucionalidade da norma em sede de Ação Direta
de Inconstitucionalidade, em regra, são ex tunc.

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Letra a.
O art. 20, § 1º, da Lei n. 9.868, dispõe que “em caso de necessidade de esclarecimento de
matéria ou circunstância de fato ou de notória insuficiência das informações existentes nos
autos, poderá o relator requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de pe-
ritos para que emita parecer sobre a questão ou fixar data para, em audiência pública, ouvir
depoimentos de pessoas com experiência e autoridade na matéria”.

Questão 26 (XI EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Após reiteradas decisões sobre determinada
matéria, o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou enunciado de Súmula Vinculante deter-
minando que “é inconstitucional lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre
sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias”. O Estado X, contudo, não con-
cordando com a posição do Supremo Tribunal Federal (STF), edita lei dispondo exatamente
sobre os sistemas de consórcios e sorteios em seu território. A partir da situação apresenta-
da, assinale a afirmativa correta.
a) O Supremo Tribunal Federal (STF) poderá, de ofício, declarar a inconstitucionalidade da
norma estadual produzida em desconformidade com a Súmula.
b) Qualquer cidadão poderá propor a revisão ou o cancelamento de súmula vinculante que,
nesse caso, será declarada mediante a decisão de dois terços dos membros do Supremo Tri-
bunal Federal (STF).
c) É cabível reclamação perante o Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a validade
da lei do Estado X que dispõe sobre os sistemas de consórcios e sorteios em seu território.
d) A súmula possui efeitos vinculantes em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Admi-
nistração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, mas não vincula
o Poder Legislativo na sua atividade legiferante.

Letra d.
De acordo com o art. 103-A, caput, da CF/1988, “o Supremo Tribunal Federal poderá, de ofí-
cio ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas
decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a  partir de sua publicação na

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imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como
proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei”.

Questão 27 (XI EXAME DE ORDEM UNIFICADO) A Ação Direta de Inconstitucionalidade,


a  Ação Declaratória de Constitucionalidade e a Ação Direta de Inconstitucionalidade por
Omissão estão regulamentadas no âmbito infraconstitucional pela lei 9.868/99, que dispõe
sobre o processo e julgamento destas ações perante o Supremo Tribunal Federal. Tomando
por base o constante na referida lei, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Podem propor a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão os mesmos legitimados
para propositura da Ação Direta de Inconstitucionalidade e da Ação Declaratória de Constitu-
cionalidade.
b) Cabe no âmbito da Ação Declaratória de Constitucionalidade a concessão de medida
cautelar.
c) As decisões proferidas em Ação Direta de Inconstitucionalidade e em Ação Declaratória de
Constitucionalidade possuem o chamado efeito dúplice.
d) Enquanto a Ação Direta de Inconstitucionalidade e a Ação Declaratória de Constitucionali-
dade não admitem desistência, a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão admite a
desistência a qualquer tempo.

Letra d.
Na verdade, em nenhum dos casos poderá haver desistência. Vejamos o que dispõe a Lei n.
9.868/1999 sobre o tema em análise:

Art. 5º Proposta a ação direta, não se admitirá desistência.


Art. 12-D. Proposta a ação direta de inconstitucionalidade por omissão, não se admitirá desistência.
Art. 16. Proposta a ação declaratória, não se admitirá desistência.

Questão 28 (XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO) A parte autora em um processo judicial, in-
conformada com a sentença de primeiro grau de jurisdição que se embasou no ato normativo
X, apela da decisão porque, no seu entender, esse ato normativo seria inconstitucional. A 3ª

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Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado Alfa, ao analisar a apelação interposta, reco-
nhece que assiste razão à recorrente, mais especificamente no que se refere à inconstitucio-
nalidade do referido ato normativo X. Ciente da existência de cláusula de reserva de plenário,
a referida Turma dá provimento ao recurso sem declarar expressamente a inconstitucionali-
dade do ato normativo X, embora tenha afastado a sua incidência no caso concreto. De acor-
do com o sistema jurídico-constitucional brasileiro, o acórdão proferido pela 3ª Turma Cível
a) está juridicamente perfeito, posto que, nestas circunstâncias, a  solução constitucional-
mente expressa é o afastamento da incidência, no caso concreto, do ato normativo inconsti-
tucional.
b) não segue os parâmetros constitucionais, pois deveria ter declarado, expressamente, a in-
constitucionalidade do ato normativo que fundamentou a sentença proferida pelo juízo a quo.
c) está correto, posto que a 3ª Turma Cível, como órgão especial que é, pode arrogar para si a
competência do Órgão Pleno do Tribunal de Justiça do Estado Alfa.
d) está incorreto, posto que violou a cláusula de reserva de plenário, ainda que não tenha de-
clarado expressamente a inconstitucionalidade do ato normativo.

Letra d.
É o que prevê a Súmula Vinculante n. 10 do STF: “viola a cláusula de reserva de plenário (CF,
artigo 97) a decisão de órgão fracionário de Tribunal que, embora não declare expressamente
a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no
todo ou em parte”.

Questão 29 (TRE-PB/ANALISTA JUDICIÁRIO/2007) Em tema de controle de constitucionali-


dade, a chamada supremacia formal é atributo das Constituições classificadas como
a) analíticas.
b) sintéticas.
c) dogmáticas.
d) históricas.
e) rígidas.

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Letra e.
Só há supremacia formal nas constituições rígidas.

Questão 30 (FUB/TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/2015) As normas que inte-


gram uma constituição escrita possuem hierarquia entre si, de modo que as normas mate-
rialmente constitucionais ostentam maior valor hierárquico do que as normas apenas formal-
mente constitucionais.

Errado.
Não há hierarquia entre as normas constitucionais, possuindo todas, independentemente do
seu conteúdo, o mesmo status jurídico.

Questão 31 (INCA/ANALISTA EM C&T JR/2010) O Ato das Disposições Constitucionais


Transitórias não possui a mesma natureza jurídica das normas constitucionais inseridas na
Constituição Federal de 1988 (CF), razão pela qual é de hierarquia inferior a estas.

Errado.
O ADCT é sim norma constitucional de mesmo grau hierárquico das demais normas constitu-
cionais do corpo permanente (o chamado articulado do art. 1º ao art. 250).

Questão 32 (CNJ/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2013) Uma súmula vinculante editada pelo


STF terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário, não atingindo,
pelo princípio da separação dos poderes, os Poderes Legislativo e Executivo, que possuem
meios próprios de vinculação de seus atos.

Errado.
A extensão dos efeitos da súmula vinculante é assunto deveras intrincado. À  luz do caput
e do § 3º do art. 103-A, o efeito vinculante dirige-se, precipuamente, ao Poder Judiciário e

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ao Poder Executivo das três esferas federativas. Isso não significa que o Poder Legislativo
não seja atingido pelos efeitos vinculantes da súmula, haja vista que, atipicamente, também
exerce atividades administrativas. Vale dizer, o  efeito vinculante da súmula atinge o Poder
Legislativo quando atua na realização de sua função atípica de administrador (ex.: nomeação
de servidor público). A  súmula vinculante não atinge o Legislativo na sua função típica de
legislar. Não vincula, portanto, os atos legislativos próprios (leis ordinárias, leis complemen-
tares, emendas constitucionais etc.). A ideia estende-se às medidas provisórias que, muito
embora criadas pelo Poder Executivo, cuidam-se de verdadeiros atos normativos primários e,
portanto, não sujeitos ao efeito vinculante da súmula. O Poder Legislativo deve respeitar, por
exemplo, o enunciando da Súmula Vinculante n. 13: “a nomeação de cônjuge, companheiro ou
parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função
gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações
recíprocas, viola a Constituição Federal”.

Questão 33 (STM/JUIZ AUDITOR/2013) O deputado federal tem legitimidade para impetrar


mandado de segurança que vise assegurar o respeito ao devido processo legislativo constitu-
cional, ainda que o projeto de lei ou proposta de emenda esteja tramitando no Senado Federal.

Errado.
O deputado federal só tem legitimidade para impetrar mandado de segurança que vise asse-
gurar o respeito ao devido processo legislativo constitucional, tão somente quando o projeto
de lei ou proposta de emenda esteja tramitando na Câmara dos Deputados.

Questão 34 (STM/JUIZ AUDITOR/2013) Tratando-se de controle concentrado de constitu-


cionalidade de leis ou atos normativos, o requerente da ação pode pleitear a desistência do
pedido.

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Errado.
Art. 5º da Lei n. 9.868/1999.

Questão 35 (STM/JUIZ AUDITOR/2013) Cabe ação rescisória contra acórdão proferido em


sede de controle concentrado de constitucionalidade.

Errado.
Art. 26 da Lei n. 9.868/1999.

Questão 36 (TRT-5ª/JUIZ DO TRABALHO/2013) Decreto do presidente da República que


viole os limites legais pode ser objeto do controle político repressivo de constitucionalidade
pelo Congresso Nacional.

Certo.
Art. 49, V, da CF/1988.

Questão 37 (PC-BA/DELEGADO DE POLÍCIA/2013) Prefeito municipal é parte legítima para


ingressar com arguição de descumprimento de preceito fundamental perante o Supremo Tri-
bunal Federal (STF).

Errado.
Os legitimados para impetrar arguição de descumprimento de preceito fundamental são os
mesmos para ingressar com a ação direta de inconstitucionalidade ou a ação declaratória de
constitucionalidade, previstos no art. 103, incisos I a IX, da CF/1988.

Questão 38 (DEFENSOR PÚBLICO DO DF/2013) Embora o sistema brasileiro não admita ADI
contra lei municipal, é cabível contra essa lei o controle difuso de constitucionalidade, assim
como o controle por meio de arguição de descumprimento de preceito fundamental.

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Certo.
De fato, é cabível contra lei municipal o controle difuso de constitucionalidade, assim como o
controle por meio de arguição de descumprimento de preceito fundamental (art. 1º, I, da Lei
n. 9.882/1999).

Questão 39 (DEFENSOR PÚBLICO DO DF/2013) Embora a regra geral do controle de cons-


titucionalidade brasileiro seja o controle judicial repressivo, admite-se o controle político re-
pressivo, por exemplo, quando o Congresso Nacional susta atos normativos do Poder Execu-
tivo que exorbitem os limites da delegação legislativa.

Certo.
Art. 49, V, da CF/1988.

Questão 40 (DPF/DELEGADO/2013) Na ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pe-


rante o STF, apesar de lhe ser aplicável o princípio da congruência ou da adstrição ao pedido,
admite-se a declaração de inconstitucionalidade de uma norma que não tenha sido objeto do
pedido, na hipótese configuradora da denominada inconstitucionalidade por arrastamento.

Certo.
A inconstitucionalidade por arrastamento ocorre em caso de dependência recíproca entre
normas, de maneira que a inconstitucionalidade de uma “arrasta” a outra. Na própria decisão,
o STF define quais normas são “arrastadas”, reconhecendo a nulidade das demais normas.
Segundo o STF, não há afronta aos limites da demanda fixados na peça de ingresso, já que há
um pedido implícito que alcança a segunda norma que, a rigor, está numa relação de depen-
dência com a norma objeto do pedido.

Exemplo: a declaração de inconstitucionalidade da lei produz por arrastamento a inconstitu-


cionalidade do seu decreto regulamentar.

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Como assevera Sylvio Motta, “ao se declarar inconstitucional a norma primária (com fun-
damento direto na Constituição) esta é eliminada do ordenamento jurídico, portanto, a nor-
ma secundária perde seu fundamento de validade (na norma primária) passando a encontrar
fundamento direto na Constituição e por tanto inconstitucional, salvo se puder ter existência
autônoma (em relação à norma primária declarada inconstitucional)”.

Questão 41 (IRB/DIPLOMATA/2013) O Supremo Tribunal Federal exerce o controle concen-


trado de constitucionalidade das leis e dos atos normativos federais e estaduais na via de
ação, mas não o controle difuso, realizado por juízes e tribunais no caso concreto.

Errado.
No modelo difuso, ou sistema norte-americano, todos os órgãos do Poder Judiciário, inclu-
sive o próprio STF, podem realizar o controle de constitucionalidade das leis e dos atos nor-
mativos.

Questão 42 (MJ/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2013) Diante de duas interpreta-


ções possíveis de lei ou ato normativo federal ou estadual, deve ser adotada a interpretação
compatível com a Constituição Federal, sendo admitida também a declaração de inconstitu-
cionalidade daquela que se encontre em dissonância com o texto constitucional, por meio de
ação direta de inconstitucionalidade perante o STF.

Certo.
A presente questão aborda a diferença entre a interpretação conforme a Constituição e a de-
claração de nulidade sem redução de texto. Com efeito, haverá declaração de nulidade sem re-
dução de texto, como técnica de interpretação constitucional aplicada ao controle de constitu-
cionalidade, quando o STF afasta, por inconstitucional, um sentido que não poderá ser aplicado
(declara a inconstitucionalidade). Difere da interpretação conforme a Constituição, pois, nesse
caso, o STF determina o sentido a ser dado a uma norma polissêmica (que admite mais de um
sentido), a fim de conformá-la com a Constituição da República (declara a constitucionalidade).

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Questão 43 (MJ/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2013) Constatada a violação do di-


reito de pessoas carentes, em face da publicação de lei federal voltada para a regulamentação
da previdência social que impeça o acesso dos cidadãos a informações de seu interesse par-
ticular perante órgãos do Instituto Nacional do Seguro Social, o defensor público geral federal
terá legitimidade para ajuizar ação direta de inconstitucionalidade perante o STF. Contudo, tal
providência não impedirá que cada cidadão possa individualmente impetrar habeas data para
resguardar o seu direito.

Errado.
Segundo o art. 103, incisos I a IX, da CF/1988, o defensor público-geral federal não terá legi-
timidade para ajuizar ação direta de inconstitucionalidade perante o STF.

Questão 44 (TCU/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO/2013) Os órgãos fracioná-


rios dos tribunais submeterão ao plenário ou ao seu órgão especial, a arguição de inconsti-
tucionalidade de determinada norma, ainda que estes já tenham se pronunciado acerca da
questão suscitada.

Errado.
Quando o Plenário ou órgão especial (quando houver) de um determinado tribunal, ou, ain-
da, o Plenário do STF já tiver resolvido a questão de constitucionalidade debatida em outro
processo, poderão os órgãos fracionários aplicar o mesmo entendimento aos demais casos
concretos. É o que se extrai da leitura do art. 481, parágrafo único, do Código de Processo
Civil: “os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial,
a arguição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário
do Supremo Tribunal Federal sobre a questão”.

Questão 45 (TRT-10ª/ANALISTA JUDICIÁRIO/JUDICIÁRIA/2013) Considerando, por mera


hipótese, que um deputado federal apresentasse projeto de lei ordinária dispondo sobre a
organização da Defensoria Pública da União (DPU) e que tal proposição, depois de aprovada

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na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, fosse encaminhada à sanção do presidente


da República, julgue os itens que se seguem. Se considerasse o projeto em apreço inconstitu-
cional, o presidente da República poderia vetá-lo, exercendo, nesse caso, controle preventivo
de constitucionalidade.

Certo.
No controle preventivo, fiscaliza-se a validade do projeto de lei com o fim de se evitar que seja
inserida, no ordenamento jurídico, uma norma incompatível com a Constituição. O Poder Exe-
cutivo realiza o controle preventivo de constitucionalidade por meio do veto jurídico realizado
pelo presidente da República em projetos de leis inconstitucionais (art. 66, § 1º).

Questão 46 (TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/2015/CESPE) As normas que in-


tegram uma constituição escrita possuem hierarquia entre si, de modo que as normas mate-
rialmente constitucionais ostentam maior valor hierárquico do que as normas apenas formal-
mente constitucionais.

Errado.
Não há hierarquia entre as normas constitucionais, possuindo todas, independentemente do
seu conteúdo, o mesmo status jurídico.

Questão 47 (INCA/ANALISTA EM C&T JR/2010) O Ato das Disposições Constitucionais


Transitórias não possui a mesma natureza jurídica das normas constitucionais inseridas na
Constituição Federal de 1988 (CF), razão pela qual é de hierarquia inferior a estas.

Errado.
O ADCT é sim norma constitucional de mesmo grau hierárquico das demais normas constitu-
cionais do corpo permanente (o chamado articulado do art. 1º ao art. 250).

Questão 48 (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO AMAZONAS/ANALISTA JUDICIÁRIO/ 2019) Órgão


fracionário de tribunal de justiça que, por razões de segurança jurídica, deixar de aplicar lei

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estadual, sem declarar expressamente a sua inconstitucionalidade, terá violado a cláusula de


reserva de plenário.

Certo.
Súmula Vinculante n. 10.

Questão 49 (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO AMAZONAS/ANALISTA JUDICIÁRIO/ 2019) Órgão


fracionário de tribunal de justiça que, por razões de segurança jurídica, deixar de aplicar lei
estadual, sem declarar expressamente a sua inconstitucionalidade, terá violado a cláusula de
reserva de plenário.

Certo.
Art. 103, § 3º, da CF/1988.

Questão 50 (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO AMAZONAS/ANALISTA JUDICIÁRIO/ 2019) No âm-


bito do controle político repressivo de constitucionalidade, o Congresso Nacional tem com-
petência para sustar decreto do presidente da República que exorbite do poder regulamentar.

Certo.
Art. 49, V, da CF/1988.

Questão 51 (CONTROLADORIA-GERAL DO MUNICÍPIO-PB/TÉCNICO MUNICIPAL DE CON-


TROLE INTERNO/2018) É vedado ao TCU apreciar a constitucionalidade de leis e atos do po-
der público.

Errado.
Súmula n. 347 do STF.

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Questão 52 (ABIN/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/2018) O Supremo Tribunal Federal possui


competência para apreciar ação direta de inconstitucionalidade contra lei do DF fruto do exer-
cício de competência legislativa municipal.

Errado.
Súmula n. 642 do STF.

Questão 53 (ABIN/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/2018) Prefeito municipal possui legitimidade


para ajuizar ação declaratória de constitucionalidade contra lei estadual perante o Supremo
Tribunal Federal.

Errado.
Art. 103 da CF/1988.

Questão 54 (ABIN/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/2018) A decisão de órgão fracionário de tribu-


nal de justiça que deixa de aplicar lei por motivo de inconstitucionalidade não precisa obser-
var a regra da reserva de plenário, caso se baseie em jurisprudência consolidada do plenário
do Supremo Tribunal Federal.

Certo.
É o que se extrai da leitura do art. 949, parágrafo único, do Novo Código de Processo Civil: os
órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a argui-
ção de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes (plenário ou órgão
especial do próprio tribunal) ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.

Questão 55 (SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL/AUDITOR DO


ESTADO/2018) O chefe do Poder Executivo editou decreto regulamentar visando dar fiel cum-
primento a determinada lei. Tal lei, entretanto, foi declarada inconstitucional em ação direta

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de inconstitucionalidade no STF. A ação não fez qualquer menção ao decreto. Nessa situação
hipotética, o STF
a) não poderá declará-lo inconstitucional, porque o decreto não foi objeto da ação constitu-
cional e, no controle concentrado de constitucionalidade, o Poder Judiciário está adstrito ao
princípio da congruência.
b) poderá declará-lo inconstitucional, por se tratar de inconstitucionalidade por arrastamento.
c) poderá declará-lo inconstitucional, por se tratar de declaração parcial de inconstitucionali-
dade sem redução de texto.
d) poderá declará-lo inconstitucional, por se tratar de declaração de inconstitucionalidade
com redução parcial de texto.
e) não poderá declará-lo inconstitucional, porque a decisão do órgão julgador deve se limitar
estritamente ao que foi pedido na petição inicial.

Letra b.
A inconstitucionalidade por arrastamento ocorre em caso de dependência recíproca entre
normas, de maneira que a inconstitucionalidade de uma “arrasta” a outra.

Questão 56 (SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁ-


RIA/2018) Situação hipotética: Embora não tenha declarado expressamente a inconstitu-
cionalidade de determinada lei, turma do Superior Tribunal de Justiça determinou sua não
incidência parcial em determinado caso concreto. Assertiva: Nesse caso, fica configurada
violação à cláusula de reserva de plenário.

Certo.
Súmula Vinculante n. 10.

Questão 57 (SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA/ANALISTA JUDICIÁRIO/ OFICIAL DE JUSTI-


ÇA AVALIADOR FEDERAL/2018) Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, é pos-
sível que o legislador edite lei com idêntico conteúdo ao de outra que anteriormente tenha
sido declarada inconstitucional em controle abstrato de constitucionalidade.

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Certo.
A decisão de mérito em controle concentrado de constitucionalidade não vincula o Poder Le-
gislativo no exercício de sua função típica.

Questão 58 (SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTI-


ÇA AVALIADOR FEDERAL/2018) O efeito vinculante das decisões do Supremo Tribunal Federal
em controle de constitucionalidade alcança também as decisões que adotem a interpretação
conforme a Constituição.

Certo.
O efeito vinculante das decisões do Supremo Tribunal Federal em controle de constituciona-
lidade sempre alcança os demais órgãos do Poder Judiciário e toda a administração pública.

Questão 59 (SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTI-


ÇA AVALIADOR FEDERAL/2018) A lei anterior à vigência da Constituição que tenha conteúdo
incompatível com esta deve ser declarada inconstitucional.

Errado.
Lei anterior à atual Constituição Federal de 1988 não pode ser objeto de ação direta de in-
constitucionalidade (ADI). Mesmo podendo ser objeto de arguição de descumprimento de
preceito fundamental, não se pode afirmar que “a lei anterior à vigência da Constituição que
tenha conteúdo incompatível com esta deve ser declarada inconstitucional”. Considerando
em linha de hipótese que o autor tenha impetrado equivocadamente uma ADI em face de uma
lei anterior a 1988, o STF não irá conhecer a ação, portanto, não irá declarar a lei anterior à
atual Constituição, nesse caso, inconstitucional.

Questão 60 (PROCURADORIA-GERAL DO MUNICÍPIO DE MANAUS/PROCURADOR DO MU-


NICÍPIO/2018) Se a inconstitucionalidade de uma norma atinge outra, tem-se a denominada
inconstitucionalidade consequencial ou por arrastamento.

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Certo.
Como dito, a inconstitucionalidade por arrastamento ocorre em caso de dependência recípro-
ca entre normas, de maneira que a inconstitucionalidade de uma “arrasta” a outra.

Questão 61 (MINISTÉRIO PÚBLICO DO PIAUÍ/ANALISTA MINISTERIAL/2018) O controle da


inconstitucionalidade por omissão pode ocorrer por meio do mandado de injunção ou da ação
direta de inconstitucionalidade por omissão, a qual pode ser proposta por ministério público
estadual, que é constitucionalmente um dos legitimados ativos.

Errado.
O MP estadual não é legitimado ativo, segundo o que dispõe o art. 103 da CF/1988.

Luciano Dutra
Advogado da União desde 2009. Autor de livros e articulista. Professor de Direito Constitucional com
ampla experiência em cursos preparatórios para concursos públicos e Exames de Ordem presenciais
e on-line. Aprovado em diversos concursos públicos. Comentarista jurídico de revistas, jornais, sites e
rádios. Graduado em Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora e pós-graduado em Direito Público.
Graduado e pós-graduado em Ciências Militares.

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