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TUTORIA 5  Desmame precoce

 Estudar os motivos pelos quais as crianças que frequentam a  Dificuldade e demora de acesso à assistência à saúde (+
escola estão mais vulneráveis a um número maior de importante)
infecções respiratórias  Irmãos mais velhos
 Explanar a epidemiologia, fisiopatologia e os quadros  Uso de chupeta
clínicos das doenças respiratórias das VAS Geralmente não são graves
 Descrever quais são as principais estruturas anatômicas Não ameaçadoras a vida (há exceções -complicações, epiglotite,
acometidas pelas infecções respiratórias das VAS laringite bacteriana, gripe grave...)
Tema importante para residência médica
Tudo acaba com 14 dias (se for viral), depois disso é infecção
Introdução: bacteriana
As vias aéreas são importantes para: preparação do ar
Função do nariz e vias aéreas: aquecer, umidificar e filtrar o ar Infecções de vias aéreas superiores (IVAS)
Etiologia viral ou bacteriana
Estruturas anatômicas acometidas Um dos problemas mais comuns (40-60%) encontrados no
Via área superior: aquela que está acima da epiglote serviço de atendimento médico pediátrico
 Cavidade nasal Causa mais comum de crianças atendidas por infecção
 Seios paranasais respiratória aguda
 Faringe (naso, oro e hipofaringe – ou laringofaringe) Episódios de 4-8x ano, com maios incidência em crianças de 6 a
24 meses
 Laringe
 Traqueia
Sinais e sintomas:
 Dispneia
 Obstrução nasal
 Dor de garganta
 Coriza > a cor é muito importante pq determina a FASE
da infecção. +célula descamando = +cor = +hialina
liberada = significa o ataque da mucosa
 Cefaleia
 Tosse seca
 Letargia
 Febre: baixa=viral; alta = bacteriana
A nasofaringe (adenoide) e a orofaringe (tonsilas palatinas e
linguais) formam um anel chamado de anel linfático de Waldeyer Exame físico:
= tecido linfoide = nódulos linfáticos ricos em linfócitos B + tecido  Congestão da mucosa nasal e faríngea
interfolicular ricos em linfócitos T >> resposta imunológica rápida  Hiperemia das membranas timpânicas

Transmissão:
 Contato: mãos da criança entram em contato com
secreções nasais de uma pessoa infectada e as leva para
nariz ou olhos
 Tosse/Espirro: é menos comum haver infecção via
gotículas expelidas
Amígdalas palatinas e adenoide inflamam e hipertrofiam com
frequência na infância Contágio:
 Creches
Adenoide cresce do nascimento até 3-6anos, depois diminui e  Escolas
pode desaparecer na adolescência  Locais fechados
Adenoide hipertrofiada causa: obstrução tubas auditivas + coanas  **ficar exposto ao frio, se molhar ou se cansar não
= gera otite média aguda, problema na respiração (ronco + apneia causam resfriado nem aumentam a suscetibilidade à
do sono) infecção

Ouvido médio (ou cavidade timpânica): osso temporal. Contém Prevenção


ossículos (martelo, estribo e bigorna), responsáveis pela  Higiene
condução do som no ouvido médio. É interessante esse canal  Vacinação (gripe)
entre a faringe e o ouvido médio porque equilibra as pressões
atmosféricas interna e externa (parede: tímpano) Complicações:
O estreitamento das vias aéreas pela produção de muco causada
Infecções respiratórias pela inflamação pode:
Alta incidência da pediatria devido a:  dificultar a alimentação e amamentação
 Imaturidade imunológica  dificultar respiração – sibilos ao expirar, estridor ao
 Frequência a creches e escolar inspirar, cianose em casos graves
 Desnutrição
 Condições habitacionais (aglomeração e más condições) Tratamento:
 Repouso e líquidos
 Medicamentos para aliviar a febre e dor (ibuprofreno, 9. Garganta fica arranhada devido a lesão direta do epitélio da
descongestionante de venda livre, nebulizador) nasofaringe pelo vírus
 **antibióticos não são necessários 10. IgA após 24h. IgG e IgM no soro, conferem imunidade
Rinovírus não destrói células, mas influenza e adenovírus sim
Podem ser de etiologia viral ou bacteriana
Viral: Quadro clínico
 Rinovírus, enterovírus, adenovírus, parainfluenza, Começam 1-3d após infecção viral
sincicial respiratório, ortomixovírus (influenza)  Garganta irritada
Bacteriana:  Obstrução nasal: piora a noite (posição deitada) e
 Faringite, otite média aguda, sinusite, epiglotite prejudica a alimentação
 Rinorreia (coriza): clara nos primeiros dias e purulenta
nos últimos, essa alteração de cor indica infecção
Rinofaringite viral
bacteriana secundaria
Rinossinusite
Dura 1semana = autolimitada
Faringoamigdalite aguda
Exame físico: aumento da secreção nasal e alterações da
Otite média aguda
consistência/cor
Laringite
Cavidade nasal pode ter cornetos nasais edemaciados e
eritematosos
Rinofaringite viral (resfriado comum)
Nasofaringite = rinossinusite = rinosinofaringite Complicações
Engloba resfriado comum + quadros de rinite viral aguda Taquidispneia, faringite, pneumonia, bronquiolite aguda, sinusite,
Doença infecciosa de vias aéreas superiores +comuns da infância otite média aguda
Parece renite pq tem um gatilho que desencadeia
A febre é sempre baixa Tratamento
Lavagem nasal, ingestão hídrica para solubilizar, repouso,
Etiologia: rinovírus, VSR, influenza e parainfluenza antitérmico e analgésico = retirar fator de risco e tratar sintomas
São ocasionais: coronavírus, vírus sincicial respiratório e para evitar a evolução para outra doença/complicações
metapneumovírus
Rinossinusite
Resfriado X Gripe Etiologia: Streptococcus pneumoniae (30%) e Moraxella
Gripe: doença sistêmica epidêmica causa pelo vírus influenza. catarrhalis (20%)
Febre alta, mialgia e prostração
Resfriado: sinais e sintomas +restritos às vias aéreas Epidemiologia
superiores, febre baixa e bom estado geral Pode ocorrer em qualquer idade
Muito comum
Epidemiologia
Ocorrem durante todo o ano, mas +incidência início de outono Fisiopatologia
até fim da primavera “resfriado que não cura”
Crianças que frequentam creches no 1° ano, tem 50% +resfriados Persistência da sintomatologia 10-14dia do início do quadro
do que as que não 1. Inicialmente produz rinossinusite viral
A incidência diminui com o aumento da idade da criança e a 2. Espessamento, edema e inflamação da mucosa dos
maturação do sistema imunológico seios paranasais
3. Bactérias da nasofaringe que naturalmente entrariam e
Fisiopatologia seriam expelidas não são, acumulam dentro e se
Transmissão: direta, pequenas partículas e grandes partículas reproduzem
Apesar de induzirem a imunidade celular, possuem capacidade de 4. Assoar o nariz pode propagar as infecções virais da
variar muito o antígeno (justifica a recorrência) cavidade nasal para os seios
Inflamação da mucosa do nariz, faringe e seios paranasais
Pode ocorrer uma infecção do epitélio nasal associado a uma
resposta inflamatória aguda
Citocinas inflamatórias e infiltração da mucosa por células
inflamatórias
A inflamação pode obstruir o óstio do seio (sinusite) ou a tuba
auditiva (otite média)
Predispõe a criança a infecções bacterianas (otite média aguda e
sinusite) Quadro clínico
 Queixas não especificas
1. Vírus invadem células epiteliais colunares ciliadas das VAS  Tosse diurna com piora à noite
2. Resposta inflamatória local  Congestão nasal
3. Mucosa fica edemaciada, eritematosa  Secreção purulenta (uni ou bilateral)
4. Vasodilatação + produção de muco  Febre alta se bact, baixa se viral
5. Citocinas atraem neutrófilos  Tosse: reflexo de proteção -expelir
6. Coriza purulenta  Gotejamento pós nasal (secreção que advém do seio
7. Fibras colinérgicas geram tosse + rinorreia (coriza) nasal cheio)
8. Cílios do epitélio ficam lesados e não limpam a secreção  Do na face: seios paranasais inflamados
Raramente: Exame físico:
 Halitose  Hiperemia difusa da mucosa da orofaringe
 Edema periorbital  Edema
Sintomas adicionais:  Granulações linfóides
 Desconforto nos dentes  Adenopatia inflamatória cervical
 Maxilares
 Dor ou pressão pela inclinação da cabeça para a frente Bacteriana
 Hiposmia Sintomas +intensos e de início +abrupto do que nos virais +
Exame físico: halitose
 Sintomas persistentes Comprometimento geral é +acentuado
 Secreção nasal e tosse por mais de 14d sem melhoras Exame físico:
 Febre e secreção nasal por 3-4d consecutivos  Exsudato purulento cobrindo as amígdalas (amigdalite),
que estão hiperemiadas e edemaciadas
Exames complementares: tomografia

Tratamento:
Amoxilina (classe penicilina) = 50-90mg/kg/dia por 14dias

Complicações: celulites preorbitária e orbitária, trombose de seio


cavernoso, meningite, abscessos epidural e subdural e
osteomielite Pode apresentar escarlatina: exantema com aspecto de lixa,
provocada pela produção de toxinas eritrogênicas
Classificação estreptocócicas
 Aguda: <4s. sintomas resolvem A exposição a uma toxina especifica produz imunidade protetora
 Subaguda: entre 4s e 3meses. sintomas resolvem específica, mas o indivíduo pode ter ainda escarlatina pelos
 Crônica: >3m. sintomas residuais outros tipos (A, B, C)
Resulta não da ação direta do estreptococo em si, mas antes de
 Aguda recorrente: <30d, mas há retorno >10dias
uma reação de hipersensibilidade às toxinas produzidas por esta
depois. 3ep em 6m ou 4ep em 12m
bactéria e que resulta nas tão característica manchas na pele
 Crônica agudizada: sintomas residuais q sofrem
agudização, retornando sintomas de agudização e
Classificação clínica da faringoamigdalite:
permanência dos sintomas residuais após tratamento
1. Eritematosas: hiperemia e congestão da superfície
antimicrobiano
tonsilar. Viral
2. Eritematopultáceas: hiperemia e edema + exsudato
Faringoamigdalite viral e bacteriana
amarelado não aderente nas criptas e na superfície
Acometimento difuso infecto-inflamatório da parede posterior e
tonsilar. Faringoamigdalite estreptocócica, Epstein barr
lateral da orofaringe
3. Pseudomembranas: placas esbranquiçadas aderentes
Posterior: faringite
ao tecido amgdaliano, podem invadir faringe, palato e
Lateral: amigdalite
úvula. A tentativa de retirada do exsudato provoca
É importante saber se é viral ou bacteriana, porque a aplicação do
sangramento
antibiótico não tem nenhum efeito no tratamento da infecção
4. Ulcerosas: superficial como vesículas (herpangina);
viral
profundas (angina de plaut Vicente, tuberculose, sífilis)
Viral
Complicações: Febre reumática, sequelas cardíacas, síndrome de
Etiologia: adenovírus e enterovírus
lemierre (tromboflebite da veia jugular interna com êmbolos
pulmonares sépticos, levando infiltrados pulmonares e hipóxia)
Bacteriana
Etiologia: estreptococo-beta-hemolítico A (Streptococcus
Otite média aguda
pyogenes)
Infecção com desenvolvimento rápido de sinais e sintomas de
inflamação aguda na cavidade da orelha média
Quadro clínico
Muito comum nas visitas médicas, principalmente de crianças
Viral
menores que 2 anos
 Dores de garganta
É definida como a presença de líquido (efusão) preenchendo a
 Odinofagia (dor à deglutição)
cavidade da orelha média sob pressão
 Desconforto local
Com início abrupto dos sinais e sintomas causados pela
 Sensação de dificuldade respiratória
inflamação dessa região
 Coriza
 Tosse
Etiologia: relacionado com os vírus do resfriado comum e da
 Mal estar
gripe >> adenovírus + influenza A e B
 Adinamia
 Inapetência Epidemiologia
 Sialorréia Uma das doenças + frequentes
 Febre Cerca de 80% das crianças menores de 3 anos terão ao menos 1
 Manifestações nasais episódio
 Otalgia Maior prevalência durante os 2 primeiros anos de vida
Não apresenta dor intensa
A incidência declina após os 2 anos É definida como reaparecimento do quadro clínico após
tratamento adequado do surto inicial, geralmente causado por
Fisiopatologia ouro agente etiológico
As crianças menores de 2 anos possem baixa imunidade e tbm a  Otite média secretora
trompa de Eustáquio é +horizontalizada e +curta = prejudica É definida como a presença crônica de efusão no ouvido médico
mecanismos de antirrefluxo e drenagem da orelha média, ou seja, Perda auditiva: principal sintoma, pode provocar perdas de
há +progressão dos microrganismos da rinofaringe para orelha limiares auditivos em torno de 38dB
média Doença comum na infância com incidência maior de 2-4anos

A hipertrofia das tonsilas adenoidianas localizadas perto do óstio Laringite


de drenagem da tuba pode obstruir o fluxo de saída da orelha Pode ser viral ou bacteriana
média, aumentando o risco de retenção de coleção e
desenvolvimento de infecções Inflamação da porção subglótica da laringe

Fatores de risco
1. Hospedeiro
 <2anos
 Fenda palatina
 Síndrome de down
 Malformações craniofaciais
 Imunodeficiência
 Discinesia ciliar primária (doença autossômica recessiva
caracterizada pela história de infecções repetidas do Etiologia: parainfluenza I e II e VRS (viral)
trato respiratório superior e inferior, otite média,
bronquite e rinossinusite) Epidemiologia
Viral ocorre em 85% dos casos de laringite
2. Ambientais Crianças 6 meses a 6 anos, pico de 2 anos
 Creches e berçários
 Tabagismo Quadro clínico
 Coriza
Aleitamento materno é fator de proteção  Congestão nasal
o 3M = ↓ 13%  Espirros
o 6M = PROTEGE DA RECORRÊNCIA ATÉ O 3º ANO  Com ou sem febre
 Evolução para: tosse, estridor, rouquidão
Quadro clínico  Casos graves: insuficiência respiratória com taquipneia,
 Otalgia retração claviculares, esternais e diagrama, batimento
 Otorreia de asa de nariz
 Febre  Casos extremos: cianose, agitação, torpor, palidez,
 Irritabilidade convulsões, apneia
 Choro
 Dificuldade para aceitar a alimentação OBS: SÍNDROME DE CRUPE
Exame físico (otoscopia): Termo usado para definir doenças respiratórias, geralmente
infecciosas, que causam obstrução das vias respiratórias
 Hiperemia
superiores (laringotraqueobronquite), caracterizada clinicamente
 Opacificação
por graus variáveis (leve, moderado e grave)
 Abaulamento das membranas
 Estridor (pq reduz fluxo do ar = obstrução)
 tosse estridulosa ou ladrante (de cachorro)
Tratamento:
80% das otites agudas em crianças apresenta cura espontânea  rouquidão
num período de 7 a 14 dias  esforço respiratório
tratamento: nebulização + adrenalina + dexametasona
(desinflamação VAS)
A antibioticoterapia no tratamento da OMA visa a melhora mais
rápida dos sintomas, a prevenção de recorrências e prevenção de Sintomas Resfriados Gripe comum Gripe H1N1
complicações como Febre Baixa ou Não chega a Maior que 39°C
 Mastoidite aguda ausente 39°C início súbito
Dor de cabeça Leve ou Moderado Intensa
 Meningite ausente
 Abscesso retroauricular Calafrios Raro Esporádico Frequentes
 Paralisia facial Cansaço Leve Moderado Extremo
Dor de garganta Moderado Intensa Leve
Tosse Leve a Moderado Contínua e seca
Tipos moderada
 Otite média recorrente Catarro Moderado Forte e com Pouco comum
congestão nasal
Ocorre em 35 a 45% dos casos no 1º mês após o quadro inicial Dores musculares Leve Moderado Intensa
Considera-se como otite média recorrente: Ardência olhos Leve Leve Intensa
o 3 ou mais episódios em 6 meses
o 4 ou mais episódios em 1 ano A creche e a criança
Marcondes: “Em um estudo de coortes prospectivo em crianças, Febre e exantema podem ser perfeitamente identificados nessa
na Pensilvânia, relataram q 89% dos episódios de doença entre triagem.
crianças frequentando creches eram respiratórias. Apesar de a A efetividade das atividades de vigilância de uma creche varia
maioria dessas infecções serem autolimitadas e com pouca com:
morbidade, todas tem grande impacto sobre as crianças, suas  o tamanho e a organização da creche
famílias e sociedade, como o sofrimento da criança e as  presença de um profissional de saúde qualificado
consequências da doença, bem como o custo direto médico para  sistema de registro individual da condição de saúde
a criança doente, o custo indireto do trabalho perdido e para a das crianças e educadoras
obtenção do cuidado alternativo.”  revisão periódica
 recursos de referência e contra-referência com
A creche pode ser um foco epidemiológico = começa pelas serviços de saúde locais, regionais e estaduais
crianças e são disseminadas para a família e comunidade = local  rapidez, eficiência e frequência de comunicação entre
para surtos responsáveis das creches, pais, médicos e serviços de
saúde
Quando as crianças devem ser separadas das outras na creche: Quando há um bom intercâmbio entre os pais e a creche, com os
 Exclusão obrigatória devido ao agente etiológico (ex, pais informando regularmente sobre a saúde de suas crianças,
sarampo) melhora muito a notificação de doenças aos serviços de vigilância
 A doença limita a participação confortável da criança epidemiológica e o rápido reconhecimento de surtos dentro da
nas atividades da creche creche. Por isso, é importante que a creche estabeleça critérios
 A criança necessita ou solicita cuidados que não possam de exclusão de crianças e funcionários, crie canais de
ser dispensados pela pajem sem comprometimento da comunicação e informação sobre esses critérios aos pais e aos
saúde e segurança das outras crianças do grupo funcionários em reuniões periódicas.

Prevenção de infecções virais entre crianças na creche teria um Relacionamento entre serviços de saúde e creches
grande impacto sobre infecções do trato respiratório inferior e na O serviço de saúde da região deve orientar quanto aos critérios
otite média aguda. de exclusão e as formas de comunicação e notificação de
doenças.
Recomendações para exclusão da criança da creche Ex: quando há vários casos de diarreia na mesma sala ou 1 caso
1. Doença que impeça a criança de participar confortavelmente isolado de doença grave como doença meningocócica, devem-se
das buscar vias de comunicação com o serviço de saúde.
atividades programadas pela creche ou que implique maior Poucas creches têm uma assessoria de saúde, principalmente
necessidade de atenção e cuidados que as pajens teriam que dar, aquelas "informais" (nas casas de pessoas da comunidade).
comprometendo os cuidados prestados às outras crianças. Nessas creches, é mais provável que muitas crianças não tenham
2. Presença de uma das seguintes condições: febre, letargia, todas as vacinas e estejam desnutridas. Em alguns casos, o nível
irritabilidade, choro persistente, dificuldade respiratória e/ou de segurança e de estimulação ao desenvolvimento é quase
manifestações de doença grave. inexistente.
3. Diarreia ou fezes que contenham muco e sangue.
4. Exantema febril ou alterações de comportamento, até que seja Infelizmente uma triste realidade que se constata é que, muitas
avaliada por um médico que identifique uma condição não- vezes, as creches até buscam estabelecer um relacionamento
transmissível. com
5. Conjuntivite purulenta, até a criança ser examinada por um a unidade de saúde da sua região, mas não encontram resposta
médico e liberada para admissão com tratamento. por
6. Tuberculose, pelo menos até ser examinada por um médico parte desta, seja porque o sistema de saúde se encontra quase
que totalmente falido, desarticulado e desestruturado, seja porque
estabeleça que a criança não é fonte de contágio. muitos dos profissionais de saúde, principalmente o médico (no
7. Impetigo, até 24 horas após o início do tratamento. caso, o pediatra), não tiveram em sua formação nenhum tipo de
8. Pediculose e escabiose, até o início do tratamento. preparo para lidar com tais situações. Muitos pediatras nunca
9. Coqueluche, até cinco dias de início de antibioticoterapia sequer entraram em uma creche e quase nada lêem sobre a
adequada. realidade tão particular dessas instituições. Médicos estão
10. Caxumba, até nove dias após surgimento do aumento das acostumados a diagnosticar doenças em um paciente. Muitas
parótidas. vezes, é difícil sair dessa posição e agir como assessor de saúde.
11. Sarampo, até seis dias após início do exantema.
A residência em Pediatria da Faculdade de Medicina da
O que fazer diante de um surto de doença infecciosa na creche Universidade de São Paulo manteve por 20 anos um estágio em
Surtos de doenças infecciosas ocorrem frequentemente dentro creches da região do Butantã para seus residentes em Pediatria,
das chamado Projeto Creche. Durante 6 meses, cada grupo de 5
creches. O custo econômico desses surtos é considerável, por residentes era responsável pela supervisão de saúde de uma
exemplo, estima-se que pais de crianças de creches perdem uma creche, praticando ações educativas e de prevenção de agravos à
média de 1-4 semanas de trabalho a cada ano para cuidar de suas saúde, participando de reuniões com pais e reuniões com
crianças doentes. funcionários da creche, vivenciando esse outro lado da prática
Atividades de vigilância básicas incluem triagem diária de saúde médica, compartilhando com as creches suas necessidades e
de cada criança e funcionários por uma pessoa qualificada. dificuldades na busca de uma melhor atenção à criança por ela
É necessário perguntar verbalmente sobre o estado de saúde atendida. Nesse modelo de abordagem de saúde, o paciente não
individual, com ênfase em sinais e sintomas de doenças é a criança, mas a creche como um todo.
transmissíveis.
Benefícios da creche à saúde %C3%AAs-e-crian%C3%A7as/considera%C3%A7%C3%B5es-
 reforço da socialização gerais-sobre-infec%C3%A7%C3%B5es-virais-nas-vias-respirat
 motivação à partilha %C3%B3rias-em-crian%C3%A7as
 melhor aprendizagem https://www.youtube.com/watch?v=r3FZazI9yU0
 responsabilidade precoce
 comportamentos de organização
 desenvolvimento afetivo
 sucesso acadêmico
 gestão de riscos e aceitação da mudança
 reforço da autoconfiança
 adequação às necessidades

Promoção de saúde
 Triagens periódicas: prevenção de problemas de visão,
audição e fala
 Imunizações: controle obrigatório em todas as creches,
que devem possuir uma cópia do cartão de vacinas da
criança, exigido quando de sua matrícula na creche e
revisado periodicamente para aquelas que ainda não
receberam todas as doses previstas.
 Suporte nutricional: muitas creches têm sua criação
motivada pela problemática da subnutrição e fome.
Necessário sistema de vigilância nutricional com:
☼ monitorização do crescimento
☼ periódicas de peso e altura
☼ identificação das crianças desnutridas +
encaminhamento aos serviços de saúde daquelas que
se desviarem muito do padrão de referência
☼ estimular e facilitar a amamentação de bebês cujas
mães queiram e possam fazê-lo no horário de
funcionamento da creche
☼ oferecer uma dieta adequada à idade, supervisão da
qualidade do cardápio + forma de administração das
refeições (deve ser tratada como atividade necessária à
sobrevivência e crescimento da criança, mas sem retirar
a possibilidade de prazer e alegria que significa o ato de
comer)
☼ ambiente onde a criança come deve ser espaçoso e
tranquilo
☼ crianças também podem aprender sobre o valor
nutricional de certos alimentos e a importância de
escolher determinados alimentos para ter mais saúde.
 Avaliação do desenvolvimento: guiar tanto os pais
quanto as educadoras na identificação precoce de
atrasos significativos ao desenvolvimento + estabelecer
programas de estimulação + auxiliar na aquisição do
controle esfincteriano. Enriquecimento cognitivo de alta
qualidade melhora a capacidade de aprendizado + dar
autonomia da criança, oferecendo oportunidades para
que se vista sozinha ou organize seu material
 Saúde bucal: exame dentário + educação para a saúde
+ uso do flúor podem ser atividades desenvolvidas na
creche + escovação dos dentes + orientação sobre
prevenção de cáries.

Referências
https://www.youtube.com/watch?v=U0Iksh5qpo0
https://www.youtube.com/watch?v=mO6TBR7dnjg
Marcondes -pg 612
https://www.luacrescente.pt/blog/10-beneficios-de-uma-creche-
para-o-crescimento-das-criancas-85/
https://www.scielo.br/j/ptp/a/pSfMmmtqccWTq9ctbHJBWbC/?
lang=pt#
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa
%C3%BAde-infantil/infec%C3%A7%C3%B5es-virais-em-beb

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